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GRANDES BIOMAS MUNDIAIS - PROF DÉCIO

Bioma é uma comunidade de plantas e animais, com formas de vidas e condições ambientais
semelhantes, cada bioma é representado por um tipo de vegetação principal que lhe confere uma característica
visual. Comunidade biológica, ou seja, fauna e flora e suas interações entre si e com o ambiente físico: solo,
água e ar. Área biótica é a área geográfica ocupada por um bioma. O bioma da Terra compreende a biosfera.
Um bioma pode ter uma ou mais vegetações predominantes. São influenciados por vários fatores, tais como a
latitude, as temperaturas médias e extremas da região, o relevo, o regime de chuvas e o tipo de solo.
A distribuição dos biomas terrestres e seus tipos de vegetação estão estreitamente ligados ao
clima, uma vez que são as diferentes condições de temperatura, chuva e incidência de luz solar nas várias
regiões do planeta que facilitam ou impedem a existência de qualquer tipo de vida. Desse modo, a cada tipo
climático corresponde um bioma, marcado por uma determinada cobertura vegetal. O relevo (altitude), as águas
continentais e oceânicas e os solos também influenciam a distribuição dos biomas na superfície da Terra.
Os biomas não se distribuem aleatoriamente, mas conservam certa seqüência, tanto no sentido
latitudinal, como no sentido vertical (altitude). Geralmente se dá um nome local a um bioma em uma área
específica. Por exemplo, um bioma de vegetação rasteira é chamado estepe na Ásia central, savana no sul da
África, pampa na América do Sul e campina na América do Norte. A savana é chamada cerrado no Brasil.
Assim, associados aos tipos climáticos existentes no planeta, vamos conhecer cada paisagem vegetal, suas
principais características e domínios no mundo.

TUNDRA

Nas regiões de clima polar, à tundra é uma formação vegetal muito rasteira, constituída por
ervas, musgos (rochas e baixadas úmidas) e liquens (áreas mais elevadas e secas) de ciclo vegetativo
extremamente curto, desenvolvendo-se apenas durante os três meses de verão, nos locais onde ocorre o degelo.
È uma vegetação bastante jovem e sua área de ocorrência são as regiões próximas ao Oceano Glacial Ártico,
sendo o bioma mais frio do mundo, aparecendo no Alasca, norte do Canadá, Groelândia, norte da Europa
(Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia) e norte da Ásia (Sibéria russa).
FLORESTA BOREAL OU TAIGA

Caracteriza o clima subpolar ou frio continental, a floresta boreal não é mais do que uma
designação para a floresta de coníferas (os frutos das suas árvores se agruparem em pinhas de forma cônica) e
tem como característica principal a chamadas folhas em forma de agulha (aciculifoliada), também conhecida
como Taiga. É a mais extensa floresta do mundo, estendendo-se nas regiões setentrionais do planeta, razão pela
qual é conhecida por boreal, pois se localiza principalmente no hemisfério norte em altas latitudes, ao sul do
bioma da tundra.
É uma floresta homogênea, formada exclusivamente por pinheiros e
abetos que devido ao inverno ser muito longo e frio, durante a maior parte do ano, a
taiga está quase sempre coberta de neve. As coníferas agüentam muito bem o frio
porque, entre outras razões, as folhas pequenas e em forma de agulhas (aciculifólias),
possuem uma superfície pequena e portanto, a área exposta ao frio também é pequena, e
perdem pouca água por transpiração; a sua resina protege os tecidos do frio e também
ajuda a diminuir a transpiração; os ramos são muito flexíveis o que lhes permite resistir
aos ventos e "dobram-se” quando estão cobertos com muita neve, fazendo-a deslizar até
ao chão.
Cobre grandes extensões do Alasca, Canadá, Noruega, Suécia,
Finlândia e grandes áreas da Rússia, sendo sua madeira importante matéria prima para
alimentar a indústria de papel, celulose, móveis e lenha.
FLORESTAS TEMPERADAS

Vegetação típica de clima temperado oceânico, com estações do ano bem definidas é uma
floresta composta de arvores caducifoliadas, ou seja, que perdem suas folhas no inverno. No outono suas folhas
mudam de cor assumindo um tom avermelhado e dourado, sendo encontrada em latitudes médias sob influência
da maritimidade.
As espécies mais comuns deste bioma são: o freixo, o carvalho, a faia, o castanheiro, a tília, o
choupo, o olmo, a bétula, a giesta, a urze e as silvas. Contudo, também podem coexistir algumas espécies de
folha persistente, como o pinheiro-bravo, principalmente nas encostas montanhosas. A variedade das espécies
arbóreas faz com que a variedade de cores seja uma das características deste bioma.
Recobria a áreas mais povoadas da superfície terrestre, razão pela qual é o bioma mais
devastado do mundo, pois seu solo fértil foi muito aproveitado para agricultura. Estendia-se por grandes
porções da Europa centro-ocidental, subsistindo na Ásia (China e Japão), no leste da América do Norte
(sequóias na costa ocidental dos EUA), no oeste da Austrália (eucalipto gigante), na Nova Zelândia e no Chile
na América do Sul.
Na Europa, restam apenas em pequenas extensões como a Floresta Negra na Alemanha e a
Floresta de Sherwood na Inglaterra.
ESTEPES E VEGETAÇÃO DESÉRTICA

Esse bioma é seco e frio, com vegetação rasteira formada por gramíneas e herbáceas,
localizando as estepes na faixa de transição entre o deserto e a floresta, longe da influência da maritimidade, em
clima semi-árido. São formações vegetais de planície, sem árvores, com uma vegetação herbácea como as
pradarias, porém mais esparsa e ressecada. Surge em climas semi-áridos, portanto na faixa de transição de
climas úmidos (temperados ou tropicais) para os desertos. Pode ser semidesértica, ou coberta de gramíneas e
arbustos, dependendo da estação do ano. O termo também é usado para descrever aspectos do clima dessas
regiões, muito seco para permitir a existência de florestas, mas não tão seco a ponto da desertificação.
As estepes são comuns na África (nas bordas de desertos), na
América do Norte, na América do Sul, como exemplo, algumas áreas do
nordeste brasileiro (caatinga) e regiões do Paraguai, Argentina e Bolívia, mas
sua área de maior ocorrência é a Rússia e repúblicas vizinhas na Ásia Central.
Associado a estepes, temos a vegetação desértica, adaptada à
escassez de água, situação típica de climas desértico (árido) e semi-desértico
(semi-árido), cujas espécies são xerófilas (adaptadas a ambientes secos),
destacando-se a cactáceas, plantas que armazenam água no caule, não possuem
folhas que evoluíram para espinhos. Algumas regiões com mais umidade,
aparecem ilhas de vegetação denominadas oásis, com presença de palmáceas, herbáceas e gramíneas,
geralmente junto a lagos e lagoas.

PRADARIA

Composta basicamente de gramíneas e herbáceas (vegetação rasteira), são encontradas,


sobretudo em regiões de clima temperado continental, diferentemente das estepes, as pradarias são mais úmidas
apresentando um aspecto mais esverdeado durante o período de chuvas. No hemisfério sul recebe o nome de
pampas e no Brasil de campos.
Desenvolve na Rússia e Ásia Central, nas grandes planícies centrais da América do Norte
(Canadá e EUA), na Argentina, Uruguai, sul do Brasil e na Austrália. Existem variações de pradarias, nesse
caso, são basicamente três tipos:
 Pradaria alta: desenvolve em áreas de maior umidade, onde ocorre a presença de gramíneas que atingem
até 2 metros de altura com raízes profundas.
 Pradaria mista: corresponde a uma área de transição no qual ocorre uma grande variedade vegetativa,
germinados em solos muito férteis. Faz a transição entre o bioma de floresta temperada e a taiga.
Chama-se mista porque é composta por vegetação de folha caduca, bem como de árvores de folha
persistente, principalmente coníferas. A floresta mista surge em regiões onde a precipitação é
relativamente mais abundante, no que respeita a clima temperado continental.
 Pradaria baixa: pobre em diversidade e gramínea de pequeno porte.
Esse tipo de vegetação, não precisa necessariamente da água para se desenvolver, mais sim do
fogo. Queimadas naturais trazem benefícios no desenvolvimento das gramíneas.
VEGETAÇÃO MEDITERRÂNEA

Esse bioma é chamado assim porque suas características básicas destacam-se nas margens da
região banhadas pelo Mar Mediterrâneo no sul da Europa, norte da África e oeste da Ásia. Mas aparecem
também na costa oeste dos EUA na Califórnia, no Chile, sul da África, oeste e sul da Austrália. Típica de clima
mediterrâneo, com verões quentes e secos e invernos amenos e chuvosos é formada por vegetação arbustiva,
herbácea ou por bosques de árvores esclerofilas (folhas duras). Na Europa a vegetação mediterrânea se divide
em maquis (formação bem fechada de arbustos e algumas árvores) e garrigues (formação aberta de arbustos em
solo calcário). Na Califórnia também é conhecida com chaparral.

Maquis - Esta formação vegetal, também designada por chaparral, é constituída principalmente por arbustos,
muito densa e fechada, formando um matagal de difícil penetração. Os maquis desenvolvem-se, geralmente, em
solos graniticos (siliciosos), onde outrora dominou o sobreiro. Entre as várias espécies de plantas que compõem
o maquis, destacam-se o medronheiro, o loureiro, a urze, a giesta espinhosa, a piteira e alguns cactos.
Garrigue - É uma formação vegetal mais aberta do que os maquis, constituída por pequenos arbustos, mais ou
menos dispersos. O garrigue desenvolve-se, geralmente, em solos calcários, onde outrora predominou a
azinheira. Forma áreas muito aromáticas e onde predominam o buxo, o carrasco, o alecrim, o rosmaninho, a
alfazema e o timo.

SAVANAS

São formações vegetais típicas de regiões de clima tropical, com uma estação chuvosa e outra seca, com uma
vegetação tropófilas (adaptadas a uma estação seca e outra úmida) e esparsa de dois andares, formada por
árvores decíduas (folhas pequenas que caem na época da estiagem) o estrato mais alto e outro mais baixo
formado por gramíneas e herbáceas (arbustos).
Os arbustos são quase sempre espinhosos e as árvores, são, na sua grande maioria, de folha
decídua, com troncos muito duros, retorcidos e revestidos de casca espessa. As raízes das plantas da savana são
muito profundas e ramificadas, para poderem captar o máximo de água (que lhe permite sobreviver na estação
seca). As árvores mais típicas da savana são a acácia, aroeira, pequizeiro e o embondeiro (árvore de grande
porte, também conhecido por baobá, símbolo da África).
Encontradas em grandes extensões da África central, América do Sul principalmente no Brasil
onde é conhecida como cerrado, no México, no norte da Austrália onde é conhecida como bush e no oeste da
Índia onde é conhecida como jingle.

FLORESTAS PLUVIAIS TROPICAIS E EQUATORIAIS

As áreas de ocorrência desse bioma são delimitadas pelos dois trópicos (baixa latitude) e
atravessada pela linha do Equador (zona tropical) de clima tropical úmido e equatorial, domínio de elevadas
temperaturas e de grande quantidade de chuvas (por isso pluviais). Este bioma é formado por vegetação de
grande porte (arbórea) com características comuns, como grande biodiversidade, heterogênea (várias espécies
de plantas), perene (sempre verde), latifoliada (folhas largas) higrófilas (adaptadas a ambientes úmidos), densa e
fechada.
Nas áreas próximas ao Equador são denominadas florestas equatoriais são mais fechadas,
sendo a vegetação tão densa, ou seja, as plantas crescem umas por cima das outras e existe entre elas uma
grande competição pela luz, pois é-lhes indispensável para a fotossíntese, que podem-se considerar na floresta
equatorial vários estratos (ou andares), havendo em cada um deles determinadas espécies de plantas.
Dificilmente se imagina a altura das árvores, nem sequer dá para imaginar o modo como as plantas estão tão
junto umas das outras. Contudo, o chão ainda está muito longe. As árvores da imagem têm normalmente cerca
de 40 metros de altura, mas podem chegar até aos 60 metros, com muitos cipós e trepadeiras. Os principais
exemplos são a Floresta Amazônica na América do Sul, a Floresta do Congo na África e a Floresta da Indonésia
na Ásia.
Mais afastadas do Equador, temos ainda as florestas tropicais que possuem as mesma
características, entretanto por receberem menor quantidade de calor e chuvas, são menos exuberantes, mas com
não menos biodiversidade e heterogeneidade, mas bastante devastadas pela ocupação humana. Tinham
ocorrência na América do Sul (litoral do Brasil), América Central, norte da Austrália e sul e sudeste asiático.
As florestas pluviais tropicais e Equatoriais tem como espécimes características o mogmo,
jacarandá,a castanheira, o cedro, a imbuia, a peroba, palmáceas, o ipê, entre outras espécies de arbustos,
herbáceas e gramíneas.

VEGETAÇÃO DE MONTANHA OU ALTITUDE


Em termos de
biomas/habitats, o clima de altitude é muito
peculiar. De um modo geral, quer plantas, quer
animais, necessitam de se adaptarem a este tipo
de clima. Ao contrário dos outros climas frios,
em que as temperaturas baixas favorecem o
aparecimento (e o desaparecimento) de
determinadas espécies, no clima de altitude,
para além das baixas temperaturas existem
outros fatores que não existiam em nenhum dos
outros tipos de climas. Já foi referido que a
pressão atmosférica varia com a altitude, e a
composição do ar atmosférico também. Então,
no clima de altitude, vamos encontrar espécies
adaptadas a temperaturas baixas, espécies
adaptadas a pouca pressão atmosférica,
espécies adaptadas a pouca quantidade de
oxigênio e de CO2 (que é indispensável à
fotossíntese) e espécies adaptadas a pouca
proteção de raios UV.
De um modo geral, a vegetação dos climas de altitude, independentemente da região do
Mundo, vai rareando conforme a altitude vai aumentando, de modo que em locais de "neves perpétuas", não se
encontram praticamente nenhum ser vivo (tal como nas latitudes muito elevadas - perto dos 900).
Quando subimos uma montanha passamos por vários biomas, sendo que na parte mais baixa
encontramos a vegetação que predomina na região onde se encontra a montanha. A medida que subimos
encontraremos florestas temperadas, florestas de coníferas, pradarias, estepes, campos alpinos e tundra, ou seja,
vegetação em forma de degrau.

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