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ESTÉTICA FACIAL

Professor(a) Esp. Rafaela Lima Niimoto


REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Caroline da Silva Marques
Eduardo Alves de Oliveira
Jéssica Eugênio Azevedo
Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
Hugo Batalhoti Morangueira
Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira
Carlos Henrique Moraes dos Anjos
Kauê Berto
Pedro Vinícius de Lima Machado
Thassiane da Silva Jacinto

FICHA CATALOGRÁFICA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

N691e Niimoto, Rafaela Lima


Estética facial / Rafaela Lima Niimoto. Paranavaí:
EduFatecie, 2023.
70 p.: il. Color

1. Beleza física (Estética). 2. Acne. 3. Pele – Envelhecimento.


4. Face – Cuidado e higiene. I. Centro Universitário UniFatecie.
II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título.

CDD: 23 ed. 646.72


Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577

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obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
AUTOR
Professora Esp. Rafaela Lima Niimoto

• Especialista em docência no ensino superior (Faculdade Futura);


• Especialista em estética e cosmetologia (Faculdade Futura);
• Tecnóloga em estética e cosmética (Unicesumar);
• Professora curso Tecnologia em estética e cosmética (Unifatecie);
• Docente curso técnico em Estética;
• Coordenadora de estágio curso Técnico em Estética.

Experiência clínica em estética facial e corporal, graduada no curso de tecnologia


em estética e cosmética desde 2012. Docente de 2019, até o momento, professora conteu-
dista da UniFatecie.

CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/1774562402071217

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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Prezado (a) aluno (a)

Seja bem-vindo (a) ao curso de graduação de Tecnologia em Estética e Cosmética.


Sabemos o esforço e a dedicação realizados ao universo acadêmico e agradecemos a
confiança depositada na UniFatecie, portanto receba nossos abraços de boas-vindas.
Durante as unidades, construiremos nosso conhecimento sobre os conceitos de
técnicas em estética facial, as indicações, contraindicações, efeitos fisiológicos, e estudo
sobre sistema tegumentar.
Portanto, na Unidade I iniciaremos sobre os conteúdos do sistema tegumentar, anam-
nese e cuidados essenciais aos procedimentos estéticos. No entanto, na Unidade II, estudare-
mos as abordagens terapêuticas, as classificações e graus de acne e sua fisiopatologia.
Na Unidade III, o conteúdo abordado são referentes as técnicas manuais que contri-
buem para atenuar e tratar as disfunções estéticas e abordagens aplicado ao envelhecimento
cutâneo. Na Unidade IV será abordado o conteúdo de cosmetologia aplicado a estética facial,
hiperpigmentação cutânea e protocolos estéticos e cuidados essenciais com a nossa pele.
O curso de tecnologia em estética e cosmética nos proporciona um amplo conhecimento
da área da saúde, estética e bem-estar. A nossa jornada de estudos tem objetivo de multiplicar
os seus conhecimentos pessoais e profissionais. Esperamos poder contribuir nessa jornada.

Muito obrigado e bons estudos!

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SUMÁRIO

UNIDADE 1
Sistema Tegumentar

UNIDADE 2
Acne

UNIDADE 3
Envelhecimento Cutâneo

UNIDADE 4
Hipercromias

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Professor(a) Esp. Rafaela Lima Niimoto

• Aprender sobre as principais funções da fisiologia do sistema

• Sistematizar as funções dos anexos do sistema tegumentar.


TEGUMENTAR

• Identificar os biotipos cutâneos e a histologia da pele;


SISTEMA

Objetivos da Aprendizagem
• Histologia do sistema tegumentar;
UNIDADE

Plano de Estudos
• Semiologia da pele;
• Biotipos cutâneos;

• Anexos cutâneos.
1
tegumentar;
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INTRODUÇÃO
Nos estudos de conceito de beleza, estética e saúde é importante observarmos os
avanços da tecnologia. Referimo-nos em recursos tecnológicos, conhecimentos da anato-
mia e fisiologia humana, como ferramentas de proporcionar resultados aos nossos clientes
e também a agregação de valores profissionais.
Atualmente, estamos expostos diante de tendências de procedimentos não inva-
sivos, invasivos com ou sem associações de fármacos, princípios ativos, cosméticos para
proporcionar resultados aos procedimentos estéticos.
Dessa forma, sabe-se que a capacitação profissional é de extrema importância para
se executar as técnicas básicas, intermediárias e avançadas para se traçar os objetivos e
os tratamentos propostos; no entanto, obter conhecimentos sobre as finalidades e funções
da pele são primordiais, pois cuidamos do nosso maior órgão do ser humano.
Assim como quaisquer procedimentos estéticos a serem realizados, é necessário
que todo profissional tenha conhecimentos básicos de anatomia, fisiologia, histologia do
sistema tegumentar, conceitos básicos que expandam o conhecimento teórico e prático.

UNIDADE 1 SISTEMA TEGUMENTAR 7


1
TÓPICO

SEMIOLOGIA
DA PELE

O sistema tegumentar refere-se a um conjunto de estruturas que formam e propiciam


o maior revestimento externo protetivo de todos os seres vivos, inclusive humano. Dessa
forma, é denominado ou identificado como tegumento para os seres vivos vertebrados,
chamado de pele (SANTOS, 2019).
A pele é considerada o maior órgão em termos de área de cobertura, sua abran-
gência e peso. Sendo formado por distintas camadas, firmemente unificadas entre si,
potencializando a existência de maior proteção contra agentes externos (SANTOS, 2019).
Além da pele, esse sistema conta com outras estruturas as quais dentro das suas
particularidades, possuem responsabilidades primordiais para a manutenção e sustentação
da vida humana. Essas estruturas também são denominadas como “anexos”, se destacan-
do: pelos, unhas, glândulas sebáceas, sudoríparas e mamárias.
A pele também possui internamente funções que reveste órgãos e outras estruturas
do corpo, tais como sistema digestório, respiratório e urogenital, concavidades corporais,
vasos sanguíneos e sistema linfáticos. Conforme pontuam Consolaro A. e Consolaro M.
(2010), muito além do que apenas proteger, o referido sistema também realiza absorção de
secreções para responder ao metabolismo necessário do corpo humano, em áreas como
intestino (ex.: glicose e nutrientes); auxilia na excreção, por exemplo, através do sistema
renal (ex.: diurese e impurezas); e secreções por meio de glândulas (ex.: insulina).
Dessa forma, a pele é classificada distintamente em epiderme, derme e tela subcu-
tânea. Essas partes possuem funções essenciais para a proteção de todo o nosso corpo,
realizando outra atividade primordial relacionada à condição de defesa do ser humano,
auxiliando na captação de atividade sensorial.

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1.1 Epiderme
A epiderme é a camada superficial da pele, que tem função de proteção contra os
agentes externos. Ela possui uma variação em sua espessura, dependendo da região do corpo
em que estiver situada; na palma da mão, planta dos pés. A epiderme passa por um processo
de renovação celular ao longo de 28 dias. Essa parte da pele está dividida em cinco camadas:

• Camada córnea;
• Camada lúcida;
• Camada granulosa;
• Camada basal;
• Camada espinhosa.

1.1.1 Camada córnea


A camada córnea é composta por células desidratadas, o estrato córneo é formado
por conjunto de células anucleadas rodeadas por queratina, é através dessa camada que
ocorre a permeação de princípios ativos cosméticos.

1.1.2 Camada lúcida


A camada lúcida é formada por células que produzem substância graxa gordurosa,
que são responsáveis por lubrificar e hidratar as estruturas. A camada lúcida está presente
na pele da palma das mãos e da planta dos pés.

1.1.3 Camada granulosa


A camada granulosa é formada por proteínas tingidas e grânulos de melanina, que
realizam a proteção contra os raios UV.

1.1.4 Camada basal


A camada basal é responsável por toda constituição da epiderme; é nessa camada
que ocorre o processo de renovação entre epiderme e a derme apresenta, nesta camada,
dois tipos de células: melanócitos e queratinócitos. Melanócitos: são células responsáveis
pela produção de melanina (proteína) que proporciona pigmento e coloração a pele.
Queratinócitos: são células responsáveis pela produção de queratina (proteína de
proteção).

1.1.5 Camada espinhosa


As células da camada basal começam todo o processo de renovação e perdem
água passando para a camada espinhosa, entretanto ela é formada por preenchimento de
melanina e queratina.

UNIDADE 1 SISTEMA TEGUMENTAR 9


1.2 Derme
A derme é a porção mais densa da pele, sendo composta por substância amorfa,
rica em carboidratos, vitaminas e enzimas. Entretanto, a derme é a camada responsável
pela sustentação epiderme, sendo composta por colágeno e elastina; rica em fibroblastos
que produzem as proteínas. Dessa forma, a derme é dividida em duas camadas: derme
papilar e derme reticular.

• Derme papilar: é a camada que está em contato diretamente com a epiderme.


• Derme reticular: é a camada mais densa e em contato com o tecido celular
subcutâneo (hipoderme).

Além disso, na camada derme encontram-se os órgãos anexos da pele, como os


vasos sanguíneos e linfáticos; o músculo eretor do pelo; nervos; glândulas; e órgãos senso-
riais. Na figura abaixo (figura 1), veja um exemplo das camadas da pele (epiderme e derme).

FIGURA 1: CAMADAS DA PELE: EPIDERME E DERME

Fonte: FREEPIK. Disponível em: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-realista-de-camadas-de-pele-


oleosa_12429417.htm#query=skin%20anatomy&position=1&from_view=search. Acesso em: 17 fev. 2023.

1.3 Órgão anexos: Glândula sudorípara


São glândulas localizadas na derme e responsáveis pela produção de suor, com a
função de regular a temperatura da epiderme, por ser secretado diretamente na camada

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córnea. O suor é composto por água, sais e ureia; as glândulas sudoríparas são divididas
em: apócrinas e écrinas.

• Glândulas apócrinas: estão localizadas nas axilas, na região inguinal e no púbis


(secretam substâncias com odor).
• Glândulas écrinas: estão localizadas em outras regiões do corpo.

1.4 Órgãos anexos: glândula sebácea


As glândulas sebáceas são responsáveis por produzir o sebo, uma substância
graxa de natureza lipídica. Essa substância é secretada através dos folículos pilosos e
conduzida até a camada da epiderme, onde lubrifica a superfície da pele. O sebo produzi-
do, são ricos em lipídeos, triglicerídeos, colesterol e ácidos graxos, desta forma, evita-se
o ressecamento e a perda de água da epiderme. O sebo não possui cheiro, entretanto, as
bactérias presentes na pele podem provocar o surgimento de odores.
Durante a puberdade, é comum ter hiperatividade das glândulas sebáceas devido
às alterações hormonais, desta forma desencadeando o surgimento de comedões, acnes,
miliuns, obstrução dos óstios (poros). E ao decorrer da fase adulta a produção de sebo é
menor, e os cuidados com a pele e a hidratação devem ser redobrados.

1.5 Folículo piloso


O folículo piloso está anexo à pele, sendo responsável pela produção e crescimento
do pelo. Essa estrutura é formada por matérias-primas presentes nos alimentos e por meio
da ingestão de água diariamente. Os pelos são estruturas formadas por células da epider-
me queratinizadas, por sofrerem diversos processos de renovação. O pelo, é composto por
fases de crescimento: fase anágena, catágena e telógena.

• Anágena: fase do crescimento capilar;


• Catágena: fase de migração do pelo;
• Telógena: fase que se encontra em renovação capilar (queda dos fios e substi-
tuição por fios novos).

1.6 Vasos sanguíneos e linfáticos


Os vasos sanguíneos e linfáticos estão localizados na derme e são responsáveis
pela vascularização, nutrição e oxigenação tecidual da epiderme. Dessa forma, os nervos
e órgãos sensoriais estão associados à epiderme.

UNIDADE 1 SISTEMA TEGUMENTAR 11


1.7 Manto hidrolipídico
O manto hidrolipídico é a combinação de suor, sebo, água e NMF (fator natural de
hidratação cutânea), possuindo finalidade de realizar a proteção da pele contra as agres-
sões externas.

1.8 Tela subcutânea (hipoderme)


O tecido adiposo tem a função de proteção contra impactos (protegendo os órgãos),
e também exerce a função de isolamento térmico. O tecido celular subcutâneo é formado
por células de adipócitos e fibras.

UNIDADE 1 SISTEMA TEGUMENTAR 12


2
TÓPICO

BIOTIPOS
CUTÂNEOS

Os biotipos cutâneos estão presentes em cada indivíduo, as diferenças são deter-


minadas por vários fatores, que esse mesmo influencia aos cuidados especiais com a pele e
como serão traçados os tratamentos estéticos. As variações cutâneas são influenciadas por
genética, idade, alimentação, doenças, uso demasiado de álcool, fumo e de medicamentos.
Os diferenciais fisiológicos da pele são resultados de uma série de fatores extrínse-
cos e intrínsecos. Dessa forma, destacamos sobre as atividades das glândulas sebáceas e
sudoríparas, visto que a principal classificação é utilizada em tratamentos estéticos faciais,
baseando-se aos teores de óleo e água presente na pele (MATOS, 2014). Assim, apon-
tamos os biotipos cutâneos: pele lípidica, pele alípidica, pele mista, pele eudérmica, pele
acneica, pele sensível, pele desidratada e pele fotoenvelhecida.

2.1. Pele lipídica


A pele lípidica (pele oleosa) apresenta hiperatividade das glândulas sebáceas,
resultando em óstios dilatados, com aspecto brilhoso, irregular granuloso e espesso. Esses
dois últimos aspectos se devem através da hiperqueratinização que ocorrem em peles
oleosas, resultando na formação de comedões e acne, devido a obstrução dos óstios (po-
ros) presentes na epiderme.
Quanto à hidratação da pele lipídica, está presente o excesso de oleosidade (sebo)
sobre as camadas da pele, protegendo-as contra as agressões externas, dificultando a
passagem de microrganismos. Todavia, a perda de água da pele pode vir acompanhada
das características de pele desidratada.

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Uma característica adicional da pele oleosa é que ela geralmente apresenta um
processo de envelhecimento cutâneo mais tardio. Isso ocorre devido a uma combinação de
fatores como genética, influências hormonais, alimentação adequada e cuidados estéticos,
como veremos mais adiante.

Para cuidar deste tipo de pele, são necessárias algumas ações específicas: con-
trole da oleosidade, esfoliação suave, ação antisséptica e proteção adequada. Quanto aos
produtos cosméticos recomendados, destacam-se géis, séruns e pós (MATOS, 2014).

2.2. Pele mista


A pele mista é caracterizada pela presença de oleosidade apenas na região T (tes-
ta, nariz e queixo), enquanto as demais áreas do rosto possuem uma pele não oleosa ou
eudérmica (MATOS, 2014). As ações dos ingredientes ativos e as formas de apresentação
recomendadas para peles mistas seguem as mesmas diretrizes da pele oleosa. É funda-
mental adotar cuidados adequados com produtos cosméticos para manter a pele saudável.

2.3. Pele alipídica


À pele alípidica (pele seca), a maioria das pessoas associa à pele seca diretamente
a pele desidratada, ou seja, a falta de água. Mas consideramos um equívoco, pois a pele
seca apresenta pouca atividade da glândula sebácea (MATOS, 2014). Como consequência
desse baixo teor de óleo, os óstios visualmente se tornam pouco visíveis.
Os sintomas clínicos de uma pele seca se apresentam com descamação e aspereza,
como a pele alipídica não possui excesso de óleo que funcione como barreira de proteção,
ela fica, geralmente, desidratada (MATOS, 2014). Consideramos também, que pela falta de
oleosidade, o fator de envelhecimento cutâneo tende a estar evidente clinicamente mais
cedo, apresentando linhas de expressão em regiões dos olhos.
Para cuidar da pele alipídica, é importante realizar, diariamente, hidratação da pele,
investindo em princípios ativos com finalidades de promover saúde e manter a integridade
da pele. Dessa forma, os cosméticos indicados para peles secas são cremes e loções.

2.4. Pele eudérmica


A pele eudérmica é conhecida como pele normal; apresenta atividade normal quanto
às glândulas sebáceas e sudoríparas, resultando em uma produção equilibrada do manto hi-
drolipídico; a pele normal se apresenta clinicamente com a hidratação, aspecto saudável, brilho
natural, textura macia, óstios pouco visíveis, pele lisa e espessura adequada (MATOS, 2014).

UNIDADE 1 SISTEMA TEGUMENTAR 14


Alguns fatores como o clima, poluição, estresse ou uso inadequado de cosméticos
e alimentação podem afetar o metabolismo do nosso organismo, influenciando no desequi-
líbrio sobre a pele, tirando a da zona de normalidade. Entretanto, manter uma alimentação
saudável, realizar ingestão de água e uso de cosméticos indicados ao tipo da pele mantém
o estado de normalidade de uma pele eudérmica. Os cosméticos indicados para uma pele
normalmente não devem conter substâncias com alta capacidade de adstringência ou óleos
em excesso (MATOS, 2014).

2.5. Pele acneica


A pele acneica é um tipo específico de pele que exibe sinais clínicos, como oleo-
sidade excessiva e queratinização, levando ao surgimento de acne, comedões, pápulas,
pústulas, nódulos e/ou cistos. O grau da acne é classificado com base no tipo e na quanti-
dade de lesões acneicas observadas (MATOS, 2014).
Os ativos indicados para uma pele acneica são as que obtêm finalidades de redu-
zir a oleosidade, com funções cicatrizantes, calmantes, anti-inflamatórios e anti-sépticos.
Quanto aos cosméticos indicados, podemos considerar os géis, séruns, produtos adstrin-
gentes, que são os recomendados para peles acneicas, mas com a presença de baixo teor
de óleo em sua composição. O acometimento desse subtipo de pele acomete homens e
mulheres, na fase principalmente da adolescência e parcialmente na fase adulta.

2.6. Pele sensível


As peles sensíveis não constituem um tipo de pele, mas sim um subtipo que pode
acompanhar qualquer biotipo cutâneo, a apresentação clínica de uma pele sensível é a
presença de aspecto avermelhado, frequentemente com irritação cutânea, sensação de
ardor, repuxamento e fragilidade ao utilizar produtos cosméticos (MATOS, 2014).
Alguns fatores podem desencadear os sintomas de pele sensíveis, como, por
exemplo, a exposição solar, frio, vento, baixa umidade do ar, uso de cosméticos não indica-
dos ao seu tipo de pele. No entanto, a pele sensível também pode estar relacionada com
as peles alipídicas devidamente por fatores genéticos e a redução da atividade da glândula
sebácea (MATOS, 2014)
Clinicamente, esse subtipo de pele apresenta aspecto fino o qual se torna sensível
às regiões mais comuns que se encontram um subtipo de pele sensível são em áreas que
ficam mais expostas como a face, colo e as mãos e pode acometer homens e mulheres.

2.7. Pele desidratada


A pele desidratada é conhecida como pele ressecada, as principais características
como aspereza, craquelamento e descamação resultam em uma pele desidratada. Em

UNIDADE 1 SISTEMA TEGUMENTAR 15


geral, esse subtipo de pele acompanha em peles alipídicas, visto que a falta de óleo na
superfície epidérmica acomete a perda de água transepidérmica.
A pele desidratada pode acometer em todas as regiões do corpo, em especial áreas
que estão mais expostas aos agentes externos, banhos quentes, pouca ingestão de água
e uso de medicamentos podem desencadear o ressecamento da pele.
Os cuidados com todos biotipos de pele são essenciais, porém há cosméticos
específicos com propriedades hidratantes, umectantes para manter a pele sempre macia e
amenizar o ressecamento cutâneo. Essa característica de subtipo de pele pode acometer
homens e mulheres, em especial o surgimento em peles de idosos são mais visíveis.

2.8. Pele fotoenvelhecida


A pele envelhecida cronologicamente, ou seja, devido à ação do tempo, é uma etapa
natural do ser humano. No entanto, esse subtipo de pele acompanha todos os biotipos cutâ-
neos, mas, especialmente em indivíduos que ao decorrer da vida não realizam os cuidados
necessários com a pele, podem apresentar sinais clínicos de uma pele fotoenvelhecida.
Os sinais do envelhecimento cutâneo precoce manifestam-se por meio de caracte-
rísticas como flacidez da pele, aparecimento precoce de manchas ou descolorações, bem
como rugosidades associadas a um aspecto espesso resultante do aumento da camada
córnea da epiderme (MATOS, 2014).
Alguns fatores extrínsecos podem agravar o surgimento, como se expor ao sol dema-
siadamente sem fotoproteção, desencadeando o surgimento de manchas e acelerando o pro-
cesso de envelhecimento da pele. Dessa forma, cabe a relembrar que a alimentação saudável
está inteiramente ligada com a saúde da pele, realizar ingestão de água proporciona hidratação
em todo o nosso organismo, beneficiando com saúde e aparentemente uma pele saudável e
macia. O excesso de ingestão de bebidas alcoólicas ou fumo podem acelerar o processo do
envelhecimento cutâneo. Essa característica da pele acomete homens e mulheres.

UNIDADE 1 SISTEMA TEGUMENTAR 16


3
TÓPICO

HISTOLOGIA
DO SISTEMA
TEGUMENTAR

Neste tópico aprenderemos sobre a histologia do sistema tegumentar, por sua vez,
se faz necessário conhecer a ciência que envolve os tecidos biológicos. Quanto à histo-
logia, essa é uma área que observa a formação, a estrutura e a função dos tecidos vivos
minuciosamente, entretanto, é fundamental os estudos como são formadas as inúmeras
células que compõem o nosso tecido.
A histologia é uma especialidade que estuda a anatomia por meio de equipamento
como microscópico, em que, através do referido equipamento, é possível visualizar os
detalhes que compõem cada segmento celular do corpo humano, de tecidos de plantas
e animais e identificar como essas estruturas estão organizadas para compreendermos a
constituição dos diferentes órgãos (SANTOS, 2019). Dessa forma, a histologia é fundamen-
tal para as áreas nas ciências médicas e biológicas, através de estudos comparativos dos
tecidos saudáveis e tecidos adoecidos (patológicos), para proporcionar diagnóstico clínico
para tratamentos ao indivíduo.

3.1. Visão histológica do Sistema Tegumentar


O sistema tegumentar é mais facilmente inspecionado ou mais exposto à infecção,
enfermidades ou lesões do que a pele. Guyton e Hall (2017) mencionam que a pele reflete
nossas emoções e alguns aspectos da fisiologia, os quais podem evidenciar o desenvolvi-
mento de um evento patológico, seja pela presença de expressão (franzido de desconforto),
pela cor da pele (déficit circulatório) ou pelo suor e mudanças na cor ou condição da pele
podem indicar a presença de equilíbrio homeostático.

UNIDADE 1 SISTEMA TEGUMENTAR 17


A localização da pele a torna vulnerável a danos de trauma, luz solar, micróbios ou a
poluentes no ambiente. Traumas pelo advento de queimaduras de terceiro grau podem ser
um risco à vida daquele que experimenta tal condição, devido à perda de suas propriedades
protetoras (SANTOS, 2019). Entretanto, a pele é constituída por epiderme na qual contém
quatro tipos principais de células: queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e
células de Merkel. Desta forma, cerca de 90% das células epidérmicas são queratinócitos
(keratino = córneo; kytos = célula), os quais são distribuídos em quatro ou cinco camadas
(estratos) produzindo queratina (proteína forte) resistente que auxilia na proteção da pele e
tecidos subjacentes de abrasão, calor, corpos estranhos e substâncias químicas.
Destacamos que os queratinócitos também produzem grânulos lamelares, liberando um
produto com características de selante contra a penetração de água (GUYTON e HALL, 2017).
Dessa forma, a epiderme é formada por estratos ou camadas, tornando-se bem
diferenciados, sendo algumas mais espessas e outras mais delgadas, a sequência dos
estratos ou camadas, as quais sinalizam que há uma constante migração de células desde
sua base até a camada mais externa (estrato ou camada córnea), cujas escamas cornifica-
das descamam continuamente (SANTOS, 2019).
De acordo com Guyton e Hall (2017), as células da camada do estrato basal descre-
vem que são cubóides e conforme essas vão migrando para a superfície das células, costu-
mam ser mais alongadas, formando uma nova camada, fazendo parte da camada espinhosa.
No sistema tegumentar, a epiderme possui em sua composição uma espessura mais
delgada, o estrato ou camada que é predominante nessa região é o espinhoso. Os estratos
granulosos e córneos são delgados. Durante a descamação das escamas córneas no último
estrato, há presença de células contendo grânulos castanhos, estas são melanócitos, células
produtoras do pigmento chamado de melanina (SANTOS, 2019). Esse pigmento é deposita-
do nas células das camadas superiores e através da migração (da camada mais interna para
a externa) é eliminado com a descamação da camada córnea (PORTH e KUNERT, 2004).
Miot et al. (2009) descrevem que cerca de 8 a 10% das células epidérmicas são com-
postas de melanócitos (melano = escuro), que produzem melanina. As características dessas
estruturas possuem suas projeções longas e finas, estendendo-se entre os queratinócitos e
transferindo grânulos entre si. A melanina é um pigmento amarelo-escuro que contribui para
a cor da pele, absorvendo uma porção maior de luz ultravioleta (UV) nociva (SANTOS, 2019).
A pele pode ser considerada mais visível no aspecto do fenótipo humano e sua cor
compõem-se por características variáveis, portanto, acredita-se que as variações quanto à
cor da pele, sejam ganhos evolutivos e estejam relacionadas à regulação da penetração da
Radiação Ultravioleta (MIOT et al. 2009). Entretanto, destacamos a importância da síntese de
UNIDADE 1 SISTEMA TEGUMENTAR 18
vitamina D na pele, degradação de ácido fólico pela radiação ultravioleta (RUV), resistência à
exposição solar direta e elementos culturais são argumentos sobre os quais tentam explicar
a distribuição fenotípica da cor da pele em diferentes latitudes do Planeta (SANTOS, 2019).
Dessa forma, destacamos o quanto as células de Langerhans participam ativa-
mente na resposta imune contra microrganismos que realizam tentativas de migração por
meio da pele (GUYTON e HALL, 2017). Auxiliam as outras células do sistema imunológico
a reconhecer o antígeno (agente invasor), todavia frisamos que o grupo de células de Lan-
gerhans são facilmente destruídas pelos antígenos (SANTOS, 2019).
Ressaltamos que a pele é influenciada pela produção de melanina que o próprio
corpo organiza, sendo este um pigmento castanho, denso para algumas pessoas, com seu
peso molecular elevado, assumindo um aspecto enegrecido, quando mais concentrado
(SANTOS, 2019). Entretanto, observamos as diferenciações de cor da pele devido à presen-
ça de um pigmento exógeno amarelo “os carotenóides”, que contribuem para a coloração
da pele, assim como o vermelho endógeno, da hemoglobina oxigenada nos capilares da
derme e azul endógeno, da hemoglobina reduzida nas vênulas (GUYTON e HALL, 2017).
Netter (2008) descreve que existem dois subtipos de melanina, que são produzidos
no interior dos melanossomos. Essas são chamadas “eumelanina ou eumelanin e feome-
lanina ou pheomelanin”.
A eumelanina ou eumelanin se caracteriza pelo o tom da pele, principalmente na cor
marrom e preto; enquanto a feomelanina ou pheomelanin apresenta tons vermelhos e ama-
relos, são fatores como o número de partículas de melanina, que determinam a cor da pele.
Ressaltamos que, ao sintetizar melanina, os melanócitos produzem uma enzima
denominada de tirosinase, a qual converte o aminoácido tirosina em um precursor da me-
lanina. Frisamos, também, que a falta genética de tal enzima resulta na condição clínica
denominada de albinismo (SANTOS, 2019).
Entretanto, a presença das células Merkel está em contato com a base chata de um
neurônio sensorial (célula nervosa), uma estrutura chamada de disco tátil (de Merkel), que
possui como atribuição captar sentido tátil, podendo também ser encontradas na bainha
radicular de grandes folículos pilosos (SHERWOOD, 2011), com a função de sentir o toque,
o que nos permite sentir detalhes de objetos sobre a nossa pele.
No entanto, a epiderme desempenha diversas funções, e é importante destacar as
funções da camada dérmica, que consiste principalmente em tecido conjuntivo, contendo
fibras de colágeno e elastina. A porção mais superficial da derme corresponde a cerca de
um quinto da espessura total da camada dérmica e é composta por tecido areolar, que
contém fibras elásticas finas (SANTOS, 2019).
UNIDADE 1 SISTEMA TEGUMENTAR 19
A derme é composta por pequenas projeções chamadas de papilas dérmicas, que
se estendem e aumentam a superfície da derme. Essa estrutura é rica em capilares san-
guíneos e contém terminações nervosas livres responsáveis por sensações de calor, frio,
dor, cócegas e prurido (SANTOS, 2019). Com o passar do tempo, a derme também passa
por modificações gradualmente, incluindo perda de elasticidade, queda dos tecidos (ptose
tissular) e atrofia do tecido. É importante ressaltar que essas mudanças afetam todas as
camadas da pele e órgãos.
A camada mais profunda da derme está em contato direto com o tecido subcutâneo.
Essa camada é composta por tecido conjuntivo denso irregular, no qual se encontram feixes
de fibras de colágeno e elastina. Além disso, é possível identificar células adiposas, folículos
pilosos, nervos, glândulas sebáceas e sudoríparas entre essas fibras (GUYTON e HALL, 2017).
No entanto, as fibras de colágeno e elastina estão presentes na camada mais
profunda da pele, proporcionando ao nosso corpo a capacidade de extensibilidade e elasti-
cidade. Esses processos de extensibilidade e elasticidade podem ser afetados por eventos
como gravidez e obesidade, que podem resultar em algum grau de comprometimento da
pele devido a fatores genéticos e nutricionais, produzindo lesões conhecidas popularmente
como estrias (GUYTON e HALL, 2017).

UNIDADE 1 SISTEMA TEGUMENTAR 20


4
TÓPICO

ANEXOS CUTÂNEOS

Neste tópico, exploraremos os anexos cutâneos do sistema tegumentar e com-


preender suas finalidades e funções, de maneira didática, para nos auxiliar no dia a dia.
Além da pele em si, o sistema tegumentar engloba diversos derivados da epiderme. Esses
anexos cutâneos incluem glândulas sudoríparas e sebáceas, folículos pilosos ou capilares,
pelos e unhas. Cada um desses anexos desempenha um papel único na manutenção da
homeostase corporal (SANTOS, 2019).

4.1. Glândulas Sudoríparas e Sebáceas


As glândulas sudoríparas estão distribuídas por todo o corpo e têm a função de liberar
soluções diluídas de sal através dos poros sudoríparos presentes na superfície da pele, conhe-
cido popularmente como suor ou transpiração. É importante mencionar que as glândulas sudo-
ríparas estão presentes em todo o corpo, exceto nos mamilos e nas partes genitais externas.
Estima-se que cada pessoa tenha até 3 milhões de glândulas sudoríparas (SANTOS, 2019).
Por outro lado, as glândulas sebáceas são responsáveis pela produção de sebo,
uma substância oleosa secretada no interior dos folículos capilares adjacentes (SANTOS,
2019). O sebo, ao passar para a superfície da pele através dos folículos, deixa os pelos e
a camada queratinizada externa oleosos, contribuindo para a impermeabilidade da pele e
evitando possíveis desidratações na camada superficial. Essa função visa proteger a pele
contra agentes externos (GUYTON e HALL, 2017).
Por exemplo, regiões como lábios e mãos com rachaduras indicam a falta de pro-
teção da região (sebo), o que pode levar à desidratação e exposição da pele aos agentes

UNIDADE 1 SISTEMA TEGUMENTAR 21


externos. É importante ressaltar que o sebo em si não possui odor, mas quando em contato
com bactérias presentes na pele, pode causar os odores corporais (SANTOS, 2019).

4.2. Folículo Piloso ou Capilar e Pelos


O folículo piloso é envolto por células especializadas produtoras de queratina, que
secretam substâncias e outras proteínas para formar a haste capilar. O revestimento e o
desenvolvimento do folículo capilar podem ser influenciados por diversos fatores. Entre os
principais, destacam-se as condições hormonais individuais, o gênero, a oleosidade da
pele, a faixa etária, a etnia e o estilo de vida (MULINARI et al., 2006).
Dessa forma, é sabido que a presença de pigmento nos pelos aumenta a sensibili-
dade tátil da pele a estímulos externos, como o toque. Os pelos também desempenham um
papel de proteção na camada da pele, estando presentes em regiões próximas a orifícios
naturais, como narinas, ouvidos e regiões pubianas.
A nossa pele é revestida de pelos justamente para proteger e impedir a entrada
de microorganismos, bactérias, fungos, entre outros. Entretanto, os pelos presentes nas
fossas nasais se obtêm por atividade principalmente em filtrar, umedecer e pré-aquecer o ar
inspirado que migra para o pulmão e também contribui para lubrificar a mucosa e o interior
do nariz (SANTOS, 2019).

4.3. Unhas
As unhas são uma modificação descamação da epiderme, formada por queratina e
com ação protetora na superfície de cada dedo das mãos e dos pés, chamadas de falanges
distais. As unhas são ferramentas auxiliares para pegar objetos e darem sustentação, e
dentre as funções da unha estão: proteção à extremidade do dedo, preensão de pequenos
objetos, sensibilidade tátil da polpa digital e defensiva: arranhar e cortar.
As unhas possuem queratina dura em sua composição, sendo formada por quatro
partes e cada unidade possui margem ou borda: corpo (porção visível), a parte posterior
(proximal da pele), e após se dispõe de uma lâmina (camada profunda inserida na pele), e
o leito ungueal que é a matriz da unha, responsável pelo crescimento. Segundo (GUYTON
e HALL 2017), a aparência com aspecto rosado é por ser rico leito de capilares sanguíneos
e linfáticos presentes na derme subjacente.

UNIDADE 1 SISTEMA TEGUMENTAR 22


Os dermatóglifos compreendem padrões individuais. É o desenho formado pelas papilas teciduais (elevações
da pele), presentes nas polpas dos dedos das mãos identificadas popularmente como “impressões digitais”.

Fonte: Santos (2019).

A pele é o maior órgão do corpo humano. Ela é composta essencialmente por epiderme, derme e hipoderme
(tela subcutânea). Por isso, os cuidados com a pele são essenciais para manter a saúde e integridade do
sistema tegumentar.

Fonte: Ribeiro (2010).

UNIDADE 1 SISTEMA TEGUMENTAR 23


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado (a) aluno (a),

Nesta unidade estudamos sobre a importância de conhecer o sistema tegumentar,


o órgão mais extenso do corpo humano, com finalidades e funções para proteção e re-
vestimento aos outros órgãos. Na área da saúde, e principalmente na estética, ao iniciar o
procedimento estético, o profissional deve ter conhecimento que é necessário para orientar
o paciente sobre os devidos cuidados durante os tratamentos com a pele.
Portanto, o profissional da área da estética conhece e aprende situações relaciona-
das às disfunções estéticas, as indicações e contraindicações dos procedimentos realiza-
dos. O profissional atua diretamente na saúde, bem-estar e estética dos pacientes; mas
os estudos sobre sistema tegumentar, histologia da pele tem finalidades para agregar e
expandir o conhecimento acadêmico e profissional.
Durante todas as unidades, estudamos as abordagens do sistema tegumentar e entre
outras alterações estéticas faciais e tratamentos que possamos indicar ao nosso paciente.
No entanto, estamos em construção do nosso conhecimento, e acreditamos que estejamos
preparados para as próximas etapas do nosso curso, realizando desenvolvimento de suas
habilidades de elaborar protocolos e procedimentos estéticos para realizar atendimentos no
mercado de trabalho.

Muito Obrigado!

UNIDADE 1 SISTEMA TEGUMENTAR 24


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
• Título: Anatomia humana – texto e atlas
• Autor: Larosa, R. Paulo Ricardo.
• Editora: 1º edição, editora Guanabara Koogan.
• Sinopse: Anatomia Humana, texto e Atlas foi elaborado especial-
mente para atender às necessidades dos estudantes da área da
saúde, visando elucidar, de maneira simples e objetiva, o complexo
universo do conhecimento anatômico.

FILME/VÍDEO
• Título: Estrelas além do tempo
• Ano: 2017.
• Sinopse: Em 1961, em plena Guerra Fria, os Estados Unidos
e União Soviética disputam a supremacia na corrida espacial ao
mesmo tempo em que a sociedade norte-americana lida com uma
profunda cisão racial, entre brancos e negros. Tal situação é refle-
tida também na NASA, em que um grupo de funcionárias negras
é obrigado a trabalhar à parte. É lá que estão Katherine Johnson
(Taraji P. Henson), Dorothy Vaughan (Octavia Spencer) e Mary
Jackson (Janelle Monáe), grandes amigas que, além de provar
sua competência dia após dia, precisam lidar com o preconceito
arraigado para que consigam ascender na hierarquia da NASA.

UNIDADE 1 SISTEMA TEGUMENTAR 25


Professor(a) Esp. Rafaela Lima Niimoto

• Conceituar e contextualizar os tipos de Maltes utilizados na

• Compreender os tipos de enzimas e as rampas de temperatura na

• Compreender os tipos de Lúpulos e o objetivo da fervura;


ACNE

Objetivos da Aprendizagem
UNIDADE

Produção do Mosto Cervejeiro;


Plano de Estudos

etapa de Brassagem;
• Formas clínicas;
• Graus de acne;
• Fisiopatologia;
2 • Tratamentos.
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
INTRODUÇÃO
Olá, prezado aluno (a). Seja muito bem-vindo (a) à segunda etapa da disciplina
de Estética Facial. Nesta fase, vamos nos aprofundar no estudo da fisiopatologia da acne,
a fim de que você possa compreender essa disfunção estética e, assim, estar apto (a) a
oferecer protocolos estéticos eficazes para atenuar e amenizar os efeitos da acne na pele.
É crucial que você compreenda as características da acne para poder indicar
sempre o tratamento mais adequado para seus futuros pacientes. Além disso, entender
as estruturas e camadas que compõem a pele, assim como a fisiopatologia, os graus e as
classificações da acne, são fundamentais para proporcionar cuidados adequados e preser-
var a saúde e integridade da pele.
Utilizamos recursos tecnológicos e os avanços da cosmetologia na estética para
oferecer o melhor tratamento possível aos nossos pacientes. Por isso, ter conhecimento
sobre as funções dos princípios ativos e a eletroterapia são fatores essenciais para elaborar
protocolos personalizados e eficazes.
Portanto, é essencial que você conheça cada estrutura da pele e esteja capacitado
para exercer a profissão e proporcionar saúde e bem-estar ao paciente.
Bons estudos!

UNIDADE 2 ACNE 27
1
TÓPICO

FISIOPATOLOGIA

Neste tópico, conheceremos sobre a fisiopatologia da acne e como podemos cuidar


da nossa pele e manter um biotipo cutâneo saudável. Dessa forma, a acne é uma afecção
cutânea relacionada à produção excessiva de sebo, e seus principais efeitos são os fatores
hormonais. A maior predisposição de surgimento é na fase da adolescência, fases do ciclo
menstrual e síndrome dos ovários policísticos.
A acne surge durante a fase da adolescência devido às flutuações hormonais, que
desencadeiam seu surgimento juntamente com o processo de proliferação bacteriana e
inflamação, causados pela alta produção de oleosidade pelas glândulas sebáceas. No en-
tanto, diversos fatores podem contribuir para o aumento da produção de sebo, sendo que
muitos deles estão relacionados a fatores hormonais, genéticos e ao uso de medicamentos.
Fatores como a formação de hiperqueratinização sobre a camada córnea, são uns dos
fatores que desencadeiam a acne. Assim, células mortas hiperqueratinizadas podem se acu-
mular nos óstios foliculares em virtude da não descamação dos corneócitos (MATOS, 2014).
Segundo Matos (2014) a superposição de queratina obstrui o canal folicular, for-
mando-se em queratose óstio folicular, criando assim, um ambiente anaeróbio no óstio,
facilitando a proliferação bacteriana.

1.1. Proliferação Bacteriana


O ambiente anaeróbico e o substrato lipídico presentes na pele acneica favorecem
a proliferação bacteriana Propionibacterium acnes. Esse microrganismo produz fatores
quimiotáticos que atravessam as paredes dos folículos, atraindo leucócitos e neutrófilos

UNIDADE 2 ACNE 28
que liberam as enzimas ao ingerirem a bactéria (MATOS, 2014). Dessa forma, provoca a
ruptura sobre a epiderme, desencadeando o surgimento da acne.

1.2. Processo Inflamatório


O processo inflamatório está relacionado à presença de corpos estranhos, principal-
mente queratina e lipídios acumulados no folículo piloso. No entanto, as bactérias presentes
liberam enzimas que agravam o processo inflamatório (MATOS, 2014). Assim, é importante
ressaltar que fatores do sistema imunológico desempenham um papel no surgimento e agra-
vamento da acne, e isso está interligado a reações fisiológicas, hormonais e psicológicas.

1.3. Fatores Desencadeadores da Acne


Alguns fatores desencadeiam o surgimento e o agravamento da afecção cutânea,
entretanto a genética é um dos principais processos para o surgimento da acne, o biotipo
da pele contribui para o agravamento da disfunção. O uso de medicamentos como, por
exemplo, psiquiátricos, corticoides e antibióticos podem contribuir para o agravamento.
Os fatores hormonais desempenham um papel fundamental, especialmente durante
a adolescência, devido ao aumento da testosterona. Esses hormônios são responsáveis pelo
desenvolvimento do corpo humano. Portanto, é essencial adotar cuidados específicos para a
pele, especialmente quando ela apresenta características propensas a problemas cutâneos.
Realizar a higienização, hidratação e proteção solar são medidas fundamentais
para controlar e reduzir a produção excessiva de oleosidade na pele. No entanto, é impor-
tante destacar que o uso diário de maquiagem pode contribuir para o surgimento de cravos
e acne. No geral, todos os cuidados com a pele são cruciais para alcançar uma aparência
saudável e uma pele íntegra.

UNIDADE 2 ACNE 29
2
TÓPICO

GRAUS DE ACNE

A avaliação dos graus de acne e sua classificação são realizadas por profissionais
de estética, considerando as lesões presentes e os cuidados com a pele. Na tabela 1 a
seguir, apresentaremos os diferentes graus e classificações da acne.

TABELA 1 - GRAUS E CLASSIFICAÇÃO DE ACNE


Grau da acne Classificação da acne
GRAU I Acne comedogênica
GRAU II Acne pápulo pustulosa
• Acne pápulo pustulosa II: apresenta-se co-
medão e se tem caracteriza pela presença de
lesões inflamatórias (elevações avermelhadas) Acne nódulo cística
e pústulas com presença de pus.
GRAU III
GRAU IV Acne conglobata
GRAU V Acne fulminante (Fulminans)
Fonte: Matos (2014).

2.1. Classificação da Acne


A classificação da acne é de suma importância para o profissional poder diagnosti-
car e determinar o tratamento adequado para cada grau e classificação dela.

• Acne comedogênica I: são características de acne não inflamatória, apenas


presença de comedões abertos e fechados.

UNIDADE 2 ACNE 30
• Acne nódulo cística III: se tem a presença de comedões, inflamação e pus,
com formação de nódulos e/ou cistos
• Acne conglobata IV: Se caracteriza por presença de nódulos, cistos interco-
municantes.
• Acne fulminante V (fulminans): se caracteriza por acne com lesões severas,
que se evoluem para úlceras e hemorragias, podem provocar dores, febres e
exige cuidados médicos.

Os tratamentos estéticos e dermatológicos para acne são realizados conforme o


grau e suas classificações, desta forma, os recursos que possamos utilizar são princípios
ativos com ação de reduzir a produção de sebo, auxiliar na diminuição do processo infla-
matório. Diante disso, o paciente pode realizar uso de medicamentos com finalidades de
reduzir o surgimento ou agravamento da afecção cutânea.

2.2. Hiperpigmentação Cutânea e Cicatrizes de Acne


Durante o desenvolvimento da acne na pele, ocorre um processo inflamatório que,
sem os devidos cuidados, pode levar ao surgimento de manchas pós-inflamatórias de acne,
especialmente em fototipos de pele IV e V. É importante entender a bioquímica da melano-
gênese e como ocorre a hiperpigmentação.
Os melanócitos são as células responsáveis pela produção de melanina e estão
localizados na camada basal mais profunda da epiderme. Nessa camada, estão presentes
todas as substâncias necessárias para a produção de melanina, por meio de uma série de
reações bioquímicas conhecidas como melanogênese (GUYTON e HALL, 2017).
A enzima tirosinase desempenha um papel fundamental na formação de feomelanina
e eumelanina, que são pigmentos armazenados em organelas chamadas melanossomas.
Esses pigmentos são posteriormente transferidos e distribuídos entre os queratinócitos
(DRAELOS, 2010). Esse processo resulta na hiperpigmentação da epiderme. Alguns fato-
res externos, como a exposição ao sol, podem agravar o quadro clínico.
Dessa forma, a acne pode provocar o surgimento da mancha e também deixar
presente as cicatrizes de acne. Porém, devido à lesão presente sobre a pele que se desen-
cadeiam condições inestéticas e psicologicamente.
As cicatrizes de acne são chamadas atróficas, formam uma depressão sobre a pele
exatamente no local em que houve destruição do colágeno e elastina, as cicatrizes podem
ser hiperpigmentadas ou não (GUYTON e HALL 2017).

UNIDADE 2 ACNE 31
Entretanto, as lesões da acne que deixam presente sobre a pele afeta diretamente
a autoestima do indivíduo. Dessa forma, os procedimentos estéticos atuam para atenuar a
cicatriz. Na figura 1 um exemplo de cicatrizes de acne.

FIGURA 1 - CICATRIZ DE ACNE

Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/homem-de-camisa-preta-com-gola-


redonda-6310597/. Acesso em: 16 fev. 2023.

UNIDADE 2 ACNE 32
3
TÓPICO

FORMAS CLÍNICAS

As formas clínicas da acne são determinadas de acordo com o grau e a classifica-


ção da afecção cutânea. Assim, na dermatologia há vários recursos que possam atenuar e
entregar resultados satisfatórios ao nosso paciente; entretanto, na estética podemos rea-
lizar procedimentos que visam melhorar a qualidade da pele, principalmente para manter
uma pele limpa, íntegra e hidratada.
Assim, as manifestações clínicas da acne são caracterizadas por diferentes tipos
de lesões, incluindo comedões, pápulas, pústulas, cistos e abscessos, que ocorrem prin-
cipalmente na face, ombros e parte superior do tórax. Em particular, os cistos, quando
presentes, representam uma forma mais grave de acne e podem ter tamanhos variados,
podendo deixar cicatrizes na pele seborreica. Os comedões podem ser abertos (cravos
pretos) ou fechados (cravos brancos) (RIBEIRO, 2010).
Os comedões abertos têm coloração enegrecida por oxidação da gordura e aumento
da deposição de melanina por atividade de melanócitos e os comedões fechados, aspecto
esbranquiçado por pequena atividade dos melanócitos (SILVA; COSTA e MOREIRA 2014).
Segundo Matos (2014) as pápulas são eritematosas, indicam a atividade da doença
e ao desaparecerem podem deixar máculas (manchas) avermelhadas ou pequenos nódulos
fibrosos (SILVA; COSTA e MOREIRA 2014).
As pápulas, por exemplo, são presentes sobre a acne, se dão por características de
um nódulo inflamado e o comedão não emerge à superfície da pele e fica como um corpo
estranho, envolto de pus (MATOS, 2014).

UNIDADE 2 ACNE 33
No entanto, o nódulo ocorre quando há a ruptura total de vários comedões próximos
na pele, resultando na formação de um abscesso que pode facilmente atingir a camada
subcutânea (RIBEIRO, 2010). Por outro lado, um cisto se forma a partir do acúmulo de
conteúdo cístico nas glândulas sebáceas próximas ao folículo piloso. Esse acúmulo geral-
mente ocorre devido à obstrução espontânea do folículo ou a um trauma (MATOS, 2014).
Em relação ao Milius e/ou mílio, essas lesões estão presentes em peles oleosas e
acneicas. Eles são pequenos cistos epidérmicos localizados superficialmente no rosto, com
coloração amarelada ou esbranquiçada (MATOS, 2014). A extração dessas lesões deve ser
realizada por um profissional de estética, por meio do procedimento de limpeza de pele. A
imagem 2 abaixo apresenta exemplos das diferentes formas clínicas da acne e suas lesões.

FIGURA 2 - EXEMPLO DE FORMA CLÍNICA DA ACNE E LESÕES

Fonte: PXHERE. Disponível em: https://pxhere.com/pt/photo/539074. Acesso em: 06 out. 2022.

UNIDADE 2 ACNE 34
4
TÓPICO

TRATAMENTOS

Os tratamentos para a pele acneica podem variar dependendo do grau e das lesões
presentes na acne. Assim, eles envolvem etapas fundamentais que combinam princípios
ativos cosméticos para amenizar a condição cutânea. No entanto, para cada grau de acne,
são recomendados protocolos específicos. No caso do tratamento para a pele acneica de
grau I comedogênica, são indicadas as seguintes etapas:
• Higienização: consiste em uma etapa fundamental para todos os tipos de pele,
neste caso para peles acneicas e oleosas é recomendado a escolha de princípios
ativos, com ação adstringentes e antissépticos.
• Esfoliação: o esfoliante tem a função de auxiliar na remoção de células mortas,
realizando o afinamento córneo, contribuindo para permeação do princípio ativo.
• Tonificação: o tônico tem a função de equilibrar o pH cutâneo; é empregado em
todas as etapas de higienização; na cosmetologia encontramos diversos tônicos
com várias finalidades. Para peles acneicas e oleosas, escolha o tônico com a
ação antisséptica, anti-inflamatório, cicatrizante e calmante.
• Hidratação: etapa fundamental para todos os tipos de pele para promover
equilíbrio do pH cutâneo; tem finalidade de proteção contra os agentes externos;
para peles acneicas, oleosas e mistas invista em cosméticos em séruns, gel “oil
free”, com princípios ativos anti-inflamatórios, cicatrizante e calmante.
• Proteção Solar: o filtro solar é indicado para todos os biotipos cutâneos, com fina-
lidades de proteger a pele contra as ações UVA e UVB, realizando a prevenção de
surgimentos de manchas, retardar o envelhecimento cutâneo precoce e câncer de pele.

Para peles mistas, oleosas e acneicas escolha filtros solares com textura leve: séruns,
gel ou gel creme. No caso para os graus de acne II, III indicamos os cuidados essenciais com

UNIDADE 2 ACNE 35
a pele, para manter saudável e contribuir para a redução da oleosidade, cicatrização da pele
e com a ação anti-inflamatórios. Nesse caso, indicamos as seguintes etapas.
• Higienização: realizada em todos os tipos de pele, mas recomenda-se a esco-
lha de princípios ativos anti-inflamatórios e cicatrizantes.
• Esfoliação: o esfoliante tem a função de auxiliar na remoção de células mortas,
realizando o afinamento córneo, contribuindo para permeação do princípio ativo,
realize escolha do esfoliante com grânulos de semente de apricot, maracujá para
não realizar agressão sobre a pele.
• Tonificação: para peles acneicas e oleosas escolha o tônico com a ação antis-
séptica, anti-inflamatório, cicatrizante e calmante.
• Máscara facial: para peles com presença de acne grau II e III, em que há um
processo inflamatório, é recomendado escolher cosméticos com ação anti-infla-
matória, calmante e cicatrizante.
• Eletroterapia aplicada para peles acneicas: durante a realização do protocolo
estético, pode ser utilizado a alta frequência, com ação bactericida e fungicida,
feito para contribuir na regeneração e cicatrização da pele.
• Ionização: auxílio da eletroterapia, é possível a utilização de princípio ativo
para contribuir no controle da oleosidade da pele, com a ação bactericida e não
sensibilizando a pele.
• Proteção Solar: o filtro solar é indicado para todos os biotipos cutâneos, com
finalidades de proteger a pele contra as ações UVA e UVB, realizando a preven-
ção de surgimentos de manchas, retardar o envelhecimento cutâneo precoce e
câncer de pele. Para peles mistas, oleosas e acneicas, escolha filtros solares
com textura leve: séruns, gel ou gel creme.

Para as peles acneicas com o grau IV e V, são encaminhadas para o tratamento


dermatológico, o paciente se faz uso de medicamentos controlados e com doses de acordo
com a necessidade de cada indivíduo. Entretanto, os cuidados básicos com a pele como
a higienização, tonificação, hidratação e uso de filtro solar deve ser realizado diariamente,
pois durante o uso da medicação a pele apresenta sintomas de sensibilidade devido à falta
da produção de sebo.

4.1. Princípios Ativos


Durante os tratamentos estéticos e até mesmo no uso home care do paciente,
os princípios ativos presentes nos cosméticos são de suma importância para auxiliar no
controle da oleosidade, atenuar o processo inflamatório, secativo, hidratante e fotoprotetor.
Dessa forma, segundo Matos (2014) os princípios ativos mais utilizados na estética para o
combate da acne são:
• Ácido azelaico: antimicrobiano e anti-inflamatório;
• Ácido salicílico: secativo, antibacteriano;

UNIDADE 2 ACNE 36
• Ácido glicólico: queratolítico, anti-inflamatório;
• Ácido mandélico: anti-inflamatório, antisséptico, regenerador celular, queratolítico;
• Ácido kójico: despigmentante, renovador celular;
• Alantoína: calmante, hidratante, cicatrizante;
• Alfabisabolol: anti-inflamatório, cicatrizante e antisséptico;
• Aveia: hidratante e emoliente;
• Betaglucan: calmante, hidratante;
• Belides: hidratante e calmante;
• Biowhite: derivado do complexo de vegetais, possui função clareadora;
• Calêndula: anti-inflamatória, calmante, antisséptico;
• Chá-verde: bactericida, adstringente, anti-inflamatório;
• Enxofre: antifúngico, antibacteriano, anti-inflamatório;
• Eucalipto: descongestionante;
• Extrato de camomila: anti-inflamatório, calmante;
• Extrato de erva-doce: ação refrescante, calmante, antisséptico, antioleosidade;
• Extrato de hortelã: antisséptico, tonificante e adstringente;
• Extrato de hera: anti inflamatório, cicatrizante e adstringente;
• Extrato de própolis: ação secativa, hidratante, antisséptica, adstringente,
cicatrizante;
• Jaborandi: antisséptico, hidratante, suavizante;
• Lavanda: antisséptica, calmante;
• Maracujá: calmante, descongestionante;
• Melaleuca: o óleo essencial de tea tree, função anti-inflamatória, secativo;
• Macadâmia: regeneradora, emoliente;
• Peróxido de benzoíla: antibacteriano, queratolítico, anti-inflamatório;
• Tília: calmante;
• Ureia: hidratante;
• Uva-ursina (arctostaphylos uva ursi): anti-inflamatória, antisséptica, adstrin-
gente e antioxidante;
• Valeriana (valleriana officinalis): calmante;
• Vitamina C: antioxidante, hidratante, clareador;
• Ylang Ylang: calmante;
• Zincidone: antifúngico, bacteriostático e antiseborreico.

Neste tópico conhecemos, os tratamentos estéticos e princípios ativos que podemos


realizar para os cuidados com a pele, apesar de peles oleosas e acneicas serem comuns,
ressaltamos que a hidratação e a foto proteção são indicados para todos os tipos de pele.

UNIDADE 2 ACNE 37
Os óleos essenciais, quando empregados na estética facial, podem ser utilizados em vários procedimentos,
principalmente durante a limpeza de pele. A exemplo do óleo essencial de alecrim e lavanda, que é antis-
séptico, anti-bactericida, podendo ser aplicado topicamente ou carreado em máscaras faciais.

Fonte: Matos (2014).

A pele acneica é um dos subtipos que mais incomoda a população, e quando não tratada adequadamente,
desencadeia cicatrizes e hiperpigmentação na pele. Dessa forma, o tratamento estético e dermatológico
deve ser realizado o quanto antes para manter a pele íntegra e saudável.

Fonte: Ribeiro (2010).

UNIDADE 2 ACNE 38
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado (a) aluno (a),

Nesta unidade, abordamos a importância de conhecer a fisiopatologia da acne,


suas formas clínicas, graus e tratamentos estéticos. É fundamental adquirir conhecimento
tanto sobre o sistema tegumentar e a fisiopatologia e formas clínicas da acne, quanto sobre
os recursos disponíveis para tratar e amenizar essa disfunção, a fim de determinar os
procedimentos mais adequados para nossos pacientes.
Dessa forma, atuamos diretamente na promoção da saúde, bem-estar e estética
dos nossos pacientes. Os estudos sobre a fisiopatologia da acne e suas disfunções nos
faz compreender o desenvolvimento clínico e tratamentos que possamos propor ao nosso
paciente.
Ao longo de todas as unidades, continuaremos a expandir nosso conhecimento
sobre saúde e estética. É importante lembrar que estamos em constante evolução, pre-
parando-nos para as próximas etapas do curso e desenvolvendo nossas habilidades na
elaboração de protocolos e procedimentos estéticos para atender às demandas do mercado
de trabalho.
Continue dedicado e confiante em sua jornada de aprendizado. Estamos construin-
do uma base sólida para se tornarem profissionais capacitados e competentes.

Muito Obrigada!

UNIDADE 2 ACNE 39
MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
• Título: Desmistificando os assuntos da estética
• Autor: Leone, Carla
• Editora: Estética Experts; 2ª edição (1 janeiro 2019)
• Sinopse: Esta obra é fruto da inquietação, da sede de conheci-
mento e da busca pela ética e pela ciência na Estética. Não espere
protocolos prontos nem a resolução de dúvidas universais, mas
prepare-se para repensar crenças e avaliar a conduta profissional
como nunca antes. Queremos, através das entrelinhas deste livro,
fazer você refletir sobre culturas, práticas e divergências, além de
se tornar um agente ativo na mudança do mercado estético. Acima
de tudo, queremos que você olhe com mais cautela e cientificidade
para a conduta profissional em nossa área.

FILME/VÍDEO
• Título: Glow Up
• Ano: 06 de dezembro de 2019
• Sinopse: Glow up é um fruto do fato da indústria da maquiagem
ter se destacado tanto ao longo dos últimos anos devido aos lança-
mentos de tutoriais feitos por youtubers, challenges e tendências.
Além dos influencers, a revista Vogue lançou, em sua plataforma,
conteúdos sobre maquiagem básica para o cotidiano e sobre
maquiagem mais profissional, o que gerou um número maior de
adeptos ao universo mágico da maquiagem.

UNIDADE 2 ACNE 40
Professor(a) Esp. Rafaela Lima Niimoto

• Identificar as clinicamente o envelhecimento extrínseco e intrínseco;


• Sistematizar os tratamentos e procedimentos à disfunção estética.
ENVELHECIMENTO

• Aprender sobre a fisiopatologia do envelhecimento cutâneo;


CUTÂNEO

Objetivos da Aprendizagem
UNIDADE

• Tipos de envelhecimento;
Plano de Estudos

• Formas clínicas;
• Fisiopatologia;
3 • Tratamentos.
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INTRODUÇÃO
Olá, prezado aluno (a)! Seja muito bem-vindo (a) à terceira unidade da disciplina de
Estética Facial. Nesta etapa, dedicaremos nosso estudo ao envelhecimento cutâneo, com
foco na classificação e grau de envelhecimento da pele. Compreender as características
individuais da pele de cada paciente e suas queixas é essencial para que você esteja
preparado (a) para realizar procedimentos com destreza e eficácia.
É fundamental que você compreenda e identifique as diferentes estruturas da pele,
os biotipos cutâneos e o grau de envelhecimento de Fitzpatrick. Ao estudarmos a fisiopato-
logia do envelhecimento cutâneo, bem como a anatomia e fisiologia do sistema tegumentar,
fica evidente a importância dos avanços tecnológicos nos procedimentos estéticos, sejam
eles não invasivos, invasivos ou combinados com fármacos e princípios ativos cosméticos,
para obter resultados satisfatórios.
Conscientes disso, reconhecemos que a capacitação profissional é de extrema
importância para dominar as técnicas básicas, intermediárias e avançadas, a fim de esta-
belecer objetivos claros nos tratamentos propostos. Ao dominar essas técnicas, você estará
preparado (a) para oferecer os melhores cuidados estéticos aos seus pacientes.
Portanto, é essencial que você se aprofunde no conhecimento de cada estrutura da
pele e se capacite para exercer a profissão, proporcionando saúde, bem-estar e resultados
positivos para seus futuros pacientes.

UNIDADE 3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 42


1
TÓPICO

FISIOPATOLOGIA

O envelhecimento é um processo fisiológico e natural do ser humano. Ao longo dos


anos, somos expostos a agressões internas e externas que desencadeiam o envelhecimen-
to da pele. Essas agressões resultam na perda de elementos celulares e intercelulares, que
estão localizados na epiderme e derme. Mas, o envelhecimento é classificado conforme os
fatores que provocam alterações intrínsecas e extrínsecas.
O envelhecimento, também chamado de atrofia senil, pode ser conceituado como um
processo dinâmico e progressivo, em que há alterações morfológicas funcionais e bioquímicas
que vão alterando progressivamente o organismo, tornando-o mais suscetível às agressões
intrínsecas e extrínsecas (GUIRRO E. e GUIRRO R., 1996). O processo de envelhecimento
está relacionado por perdas de funções metabólicas e bioquímicas; sendo assim, os fatores
que influenciaram esses mecanismos podem ser classificados como intrínsecos e extrínsecos.
O fenômeno biológico do envelhecimento representa a última das três fases do ciclo
vital do organismo, sendo as duas primeiras a infância e a maturidade. Envelhecer é um
processo natural que ocorre desde que nascemos; porém, fica mais evidente após a terceira
idade. A qualidade do envelhecimento e a aparência da pele estão relacionadas diretamente
com a qualidade de vida à qual o organismo foi submetido (GUIRRO E. e GUIRRO R., 1996).
Dessa forma, as alterações na epiderme e derme manifestam-se clinicamente tanto
de forma fisiológica quanto externa. No entanto, alguns fatores, como sedentarismo, taba-
gismo, consumo de bebidas alcoólicas, alterações hormonais (como diabetes, síndrome de
Cushing, doença de Graves e hipertireoidismo) e perda de peso, podem influenciar nessas
manifestações (VIEIRA, 2015).
O envelhecimento está ligado à organização das células em tecidos e órgãos, formada
por colônias de células diferenciadas, cada uma controlando e limitando o crescimento e a
multiplicação das outras células que não se organizaram em órgãos ou tecidos (VIEIRA, 2015).

UNIDADE 3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 43


Uma das possibilidades neste aspecto relaciona-se com o papel do sistema imune
na velhice, que, por alguma razão, as células do organismo não são reconhecidas como
próprias, acarretando a sua destruição (GUIRRO E. e GUIRRO R., 1996).

1.1. Alterações Morfológicas


As alterações morfológicas apresentam-se em engrossamento e desarranjo das
fibras elásticas, atrofia do tecido subcutâneo e muscular, diminuição da atividade das glân-
dulas sebáceas, sudoríparas e atrofia dos melanócitos (VIEIRA, 2015).
Entretanto, o organismo atua diferentemente nas diversas horas do dia, que nos refe-
rimos de cronobiologia que é a ciência que estuda o relógio biológico, assim, ao despertarmos
acontece a liberação das toxinas retidas no corpo e liberadas pelo rim através da urina. Na parte
da manhã a atividade intelectual é maximizada, depois do almoço um estado de entorpecimento
ao nosso humor, e ao fim à noite biologicamente é o momento de repouso (MATOS, 2014).
Desta forma, o processo do envelhecimento é um processo natural influenciado
pelo fator: excesso de exposição solar, alimentação inadequada com déficit de vitamina
A, C e E, ácido fólico, alto teor de gordura e sal, privação de sono, estresse, consumo
excessivo de álcool e tabaco.

1.2. Causas do Envelhecimento Cutâneo


O processo de envelhecimento externamente se dá pelo processo de ressecamen-
to cutâneo, afinamento da pele, perda de firmeza da pele devido à redução de colágeno
e elastina, menor resposta imunológica, pouca capacidade de cicatrização/regeneração
tecidual e fatores genéticos (VIEIRA, 2015).
Entretanto, com o aumento da idade, a pele tende a tornar-se flácida e fina, sendo
caracterizada por decréscimo do tamanho dos queratinócitos e diminuição da proliferação
celular no estrato basal. Ressaltamos que as estruturas anexas diminuem de tamanho e em
número, por exemplo, as glândulas sudoríparas e sebáceas tornam-se menores e menos
ativas, deixando a pele mais seca, opaca e desvitalizada (RIBEIRO, 2010).
Entretanto, os cuidados com a pele durante a vida são desencadeados pela falta
de hidratação e revitalização cutânea. O uso preventivo de filtros solares, por exemplo,
contribuem para que possamos retardar processo de envelhecimento precoce e prevenir o
surgimento do câncer de pele.
As alterações cutâneas do envelhecimento cutâneo podem ser evidenciadas nas
diferentes camadas da pele: epiderme; derme e hipoderme. Elas dependem de fatores
individuais, geneticamente determinados (VIEIRA, 2015).
Ressaltamos que na derme há presença de fibroblastos, colágeno e elastina. Durante o
envelhecimento, a capacidade de promover resistência e firmeza da pele tende a ser reduzidas,
principalmente na fase da menopausa, o colágeno declina se em média de 2,1% (VIEIRA, 2015).

UNIDADE 3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 44


2
TÓPICO

TIPOS DE
ENVELHECIMENTO

O envelhecimento cutâneo é denominado em intrínseco e extrínseco. Nesse tópico,


estudaremos sobre as suas diferenças e desencadeamento de cada uma. Na figura 1,
destacamos a presença de rugas na região orbicular.

FIGURA 1 - RUGAS ORBICULAR

Fonte: FREEPIK. Disponível em: https://br.freepik.com/fotos-gratis/olho-bonito-de-mulher-senior_5399601.


htm#query=rugas%20olhos&position=27&from_view=keyword. Acesso em: 18 fev. 2023.

2.1. Envelhecimento Intrínseco


O envelhecimento intrínseco, também conhecido como envelhecimento crono-
lógico, é causado por diversos fatores internos do próprio metabolismo. À medida que
envelhecemos, ocorre uma degeneração natural dos tecidos que não depende dos fatores
ambientais (MATOS, 2014). No entanto, é importante destacar que a redução da atividade
das glândulas sebáceas e sudoríparas, bem como a diminuição da atividade dos fibro-

UNIDADE 3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 45


blastos, colágeno e elastina, desencadeiam o surgimento de linhas de expressão, rugas e
flacidez na pele.

2.2. Envelhecimento Extrínseco


O envelhecimento extrínseco, denominado também de fotoenvelhecimento, é
provocado por diversos fatores externos, como: exposição solar, frio rigoroso, poluição,
estresse, uso abusivo de drogas (álcool, tabaco, medicamentos). Todos esses citados são
fatores que aceleram processo de envelhecimento.
As transformações cutâneas decorrentes dos danos causados por fatores externos,
principalmente as radiações ultravioleta (UV), são bem conhecidas. Sabe-se que, ao entrar em
contato com as células, a radiação UV pode provocar alterações no DNA, ao longo do tempo,
resultando em anormalidades na atividade dos melanócitos, o que pode levar ao surgimento de
hiperpigmentações (manchas) e acentuação das linhas de expressão em áreas expostas da pele.
As alterações bioquímicas que ocorrem no metabolismo humano resultam em di-
versos danos na pele. Dessa forma, durante a avaliação estética facial com o profissional,
existem as particularidades clínicas que permitem observar e analisar as características de
uma pele fotoenvelhecida e cronoenvelhecida.

UNIDADE 3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 46


3
TÓPICO

FORMAS CLÍNICAS

Na pele cronoenvelhecida, observa-se uma redução na atividade celular, na qual as


células da derme e da epiderme não são renovadas em um ritmo adequado para manter a
pele com a espessura adequada e as células funcionando normalmente. Como resultado,
ocorre o afinamento da epiderme e da derme devido à diminuição da atividade dos fibro-
blastos, resultando em uma redução significativa de colágeno e elastina (MATOS, 2014).
Essas mudanças estruturais contribuem para o aparecimento de rugas, perda de firmeza e
elasticidade da pele associadas ao processo de envelhecimento.
Devido à redução da elasticidade, a pele pode apresentar uma diminuição na sua
capacidade de se esticar e recuperar sua forma original, resultando em pouca elasticidade
e desencadeando a flacidez tissular. Além disso, é importante destacar que a hidratação
natural da pele, regulada pelo manto hidrolipídico, também é afetada. Com a redução desse
manto e um déficit no transporte de água para os tecidos, a pele pode se tornar seca,
desvitalizada e com um aspecto opaco.
Na pele envelhecida, ocorre uma redução das terminações nervosas, o que faz com
que ela se torne menos sensível à dor e às variações de temperatura. Como consequência,
a pele envelhecida tende a se machucar com maior facilidade. Além disso, a redução da
microcirculação sanguínea pode resultar em deficiências na oxigenação e nutrição dos
tecidos, levando a uma pele sem viço, com aparência opaca e sem brilho (MATOS, 2014).
É importante ter cuidados adequados para proteger e nutrir a pele envelhecida, garantindo
uma aparência saudável e revitalizada.

UNIDADE 3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 47


A pele fotoenvelhecida tem algumas características semelhantes da crono envelhe-
cida, considerando os principais danos da radiação UV e UVA, clinicamente observamos as
alterações na derme, especialmente nos fibroblastos, colágeno e elastina.
Em relação à epiderme, notamos a presença do espessamento em decorrência
do crescimento número de células mortas e hiperqueratinizadas sobre a pele, as rugas
desencadeadas ao fotoenvelhecimento cutâneo são profundas e precoces, destacando-se
a flacidez cutânea precoce e também a presença de melanoses solares, visto que, os me-
lanócitos estão entre as células afetadas ao processo do envelhecimento (MATOS, 2014).

3.1. Classificação Glogau


A classificação de Glogau foi desenvolvida com base nos sinais clínicos apresen-
tados pelas peles envelhecidas, por isso ela é importante para a realização da avaliação
estética, bem como em determinar critérios durante os tratamentos. Na tabela 1 abaixo, traz
a descrição da classificação de Glocau.

TABELA 1 - CLASSIFICAÇÃO DE GLOGAU


GRAU CARACTERÍSTICAS IDADE (APROXIMADA)

Grau I Poucas linhas de expressão,


20 – 30 anos de idade
Envelhecimento suave poucas alterações pigmentares.

Grau II Rugosidades (linha nasolabial e ao


Envelhecimento redor dos olhos), manchas senis e 30 – 40 anos de idade
moderado queratoses.
Grau III Rugosidades estáticas e
Envelhecimento dinâmicas, discromias, queratoses 50 – 60 anos de idade
avançado e telangiectasias.
Rugosidades estáticas e dinâmicas,
Grau IV
discromias (pode haver na pele 60 – 70 anos de idade
Envelhecimento
lesões malignas ou benignas), (ou mais)
severo
queratoses, telangiectasias.
Fonte: Matos (2014).

Consideramos que cada indivíduo possui suas particularidades clínicas. Nesse


sentido, a tabela de Glogau é uma ferramenta que auxilia o profissional na obtenção do diag-
nóstico clínico e no planejamento dos tratamentos estéticos propostos para cada paciente.
Atualmente, os tratamentos estéticos faciais e corporais visam atenuar e melhorar a
qualidade da pele do indivíduo e de quaisquer outras disfunções estéticas. Por isso, hoje
em dia há recursos tecnológicos, cosmecêuticos, medicamentos que retardam o envelhe-
cimento precoce cutâneo.

UNIDADE 3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 48


4
TÓPICO

TRATAMENTOS

Na estética facial, clinicamente se obtém de recursos que possam otimizar e ate-


nuar a disfunção. Os cosméticos, por exemplo, podem atuar em diversas formas, desde a
prevenção de danos até os seus reparos teciduais (MATOS, 2014). Os antioxidantes, por
exemplo, são indicados para realizar a regeneração dérmica, renovação da epiderme e
atuam como clareadores e hidratantes. No subtópico abaixo, conheceremos quais recursos
estéticos que possamos utilizar para protocolos de envelhecimento da pele.

4.1. Cosméticos
Os antioxidantes são empregados na estética em diversos protocolos e estão presen-
tes nos cosméticos, alimentação e em fármacos (medicamentos). Dessa forma, atuam direta-
mente para a prevenção do envelhecimento precoce, mas a função dos ativos antioxidantes
é de realizar a proteção das células da oxidação provocada pelo radical livre (MATOS, 2014).
Radicais livres são átomos ou moléculas invisíveis que se são desencadeados por
fatores intrínsecos (alterações metabólicas), e extrínsecos (fatores externos) que se de-
sestruturam quimicamente em algumas moléculas. O termo oxidação celular é empregado,
pois as nossas células perdem elétrons para o radical livre que temos no organismo que
são de oxigênio (RIBEIRO, 2010). Portanto, o objetivo dos ativos antioxidantes, também
conhecidos como agentes anti-radical livre, no organismo é impedir a oxidação celular.
Essas substâncias químicas possuem a capacidade de neutralizar os radicais livres, doan-
do elétrons para outros elementos e, assim, alcançando a estabilidade química (MATOS,
2014). Na tabela 2 abaixo, destacam-se alguns exemplos de ativos antioxidantes utilizados
no combate ao envelhecimento cutâneo.

UNIDADE 3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 49


TABELA 2 - ATIVOS ANTIOXIDANTES
• Glutationa • Semente de uva
• Picnogenol • Soja
• Resveratrol • Vitamina A, E, C
Fonte: Matos (2014).

4.2. Regeneradores Dérmicos


Os ativos regeneradores dérmicos são ativos capazes de melhorar o metabolismo
da derme e repor substâncias reduzidas ao passar dos anos. Em geral, são ativos que
estimulam a síntese de produção colágeno e elastina. Na tabela 3 abaixo, destacamos
alguns princípios ativos para envelhecimento.

TABELA 3 - ATIVOS REGENERADORES DÉRMICOS


• Alfa hidroxiácidos • IGF
• Ascorbilaine • Linefactor
• Biolift H • Reffermine
• Densiskin • Retinol
• Elastinol • VC – IP
• Hyaxel • VC - PMG
Fonte: Matos (2014).

4.3. Renovadores Epidérmicos


Os renovadores epidérmicos são ativos úteis para melhorar o aspecto da pele en-
velhecida, o qual tem objetivo de realizar a renovação celular. Na tabela 4, segue exemplo
de princípios ativos para regeneração epidérmica.

TABELA 4 - ATIVOS RENOVADORES EPIDÉRMICOS


• Alfa hidroxiácidos • Lipossomas de Hamamelis
• Ácido alfalipolico • Lipossomas de papaína
• Centelha asiática • Lipossomas de pantenol
• Hidrolisado de soja • Óleo de rosa mosqueta
• Hyaxel • Retinol
• Lipossomas de aloe vera • Vitamina B5.
Fonte: Matos (2014).

4.4. Preenchedores
Os ativos preenchedores agem de forma lenta e gradual, devolvendo a hidratação
cutânea, elasticidade, vitalidade à pele. O cosmético com ativos preenchedores atua na
superfície da pele, promovendo regeneração epidérmica.

UNIDADE 3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 50


TABELA 5 - ATIVOS PREENCHEDORES
• Reffermine
• Argireline (hexapeptideo)
• Tensine
• Ácido hialurônico
• Thalassine
• DMAE
• Peptídeos
• Elastinol
• Militina
• Liftine
• THPE
Fonte: Matos (2014).

O uso de princípios ativos cosméticos na abordagem de disfunções estéticas


proporciona diversos benefícios. Nesse sentido, é fundamental destacar a importância da
prevenção e dos cuidados diários para manter a saúde da pele, incluindo a higienização
adequada, a hidratação regular e a aplicação diária de filtro solar. No atual mercado estéti-
co, existem diversos tratamentos disponíveis para atenuar e prevenir essas disfunções. Um
exemplo é a eletroterapia facial, que utiliza tecnologia avançada para induzir e estimular a
produção de colágeno e elastina na pele. Essa abordagem pode contribuir para melhorar a
firmeza, a elasticidade e a aparência geral da pele.

UNIDADE 3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 51


Os cuidados estéticos faciais, corporais e capilares devem ser realizados diariamente. Porém, a alimenta-
ção, ingestão de água, fotoproteção e hidratação, quando realizados corretamente, retardam o envelheci-
mento precoce.

Fonte: Ribeiro (2010).

Os ativos antioxidantes nos proporcionam benefícios para a nossa saúde, e também contribuem para
atenuar as disfunções estéticas. O uso diário da vitamina C, picnogenol, resveratrol ameniza manchas,
retarda o envelhecimento cutâneo e suaviza linhas de expressão na pele.

Fonte: Matos (2014).

UNIDADE 3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 52


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado (a) aluno (a),

Nesta unidade, estudamos sobre a importância de conhecer sobre o envelhecimen-


to cutâneo e as diferenças de graus e classificação, portanto, ao profissional da área da
estética, conhece e aprende situações relacionadas às disfunções estéticas, as indicações,
contraindicações dos procedimentos realizados.
O profissional atua diretamente na saúde, bem-estar e estética aos pacientes.
Todavia, os estudos sobre sistema tegumentar, histologia da pele, fisiopatologia e formas
clínicas do envelhecimento nos faz refletir e sistematizar o conhecimento, e atuar em prá-
tica e otimizar os resultados e entregar o melhor ao paciente, contribuindo também para
agregar e expandir o conhecimento acadêmico e profissional.
Estamos em constante construção do conhecimento e acreditamos que você está
preparado (a) para as próximas etapas do curso. Desenvolvendo suas habilidades em
elaborar protocolos e procedimentos estéticos, estará pronto para atender no mercado de
trabalho. Continue dedicado (a) e confiante em sua jornada de aprendizado.
Até a próxima unidade!

UNIDADE 3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 53


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
• Título: Cosmetologia aplicado a dermoestética
• Autor: Claudio Ribeiro.
• Editora: 2° edição, editora Pharmabooks.
• Sinopse: O autor atualiza temas amplamente desenvolvidos, re-
sultando em uma ferramenta útil ao profissional que trabalha com
química cosmética. Capítulos novos trazem temas como cosmé-
ticos orgânicos, por exemplo, tratados desde o ponto de vista do
conceito e do marketing até os aspectos regulatórios, com tabelas
e esquemas que permitem uma leitura fácil.

FILME/VÍDEO
• Título: Mercado de Capitais.
• Ano: 2016.
• Sinopse: Uma investidora está lutando para conseguir uma pro-
moção na empresa onde trabalha, em Wall Street. Ela lidera uma
controversa ação no meio de uma crise financeira mundial, em que
as regulações são apertadas e a pressão para que o investimento
renda é ainda maior.

UNIDADE 3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 54


Professor(a) Esp. Rafaela Lima Niimoto
HIPERCROMIAS

• Aprender sobre a fisiopatologia das hipercromias;


• Identificar as classificações das hipercromias;
• Sistematizar e elaborar protocolos estéticos
Objetivos da Aprendizagem
UNIDADE

• Tipos de hipercromias;
Plano de Estudos

• Outros tratamentos.
• Despigmentantes;
• Fisiopatologia;
4
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INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a), seja bem-vindo (a) à quarta e última unidade nesta primeira unidade,
vamos estudar sobre o sistema tegumentar e suas funções, para que você possa conhecer
sobre esse órgão para atuar na área da estética. Desta forma, compreender suas caracte-
rísticas para que esteja apto (a) a indicar sempre o melhor tratamento para o seu paciente.
No entanto, é importante que você compreenda e identifique as estruturas e cama-
das que compõem a pele, pois, existem diversas disfunções da pele e cada qual com suas
particularidades. Nos estudos de conceito de beleza, estética e saúde é notório observar-
mos os avanços da tecnologia, no qual os conhecimentos da anatomia e fisiologia humana.
Atualmente estamos expostos diante de tendências de procedimentos não invasi-
vos, invasivos com ou sem associações de fármacos, princípios ativos cosméticos para pro-
porcionar resultados aos procedimentos estéticos, desta forma sabe-se que a capacitação
profissional é de extrema importância para se executar as técnicas básicas, intermediárias
e avançadas para se traçar aos objetivos aos tratamentos propostos.
Portanto, é essencial que você conheça cada estrutura da pele e esteja capacitado
para exercer a profissão e proporcionar saúde e bem-estar ao paciente.

UNIDADE 4 HIPERCROMIAS 56
1
TÓPICO

FISIOPATOLOGIA

Neste tópico, estudaremos sobre a fisiopatologia das hipercromias, disfunção


estética que acomete homens e mulheres de várias faixas etárias. Por isso, é importante
conhecer os princípios da formação e síntese de melanina (responsável pela coloração da
pele) o processo em que ocorre a sua classificação e função.
A pele é considerada um órgão do mecanismo de defesa ao nosso organismo, protegen-
do-nos contra as agressões externas, contra os raios solares, bactérias, fungos e microrganismos.
As pigmentações da pele dependem de uma combinação de vários fatores, que vão
desde a espessura do estrato córneo até a quantidade de pigmentos existentes (VIEIRA e
BEPPLER, 2015). Dessa forma, para podermos entender sobre a formação das hiperpigmen-
tações, é necessário estudar sobre o funcionamento da pigmentação do sistema tegumentar.

1.1 Radiação Solar


Para a classificação da melanina, destacamos o processo em que são formados os dois
tipos de melanina: as eumelaninas e feomelaninas, as quais classificam a coloração da pele.
A pele tema função de promover a cor e a fotoproteção, pois possui a capacidade
de proteger as células. No entanto, o tecido irradiado e os melanossomas se juntam em
torno do núcleo protegendo o material genético da célula (KAMIZATO, 2014).
A exposição da pele à radiação solar ultravioleta resulta em um bronzeado. No
entanto, quando essa exposição é excessiva, pode levar ao envelhecimento precoce da
pele e até mesmo ao desenvolvimento de câncer de pele, processo conhecido como foto-
carcinogênese (KAMIZATO, 2014).

UNIDADE 4 HIPERCROMIAS 57
A radiação solar é composta por diferentes comprimentos de onda, que ao atingir a
pele, podem gerar vários benefícios a nossa saúde, como, por exemplo, a sintetização da
vitamina D, responsável por desenvolver e fortalecer o nosso sistema imunológico (VIEIRA
e BEPPLER, 2015).
Dessa forma, ao se expor demasiadamente ao sol, podemos desencadear o
fotoenvelhecimento cutâneo, que ocorre simultaneamente com o processo de envelheci-
mento fisiológico (MOTA, 2006). As radiações solares, quando expostas à nossa pele,
podem desencadear sintomas clínicos como a vermelhidão (eritema), prurido, desidratação
cutânea e acentuar as pigmentações da pele, sensibilizando todas as regiões expostas.

UNIDADE 4 HIPERCROMIAS 58
2
TÓPICO

TIPOS DE
HIPERCROMIAS

As hipercromias são classificadas conforme o grau de extensão e profundidade que está


presente sobre a pele. Dessa forma, existem vários tipos de manchas, que ao identificá-las, os
cuidados e procedimentos estéticos e dermatológicos podem ser traçados para cada indivíduo.

2.1. Lentigos ou Melanose Solar


O lentigo, uma lesão pigmentada na pele, é formado pelos melanócitos que são
estimulados pela radiação solar. Em alguns casos, o desenvolvimento dessa pigmentação
pode estar associado ao câncer de pele (SMALL; HOANG e LINDER, 2014).
O lentigo pode apresentar-se clinicamente em várias regiões do corpo, principalmente na
face, colo, mãos, que são regiões expostas ao sol e a outras agressões externas (HOCHHEIM,
2018). Essa característica de pigmentação surge durante o processo de envelhecimento cutâneo.
O uso diário de fotoprotetor é essencial para podermos amenizar o surgimento ou
a hiperpigmentação na pele, além de promover a integridade ao tecido, saúde e bem-estar.

2.2. Efélides ou Sardas


As efélides são conhecidas popularmente como sardas sendo apresentadas clini-
camente em pessoas com fototipos baixos (I e II). São pequenas manchas que costumam
aumentar a pigmentação de acordo com a exposição solar (HOCHHEIM, 2018). Dessa
forma, assim como todas as hiperpigmentações, os cuidados diários com a pele são neces-
sários, principalmente a aplicação de filtro solar.

2.3. Melasma
O melasma pode ocorrer tanto em homens como em mulheres, mas acomete mais
este segundo grupo, principalmente as de fototipo mais alto – de IV a VI, na classificação
de Fitzpatrick (GUPTA et al., 2006, p. 03).

UNIDADE 4 HIPERCROMIAS 59
O desenvolvimento e o agravamento da pigmentação são lentos e, com o passar
dos anos, torna-se mais acentuado em toda extensão da pele. O melasma tem diversas
etiologias, que podem ser: genético, alterações hormonais, exposição à radiação solar,
medicamentos, gestação e estresse (HOCHHEIM, 2018).
O Melasma é uma condição de pigmentação da pele que pode ser classificada
em três tipos: melasma epidérmico, melasma dérmico e melasma misto. Cada tipo requer
cuidados e tratamentos específicos (HOCHHEIM, 2018). O diagnóstico do melasma é
realizado com o auxílio de ferramentas como a lâmpada de Wood ou dermatoscópio. No
entanto, é importante conscientizar o paciente de que o melasma não possui uma cura
definitiva, mas sim a possibilidade de controle da pigmentação.

2.4. Hiperpigmentação Periorbital


A hiperpigmentação periorbital ou hiperpigmentação periocular é popularmente
conhecida como olheira (HOCHHEIM, 2018). Diversos fatores podem desencadear o
surgimento e o agravamento dessa mancha; destaca-se que conforme os anos, durante
a exposição solar excessiva é um fator que agrava e desencadeia o surgimento da pigmen-
tação orbicular. Fatores como a genética, alterações hormonais são motivos que podem
promover o surgimento da hiperpigmentação orbicular.
O conjunto de alterações provoca danos aos fluxos linfáticos e circulatórios, acu-
mulando-se nos tecidos, alterando a aparência da pele (KAMIZATO, 2014).

2.5. Hiperpigmentação Pós-inflamatória


A hiperpigmentação pós-inflamatória se dá ao processo de escurecimento da pele
em resposta a uma lesão. Entretanto, podem ser ao surgimento da acne, queimaduras,
doenças de pele, dermatites, arranhões e procedimentos estéticos (HOCHHEIM, 2018).
A pigmentação é caracterizada por uma produção de melanina nos melanócitos da
camada basal da derme, a mancha é desencadeada quando há algum estímulo inflamatório
endógeno ou exógeno (HOCHHEIM, 2018, p. 13).

2.6. Hipopigmentação Pós-inflamatória


A hipopigmentação pós-inflamatória é caracterizada pela ausência da produção de
melanina, mas “em casos de hiperpigmentação não há possibilidades de tratamentos para
reverter os possíveis danos” (HOCHHEIM, 2018, p. 15).
Outras causas de hiperpigmentação são algumas “doenças como o vitiligo, infec-
ções fúngicas, psoríase, leucodermia gutata por exposição excessiva ao sol, ressecamento
excessivo e o uso inadvertido de produtos clareadores de manchas de pele que contém
hidroquinona” (HOCHHEIM, 2018, p. 15).

UNIDADE 4 HIPERCROMIAS 60
3
TÓPICO

DESPIGMENTANTES

Neste tópico, iremos explorar as funções e os mecanismos de ação dos despig-


mentantes no clareamento de manchas na pele. A cosmetologia, quando utilizada adequa-
damente no tratamento de disfunções estéticas, oferece uma variedade de recursos que
podem levar a resultados satisfatórios.
Para o tratamento de hiperpigmentação considera-se que na “atuação da estética,
existem vários tratamentos que se combinam no uso dos ativos com equipamentos, ou que
apenas a cosmetologia de forma isolada” (HOCHHEIM, 2018, p. 22). O mecanismo de ação
dos despigmentantes atua nas seguintes etapas, descritas na tabela 1 abaixo.

TABELA 1 - MECANISMO DE AÇÃO DO DESPIGMENTANTE


01. Inibição da melanina
02. Renovação celular
03. Inibição da enzima tirosinase
Fonte: Hochheim (2018).

A atuação de um princípio ativo cosmético despigmentante é capaz de promover o


mecanismo de ação descrito anteriormente. Na tabela 2 abaixo, é apresentado um exemplo
de fórmula magistral de cosmético para clareamento da hiperpigmentação:

TABELA 2 - FORMULAÇÃO MAGISTRAL DE COSMÉTICO CLAREADOR


01. Ácido mandélico 2%
02. Ácido glicólico 2%
03. Alpha arbutin 3%
04. Densiskin 4%
05. Base gel q.s.p. 30 gramas
Fonte: Hochheim (2018).

UNIDADE 4 HIPERCROMIAS 61
De maneira geral, os ativos utilizados atuam na síntese de melanina, realizando
a inibição da tirosinase, promovendo renovação dos queratinócitos, (HOCHHEIM, 2018).
Dessa forma, para clarear e controlar a hiperpigmentação, é importante usar filtro solar
diariamente. Isso ajuda a otimizar os resultados dos tratamentos estéticos e cosméticos.

UNIDADE 4 HIPERCROMIAS 62
4
TÓPICO

OUTROS
TRATAMENTOS

Os tratamentos estéticos faciais são empregados para atenuar as alterações esté-


ticas. Porém, existem vários recursos como procedimentos cosmetológicos e de eletrote-
rapia. O procedimento comum realizado em clínicas de estética, são os peelings químicos
superficiais, médio e profundo.

• Peeling superficial: são utilizados ativos químicos com a concentração (%) e


pH de 3,5 com objetivo de realizar renovação do queratinócito, atuando somente
em epiderme.
• Peeling médio: são utilizados ativos químicos com concentração (%) e pH
ácido, com objetivo de renovar a pele, mas atuando até a camada basal.
• Peeling profundo: são ativos químicos com concentração e pH ácido, com
objetivo de realizar descamação da pele, atingindo a camada mais profunda.

Dessa forma, os peelings também são classificados com o uso da eletroterapia,


como, por exemplo: peeling de diamante e peeling de cristal.
• Peeling de diamante: realiza uma esfoliação suave na pele com o auxílio de
uma caneta com a ponteira diamantada. Promove um lixamento sobre a camada
superficial da pele, podendo ser aplicado em várias regiões do corpo para com-
plementar os tratamentos estéticos faciais e corporais.
• Peeling de cristal: realiza uma esfoliação mecânica, suave sobre a pele, com
auxílio de hidróxido de alumínio, com objetivo de remover células mortas e estimu-
lar a renovação celular. Pode ser realizada a técnica em várias regiões do corpo.

UNIDADE 4 HIPERCROMIAS 63
Outra técnica que é otimizada e promove resultados satisfatórios quando emprega-
do corretamente é o microagulhamento, pois realizamos a permeação dos princípios ativos
que possam clarear, renovar e atenuar a disfunção estética. É um procedimento que pode
ser empregado em várias regiões do corpo, associado com princípios ativos antioxidantes,
para melhorar e promover vitalidade à pele.
A eletroterapia, especificamente a IPL (luz intensa pulsada), é amplamente utilizada
na estética como um recurso para a depilação a laser. Além disso, também é indicada para
reduzir a aparência de hiperpigmentações da pele, como melasma, efélides, melanoses
solares e manchas pós-inflamatórias.
Durante os procedimentos estéticos para clareamento das manchas, podem ser
utilizadas máscaras faciais com princípios ativos cosméticos com finalidades para hidrata-
ção, revitalização e despigmentação.
No entanto, o procedimento de microagulhamento é empregado para atenuar
diversas disfunções estéticas, e uma delas para clarear as manchas. A técnica deve ser
executada com cuidados e escolher os princípios ativos que possam otimizar e auxiliar na
redução da hiperpigmentação.
Dessa forma, a escolha do tamanho da agulha do dermaroller é o principal objetivo
para promover a lesão. As agulhas indicadas clinicamente são os tamanhos de 0,5mm,
0,75mm e 1,0mm. Ao aplicar o roller sobre a epiderme (camada superficial da pele), é rea-
lizado lesão sobre ela, com objetivo de promover processo inflamatório e fisiologicamente
durante a cicatrização se há produção e sintetização das fibras de colágeno e elastina.
Todavia, quando a pele se apresenta com lesão, é nesse momento que realizamos
a aplicação de séruns com princípios ativos antioxidantes para poder permeá-los com
facilidade, com objetivo para atenuar, clarear a determinada disfunção estética acometida.
Para indivíduos que apresentam clinicamente hiperpigmentação cutânea, é indispensável
o uso diário de filtro solar, e os cuidados básicos como a higienização e hidratação da pele.
Os cremes e clareadores devem ser indicados e prescritos por profissionais de
estética e dermatologia, pois o uso incorreto pode agravar o caso clínico.

UNIDADE 4 HIPERCROMIAS 64
Os princípios ativos antioxidantes, quando empregados corretamente proporcionam vários benefícios
como: hidratação, revitalização da pele, clareamento, controle da oleosidade da pele, desta forma o ativo
vitamina C com concentrações de 05% até 10% são os mais indicados.

Fonte: Ribeiro (2010).

O uso do filtro solar deve ser diário, mas no momento da escolha é essencial observar o FPS do produto e
também a descrição de PPD. Essas são informações que constam no rótulo e nos protegem contra os raios
UV, UVB e também as luzes artificiais.

Fonte: Matos (2014).

UNIDADE 4 HIPERCROMIAS 65
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado (a) aluno (a),

Nesta unidade, estudamos sobre a importância de conhecer sobre as hipercromias


e formas clínicas sobre a pele, portanto estudamos a fisiopatologia e formação da hiperpig-
mentação e como podemos ameniza-las e controlar a disfunção estética. Sabe-se que a
hiperpigmentação podem ser desencadeadas por diversos fatores, como por medicamen-
tos, hormônio e genética.
Portanto, ao profissional da área da estética, conhecer e aprender situações relaciona-
das às disfunções estéticas, as indicações, contra indicações dos procedimentos realizados,
é importante atentarmos sobre o mecanismo de ação e atuação sobre a cosmetologia, exe-
cução de procedimentos e as diferenças de cada um para traçar protocolo ideal ao paciente.
Durante todas as unidades, estudamos as abordagens da hiperpigmentação e en-
tre outras alterações estéticas, e tratamentos, princípios ativos cosméticos que possamos
indicar ao nosso paciente. No entanto, estamos em construção o nosso conhecimento, e
acreditamos que estejamos preparados para as próximas etapas do nosso curso, realizan-
do desenvolvimento de suas habilidades de elaborar protocolos e procedimentos estéticos
para realizar atendimentos no mercado de trabalho.

UNIDADE 4 HIPERCROMIAS 66
MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
• Título: Manipulação Magistral Para Estética - Personalização dos
Tratamentos
• Autor: Valeria Maria De Souza.
• Editora: Editora Valéria Antunes; 1ª edição (1 janeiro de 2020).
• Sinopse: Descreve os Programas de Personalização dos
Tratamentos Estéticos, onde são utilizadas fórmulas magistrais,
dermatológicas e nutracêuticas, mas que indicam as etapas de
tratamento, criando rituais de beleza, associados às técnicas de
limpeza, procedimentos e equipamentos estéticos. São aproxi-
madamente 220 fórmulas e 20 descrições de bases, e quase 100
artigos científicos recentes sobre cada assunto indicados

FILME/VÍDEO
• Título: O primeiro milhão
• Ano: 2000.
• Sinopse: Um desistente da faculdade, tentando estar à altura dos
altos padrões de seu pai, consegue um emprego em uma empresa
de investimentos suburbanos, colocando-o no caminho do suces-
so. Mas o trabalho pode não ser tão legítimo quanto apareceu.

UNIDADE 4 HIPERCROMIAS 67
CONCLUSÃO GERAL
Prezado (a) aluno (a),

Durante as unidades I, II, III e IV, estudamos os conceitos a disciplina de estéti-


ca facial. Na unidade I, especificamente, vimos a importância sobre o conhecimento de
anatomia e fisiologia da pele, e que é essencial identificarmos quais são as queixas e as
necessidades estéticas ao nosso paciente, elaborando protocolos estéticos, realizando as
orientações necessárias durante todo o tratamento.
Continuando, na Unidade II abordamos sobre as disfunções estéticas e fisiopato-
logia da acne e associação de recursos eletroterapêuticos e princípios ativos cosméticos
são determinados segundo a necessidade, indicação a cada paciente. Já na Unidade III
aprendemos o conteúdo sobre o biotipo cutâneo, classificação e grau de envelhecimento
cutâneo e recursos para amenizar o quadro clínico.
Entretanto, na Unidade IV abordamos o conceito da cosmetologia aos procedimentos
estéticos faciais e estudo sobre a fisiopatologia da hiperpigmentação cutânea, conhecendo
os recursos e mecanismo de ação de princípio ativo, a importância do preparo da pele.
Dessa forma, durante todas as unidades, estudamos as abordagens terapêuticas
da estética facial, sistema tegumentar e recursos que possam otimizar os atendimentos
clínicos. Assim, acreditamos que esteja preparado para seguir próximas etapas do curso,
realizando desenvolvimento de suas habilidades de elaborar procedimentos estéticos para
realizar atendimentos no mercado de trabalho.

Muito Obrigada!

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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o EGF e o movimento ortodôntico ou por que o movimento ortodôntico não promove a
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70
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