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Reflexão: Turismo Gastronómico

A minha escolha de pesquisa recaiu sobre a tendência do turismo


gastronómico, principalmente porque o turista da atualidade procura mais do
que simplesmente conhecer um novo local, ele vai à procura de novas
experiências físicas e/ou mentais, envolver-se com a cultura local e até criar
ligações emocionais.

Nesta tipologia irão existir dois tipos de turistas, os que procuram uma
experiência mais gourmet e aqueles que buscam um maior contacto com a
comunidade local, assim para planear algo nesta tipologia é necessário
compreender o que realmente o turista procura.

Porem, independente do tipo de turista é necessário realçar a importância da


alimentação na nossa sociedade e compreender que esta encontra-se
intimamente ligada à cultura, ao espaço e ao território de cada localidade. Se
formos analisar Portugal a esse nível verificamos que tradicionalmente mais
do que os próprios alimentos, valoriza-se uma mesa farta, o tempo passado
à mesa com a família, às receitas dos antepassados, portanto mais do que
falar de uma necessidade fisiológica falamos em necessidades emocionais e
psicológicas.

Facilmente encontrei na minha pesquisa informações sobre esta tendência e


inúmeras iniciativas, sinal de que cada vez mais a tendência regista um
número elevado de procura, uma das mais interessantes foi o projeto da
Associação das Aldeias Históricas: Receitas que Contam Histórias –
Gastronomia e Vinhos das Aldeias Históricas de Portugal”.

Este projeto necessitou de envolver os habitantes destas localidades pois


pretende não só inventariar como eternizar este extraordinário património imaterial (a
gastronomia é considerada património imaterial da humanidade pela UNESCO
desde 2007). É interessante perceber como este roteiro por si só poderá
fazer a diferença em muitos seniores, tornar-se parte de um projeto ajudará
sem dúvida a minimizar o isolamento social que muitos vivenciam, já que as
aldeias históricas encontram – se afastadas de centros urbanos.
Roteiros gastronómicos, mercados, feiras medievais e provas de vinhos
acabam por proporcionar uma experiência única onde o turista tem a
oportunidade de acompanhar o alimento do seu estado inicial até estar pronto
a consumir, vivendo na primeira pessoa a experiência e se conectando com a
história, cultura e pessoas desses locais.

É interessante perceber que esta tendência também é marcada por um o


aumento de exigência, onde facilmente o turista consegue comparar limites
e particularidades entre as mais diversas experiências disponíveis. Aliás após
conversar com uma acompanhante de excursões da empresa Euro Elite, sobre
quem eram os frequentadores de excursões cheguei a conclusão de que cada
vez mais o turista quer ter acesso a todos os pormenores, e cada vez mais
questiona se local onde vai se alimentar existem partos típicos.

A colaboradora da Euro Elite também realçou que estes tipos de excursões


são frequentados na maioria por seniores, que procuram este tipo de solução
para não terem de conduzir, de planear a viagem e têm sempre um
acompanhamento por parte de um funcionário empresa.

No final desta pesquisa, percebi que esta tendência será realmente


interessante para o turista sénior, principalmente a nível da socialização, já
muitas vezes surge a refeição é compartilhada no mesmo local por um grande
número de pessoas que têm interesses em comum, contudo também haverá
a necessidade de uma maior especialização nesta área no futuro para existir
uma experiência positiva tanto para consumidores quanto para produtores
Bibliografia:

Cunha, S., Barroco, C., & Antunes, J. (2019). O turismo gastronómico como
fator diferenciador dos destinos: o caso de Portugal. Revista Ibérica de
Sistemas e Tecnologias de Informação, (E24), 409-422.

Gândara, J. M. G., Gimenes, M. H. S. G., & Mascarenhas, R. G. (2009).


Reflexões sobre o turismo gastronômico na perspectiva da sociedade dos
sonhos. Segmentação do mercado turístico–estudos, produtos e
perspectivas. Barueri: Manole, 179-191.

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