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Universidade Federal de Lavras

Departamento de Ciência da Computação

GUIA DE AULAS PRÁTICAS DE


ELETRÔNICA 1

para o curso de Engenharia de Controle e Automação

Prof. João Carlos Giacomin


SUMÁRIO
1. Regras do Laboratório

2. Equipamentos utilizados nas aulas práticas

1a PÁTICA
Resistores Voltímetros e Amperímetros

2a PÁTICA
Teorema de Thevenin

3a PÁTICA
Osciloscópio e gerador de funções

4a PÁTICA
Diodos e Diodo Zener

5a PÁTICA
Retificadores

6a PÁTICA
Ceifadores e Grampeadores

7a PÁTICA
MultSim – EWB

8a PÁTICA
Filtragem e regulação

9a PÁTICA
Polarização de transistor bipolar

10a PÁTICA
Transistor bipolar como amplificador

11a PÁTICA
FET e MOSFET

12a PÁTICA
SCR e Triac

Anexos:
1. Código de cores para resistores
2. Catálogo do diodo 1N4007
3. Catálogo do transistor BC547
4. Tutorial de utilização do Multisim-EWB

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1. REGRAS DO LABORATÓRIO
Algumas normas deverão ser seguidas pelos usuários do Laboratório de Eletrônica do
DCC-UFLA no desenvolvimento da aulas práticas, bem como na elaboração dos relatórios.
Para melhorar o rendimento e o aproveitamento do laboratório, a experiência deve ser
preparada individualmente antes de sua realização pelo grupo. A preparação individual será avaliada
pelo professor e será um dos itens para definição da nota de conceito do aluno.
O atraso máximo permitido aos alunos será de 20 minutos; após esta tolerância, o aluno
poderá entrar na sala e fazer a prática, mas ficará com registro de falta na aula.
A ausência do aluno no laboratório implica em nota zero na experiência correspondente.
O número de alunos por grupo é de no máximo três e mínimo 2.
O número máximo de grupos é 10, e o mínimo será N tal que (2*N+1) ≥ Número de alunos
em sala, isto quer dizer que se na sala estiverem menos de 21 alunos, todos os grupos deverão ser de
2 alunos a menos de 1 grupo que terá 3 alunos caso o número de alunos seja ímpar.
A experiência deve ser conduzida com cautela, atenção e organização. Cada grupo deve
trazer o roteiro da experiência e as preparações individuais. O grupo deve zelar pela conservação dos
materiais e dos equipamentos do laboratório. O manuseio adequado e consciente dos equipamentos
pelo grupo será verificado e avaliado pelo professor.
Após o término da experiência, cada grupo deve reorganizar a bancada utilizada, e os
materiais e equipamentos de empréstimo deverão ser devolvidos ao professor.
Deve ser entregue um relatório por grupo para cada experiência.
Se o relatório entregue por um grupo for cópia do relatório de um outro grupo, ambos os
relatórios serão descartados e a nota será zero.
A entrega do relatório deve ser feita até a próxima experiência. A nota máxima do relatório
será reduzida de 25% a cada semana, até atingir zero. Isto quer dizer que se o relatório não for entregue
na aula seguinte à da prática, a nota máxima será 75%, se houver mais uma semana de atraso, a nota
máxima será 50%, se houver um mês de atraso, a nota será zero.

O relatório deverá conter :


- Folha de identificação com o Número e título da experiência, data de realização da
experiência, data da entrega do relatório, nome dos componentes do grupo;
- Cálculos e outras informações solicitadas no guia de aula prática, como especificação e
características de componentes ou elaboração de projetos;
- Resultados da Experiência obtidos conforme PROCEDIMENTOS SOLICITADOS NO
ROTEIRO, acrescidos de COMENTÁRIOS E OBSERVAÇÕES;
- CONCLUSÕES (Síntese da experiência, principais resultados e conclusões, dificuldades e
recomendações para melhoria da experiência).
A Nota total das aulas práticas será a média das notas obtidas nos relatórios,
somada à nota do trabalho prático (os pesos são definidos no início dos
semestre pelo professor e pelos alunos):
Nota = (Peso Relatórios)*(Média Relatórios) + (Peso Trabalho)*(Nota Trabalho)
observação: Questões de laboratório serão incluídas na prova de Teoria.

Comportamento na aula
Ao iniciar a aula, os alunos deverão retirar os materiais e equipamentos necessários à execução da
prática.
Ao terminar a aula, o aluno deverá deixar sua bancada em perfeita ordem, observando:
Os bancos deverão ser colocados sob as mesas;
As mesas deverão estar limpas, sem resíduos de borrachas, restos de papel, copos descartáveis, etc.;
Os equipamentos deverão estar desligados e em ordem para o aluno que for utilizar a bancada em
seguida.
Os materiais e equipamentos de empréstimo deverão ser adequadamente devolvidos
O manuseio adequado e consciente dos equipamentos pelo grupo será verificado e avaliado pelo
professor.
Defeitos constatados em componentes, cabos ou equipamentos deverão ser comunicados ao
professor para que sejam tomadas providências no sentido de se efetuar a manutenção adequada.
Não é permitido fumar, comer ou beber dentro do Laboratório Didático.

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2. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NAS AULAS PRÁTICAS

Existem alguns equipamentos que serão constantemente utilizados no


desenvolvimento das experiências práticas. A seguir eles serão apresentados na
ordem de importância pelo uso.

2.1. MATRIZ DE CONTATOS

Também conhecida como Protoboard, é utilizada como base para se colocar e


conectar os componentes da prática. Cada ponto de conexão possui uma ligação
metálica, normalmente estas ligações são interconectadas em grupos de 5, apenas os
pontos alinhados horizontalmente formam grupos maiores, de 40 interconexões.
Normalmente estes são utilizados para alimentação do circuito, isto é, como terminais
de +12V, +5V, –12V e 0V (terra). A matriz de contatos apresentada na figura, possui
quatro terminais ligados a fontes de tensão, nas tensões citadas acima.

Fonte de tensão Grupo de 5 Grupo de 40

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2.2. MULTÍMETROS

Os multímetros são equipamentos destinados a fazer várias medidas elétricas,


principalmente medidas de Tensão, de Corrente e de Resistência. Alguns multímetros
oferecem medições de capacitância, de indutância, de temperatura e outras.
O laboratório de eletrônica do DCC-UFLA disponibiliza para os alunos dois
tipos de multímetros, o Minipa ET2055 e o UNIT UT83, mostrados nas figuras abaixo.

Para se fazer medições de tensão e resistências, deve-se conectar os cabos


preto e vermelho nos terminais COM e VΩ (ou VΩF). Para se fazer medições de
corrente elétrica, deve-se conectar os cabos em COM (preto) e mA (vermelho), mas
para correntes acima de 1 A, deve-se colocar o cabo vermelho no terminal 10A.

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2.3. GERADOR DE SINAIS

Este é um equipamento utilizado para produzir sinais elétricos alternados de


frequências e amplitudes variadas, sendo possível produzir três tipos de forma de
onda: senoidal, triangular ou quadrada. O visor de display (2) indica a frequência
gerada.

CONTROLES E INDICADORES

Abaixo são indicados os principais dispositivos utilizados na operação deste gerador de


sinais. A especificação completa encontra-se em anexo.

Chave de liga/desliga (1): Para ligar o instrumento coloque-a em “ON”


Display (2): Display a LED, indica as frequências da entrada interna ou externa dependendo
da posição da chave.
LED indicador de Hz kHz (5, 6): Indica quando a leitura está em Hz ou kHz.
Dial de Frequência (7): Este potenciômetro variável seleciona uma frequência específica
dentro de uma escala pré-selecionada. Esta escala está calibrada de 0.2 a 2.0.
Controle DC Offset (11): O controle de offset determina a polaridade e magnitude do nível DC
da forma de onda de saída. Quando o controle é puxado para frente e centralizado o nível
DC da forma de onda de saída será 0Volts.
Controle do CMOS Level (12): O potenciômetro do controle de nível CMOS provê um nível de
saída CMOS de 5V a 15V quando está puxado, TTL fixo quando na posição empurrado.
Controle de amplitude (13): Este controle proverá uma subida de atenuação de 40dB na
forma de onda de saída na posição pressionada. (Veja as especificações elétricas).
Seletor de Range (14): Cada um dos sete botões dá ao operador uma faixa específica de
frequência. Quando um botão é pressionado o outro botão anteriormente selecionado é
automaticamente liberado.
Tecla seletora – 20dB (16): Seleciona a sensibilidade da entrada do contador de frequência.
Pressionada está com 300 mV (rms) (–20dB). Puxada está com 30 mV(rms).
Atenuador (17,18): Seleciona o nível de atenuação –40dB (17) e –20dB (18) na
posição pressionada.
Chave Modo (19): Três botões habilitam o operador a selecionar formas de onda
senoidal, triangular ou quadrada. Apenas um botão se mantém pressionado por vez.
Conector Main output (20, 23): Ondas triangulares, quadradas e senoidais de 20Vpp
(open circuit) são fornecidas com 50Ω na saída (23). Pulsos compatíveis com
TTL/CMOS são obtidos através da saída BNC TTL/CMOS.

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2.4. OSCILOSCÓPIO

O osciloscópio é um instrumento de medição que permite a visualização da


forma de onda do sinal elétrico a ser medido. Com o osciloscópio, podemos medir a
amplitude, o nível DC, e a frequência dos sinais elétricos. O osciloscópio Minipa
MO-1222 permite a visualização simultânea de dois sinais elétricos, portanto, além das
medidas citadas, pode-se medir a fase (ou diferença de fase) entre os dois sinais.
Diferentemente dos voltímetros, que fazem medidas de sinais contínuos ou senoidais
puros (normalmente para frequências de 60Hz), os osciloscópios possibilitam a
visualização e a medição de sinais mistos (contínuo + alternado) e operam com
frequências variadas, este modelo permite medições de até 20MHz.
No desenho abaixo, são apresentados os principais conjuntos de controles
do osciloscópio. A utilização deste instrumento será assunto de uma aula prática
específica.

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1a PRÁTICA

Resistores, Voltímetros e Amperímetros

Objetivo:
– Conhecer o código de cores dos resistores de carvão
– Aplicar o código de cores para identificar o valor de um resistor
– Aprender como usar o voltímetro e amperímetro
– Verificar as leis de Kirchhoff

Teoria:

Código de cores em resistores

Os resistores são componentes de dois terminais que têm uma resistência


constante, e cuja função é regular a passagem de corrente elétrica por um circuito. Os
resistores são componentes lineares que seguem a primeira lei de Ohm: V = R.I .
Os resistores utilizados em circuitos eletrônicos são, normalmente, feitos de
filme de carvão ou filme metálico, e recobertos com tinta e identificados por um
conjunto de 4 faixas coloridas (alguns têm 5 faixas). As faixas de cor existentes no
corpo do resistor de carvão indicam seu valor em Ohms. Cada cor representa um
número, como mostrado na tabela abaixo.

Cor 1o Dígito 2o Dígito Potência de 10 Tolerância


Preto 0 0 1 -
Marron 1 1 10 1%
Vermelho 2 2 100 -
Laranja 3 3 1.000 -
Amarelo 4 4 10.000 -
Verde 5 5 100.000 -
Azul 6 6 1.000.000 -
Violeta 7 7 10.000.000 -
Cinza 8 8 100.000.000 -
Branco 9 9 1.000.000.000 -
Ouro - - 0,1 5%
Prata - - 0,01 10%

A primeira faixa e a segunda, num extremo do resistor, representam o primeiro


e o segundo dígitos do valor (2 algarismos significativos). A terceira faixa representa a
potência de 10 pela qual deve ser multiplicado o valor. A quarta faixa indica a
tolerância. Geralmente o valor é lido utilizando-se unidades Ohms (Ω), kilo Ohms (kΩ),
ou Mega Ohms (MΩ). A potência que o resistor pode dissipar depende do seu
tamanho, sendo comuns as potências (em Watts): 1/8W, 1/4W, 1/2W, 1W, 2W, 5W.
Resistores para potências maiores são construídos com fio metálico.

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Abaixo são mostrados dois resistores de carvão, um de 270 Ω e um de 120kΩ.

Figura 1 – Resistores de fita de carbono

Voltímetros e Amperímetros

São instrumentos de dois terminais que servem para medição de tensão


(diferença de potencial) em volts e corrente elétrica em amperes. O voltímetro é
conectado em paralelo com o circuito que se deseja medir e, devido a sua alta
impedância de entrada (circuito aberto), não interfere no funcionamento do circuito
(idealmente). O amperímetro é conectado em série com o circuito que se deseja medir
e, devido a sua baixa impedância de entrada (curto circuito), não interfere no
funcionamento do circuito em medição (idealmente).
Conforme mostra a figura 2, para se medir a corrente elétrica, deve-se fazer
uma interrupção (abertura) no circuito e colocar os terminais do amperímetro ligados
nos dois pontos desta abertura.

Figura 2 – Medição de tensão e corrente elétrica

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Prática:
1 – Para cada sequência de cores de resistores abaixo, identifique o valor de sua
resistência em ohms ( valor ± faixa de variação):

1a cor 2a cor 3a cor 4a cor Resistência


Azul Cinza Laranja Prata
Laranja Laranja Marrom Ouro
Marrom Preto Vermelho Marrom
Amarelo Violeta Amarelo Ouro
Verde Azul Verde Prata

2 – Encontre os resistores cujas resistências estão na coluna de valores. Anote as


cores das linhas dos 5 resistores na tabela abaixo (despreze a 5ª faixa se houver):

1a cor 2a cor 3a cor 4a cor Valor


39Ω
560Ω
1,8kΩ
4,7kΩ
680kΩ

3 – Complete a frase com a palavra correta:

O voltímetro é usado para medir _______________ , e é ligado em ______________


com o circuito elétrico.

O amperímetro é usado para medir ______________ , e é ligado em _____________


com o circuito elétrico.

4 – Redesenhe os circuitos da figura 3, indicando como conectar voltímetros e


amperímetros para medir as grandezas indicadas.

Figura 3 – Circuitos Resistivos

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5 – Montar o circuito 1 da figura 3 em matriz de contatos e medir as tensões e a
corrente indicadas.
Calcular os valores indicados e anotar na tabela.
Calcular a diferença percentual (100% * (medido - calculado)/calculado)

Medido Calculado Diferença %


I1
V1
V2
V3
V1 + V2 + V3

6 – Montar o circuito 2 da figura 3 em matriz de contatos e medir as correntes e a


tensão indicadas.
Calcular os valores indicados e anotar na tabela.
Calcular a diferença percentual (100% * (medido - calculado)/calculado)

Medido Calculado Diferença %


VX
I1
I2
I3
I2 + I3

7 – Responda:

7.1 – O que é a lei das tensões de Kirchhoff ? Qual dos experimentos demonstrou
esta lei ?

7.2 – O que é a lei das correntes de Kirchhoff ? Qual dos experimentos


demonstrou esta lei ?

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2a PRÁTICA

Teorema de Thevenin

Objetivo:
- Comprovar o teorema de Thevenin e sua utilidade
- Utilizar instrumentos de medição
- Comprovar dados calculados com medidos

Teoria:
Teorema de Thevenin

Um circuito linear (que obedece a lei de ohm) e bilateral (a corrente pode fluir nos
dois sentidos) pode ser substituído pelo seu equivalente Thevenin, consistindo de uma
fonte de tensão e um resistor em série.

Figura 1 – Circuito equivalente Thévenin

Para medir o equivalente Thevenin deve-se seguir os passos:


1o – Retirar a carga do circuito.
2o – Medir a tensão nos terminais de saída do circuito sem a carga. Esta é a tensão VTh
3o – Colocar um resistor de prova no lugar de RL e medir a corrente elétrica (IL) através
dele e a tensão em seus terminais (VO). A resistência é: RTh = (VTh – VO) / IL.
4o – Desenhar o equivalente Thevenin com os valores de VTh e RTh medidos.

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Para calcular o equivalente Thevenin deve-se:
1o – Retirar a carga do circuito.
2o – Calcular a tensão nos terminais de saída do circuito sem a carga. Esta é a tensão
VTh.
o
3 – Substituir as fontes de tensão por curto-circuitos e calcular a resistência vista pelos
terminais de saída. Esta é a resistência RTh.
o
4 – Desenhar o equivalente Thevenin com os valores de VTh e RTh calculados.

Prática:
1 – Montar sobre a matriz de contatos o circuito elétrico representado na figura 2 .

Figura 2 – Circuito elétrico com duas fontes de tensão

2 – Medir a tensão equivalente Thévenin: VTh = VAB = ___________________

3 – Ligar um resistor de carga de 560Ω entre os terminais A e B. Medir a tensão VAB e


a corrente através do resistor.

VAB = _______________; IL = _________________

4 – Calcular a resistência equivalente Thévenin: RTh = (VTh - VAB ) / IL ; RTh = _____

5 – Desenhar o circuito equivalente Thévenin conforme mostrado na figura 1, utilizando


os valores obtidos.

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6 – Desconectar o resistor de 560Ω. Desligar a fonte de alimentação elétrica do
protoboard. Substituir as duas fontes de tensão por curtos-circuitos. Medir a
resistência entre os terminais A e B. Comparar com o valor obtido no item 4.

RTh = RAB = _____________________

7 – Calcular o equivalente Thévenin para o circuito elétrico da figura 2. Preencher a


tabela abaixo com os valores de VTh e RTh calculados e com os valores obtidos
nos itens 2 e 4.

Calcular VA e VB. VTh = VA – VB . RTh = R1 // R2 + R3 // R4 .


Diferença = 100% * (medido – calculado) / calculado.

VA = ____________ ; VB = __________ ; VTh = __________ .

RTh = _____________

VTh RTh
Medido
Calculado
Diferença %

8 – Responda: quais seriam a tensão e a corrente entre os terminais A e B se fosse


ligado um resistor de carga (RL) de 15kΩ nos terminais de saída (A e B) do circuito ?

Calcular a tensão sobre a carga e a corrente, utilizando o equivalente Thevenin.


Colocar um resistor de 15kΩ nos terminais A e B, medir a tensão elétrica sobre ele e
a corrente elétrica através dele.

Calculado = ____________________

Medido = ____________________

9 – Responda.
Quando se deve calcular a resistência RTh utilizando-se o método dos itens 3 e 4
no lugar do método do item 6 ?

Se fossem ligados em série resistores de 2,7kΩ e 15kΩ à fonte de 5V da matriz de


contatos, qual seria a corrente elétrica nesses resistores ?

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3a PRÁTICA

Osciloscópio e gerador de funções

Objetivo:
– Capacitar o aluno a utilizar o osciloscópio e o gerador de funções
– Utilizar o osciloscópio para medições de tensão e corrente
– Utilizar o osciloscópio para observação de formas de onda

Teoria:
O osciloscópio é um instrumento de medição utilizado principalmente para
observar formas de onda de tensão. O sinal de tensão a ser observado é acoplado a
entrada vertical do osciloscópio. Através de ajuste do ganho do amplificador de entrada
vertical, conseguimos amplificar o sinal de entrada a um nível apropriado para
observação. Para se determinar o valor da tensão medida, multiplica-se o número de
divisões que o traço se movimentou (na vertical em relação a um referencial) pelo valor
indicado pela posição da chave seletora de ganho vertical.

A aplicação mais comum do osciloscópio é na observação de sinais alternados.


Existem diversas formas de sinais alternados, muitos deles com forma bastante
complexa. Os sinais senoidais ou cossenoidais, entretanto, possuem algumas
características de fácil análise. São três as características deste tipo de sinal:
amplitude, frequência e fase.

O eixo horizontal do Osciloscópio é denominado de "eixo dos tempos", porque


através de suas divisões pode-se determinar o período de formas de ondas alternada
(o valor de cada divisão horizontal é dado pela chave seletora de base de tempo).
Ajustando-se a base de tempo horizontal, conseguimos ajustar o intervalo de tempo de
observação do sinal. Com a onda alternada projetada na tela deve-se então
estabelecer um ponto na figura que será considerado como início do ciclo e
posicioná-lo exatamente sobre uma das divisões do eixo horizontal. Com o início do
ciclo posicionado, verifica-se o número de divisões do eixo horizontal ocupado pelo
ciclo completo. Conhecendo-se o tempo de cada divisão horizontal e o número de
divisões horizontais ocupados por um ciclo da onda alternada, pode-se então
determinar o seu período.

Através do gerador de funções é possível obter formas de onda periódicas


(senoidal, triangular, quadrada) com amplitude e frequência determinadas. Estes sinais
são úteis para aplicações em eletrônica como: clock de circuitos digitais, sinais de
entrada de circuitos, teste de equipamentos, etc.

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Prática:
1 – Identifique os controles e entradas do osciloscópio listados abaixo:
a – chave liga-desliga;
b – controle de brilho;
c – controle de foco;
d – entradas verticaais;
e – chaves de seleção do modo de entrada;
f – chaves seletoras de ganho vertical;
g – controles de posição vertical;
h – chave seletora da base de tempo;
i – controle(s) de posição horizontal;
j – entrada de sincronismo externo;
k – controles de sincronismo;

2 – Prepare o osciloscópio pala uso:


Posicione a chave seletora de base de tempo em 1 ms/div;
Coloque o controle de posição horizontal na metade do curso;
Selecione REDE (ou LINE) na chave seletora de sincronismo;
Selecione DUAL (ou CHOPPER) na seletora de modo vertical;
Posicione os controles verticais dos dois canais na metade do curso;
Ligue o osciloscópio e ajuste os controles de intensidade e de foco até obter um
traço fino;
Movimente o controle de posição horizontal e observe o que acontece na tela;
Mude a posição da chave seletora de base de tempo no sentido anti-horário e
observe o que acontece com o traço na tela;
Movimente o controle vertical do canal 1 e observe o que ocorre;
Movimente o controle vertical do canal 2 e observe a tela;
Passe a chave seletora de modo de operação vertical para CH1 e observe o que
ocorre na tela.
Obs.: Quando se seleciona CH1 ou CH2, o osciloscópio opera com traço simples (ou único).

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3 – Medição de uma tensão contínua:

Selecione LINE na chave de fonte de sincronismo;


Ajuste a chave de base de tempo para 1ms/div;
Conecte a ponta de prova em um dos canais (CH1 ou CH2) e posicione a chave
AC-DC em DC, no canal selecionado;
Pressione a tecla GND do canal escolhido (CH1 ou CH2);
Ajuste o traço no centro da tela (será a referência de 0V);
Volte a tecla GND para a posição deligada;
Posicione a chave de ganho vertical em 2V/div;
Ligue a fonte de tensão contínua de 5V;
Conecte a ponta de prova do osciloscópio nos bornes de saída da fonte de modo que
a garra de terra seja conectada ao borne de terra (0V);
Faça a leitura da tensão no osciloscópio.

Obs: Vin = (no de divisões) x (pos. chave sel. de ganho vert.) x (atenuação da ponta de prova)

Vin = _____ x _____ x _____ = _____ V

Mude o seletor de ganho vertical para 5V/div, 1V/div, 0,5V/div.

Obs.: dependendo do valor a se medir, existe uma posição da chave seletora de ganho
vertical em que se torna mais fácil a leitura.

4 – Medição de uma tensão alternada:

Conecte a ponta de prova no canal 1 (CH1);


Posicione a chave seletora de modo de entrada para a posição AC;
Passe a chave seletora de ganho vertical para 5 V/div;
Selecione CH1 na chave de fonte de sincronismo;
Ligue o gerador de sinais;
Conecte a ponta de prova aos terminais do gerador de sinais de modo que o terra da
ponta de prova fique ligado ao terra do gerador;
Posicione a chave seletora de base de tempo em 5ms/div;
Ajuste o gerador para fornecer uma forma de onda senoidal de 200Hz e 10V de pico.
Determine a tensão de pico a pico (Vpp) através do osciloscópio: Vpp = ___ V;

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5 – Determinação da frequência com osciloscópio.

Posicione a chave seletora de ganho vertical em 5 V/div;


Posicione a chave de modo de sincronismo em CH1;
Posicione a chave de modo de entrada em DC;
Conecte a ponta de prova do canal selecionado ao gerador de funções;
Ajuste no gerador de funções uma frequência de 1 kHz, senoidal;
Atue na chave seletora de base de tempo até conseguir o menor número possível de
ciclos (1 ou 2) na tela do osciloscópio;
Atuando no controle horizontal, estabeleça um ponto que será considerado como
inicio do cicio da figura projetada na tela (o ponto deverá estar exatamente sobre a
linha horizontal);
Conte quantas divisões horizontais ocupa um ciclo da forma de onda na tela;
Verifique qual a posição da chave seletora de base de tempo;

Calcule o período da onda projetada na tela: T = _____ s


Calcule a frequência: f = 1/T f = _____ Hz

Ajuste as frequências abaixo pelo osciloscópio e confira com o mostrador do gerador


de funções.

Frequência desejada Período (visto no Osciloscópio) Frequência (no gerador de sinais)


800Hz
3200Hz
150kHz

6 – Um circuito reativo é aquele que possui um elemento armazenador de energia (uma


reatância), um capacitor ou um indutor. Num circuito reativo, a corrente não estará
em fase com a tensão, como num circuito resistivo, como será visto na montagem
abaixo.
Montar o circuito abaixo em matriz de contatos e medir as tensões total (VT) e sobre
o resistor (VR). A corrente é estimada pela medida de VR: IT = IR = VR/R. Desenhar as
formas de onda de VT e IT no gráfico ao lado, anotando tempos e valores de pico.

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7 – Desligamento do osciloscópio

Desligue todos os equipamentos;


Coloque as pontas de prova sobre o osciloscópio;
Coloque o cabo do gerador de funções ao lado deste.

8 – Questões práticas

8.1 – Num osciloscópio, observa-se a


forma de onda triangular mostrada ao
lado.
O osciloscópio encontra-se com os seguin
tes ajustes: controles vertical = 2Volts/div,
base de tempo = 40ms/div e com a
referência de tensão colocada no centro
da tela. Determinar:

o valor de pico da tensão


Vp = _________

a freqüência do sinal medido


f = _________

8.2 – Os sinais senoidais A e B indicados


ao lado, foram medidos em um
osciloscópio que estava ajustado da
seguinte forma:
- controles verticais = 2Volts/div,
- base de tempo = 0,1ms/div,

e com a referência de tensão no centro


da tela. Qual a defasagem entre os sinais
A e B?

θ = _________ (graus)

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4a PRÁTICA

Diodos e Diodo Zener

Objetivo:
- Identificar as características dos diodos comuns
- Conhecer o diodo zener
- Verificar o funcionamento dos diodos em circuitos eletrônicos
- Verificar o funcionamento dos diodos zener
- Observar formas de onda com osciloscópio

Teoria:

Diodo zener

Um diodo zener é construído tal como um diodo retificador comum, suas


características e aspectos externos são similares. O diodo zener é projetado e
construído para suportar o trabalho na região de ruptura (aqui chamada região zener),
o que é impossível para um diodo comum. Sua principal vantagem é manter a tensão
nos seus terminais aproximadamente constante.

Aspecto físico e símbolo:

Figura 1 - Símbolo do diodo zener

Quando uma tensão inversa é aplicada a um diodo retificador ocorrerá a ruptura


da junção a uma tensão específica (tensão zener). O diodo zener é projetado com
condições de dissipação para trabalhar nesta região da curva característica.
A curva característica I x V de um diodo zener é a mesma de um diodo comum.
A figura 2 mostra a curva característica de um diodo zener ( gráfico I – V ), onde
se pode observar que, na região de polarização direta, ocorre o início da condução de
corrente elétrica quando a tensão estiver próxima de 0,7V, como se fosse um diodo
comum.

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Figura 2 - Curva característica do diodo zener

Na região de polarização reversa, observa-se que ocorrerá passagem de corrente


elétrica quando a tesão aplicada for superior à tensão Zener, Vz. Neste ponto a curva
em forma de joelho é bastante pronunciada, seguido de um aumento de corrente
praticamente vertical. O valor de VZ especificado é dito nominal e é o valor médio
entre VZmín e VZmáx. Normalmente a diferença entre os dois limites é muito pequena.

A potência dissipada por um diodo zener é dada pela fórmula:

PZ = VZ*IZ

Por exemplo, se VZ = 6,2V e IZ = 12mA, então: PZ = 6,2V x 12mA = 74,4mW.

Desde que a potência máxima não seja ultrapassada, o diodo zener pode operar
dentro da região de ruptura sem ser destruído. É a região de operação indicada na
figura 2.
Na região zener a tensão permanece aproximadamente constante para uma
grande variação de corrente através do diodo. Esta propriedade é muito utilizada em
dispositivos reguladores de tensão.
Para uma condição de boa utilização do diodo zener deve-se cuidar para que a
corrente reversa não ultrapasse o limite, Imax, caso no qual ocorrerá
sobreaquecimento do diodo e consequente destruição. A corrente máxima (Imax) é
calculada utilizando-se as características de potência máxima de dissipação e tensão
zener, normalmente fornecida pelo fabricante:

Imax = Pmax / Vz

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Prática:
1 – Calcular as correntes e as tensões indicadas nos circuitos abaixo. Anotar os
resultados na tabela. Considerar: R = 560Ω; Diodo = 1N4007, Zener = BZX79C5v1.

Figura 1A Figura 1B

Figura 1C Figura 1D

2 – Montar em matriz de contatos os circuitos do item 1 e medir as tensões e correntes


indicadas. Comparar os valores calculados (preencher a tabela).

Valores calculados Valores medidos Erro percentual


1A VD
I
1B VD
I
1C VD
I
1D VR
I

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3 – Montar o circuito abaixo em matriz de contatos. A tensão de alimentação deverá ser
puramente senoidal, de 10V de pico e f = 1kHz. Medir a tensão sobre o diodo e a
corrente no resistor, conforme indicado na figura. Para medir no osciloscópio,
conecte as garras de terra das pontas de prova ao nó de junção do resistor com o
zener (indicado pela letra J), conecte a ponta de prova do canal 1 ao anodo do
diodo e a ponta de prova do canal 2 no outro lado do resistor. Nas teclas de controle
do canal 2, selecione CH2 invertido.
Meça e anote os valores máximo e mínimo das tensões sobre o diodo e sobre o
resistor. Calcule e anote a máxima e a mínima corrente (I = VR / R).
Para visualizar a curva característica do diodo no osciloscópio, coloque traço simples
(CH2) e pressione a tecla x-y no conjunto de comandos do eixo horizontal. No menu
Trigger do Osciloscópio, colocar a chave Coupling em DC.

Desenhar a forma de onda no gráfico abaixo (indicar os valores medidos).

4 – Conclusões

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