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1ª Edição
14 de dezembro de 2019
Editoração
Universidade RAÍZEN - Equipe Master´s Training Ltda.

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Sumário
1. Princípios, partes e funcionamento da máquina ............................. 5

1.1. A empilhadeira – conceito; ....................................................... 6

1.2. Classificação das empilhadeiras .............................................. 7

1.3. O Equilíbrio da empilhadeira .................................................... 8

1.4. Componentes da empilhadeira .............................................. 18

2. Normas de Segurança .................................................................. 34

2.1. Tabela de observações diárias .............................................. 36

2.2. Resumo .................................................................................. 37

3. Manutenção .................................................................................. 38

3.1. Torre ...................................................................................... 38

3.2. Volante ................................................................................... 39

3.3. Pedais .................................................................................... 39

3.4. Freios de mão ........................................................................ 40

3.5. Pneus ..................................................................................... 41

3.6. Bateria .................................................................................... 41

3.7. Motor ...................................................................................... 42

3.8. Tipos de motor ....................................................................... 43

3.9. Verificação diária.................................................................... 43

3.10. Bateria – água e cabos ......................................................... 43

3.11. Óleo do cárter – nível............................................................ 44

3.12. Óleo do hidráulico – nível ..................................................... 44

3.13. Embreagem – folga............................................................... 45

3.14. Freio – folga .......................................................................... 45

3.15. Combustível – quantidade .................................................... 45

3.16. Alimentação de GLP ............................................................. 45

3.17. Troca do botijão de GLP ....................................................... 46

3.18. Cilindro P-20 para empilhadeira ........................................... 46


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3.19. Painel – funcionamento ........................................................ 47

3.20. Pneus - pressão e condições ................................................ 47

3.21. Radiador – colmeia e água ................................................... 48

4. Operação ...................................................................................... 51

4.1. Dimensionamento de espaços ............................................... 52

4.2. Material de reprocessamento ................................................. 53

4.3. Armazém de produtos acabados ........................................... 53

4.4. Planejamento de espaço e layout da armazenagem ............. 53

4.5. Layout .................................................................................... 55

4.6. Espaçamento entre colunas ................................................... 55

4.7. Corredores ............................................................................. 55

4.8. Determinação do espaço de manobra para empilhadeira ...... 58

4.9. Mínima largura para empilhamento em ângulo reto ............... 58

5. Referências Bibliográficas ............................................................ 60

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1. Princípios, partes e funcionamento da máquina

A movimentação de cargas trata-se de uma técnica utilizada para içar,


transportar e deslocar determinada carga com o auxílio de máquinas,
equipamentos ou manualmente. A movimentação de cargas tem como objetivo
facilitar o transporte, a montagem e o armazenamento das cargas.
Este Curso de Operador de Empilhadeira visa capacitar o profissional na
área de Transporte, movimentação, armazenamento e manuseio de materiais.
Tem o objetivo de fornecer instruções e procedimentos ao aluno para
operar a empilhadeira com segurança e eficiência, de forma a evitar acidentes,
preservar as boas condições do equipamento e produzir satisfatoriamente as
necessidades.

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1.1. A empilhadeira – conceito;

A empilhadeira é um veículo automotor utilizado para transporte e


movimentação de materiais. Dotada de garfos e outros dispositivos de
sustentação de carga, a empilhadeira foi projetada de forma a permitir a
movimentação e o deslocamento de materiais tanto no sentido horizontal como
vertical.
É utilizada para transportar, empilhar e desempilhar cargas, possuindo a
capacidade de se autocarregar e descarregar, de acordo com as especificações
dos fabricantes.
Seu custo e manutenção são elevados. O operador tem em mãos,
diariamente, um patrimônio inestimável.
Tornou-se hoje em dia imprescindível a utilização de empilhadeiras nas
indústrias, devido à quantidade de produção ou tamanho das peças, cuja
remoção manual necessitaria de um grande número de pessoas.
Existem empilhadeiras de diversas capacidades, tamanhos e modelos
com diversos dispositivos aplicáveis a diversos modelos, tais como: garras
especiais para tambores, fardos, mecanismos puxa-empurra, dispositivos para
rotação da carga etc.
As mais comuns são usadas em galpões fechados e centros de
distribuição, as empilhadeiras podem ser movidas a diferentes fontes de
energias como: elétricas, combustão a gás, diesel, gasolina entre outras.

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1.2. Classificação das empilhadeiras

Quanto a fonte de energia:

As empilhadeiras podem ser movidas a:

 Gasolina – é a empilhadeira que mais polui o ambiente;


 Diesel – apresenta menos poluição que a de gasolina;
 Gás – por ser mais perfeita a queima, polui menos que outros
combustíveis;
 Eletricidade – mais usada nas empresas alimentícias,
farmacêuticas e em espaços confinados. Neste tipo de empilhadeira existe
maior possibilidade de incêndio que nos demais.
Atualmente pode-se adaptar no escapamento de qualquer empilhadeira
com motor de combustão interna o oxicatalisador que elimina os odores e o
monóxido de carbono, reduzindo o índice de poluição.

Quanto à transmissão, as empilhadeiras com motor de combustão


interna podem ser:

Mecânica normal - possui câmbio com conversor de torque, com até


quatro velocidades a frente e a ré.

Automática – a mudança de marcha e sentido de direção é feito


automaticamente através de controle de alavanca e/ou pedal, cuja força e
velocidade é desenvolvida de acordo com a necessidade.

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1.3. O Equilíbrio da empilhadeira

A empilhadeira é construída de maneira tal que o seu princípio de


operação é o mesmo de uma gangorra.
Assim sendo, a carga colocada nos garfos deverá ser equilibrada por um
contrapeso igual ao peso da carga colocada no outro extremo, desde que o ponto
de equilíbrio ou centro de apoio esteja bem no centro da gangorra.

Ilustração demonstrativa

Entretanto, podemos, com um mesmo contrapeso, empilhar uma carga


mais pesada, bastando para isso deslocar o ponto de equilíbrio ou centro de
apoio para mais próximo da carga.

Ilustração demonstrativa

Assim sendo, é muito importante saber qual a distância do centro das


rodas até onde a carga é colocada.
Toda empilhadeira tem a sua capacidade de carga especificada a um
determinado centro de carga, isto em virtude de transportar sua carga fora da
base dos seus eixos, ao contrário do que acontece com uma carga transportada
por caminhão.

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Ilustração demonstrativa

O centro de carga é a medida tomada a partir da face anterior dos garfos


até o centro da carga. Tem-se como norma especificar as empilhadeiras até
999kg a 40cm do centro de carga, de 1.000 até 4.999, 50cm, e, de 5.000 até
7.000kg, 60cm.

Ilustração demonstrativa

Caso o peso da carga exceda a capacidade nominal da empilhadeira ou


o centro de carga esteja além do especificado para ela, poderá ocorrer um

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desequilíbrio e consequente tombamento, com sérios prejuízos, tanto para o
operador, quanto para o equipamento ou para a carga.

Ilustração demonstrativa

Os fatores que influem no equilíbrio de uma gangorra são os pesos


utilizados em seus extremos e as distâncias desses pesos em relação ao centro
de apoio ou ponto de equilíbrio.

Como não se pode variar o peso próprio de uma empilhadeira, nem a


posição do seu centro de gravidade em relação ao centro das rodas dianteiras,
ficamos limitados a procurar o equilíbrio somente escolhendo adequadamente
as dimensões e peso da carga e sua posição sobre os garfos.

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Ilustração demonstrativa

As empilhadeiras têm uma tabela onde é especificado o centro da carga


e a carga correspondente; é a placa de identificação.

A relação carga x distância obedece a tabela de carga abaixo:

Tabela de carga para empilhadeira de 2500kg

Se o operador tentar pegar o objeto, com centro de carga maior que o


especificado, sem obedecer à diminuição de peso relativa, pode comprometer a
estabilidade frontal da empilhadeira.

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Ilustração demonstrativa

Para se manter as cargas bem firmes em cima dos garfos, o comprimento


dos mesmos deve atingir pelo menos ¾ da profundidade de carga, ou seja, 75%.

Ilustração demonstrativa

Estabilidade lateral

Todo operador deve conhecer o que é estabilidade lateral, ou seja, como


operar a máquina sem correr o risco de que ela tombe para os lados.

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Ilustração demonstrativa

Para que haja estabilidade, qualquer equipamento precisa ter uma base
de apoio. Por exemplo:

Figura ilustrativa

Na empilhadeira, a base é feita em três pontos: dois deles estão na parte


frontal da máquina, são as rodas de tração. O terceiro ponto é o de união entre
o chassi e o eixo de direção, que é formado por um pino montado no meio do
eixo de direção e fixado ao chassi.

Ilustração do triangulo da estabilidade

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Esse tipo de montagem permite que as rodas de direção acompanhem as
irregularidades do terreno, fazendo com que as quatro rodas sempre estejam
tocando o solo.

Ilustração demonstrativa

Centro de gravidade

Além da base, há um outro dado importante para a estabilidade lateral,


que é o centro de gravidade.

Vamos tomar como exemplo a famosa Torre de Pisa. Imaginemos que


possamos amarrar um fio de prumo de pedreiro no centro de gravidade da torre.
Enquanto a ponta do prumo estiver dentro da base da torre ela não tombará,
porém se a inclinação for suficiente para que a ponta do prumo se desloque para
fora da base, a torre tombará.

Ilustração demonstrativa de centro de gravidade

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Quando elevamos ou inclinamos a carga, o centro de gravidade muda de
posição.

Ilustração demonstrativa

Considerando o fio de prumo no (CG), quando a empilhadeira passar


sobre uma pedra ou um buraco, se a ponta do prumo sair da base ela tombará.
Esse é um dos motivos de movimentarmos a empilhadeira com os garfos
levantados apenas no momento de empilhamento e desempilhamento, nunca
em grandes distâncias.

Ilustração demonstrativa

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Triângulo de Estabilidade

Na empilhadeira o ponto central de gravidade está localizado em algum


lugar na altura do motor, não se esquecendo também que a carga tem um centro
de gravidade. Neste caso surge um terceiro ponto que é o resultado da
combinação dos dois primeiros e vai variar de acordo com a movimentação feita
com a carga.

Ilustração demonstrativa

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Ilustração demonstrativa

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1.4. Componentes da empilhadeira

Carcaça ou chassi

É a estrutura metálica, geralmente em chapa de aço, que serve de


contrapeso para a carga e de proteção para vários componentes da
empilhadeira.

Ilustração de chassi de empilhadeira

Volante

Dispositivo de controle de direção do veículo. Pode ser girado tanto para


a direita como para a esquerda.

O volante deve ser mantido limpo, evitando-se choques que possam


danificá-lo, bem como tração desnecessária, por exemplo: utilizá-lo como apoio
para subir na empilhadeira.

Ilustração demonstrativa de instrumentos

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Contrapeso

Construído de ferro fundido, situa-se na parte traseira, serve para


equilibrar a empilhadeira.

Ilustração de um contrapeso de empilhadeira

Torre de elevação

Dispositivo utilizado na sustentação dos acessórios de movimentação de


materiais.
Movimentando-se no sentido vertical, inclinando-se para frente e para
trás.

Ilustração da torre e de garfos de empilhadeira

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Acessórios para movimentação de materiais

São dispositivos utilizados para carregar, transportar e empilhar


materiais.

Fixador de cargas Caçamba mecânica Garra para bobinas

Garfos (ou lanças) Inversor de cargas Lança guindaste giratória

Pedais

Dispositivos que auxiliam o comando do veículo.

 Embreagem: em empilhadeiras com transmissão com câmbio


mecânico, serve para desligar o motor do câmbio.

 Freio: serve para parar ou reduzir a velocidade, sendo que em


alguns tipos de empilhadeira, como no caso da Linde, o freio stop só deve
ser usado em casos extremos, e a empilhadeira irá parar apenas tirando-se
o pé do acelerador ou da ré.

 Acelerador: serve para imprimir maior velocidade ao veículo. (em


outros tipos de empilhadeira existe também o pedal de ré)

Pedais de empilhadeira

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Alavanca de freio e estacionamento

Deve ser usada para estacionar a empilhadeira ou para substituir o pedal


de freio em caso de uma eventual falha.

Buzina

Sinal sonoro, que deve ser acionado em cruzamentos, entrada e saídas


de portas e locais de pouca visibilidade, visando alertar pedestres e outros
veículos.

O uso correto é dar três toques curtos.

Motor

É o conjunto de força motriz do veículo que também movimenta as


bombas hidráulicas e o câmbio mecânico ou automático.

Esquema mecânico de empilhadeira

Sistema elétrico

É o conjunto formado pelo alternador, bateria, velas, ignição eletrônica,


alguns instrumentos do painel, lâmpadas etc.

Qualquer avaria nesse sistema é indicada pela lâmpada piloto.

Sistema de alimentação

É o conjunto de peças que serve para fornecer e dosar o combustível


utilizado na alimentação do motor de combustão interna.

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Sistema hidráulico

Conjunto que movimenta o óleo com pressão necessária para elevar e


inclinar a torre.

Sistema hidráulico principal

Bateria

Componente do sistema elétrico, que armazena energia elétrica à


empilhadeira.

Bateria estacionária

Em empilhadeiras com motor elétrico utiliza-se bateria tracionária que


serve para tracionar e alimentar todo o sistema elétrico. Serve também de
contrapeso.

Bateria tracionária

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Precauções que devem ser tomadas com a bateria para evitar
acidentes

Tabela de cuidados com a bateria

Pneus

Componentes sobre os quais se apoia e movimenta a empilhadeira.


Podem ser maciços ou com câmaras. A pressão normal dos pneus é de
100lb/pol².

Ilustração de Pneu de Empilhadeira

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Radiador

Em motores de combustão interna serve para alimentar o sistema de


arrefecimento do motor.

Radiador de empilhadeira

Alavanca de câmbio

Dispositivo que serve para transposição de marchas e, em alguns casos,


o sentido de direção do veículo.

Diferencial

É o conjunto de engrenagens que transmite movimento para as rodas, e


conserva o veículo em equilíbrio nas curvas, permitindo que as rodas dianteiras
se movimentem com velocidades diferentes uma da outra.

Caixa de câmbio

É o conjunto de engrenagens, que servem para mudar as velocidades e


o sentido de movimento do veículo, a partir do posicionamento que se dá à
alavanca de câmbio.

Transmissão automática

É o conjunto que permite a mudança automática das marchas.

Sistema de filtros

É o conjunto dos filtros de ar, combustível, lubrificante, hidráulico e


respiro.

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Painel de instrumentos

No painel de leitura, o operador encontra um observador fiel, que registra


os principais pontos vitais dos componentes da empilhadeira. Por isso, o
operador deve prestar muita atenção nesse painel, conservá-lo e, quando indicar
qualquer falha, levar a empilhadeira à oficina de manutenção. (Modelo apenas
demonstrativo, outras empilhadeiras podem ter informações diferentes.) .

Características dos instrumentos do painel

Lâmpada piloto do óleo

Utilidade – serve para verificar a pressão da bomba de óleo do motor.

Funcionamento – ao ligar a chave de contato, a lâmpada acende. Quando


o motor entrar em funcionamento, a lâmpada deve apagar-se

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Defeitos Consequências Verificação
Lâmpada não acende ao
Lâmpada queimada ligar a chave - lâmpada
queimada
Danificação do motor
Falta de pressão Lâmpada sempre acesa
falta de pressão
Excesso de
temperatura

Lâmpada piloto do alternador

Utilidade – indica se o alternador está produzindo carga.

Funcionamento – ao ligar a chave de contato, a lâmpada acende; ao


acelerar, esta deverá apagar-se, assim como a do óleo.

Defeitos Consequências Verificação


Lâmpada não acende
Lâmpada queimada Descarga de bateria ao ligar a chave -
lâmpada queimada
Alternador não Lâmpada sempre
Queima do alternador
produzindo carga acesa - falta de carga
Lâmpada piscando -
Regulador de Queima do regulador
regulador de voltagem
voltagem defeituosos de voltagem
defeituoso

Chave de contato

A chave de contato deve ser conservada sempre limpa, não deve ser
forçada e o operador deve sempre lembrar que nela está uma das primeiras
providências a serem tomadas em caso de emergência, pois desliga toda a parte
elétrica da máquina.
Nunca deixe a chave de contato na posição ligada para evitar danos na
bobina de ignição e descarregamento da bateria. Em algumas unidades é
proibido deixar a chave no contato sem o operador por perto, uma vez que isso
facilitaria com que pessoas não autorizadas utilizassem o equipamento.
(consultar norma interna da sua unidade).

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Horímetro

É um dispositivo que indica quantas horas o motor trabalhou. Serve para


que a manutenção possa ser feita de acordo com as especificações do fabricante
da máquina.

Ilustração Horímetro

Marcador de combustível

Em empilhadeiras alimentadas a gasolina e diesel, é um dispositivo que


acusa o nível de combustível no tanque. Já em empilhadeiras a gás, o sistema
indicador do gás fica no botijão.

Um operador precavido, por questões de segurança, deve conservar


sempre a metade da capacidade do tanque de combustível.

Marcador de combustível
E=Tanque vazio, F= Tanque cheio

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Marcador de temperatura

É um dispositivo que serve para verificar a temperatura da água do


sistema de arrefecimento do motor.

Partes principais – ponteiro e mostrador com marcador.

Marcador de temperatura

Lâmpada piloto

Acende com o sistema de arrefecimento superaquecido.

O motor pode ser danificado pelo excesso de temperatura.

Providências: parar, desligar o motor do veículo e avisar a oficina de


manutenção.

Afogador

É um dispositivo que regula a entrada de ar no carburador.

Problemas mais comuns: cabo arrebentado ou borboleta solta.

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Símbolos utilizados no painel de instrumentos

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Comando da torre

Alavancas que acionam o sistema hidráulico, movimentando a torre.


Dependendo da marca da empilhadeira, diferem na localização, número de
alavancas e posições delas.

Empilhadeira Yale

Possui uma alavanca de elevação e outra de inclinação, localizadas à


direita do operador.

Empilhadeira Hyster

Possui uma alavanca que eleva e inclina a torre, situada à direita do


operador.

Empilhadeira Clark

Possui uma alavanca de elevação e outra de inclinação, localizadas à


direita do operador.

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Há empilhadeiras que possuem acionamento hidráulico dos garfos no
sentido horizontal e movimento giratório de 360º (graus)

Empilhadeira Toyota

Possui uma alavanca de elevação e outra de inclinação, localizada à


direita do operador.

Caixa de câmbio

É um conjunto de engrenagens que servem para mudar as velocidades


e o sentido de movimento do veículo.

Alavanca de câmbio

Em empilhadeiras com câmbio mecânico, serve para mudar as marchas


de acordo com a necessidade. Dependendo da marca da empilhadeira, difere na
localização, números de alavancas, de marchas e posições destas.

Empilhadeiras Yale

Possui uma alavanca situada à direita do operador.

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Empilhadeira Toyota

Possui uma alavanca de transposição de marchas e outra de reversão,


situadas à direita do operador. A primeira marcha é em cima e a segunda
embaixo, fugindo, portanto, do convencional das outras empilhadeiras de câmbio
mecânico.

Empilhadeira Hyster

Possui uma alavanca de reversão (frente-ré) localizada à esquerda, na


coluna de direção, e outra de mudança de marchas à direita do operador.

Empilhadeira Clark

Possui uma alavanca de reversão (frente-ré) localizada à esquerda, na


coluna de direção, e outra de mudança de marchas à direita do operador.

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Símbolos utilizados no comando hidráulico

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2. Normas de Segurança
NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de
Materiais

11.1. Normas de segurança para operação de elevadores, guindastes,


transportadores industriais e máquinas transportadoras.

11.1.3. Os equipamentos utilizados na movimentação de materiais, tais


como ascensores, elevadores de carga, guindastes, monta-carga, pontes-
rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras-rolantes, transportadores de
diferentes tipos, serão calculados e construídos de maneira que ofereçam as
necessárias garantias de resistência e segurança e conservados em perfeitas
condições de trabalho.

11.1.3.1. Especial atenção será dada aos cabos de aço, cordas,


correntes, roldanas e ganchos que deverão ser inspecionados,
permanentemente, substituindo-se as suas partes defeituosas.

11.1.3.2. Em todo o equipamento será indicado, em lugar visível, a carga


máxima de trabalho permitida.

11.1.5. Nos equipamentos de transporte, com força motriz própria, o


operador deverá receber treinamento específico, dado pela empresa, que o
habilitará nessa função.

11.1.6. Os operadores de equipamentos de transporte motorizado


deverão ser habilitados e só poderão dirigir se durante o horário de trabalho
portarem um cartão de identificação, com o nome e fotografia, em lugar visível.

11.1.6.1. O cartão terá a validade de 1 (um) ano, salvo imprevisto, e, para


a revalidação, o empregado deverá passar por exame de saúde completo, por
conta do empregador.

11.1.7. Os equipamentos de transporte motorizados deverão possuir sinal


de advertência sonora (buzina).

11.1.8. Todos os transportadores industriais serão permanentemente


inspecionados e as peças defeituosas, ou que apresentem deficiências, deverão
ser imediatamente substituídas.

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11.1.9. Nos locais fechados ou pouco ventilados, a emissão de gases
tóxicos, por máquinas transportadoras, deverá ser controlada para evitar
concentrações, no ambiente de trabalho, acima dos limites permissíveis.

11.1.10. Em locais fechados e sem ventilação, é proibida a utilização de


máquinas transportadoras, movidas a motores de combustão interna, salvo se
providas de dispositivos neutralizadores adequados.

11.2.5. As pilhas de sacos, nos armazéns, terão a altura máxima


correspondente a 30 (trinta) fiadas de sacos quando for usado processo
mecanizado de empilhamento.

11.2.7. No processo mecanizado de empilhamento, aconselha-se o uso


de esteiras-rolantes ou empilhadeiras.

11.3. Armazenamento de materiais.

11.3.1. O peso do material armazenado não poderá exceder a capacidade


de carga calculada para o piso.

11.3.2. O material armazenado deverá ser disposto de forma a evitar a


obstrução de portas, equipamentos contra incêndio, saídas de emergências, etc.

11.3.3. Material empilhado deverá ficar afastado das estruturas laterais do


prédio a uma distância de pelo menos 50cm (cinquenta centímetros).

11.3.4. A disposição da carga não deverá dificultar o trânsito, a iluminação


e o acesso às saídas de emergência.

11.3.5. O armazenamento deverá obedecer aos requisitos de segurança


especiais a cada tipo de material.

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2.1. Tabela de observações diárias

Abaixo temos uma tabela ilustrativa, porém, a empresa possui um “check


list” ou lista de checagem padrão. (FO 0189)

Empilhadeira nº_______________

Horímetro__________________________

Operador chapa nº______________


Departamento___________________________

Data __/__/__ Início_______________ Término ____________________

Inspeção

1. Água da bateria;
2. Cabos da bateria;
3. Água do radiador;
4. Nível do óleo do cárter;
5. Nível de óleo hidráulico;
6. Correia do ventilador;
7. Filtro de ar;
8. Estado geral e pressão dos pneus;
9. Buzina;
10. Folga do pedal da embreagem;
11. Freio de estacionamento;
12. Roletes da torre;
13. Extintor de incêndio;
14. Abastecimento de combustível;
15. Nível do óleo da transmissão;
16. Freio de serviço;
17. Marcador de combustível;
18. Luz de advertência de carga da bateria;
19. Indicador de temperatura;
20. Indicador pressão do óleo.

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2.2. Resumo

Segurança é um fator básico quando se opera a empilhadeira. Sempre


que a máquina for colocada em movimento, o operador deve estar preparado
para os imprevistos. As empilhadeiras não devem ser dirigidas por pessoas que
não estejam habilitadas ou autorizadas. Ao colocar a empilhadeira em
movimento, o operador deve fazê-lo com cuidado e observar o ambiente.
O operador deve estar sempre atento ao painel, pois este mostra
irregularidades da máquina. Na troca de marchas, o operador deve ter cuidado,
pois uma avaria na caixa de câmbio leva bastante tempo para ser consertada e,
consequentemente haverá prejuízos para a empresa. As empilhadeiras devem
ser freadas suavemente. Deslizamento das rodas e frenagens violentas é
perigoso e prejudicial ao veículo e a carga. O operador deve dirigir com cuidado
nos locais onde existem outras empilhadeiras.
Nessas condições, o operador deve estar atento ao sentido de
deslocamento (direção) dos veículos.
A habilidade de um operador em evitar acidentes é uma indicação de
sua perícia. Qualquer pessoa pode aprender a dirigir uma empilhadeira, mas
poucas podem realizá-la com segurança e qualidade.

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3. Manutenção
Um bom operador, além de dirigir, deve saber detectar defeitos e
encaminhar para a equipe de manutenção. Caso não o faça, os defeitos podem
se tornar maiores ou mais perigosos. Essa detecção diminuirá o custo e o tempo
de parada da máquina.

3.1. Torre

Defeitos Causas
Falta de óleo devido ao
Não atinge o limite vazamento em válvulas de
máximo de elevação comando, mangueiras ou
retentores

Tomba para a frente Gaxeta estragada

Quebra da corrente Desgaste por fadiga

Deficiência do material;
Quebra de rolete Penetração de corpos estranhos;
Desgaste por fadiga

Quebra do eixo da bomba;


Não eleva e nem Trava da correia da bomba;
inclina Trava da válvula principal de
elevação ou de inclinação

Desce devagar
Desgaste de gaxeta;
quando suspensa sem
Trava da válvula
ser acionada

 Consequências – possíveis acidentes


 Providências: notificar a chefia e levar a empilhadeira à oficina.

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3.2. Volante

Defeitos Causas
Desregulagem da válvula
de pressão do óleo;
Volante duro ao Quebra da correia da
movimentar bomba;
Quebra do terminal no
pistão de direção;

 Consequências: dificuldades para manobrar a empilhadeira.


 Providências: notificar a chefia e levar a empilhadeira à oficina.

3.3. Pedais

3.3.1 Embreagem

Defeitos Causas
Com muita ou sem
Desregulagem
folga
Uso excessivo/pedal
sem folga;
Disco gasto
Dirigir com o pé
apoiado no pedal;
Má lubrificação;
Rolamento gasto Dirigir com o pé
apoiado no pedal;

 Consequências: dificuldades de engate das marchas.


 Providências: notificar a chefia e levar a empilhadeira à oficina.

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3.3.2 Acelerador

Defeitos Causas
Acionando o pedal do
acelerador, não se
Quebra do terminal da haste
altera a rotação do
motor

Motor acelerado Molas soltas ou quebradas

 Consequência: impossibilidade de trafegar com a empilhadeira.


 Providências: notificar a chefia e chamar o mecânico.

3.3.3 Freios

Defeitos Causas
Vazamento de fluido na
borrachinha do cilindro mestre
Perda total dos freios ou borrachinha do cilindro da
roda;
Tubulação

Perda parcial dos freios Lonas excessivamente gastas

 Consequências: risco de capotamento, atropelamento, colisão e


tombamento.
 Providências: notificar a chefia e chamar o mecânico

3.4. Freios de mão

Defeitos Causas
Quebra do cabo de aço;
Freio não trava as rodas
Desregulagem

 Consequências: possíveis acidentes.


 Providências: notificar a chefia e levar a empilhadeira à oficina.

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3.5. Pneus

Defeitos Causas

Choques contra obstáculos;


Manobras em lugares
Cortados ou furados
apertados e impróprios para
transitar

Com desgastes Saídas e freadas bruscas:


excessivos Pneus abaixo da pressão

Bico torto;
Vazamento na válvula Válvula solta;
Sujeira na válvula

 Consequências: Cortados ou desgastados implicarão em riscos


de acidentes; Abaixo da pressão ocasionarão maior esforço do
motor.
 Providências: Notificar a chefia e levar a empilhadeira para
calibragem.

3.6. Bateria

Defeitos Causas

Falta de água destilada;


Alternador não carrega;
Quebra da correia que aciona o
Descarregada
alternador;
Desgaste dos contatos do
regulador de voltagem.

Placas grudadas Falta de água destilada;

 Consequências: não armazenamento de energia.


 Providências: não insistir no botão de partida, chamar o mecânico
e notificar a chefia.

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3.7. Motor

Defeitos Causas
Vazamento de água nas
mangueiras;
Vazamento na bomba de água;
Falta de água;
Má vedação da tampa do
Superaquecimento radiador;
Correia do ventilador, frouxa ou
quebrada;
Colmeia suja;
Má regulagem do ponto de
ignição

Carburador entupido;
Bobina queimada;
Ignição danificada;
Velas desgastadas;
Motor não pega
Bateria descarregada;
Motor de partida danificado;
Entupimento de circuito de gás;
Falta de combustível;

 Consequências: Fundir o motor e descarregar a bateria.


 Providências: se estiver superaquecido, parar a empilhadeira
imediatamente; Notificar a chefia e chamar o mecânico.

42
3.8. Tipos de motor

Existem 3 tipos de motor utilizados em empilhadeiras:

1. Motor de combustão interna, com ignição por centelha, com


kits de ignição e carburação ou com injeção eletrônica. Ex.: gasolina,
gás e álcool.

2. Motor de combustão interna com ignição por compressão.


Neste caso existem kits, a ignição ocorre por compressão gerada pela
bomba injetora e bicos de injeção. Ex: motor e diesel.

3. Motor elétrico, neste caso o sistema de funcionamento é


todo elétrico alimentado por bateria tracionaria.

3.9. Verificação diária

As empilhadeiras trabalham 24 horas ininterruptamente.

Para seu bom funcionamento e para que não haja interrupção durante a
jornada de trabalho, é imprescindível que antes do início de cada turno se façam
as seguintes verificações:

3.10. Bateria – água e cabos

 Retirar as tampas
 Verificar se a água cobre as placas.
 Acionar a manutenção para completar o nível com água destilada,
caso necessário. (No caso da bateria tracionaria)
 Movimentar os cabos e verificar se estão soltos ou danificados.
(No caso da bateria tracionaria)
 Avisar o mecânico, se constatar alguma irregularidade.

Demonstração de Checklist bateria

43
3.11. Óleo do cárter – nível

 Retirar a vareta
 Limpar a vareta com pano limpo.

Demonstração de limpeza de vareta

 Introduzir até o fim no local de onde foi retirada.


 Retirar novamente a vareta.
 Verificar se o nível do óleo se encontra entre os dois traços da
vareta.
 Caso haja necessidade de completar o nível de óleo, chamar o
mecânico.

3.12. Óleo do hidráulico – nível

Proceder do mesmo modo que o óleo do cárter, e caso o nível esteja


abaixo do traço inferior da vareta, avisar ao mecânico para completar com óleo,
recomendado pelo fabricante.

Verificação do nível de óleo

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3.13. Embreagem – folga

Comprimir o pedal e verificar se a folga está em torno de 1” (polegada).

3.14. Freio – folga

Comprimir o pedal e constatar se este encontra resistência.

Demonstração de pedais

O pedal nunca deve encostar no assoalho da empilhadeira.

3.15. Combustível – quantidade

Verificar se a quantidade é suficiente através dos marcadores.

Instrumento de indicação de combustível

3.16. Alimentação de GLP

Em empresas com várias empilhadeiras a combustão por GLP, poderá


haver um reservatório grande alimentado pelo distribuidor através de caminhões.
Pessoas credenciadas são treinadas junto ao distribuidor para fazer o
abastecimento nas empilhadeiras, mediante a horários estipulados ou conforme
necessidade de abastecimento, utilizando-se de equipamentos de segurança.

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3.17. Troca do botijão de GLP

Como conectar o P-20 na empilhadeira:


 Utilizar luvas nas mãos e óculos de proteção;
 Ao substituir o vasilhame verifique se a válvula está corretamente
fechada antes de conectar o pigtail (rabicho);
 Verifique se o engate macho da garrafa da empilhadeira possui o
anel de vedação;
 Procure fazer a substituição da garrafa sempre em lugar bem
ventilado;
 Nunca faça a troca do vasilhame próximo a fagulhas
incandescentes ou qualquer outra fonte de ignição;
 Procure conectar o engate fêmea no engate macho com este
voltado para cima, pois se ocorrer vazamento será na fase gasosa, evitando,
assim, acidente com lesões graves no operador, por frio intenso;
 Antes de desconectar o pigtail você deve primeiramente fechar a
válvula da garrafa com a empilhadeira em funcionamento para queimar o gás
da tubulação;

3.18. Cilindro P-20 para empilhadeira

Válvula especial para empilhadeira

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3.19. Painel – funcionamento

Verificar se todos os instrumentos do painel estão funcionando


normalmente, com o motor ligado.

Ilustração de painel de instrumento da empilhadeira Hyster

3.20. Pneus - pressão e condições

 Retirar a tampa da válvula do pneu;


 Pressionar o bico do calibrador contra o bico da válvula do pneu;
 Fazer leitura tomando como referência a borda do corpo;
 Completar, se a pressão estiver abaixo de 100 libras;
 Esvaziar, caso a pressão seja superior a 100 libras;
 Verificar se os pneus se encontram cortados ou excessivamente
gastos;
 Verificar rachaduras e estragos.

Ilustração demonstrativa de verificação de pneus

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3.21. Radiador – colmeia e água

 Não retirar a tampa;


 Checar o nível visualmente;
 Caso identifique a necessidade de completar o fluído de
arrefecimento, acionar a manutenção;

Ilustração demonstrativa de água e radiador

 Verificar se a colmeia está suja; caso esteja, passar ar


comprimido;
Se o motor estiver superaquecido, desligar o veículo e chamar a
manutenção.

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Vamos ver o que você aprendeu?

Agora que aprendemos


sobre o conceito de empilhadeira, você conseguiria definir este conceito?

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Quanto a fonte de energia. As empilhadeiras podem ser movidas:


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Quando acender qualquer luz do painel de instrumentos da


empilhadeira, qual ação a ser tomada?
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O que é o Horímetro e qual a sua finalidade na empilhadeira?

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Quando o volante da empilhadeira se encontrar duro, cite uma
causa desse defeito.

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Qual a primeira coisa a se fazer antes de operar a empilhadeira?

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4. Operação
As tabelas abaixo, resumem duas fases de operação de empilhadeira:
transporte e descarregamento de materiais:

Fases Precauções
Em baixa velocidade e com atenção;
Buzinando nos cruzamentos;
Levantando o garfo ao ultrapassar
Movimente a obstáculos;
empilhadeira Procurando o caminho mais curto;
Dirigindo em marcha ré quando faltar
visão de frente e ao descer rampas
carregado.

Observando a carga;
Pare a máquina ao
Analisando o percurso;
inverter posições
Tomando cuidado com pedestre

Fases operacionais para transportar materiais diversos.

Fases Precauções

No local demarcado;
Posicione a máquina Verificando as distâncias entre
as pilhas.

Pare a frente;
Movimente a máquina Lentamente;
Centralizado
Coloque a torre na vertical Lentamente

Abaixe os garfos Lentamente

Dê marcha à ré com a
Lentamente
máquina.
Coloque os garfos na Horizontalmente 15 a 20 cm do
posição normal solo.

Fases operacionais para descarregar a empilhadeira

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4.1. Dimensionamento de espaços

O problema de dimensionamento de espaços envolve toda a instalação


de uma indústria, desde a recepção, passando pela produção, até a expedição.
Para otimizar o dimensionamento de espaços, temos que levar em conta os
seguintes itens:

Recepção

Durante o processo de recepção e prévia disposição.

Estocagem

Armazenagem segura de matéria-prima e de peças necessárias até a


requisição pela produção.

Suprimento

Itens não produtivos utilizados para o suporte da produção: suprimento


para a manutenção e equipamentos; suprimento para o(s) escritório(s), etc.

Em processo

Materiais parcialmente processados em espera de operações


subsequentes.

Peças acabadas

Esperando montagem (pode-se armazená-la também em áreas situadas


na própria linha de processamento em uma forma útil).

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4.2. Material de reprocessamento

Material, peças, produtos etc., que permitem o reprocessamento em


uma forma útil.

Refugos

Cavacos, sucatas.

Acúmulo, separação e disposição de itens que não são mais úteis.

Miscelâneas

Equipamentos não usados, ferramentas, containers, paletes etc., para


um possível emprego no futuro.

4.3. Armazém de produtos acabados

 Recebimento de produtos acabados da produção;


 Armazenagem dos produtos com segurança e ordenamento;
 Seleção ordenada dos produtos a serem enviados à expedição;
 Embalagem para a expedição.

Identificados os vários tipos de problemas de armazenagem em um


empreendimento, torna-se necessário considerar o planejamento do espaço.

Assim, todos os tipos de estoque serão denominados de estoque


apenas, desde que os dados a serem coletados, sua análise e processos sejam
praticamente idênticos para todas as categorias e tipos de estoque.

4.4. Planejamento de espaço e layout da armazenagem

Uma série enorme de materiais e produtos diversos são estocados em


qualquer indústria. Para isso, basta que qualquer item, seja utilizado
periodicamente e que seja imperativa a existência desse item dentro da
organização na ocasião de sua utilização.

Um layout de armazenagem leva em conta as exigências de estocagem


de curto e longo prazo, partindo de um conhecimento bastante aproximado das

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tendências do material estocado e das eventuais flutuações de demanda,
informações sem as quais o layout se torna uma simples previsão sem base.

Antes de se efetuar um planejamento do espaço, é necessário obter uma


grande quantia de dados detalhados, tais como:

 Máximo estoque;
 Estoque médio;
 Política de reposição;
 Unidades de estocagem;
 Volume recebido/expedido por período de tempo de área de
estocagem (disponível ou sendo planejada): granel, reservada, varejo,
segurança, refrigerada, porta-paletes, prateleiras, estantes e área externa;

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4.5. Layout

No projeto do layout há diversos itens que merecem considerações


cuidadosas, tais como:

 Tamanho do produto;
 Tamanho do pallet;
 Equipamento mecânico a ser usado (empilhadeira para corredor
estreito e empilhadeira contrabalanceada);
 Razão entre a largura do corredor e o tamanho do pallet;
 Espaçamento do palete nos porta-paletes;
 Espaçamento entre dois paletes;
 Espaçamento das colunas;
 Formato e tamanho da edificação;
 Localização desejada do recebimento e expedição;
 Localização dos corredores;
 Área de serviço requerida, sua localização e tamanho desejado.

4.6. Espaçamento entre colunas

Este espaçamento é importantíssimo no projeto de um bom armazém, e


é difícil a sua determinação. Ele determinará as dimensões da estrutura porta-
paletes, que por sua vez influenciará no espaçamento das colunas.

Todos os fatores com seu inter-relacionamento devem ser estudados para


se conseguir otimização no uso do espaço.

4.7. Corredores

O arranjo e dimensionamento dos corredores é uma das chaves para se


conseguir a máxima eficiência do armazém. Eles são os caminhos de passagem
dentro e entre as áreas de estocagem, recebimento e expedição.

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Devem ser localizados de forma a manter um bom acesso ao estoque,
aos equipamentos de carga e descarga, e às áreas de serviços auxiliares.

Alguns dos fatores que afetam a distribuição e a largura dos corredores


são:

 Tipo de estrutura de armazenagem; equipamento de


movimentação (tipo, tamanho, capacidade, raio de giro, etc.);

 Tamanho dos itens estocados;

 Distância e acessibilidade às portas e às áreas de carregamento e


descarregamento;

 Tamanho dos lotes estocados;

 Localização das paredes corta-fogo;

 Capacidade de carga do piso;

 Localização de elevadores e rampas;

 Facilidade de acesso desejado.

Há diversos tipos de corredores, os mais comuns são:


 Corredores de trabalho: São aqueles através dos quais o
material é colocado ou retirado na estocagem:

 Corredores de transporte principal: se estendem através de


todo o prédio e permitem tráfego nos dois sentidos.

 Corredores de cruzamento: se estendem através de todo o


prédio, geralmente conduzindo à porta oposta do armazém.

 Corredores de pessoal: São aqueles utilizados somente por


pessoas para acesso às áreas especiais ou interiores da edificação. Devem, na
medida do possível, serem demarcados.

 Corredores auxiliares: Necessários para acesso a fontes de


utilidades, equipamentos anti-incêndios etc.

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A seguir estão relacionadas algumas sugestões úteis para
dimensionamento dos corredores, obtidos da prática:

 Os corredores devem ser retilíneos (o máximo possível);

 Não devem ser obstruídos;

 Devem conduzir a portas quando possível;

 As interseções devem ser minimizadas;

 Os corredores devem ser suficientemente largos para permitir


uma operação eficiente;

 As colunas podem ser utilizadas frequentemente como linhas de


fronteiras;

 Todos os itens estocados devem ser convenientemente


acessíveis;

 Os corredores devem ser identificados por uma linha de largura


de 8 a 10cm demarcada no piso;

 Todos os corredores devem ter mão única de direção, menos os


corredores de transportes principais.

 Todos os itens devem estar armazenados de forma evitar


obstrução de portas, extintores e saídas;

 Os itens empilhados deveram ficar afastados das estruturas


laterais do prédio, a uma distância de pelo menos 50cm;

 O armazenamento da carga não deve atrapalhar o trânsito,


iluminação e acesso as saídas;

 Os corredores devem ser identificados por uma linha de largura


de 8 a 10cm demarcada no piso;

 Todos os corredores devem ter mão única de direção, menos os


corredores de transportes principais.

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Corredores irregulares “labirinto” Corredores contínuos e ordenados

4.8. Determinação do espaço de manobra para empilhadeira

No momento de escolher o tipo de veículo mais conveniente para as


operações de movimentação de materiais, o corredor de operação deve
condicionar a largura livre necessária para o equipamento num giro de 90º, para
depósito, remoção, empilhamento, desempilhamento, de materiais e produtos,
como um dos fatores mais importantes de decisões.

4.9. Mínima largura para empilhamento em ângulo reto

A largura do corredor para o empilhamento em ângulo reto significa a


largura necessária do corredor para girar uma empilhadeira em 90º, a fim de
depositar um material na lateral de um corredor. Três fatores são envolvidos para
determinar esta dimensão:

 Raio de giro (R¹);

 Distância entre a linha central do eixo dianteiro (tracionário) e


frente do suporte dos garfos, mais o fator (D);

 Comprimento da carga (W).

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Conforme mostra a figura abaixo, à medida que aumenta a folga entre
as cargas, a largura necessária do corredor torna-se menor. Desse modo,
considera-se a dimensão da largura do corredor para empilhamento ou a largura
entre os suportes verticais das prateleiras.

Empilhamento em ângulo de 90°

Como as especificações do raio de giro, as dimensões do corredor para


empilhamento em ângulo reto são determinadas sob condições ideais de
operação.

Quando a recomendação dessa dimensão é importante, é aconselhável


adicionar 150 a 300mm à largura do corredor para empilhadeiras de médio porte
(1.000 a 4.000kg de capacidade) e até 800mm ou mais quando tratar-se de
empilhadeira de maior porte.

Isso permitirá ao operador efetuar giros mais suaves e velocidade normal


de operação sem preocupar-se com a precisão da aproximação na área de
empilhamento.
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5. Referências Bibliográficas

ABNT, NBR 7500; transporte, armazenamento e manuseio de materiais;


simbologia, Rio de Janeiro, 1983.

CLARK, Manual de instrutores do operador de empilhadeira. S.n.t. HYSTER.


Manual do operador de empilhadeira. S.n.t 40p.

http://www.forkliftaction.com/news/newsdisplay.aspx?nwid=10867

http://www.ocarreteiro.com.br/modules/cargasperigosas.php

http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/conteudo/2442-acidentes-com-
empilhadeiras-e-dicas-de-seguranca

Masters Training, Manual de Segurança na Operação de Empilhadeiras, Leme,


2019

Petrobras - Manual de segurança em movimentação de cargas da UN- BC –


2004. Padrões Petrobras, 2018

NIOSH (National Institute for Occupation Safety and Health) para movimentação
de cargas.

Normas Regulamentadoras – NR 6 – NR 11 – NR 12 – NR 17 – NR 18 – NR 34.

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