GEOGRAFIA • PEIES II • Livro 2
GEOGRAFIA
decisão
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Os Ambientes Naturais
A Grandes Paisagens Naturais da Terra
Os biomas são produto de condições climáticas
razo-avelmente homogêneas e apresentam aspecto
geral contí-nuo. Apresentam Fronteiras zonais, ou seja,
faixas de tran-sição mais ou menos vastas nas quais
desenvolvem-se es-pécies típicas de biomas limítrofes e,
ainda, espécies ex-clusivas dessas zonas.
As temperaturas médias e a amplitude térmica, as-
sim como a pluviosidade média e a distribuição das chuvas,
definem limites naturais à expansão das espécies e, por-
tanto, são elementos fundamentais à compreensão dos
gran-des biomas do planeta. Assim, climas semelhantes
estão as-sociados, em todos os lugares, a biomas
semelhantes. Con-tudo, a semelhança de biomas não
significa que eles apre-sentem as mesmas espécies.
Entre os grandes biomas, apenas a tundra e a flo-
resta boreal de coníferas apresentam certa continuida-de
espacial, embora ocupem áreas da Eurásia e da Amé-
rica do Norte. Os demais biomas do mesmo tipo - como
a floresta tropical pluvial ou as estepes e savanas tropi-
cais - encontram-se dispersas por diferentes regiões
biogeográficas. Em conseqüência, tais biomas abrigam
espécies biologicamente distintas, ainda que sejam
equivalentes ecológicos. A América do Sul e a Austrá-lia
exibem as maiores diferenças em termos de espéci-es,
em função do seu longo isolamento geográfico.
Temperaturas e precipitações baixas impedem a
adaptação das espécies típicas das florestas tropicais.
Desertos e tundras compartilham níveis baixos de chu-
vas, mas distinguem-se completamente em relação às
médias térmicas. A vegetação campestre desenvolve-se
numa ampla faixa de condições técnicas, mas não ul-
trapassa as áreas com precipitações superiores a 1.000
mm anuais, que são domínios florestais.
A superposição de domínios indica a presença de fai-
xas de transição entre biomas. Na orla dos desertos tempe-
rados, onde as precipitações se aproximam de 500 mm anu-
145
PEIES II
ais, aparecem manchas campestres. Em áreas com tempe-
raturas um pouco acima de 0°C a tundra vai dando lugar à
floresta de coníferas. As faixas de transição entre as flo-
restas de coníferas, as florestas decíduas e os campos apa-
recem em vastas áreas da Zona Temperada. Até mesmo os
domínios das florestas temperadas e tropicais apresentam
alguma superposição geográfica, corno se verifica, por
exem-plo, no Brasil meridional.
1. Principais Domínios Florestados
A floresta boreal de coníferas (ou taiga) é
encontrada principalmente no Hemisfério Norte, devido
à posição latitudinal dos continentes. O inverno longo
e rigoroso representa um fator limitante para a maior
parte das espécies vegetais: por isso, a floresta
boreal é uma formação homogênea e pouco densa.
As florestas temperadas decíduas
localizam-se em latitudes intermediárias, com
precipitação abun-dante (750 a 1.500 mm)
regularmente distribuída. O pa-drão de temperaturas
distingue-se nitidamente em função das estações do
ano. A queda das folhas acompanha esse padrão
térmico sazonal.
As condições climáticas temperadas possibilitam a
adaptação de um número maior de espécies que aquele ve-
rificado no bioma da taiga. As florestas, geralmente abertas,
permitem boa insolação, o que garante o desenvolvimen-to
de estratos arbustivo e herbáceo. Como os biomas de
florestas temperadas ocorrem em diversas regiões
biogeográficas isoladas, cada uma delas exibe composição
bastante singular de espécies.
As florestas pluviais tropicais ocorrem nas área:
de baixa latitude, em domínios quentes e úmidos. Nas
faixas próximas ao Equador, a precipitação supera os 2.000
mm anuais e não há estação marcadamente seca. A ampli-
tude térmica anual é menor que a diária. Em conseqüência,
uma extraordinária diversidade biológica caracteriza as
florestas equatoriais. Um hectare dessa floresta pode abri-
gar mais espécies que toda a flora temperada européia.
 146 Decisão Pré-vestibulares 2008

A floresta pluvial, latifoliada e perene, é

bastante estratificada. Um estrato de árvores muito
altas destaca-se no panorama geral. O es-trato
principal é constituído por espécies de cerca de 25
metros de altura. O sub-bosque de arbustos e
vegetação rasteira é denso nos lugares onde o
estrato principal é mais aberto e há maior insola-ção.
Plantas trepadeiras, como cipós e epífitas, co-brem
as árvores, adensando a formação vegetal.

2. Domínios das Formações

Herbáce-as e Arbustivas
O bioma da tundra ocorre nas altas
latitu-des boreais, ocupando uma faixa
circumpolar de 2 milhões de hectares, nos
quais não existem árvo-res. O seu limite norte
é a calota permanente de gelo polar. O seu
limite sul são as florestas de coníferas.
Os fatores limitantes nesse domínio são as
baixíssimas temperaturas e o curto período de cresci-
mento das plantas, limitado aos meses de verão. A
pre-sença permanente de uma camada de solo
congelado abaixo da superfície - o permafrost -
impede o desenvol-vimento de raízes de árvores e
marca rigidamente a fronteira setentrional da taíga.
As pradarias, formações vegetais campestres,
aparecem em vastas extensões das zonas temperadas. O
seu domínio é o das precipitações intermediárias, entre as
florestas e os desertos. Esse tipo de bioma caracteriza-se
pelas gramíneas. As gramíneas altas podem atingir até 2,5
metros. As raízes, bem mais pesadas que a parte aérea,
pe-netram o solo até 2 metros de profundidade.
As savanas tropicais ocorrem, tipicamente, em
áreas marcadas pela alternância sazonal entre uma
estação chuvosa e uma estação seca. Apresentam uma
cobertura dominante de gramíneas, com bosques de
arvores isolados. Grupos de arbustos participam da
paisagem, assim como baobás e palmeiras. Na prolongada
estação seca, incêndios naturais são pane constitutiva do
ambiente. As secas e os incêndios reduzem a variedade de
espécies adaptadas, fun-cionando como fatores limitantes
para a expansão das flo-restas tropicais adjacentes.
As estepes tropicais ocorrem nos domínios de
precipitações intermediárias entre as savanas, de um lado,
e os desertos, de outro, O principal fator limitante é a irre-
gularidade das chuvas, que seleciona as espécies adapta-
das. Arbustos retorcidos, espirihentos ou com folhas peque-
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 147
nas, apresentam pequena perda de água.
As suas raízes profundas constituem outra
adap-tação aos rigores do clima.
O chaparral, ou vegetação
mediterrânica acompanha os domínios climáti-
cos das zonas temperadas caracterizados por
verões secos e quentes. Trata-se de paisagem
constituída predominantemente de maquis e
garrigues, espécies arbustivas de folhas duras
e grossas, sempre verdes, adaptadas à longa
estiagem. Tipicamente européia, essa paisa-
gem vegetal aparece também nas extremida-
des setentrional e meridional da África e em
áreas costeiras da Austrália meridional, do Chi-
le e do sudoeste dos Estados Unidos.

3. Domínios de Desertos e Monta-

nhas
Os desertos, em latitudes tropicais ou temperadas,
são domínios definidos por precipitações muito baixas. A
maior parte dos desertos recebe alguma chuva e neles se
desenvolve uma cobertura vegetal rala e descontínua, a não
ser nas áreas de solos muito inadequados, como as dunas
de areias movediças. Apenas as porções centrais do Saara
e grande parte do Deserto de Atacama não re-cebem prati-
camente nenhuma chuva. Nos desertos, a carência de
umidade é o fator limi-tante, selecionando grupos de es-
pécies adaptadas. As plantas anuais crescem apenas
nos meses em que há precipitações. Plantas suculentas,
como os cactos, armazenam água e exibem processos
de fotossíntese capazes de com servas umidade.
Possuem inú-meros galhos ramificados e folhas
pequenas, porém gros-sas. Apresentam-se espaçados, o
que reduz a competição pela escassa umidade do solo.
Os domínios das montanhas apresentam
zonação complexa de biomas, em função das variações
de tempera-turas associadas às cotas altitudinais. Em
uma mesma ver-tente mon-tanhosa, quatro ou cinco
biomas se sucedem, octpando domínios estreitos.
Genericamente, o aumento da altitude produz sobre
as formações vegetais efeitos similares aos do aumento
das latitudes. Assim, nas ordilheiras monta-nhosas da Zona
Intertropical, constata-se uma sucessão de biomas que vão
desde a floresta pluvial de altitude, nas cotas baixas, até
for-mações de coníferas e de vegetação semelhante à
tundra, antes da cota dos gelos eternos. É o que acontece
nos An-des setentrionais, na Colômbia ou Peru.
Geodicas
O esfriamento por altitude não origina climas idên-
ticos aos gerados pelo esfriamento por latitude. Os cli-
mas frios das cordilheiras montanhosas tropicais nao
correspondem aos climas frios e polar das altas altitu-
des, pelo fato de que as profundas mudanças sazonais
de insolação não ocorrem nas baixas latitudes.
148
TESTES
1. (Enem) "Apesar da riqueza das florestas tropicais, elas
estão geralmenle boseadas em solos inférteis e
improdutivos. Grande porte dos nutrientes é
armozenada nas folhas que caem sobre o solo, não no
solo propriomente dito. Quando esse ambiente é in-
tensamente modificado pelo ser humano a vegeta-ção
desaparece, o ciclo dos nutrientes é alterado e
a terra se forna rapidamente infértil."
(CORSON, Walter H. Manual global da ecologia, 1993)
No texto acima, pode parecer uma contradição
a existência de florestas tropicais exuberantes sobre
so-los pobres. No entanto este fato é explicodo pela:
a)profundidade do solo, pois, embora pobre, sua es-
pessura garante a disponibilidade de nutrientes
para a sustentação dos vegetais da região.
b) boa iluminação das regiões tropicais uma vez
que a duração regular do dia e do noite gerente
os ci-clos dos nutrientes nas folhas dos vegetais
da re-gião.
c)existência de grande diversidade animal, com
nú-mero expressivo de populações que, com
seus dejetos, fertilizam o solo.
d) capacidode de produção abundante de oxigênio
pe-las plantas das florestas tropicais,
consideradas os "pulmões" do mundo.
e)rápida reciclagem dos nutrientes, potencializada
pelo calor e umidade das Florestas tropicais, o que
favorece e vida dos decompositores.
2. (UECE) Sobre os grandes domínios
morfoclimáticos brasileiros é correto afirmar que:
a) o domínio dos cerrados engloba o Plonalto
Meridi-onal do Brasil e é submetido às
influências do cli-ma tropical superárrido.
b)o domínio da floresta amazônica é caracterizado
por climas tropicais, tem solos espessos, flora
pouco diversificada e rios sozonais.
c)no domínio das caatingas as rochas se alteram
pro-fundamente com base em processos de
alteração química.
d)o domínio da mata atlântica é o que se apresenta
mais fortemente degradado por ação antrópica.
3. (UFGO) O Cerrado é um dos biomas mais ricos em
biodiversidade no Brasil. Nos últimos anos ele tem
sido alvo de grande devastação, devido à expansão
agrícola e à introdução de tecnologias modernas na
agricultura. As conseqüências dessa modernização
manifestam-se por meio de mudanças na paisagem.
Sobre este assunto, assinale certo (C) ou errado (E):
Decisão Pré-vestibulares 2008
( ) 1. as queimadas e os desmatamentos provocam
assoreamento da rede de drenagem e erosões.
( ) 2. as culturas intensivas da soja possibilitam a
recuperação da fertilidade natural do solo no
Cer-rado.
( ) 3. a compactação dos solos faz aumentar o
esco-amento concentrado das águas pluviais.
( ) 4. a expansão do agricultura nos áreas de Cer-
rado fixou o homem no campo e diminuiu o
êxodo rural.
4. (PASE/UFV-MG) Todas as afirmativas abaixo rela-
tivas à Floresta Amazônica, são verdadeiras, exceto:
a) Ocupa grande parte do território brasileiro, além
de parte de países como Peru, Equador,
Colômbia e Venezuela.
b) Tem sido destruáda pela ação irresponsóvel de
mineradoras e madeireiras.
c) Trata-se de uma floresta tropical com rica diver-
sidade de Fauna e Flora.
d) Serve como área de reserva paro grande parte
dos grupos indígenas existentes no Brasil.
e) Tem despertado inieresses econômicos e milita-
res no Brasil e no exterior, em função de suas ri-
quezas minerais, de sua biadiversidade e de sua
po-sição estratégica.
05. (FUVEST-SP)
"Estou enfiado na lama
É um bairro sujo
Onde os urubus têm asas
E eu não tenho asas
Mas estou aqui em minha casa
Onde os urubus têm asas
Vou pintando, segurando as paredes
do mangue do meu quintal..."
("Manguetown, Chico Science)
Os mangues estendem-se desde o Amapá até
Santa Catarina. Esse ecossistema:
I. desenvolve-se nos litorais protegidos de ondas e
na desembocadura de rios.
II. apresenta somente plantas adaptadas ao
excesso de luminosidade.
III. tem solo salino, pelo alongamento durante a
maré cheia.
IV. é área de apropriação de várias espécies pela
alta porcentagem de matéria orgânica.
V. sofre degradação pela instalação de indústria e
pela urbanização.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) I, III, IV e V.
c) I, III e V.
d) II, III, IV e V.
e) III, IV e V.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 149
6. (UFRGS-2001) No artigo 225 da Constituição Bra-
sileira de 1998, no Capítulo VI - Meio Ambiente - fica
estabelecida a criação, em todas as Unidades da
Fe-deração, das denominadas Unidades de
Conservação (UCs), como as descritas abaixo.

Associe os domínios vegetais da coluna da esquer-

da com as características de cada Unidade de Conser-
vação na coluna da direita.

1 - Cerrado
2 - Caatinga
3 - Complexo do Pantanal
4 - Mata Atlântica

( ) Pertence à classificação do bioma savana, sendo

ultrapassada em extensão somente pela Floresta
Amazônica. Possui fauna rica, com ema, siriema, ve-
ado-catingueiro e onça-pintada, vivendo num
ecossistema de vegetação campestre e arbustiva.
( ) Localiza-se em uma área de planície deprimida
com muitos rios e lagoas. Além do cervo, capivara
e jacaré, sua fauna é composta por gramíneas,
capões de mata e espécies aquáticas.
( ) Devido ao intenso desmatamento, permanece
com cerca de 5% da sua área original. A vegetação
é rica em árvores de grande valor comercial, como
a peroba, o cedro, o jacarandá e outras. Sua fauna
possui mamíferos e aves.

A seqüência numérica correta, de cima para bai-

xo, na coluna da direita, é

a) 1 - 2 - 3
b) 1 - 3 - 4
c) 2 - 1 - 3
d) 2 - 1 - 4
e) 2 - 3 - 4

7. (UNISA) Se viajarmos de Belém (PA) a Porto Ale-

gre (RS), em linha reta, conforme a rota constante
do mapa Vegetação do Brasil, passaremos pelas
se-guintes paisagens vegetais.

a) Floresta equatorial, cerrado, floresta tropical,

mata de araucária e campos.
b) Floresta tropical, floresta equatorial, cerrado,
mata de araucária e campos.
c) Floresta equatorial, mata de araucária, cerrado,
flo-resta tropical e campos.
d) Mata de araucária, campos, floresta equatorial,
flo-resta tropical e cerrados.
e) Campos, mata de araucária, floresta tropical,
cer-rados e floresta equatorial.
150
DEMOGRAFIA E AS FORMAS DE OCUPAÇÃO DO ESPAÇO
1. Fatores do crescimento populacional
Crescimento da População Mundial
ANO POPULAÇÃO TAXA DE CRES-
(milhões de hab.) CIMENTO ANUAL (%)
1650 500 Não disponível
1800 900
1850 1 200
1900 1 600
1950 2 500
1990 5 250
1999 5 947
2001 6 134
AS CINCO FASES DO CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL
1ª fase: Crescimento lento. Período: IV a.C. até o início do
século XVII (Revolução Comercial). A economia era rural,
as famílias tinham muitos filhos (altas taxas de natalidade),
mas o número de óbitos também era alto (elevadas taxas
de mortalidade), devido às guerras e às epidemias. Dessa
forma, o aumento populacional era pequeno.
2ª fase: Crescimento rápido. Período: 1650 a 1850 (fase do
capitalismo comercial e início do capitalismo industrial).
As famílias necessitavam de filhos para aumentar a
renda (elevadas taxas de natalidade), e os avanços
médicos di-minuíram o número de mortes. Resultado: a
população mun-dial dobrou em dois séculos.
3ª fase: Crescimento acelerado. Ocorreu entre a Segun-da
Revolução Industrial por volta de 1860) e o final da Se-
gunda Guerra (1945). A natalidade era alta, e a mortalida-
de diminuiu com os avanços da medicina. O crescimento
foi mais rápido: em um século a populaça mundial dobrou.
Decisão Pré-vestibulares 2008
0,16
0,53
0,64
0,89
1,60 Fonte: BANCO MUNDIAL. Relatório sobre o de-
1,00 senvolvimento mundial 2000/2001. ONU. Fundo
1,00 das Nações Unidas para a população, 2001.
4ª fase: Explosão demográfica. De 1950 a 1980. Período do
êxodo rural (saída da população do campo para as cida-
des). As famílias pobres urbanas tiveram muitos filhos,
que ajudavam na renda familiar; e, graças à melhoria
das con-dições médico-sanitárias, a mortalidade foi
reduzida. Em trinta anos, a população mundial dobrou.
5ª fase: Diminuição do crescimento demográfico. Ocorreu a
partir de 1980, quando alguns países emergen-tes
(Brasil, Argentina, México e Coréia do Sul) diminuíram
suas taxas de natalidade. Muitos países
subdesenvolvidos não conseguiram reduzir a
natalidade, portanto, não atingi-ram a 5ª fase.
Essa fase de estabilização do crescimento demográfico,
chamada por alguns de transição demográfica, não ocorreu
de modo igual em todos os países.
As nações desenvolvidas se estabilizaram antes. Das
nações subdesenvolvidas, apenas as que se industrializa-
ram chegaram à estabilização ou perto dela. Países como
Paquistão, Nigéria, Bangladesh, Quênia, entre outros, sem
dúvida estão longe de atingi-la.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2
Conceitos Fundamentais
Demográficos:
População Absoluta: Refere-se ao total de habitan-
tes de um país ou área.
População Relativa: Corresponde ao número de ha-
bitantes por quilômetro quadrado (densidade
demográfica).
Taxa de Natalidade: É o
número de crianças nasci-
das vivas, numa região, no
período básico de um ano. E
expressa em unidades por mi-
lhar (‰).
Taxa de Natalidade = Nascimento/ano X 1000
População Absoluta
Taxa de Mortalidade: É o número de óbitos, de
uma população, ocorridos em uma área definida,
no período de um ano. É dividida em mortalidade
infantil, juvenil e adulta.
Morte/ano X 1000
Taxa de Mortalidade =
População Absoluta
Crescimento Vegetativo: Relação entre
as taxas de natalidade e as de mortalidade.
151
País Populoso: País que apresenta um elevado núme-
ro absoluto de habitantes.
Ex.: _________________________________________
País Povoado: País que apresenta um elevado
número por quilômetro quadrado.
Ex.: _________________________________________
Superpopulação: Uma área é considerada
superpovo-ada quando sua população ultrapassa um
limite acima do qual se torna difícil o aumento da
produção de recursos para sua subsistência.
A superpopulação, portanto, não está diretamente
relacionada com a densidade demográfica. Uma área só
é considerada superpovoada quando sua população
ultrapas-sa um limite a partir do qual começa a baixar
significativa-mente o nível de vida, prrevalecendo a fome
e a difusão de moléstias infecto-contagiosas. Nas áreas
superpovoadas a população vive em condições que
levam à pobreza absolu-ta.
Crescimento Demográfico
Além do crescimento natural ou vegetativo, que cha-
mamos de movimento demográfico vertical, a mobilidade ho-
rizontal dos povos, ao longo da história (migrações), também
influencia o aumento populacional de uma região. Entretan-to,
como vimos, a principal causa é o crescimento natural.
Como as variáveis responsáveis pelo crescimento
demográfico apesentam melhor qualidade nos países desen-
volvidos, existe uma grande diferença entre esses países e os
subdesenvlvidos, quanto ao aumento populacional.
152
Teorias Demográficas
1. Teoria Malthusiana. Elaborada pelo economis-ta
inglês Thomas Malthus (1776-1834). Segundo
Malthus, a população mundial cresceria em um ritmo
rápido, comparado por ele a uma progressão
geométrica e a produção de alimentos cresceria em
um ritmo lento, comparado a uma progressão
aritmética. Sendo assim, em um determinado mo-
mento, não existiriam alimentos para todos os habi-
tantes da Terra. As maiores contestações a essa te-
oria são que, na realidade, ocorre grande concentra-
ção de alimentos nos países ricos e, conseqüente-
mente, má distribuição nos países pobres. Porém,
em nenhum momento, a população cresceu
conforme a previsão de Malthus.
2. Teoria Neomalthusiana. Elaborada após a Se-
gunda Guerra Mundial (1939-1945), argumentava
que, se o crescimento demográfico não fosse conti-
do, os recursos naturais da Terra se esgotariam em
pouco tempo. Foi sugerida uma rigorosa política de
controle da natalidade aos países subdesenvol-
vidos. A contestação a essa teoria é que se deve
me-lhorar a distribuição da renda.
3. Teoria Reformista. Diverge das teorias
Malthusiana e Neomalthusiana. Os reformistas atri-
buem aos países ricos ou desenvolvidos a responsa-
bilidade pela intensa exploração imposta aos países
pobres ou subdesenvolvidos, que resultou em um
ex-cessivo crescimento demográfico e pobreza
genera-lizada. Defendem a adoção de reformas
socioeconômicas para superar os graves problemas.
A redução do crescimento demográfico seria conse-
qüência dessas reformas.
Decisão Pré-vestibulares 2008
A Transição Demográfica
Em oposição às teorias malthusiana e
neomalthusiana, para as quais o mundo vive um proces-so
de explosão demográfico, tem sido cada vez mais aceita a
teoria da transição demográfica. Segundo os de-fensores
dessa teoria, formulada em 1929, o crescimento
populacional tende a se equilibrar no mundo, com a di-
minuição das taxas de natalidade e de mortalidade. Esse
processo se daria em três etapas distintas:
• Pré-industrial - caracterizada pelo equilíbrio
demográfico e por baixos índices de crescimento
vegetativo, apoiados em elevadas taxas de
natalida-de e mortalidade. Nascem muitos, mas
morrem mui-tos.
• Transicional - apresenta as seguintes modifica-
ções: num primeiro momento, redução da mortalida-
de com o fim das epidemias e os avanços médicos,
porém a natalidade ainda se mantém elevada, oca-
sionando um grande crescimento populacional; num
segundo momento, a natalidade começa a cair, redu-
zindo-se então o crescimento populacional.
• Evoluída - etapa em que a transição demográfica
se completa, com a retomada do equilíbrio
demográfico, agora apoiado em baixas taxas de
na-talidade e de mortalidade.
Os países desenvolvidos, de fato, se encontram
hoje numa situação de estabilidade demográfica, graças
à elevação do padrão de vida de suas populações.
Tam-bém em países subdesenvolvidos se pode
observar o pro-cesso de transição demográfica, com
a acentuada redu-ção das taxas de mortalidade a
partir de 1950 e a natali-dade a partir de 1960.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 153

Supercrescimento reflete miséria africana

"Na América Latina e na Ásia, explosão demográfica
é coisa do passado. As curvas de crescimento populacional,
que registraram taxas anuais de 3% há três décadas, ce-deram
sob o impacto da modernização econômica. A pobre-za
perdura, mas a natalidade declina com a urbanização e a
dissolução da unidade familiar de produção. A transição
demográfica marcha na directo de um crescimento
populacional inferior a 2% ao ano. A África desafia a lei da
transição demográfica. Nos países do Sahel e do nordeste
africano encontram-se taxas de incremento populacional
superiores a 3,0% (Máli e Niger) e mesmo a 3,5% (Somália e
Eritréia), só comparáveis às de certos países islâmicos.
Na África não é o tradicionalismo religioso que susten-ta a natalidade explosiva, mas a miséria (...). A miséria afri-
cana alimente a natalidade descontrolada, que compensa com sobras as catástrofes humanas provocadas pela
fome, guerras tribais e disseminação de epidemias (entre elas, a aids). A natalidade explosiva reforça o círculo
vicioso da miséria, esculpindo pirâmides etárias achatadas, que refletem o predomínio numérico das crianças: no
conjun-to da África subsaariana, 46% da população tem menos que 14 anos."
Adaptado de Mundo - Geografia e Política Internacional. Ano II, n. 5, p. 9 com
hase nos dados demográficos do L'État du monde, 1999.

Estrutura da População Nas nações desenvolvidas, o número de idosos

tem aumentado e os nascimentos, diminuído, a ponto de
alguns países oferecerem ajuda financeira aos casais
Estrutura etária que resolvam ter filhos. Projeções da ONU indicam que
o nú-mero de pessoas com mais de 60 anos triplicará,
Tecnicamente, ao analisar uma
passan-do dos atuais 606 milhões para 2 bilhões, na
popu-lação, consideramos três grupos ou
metade do século XXI. O número de pessoas com mais
faixas principais: de 80 anos subirá de 69 milhões para 379 milhões. A
IDADE GRUPOS Itália, que é o primeiro país com o maior número de
01 até 19 anos Jovens pessoas acima de 60 anos, deverá ser ultrapassada pela
20 até 59 anos Adultos Espanha, em 2050.
Acima de 60 anos Idosos
Pirâmide de países Pirâmide de países
desenvolvidos subdesenvolvidos
A análise de uma população é importante pelas
implicações que a predominância de uma ou outra Características: a baixa taxa Características: a alta taxa
faixa pode trazer: vantagens ou preocupações para o de natalidade implica uma de natalidade implica uma
plane-jamento econômico de um país. base curta; a parte central é base larga; a parte central é
a mais larga porque as taxas a mais afunlada, em decor-
Até há alguns anos, podíamos afirmar que os paí-
de natalidade e mortalidade rência da alta taxa de morta-
ses desenvolvidos possuíam elevada porcentagem de são baixas; e o topo é bem lidade; e o ápice é muito es-
adultos e que os subdesenvolvidos, como o Brasil, eram maior do que nas pirâmides treito em virtude da péssima
as nações dos jovens. Hoje, o perfil demográfico do dos países subdesenvolvidos, expectativa de vida.
mun-do mudou, devido ao aumento da expectativa de devido à alta qualidade de
vida e à diminuição das taxas de natalidade. vida.

DA PIRÂMIDE AO RETÂNGULO
154 Decisão Pré-vestibulares 2008
População Economicamente Ativa (PEA) e Inativa (PEI)
População economicamente ativa (PEA) é aquela parcela da população, constituída também pelos
desempre-gados temporários, que participa do mercado de trabalho. Ela está vinculada a um dos setores de
atividades caracte-rísticos da eco-nomia moderna:
• setor primório - produção agropecuária, extrativismo vegetal e mineral;
• Setor secundário - indústria de transformação, da construção civil e da mineração;
• Setor terciário - comércio serviços, transportes, comunicações, administração pública.

• PEA - pessoas inseridas no mercado de trabalho; inclusive os "desempregados", por estarem

temporariamente desocupados.
• PEI - população não ativa, como os jovens, os aposentados e os "subempregados" que
complementam ou obtêm sua renda na economia informal, sem participar diretamente do
siste-ma tributário.

DISTRIBUIÇÃO DA PEA POR SETOR ECONÔMICO

GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 155

Nos países desenvolvidos existe População Urbana em Países

concentração de trabalhadores no setor Desenvolvidos e Subdesenvolvidos (%)
terciário, que abrange a informática, a 1950 1970 1990 2000
mídia, os serviços e o comércio em
Países desenvolvidos 53,6 66,4 74,2 76,0
geral. O setor primário perde cada
vez mais funcionários para a meca- Países subdesenvolvidos 17,4 25,3 43,6 40,0
nização do campo; e o setor secun- Fontes: 1. Frémy, Dominique et Michèle. Quid 2001. Paris,
dário está ocupando menor número de Robert Laffont, 2000. 2. ONU. Fundo das Nações Unidas para
trabalhadores, devido ao uso inten-sivo a População. O estado da população mundial, 2001.
de máquinas e inclusive de robôs.
Nos países subdesenvolvidos industrializados
existe um setor terciário "inchado", caracterizado pela
economia informal. Os países subdesenvolvidos não Distribuição da Renda
in-dustrializados ainda apresentam elevada população A distribuição da renda é um dos componentes
eco-nomicamente ativa no setor primário. mais esclarecedores da realidade social e econômica
Pelo menos, em um aspecto parece que os de uma nação. Ao comparar o que ocorre nos dois
países ricos e pobres estão juntos: o desemprego. No conjun-tos de países, notamos:
entanto, os fatores que levam ao desemprego nesses
países são diferentes. Países desenvolvidos Países subdesenvolvidos
Nos países ricos ocorreu uma intensa
• As diferenças entre os maiores • As diferenças entre os maiores
automatização, progressos tecnológicos e transferência
e os menores salários não são e o menores salários são astro-
de indústrias para países subdesenvolvidos - processos grandes. nômicas.
que eliminaram os empregos no setor secundário, que
muitas vezes foram absorvidos pelo setor terciário. • A oportunidade de estudar, cur- • A falta de oportunidades nos
sar uma universidade e se es- campos educacional ou traba-
Como isso nem sempre aconteceu, esses países enfren-
pecializar permite que os habi- lhista fez uma sociedade em
tam um fato novo: as elevadas taxas de desemprego. tantes tenham melhores condi- que as desigulades sociais, a
Na maior parte dos países subdesenvolvidos, o ções de vida e, por conseguin- má distribuição da renda, a
processo de urbanização não foi acompanhado pela ge- te, menores desigualdades so- concentração das terras e ri-
ração de empregos no setor industrial. Esse fato criou ciais. quezas são o retrato desses pa-
uma grande massa de trabalhadores subempregados íses.
(não deixam de ser desempregados), como os camelôs,
os vendedores ambulantes, os guardadores de vagas de
Os Números da Pobreza
carros ou os limpadores de pára-brisas.
Outra grave situação dos países subdesenvolvidos Regiões % de pobres
é a do desemprego conjuntural, isto é, quando uma Sul da Ásia 44
cri-se econômica implica a demissão de milhares de África Subsaariana 24
traba-lhadores. Apesar de formar o setor terciário, América Latina e Caribe 6,4
esses tra-balhadores jamais poderão ser comparados
Zonas rurais (em geral) 75
com os do setor terciário dos países ricos, pois a
renda ou salário, as oportunidades, as qualificações e Fonte: ONU. Ifad - Fundo Internacional para o
Desen-volvimento da Agricultura.
os avanços tencológicos dos países em que vivem
são extremamen-te menores.
Dados da Riqueza e da Pobreza no Planeta
A distribuição da PEA pelos setores de atividades
econômicas apresenta enormes diferenças entre os pa- Os mais ricos Os mais pobres
íses desenvolvidos e os subdesenvolvidos. Países PIB per capita Países PIB per capita
(em dólar) (em dólar)
EUA 30 600 Serra Leoa 414
População Rural e Urbana Suíça 27 486 Tanzânia 478
Cingapura 27 024 Burundi 553
População Urbana no Mundo (%) Noruega 26522 Malauí 581
1950 1970 1990 2000 Japão 24 041 Etiópia 599
29,4 37 43,6 47,0
Fontes: Banco Mundial. Relatório sobre o desenvolvimento
Fontes: 1. Frémy, Dominique et Michèle. Quid 2001. Paris,
Robert Laffont, 2000. 2. ONU. Fundo das Nações Unidas para mun-dial 2000/2001.
a População. O estado da população mundial, 2001.
156 Decisão Pré-vestibulares 2008

Movimentos Populacionais 2. Migrações Internas (ou nacionais)

Ocorrem dentro do próprio país.
• Fatores responsáveis pelas migrações estruturais • Inter-regionais
- políticos conjunturais
• Intra-regionais
- conflitos religiosos
- conflitos étnico-raciais
- naturais a) Êxodo Rural
- econômicos
Consiste na transferência da população rural
• Tipos de movimentos migratórios para as cidades.

a) Quanto ao Espaço de Desloca-

mento b) Movimento Pendular
internas Realiza-se diariamente
externas entre periferia e o núcleo das
grandes cidades.
b) Quanto ao Tempo de Duração
definitivas
temporárias c) Transumância
Deslocamento temporário
da população, geralmente por
1. Migrações Externas fatores econômicos ou sazonais.
Quando feitas de um país para d) Nomadismo
outro.
Movimento da população
• "Imigração": entrada de es-
trangeiro num país por tempo não sedentária.
duradouro.
• "Emigração: saída da popula-
ção do país de origem para ou-
tro, por tempo duradouro.

MIGRAÇÃO CAMPO-CIDADE
Causas
Regiões Da expulsão Da atração Conseqüências
Países liberação de mão-de-obra oferta de emprego Urbanização organizada;
desenvolvidos pela mecanização Aumento da população secundária e terciária.
Países Pressão demográfica no Urbanização anômala;
subdesenvolvidos campo (êxodo rural) fascínio urbano Cinturão marginal;
Subemprego no setor terciário.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 157

As migrações internacionais
As migrações internacionais são fluxos de populações que atravessam fronteiras políticas, deslocando-se
dos países de origem para lixar residência, legal ou ilegalmente, em países estrangeiros. As mais constantes
migrações Internacionais da atualidade têm causas econômicas: são transferências geográficas de força de
trabalho de uma economia para outra. Há, porém, importantes fluxos internacionais de refugiados, que deixam
países assolados por guerras civis, conflitos étnicos e perseguições políticas.

A Globalização e as Migrações - aumento da xenofobia (exercida por grupos radicais);

- com a globalização da economia e conseqüente
expan-são do comércio e empresas multinacionais, os
• Até 1970 (países desenvolvidos) - estímulo às migrações
países desenvolvidos têm requisitado trabalhadores
pela necessidade de mão-de-obra qualificada.
especializados (executivos, administradores, espe-
• Com o aumento do desemprego (medo da concorrência
cialistas em informática, pesquisadores ...) que saem
com a mão-de-obra local) começam as restrições.
dos países periféricos e se dirigem para os países
• Atualmente: centrais, movimento conhecido como "fuga de
- aumento das restrições aos imigrantes; cérebros" (ou de talentos).
- surgimento de "guetos";

Entre dois mundos

No ensaio "Ser imigrante na França", Rémi Leveau e Dominique Schnapper enfocam a vida dos jovens
imigrantes do Magreb, tolhidos entres sociedade de origem, árabe e muçulmana, e a de acolhida, européia e liberal:
"[...] para os jovens magrebianos, a classe é o lugar onde eles conhecem jovens franceses da mesma idade e, num
primeiro momento, identificam-se com eles. Falando o francês melhor do que os pais, os meninos tendem a rejeitar a
autori-dade paterna, associada à imagem do trabalhador manual, servil, profissão que não pretendem para si. Entendem o
árabe, mas se recusam a falar, e adotem entre si nomes franceses. Mas logo a impossibilidade de satisfazer seus sonhos
na socieda-de francesa impele-os a uma identidade magrebiana imaginária, de conteúdo incerto [...].
As estratégias matrimoniais ainda permanecem voltadas para o país de origem, mas os comportamentos
tendem a perder parte de sua uniformidade. O casamento com uma moça da aldeia de origem, escolhida pela
família (às vezes ainda é uma prima), continua a ser o modelo ideal para os homens. [...] A ruptura é mais
dramática, mas talvez mais freqüente, no caso das moças, que em geral se recusam a voltar, casar e permanecer
no pais de origem. Elas preferem sair do meio famili-ar do que se submeter a ele. Mais ciosas do êxito escolar do
que os rapazes, as moças também querem preservar sua auto-nomia e adotam comportamentos do modelo francês
de casal, que lhes fazem recusar categoricamente o papel tradicional da mulher, imposto pelo pai ou pelos irmãos."
Prost e Vincent, História da vida privada, vol. 5, p. 517-522.)
158 Decisão Pré-vestibulares 2008

A Urbanização da Humanidade
População Urbana de Países Desenvolvidos
Urbanização e Crescimento Urbano
Quando a população das cidades cresce
mais que a das zonas rurais, acontece o
fenômeno que chamamos de urbanização.
Um país é urbanizado quando sua população
urbana ultrapassa a população rural. Mesmo
onde a população rural ultrapassa a urbana, as
cidades crescem naturalmente (crescimento
vegetativo) ou por receber imigrantes. Esse
aumento natu-ral da população urbana é
chamado crescimento urbano.
Urbanização e crescimento urbano estão
rela-cionados e têm como conseqüência o
surgimento de metrópoles, áreas
metropolitanas, megalópoles e megacidades.

• Com o desenvolvimento do sistema capitalista, a

ci-dade transformou-se no espaço privilegiado das
principais atividades econômicas e do mercado
con-sumidor dos bens produzidos pela indústria.
A partir da Revolução Industrial:
- a relação entre o capitalismo e a urbanização se
População Urbana no mundo - 1950 -2030 in-tensifica;
- a diferenciação entre campo - cidade se aprofunda;
- o meio urbano cresce e passa a comandar o rural;
- a maioria da população de cada nação que se
indus-trializa vai migrando para a cidade,
originando as metrópoles;
- as atividades urbanas (indústrias) provocam altera-
ções no campo (mecanização e novas técnicas de
cultivo) liberando mão-de-obra Þ Êxodo Rural.

O maior crescimento da população até 2030 se

concentrará nas cidades e no países subdesenvolvidos.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 159

Interações Urbanas:
Os sistemas urbanos constituem redes formadas por um conjunto hierarquizado de cidades com tamanhos
dife-rentes.
Hierarquia Urbana: estabelece-se a partir dos produtos e serviços que a cidade tem a oferecer. As cidades
mais desenvolvidas lideram a rede urbana.
• Países desenvolvidos: redes urbanas melhor estruturadas.
• Países subdesenvolvidos: redes urbanas incompletas e desiguais, com a presença de uma cidade
comandando um grande número de cidades.

Problemas Urbanos Atuais

Nos Países Desenvolvidos a urbanização é lenta e gradativa. As cidades se estruturam lentamente:

- absorvem migrantes;
- há melhora na infra-estrutura urbana;
- há aumento gradativo dos fluxos de mercadorias, serviços e pessoas;
- o processo de industrialização é descentralizado geograficamente;
- resultando numa densa e articulada rede de cidades, bastante organizadas, não apresentando de forma tão
grave, os problemas urbanos que atingem os países subdesenvolvidos.
Nos Países Subdesenvolvidos a urbanização é acelerada e desorganizada, devido ao êxodo rural, relacio-
nada:
- às péssimas condições de vida na zona rural;
- à estrutura fundiária concentrada;
- aos baixos salários no campo;
- à falta de política agrícola definida;
- às técnicas arcaicas de cultivos.

Como problemas resultantes desses fatores, citamos:

- um dos mais graves é a habitação;
- transportes;
- poluição ambiental;
- necessidade de centrais para abastecimento de produtos perecíveis;
- acúmulo de lixo;
- vilência urbana.

• O fenômeno resultante desses problemas urbanos chama-se MACROCEFALIA URBANA.

 160 Decisão Pré-vestibulares 2008
Cidade Globais e Tecnopólos
As cidades globais sediam o poder econômico
e polí-tico mundial e apresentam uma densa e
moderna infra-es-trutura, que permite a instalação da
maioria dos fluxos da globalização. Em suas regiões
metropolitanas, encontram-se:
• os grandes aeroportos internacionais, que
permitem o fluxo mundial de pessoas e de cargas;
• as sedes das grandes corporações multinacionais,
que comandam o fluxo de capitais produtivos;
• as bolsas de valores, as sedes dos grandes
bancos e de outras companhias financeiras, que
comandam o flu-xo de capitais especulativos;
• as grandes redes de televisão, os grandes jornais,
as agências de notícias e os provedores da
Internet, que centralizam o fluxo de informações;
• algumas das principais organizações mundiais:
ONU, FMI, Banco Mundial e OCDE;
• os maiores mercados consumidores do mundo, devi-
do ao elevado poder aquisitivo de suas populações.
Os tecnopólos estão para o capitalismo da Terceira
Re-volução Industrial como as regiões carboníferas esta-
vam para a primeira, ou as jazidas petrolíferas para a se-
gunda. Constituem os pontos de interconexão dos fluxos
mundiais de conhecimento e informações, sendo interli-
gados por uma densa rede de telecomunicações e com-
putadores. São também os centros irradiadores das ino-
vações tecnológicas.

Aglomerações Urbanas

• CONURBAÇÃO • REGIÃO METROPOLITANA

• METRÓPOLE • MEGALÓPOLE
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2
TESTES
8. (PUC-MG) Entre as transformações que favorecem o
processo do êxodo rural e o aumento da
urbanização no Brasil, assinale a opção incorreta:
a)a expansão de grandes monoculturas para exporta-
ção ou agroindústria, como cana-de-açúcar e soja.
b) a exigência de grandes propriedades, que
podem ar-car com os altos custos de
implantação, com alta pro-dutividade.
c) a substituição de cultivos de subsistência, como
feijão e mandioca, comuns aos minifúndios, por
pressão eco-nômica.
d) a implantação de eficazes projetos governamentais
de colonização da Amazônia, estimulando a
formação de pequenas propriedades produtivas.
e) a expansão de grandes propriedades
especulativas e de produção, com expropriação
de terra, agravando o quadro fundiário.
9. (Unirio-RJ) A cidade reflete as contradições da socie-
dade que a produz. No relato de seus habitantes é pos-
sível se perceber a lógica perversa do sistema.
"Quando eles se cansavam de andar pelas
ruas, eles pediam:
- Mãe, eu quero ir para casa!
Aí eu tinha que explicar pra eles: nós não te-
mos casa, até eles se acostumar..."
(Wagner Celestino, Cortiços: uma realidade que ninguém vê.)
Analisando o texto anterior, podemos constatar que
o(a):
a) processo de ocupação dos espaços urbanos
demons-tra o caráter igualitário da sociedade.
b) crescimento populacional é o grande
responsável pela situação de miséria, e o
controle da natalidade é a úni-ca solução.
c) atuação do Estado tem sempre a intenção de demo-
cratizar o acesso aos serviços públicos essenciais.
d) exclusão social está presente na paisagem urbana,
não respeitando nem mesmo as áreas nobres.
e)especulação imobiliária promove a segregação do es-
paço urbanizado, gerando, assim, a igualdade social.
161
10. (Puccamp-SP) Eis um método próprio, para
parcelar a terra em área urbana:
O novo loteamento nunca é feito em continuidade
imediata ao anterior, já provido de serviços públicos. Entre o
novo loteamento e o último já equipado, deixa-se uma área de
terra vazia, sem lotear. Completado o novo loteamento, a linha
de ônibus que o serviria seria, necessariamente, um
prolongamento a partir do último centro equipado (...) a área
intermediária não loteada é imediatamente valorizada.
Esta estratégia é adotada
a)pela especulação imobiliária, apenas na cidade
de São Paulo, obrigando o poder público a criar
infra-estrutura e equipamentos urbanos.
b)pela especulação imobiliária em várias cidades
médias e grandes do Brasil, com tendência à ex-
pansão urbana por seu dinamismo econômico.
c) pelo poder público, quando tem como meta a
cons-tituição de uma cidade planejada com um
fim bem definido, por exemplo, capital de um
estado, a exemplo de Palmas.
d)pelo poder público associado às construtoras:
em primeiro lugar cria-se toda a infra-estrutura
urba-na e, a seguiu processa-se o loteamento. O
exem-plo típico é o da Grande São Paulo.
e)apenas pelo poder público que tem uma forma
padrão de lotear em todo o território nacional,
prescrita na Constituição brasileira do 1988.
11. (UFSM-RS) "O capitalismo pode não ter inventa-
do a cidade, mas indiscutivelmente inventou a ci-
dade grande. Criou, particularmente, a metrópo-le
e a megalópole."
(SENE, E. de; MOREIRA J. C. (Geografia geral e do Brasil: espaço
geográfico e globalização. São Paulo, Scipione, 1998. p. 308.)
A megalópole é um fenômeno urbano, decorrente da:
a)conurbação de bairros e centro da cidade, que
ocor-re nas faixas litoráneas dos países
capitalistas de-senvolvidos.
b) conurbação de dois ou mais bairros, que se dá na
fase mais avançada do capitalismo financeiro.
c) conurbação de duas ou mais metrópoles, típica
do capitalismo financeiro e monopolista.
d) macrocefalia, o que é característico das grandes
cida-des nos países subdesenvolvidos capitalistas.
e)aglomeração urbana, verificada no inkio do
capitalis-mo industrial.
162 Decisão Pré-vestibulares 2008
12. (UFRN) 14. (UEL-PR) No inicio do século XX, a urbanização
já era uma realidade nos países que realizaram a
Revolução Industrial. A partir dos anos 50

a) muitos países fortemente urbanizados passaram a

ter um movimento de volta à zona rural, provocado
so-bretudo por crises de desemprego nas cidades.
b)somente os países afticanos e alguns países latino-
americanos não são ainda fortemente urbanizados.
c) o processo de urbanização cresceu aceleradamen-
te tanto nas áreas tradicionalmente industriais, co-
mo na Ásia e África.
d) a urbanização atingiu também os países subde-
senvolvidos, podendo-se afirmar que o processo
A análise das figuras acima permite que se afirme: é, hoje, irreversível.
a) A figura 1 representa a nova concepção de e) o processo de urbanização desenvolveu-se por
relações dentro da rede urbana, que segue uma to-do o globo e atualmente não existem mais
hierarquia crescente, em função dos avanços países com predomínio de população rural.
tecnológicos nos transportes e nos serviços.
b) A figura 2 representa uma nova concepção de hie- 15. (UFRS) Sobre a população urbana dos países capitalis-
rarquia urbana, em que a cidade local pode se relacio-
tas desenvolvidos, considere as seguintes afirmações.
nar diretamente com a metrópole nacional, uma vez
que os fluxos já não são mais escalonados.
I. Sua população se caracteriza por intensas
c)A figura 1 representa modelo industrial de hierar-
relações sociais e é susceptível às inovações.
quia urbana, no qual os centros menores
polarizam os mai-ores. II. Elevada proporção da população ativa se
d)A figura 2 demonstra o escalonamento crescente concen-tra em atividades dos setores secundário
dos fluxos de serviços, mercadorias e informações
e terciário.
como parte integrante da hierarquia urbana. III. A Inglaterra apresenta, atualmente, mais de 90%
de sua população concentrada nas cidades.
13. (Unirio-RJ) O meio ambiente nas grandes cidades de
países tropicais apresenta várias características singu- Quais são as corretas?
lares. Sobre esse contexto é correto afirmar que: a) Apenas I
b) Apenas II
a) o aumento das superfícies impermeabilizadas c) Apenas III
faci-lita a geração de escoamento superficial, d) Apenas I e II
contri-buindo para a ocorrência de enchentes.
e) I, II e III
b) o relevo plano das áreas ribeirinhas facilita a
sua ocu-pação, tornando-as aconselháveis para
a cons-trução civil.
c) o desmatamento contribui para reduzir as tempe-
raturas locais, já que, sem a vegetação, reforça-se
o papel da umidade como regulador térmico.
d) a concentração de gases na atmosfera tem
estimu-lado a redução das temperaturas nestas
áreas, ape-sar de elevar o nível de poluição.
e) as altas temperaturas proporcionam a formação
de correntes de ar descendentes, fenômeno que
con-tribui para o aumento das precipitações.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 163
16. (UFMG) Os gráficos a seguir mostram modelos de
tran-sição demográfica e de urbanização, relativos
às regi-ões desenvolvidas e subdesenvolvidas.

Com base na análise dos modelos apresentados nos

gráficos, todas as alternativas estão corretas, exceto

a) A aceleração da urbanização ocorre, quer nas regiões

subdesenvolvidas, quer nas desenvolvidas, no periodo
em que as tàxas de mortalidade começam a declinar.
b)A urbanização, nas regiões subdesenvolvidas, ini-
cia-se mais tarde e se processa com maior veloci-
dado do que nas regiões desenvolvidas.
c)A urbanização, nas regiões subdesenvolvidas, ocor-re
num contexto de crescimento natural da popula-ção
mais elevado do que nas regiões desenvolvidas.
d)O processo de rápida urbanização nos países de-
senvolvidos encontra-se superado, embora as ta-
xas de natalidade, desde meados do século XX,
mos-trem-se flutuantes.
e)Os estágios de transição demográfica e os níveis
de urbanização projetados para o ano 2000 suge-
rem que o processo de urbanização da
humanida-de á ter-minou.
164 Decisão Pré-vestibulares 2008

REVOLUÇÃO TÉCNO-CIENTÍFICA E INDUSTRIALIZAÇÃO

Nas últimas décadas do século XX, foram desenvolvidos novos ramos industriais e de serviços, que apresentaram
crescimento acelerado como a informática, a robótica, as telecomunicações e a biotecnologia. A utilização de computa-
dores generalizou-se em indústrias, lojas, bancos, serviços e também em residências de classe média. Os robôs
passaram a ser utilizados nas linhas tde montagem industrial de maneira crescente, principalmente nos países
desenvolvidos. A incorpo-ração dessas novas tecnoiogias possibilitou um grande aumento da produtividade.
Com as revoluções industriais dos séculos XVIII e XIX e a introdução de novas fontes de energia no
processo pro-dutivo o carvão mineral e depois a eletricidade e o petróleo -, ocorreu inédito salto na produtividade:
era a produção em escala graças à ação do trabalho sobre as matérias-primas e as fontes de energia. Os avanços
tecnológicos, entretanto, ainda eram, muitas vezes, fruto de gênios inventores, e as pesquisas científicas não
tinham sido incorporadas sistematicamente à produção ndustrial.
Até a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a organização da produção esteve apoiada em indústrias de base, como as
indústrias siderúrgicas, químicas, de máquinas e de equipamentos. A demanda por bens de consumo crescia muito lenta-
mente. Quando o industrial Henry Ford (1863-1947) pôs em sua fábrica de automóveis as teorias do engenheiro Frederick
Winslow Taylor (1856-1915) teve início nos Estados Unidos uma revolução nos métodos de produção.

FORDISMO TOYOTISMO
Produção em linhas de montagem. Produção flexível.

Taylorismo Just in Time

A expressão "revolução técnico-científica" é muitas vezes empregada

para evidenciar que os produtos requerem crescentes investimentos em
pesquisa cientí-fica e tecnológica ao serem concebidos. São cada vez mais
sofisticadas as técnicas exigidas para a fabricação de chips, robôs, satélites,
programas de computadores, telefones celulares e mesmo produtos tradicionais,
como automóveis, alimentos, cal-çados ou aparelhos de barbear, por exemplo. A
"matéria-prima" necessária para fabricá-los é o conhecimento.

Para o desenvolvimento de um simples aparelho de barbear, lançado em 2000, uma multinacional

norte-americana investiu um bilhão de dólares no projeto, fabricação e estratégia de marketing. O
projeta levou seis anos para ficar pronto e foi desenvolvida par 500 engenheiros. Foram
registradas 35 patentes nos Estados Unidos, desde a lâmina de carbono até a tarja azul no alto do
cartucho, que, ao ficar branca, indica a necessidade de troca (foto de 2001).
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 165

DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (DIT)

A mais nova divisão internacional do trabalho

Manuel Castells
O que chamo de a mais nova divisão internacional do trabalho está disposta em quatro posições diferen-tes
na economia informacional/global: produtores de alto valor com base no trabalho informacional; produto-res de
grande volume baseado no trabalho de mais baixo custo; produtores de matérias-primas que se baseiam em recursos
naturais; e os produtores redundantes, reduzidos ao trabalho desvalorizado. A localização vanta-josa desses
diferentes tipos de trabalho também determina a prosperidade dos mercados, uma vez que a gera-ção de renda
dependerá da capacidade de mar valor incorporado em cada segmento da economia global. A questão crucial é que
essas posições diferentes não coincidem com países. São organizadas em redes e fluxos, utilizando a infra-estrutura
tecnológica da economia informacional. Entretanto, a mais nova divisão internacio-nal do trabalho não ocorre entre
países, mas entre agentes econômicos localizados nas quatro posições por mim indicadas, ao longo de uma estrutura
global de redes e fluxos. Nesse sentido, todos os países são penetra-dos pelas quatro posições apontadas porque
todas as redes são realmente globais ou pretendem sê-lo. Mesmo as economias marginalizadas têm um pequeno
segmento de suas funções direcionais conectado à rede de pro-dutores de alto valor, pelo menos para assegurar a
transferência de qualquer capital ou informação que ainda estejam acumulados no país. E certamente as economias
mais poderosas têm segmentos marginais de sua popu-lação situados em uma posição de trabalho desvalorizado,
seja em Nova York, Osaka, Londres ou em Madri.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. p. 160. (A era da informação: economia, sociedade e cultura, 1) .
 166 Decisão Pré-vestibulares 2008
A revolução Informacional

Segundo o geógrafo Milton Santos, a história da

incorporação das técnicas no espaço geográfico passou por
três etapas distintas: o meio natural, o meio técnico
e o meio técnico-científico-informacional. Até o século
XVIII, apesar da existência de determinadas técnicas, a
transformação do espaço foi bastante limitada e o meio
geográfico permaneceu, em grande medida, natural.
Desde a eclosão das revoluções industriais o meio
geográfico recebeu grande quantidade de infra-estrutu-ras -
fábricas, ferrovias, rodovias, linhas telefônicas, má-quinas
na agricultura, barragens e usinas hidrelétricas, etc. O meio
geográfico tornou-se crescentemente arti-ficial,
transformando-se em meio técnico.
No atual período do capitalismo, desenvolve-se
um novo meio geográfico, adaptado às exigências da
eco-nomia globalizada. Incorporam-se
crescentemente ao espaço geográfico objetos que
apresentam um conteú-do cada vez mais alto de
ciência, técnica e informação, como:
• modernas redes de telecomunicações —
antenas parabólicas e de telefonia celular, cabos
de fibra óptica, redes de computadores, etc.;
• grandes infra-estruturas de transportes — aero-
portos, sistemas portuários, rodovias, etc.;
• agropecuária com base na biotecnologia — A ilustração sugere que o mundo está encolhendo. O que isso
alimen-tos geneticamente modificados significa? Por que isso está ocorrendo? Desde quando?
(transgênicos), ani-mais clonados, etc.;
• fábricas robotizadas, prédios comerciais e residenciais inteligentes, bolsas de valores eletrônicas, etc.

As novas técnicas se difundem de modo desigual pelo espaço geográfico. Veja o exemplo da Internet.
Apesar de seu rápido crescimento e de estar causando grandes transformações na economia, ainda é uma
tecnologia disponível para uma pequena parcela da humanidade. Em 2000, segundo a ONU, menos de 5% da
população mundial estava conectada à rede, e cerca de metade desses usuários era de um único país, os Estados
Unidos (que abrigam somente 4,7% da população do planeta).
Apesar disso, esses novos objetos técnicos estão se difundindo muito rapidamente. Embora não sejam
encon-trados em todos os lugares do mundo, a sua área de abrangência é o espaço geográfico planetário. Eles
funcionam de forma integrada, formando um sistema de redes, cujos nós são as principais cidades, com destaque
para as chamadas cidades globais.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2
TESTES
17. (UFSM-RS)
"Essa é a dança do desempregado
quem ainda não dançou tá na hora de
aprender A nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino pode ser você."
(Gabriel, o Pensador)
Esses versos remetem à reflexão sobre o desem-
prego. Com relação a esse assunto, é incorreto afirmar:
a) Com a globalização da economia, intensifica-se
a transferência de empresas e tecnologias para
os países onde os salários são mais baixos e as
nor-mas que regem o sistema de empregos,
mais rígi-das, o que garante a estabilidade
econômica das corporações transnacionais.
b) Nos países em que as empresas investem em
informatização e robótica, verifica-se o desempre-
go estrutural, que ocorre independentemente do
crescimento ou da crise da economia.
c) As empresas perderam a bandeira da Pátria e
ig-noram fronteiras, instalando suas fábricas
onde a mão-de-obra é mais barata e passando a
extrair a mais-valia em escala mundial.
d) Nos países subdesenvolvidos, a diminuição da
taxa de emprego na indústria é parcialmente
compen-sada por um aumento da taxa de
ocupação no se-tor terciário e informal.
e) A crescente informatização do setor terciário eli-
mina cada vez mais a possibilidade de absorção
de mão-de-obra, fator que explica, em parte, o
núme-ro crescente de desempregados no
mundo dos pa-íses ricos.
18. (UFSM-RS)
167
As letras A e B, na representação esquemática
da Nova Divisão Internacional do Trabalho, poderiam
ser substituídas, respectivamente, por
a) metrópoles e colônias.
b)países desenvolvidos e países
subdesenvolvidos in-dustrializados.
c) países subdesenvolvidos e países desenvolvidos.
d)países desenvolvidos e países
subdesenvolvidos não-industrializados.
e) países periféricos e países centrais.
19. (PUC-MG)
PRIMEIRA
O desenvolvimento contínuo e acelerado dos satéli-
tes e da informática, associado à evolução da indústria ele-
trônica, foi muito importante para o desenvolvimento
tecnológico no setor das telecomunicações.
PORQUE
SEGUNDA
Os computadores foram diversificando-se e
passa-ram a ser intensamente utilizados,
racionalizando o processamento das informações em
redes integradas de transmissão e favorecendo a
integração do espaço geo-gráfico.
a) se apenas a primeira afirmativa é verdadeira.
b) se apenas a segunda afirmativa é verdadeira.
c) se as duas afirmativas são verdadeiras e uma
justi-fica a outra.
d)se as duas afirmativas são verdadeiras e uma
não justifica a outra.
e) se as duas afirmativas são falsas.
20. (UERJ) "O filme publicitário começa com meninos
jo-gando futebol na rua. Logo essas cenas pas-
sam a ser intercaladas, de forma simétrica. com
imagens de Ronaldinho jogando pela seleção
brasileira. (...) Uma tí-pica cena brasileira usada
para vender uma marca ame-ricana, a NiKe? (...)
Com faturamento de US$ 9,2 bilhões no ano
fiscal ter-minado em maio de 1997, a fabricante
de roupas e cal-çados esportivos Nike acabou
se tornando, nos últimos anos, um dos melhores
exemplos de uma empresa glo-bal (...).
A Nike não é dona de nem sequer uma fábrica,
não emprega nenhum operário, não tem
nenhuma má-quina. (...)
Atualmente, cerca de 80% dos calçados da Nike são
feitos em fábricas de cinco países asiáticos (...)."
(Adaptado do Folha de S. Paulo, 2 nov.1 997)
Dentre as características do atual modelo de
pro-dução industrial, a que melhor se relaciona às
informa-ções do trecho anterior é:
a)mercado de trabalho que exige qualificação da
mão-de-obra.
b)estratégias de produção que transpõem as
frontei-ras nacionais.
168
c)pesquisa científica que promove o
desenvolvirnen-to de novas tecnologias.
d) ramos industriais novos que constituem
elementos di-nâmicos da economia.
21. (Unirio-RJ) O surgimento de novas tecnologias den-
tro do processo produtivo tem provocado alterações
na localização espacial das atividades econômicas.
Quanto a esse processo, é correto afirmar que:
a) a busca por custos mais baixos de produção
tem leva-do indústrias a se instalarem em locais
onde a mão-de-obra é de alta qualificação.
b) as empresas de uso intensivo de mão-de-obra
pas-sam a transferir suas indústrias para áreas
mais ca-ras com maior concentração de infra-
estrutura eco-nômica.
c) o desenvolvimento tecnológico tem aumentado a
oferta de empregos no setor secundário, principal-
mente nos centros das grandes metrópoles.
d) os avanços tecnológicos nos transportes e nas
co-municações têm proporcionado a separação
dos centros de gestão e decisão empresarial das
uni-da-des produtivas.
e) os póios tecnológico; estão se deslocando para
áre-as periféricas do capitalismo à procura de
mao-de-obra barata.
22. (UECE) Com a Terceira Revolução Industrial, a nova
divisão do trabalho estabelece uma classificação dos
pa-íses segundo o domínio de cada um sobre:
a) as matérias-primas.
b) as indústrias de bens duráveis.
c) as fontes de energia.
d) o conhecimento técnico-científico.
23. (UnB-DF) Pela Internet, uma pessoa pode, da como-
didade de sua residência e a custo baixo, buscar in-for-
mações relativas aos mais diversos assuntos, ad-quirir
bens e contratar serviços, movimentar sua con-ta ban-
cária, comunicar-se com outras pessoas, etc. Esses be-
nefícios fazem com que o numero de usuá-rios da
lnternet cresça a cada dia. Acerca do signifi-cado da
co-municação eletrônica e sua relação com a dinâmica
do mundo hoje, julgue os itens a seguir
(1) Neste novo mundo virtual, pessoas interagem com
uma vastissima quantidade de dados, por meio de re-
presentações textuais e visuais, as quais podem ser
consideradas como elementos da globalização.
(2) Indústrias como a automobilística e a petroqui-
mica não mais lideram a economia. Além de alguns
outros setores, a informática está no centro das
atividades econômicas dos países desenvolvidos.
(3) A tecnologia não é privilégio de determinados paí-
ses, podendo ser gerada e utilizada por todos.
(4) A Internet é um elemento propulsor de relações eco-
Decisão Pré-vestibulares 2008
nômicas, de que é exemplo a sua influência no
setor terciário.
24. (Puccamp-SP) "A sociedade da comunicação e ação
a distância, da velocidade e triunfo tecnológico é
tam-bém conhecida hoje como sociedade global."
Sobre essa so-ciedade pode-se afirmar que:
a) se caracteriza pela integração econômica dos
paí-ses, regiões e continentes promovida pelas
grandes corporações transnacionais.
b) só pôde emergir com o surgimento de blocos
eco-nômicos como o Mercosul, por exemplo.
c) tem se caracterizado pela interferência cada vez
maior do Estado na economia e pela crescente
prá-tica de reserva de mercado.
d) foi decorrência da transferência de capitais, até
en-tão aplicados em pesquisas no campo da
biotecno-logia, para o campo da eletrônica.
e) é conseqüência direta, entre outras coisas, da
substituição da energia eólica pelo motor de ex-
plosão, do dirigivel pelo avião e da hélice pelo
tur-borreator.
25. (UFSM-RS) Assinale a alternativa que contempla
as principais características do Vale do Silício
("Silicon Valley"), nos Estados Unidos.
a)Formado pela erosão glacial, constitui-se numa área
de preservação permanente onde se desta-cam as
sequóias e bétulas, espécies típicas da floresta boreal.
b) É uma das principais áreas de extração mineral,
so-bretudo de silício, cobre e ferro, altamente
pre-judicada pela degradação do meio ambiente.
c) Também conhecido por cinturão agrícola
(befts), constitui-se na principal área produtora
de cereais dos Estados Unidos, sobretudo de
milho e trigo, além da pecuária intensiva.
d)Localizado no nordeste dos Estados Unidos, consti-
tui-se numa área de antiga concentração industri-al,
destacando-se as indústrias de bens de produ-çào
pela abundância de matérias-primas, energia e mão-
de-obra e pela facilidade de transporte.
e) Localizado no oeste dos Estados Unidos, próximo
a importantes centros de pesquisas, forma um
com-plexo industrial com destaque para os ramos
típi-cos da Terceira Revolução Industrial.
26. (UFRS) Vivemos uma nova revolução tecnológica,
que une os diversos lugares do mundo num
processo ace-lerado de globalização.
A esse respeito, assinale a afirmação incorreta.
a) Esse processo caracteriza-se pelo
desenvolvimento de ramos fundamentais da
tecnologia, como a in-formática e a mecatrônica.
b) Uma das características da globalização da
econo-mia é a formação de megablocos regionais,
como a União Européia, o Mercosul e o Nafta.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2
c) Os investimentos em ciência e tecnologia são
funda-mentais nesse processo. Os Estados
Unidos, Japão e África do Sul lideram os
investimentos em ciência e tecnologia no mundo.
d) Empresas transnacionais como a IBM, Sony e
Mi-crosoft atuam no setor da informática.
e) A comunicação por redes tem possibilitado o ar-
mazenamento e a transmissão de informações,
ace-lerando e ampliando o conhecimento científico.
27. (UFMG) possível afirmar que o processo de globalização
das atividades econômicas tem acompanha-do a história
da humanidade e que ele se acelerou após a década de
70. Todas as alternativas apresentam ca-racterísticas ou
indicadores do processo de globalização das atividades
econômicas neste final de século, exceto:
a) A aceleração das transformações demográficas.
b)A revolução ocasionada pelos avanços da
informá-tica.
c) O aperfeiçoamento dos meios de transporte e
das co-municações.
d) O desenvolvimento tecnológico e científico.
28. (Puccamp-SP) "No passado, a velocidade era a do me-
tabolismo. Era a velocidade do pombo-correio ou do ca-
valo do cavaleiro. Com a revolução dos trans-portes, ela se
tornou tecnológica. [...] com a revolução das trans-missões
instantâneas das telecomunicações, a veloci-dade
absoluta [..]. A vida cultural e política é organiza-da não
apenas pela riqueza, mas pela velocidade, pela potência
de deslocamento e informação."
(Folha de S. Paulo, 13 jul. 1993.)
A interpretação do texto acima permite afirmar que a
tecnologia da comunicação leva o progresso ao mun doe:
a) à melhoria da qualidade de vida da maioria da
po pulação do globo terrestre, com a
minimizaçào das diferenças socioeconômicas.
b) homogeneiza a produção e o consumo dos países
e os usos e costumes das respectivas populações.
c)divulga a cultura européia e norte-americana para
to-dos os povos, homogeneizando os padrões de
consu-mo e enriquecendo a cuLtura dos povos.
d) embora as informações possam chegar casa de
1 pes-soas de diferentes partes do globo, elas
provê-em da visão de algumas poucas agências
européi-as e nor-te-americanas, dando ao
mundo uma visão parcial dos acontecimentos.
e)o ritmo acelerado das mudanças na atualidade é
acom-panhado pelos diferentes povos, tendo acesso
rápido aos fatos, o que oportuniza a reflexão sobreas
trans-formações espaciais e históricas do globo.
169
29. (Cesgranrio-RJ) Sobre o atual processo de
globalização afirma-se que:
I. os espaços mais globalizados são, geralmente,
aque-les localizados em torno de grandes metró-
poles, com elevada densidade tecnológica;
II. a história desse processo se inicia na década de
90 com o fim da Guerra Fria;
III. a expansão do narcotráfico, ao nível planetário,
cons-titui um aspecto da globalização.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
30. (Fatec-SP) Nos anos 50/60 um dos fatores de
atração das multinacionais era a disponibilidade
de mão-de-obra abundante e barata. Neste final
de século, com a globalização, estas condições:
a)são válidas para a América Latina e o Extremo
Orien-te, mas deixaram de ser essenciais em
outras áreas subdesenvolvidas do mundo.
b)são válidas para os países europeus que estão
em pro-cesso de transição do socialismo para o
capita-lismo, mas não são mais essenciais em
outras áre-as do glo-bo.
c) ainda são plenamente válidas e podem mesmo
ser consideradas como essenciais para a
instalação de in-dústrias .
d)deixaram de ser essenciais, pois tendo em vista
a competitividade entre as empresas, o
fundamen-tal a qualificação da mão-de-obra.
e) deixaram de ser essenciais nos chamados países
emergentes, mas ainda são fundamentais em paí-
ses de industrialização antiga.
31. (Puccamp-SP) "Hoje, nesse novo contexto
econômico mundi-al, há um grande número de
mulheres no ter-ceiro mundo com oportunidades que
não ti-nham antes, mas, de outro, há mulheres mal
remuneradas e explo-radas no lugar de trabalho.
Elas estão enfie os mais mal pagos trabalhadores."
(Mary Francis Berry, Presidente da Comissão
de Direitos Civis dos Estados Unidos.)
Assinale a alternativa que melhor se relaciona ao
texto.
a)A globalização oferece múltiplas oportunidades
de emprego e possibilidades de ascensão social
para as minorias pobres, incluindo as mulheres.
b)A economia globalizada tem ampliado as condi-
ções de cidadania, principalmente, pelas novas
oportunida-des no mercado de trabalho,
destinado às minorias, in-clusive, às mulheres.
170 Decisão Pré-vestibulares 2008
c) Neste final de século, bá uma ação internacional
no sentido de dar oportunidades de trabalho e
igual-dade de salário às mulheres e evitar que
estas exer-çam jornada dupla de trabalho.
d) Nos países em desenvolvimento, a globalização
pode representar o fim das distorções sociais e
económicas entre homens e mulheres.
e) A globalização é uma faca de dois gumes, pois
pode significar mais oportunidades às mulheres,
mas tam-bém pode significar mais exploração.

32. (UFU-MG) "(...) A etapa crucial dessa revolução [da

informação] foi ultrapassada a partir da configu-ração de
uma autopista global da informação: a Internet. A rede
nasceu nos Estados Unidos, no longínquo ano de 1969
(...). A internacionalização da rede e a incorporação de
centenas de milhões de usuários através do planeta têm
sérias implicações culturais e econômicas."
(Adap. MAGNOLI, O. Globalização: Estado nacional e espaço
mundial. 5, ed. São Paulo: Moderna. 1997. p. 30-1.
[Polêmica]).
As afirmativas abaixo estão relacionadas aos fluxos
internacionais de informação.

I. O uso preponderante da língua inglesa na rede so-

lidifica-a como o idioma da globalização.
II. A realização de transações comerciais na rede leva
à mundialização de padrões de consumo.
III. O acesso à informação em tempo real reduziu
o espaço mundial a um espaço virtual.
IV. A velocidade da informação é o único benefício
apresentado pela lnternet para a globalização.

Assinale a alternativa que contempla a combinação

correta.

a) Somente I, II e IV estão corretas.

b) Somente I, II e III estão corretas.
c) Somente I, III e IV estão corretas.
d) Somente II, III e IV estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 171

ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS
E OS SISTEMAS AGRÁRIOS
Por outro lado, todas as regiões em que se utilizam mé-
As Novas Relações Campo x Cidade todos tradicionais de produção - principalmente os paí-
ses pobres do Sudeste Asiático e a maioria dos países
A produção
africanos - buscam ainda meios de associar um modo de
agrícola é obtida em
vida rural extremamente rudimentar às incertezas
condições mui-to
biogeográficas e climáticas, na tentativa de evitar o
heterogêneas no
flagelo da fome e as adversidades da emigração.
mundo. Das diver-sas
formas de rela-ção
entre o homem e o Cinturão verde e bacias leiteiras
meio geográfico, a vida rural,
Características:
e mesmo a vida da população
urbana que trabalha em ativi- • Próximo aos grandes
dades agrícolas, é a mais centros urbanos;
diversificada. Os países desenvolvidos e industrializados • Pecuária e agricultura in-
intensificaram a produção agrícola por meio da moder- tensiva;
nização das técnicas empregadas, utilizando cada vez • Produção de
menos mão-de-obra. Nos países subdesenvolvidos, foram hortifrutigran-geiros;
principalmente as regiões agrícolas que abastecem o
• Criação de gado leiteiro -
mercado externo que passaram por semelhante proces-so
produção de laticínios;
de modernização das técnicas de cultivo e colheita. Em
contrapartida, houve o êxodo rural acelerado, que promoveu • Pequenas e médias
o drástico empobrecimento dos trabalhadores agrícolas, propri-edades;
concentrados na periferia das grandes cidades. • Mão-de-obra familiar.

Agropecuária
Países desenvolvidos Países subdesenvolvidos

• De maneira geral, praticadas de forma inten- • Predomínio da agricultura de subsistência e

siva;
• Pequena quantidade de mão-de-obra;
• Elevados índices de produtividade, com
grande volume de produção;
• Abastece o mercado interno e grande par-
te dos produtos que circulam no merca-
do mundial;
• Pouca participação do setor primário na
economia.
das "plantations";
• Agricultura predominantemente extensi-
va;
• O setor primário constitui a base da eco-
nomia;
• Produção voltada para o mercado exter-
no;
• Elevado percentual de mão-de-obra.

Sistemas ou Modos de Produção Agrícolas

Os sistemas agrícolas e a produção pecuária podem ser classificados como intensivo ou extensivos. Essa noção está
ligada ao grau de capitalização e ao índice de produtividade, independentemente do tamanho da área cultivada ou de criação.
As propriedades que, através da utilização de modernas técnicas de preparo do solo, cultivo e colheita, apresentam elevados
índices de produtividade e conseguem explorar a terra por um longo período de tempo, praticam agricultura intensiva. Já as
propriedades que se utilizam da agricultura tradicional - aplicação de técnicas rudimentares, apresentando baixo índice de
exploração da terra e obtendo, assim, baixos índices de produtividade - praticam agricultura extensiva.
Se o fator principal for a terra, dizemos que o sistema é extensivo. Se, ao contrário, a terra e seus elementos
naturais (clima, fertilidade) forem de importância secundária, ganhando realce a mecanização ou o trabalho, os
sistema agrícola será intensivo.
172 Decisão Pré-vestibulares 2008
TIPOS CARACTERÍSTICAS
Itinerante de • Agricultura descapitalizada;
Subsistência e a • Predominante em pequenas e médias propriedades;
Roça • Mão-de-obra familiar;
• Técnicas tradicionais e rudimentares;
• Não há preocupação coma preservação do solo (uso de queimadas);
• A produção e a produtividade são baixas;
• Em regiões miseráveis é voltada para a subsistência do agricultor (países africanos, sul e sudeste
asiático e América Latina);
• Atualmente prevalece este sistema agrícola voltado ao comércio urbano, embora o lucro seja rever-
tido à subsistência do agricultor.

• Praticada em pequenas e médias propriedades (ou em parcelas de grades);

• Mão-de-obra familiar;
• Alta produtividade (Seleção de semente, fertilizantes, avanços biotecnológicos);
Jadinagem
• Preservação do solo (fixação da família);
• Agricultura capitalizada;
• A safra destina-se à comercialização, com excedente de capital;
• Praticada no sul e sudeste asiático.

• Altamente capitalizada com Máximo de desenvolvimento tecnológico;

Empresas Agrícolas
• Médias e grandes propriedades;
• Alta produtividade (seleção de sementes, uso intensivo de fertilizantes, elevado grau de mecaniza-
ção, silos de armazenagem, etc.);
• Etapas de produção são acompanhadas por técnicos, engenheiros e administradores;
• Produção voltada ao abastecimento interno e externo;
• tendência à concentração de terras;
• Predominante nos EUA, Canadá, Austrália, UE (menos a região mediterrânea), Argentina e Brasil.

• Grandes propriedades;
• Monocultura de produtos tropicais;
• Voltada ao mercado externo;
"Plantation" • Elevada mão-de-obra assalariada;
• Típica de países subdesenvolvidos (implantada durante a colonização européia).

Agricultura de Precisão

O monitoramento por satélite proporciona redução nos custos de produção e aumento de produtividade.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2
TESTES
33. (PEIES II -1999)
SENE, E. e MOREIRA, J. C. Geografia Geral do Brasil - Espaço
Geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 998. p.273.
Com o auxílio da tabela, assinale verdadeira
(V) ou falsa (F) nas afirmativas a seguir.
( )Nos países desenvolvidos, há grande participa-ção
da agricultura no PNB, apesar dos reduzidos
índices dc participação da PEA nesse setor.
( ) Nos países subdesenvolvidos, a distribuição
setorial da PEA apresenta grande concentração
de força de trabalho no setor primário.
( ) A pequena participação da PEA no setor agríco-la
da economia dos países subdesenvolvidos é de-
corrente dos elevados índices de mecanização
agrí-cola e da aplicação da biotecnologia.
A seqüência correta é
a) V - F -F
b) F- F - V
c) V - V - F
d) V - F - V
e) F - V - F
34. (PEIES II -2000) Sobre a utilização do espaço
agrário, pode(m)-se afirmar:
I. Nos países desenvolvidos, o emprego massivo
de tecnologia na agricultura produz uma forte
integração entre o setor agrícola e o setor indus-
trial.
173
II. Na atualidade, as "plantations" cobrem vastas
exten-sões da África, América Andina e Central,
Brasil e su-deste da Ásia.
III. Apesar de sua reduzida participação na geração
do PIB e na absorção da PEA, o setor agrícola é
ob-jeto de uma verdadeira guerra comercial, tendo
como atores as grandes potências econômicas
mundiais cujas armas envolvem, além da
tecnologia, elevados subsídios aos agricultores.
Está(ão) correta(s):
a) apenas I e II. b) apenas II.
c) apenas I e III. d) apenas III.
e) I, II e III.
35. (UFRGS-1999) Assinale a alternativa verdadeira
com relação a sistemas agrícolas
a)A agricultura de plantation desenvolveu-se com
a expansão da agricultura tecnológica,
substituindo os modelos agrícolas tradicionais,
herdados da histó-ria colonial.
b)A agricultura de subsistência caracteriza-se, so-
bretudo, por atividades de coleta, sendo
praticada quase exclusivamente pelos
habitantes da flores-tas equatoriais.
c) Na América Latina, a agricultura de subsistência
consiste na substituição gradual das culturas tra-
dicionais por monoculturas de exportação,
garantin-do aos médios e pequenos produtores
condições econômicas para se manterem, no
atual quadro de modernização da agricultura.
d)A agricultura de plantation nasceu durante a ex-
pansão colonial européia. Os europeus foram os
seus pioneiros, ao introduzirem a monocultura
açucareira em grandes propriedades na ilhas
atlân-ticas de suas colônias e no litoral do Brasil.
e)As plantations caracterizam, sobretudo, a
agricul-tura empresarial associada ao processo
de maximização da produtividade, através do
incre-mento da culturas de rotação e do
emprego de biotecnologia.
36. (UFSM-99) Em qualquer sistema agrícola, a
produtivi-dade dependerá da combinação de três
fatores princi-pais, que são:
a) capital variável, trabalho e produção.
b) capital fixo, adubação e mecanização.
c) trabalho, terra e capital constante.
d) capital constante, terra e irrigação.
e) seleção de sementes, adubação e mecanização.
37. (PEIES-II-98)
AGRICULTURA x INDÚSTRIA
PAÍSES Agricultura Indústria
(% do PIB) (%do PEA) (% do PIB) (% do PEA)
Estados Unidos 2,4 3,0 30,0 24,9
Japão 2,5 6,9 41,8 34,5
Alemanha 1,7 3,2 40,1 38,9
MAGNOLI, D. & ARAUJO, R. A nova geografia: Estudos de
Geografia Geral. São Paulo: Moderna. l995. p. 45.
174
Considerando a tabela, referente à agricultura e à
in-dústria nos países desenvolvidos, pode-se afirmar:
a)A percentagem de participação do setor industri-al
no PEA desses países é sempre inferior à per-
centagem de participação da PEA nesse setor.
b) Há diferença na produtividade do trabalho
agríco-la e industrial; o trabalho na indústria é
mais pro-dutivo, apesar da tecnologia
empregada na agricul-tura.
c)A agricultura apresenta uma percentagem da
par-ticipação no PIB superior à percentagem de
parti-cipação da PEA no setor agrícola.
d) Nos Estados Unidos, a participação no PIB
supe-rior ao verificado nos demais países.
e) A maior percentagem da PEA empregada na
agri-cultura e na indústria encontra-se no Japão.
38. (PEIES-II / UFSM-98) "Perdas irrecuperáveis na agri-
cultura, sistema viário comprometido, alagamentos, au-
las suspensas (...) e desabrigados nos casos mais gra-
ves. Esse é o saldo das chuvas que teimam em inun-
dar o Estado..." ( A Razão, 14;4/98, p. 9). Em grandes
centros urbanos, essas enchentes têm como causas,
I. os altos índices pluviométricos resultantes de fortes
pancadas de chuva, como as tempestades de verão.
II.a diminuição da infiltração da água em função da
pa-vimentação urbana e da reduzida quantidade
de áre-as arborizadas.
III. o assoreamento do leito dos rios, agravado
pela grande quantidade de lixo lançado nas ruas
e cal-çadas.
IV. a diminuição dos níveis da água subterrânea
que, por sua vez, vai alimentar os rios.
Estão corretas
a) apenas I e II
b) apenas II e IV
c) apenas I, II e III
d) apenas III e IV
e) I, II, III e IV
Decisão Pré-vestibulares 2008
A seqüência correta é
a) V - F - V - F.
b) V - V - F - V.
c) V - V - V - V.
d) F - F - V - F.
e) F - V - F - V.
40. (FATEC-SP) "... em um estudo sobre plantadores de
tabaco, em Santa Cruz, no Rio Grande do Sul, veri-
ficamos que eles, antes de plantar o fumo, recebem do
comprador, da fábrica de cigarros, as sementes, além
de instruções detalhadas de como devem plantá-las,
quais são os tratos que devem dar à plan-ta, quantas
vezes devem regar, como deve ser co-lhido e
processado o fumo. Toda a tecnologia de pro-dução é
cuidadosamente determinada pelo compra-dor. O
mesmo, provavelmente, deve dar-se com os produtores
de tomates, uvas, galinhas e assim por diante. Neste
caso, quem determina o custo de pro-dução é o
comprador. Então, ele também fixa o pre-
ço."
(SINGER, P. Aprender economia. São Paulo, Brasiliense.)
O texto exemplifica a:
a) submissão da produção industrial à produção
agrí-cola.
b) intervenção do Estado na política agrícola.
c) autonomia do agricultor para estabelecer sua
mar-gem de lucro.
d) concorrência entre produtores de tabaco, tomates,
uvas e galinhas pelos menores custos de produção.
e) situação em que o agricultor fica sem o poder
de decidir sobre a sua produção.

39. (PEIES II - 2002) "Todas as nações do chamado ter-

ceiro Mundo usam seu solo arável para exportações, e
em todas há fome..."
OLIVA, J & GIANSANTI, R. Espaço e modernidades:
temas de geografia mundial. São Paulo: Atual, 1995. p. 228

A partir do texto, assinale verdadeira (V) ou

falsa (F) em cada uma das afirmações a seguir.
( ) A fome e a miséria generalizadas são fatores
significativos para demonstrar o atual estágio das
condições de vida dos países subdesenvolvidos.
( ) Cabe às nações pobres a produção
complemen-tar de matérias-primas para
processamento indus-trial.
( ) O Brasil é um dos maiores exportadores mun-
diais de produtos agrícolas, como a soja, que
ocupa vastas extensões e que será utilizada
como ração para o gado na Europa Ocidental.
( ) As nações ricas tendem a usar, cada vez mais,
seu solo para a produção d elaimentos essenciais.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 175
• aumento de CO2 na atmosfera, provocado pelas
PROBLEMAS AMBIENTAIS quei-madas;
• rebaixamento do lençol freático - causa da
extinção das nascentes de rios e fontes;
Atividades Humanas e Impactos
• mudanças climáticas.
Ambientais
Entre os impactos ambientais mais
preocupantes, podemos destacar:
• Os desmatamentos
• A desertificação e a erosão dos solos
• A poluição das águas (lençol freático, rios, lagos
e oceanos)
• A poluição do ar atmosférico
• A poluição dos solos e o problema do lixo
• A poluição sonora e visual

Erosão e Poluição do Solo

Entendemos por erosão do
solo a perda da camada superficial
da litosfera, rica em matéria orgâ-
nica, onde existe vida microbiana e
que permite o desenvolvimento da
vida vegetal.

Entre as várias si-

tuações em que o homem
Fonte: Veja, 21/08/2002.
provocou ou agravou a ero-
são dos solos, podemos des-
tacar: Desertificação
• os desmatamentos desordenados; A ONU define desertificação como "a degradação
• as queimadas; das terras nas zonas áridas, semi-áridas e subúmidas
• a desertificação; se-cas, resultantes de fatores diversos, como as
• a prática da agricultura; variações climáticas e as atividades humanas". Essa
• os deslizamentos provocados por abertura de definição faz parte da Agenda 21 da ECO-92, realizada
es-tradas e construções em geral. no Rio de Ja-neiro. O mesmo documento determina que,
por degra-dação da terra, se entende:
• a degradação do solo e dos recursos hídricos;
Desmatamentos • a degradação da vegetação e da biodiversidade;
• a redução da qualidade de vida.
Apesar da sua im-
portância, as florestas tro-
picais têm sido impiedo- Desertificação
samente destruídas por
Causas
várias atividades huma-
nas, entre elas: • Uso intensivo do solo para a agricultura
• Fragilidade do ecossistema
• a utilização dos terrenos para a agricultura; • Desmatamentos
• a exploração de recursos minerais; • Pecuária extensiva
• a extração de madeira; • Técnicas não apropriadas de irrigação e cultivo
• a construção de hidrelétricas;
• as queimadas (incêndios propositais ou não). Implicações
Os impactos ambientais decorrentes do • Problemas sociais: fome, desnutrição, analfabe-
desmatamento são muitos: tismo, diminuição da renda e do consumo
• extinção e redução da biodiversidade (espécies • Migração dos habitantes de áreas secas:
ani-mais e vegetais); pobreza urbana, desestruturação familiar,
• extermínio de indígenas; de-semprego
• erosão e empobrecimento dos solos; • Destruição da biodiversidade
• assoreamento do leito dos rios; • Erosão dos solos e formação de areia
• desertificação; • Redução dos recursos hídricos
• Redução das terras cultiváveis
176 Decisão Pré-vestibulares 2008

A retirada da cobertura vegetal das encostas montanhosas acelera o processo de erosão do solo
em muitas áreas do globo. Nas encostas do Himalaia estão as áreas mais críticas. As avalanches e
deslizamentos de terra vêm aumentando também nos Alpes, região que concentra a maior parte das
plantas e dos animais ameaçados de extinção na Europa. A erosão também ocorre devido a práticas
agrícolas incorretas e intensi-vas, como ocorre no Sahel e nos Estados Unidos.

Poluição das águas

A poluição das águas seja dos rios, dos lagos,
das represas, dos oceanos ou dos mares, tem sido
motivo de preocupação, pois sua dimensão já atingiu
níveis alar-mantes em algumas regiões do globo.
Dentre as inúme-ras formas de agressão, seus
agentes e desdobramen-tos, podem ser citados:
a) A poluição dos rios
A rede hidrográfica é de fundamental importân-cia
para o homem. Os rios, além de fonte de água para a
subsistência da população, podem ser aproveitados para
a pesca, produção de energia, transporte, irrigação e
lazer. No entanto, esses dutos naturais de água vêm
sen-do vitimados pela poluição. A poluição fluvial
decorre de os rios serem usados como depositários de
resíduos de indústria, esgotos, assim como da
contaminação por mer-cúrio em áreas de garimpo ou por
agrotóxicos na drena-gem de áreas agrícolas.
b) A poluição dos mananciais hídricos
Alguns mananciais constituem-se na reserva de
água para grandes centros urbanos. A concentração se
dá pela ocupação irregular em sua área de drenagem,
pelo recebimento de água de tributários contaminados,
ou pela ação das chuvas ácidas.
c) A poluição dos oceanos e mares
A poluição dos oceanos, mares e golfos, por
exten-são ao que ocorre nos rios, tem na ação e
dependência humana uma situação paradoxal.
Ao mesmo tempo em que temos os oceanos
como fonte insubstituível de recursos, poluímos de
maneira ir-racional e de forma tal que, em algumas
regiões, o com-primento das águas atingiu níveis
difíceis de se rever-ter.
Dentre as causas da poluição dos oceanos, ou
me-lhor, da degradação das massas oceânicas,
podemos des-tacar:
• A deposição de resíduos industriais e esgotos;
• Os constantes vazamentos de petróleo;
• O depósito de substâncias radioativas em
algumas áreas de maior profundidade;
• Testes com artefatos nucleares;
• A fluência de rios contaminados;
• A poluição deliberada, como no caso do Iraque
que, para evitar um desembarque anfíbio
durante a Guerra do Golfo Pérsico, despejou
uma maciça quantidade de petróleo na região.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 177

ÁGUA: do mau uso à guerra

Segundo o Banco Mundial, cerca de oitenta países vão entrar em conflito por
causa dos recursos hídricos.
Rios que atravessam países representam fontes essenciais de abastecimento de
água. Em algumas regiões, os conflitos já ocorrem e se misturam à desavenças político-
religiosas existentes. Em outras, não há conflitos, mas sérias dificuldades para a
obtenção de água. Ob-serve o mapa a seguir.

A crise mundial da água

178 Decisão Pré-vestibulares 2008

Poluição Atmosférica
a) Inversão Térmica

As massas de ar movimentam-se verticalmente
porque a atmosfera se resfria nas camadas mais
eleva-das. Quando, em contato com a superfície da
Terra (ge-ralmente mais quente), o ar se aquecesse,
fica mais leve e sobe. À medida que ganha altitude,
resfria, fica mais pesado e desce novamente. Este
movimento constante do ar ajuda a dispersar
poluentes das camadas próximas do solo.
No outono e no inverno, quando a temperatura do
solo diminui, é muito comum essa situação se inverter.
Próximo do solo mais frio, o ar se resfria; nas camadas
superiores, é mais quente. Essa "inversão" de tempera-tura
do ar atmosférico e a chamada inversão térmica. Por
algumas horas, até que o solo se aqueça, não há movi-
mentação vertical de vento. Os poluentes ficam retidos bem
perto do solo, agravando a poluição atmosférica. Quanto
mais baixa for a camada em que ocorre a mudan-ça de
temperatura, mais aumentará a concentração de poluentes
perto do solo. Em cidades muito poluídas, a "ca-mada
quente" funciona como um "tampão" que "prende" os
poluentes na camada de ar frio.

b) "Ilha de Calor"

Nas cidades, as temperaturas tendem a ser mais altas nas regiões centrais, que funcionam
como uma "ilha de calor". São vários os fatores que produzem essa "ilha de calor": reflexão do calor
pelas construções, como prédios, casas, avenidas, viadutos, etc. (A); lançamento de gases por in-
dústrias e automóveis (B); diminuição da circulação do ar, barrada pelos prédios (C).
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 179

c) Chuva Ácida

A queima dos combustíveis fósseis produz aumento do enxofre e do nitrogênio na atmosfera. Combinados com o
vapor d'água, esses elementos formam o ácido sulfúrico e o ácido nítrico, que se incorporam às águas da chuva, resul-
tando na chamada chuva ácida. As chuvas ácidas vêm destruindo, em maior escala, as florestas da Europa e dos Esta-

d) Efeito Estufa
Ao contrário do que popularmente se acredita, o efeito
estufa não é causado pela poluição. Esse fenômeno atmosféri-
co acompanha a vida do planeta desde seus primeiros tempos
de existência e decorre da ação bloqueadora dos gases da at-
mosfera sobre o calor refletido na
superfície terrestre. Esse efeito
possibilita a manutenção da tem-
peratura da Terra nos níveis que
permitem a existência da vida.
O que ocorre é que, a par-
tir do século XIX, esse efeito tem-
se acentuado. A queima de flores-
tas tropicais e a utilização de com-
bustíveis fósseis em indústrias e
usinas termelétricas lançam na
atmosfera grandes quantidades
de gás carbônico (CO2). Esse gás
é um dos principais responsáveis
pelo efeito estufa, e não permite
que a radiação solar, depois de
re-fletido na Terra, volte para o
espa-ço, bloqueando o calor.
180 Decisão Pré-vestibulares 2008

e) Destruição da Camada de Ozônio

A CAMADA DE OZÔNIO

Com a diminuição da camada de ozônio, a radiação

ultravioleta nociva atinge diretamente a terra.

O ozônio é um gás que existe em grande quantidade na estratosfera, a cerca de 30 a 40

quilômetros de distância da superfície terrestre. Essa camada tem aproximadamente 15 km de
espessura e filtra os raios ultravioletas do Sol, cujo excesso é nocivo a todas as formas de vida
existentes na Terra. Esses raios podem causar câncer de pele, catarata e ataque ao sistema
imunológico do ser humano e de animais. Eles afetam também os plânctons dos oceanos,
responsáveis pela absorção de 50% das emissões de dióxido de carbono da Terra.
Na década de 1980, constatou-se que a
cama-da de ozônio estava sendo destruída por
produtos químicos emitidos em conseqüência de
atividades humanas. Os grandes inimigos da
camada de ozô-nio são os CFCs.
Diante dessa grande ameaça, sessenta
paí-ses assinaram, em 1987, o Protocolo de
Montreal, comprometendo-se a reduzir em 50% o
uso de CFCs, até o fim de 1999. Entretanto, em
1990, na Conferência de Londres, setenta países
concordaram em acelerar o processo de
eliminação de CFC, de-cidindo-se pelo fim total
da produção até o ano de 2000. Para os países
em desenvolvimento, a data é 2010.
O Brasil pretende para de fabricar esses
pro-dutos até 2007. Com um consumo de 9 500
tonela-das de CFC por anos, nosso país é o
terceiro maior consumidor de CFCs no mundo,
ficando atrás so-mente da China e da Índia.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2
TESTES
41. (UFMA) Assinale a opção que contém atividades hu-
manas com menor poder de alteração da biosfera.
a) Silvicultura e agricultura de subsistência
b) Indústria química e reciclagem do lixo
c) Agricultura intensiva e mineração
d) Urbanização e construção de represas
e) Lazer e queimadas planejadas
42. (PUC-RS) Com a atual ritmo do desmatamento, a inte-
gridade ecológica de várias regiões do mundo está com-
prometida. Dentre as conseqüências do desmatamento
podemos citar:
( ) Degradação dos solos, com conseqüente aumento
das cargas do material sólido transportado pelos rios.
( ) Alterações climáticas com agravamento do risco
de secas e inundações.
( ) Alterações do processo de desertificação.
( ) Redução das reservas hídricas.
( ) Alterações no ciclo do carbono.
Considerando as afirmações verdadeiras (V) e as
fal-sas (F), a seqüência correta é:
a) F, V, F, V, F b) V, V, V, V, V c) V, F, F, V, V
d) F, F, V, F, F e) V, V, F, V, F
43. (PUC-MG) "A inversão térmica é um fenômeno climá-
tico que provoca o agravamento da poluição. Em geral,
a temperatura da atmosfera diminui com a altura: ca-
madas de ar frio ficam sobre as camadas de ar quente.
Nessas condições há um movimento ascendente do ar,
pois o ar quente, mais leve, tende a subir. A inversão
térmica ocorre quando uma camada de ar quente se
for-ma embaixo de uma camada de ar frio. Nessas
condi-ções a concentração de poluentes aumenta nas
proxi-midades do solo".
Para corrigir o texto, devemos substituir:
a) diminui por aumenta.
b) ascendente por descendente.
c) leve por pesado.
d) subir por descer.
e) embaixo por em cima.
44. (ENEM) Com relação aos efeitos sobre o ecossistema,
podemos afirmar:
I. As chuvas ácidas poderiam causar diminuição do pH
da água de um lago, o que acarretaria a morte de
algumas espécies, rompendo a cadeia alimentar.
II. As chuvas ácidas poderiam provocar acidificação do
solo, o que prejudicaria o crescimento de certos vegetais.
III. As chuvas ácidas causam danos quando apresentam
valor de pH maior que o da água destilada.
Dessas afirmativas está(ão) correta(s):
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I e III, apenas.
181
45. Um dos danos ao meio ambiente diz respeito à corrosão
de certos materiais. Considere as seguintes obras:
I. Monumento Itamarati - Brasília (mármore)
II. Esculturas de Aleijadinho - Minas Gerais (pedra-
sabão, que contém carbonato de cálcio)
III. Grades de edifícios (ferro ou alumínio)
A ação da chuva ácida pode acontecer em:
a) I, apenas. b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas. d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
46. (ENEM) Uma região industrial lança ao ar gases,
como o dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio,
causadores da chuva ácida. A figura mostra a
dispersão desses gases poluentes.
Considerando o ciclo da água e dispersão dos
gases, analise as seguintes possibilidades:
I. As águas de escoamento superficial e de
precipitação que atingem o manancial poderiam
causar aumento de acidez da água do manancial e
provocar a morte de pei-xes.
II. A precipitação na região rural poderia causar
aumento d acidez do solo e exigir procedimentos
corretivos, como a calagem.
III. A precipitação na região rural, embora ácida, não
afe-taria o ecossistema, pois a transpiração dos
vegetais neu-tralizaria o excesso de ácido.
Dessas possibilidades,
a) pode ocorrer apenas I.
b) pode ocorrer apenas II.
c) podem ocorrer tanto a I quanto a II.
d) podem ocorrer tanto a I quanto a III.
e) podem ocorrer tanto a II quanto a III.
47. (UFRS) As conurbações urbanas apresentam
caracte-rísticas microclimáticas, como
a) temperaturas constantes nos diferentes bairros.
b) redução da insolação e aumento da visibilidade.
c) diminuição das amplitudes térmicas diárias.
d) elevação das diferenças térmicas entre as áreas
rurais e urbanas.
e) temperaturas mais elevadas nas periferias do que
nos centros urbanos.
48. (U.F. Viçosa-MG) Observa-se atualmente que as tem-
peraturas atmosféricas nas metrópoles tendem a aumen-
tar da periferia urbana para as regiões centrais das cida-
des, configurando as chamadas "ilhas de calor". Assinale o
fator que tem contribuído para o fenômeno:
a) Desenvolvimento da zona de influência da metrópole.
b) Concentração de indústrias na região metropolitana.
c) Crescimento do cinturão verde no entorno das
metró-poles.
d) Aumento de loteamentos periféricos.
e) Construção de áreas de lazer arborizadas.
182 Decisão Pré-vestibulares 2008

GEOPOLÍTICA DA VELHA ORDEM MUNDIAL

O MUNDO BIPOLAR

Com o final da 2ª Grande Guerra Mundial, o mundo se vê bipolarizado;

nascia a oposição do Capitalismo (na figura chefe dos EUA) vs. o Socialismo
(sustentado principalmente pela Rússia). O antagonismo fica claramente ex-
presso quando o presidente Harry Truman declarou a necessidade de con-ter
os desejos expansionistas soviéticos na Europa e depois na Ásia. Desde
o final da guerra que o leste europeu é ocupado pelos soviéticos
(cha-mada cortina de ferro), na Europa.
Os Estados Unidos com intenção de conter a influência e
con-seguinte expansão da URSS, cria o Plano Marshall (para a
reconstru-ção dos países europeus, idealizado pelo secretário de
estado George C. Marshall), e o Plano Colombo (para reconstrução
dos países do Su-deste Asiático e Oceania). Por seu lado a URSS,
já em 1948, desen-volve no leste europeu governos pró-soviéticos,
e um plano de au-xílio econômico o Comecon (Conselho de
Assistência Mútua a Paí-ses Socialistas).
Para administrar e distribuir os recursos oriundos do plano Marshall
entre os países da Europa Ocidental criou-se, em 1948, a Organização
Européia de Cooperação Econômica (OECE); transforman-do-se, em
1961, em Organização Cooperação e Desenvolvimento Eco-nômico
(OCDE), pois além dos países europeus beneficiados agrega tam-bém os
Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália, e mais recentemente tem
incorporado países como o México e a Turquia e ex-socialistas como:
Repú-blica Tcheca, Eslováquia, Hungria e Polônia.
No âmbito da “GUERRA FRIA”* nascem duas organizações de caráter
mi-litar a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte, 1949) e o Pacto de
Var-sóvia (1955).

O oposicionismo e o medo da expansão socialista no mundo e principalmente na Europa e na

Ásia desenvolveu ao entorno da URSS o chamado “cordão sanitário” (conotação empregada na Idade
Média para isolamento de áreas disseminadoras de doenças contagiosas); e o nascimento da OTAN
deu-se em resposta ao bloqueio de Berlim ocidental, implementado por Stálin em 1948.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2
Características dos Sistemas Sócio-econômicos
CAPITALISMO
• Predomínio da propriedade privada ou par-
ticular dos meios de produção.
• Trabalho assalariado.
• Livre concorrência e livre iniciativa, com a
produção levando em consideração a rela-
ção existente entre a oferta e procura
(economia de mercado).
• Lucro como objetivo da produção.
• Sociedade dividida em classes sociais: a bur-
guesia, que detém os meios de produção,
e o proletariado, que vende sua força de
trabalho como mercadoria, para sobreviver.
O Fim da União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas
A necessidade de mudança no sistema
soviético após 70 anos resultou na estagnação
econômica do país e do intenso desgaste político da
burocracia dirigente jun-to a população.
Em 1985, sob direção de Mikhail Gorbatchev ten-
ta-se contornar a crise a partir da reestruturação
(Perestroika) e da transparência (Glasnost); o projeto
culmina com a total desestruturação da URSS. As pro-
postas de medidas de Gorbatchev: abertura do país para
o livre mercado (inclusive com participação do capital
183
SOCIALISMO
• Predomínio da propriedade estatal dos mei-
os de produção.
• Redistribuição de renda: o trabalho é pago
segundo as necessidades individuais, le-
vando-se em conta, é claro, sua qualidade.
• Economia centralizada estatal, apresentan-
do planificação estipulada para período
(qüinquenal, trienal, etc.).
• A produção é destinada à satisfação direta
ou indireta das necessidades sociais.
• Ausência de classes sociais.
privado), visando a modernização do sistema produtivo,
inserção da economia soviética no mundo financeiro in-
ternacional, e adoção de uma política de distensão mili-
tar, com propostas concretas de desarmamento, encer-
rando o capítulo da Guerra Fria no planeta.
Essa última medida liberou todo o Leste europeu
para encontrar seu caminho político e econômico, pois
uma intervenção militar nesses países seria incompatí-
vel com o que propunha Gorbatchev. Há muito tempo
dando sinais de insatisfação, o bloco faz desabar rapida-
mente o sistema socialista e com ele a aliança militar do
Pacto de Varsóvia.
184 Decisão Pré-vestibulares 2008
Como conseqüência das atrocidades cometidas
FIQUE ATENTO!!! na guerra, em 1948, os países membros da ONU
votaram a Declaração dos Direitos do Homem; uma
A partir de 1989, com a queda do muro de
proposta para nortear as relações entre seres humanos.
Berlim, finda-se a Guerra Fria que perdurou duran-te
Sediada em Nova York, a ONU substitui a liga
mais de 40 anos, a Bipolarização (mundo dividido
das Nações (criada após a 1° Guerra Mundial). Conta
em dois) entre a oposição do Capitalismo e do
com vá-rias agências especializadas Sendo seus
Comu-nismo dá lugar a multipolarização.
órgãos mais im-portantes a Assembléia Geral e o
Conselho de Seguran-ça.
Com o fim da Guerra Fria, o Pacto de Varsóvia foi
extinto, em abril de 1991. Assim a OTAN passou a ter
O Conselho de Segurança merece destaque, pois
nova atribuição formal: garantir a paz na Euro-pa. A é formado por delegados de 15 países membro sendo
OTAN está se expandindo incorporando países que
que cinco são permanentes e dez são eleitos a cada
vaziam parte do Pacto de Varsóvia, tais como: a
cinco anos. Qualquer decisão no Conselho de
Hungria, a Polônia e a República Tcheca. A Rússia tem
Segurança só co-locada em prática se houver
consenso entre os cincos membros permanentes:
se posicionado frontalmente contra essa expan-são,
Estados Unidos, Reino Unido, França, China e
contrária a sua segurança; para mitigar essa si-tuação
Federação Russa (representando a ex-URSS).
os Estados Unidos aceitaram a participação da Rússia
O Conselho de Segurança pode investigar
nas reuniões do G-7, que desde 1997 pas-sou a ser
dispu-tas e conflitos internos ou entre países,
denominado G-8 (ou G-7 mais a Rússia).
recomendando a soluções que visem a paz; também
pode adotar san-ções, vão desde o corte das
A Formação da Comunidade dos Estados comunicações ou das rela-ções diplomáticas até o
Independentes (CEI) bloqueio econômico, ou ainda in-tervenções militares
Nas repúblicas do Leste Europeu que estavam direta (como ocorreram no Iraque, Haiti e Somália).
su-bordinadas a um poder central, sediado em Moscou, A ONU, na prática, ficou desprestigiada no
a abertura política promovida Gorbatchev aprofundou as mun-do bipolarizado; pois qualquer decisão tomada
diferenças sociais, em termos étnicos, religiosos e eco- contraria-va os interesses norte-americanos ou
nômicos; transparecendo tais diferenças em vários mo- soviéticos, vetando suas ações.
vimentos separatistas de cunho nacionalista.
As primeiras repúblicas a se retirarem formal-
mente da União Soviética foram as bálticas – Letônia,
Estônia e Lituânia -, cujas declarações de independên-
cia foram reconhecidas em setembro de 1991.
As demais repúblicas decidiram pela independên-
cia no mesmo ano, quando estabeleceram a Comunida-
de dos Estados Independentes (CEI, no acordo de
Minsk); a CEI é formada por 12 repúblicas com exceção
das repúblicas Bálticas.
A atuação da CEI envolve aspectos econômicos,
como livre comércio entre as novas nações, e militares,
deliberando que o arsenal nuclear herdado pela União
So-viética passe a ser controlado pela Rússia, Ucrânia e
Cazaquistão. Internacionalmente, a Rússia foi a repúbli-
ca escolhida para ocupar os espaços políticos da antiga
União Soviética, inclusive na ONU.

A Criação da ONU
A ONU foi criada como
obje-tivo de preservar a paz e a "Enquanto a sombra se expande". Este cartum, produ-
se-gurança num mundo zido pelo norte-americano Edwin Marcus (1885-1961), foi
traumatizado com a guerra; além publicado no jornal The New York Times, de 14 de março
de ter como função a de 1948. Criticava o atraso no aprovação dos re-cursos
cooperação internacional para do Plano Marshall no Congresso, deixando a Eu-ropa
resolver problemas eco-nômicos, ocidental exposta ao perigo comunista, represen-tado
sociais, culturais e huma-nitários. pelo urso russo (símbolo da União Soviética).
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2
TESTES
49. (Enem-1999) Em dezembro de 1998, um dos assuntos
mais veiculados nos jornais era o que tratava da moeda
única européia. Leia a notícia destacada abaixo.
O nascimento do curo, a moeda única a ser adota-
da por 11 países europeus a partir de 1° de janeiro,
é possivelmente a mais importante realização deste
continente nos últimos dez anos que assistiu à der-
rubada do Muro de Berlim, à reunificação das Ale-
manhas, à libertação dos países da Cortina de Ferro e
ao fim da União Soviética. Enquanto todos esses
eventos têm a ver com a desmontagem de estrutu-ras
do passado, o curo é uma ousada aposta no futuro e
uma prova da vitalidade da sociedade européia. A
“Euroland’, região abrangida por Alemanha, Áustria,
50. (Enem-1999) "Os 45 anos que vão do lançamento das
Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlan-da,
Itália, Luxemburgo e Portugal, tem um PIB (Pro-duto
Interno Bruto) equivalente a quase 80% do ame-ricano,
289 milhões de consumidores e responde por cerca de
20% do comércio internacional. Com este cacife, o curo
vai disputar com o dólar a condição de moeda
hegemônica.
(Gazeta Mercantil, 30 dez. 1998.)
185
ALIANÇAS MILITARES
A matéria refere-se à “desmontagem das estrutu-
ras do passado que pode ser entendida como:
a) o fim da Guerra Fria, período de inquietação
mundial que dividiu o mundo em dois blocos
ideológicos Opos-tos.
b) a inserção de alguns países do Leste europeu
em organismos supranacionais, com o intuito de
exer-cer o controle ideológico no mundo.
c) a crise do capitalismo, do liberalismo e da
demo-cracia, levando à polarização ideológica
da antiga União Soviética.
d) a confrontação dos modelos socialista e
capitalis-ta para deter o processo de unificação
das duas Alemanhas.
e) a prosperidade das economias capitalista e
socia-lista, com o conseqüente fim da Guerra
Fria entre Estados Unidos e a União Soviética.
bombas atômicas até o fim da União Soviética não fo-
ram um período homogêneo único na história do mun-
do. (...) dividem-se em duas metades, tendo como
divisor de águas o início da década de 70. Apesar dis-
so, a história deste período foi reunida sob um padrão
único pela situação internacional peculiar que o domi-
nou até a queda da União Soviética."
(HOBSBAWM, Eric. 3. Era dos extremos. São Paulo:
Companhia das Letras, 1996.)
186
O período citado no texto e conhecido por
Guerra Fria pode ser definido como aquele momento
histórico em que houve:
a) a corrida armamentista entre as potências
imperialis-tas européias ocasionando a Primeira
Guerra Mundi-al.
b) domínio dos países socialistas do Sul do globo
pe-los países capitalistas do Norte.
c) choque ideológico entre a Alemanha nazista/União
Soviética stalinista, durante os anos 30.
d) disputa pela supremacia da economia mundial
en-tre o Ocidente e as potências orientais, como
a Chi-na e o Japão.
e) constante confronto das duas superpotências
que emergiram da Segunda Guerra Mundial.
51. (Cesgranrio-RJ) No pós-guerra, difundiu-se o uso
de uma classificação, em que os diversos países
foram di-vididos formando o primeiro, o segundo e
o terceiro mundos. Essa classificação, no entanto,
apresenta, so-bretudo neste final de século,
inúmeros inconvenien-tes, em virtude da:
a)insistência em fundamentares critérios de classi-
ficação a partir de fatores raciais e da natureza.
b) incapacidade de criar agrupamentos para
países que tenham características híbridas.
c) desconsideração de elementos políticos e econô-
micos como base para a divisão das várias nações.
d) observação de espaços subdesenvolvidos no
inte-rior do Primeiro Mundo, rebaixando alguns
países para o segundo mundo.
e) manutenção das nações socialistas no grupo do
ter-ceiro mundo, quando deveriam estar no do
primei-ro mundo.
52. (Puccamp-SP) Em função do quadro das grandes
trans-formações ocorridas no mundo a partir do
final dos anos 80,
a)aponta-se para novos programas de reconstrução,
que, à semelhança do Plano Marshall, tenderiam a
instalar projetos especiais visando obter a prospe-
ridade econômica nas áreas pobres do Sul.
b)questiona-se a validade da expressão “terceiro
mundo” para designar os países pobres, pois, com
o final da Guerra Fria, deixou de existir a tradicio-
nal divisão de primeiro e de segundo mundo.
c)promove-se um realinhamento dos principais
paí-ses devedores no sentido de implantar
ajustes eco-nômicos, capazes de promover
melhoria qualitati-va do padrão de vida e
ampliação do mercado in-terno destas nações.
d)estabelece-se um novo período de prosperidade
econômica generalizada nos países
industrializados, que se traduz pelo crescimento da
produção e que-da do desemprego.
e) acentua-se a tendência à universalização das
ins-tituições democráticas, ampliando-se os
índices de desenvolvimento humano.
Decisão Pré-vestibulares 2008
53. (UM-SP) O Plano Marshall contribuiu de forma
decisi-va para:
a) a implantação do capitalismo nas antigas
repúbli-cas da ex-União Soviética.
b) a reconstrução da Europa ocidental após a
Segun-da Guerra Mundial.
c) o processo de paz no Oriente Médio.
d) o desenvolvimento industrial dos tigres asiáticos.
e) a redução dos arsenais nucleares da Otan.
54. (UnB-DF) A humanidade sempre viveu sob o signo do
medo. O homem primitivo tinha todo um universo
desconhecido e misterioso que temer. O homem moder-no
encontrou explicações científicas para muito do que
parecia sobrenatural, estabeleceu uma convivência com as
forças desapoderadas da natureza, porém não só ex-plicou
ou resolveu tudo, como, ele próprio, se encarre-gou de
criar novas fontes de pavor. Estivemos à beba do
holocausto atômico. A Guerra Fria terminou, o que não
impede a permanência de uma dúzia de potências
nucleares com os seus arsenais, para qualquer emer-
gência. Deixou de haver uma União Soviética sempre
pronta a apertar o botão nuclear, mas o destino da Rússia
liberalizada vive hoje sob as incertezas da precária saú-de
de Bons Yeltsin, ainda nos sobram os Estados terro-ristas,
agindo na sombra, sem nenhum compromisso com uma
ordem mundial pacificada. E que dizer dos de-
sastres atômicos, como Chernobil?
(MARZAGÃO, Augusto. O degelo da Atlântica. Folha de S.
Paulo, 26 fev. 1997. 1° Caderno, p. 3, com adaptações.)
O texto anterior remete a questões pertinentes
ao mundo de hoje. Analisando algumas das
transforma-ções ocorridas nos últimos tempos, julgue
os tens que se seguem.
(1) A chamada Guerra Fria constituiu um período his-
tórico em que vários países, potências econômicas
mundiais, dividiam o poder internacional,.
(2) A expressão “Rússia liberalizada” refere-se ao
enfraquecimento do Estado totalitário, a parir da
implementação de reformas políticas e econômicas
na União Soviética, as quais significaram o
enfraque-cimento do partido comunista.
(3) Tendo recebido maciços investimentos para a
pes-quisa durante o período da Guerra Fria, a
energia nuclear enfrenta, hoje, fortes
resistências quanto ao seu uso, face a
problemas como militarismos, ati-vidades
terroristas, lixo atômico e risco de aciden-tes.
55. (Puccamp-SP) Logo após a Segunda Guerra Mundial
instala-se a chamada Guerra Fria, também conhecida
como equilíbrio do terror, quando se verificou a equiva-
lência de forças altamente destruidoras baseada no
equi-líbrio nuclear com conseqüências para o mundo,
dentre as quais destaca(m)-se:
a) a divisão da Europa em duas esferas de
influênci-as políticas e dois sistemas político-
econômicos: Europa oriental-socialista, aliada da
União Soviéti-ca, e Europa ocidental-capitalista,
aliada dos Esta-dos Unidos.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2
b) a França, que domina os países capitalistas
ocidentais envolvidos na Segunda Guerra, e a
Rússia, que domi-na os países da Europa oriental.
c) um período de relativa paz, à exceção de
algumas guerras civis muito localizadas, sem
interferência das superpotências.
d) a diminuição drástica da corrida armamentista e
uma ajuda dos Estados Unidos para a
reconstituição dos países europeus, que sofreram
grandes des-truições durante o conflito mundial.
e) o Reino Unido capitalista que reforça a sua
posi-ção como grande potência sobre os demais
países da Europa, por seu grande poder bélico.
56. (UnB-DF) Desde que o presidente George Bush pro-
clamou a nova ordem mundial, alguns fatos têm marca-
do a história e alterado significativamente a configura-
ção geopolítica do mundo. Na esteira da queda da
União Soviética, têm ocorrido sangrentas guerras civis
em vá-rias antigas repúblicas soviéticas. A Iugoslávia,
arbitra-riamente esculpida dos restos do Império
Austro-Hún-garo depois da Primeira Guerra Mundial,
tem sido estremecida por brutal ressurgimento de lutas
étnicas e nacionalistas, que deixam o país em pedaço;.
Com o auxilio do texto, julgue os tens seguintes.
(1) A velha ordem mundial - o período da Guerra
Fria - assentava-se na bipartição do poder entre
os Es-tados Unidos e a ex-União Soviética e,
paradoxal-mente, coincidiu com um período de
cerca de qua-tro décadas de paz e estabilidade
de fronteiras no espaço euro-asiático.
(2) O fim da Guerra Fria criou condições para o
surgimento de um novo mundo multipolar. Os flu-
xos comerciais e os movimentos de capitais
globalizaram-se e geraram enormes complexos
econômicos. Em razão disso, observa-se, em
todos os países europeus, a eliminação de
fronteiras al-fandegárias, políticas e econômicas.
(3) Os conflitos mencionados no texto comprovam
o enfraquecimento atual de certos megablocos
eco-nômicos regionais, como a União Européia.
(4) Apesar dos entraves advindos do protecionismo
praticado por outros blocos regionais, o Mercosul
apresenta, bole, um estágio de desenvolvimento
muito semelhante ao da Alca e caminha rumo à de-
cisão de adotar brevemente o real como moeda
úni-ca, conforme protocolo firmado em recente
visita do presidente Fernando Henrique Cardoso à
Ar-gentina.
57. (FGV) Na América Latina, países como o Brasil, o Mé-
xico, a Argentina e o Chile deflagraram processos in-
dustriais antes da Segunda Guerra Mundial, baseados
no desenvolvimento do mercado interno (substituição
de importações) e, mais tarde, em estimulo à indústria
de base, Enquanto os tigres asiáticos ingressaram na
industrialização no pós-guerra, utilizando como modelo
a exportação de bens de consumo para o mercado in-
ternacional. Refletindo para além do texto, podemos
afirmar que os países subdesenvolvidos:
187
a) mencionados industrializaram-se em momentos
dife-rentes da história do capitalismo e por
caminhos dife-rentes; no entanto, vêm superando a
situação de po-breza econômica e social.
b) mencionados podem servir como modelos para os de-
mais que desejarem sair da condição de subdesenvol-
vimento, pois o caminho é a urbanização.
c) mencionados demonstram que a situação de
pobre-za das populações permanece apesar da
industria-lização, porque persiste a dependência
em várias dimensões da vida em relação aos
países de capi-talismo avançado.
d)não mencionados podem, de modo geral, seguir
o exemplo dos chamados “tigres asiáticos e
torna-rem-se desenvolvidos, distanciando-se do
tipo de industrialização latino-americana.
e) não mencionados apenas estão atrasados na indus-
trialização, pois ela ainda é muito recente; mas de
acordo com a ordem mundial, pós-Guerra Fria, po-
derão encontrar o rumo do desenvolvimento.
58. (Unirio-RJ) Muitos são os contrastes estruturais en-tre
as sociedades dos países conhecidos como dragões
asiáticos. No entanto, elas possuem determinadas ca-
racterísticas básicas que, no conjunto, ajudam a expli-
car o seu crescimento nas últimas décadas, tais como:
I. ênfase na educação;
II. alto nível de poupança;
III. sistemas políticos com tendência autoritária;
IV. manutenção do alto valor de suas moedas
nacio-nais;
V. total independência do sistema econômico
inter-nacional.
As características verdadeiras são:
a) a I e a II apenas.
b) a IV e a V apenas.
c) a I, a II e a III apenas.
d) a I, a III e a IV apenas.
e) a I, a II, a III, a IV e a V.
59. (UERJ)
A charge demonstra o fato de que, mesmo em
paí-ses subdesenvolvidos, existe acesso a bens de
consumo ca-racterísticos do chamado primeiro mundo.
Uma comprovação de que a posse desses
bens, como mostra o desenho, não elimina a situação
de sub-desenvolvimento, é:
188
a) as desigualdades sociais e a dependência
econômica externa se mantêm.
b) a abertura da economia às importações
desestimula as empresas de capital estrangeiro.
c) a popularização de serviços e de bens de consumo
reduz a desigualdade na distribuição da renda.
d) o avanço e a difusão do setor de
telecomunicações transformam a base produtiva
das economias na-cionais.
60. (Unirio-RJ) A respeito das economias latino-
america-nas, leia as afirmativas a seguir.
I. Nas décadas posteriores à Segunda Guerra, o
cres-cimento das economias latino-americanas
apoiou-se na combinação de investimentos
estatais e estran-geiros. Coube ao Estado a
criação de infra-estrutu-ras energéticas, sistema de
transportes, redes de comunicação e constituição
de indústrias de base e de bens de produção.
II. Apesar da intensa industrialização, urbanização
e modernização por que passou a América
Latina nos últimos 40 anos, somente a
Argentina, o Brasil e o México deixaram de ter
na sua pauta de exporta-ção produtos primários.
III. Nos últimos anos, a América Latina vem passan-do
por um processo de desregulamentação de seus
mercados, orientado por políticas econômicas
neoliberais. Dentre os países industrializados o Chi-le
é o único que ainda se mostra resistente a esse
processo, adotando uma política conservadora.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é(são):
a) apenas a I.
b) apenas a II.
c) apenas a I e a II.
d) apenas a I e a III.
e) apenas a II e a III.
Decisão Pré-vestibulares 2008
63. (Cesgranrio-RJ) O retorno de Hong Kong ao controle da
China, em julho de 1997, provocou uma polêmica so-
bre o futuro daquela ex-colônia britânica. Contudo, até
o presente, sobre o relacionamento entre China e Hong
Kong pode-se afirmar que as(os):
a) pressões políticas da Inglaterra sobre Hong
Kong, atualmente, demonstram o interesse
britânico de reaver o controle da antiga colônia.
b)atividades econômicas exercidas em Hong Kong, com
base na economia de mercado, são incompatí-veis
com o atual projeto nacional da China.
c) práticas políticas dos representantes de Hong
Kong sempre buscaram conduzir, aos poucos, a
eco-nomia da colônia para o socialismo.
d) fluxos econômicos e financeiros entre os dois ter-
ritórios cresceram na última década, revelando a
progressiva aproximação entre ambos.
e) conflitos são intensos entre residentes de Hong
Kong e aqueles das províncias chinesas
vizinhas, pois a maioria da população de Hong
Kong não é chinesa.
64. (Vunesp) A cidade asiática, assinalada no mapa com
o número 1, foi recentemente incorporada à China e
era administrada, até julho de 1 99?, por um pais
europeu, tornando-se um grande centro financeiro do
mundo ca-pitalista. Assinale a alternativa que
apresenta os nomes desta cidade e do país europeu
envolvido com o seu desenvolvimento econômico.

61. (UECE) Observe com atenção o texto:

Industrializados a partir dos anos 60, com indús-
trias "transplantadas" de países ricos, para aproveitar
vantagens oferecidas mão-de-obra barata, ausência de
legislação antipoluição, facilidade para exportação e re-
messa de lucro, etc. —, esses países rapidamente ele-
varam o poder aquisitivo da população e capacitaram
seus trabalhadores com um bom sistema escolar.
Os dados nele contidos se referem aos países:
a) latino-americanos. a)Cingapura; França.
b) europeus que se industrializaram depois da b) Seul; Holanda.
Ingla-terra. c) Pequim; Bélgica.
c) do Oriente, conhecidos como tigres asiáticos. d) Hong Kong; Inglaterra.
d) do Mercosul. e) Taiwan; Espanha.

62. (UFRS) Quanto aos tigres asiáticos, como

Taiwan, Coréia do Sul e Cingapura, pode-se
afirmar, unica-mente, que seus processos de
industrialização de-senvolveram-se com:
a) base no mercado consumidor externo.
b) predomínio de indústrias de bens de produção.
c) forte incremento industrial desde a crise de 1929.
d) base no processo de substituição de importação
de manufaturados.
e) predomínio de capitais americanos.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 189

O MUNDO PÓS-GUERRA

FRIA A Multipolaridade

Desde a queda do Muro de

Berlim, em 1989, um dos assuntos
mais discutidos, na imprensa e nos cír-
culos acadêmicos, é a emergência de
uma nova ordem mundial. O termo foi
lançado Bush, presidente dos Estados
Unidos de 1989 a 1992. Trata-se de
um arranjo geopolítico e econômico in-
ternacional que permeia as relações
entre os países.

A nova ordem mundial apresen-

ta basicamente duas facetas, uma
geopolítica e outra econômica. Na
geopolítica, a grande mudança foi o
fim da Guerra Fria e, portanto, da
bipolarização de poder entre as duas
superpotências e dos blocos por elas
comandados. Na economia, os fatos
no-vos são o processo de globalização Substituindo o muro de concreto e arame, ergueu-se
e a tendência de formação de blocos um muro mais sutil e menos perceptível separando a so-
eco-nômicos regionais. ciedade alemã; de um lado, os ricos e integrados; de ou-tro,
os pobres e marginalizados, que muitas vezes são es-
trangeiros. Na foto, de 1999, os novos arranha-céus de
Berlim, a cidade européia que mais se verticaliza.
 190 Decisão Pré-vestibulares 2008
Alargamento das
disparidades no rendimento
Relatório da desenvolvimento humano 1999

O s hiatos de rendimento entre as pessoas e os países

mais pobres e mais ricos têm continuado a aumentar.
Em 1960, os 20% da população mundial nos países
mais ri-cos tinham 30 vezes o rendimento dos 20% mais
pobres - em 1997, era 74 vezes mais. Isto continua a
tendência de quase dois séculos.
Os hiatos estão a alargar (...). Na Ásia Oriental, os
rendimentos per capita atuais são mais E de sete vezes su-
periores aos de 1960 e três vezes superiores aos de 1980.
Mas, na África Subsaariana e outros países menos desen-
volvidos, os rendimentos per capita atuais são mais baixos que
em 1970. As economias em transição da Europa do Les-te e
CEI experimentaram o crescimento mais rápido de sempre na
desigualdade. A Rússia tem, agora, a maior de-sigualdade - a
parcela de rendimento dos 20% mais ricos é 11 vezes maior
que a parcela dos 20% mais pobres. As de-sigualdades de
rendimento também cresceram significati-vamente na China,
Indonésia, Tailândia e outros países da Ásia Oriental e do
Sudeste Asiático, que tinham alcançado grande crescimento,
enquanto melhoravam a distribuição do rendimento e reduziam
a pobreza nas décadas anteriores.

Estudos recentes mostram o crescimento da desigualdade na maior parte dos paí-ses da

OCDE, durante os anos 80 e começo dos anos 90. Em 19 países, apenas um mos-trou
uma melhoria ligeira. A deterioração foi pior na Suécia, Reino Unido e Estados Uni-dos. No
Reino Unido, o número de famílias abaixo da linha de pobreza cresceu cerca de 60% nos
anos 80 e, na Holanda, cerca de 40%. E na Austrália, Canadá, Reino Unido e Estados
Unidos, pelo menos metade das famílias monopaxentais com crianças têm ren-dimentos
abaixo da linha de pobreza. O que contrasta com a concentração impressio-nante da
riqueza entre os ultra-ricos. A riqueza liquida das 200 pessoas mais ricas do mundo
aumentou de 440 bilhões de dólares para mais de 1 trilhão de dólares em ape-nas quatro
anos, de 1994 a 1998. Os ativos das três pessoas mais ricas eram superi-
ores ao PNB combinado dos 48 países menos desenvolvidos.
RELATÓRIO do desenvolvimento humano 1999. Nova York: PNUD, Lisboa: Trinova, 1999. p. 36-37.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 191

A divisão socioeconômica do mundo atual

O aumento da desigualdade social está
ocorren-do em quase todos os países, mesmo nos
mais desen-volvidos, e está se agravando com a
globalização. O gra-dual empobrecimento de
grandes parcelas da popula-ção é resultado da
combinação de vários fatores, entre eles:
• aumento da concentração de renda nas mãos
de poucas pessoas;
• ausência ou fragilidade de políticas públicas
favo-ráveis à distribuição de renda;
• despreparo de grandes parcelas da população
para ingressar num mercado de trabalho cada
vez mais exigente e competitivo.
Além disso, é cada vez maior o fosso que sepa-ra
os países desenvolvidos dos subdesenvolvidos. Esse
é o chamado conflito Norte x Sul, predominantemente de origem socioeconômica, que difere do extinto conflito
Les-te x Oeste, essencialmente ideológico.

Globalização: a nova ordem mundial

Globalização: processo de reestruturação da economia contemporânea, onde as empresas utilizam
recursos, energia, infra-estrutura, mão-de-obra, etc., de diversas partes do planeta, em produtos que serão
produzidos em dife-rentes países e comercializados em escala mundial.
Características e Conseqüências:
• As empresas buscam adequar-se às exigências do mercado para garantir qualidade, produtividade e menor
pre-ço;
• Uso de instrumentos, matérias-primas componentes vindos de diversas partes do planeta;
•Constituição de alianças estratégicas (fusão, incorporação, absorção e fissão);
• Disseminação de corporações.
• Agravamento dos problemas sociais nos países subdesenvolvidos, que passam a investir mais na economia;
• Estado afastando-se do processo produtivo, privatizando suas empresas;
• Aumento do desemprego;
• Criação de identidades culturais;
• Conclitos étnico-religiosos e políticos.
192
TESTES
65. (UFMS) Na fase atual da regionalização do
espaço mun-dial, um dos fatores fundamentais é
o processo de globalização econômica, sobre o
qual é correto afirmar que:
a)tem havido uma redução das relações comerciais
com o aumento das restrições tarifárias entre os
países de um mesmo bloco econômico.
b) ocorre a crescente adoção de contratos
temporá-rios de trabalho, o aumento da prática
de terceirização da produção e a expansão do
setor de serviços.
c)há maior preocupação com o desenvolvimento
de novas tecnologias.
d) os investimentos produtivos localizam-se em
fun-ção da redução de custos e da possibilidade
do au-mento da produtividade.
e) Intensificam-se as trocas comerciais e a
organiza-ção dos países em blocos econômicos.
66. (U.F. Viçosa-MG) A integração dos espaços da pro-
dução, circulação, consumo e o das idéias da forma
pla-netária teve seu início no século XV com a
expansão marítima européia, e se firmou após o
século XVII com a Revolução Industrial. Atualmente,
esta integração é denominada globalização. Uma
das conseqüências da globalização é:
a) a ampliação na diferenciação de formas de
consu-mo e de acesso à tecnologia.
b) a manutenção da estrutura clássica da divisão
in-ternacional do trabalho.
c)a ampliação do poder tecnológico dos países
cen-trais e das empresas transnacionais.
d) o crescimento da autonomia dos Estados na
defi-nição de suas políticas internas.
e) a valorização comercial dos países pelo
mecanis-mo de reserva de mercado.
67. (PUC-RJ) Segundo o economista Celso Furtado, "os
sis-temas econômicos nacionais com grande
autonomia, sub-metidos a choques externos apenas
ocasionais, são coi-sas do passado. Os mercados
fundamentais - de tecnologia, de serviços financeiros,
de meios de comu-nicação, de produtos de qualidade e
mesmo de bens de consumo geral, sem falar nas
matérias-primas tradicio-nais - operam hoje unificados
ou marcham rapidamente para a globalização."
Qual(ais) afirmativa(s) abaixo se relaciona(m)
cor-retamente com o texto?
1.A União Européia é um excepcional projeto de
en-genharia política onde países soberanos
abdicam de prerrogativas nacionais para se
integrar política e economicamente.
Decisão Pré-vestibulares 2008
2. O processo do conversão para a economia de
merca-do, no Leste europeu, tem sido traumático,
particular-mente na Rússia, que tem enfrentado
dificuldades na reconstrução do seu espaço.
3. A crise das bolsas, de fins de 1987, mostrou o
peso que as nações do Leste Asiático têm na
economia mundial e tornou evidente que os
investimentos realizados nessa região são muito
importantes para as economias ocidentais.
a) 1.
b) 1 e 2.
c) 1 e 3.
d) 2 e 3.
e) 1, 2 e 3.
68. (Cesgranrio-RJ) O Terceiro Mundo já era. No cenário
atual as relações internacionais, o conceito de Terceiro
Mundo, criado nos anos cinqüenta, torna-se inadequa-
do, incapaz de dar conta da realidade a que se refere.
Analise algumas considerações que justificam as afir-
mativas acima.
I. O fim da Guerra Fria impõe a lógica segundo a qual
só existe um "mundo" cada vez mais homogêneo
devido à maior integração do planeta.
II. Nas últimas décadas, o rápido crescimento econô-
mico de alguns países subdesenvolvidos vem refor-
çar as diferenças culturais, religiosas e étnicas que
já existiam entre os países deste grupo.
III. Apesar da prosperidade do Primeiro Mundo, os
problemas associados ao terceiro Mundo, como
marginalização social, também ocorrem na
metade norte do planeta.
É(são) correta(s) a(s) justificativa(s):
a) I apenas.
b) I e II apenas.
c) I e III apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.
69. (PEIES II-2000) Analise o mapa:
A nova ordem mundial, de caráter multipolar, é
ali-mentada pela rivalidade econômica ao contrário da
anti-ga ordem bipolar, que era alimentada pela
rivalidade ide-ológica.
No contexto atual, os blocos A, B e C são
lidera-dos, respectivamente por
a) União Européia - Japão - Estados Unidos
b) Europa - Tigres Asiáticos - Estados Unidos
c) União Européia - Japão - Mercosul
d) União Européia - Tigres Asiáticos - Mercosul
e) Europa - Japão - Estados Unidos
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2
70. (UFSM-2001) A nova ordem geopolítica mundial,
que tem prevalecido ao longo da década de 90,
caracteriza-se pela
I. Ascensão de uma ordem bipolar, marcada pela
ri-validade entre dois tipos de economia - a
planifica-da e a de mercado - e pela oposição
Leste x Oes-te.
II. Disputa militar, política, econômica e ideológica
em entre as duas superpotências mundiais, a fim
de au-mentar as suas zonas de influência.
III. Rivalidade/parceria entre os três pólos ou
centro econômicos e tecnológicos e pelo
agravamento das disparidades entre os países
do norte, riscos, e os países do sul, pobres.
Está(ão) correta(s):
a) apenas I
b) apenas I e II
c) apenas III
d) apenas II e III
e) I, II, III
71. (UNIFRA-2001) O fim da luta ideológica entre o soci-
alismo e o capitalismo refletiu a (re)organização
econô-mica e geográfica que passou a ser chamada
a Nova Or-dem Mundial, caracterizada pelo(a)
a) Multipolaridade
b) Bipolaridade
c) Terceiro Mundo
d) Guerra Fria
e) Perestroika e Glasnost
72. (ENEM) Você está fazendo uma pesquisa sobre a
globalização e lê a seguinte passagem, em um livro:
A sociedade global
As pessoas se alimentam, se vestem, moram,
se comunicam, se divertem, por meio de bens e
serviços mundiais, utilizando mercadorias produzidas
pelo capi-talismo mundial, globalizado.
Suponhamos que você vá com seus amigos
comer Big Mac e tomar Coca-Cola no McDonald's.
Em seguida, assiste a um filme de Steven Spielberg e
volta para casa num ônibus da marca Mercedes.
Ao chegar em casa, liga seu aparelho de TV
Philips para ver o videoclipe de Michael Jackson e, em
seguida, deve ouvir, em seu equipamento Aiwa, um CD
do grupo Simply Red, gravado pela BMG Ariola Discos.
Veja quantas empresas transnacionais estiveram
presentes nesse seu curto programa de algumas horas.
(Adaptado de PRAXEDES et alii. O
mercosul. São Paulo, Ática, 1997.)
Com base no texto e em seus conhecimentos
de geografia e história, marque a resposta correta:
a) O capitalismo globalizado está eliminando as
par-ticularidades culturais dos povos da Terra.
b) A cultura, transmitida por empresas
transnacionais, tornou-se um fenômeno criador
das novas nações.
193
c) A globalização do capitalismo neutralizou o
surgimento de movimentos nacionalistas de forte
cunho cultural e divisionista.
d)O capitalismo globalizado atinge apenas a
Europa e a América do Norte.
e)Empresas transnacionais pertencem a países de
uma mesma cultura.
73. (Mackenzie-SP) Em discurso aos membros do
Con-selho Empresarial da América Latina, o
presidente Fernando Henrique Cardoso destacou
a necessida-de de um "pequeno Maastricht" sul-
americano [...]. "Sem uma situação fiscal e uma
política cambial equi-librada não será possível
qualquer acordo" concordou o ex-ministro da
fazenda do Chile Alejandro Foxley [...].
(O Estado de S. Paulo, 2 set 2000).
O Tratado de Maastricht, referido no discurso
pre-sidencial:
a) resultou na ajuda econômica americana aos países
europeus após a Segunda Guerra Mundial, que per-
mitiu reconstrução econômica da Europa ocidental.
b)foi resultado da Conferência de Bretton Woods,
que adotou o dólar americano como moeda-
padrão para as trocas internacionais.
c) resultou na assinatura do Nafta, que criou a
zona de livre-comércio norte-americana,
envolvendo Estados Unidos, Canadá e México.
d)foi assinado pela Comunidade Européia em
1991 e estabeleceu as metas para equilibrar as
condições econômicas de seus países e
viabilizar a adoção da moeda única.
e)foi assinado após a Segunda Guerra Mundial e
re-sultou na criação da Otan, aliança militar
liderada pelos Estados Unidos.
74. (UC-MG) É correto afirmar sobre a ordem mundial
dos anos 90, exceto:
a)O poderio militar deixa de ser um trunfo decisivo
na geopolítica planetária.
b)A formação de blocos econômicos é uma
tendên-cia na América, Europa e Ásia.
c) O fosso que separa os países pobres dos países
ri-cos aprofunda-se com o recrudescimento da
opo-sição Norte-Sul.
d)O século XXI será o século do Índico assim
como o século XX foi o do Pacífico.
e)O comando do mundo será de quem dominar e
ge-rar tecnologia.
75. (PEIES II-02) Leia o texto:
"O séculos XX começou com uma ordem multipolar,
passou durante meio século por uma bipolaridade e ter-
minou com uma nova multipolaridade. Mas a
multipolaridade atual, do início do século XXI, e aquela
do século XX são bem diferentes."
VESENTINI, J.W. Sociedade e espaço: geografia
geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2000. p. 24.
194
A partir do texto, pode(m)-se afirmar:
I. No início do século XX, havia somente um
agente ou ator no cenário internacional, o
Estado nacinal, e tudo girava em torno das suas
relações econômicas ou po-lítico-militares.
II. Na atualidade, há um relativo enfraquecimento
do Estado-nação e um fortalecimento de outros
atores ou agentes internacionais - a ONU e as
empresas multinacionais, entre outros.
III. No início do século XX, vivia-se uma situação
de pré-guerra: as rivalidades entre as grandes
potên-cias conduziam a conflitos armados que
se efetiva-ram na 1ª e na 2ª Gueera Mundial.
IV. Nos dias atuais, os conflitos cedem lugar a
uma crescente cooperação e interdependência
das na-ções.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas I, III e IV.
d) apenas II, III e IV.
e) I, II, III e IV.
76. (FURG-RS)
78. (Fuvest-SP) Uma das inquietações fundamentais da atu-
respectivamen-te, por:
79. (UFPR) Antes da Segunda Grande Guerra, havia
As áreas e/ou países assinalados com os
números 1 2 e 3 correspondem a:
a) Comunidade de Estados Independentes China
e Oriente Médio.
b) União das Repúblicas Socialistas Soviéticas,
Comu-nidade de Estados Independentes e
Oriente Mé-dio.
c)Extremo Oriente, China e União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas.
d) China, tigres asiáticos e Oriente Médio.
e) Comunidade de Estados Independentes, China
e tigres asiáticos.
77. (Fuvest-SP) Assinale a alternativa que melhor expres-
se o sentido da charge. Os pedidos de auxílio financei-
ro ao Fundo Monetário Internacional (FMI) buscam:
Decisão Pré-vestibulares 2008
Podem usar o crédito
desde que continuem
nos pagando.
a)conseguir créditos para viabilizar a cooperação inter-
nacional, fundamental em face da globalização, e eli-
minar a dicotomia entre países ricos e pobres.
b) financiar o desenvolvimento da agricultura, criando con-
dições para o equilíbrio do balanço de pagamentos.
c) obter fundos para financiar a reconstrução do padrão
ouro, criando possibilidades para o estabelecimento
da autonomia financeira dos devedores.
d)levantar créditos para viabilizar investimentos e garan-
tir o crescimento econômico, criando condições para o
reembolso das dívidas contraídas.
e) criar fundos para o desenvolvimento dos blocos
econô-micos regionais, aumentando a capacidade
de importa-ção para saldar as dividas contraídas.
alidade, dentro do processo de globalização, consiste em
se indagar sobre o que irá prevalecer no comércio in-
ternacional: multilateralismo ou regionalismo? Para
gerenciar o comércio internacional e fortalecer o
multilateralismo, foi criado em 1995 _____, com sede em
Genebra (Suiça), substituindo ______, de 1947.
(Adap. Sene e Moreira, 1998)
As lacunas devem ser preenchidas,
a) o G7; o GATT. b) o G7; a OMC.
c) a OMC; o GATT. d) o GATT; o BIRD.
e) a OMC; o BIRD.
uma ordem multipolar, cujos centros de poder eram
Inglater-ra, França, Alemanha, Estados Unidos,
Rússia e Japão. Após a Guerra, surge a ordem
bipolar, tendo os Estados Unidos e a União Soviética
como centros de poder. Nos anos 90, o contexto
mundial apresenta a seguinte carac-terística:
a) surgimento de três centros de poder: Estados
Unidos/ Canadá, Europa ocidental e Japão,
caracterizando assim uma ordem multipolar.
b) manutenção de uma ordem bipolar, sendo que o
Japão passa a disputar o poder mundial com os
Estados Uni-dos.
c) retorno à antiga ordem multipolar que antecedeu a
Se-gunda Grande Guerra.
d) surgimento de uma nova ordem multipolar, tendo
como principais centros de poder os Estados
Unidos, a União Soviética e a Europa.
e) estabelecimento de uma nova bipolaridade, entre o
Nor-te e o Sul, cujos centros de poder são,
respectivamen-te, os Estados Unidos e o Mercosul.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 195

O PROCESSO DE REGIONALIZAÇÃO

Os Blocos Econômicos
Esta nova estruturação dos países do mundo estabeleceu uma Nova Ordem Mundial, com a formação de
três grandes blocos, num sistema mundial agora tripolar. O primeiro bloco é liderado pelos Estados Unidos, o
segundo é formado a partir da unificação européia e o terceiro surge com o fortalecimento de um bloco econômico
oriental lidera-do pelo Japão.

Fonte: COELHO, Marcos de Amorim. Geografia Geral: o espaço

natural e sócio-econômico. São Paulo: Moderna, 2201.

Desde que os países europeus ocidentais optaram pela integração

econômi-ca para enfrentar a concorrência dos Estados Unidos, no mundo pós-
guerra, a fór-mula tem sido seguida em outros continentes, porém com o
mesmo objetivo: ficar mais fortes no cenário internacional.
A atual União Européia tem um alto grau de integração, mas nem todos
os blocos que se formaram adotaram as mesmas medidas. Podemos
considerar dife-rentes graus de integração entre as diversas associações:
196 Decisão Pré-vestibulares 2008
Zona de livre-comércio. Nesse tipo de bloco, a intenção é apenas criar uma área de livre circulação de
merca-dorias e capitais. Ex.: Nafta - Acordo de Livre-Comércio da América do Norte.
União aduaneira. Além da zona de livre circulação de mercadorias e capitais, na união aduaneira é usada
uma tarifa externa comum (TEC) em relação a países que não pertencem ao bloco. Ex.: Mercosul.
Mercado comum. Além de apresentar as mesmas características das associações anteriores, o mercado
comum compreende a livre circulação de pessoas e a padronização das legislações econômica, trabalhista,
fiscal e ambiental. Ex.: União Européia até dezembro de 1998.
União política e econômica. Atual estágio da União Européia, após a adoção da moeda única, o euro.

A União Européia

O Tratado de Maastricht

• Em dezembro de 1991, foi assinado o tratado
que criou a União Européia, conhecido como
Tratado de Maastricht, nome da cidade
holandesa onde foi as-sinado.
• O Tratado de Masstricht previa a integração mo-
netária e econômica na CEE e a cooperação
políti-ca entre os países membros. Entrou em
vigor em 1° de janeiro de 1993.
• A CEE passou a ser denominada União Européia,
que atuaria em áreas como políticas monetária, as-
suntos externos e de segurança, comércio, agricul-
tura e pesca, transporte, meio ambiente, indústria,
pesquisa e desenvolvimento, saúde, justiça, educa-
ção, proteção ao consumidor, energia e turismo.
• O Tratado de Masstricht criou a figura do cidadão
europeu. Os europeus naturais dos países signatá-
rios do tratado podem morar e trabalhar em qual-
quer um desses países, além de votar e
candidatar-se ao Parlamento Europeu.
• O processo de consolidação da UE prosseguiu
nos anos seguintes ao Tratado da Maastricht.
Em 1993, caíram todas as barreiras à livre
circulação de pes-soas só ocorreu em 1995,
após o Acordo de Schengen, assinado por sete
países: Portugal, Espanha, França, Alemanha,
Bélgica, Holanda e Luxemburgo.
• Em 1995, a UE recebeu mais três países (Áustria,
Suécia e Finlândia), totalizando quinze associados.
Estava formada a Europa dos Quinze.
• Dois anos depois (1997), era assinado um novo
acordo - o Tratado de Amsterdã -, que
completava o Tratado de Maastricht e continha
as seguintes deliberações:
- Eliminação dos controles nas fronteiras dos
pa-íses membros (não participaram Reino
Unido, Irlanda e Dinamarca).
- Fim do poder de veto de cada nação, a não
ser em assuntos constitucionais e impostos.
- Busca de soluções conjuntas para o
desempre-go.
- Ratificação do Pacto de Estabilidade
Econômi-ca, que deveria preparar os
países para a ado-ção da moeda única.
• Em março de 1998, a Comissão Européia anunciou
as condições de adoção da moeda única, os países
que aderiram e os que reuniram as condições
exigidas para a adesão (domínio da inflação, do dé-
ficit público e das taxas de câmbio e juros).
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 197

Outros Blocos Econômicos Apec

A Apec (Cooperação
Econômica da Ásia e do Pa-
Nafta cífico) começou a ser discu-
Em 1988, Estados Unidos e tida em 1992. Até 2020 está
Ca-nadá assinaram um acordo de prevista a instalação
livre-comércio que recebeu a adesão gradual e a efetivação de uma área de livre-comércio
do México, em 1992. Estava criado o abrangendo países da Ásia, da América e da Oceania, ba-
Nafta (Acordo de Livre-Comércio da nhados pelo Pacífico. A intenção é aproveitar o cresci-
América do Norte), que entrou em vi- mento econômico da bacia do Pacífico e da costa oeste do
gor em 1° de janeiro de 1994, prevendo que em 2003 continente americano, uma vez que Estados Unidos e
estariam eliminadas as tarifas alfandegárias entre os Canadá são países com litoral Atlântico e Pacífico. Den-tro
pa-íses membros. da Apec estão incluídos outros blocos, como o Nafta, e
blocos menores (Asean, Anzcerta, Pacto Andino).
• Eliminar tarifas alfandegárias e obstáculos para
a circulação de bens e serviços. São membros da Apec:
• Garantir condições de competição leal, no interior Austrália Japão
do bloco, para mão-de-obra especializada. Brunei Malásia
Canadá México
Os Estados Unidos, indiscutivelmente, dominam o
Chile Nova Zelândia
Acordo de Livre-Comércio da América do Norte.
China Papua-Nova Guiné
Cingapura Peru
Mercosul Coréia do Sul Rússia
EUA Tailândia
A consolidação do Mercosul Filipinas Taiwan
não fugiu à tendência mundial de Hong Kong (China) Vietnã
integração das nações com a criação
de blocos econômicos regionais. Indonésia
Argentina, Brasil, Paraguai e
Uruguai assinaram, em 1991, o Tratado de Assunção, O Projeto da Alca
que constitui o Mercado Comum do Sul (Mercosul). Em
A Área de Livre Comércio das Américas (Alca) surge
1995, instalou-se uma zona de livre-comércio, isto é,
em 1994 com o objetivo de eliminar as barreiras
grande parcela das mercadorias produzidas nos quatro
alfandegárias entre os 34 países americanos (Exceto
países poderia ser comercializada internamente sem a
Cuba). O prazo mínimo para sua formação é de sete anos,
cobrança de tarifas de importação.
quando poderá transformar-se em um dos maiores blo-cos
Outro importante ponto foi a união aduaneira en- comerciais do mundo. Com um PIB total de US$ 9,7 trilhões
tre os países membros, que significou a padronização (US$ 1,2 trilhão a mais que a União Européia), os países da
das tarifas externas para inúmeras mercadorias (TECs). Alca somam uma população de 783,6 mi-lhões de
Isso significa que todos os integrantes importam produ- habitantes, o dobro da registrada na EU.
tos e serviços de terceiros, pagando tarifas iguais. Es-
O grande patrocinador da abertura dos mercados
sas medidas visaram integrar a economia e fortalecer a
da região é o governo dos EUA. Oferecendo produtos e
negociação em bloco com os outros países.
serviços mais competitivos, as empresas norte-ameri-
Em 25 de julho de 1996, na cidade de San Luís canas consideram-se preparadas para a queda das bar-
(Ar-gentina), os presidentes da Bolívia e do Chile reiras alfandegárias na região, que leva os EUA a pro-
assinaram a adesão desses países ao Mercosul como por a implementação imediata de acordos parciais, com
membros as-sociados. A Bolívia só formalizou sua abertura total do mercado em 2005. Já o Brasil e seus
participação em fe-vereiro de 1997. parceiros do Mercosul prevêem grande dificuldade na
adaptação de suas economia a essa integração e prefe-
rem dar início ao processo somente em 2005.
198 Decisão Pré-vestibulares 2008
ORGANIZAÇÕES REGIONAIS

ANOTAÇÔES
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2
TESTES
80. (Enem-1998) Um dos fenômenos mais discutidos
e po-lêmicos da atualidade é a globalização, a
qual impacta de forma negativa:
a) na mão-de-obra desqualificada, desacelerando
o fluxo migratório.
b) nos países subdesenvolvidos, aumentando o
cres-cimento populacional.
c) no desenvolvimento econômico dos países
indus-trializados desenvolvidos.
d) nos países subdesenvolvidos, provocando o
fenô-meno da exclusão social.
e) na mão-de-obra qualificada, proporcionando o
cres-cimento de ofertas de emprego e fazendo
os salá-rios caírem vertiginosamente.
81. (Enem-1998) Você está fazendo uma pesquisa sobre a
globalização e lê a seguinte passagem, em um livro:
A sociedade global
As pessoas se alimentam, se vestem, moram, se
comunicam, se divertem, por meio de bens e serviços
mundiais, utilizando mercadorias produzidas pelo
capi-talismo mundial, globalizado.
Suponhamos que você vá com seus amigos
comer Big Mac e tomar Coca-Cola no McDonald’s. Em
segui-da, assiste a um filme de Steven Spielberg e volta
para casa num ônibus de marca Mercedes. Ao chegar
em casa, liga seu aparelho de TV Philips para ver o
videoclipe de Michael Jackson e, em seguida, deve ou-
vir um CD do grupo Simply Red, gravado pela BMG
Ariola Discos em seu equipamento Aiwa. Veja quantas
empresas transnacionais estiveram presentes nesse seu
curto programa de algumas horas.
(Adap. PRAXEDES et alli. O Mercosul.
São Paulo: Ática. 1997.)
Com base no texto e em seus conhecimentos
de geografia e história, marque a resposta correta.
a) O capitalismo globalizado está eliminando as
particu-laridades culturais dos povos da terra.
b) A cultura, transmitida por empresas
transnacionais, tornou-se um fenômeno criador
das novas nações.
c) A globalização do capitalismo neutralizou o
surgimento de movimentos nacionalistas de forte
cunho cultural e divisionista.
d) O capitalismo globalizado atinge apenas a
Europa e a América do Norte.
e) Empresas transnacionais pertencem a países
de uma mesma cultura.
82. (Enem-1998) A leitura do texto ajuda você a
compre-ender que:
I. a globalização é um processo ideal para garantir o
acesso a bens e serviços para toda a população.
II. a globalização é um fenômeno econômico e, ao
mes-mo tempo, cultural.
199
III. a globalização favorece a manutenção da
diversida-de de costumes.
IV. filmes, programas de TV e música são
mercadorias como quaisquer outras.
V. as sedes das empresas transnacionais
menciona-das são os Estados Unidos, Europa
ocidental e Ja-pão.
Destas afirmativas estão corretas:
a) I, II e V, apenas.
b) II, IV e V, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) III, V e V apenas.
83. (Enem-2000) O quadrinho publicado na revista
News-week (23/91199 1) ilustra o desespero dos
cartógrafos para desenhar o novo mapa-múndi
diante das constan-tes mudanças de fronteiras.
Levando em consideração o contexto da época
em que a charge foi publicada, dentre as frases
abaixo, a que melhor completa o texto da fala,
propondo outra corre-ção no mapa, é:
a) "A Albânia lá não faz parte da Europa."
b) "O número de países só está diminuindo."
c) "Cuba já não faz parte do terceiro mundo."
d)"O Casaquistão acabou de declarar independên-
cia."
e) "Vamos ter de dividir a Alemanha novamente."
84. (UERJ) O atual processo de globalização nada mais é
do que a mais recente fase da expansão capitalista. (...)
Só que agora essa expansão - e esse é o dado novo -
pode dispensar a invasão de tropas, a ocupação
territorial, pode abrir mão, enfim, da guerra. (...) A far-
da agora é o terno e a gravata, pelo menos para os no-
vos "executivos generais". As novas armas são agilida-
de e eficiência (...).
(SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia
geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São
Paulo: Scipione. 1998.)
Dois fatores que explicam o caráter de agilidade
nessa nova fase de expansão capitalista, em que o po-
der é exercido também pelo mercado, são:
200
a) comércio diversificado de produtos agrícolas e
privatização do setor de serviços.
b) expansão na circulação de mercadorias e recuo
das migrações internacionais.
c)controle de informações e produtividade
ampliada das empresas estatais.
d) avanço nos meios de comunicação e
desenvolvi-mento dos transportes.
85. (UFF-RJ) Com relação ao fenômeno da globalização,
que caracteriza as mudanças em curso na geografia do
mun-do contemporâneo, é correto afirmar que:
a) É seletivo, envolvendo diferenciadamente as
clas-ses e grupos sociais e se dá sobretudo no
campo das relações econômicas.
b)Como o nome indica, tem uma dimensão univer-
sal, vindo desde as origens do capitalismo, atingin-
do todos os povos do planeta.
c)É oposto da chamada fragmentação, pois esta
en-volve o espaço dos excluídos e daqueles que
se ne-gam a participar do capitalismo.
d) É exclusivamente de caráter político-cultural e
se expandiu com a hegemonia dos Estados
Unidos do planeta.
e) Acelera o fortalecimento dos Estados-nações,
bem como dos nacionalismos e regionalismos.
86. (UFPR) A globalização ora em curso está para o
atual período científico-tecnológico do capitalismo
como o colonialismo esteve para sua etapa
comercial ou o im-perialismo para o final da fase
industrial e inicio da fase financeira. Trata-se de uma
expansão que visa aumen-tar mercados e, portanto,
lucros, que é o que de fato move os capitais
produtivos ou especulativos, na arena do mercado.
(Modificado de SENE, E. de; MOREIRA, 3. C. Geografia
geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São
Paulo: Scipione, 1998. p. 64.)
Sobre as manifestações características da
globalização, é correto afirmar:
( ) A redefinição das relações políticas, econômi-
cas e culturais entre os países modifica o papel
e o significado das fronteiras nacionais.
( ) A globalização aumentou a força/influência do
Estado-nação como poder regulador da vida
econô-mica e social dos países.
( ) A nova divisão internacional do trabalho
permite que grandes conglomerados
empresariais passem a exercer uma dominação
crescente no setor indus-trial e de serviços.
( ) Em virtude do processo de globalização, as gran-
des corporações passam a ter maior mobilidade
es-pacial e uma maior capacidade competitiva.
( ) É cada vez menor a cooperação internacional entre
governos, instituições não-governamentais e
indivíduos, dado o crescente isolamento das nações.
( ) É crescente a interligação e interdependência dos
mercados financeiros em escala mundial.
Decisão Pré-vestibulares 2008
87. (Cesgranrio-RJ) A geografia do mundo contemporâ-
neo é marcada pelo processo de globalização.
Acerca desse processo é correto afirmar que:
a) apesar de ser fortemente influenciado pelas
rela-ções econômicas, também apresenta
característi-cas que alteram a vida política e
cultural do plane-ta.
b) mesmo sendo um processo recente, pois tem
suas origens nas décadas de 80 e 90, parece
poder man-ter-se forte vários anos à frente.
c) por ser levada adiante pelas empresas
transnacionais, a globalização elimina a função
dos Estados nacionais, tanto política como
economica-mente.
d) se trata de um processo exclusivamente econô-
mico, liderado pela ação das empresas
transnacionais, agora chamadas firmas globais.
e) tem suas raízes no final do século XV, tendo-se
for-talecido apenas no século XX, após o colapso
do so-cialismo real e o fim da Guerra Fria.
88. (UFMG) O processo de globalização está associado
a mudanças de natureza distinta no mundo como um
todo. Todas as alternativas apresentam modificações
decor-rentes desse processo, exceto:
a) Formação de grandes blocos econômicos regionais.
b) Maior segurança em relação à melhoria dos pa-
drões sociais.
c) Rápida movimentação de capitais
internacionais por todo o mundo.
d) Redução do poder do Estado na proposição de
po-líticas econômicas internas.
89. (UERJ) No Brasil, os críticos da abertura indiscriminada
às importações alertam para o fato de que ela contribui
para aumentar o desemprego e a exclusão social.
A insistência em realizar essa abertura relaciona-se
à seguinte característica do processo de globalização:
a) desestímulo ao processo de privatização de em-
presas.
b) esvaziamento econômico do setor de comércio
e serviços.
c) imposição de medidas protecionistas para as
em-presas nacionais.
d) facilidade de deslocamento de mercadorias,
capi-tais e informações.
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2
90. (UERJ) À charge ilustra a expansão do capital
transnacional em direção à periferia da economia mun-
dial, mas é necessário registrar que o custo da mão-de-
obra não é o único fator que atrai a localização dos in-
vestimentos provenientes de países centrais.
Dentre as alternativas a seguir, a única que não
ex-pressa corretamente um fator existente nos países
perifé-ricos que favorece o capital transnacional é:
a) legislação pouco restritiva quarto ao meio
ambien-te
b) custo relativamente mais baixo de geração de
energia
c) capacidade de produção autônoma de
tecnologias de ponta
d) política industrial baseada na concessão de
incen-tivos fiscais
91. (UFRS) Globalização e neoliberalismo são conceitos
mui-to empregados atualmente nos mais variados
eventos científicos e nos meios de comunicação.
Considere, então, as afirmações a seguir.
I. Os blocos regionais, como o Mercado Comum do
Sul (Mercosul), a Associação dos Países do Pacífico
(Apec) e a União Européia (UE), têm aberto os seus
mercados internos a outros blocos, para que o co-
mércio mundial possibilite, sobretudo aos mais po-
bres, o acesso aos benefícios da livre concorrência.
II. As empresas transnacionais vêm
estabelecendo redes, cadeias de cooperação e
alianças, o que ca-racteriza uma integração cada
vez maior da econo-mia mundial.
III. A globalização da economia capitalista, com o
avanço do neoliberalismo, tem estimulado o
consumismo em todos os continentes, o que tem
ocasionado uma rápida melhoria das condições de
vida das populações dos países não desenvolvidos.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III
e) Apenas I e III
201
92. (Fatec-SP) Os megablocos regionais destacados no
mapa na seqüência I, II, III e IV são respectivamente
a)Nafta, Mercosul, Comunidade Econômica
Européia e Apec.
b)Alca, Aladi, Comunidade Econômica Européia e
Apec.
c) Apec, Aladi, União Européia e Asean.
d) Nafta, Mercosul, União Européia e CEI.
e) Apec, Pacto Andino, União Européia e CEI.
93. (Unirio-RJ) O texto a seguir retrata uma das faces
do processo de globalização.
Sob pressão dos vizinhos, Espanha e Itália
erguem barreiras contra refugiados.
O sinal mais evidente da política de linha dura
para barrar a migração é a cerca que está sendo
erguida em torno de Ceuta e Melilla, dois entrepostos
comerci-ais encravados no território de Marrocos, em
pleno nor-te da África, mas que pertencem à Espanha
desde o sé-culo XVI.
(Veja. 2 set, 1998)
Da leitura do texto podemos inferir corretamen-
te que a(s):
a) abertura das fronteiras comerciais, em decorrên-cia
da globalização, não foi acompanhada da libera-
ção dos fluxos populacionais.
b)integração econômica, alavancada pelo
processo de globalização, tem rompido as
fronteiras dos Esta-dos racionais.
c) americanização do planeta, promovida pela
globalização, tem descaracterizado a cultura dos
países africanos.
d) formação de blocos econômicos tem proporciona-
do maior integração entre a África e a Europa.
e)antigas metrópoles procuram resguardar, da
influ-ência globalizante, seus domínios
territoriais na África.
202
94. (Puccamp-SP) Responda à questão com base na
figu-ra a seguir.
A charge faz referência:
a) ao controle dos países desenvolvidos em
relação à produção, às finanças e à tecnologia.
b) à dependência do Norte nas trocas comerciais
agrícolas.
c)ao crescimento do comércio dentro dos vários
blo-cos regionais.
d) às trocas comerciais entre os países desenvolvidos
que representam 30% do comércio internacional.
e) à OMC - Organização Mundial do Comércio -,
que co-ordena a relação comercial entre o Norte
e o Sul privilegiando o regionalismo.
95. (PUC-RJ)
Capital externo são os investimentos, emprésti-
mos ou financiamentos estrangeiros recebidos por um
pais. Este dinheiro pode ser investido diretamente na
produção emprestado às empresas ou aplicado na
bolsa de valores. Para ingressar em um país, os
investidores trazem seus dólares, compram a moeda
do país onde vão investir e fazem suas operações.
A crise mundial, que tem feito o dinheiro
circular desatinadamente pelos mercados financeiros
mundiais, eclodiu em 1997, na Ásia, e em 1998, na
Rússia e na América Latina. Os componentes da
crise são quase os mesmos nos diferentes países.
(Adap. Folha de S. Paulo, 12 set. 1998.)
Com relação aos componentes e às variáveis da
cri-se financeira internacional, não podemos apontar:
a) o capital especulativo, que busca altos lucros
em prazos curtos.
b)a desvalorização de moedas locais, em relação ao
dólar, que provoca inflação e recessão econômica.
c) a fuga de capitais quando os investidores acredi-
tam que se tornou desvantajoso ou arriscado con-
tinuar especulando em determinados países.
d) a alta tecnologia de informação, que acelera o
mo-vimento de entrada e restringe a saída dos
fluxos de capitais entre os países de economia
mais avan-çada.
e) os países emergentes, que precisam atrair pou-
pança externa para financiar ao mesmo tempo o
déficit público e os investimentos para o cresci-
mento da economia.
Decisão Pré-vestibulares 2008
96. (UMC) Os desenvolvimentos econômico e
tecnológico, associados a uma elevação no padrão
de vida e de con-sumo, beneficiando apenas uma
parte da humanidade, estão contribuindo para
ampliar as diferenças entre os povos da Terra. Uma
das conseqüências mais expres-sivas é:
a) o deslocamento populacional de regiões
atrasadas, motivado por razões econômicas.
b) o aumento nas oportunidades de trabalho,
possibi-litando a melhoria do padrão de vida.
c) a ampliação nas ofertas de emprego, nos países
in-tegrantes da União Européia.
d) a diminuição dos problemas étnicos na Europa,
com os trabalhadores imigrantes originários da
Áfri-ca.
e) a retomada da emigração da Europa e dos
Esta-dos Unidos, com o novo momento social e
econô-mico dos países subdesenvolvidos.
97. (UFPR)
O impacto da globalização está se fazendo sentir de
forma cada vez mais forte e difusa. A sua recepção inicial
foi marcada pelo entusiasmo otimista, mas com o cor-rer do
tempo este foi sendo substituído pelo temor e de-sencanto.
O mundo globalizado tornou-se mais aberto e receptivo,
mas além das novidades consumíveis, o ex-terior está nos
mandando quebra de empresas, corte de postos de
trabalho e crises financeiras.
(SINGER, E. Globalização e desemprego: diagnóstico e
alternativas. São Paulo: Contexto, 1999. p. 7.)
Sobre esse assunto, é correto afirmar:
1) A globalização conduz as empresas nacionais
a enfrentar brutal transformação, obrigando-as a
ser competitivas para enfrentar a concorrência
estran-geira.
2) Uma das características da globalização é fazer
com que as empresas reduzam custos, o que, de
maneira geral, acarreta redução de mão-de-obra.
4) A inserção do Brasil no processo de globalização
poderá ser revertida porque as grandes empresas
são de capital essencialmente nacional.
5) Na atualidade, além de ser auto-suficiente em
insumos básicos e em produtos agrícolas que
fazem parte da cesta básica, o Brasil desenvolve
tecnologia de ponta na maioria dos setores.
16) À medida que os países passam a adquirir bens
onde eles são mais baratos, dentro de padrões de
qualidade requeridos e sem restrições protecionis-
tas, a globalização permite otimizar a produção.
32) A globalização pode produzir, de forma quase
ins-tantânea, efeitos positivos ou negativos nas
econo-mias nacionais.
( ) Soma das corretas
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2
UM MUNDO EM DESINTEGRAÇÃO
AS FRAGMENTAÇÕES E OS CONFLITOS
Conflitos entre Árabes e Judeus
Os conflitos entre judeus e palestinos tiveram iní-
cio no final do século XIX, quando foi organizado na
Eu-ropa um movimento, conhecido como sionismo,
para a criação de um Estado judeu. A partir de então,
começou a migração judaica para esse território, sob
controle bri-tânico. Com a ascensão do nazismo na
Alemanha, na dé-cada de 1930, intensificou-se a
saída de judeus da Eu-ropa.
Em 1947, a ONU dividiu o território, então sob
mandato britânico, em dois Estados: Israel e Palestina. O
primeiro, para abrigar o povo judeu em êxodo (apro-
ximadamente 600 mil pessoas, na época); o outro, para
os árabes (cerca de 1,2 milhão de habitantes).
Os países árabes vizinhos, especialmente Egito,
Síria e Jordânia, não aceitaram a criação de Israel e, em
1948, atacaram o Estado judeu como objetivo de destruí-
lo. Israel venceu essa guerra e ampliou seu território,
apropriando-se de um trecho do que seria o Estado da
Palestina, conforme pode ser observado no mapa.
Israel não se apropriou de todo o território reser-vado
pela ONU aos palestinos. Uma parte passou ao con-trole do
Egito - a Faixa de Gaza - e a outra, da Jordânia - a
Cisjordânia. Era o fim do Estado da Palestina.
Os palestinos ficaram sem território e se espalha-
ram por vários países da região e do mundo e, desde en-
tão, têm lutado pela criação de um Estado para abrigá-
los, caracterizando a chamada questão palestina. A prin-
cipal entidade nessa luta é a Organização para a Liber-
tação da Palestina (OLP), criada em 1964, durante a Pri-
meira Conferência de Cúpula Árabe. Inicialmente, a en-
tidade funcionava apenas como instrumento de propa-
ganda dos governos árabes, pois não estava
empenhada na criação de um Estado palestino.
A OLP assumiria afeição que a tornou mundial-
mente conhecida somente quando foi apropriada
pelos guerrilheiros da Al-Fatah (a vitória, em árabe).
Esta or-ganização militar foi fundada no final dos anos
1930 por Yasser Arafat e outros militantes refugiados
no Kuwait. Seu objetivo fundamental era a criação do
Estado Pales-tino, e a luta armada, segundo eles,
seria a única forma de alcançá-lo.
Recebendo maciça ajuda financeira dos países ára-
bes, a OLP transformou-se numa poderosa Organização.
Com o tempo, passou a ter estrutura semelhante à de um
Estado, faltando-lhe apenas uma base territorial.
Os palestinos esperam proclamar num futuro pró-
ximo um Estado próprio ocupando esses territórios e
com capital em Jerusalém Oriental, habitada majoritari-
amente por árabes palestinos. Mas as negociações têm
203
sido difíceis e os dois lados ainda não chegaram a um
acor-do. Além disso, devido à fragmentação territorial,
o fu-turo Estado Palestino corre o risco de vir a ser
difícil de ser administrado e extremamente
dependente de Isra-el.
O Narcotráfico
A concentração de terras e de rendas, a pobreza
e a falta de educação formal são situações que geram
vi-olência urbana e rural. Também favorecem a
produção e o tráfico de drogas, precária alternativa de
sobrevivên-cia para muitos camponeses pobres,
explorados pelos narcotraficantes. Um dos países que
mais sofre com o problema é a Colômbia. Estima-se que
cerca de 75% da cocaína distribuída no mundo provêm
desse país (obser-ve o mapa a seguir).
No fim da década de 1990, o governo colombiano
intensificou o combate aos narcotraficantes, desmante-
lando os outrora poderosos cartéis de Medellin e Cali.
No entanto, a atividade continua rendendo bilhões de
dó-lares, envolvendo muitos membros das várias esferas
do governo numa rede de corrupção difícil de ser
combati-da.
O tráfico de drogasse alastrou pelos países vizi-
nhos. O Brasil por exemplo, transformou-se num dos
corredores de escoamento da cocaina colombíana e este
é um dos principais fatores do aumento da violência
em muitas cidades do país.
Os Estados Unidos, o maior mercado
consumidor de drogas do mundo, tém combatido o
narcotráfico em duas frentes. Internamente, o pais
tem aumentado a re-pressão aos consumidores e
traficantes; externamente, tem concedendo auxílio em
dinheiro e material bélico aos países que enfrentam
nar-cotraficantes em seu territó-rio.
O comércio de drogas no mundo é altamente
lu-crativo. Por ser ilegal e clandestino, não se sabe os
valo-res com predsão, mas movimenta bilhões de
dólares anu-almente.
204 Decisão Pré-vestibulares 2008
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 205

Caxemira
Guerra nuclear. Na verdade, a
disputa pela região da Caxemira envol-ve
uma situação mais preocupante, que
é rivalidade de duas potências nuclea-
res, armadas até "os dentes": Índia e
Paquistão. A Caxemira é um estado lo-
calizado ao norte da Índia, com maioria
de população muçulmana, o que a
iden-tifica com o Paquistão.

• Chiapas. Localizado na região Su-

deste do país, Chiapas é o mais po-
bre dos estados mexicanos. Com 73
887 km2, apresenta a maior concen-
tração de indígenas no conjunto da
população mixicana, com predomí-
nio do grupo Tzotzil, e possui os pi-
ores indicadores sociais do país. O
grave quadro socioeconômico des-se
estado contrasta com sua rique-za
natural, pois ali há grandes re-servas
de petróleo e gás natural,
equivalentes a 20% da produção
nacional bruta mexicana.
Os conflitos entre as milícias paramilitares contratadas pelos
latifundiá-rios e os indígenas, que eram constantemente expulsos de
suas terras, atin-giram proporções nacionais a partir de 1° de janeiro de
1994, quando o mo-vimento guerrilheiro indígena, o Exército Zapatista
de Libertação Nacional (EZLN), apoiado pelos camponeses, armou-se e
protestou contra a situa-ção dos mais de 10 milhões de indígenas. O
EZLN defende a adoção de uma lei de direitos para esse grupo étnico.
Após sete anos de luta entre os zapatistas (membros do EZLN) e o
exér-cito mexicano, que causaram milhares de mortes, abre-se uma
possibilida-de de diálogo entre as partes envolvidas.

Principais Conflitos da África Subsaariana

Hutus e tutsis, tribos rivais, são protagonistas de um dos mais
violentos e longos conflitos da África cen-
tral. O que no início caracterizava
uma guerra doméstica, envolven-
do Ruanda e Burundi, misturou-
se ao conflito da República Democrática do Congo, que envolve vários
países próximos, como Angola e Namíbia.
Serra Leoa, Somália, Giné-Bissau, Sudão e Libéria foram arrasados
por guerras civis na década de 1990. Etiópia e Somália, situadas na
estratégica região denominada "Chifre da África", lutaram ferozmente
durante anos pela posse da região de Ogaden. Hoje experimentam uma
trégua que não se sabe quanto tempo vai durar.
Saara Ocidental. Antiga colônica espanhola do Noroeste da
África, invadida pelo Marrocos em 1976, logo após a independência,
ocorrida um ano antes. Os nativos se reuniram na Frente Polisário de
Libertação Nacional para expulsar o inimigo. Um muro de 1 800 km divide
a parte que está em poder do Marrocos da que pertence aos nativos.
206 Decisão Pré-vestibulares 2008

Anotações:
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2 207
Mapa-múndi do crime iguala ricos e pobres
Gilberto Dimenstein1
Taxa de homicídios no primeiro mundo é igual à das nações subdesenvolvidas; criminalidade é mais ele-
vada nos países emergentes
Em 1998, Florianópolis registrou 29 homicídios. Traduzindo: cinco mortes para cada 100 mil habitantes. Com uma
população de 300 mil pessoas, a capital de Santa Catarina fez dessa estatística um pólo de atração de migrantes
refinados, cansados da violência urbana, e virou notícia, por ser a taxa mais baixa entre as capitais brasileiras.

A primeira vista, as razões dos bons indicadores são óbvias: poder aquisitivo dos habitantes bem superior à
média, baixa taxa de migração e população pequena, quando comparada a centros como São Paulo (59
homicídios por 100 mil habitan-tes) ou Rio de Janeiro (56 por 100 mil).
Se cruzarmos o planeta até Bombaim (Índia), com suas intermináveis fàvelas, renda per capita de U$ 300 anuais
e 15 milhões de pessoas, vemos que a explicação para a calmaria de Florianópolis é, no mínimo, incompleta - põe por
terra o mito de que a violência é cansada só pela pobreza, jogando novos desafios aos urbanistas.
O mapa-múndi dos homicídios contraria o senso comum; Bombaim não é exceção. A tal ponto se contraria
o senso comum que os países mais subdesenvolvidos ostentam taxas de homicídio ainda menores do que os
mais desenvolvidos. Nos mais pobres, 4 de 4,2 por 100 mil; nos mais ricos, 4,7.
O jogo bruto aparece nas nações intermediárias, como Brasil, Colômbia, Venezuela e México.
Buscando respostas para a questão, o professor de economia da Universidade de Chicago Alexandre
Sheinkman colo-cou no computador uma lista de centenas de cidades americanas, comparando vários
indicadores sociais (renda, número de mulheres solteiras, desemprego etc.) com as taxas de violência. Não há
nenhuma relação entre renda e crime, disse, depois de constatar
os dados díspares.
Daí o sucesso da tese do "capital social" - e também uma explicação
sobre como as cidades podem ajudar ou não a aliviar a violência. O "capital
social" é a medida das relações que um indivíduo tem, relações capazes de
integrá-lo e fazê-lo prosperar, evitando a percepção da marginalidade.
É medido pela força das igrejas (logo, da religião, fator relevante na
hindu Bombaim), da família, da escola, dos centros de saúde e
comunitários, dos espaços para lazer.
Se há numa comunidade um jovem com comportamento agressivo,
desviante, mas o padre, o tio, o professor consegue orientá-lo, o capital social
daquela comunidade é alto. Quando o comportamento desviante é elogiado, as
gangues são o poder, as famílias são desestruturadas, a esco-la ineficiente, a
policia corrupta ou arbitrária, o padrão é a marginalidade.
1Jornalista e membro do conselho editorial do jornal Folha de S. Paulo. É
presi-dente da ONG Cidade Escola Aprendiz.
208 Decisão Pré-vestibulares 2008
( ) Com pouco mais de 1 milhão de habitantes, a
Chechênia localiza-se na porção setentrional do
Caucaso, entre os mares Negro e Cáspio. Em
TESTES

1991 os chechenos proclamaram

98. (UEL-PR) Observe a charge para responder a unilateralmente sua in-dependência.
ques-tão. ( ) A ex-Iugoslávia sempre foi um mosaico de po-vos.
A grande heterogeneidade étnica do pais ocor-ria
de forma mais evidente na Bósnia-Herzegovina.

A seqüência numérica correta, na coluna

inferior, de cima para baixo, é:
a) 4 - 3 - 1
b) 2 - 3 - 4
c) 4 - 1 - 2
d) 2 - 1 - 4
e) 4 - 2 - 1

100. (UFMG) Considerando a Rússia na nova ordem

mun-dial, assinale a opção incorreta:
a) Tem uma economia mais significativa que a dos
pa-íses emergentes, igualando-se aos países
centrais no setor industrial e tecnológico.
b) Acumulou-se um extraordinário arsenal nuclear
A charge apresentada pode ser interpretada
ao longo dos anos, capaz de destruir várias
como:
vezes a Terra.
a) as barreiras à imigração de africanos e latino-
c) A crise russa gerou impacto nos mercados
ame-ricanos, por parte dos países europeus.
emer-gentes e redirecionou os interesses das
b) as tentativas frustradas de países menos
finanças internacionais.
desen-volvidos como a Líbia de ingressar na
d) Os reflexos da instabilidade econômica
União Euro-péia.
refletem-se nas bolsas de valores e gelam
c) o processo de exclusão social a que são submeti-
turbulências em países centrais e periféricos.
dos os europeus desempregados, a exemplo do
e) Passa por graves transformações políticas e
que ocorre com os espanhóis e portugueses.
seus programas governamentais têm dificuldade
d)o início de uma economia protecionista por parte
de atender às necessidades da nação.
dos países da União Européia visando ao equilíbrio
da balança comercial, atualmente deficitária.
101. (Fuvest-SP) Analisando as transformações
e) o início da restrição estabelecida pelo Tratado
ocorri-das na ex-União Soviética, pode-se
de Maastrich à livre circulação de pessoas entre
considerar que a Fe-deração Russa:
os países membros da União Européia. a) atrai maciços investimentos estrangeiros, devido
ao seu elevado ritmo de crescimento econômico.
99. (UFRS) Associe as colunas a seguir, relacionando
b) tem dificuldade em transferir a tecnologia
os eventos às suas características e/ou
desen-volvida no setor militar para a produção
respectivas locali-zações.
industrial do setor civil da economia.
1. Em dezembro de 1994 tropas russas invadiram
c) ainda figura entre as cinco maiores potências
o país, com objetivo de tomar Crozni, centro de
eco-nômicas do globo, em razão de sua
re-sistência dos rebeldes.
moderna agri-cultura destinada à exportação.
2. O país era composto por seis repúblicas
d) completou o processo de privatização no país,
federadas. Existiu como nação desde o final da
por-que suas empresas estatais eram rentáveis
Primeira Guer-ra Mundial até 1991, quando
e com-petitivas no mercado.
tornou forma um pro-cesso de desintegração.
e) conseguiu construir sua identidade nacional,
3. Província onde ocorreu recentemente plebiscito
com a saída das demais repúblicas que
separatista. Nela vivem mais de 7 milhões de
constituíam a União Soviética.
pes-soas, 80% de seus habitantes falam o
francês, des-cendentes dos colonos que
102. (Cesgranrio-RJ)
fundaram a Nova Fran-ça no século XVI.
Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que
4. Novo eixo econômico no contexto internacional
algo, de fato, "DEU ERRADO” na União Soviética.
cujos pilares são duas potências da economia
Não havia nenhuma semelhança entre o processo de
glo-bal.
emancipação socialista imaginado por Marx e aquilo
( ) A rota principal da economia mundial vem pas-
que existiu naque-le pais.
sando do Atlântico Norte para a bacia do Pacífico (ARBEX Jr., José. Revolução em 3 tempos; URSS,
em função da expansão industrial asiática. Alemanha, China. São Paulo: Moderna.)
GEOGRAFIA | PEIES 2 | Livro 2
Assinale, dentre as opções a seguir, aquela que
expressa um fator que tenha contribuído decisivamente
para a ex-União Soviética ter "dado errado”,
a) Descentralização das atividades de
planejamento econômico.
b) Controle do poder político por apenas dois
paridos: o Comunista e o Social-Democrata.
c)Adesão tardia das autoridades soviéticas ao mer-
cado comum dos países socialistas, o Comecon.
d) Predomínio de uma estrutura de economia
para-lela de mercado sobre os setores estatais.
e) Ênfase na produção industrial militar e
aeroespacial em prejuízo de setores civis.
103. (Puccamp-SP) Considere o mapa com os limites
e as ex-repúblicas da parte européia, da antiga
União So-viética.
Com a desintegração da União Soviética, no final
de 1991, muitas das repúblicas que a constituíam asso-
ciaram-se à Comunidade de Estados Independentes -
CEI -, exceto as assinaladas no mapa, com os números:
a) 1, 2 e 3 b) 1, 3 e 5 c) 2, 4 e 6
d) 5, 7 e 9 e) 6, 8 e 9
104. (Vunesp) Desde o início dos anos 90, a área
assina-lada no mapa adiante tem sido palco de
sangrenta guer-ra civil.
209
Indique a alternativa que exprime as causas dessa
guerra e o país ao qual pertenciam estas porções territoriais.
a)Ideal sérvio de construir a “Grande Sérvia”,
indepen-dente da Tchecoslováquia.
b) Rivalidades étnicas, religiosas, históricas, culturais
e territoriais entre os povos da antiga Iugoslávia.
c) Antiga oposição política entre sérvios e croatas
na Romenia.
d)Idéias separatistas reforçadas pela glasnost e
pela perestroika entre os povos das repúblicas
compo-nentes da antiga União Soviética.
e)Dominação estrangeira entre búlgaros da antiga
Iugoslávia.
105. (UFPR) Os acontecimentos políticos ocorridos na Eu-
ropa a partir de 1989 promoveram a reorganização de
alguns países. Assim, é correto afirmar que:
1)Reapareceram como Estados soberanos as
repú-blicas bálticas: Estônia, Letônia e Lituânia,
que in-tegravam a União Soviética desde a
Conferência de Yafta.
2)A Albânia, país balcânico, agregou ao seu
territó-rio a província de Montenegro, porção da
antiga Iu-goslávia.
4)A Alemanha reunificou-se com a anexação dos
antigos remos da Prússia e Boêmia.
8) A Tchecoslováquia teve seu território desdobra-do
em dois novos estados independentes: a Repú-
blica Tcheca e a República Eslovaca.
16) Surgiu a República da Moldávia, agregando
por-ções dos territórios da antiga União
Soviética, Polônia e Romenia.
106. (Faap-SP) Tornou-se independente em abril de 1992.
O reconhecimento internacional não a poupou de uma
violenta guerra étnica. Os conflitos entre muçulmanos
(44% da população, dividida em duas áreas nas frontei-
ras noroeste e leste), sérvios (33%) e croatas (17%) su-
gerem a cantonização como alternativa de paz, mas
isso também gera incerteza sobre o futuro do país.
Identifique o pais de que se fala:
a) Bósnia-Herzegovina
b) Armênia
c) Turquia
d) Ilha de Capri
e) Macedônia
107. (UnB-DF) A mensagem abaixo foi escrita por
Marija Marjanovic, estudante universitária sérvia~
a respei-to da guerra na Iugoslávia.
Coisas horríveis têm acontecido comigo e com o
meu povo, os sérvios. Os americanos estão
arruinando nossas vidas. Vocês acreditam que eles
estão preocupa-dos com direitos humanos? O que
eles querem é criar áreas de conflito na Europa para
reter a força da Comu-nidade Européia.
Meu povo está em situação ruim: de um lado, te-
mos um governo que não se preocupa conosco e que
não foi escolhido por Belgrado. Do outro, estamos sendo
bom-bardeados por quem deveria proteger os civis.
210 Decisão Pré-vestibulares 2008
Queremos nossa família, nosso trabalho, nosso a) otomanos b) turcos-otomanos
lazer... Que-remos viver com dignidade. Estamos c) árabes puros d) fundamentalistas islâmicos
muito cansados do que tem acontecido conosco nos e) curdos
últimos dez anos. Por favor, aju-dem-nos.
fonte: Internet (com adaptações). 110. (UFF-RJ) Considerando os termos do acordo de
Com base no texto, julgue os itens que se seguem. paz firmado entre israelenses e palestinos em
(1) Segundo denúncia da estudante, os albaneses, 1993 e as áreas assinaladas no mapa, marque a
que são maioria em Belgrado, escolheram o opção que contém a afirmativa correta.
atual gover-no, que, depois de eleito, passou a
ameaçar a paz sérvia, na Iugoslávia.
(2) A Iugoslávia é uma área de fácil acesso, na
Euro-pa, por ser banhada, ao este, pelo mar
Adriático e, ao oeste, pelo mar Negro. Belgrado,
a capital, fica próxima ao mar Adriático e a
Sarajevo, na Bósnia, por isso a referência de
Marija a “dez anos” de con-flitos,
(3) Quando se reporta a quem deveria proteger os
civis’, Manja faz referência à ONU, à Otan e ao
Iraque, aliados, desde o início dos conflitos, no
com-bate às forças armadas do governo de
Slobodan Mirosevic.
(4) A mensagem de Manja permite concluir que
nem sempre os povos agiam as empreitadas
bélicas de seus líderes.

108. (PUC-MG) É uma região estratégica em nível mun-
dial. Nos conflitos regionais, destacam-se os confrontos
entre árabes e judeus, acirrados com a criação do Esta-
do de Israel. Para conquistar uma nação independente,
os palestinos têm adotado táticas diversas, que vão das
negociações diplomáticas às ações armadas.”
Assinale a região que corresponde ao texto:
a) Europa oriental b) África ocidental
c) Oriente Médio d) Sudeste asiático
e) Índia, Israel e Paquistão
109. (Puccamp-SP) Observe o mapa apresentado a
se-guir
a) As áreas 1 e 2 correspondem, respectivamente,
à Faixa de Gaza e à Cisjordânia, territórios em
parte sob o controle da Organização para a
Liberação da Palestina.
b) As áreas 3 e 4 correspondem a território; anteri-
ormente ocupados por Israel e que foram
cedidos, respectivamente, à Síria e ao Líbano.
c) A área 5 passou a pertencer ao território de
Isra-el e inclui colônias palestinas dotadas de
autonomia política.
d) A área 6 corresponde à península do Sinai,
devol-vida integralmente à Jordânia.
e) A área 7 corresponde a territórios cedidos ao
Egi-to por meio da concessão de usufruto
comum do canal de Suez.

Gabarito
01. e 19. c 38. e 57. 76. 95.
02. d 20. b 39. a 58. 77. 96.
03. c/e/ 21. d 40. e 59. 78. 97.
c/e 22. d 41. e 60. 79. 98.
04. a 23. 7 42. b 61. 80. 99.
05. b 24. a 43. a 62. 81. 100.
06. b 25. e 44. c 63. 82. 101.
07. a 26. c 45. e 64. 83. 102.
08. a 27. b 46. c 65. 84. 103.
À área representada no mapa foi politicamente uni- 09. d 28. d 47. 9 66. 85. 104.
10. b 29. e 48. b 67. 86. 105.
da, apesar de algumas tribos organizadas em principados 11. c 30. e 49. 68. 87. 106.
terem experimentado autonomia ao longo de sua história. 12. b 31. e 50. 69. 88. 107.
Entretanto esta área não constitui um pais, sendo o Iraque o 13. b 32. b 51. 70. 89. 108.
único a reconhecer a existência da etnia, mesmo que sua 14. d 33. c 52. 71. 90. 109.
15. e 34. e 53. 72. 91. 110.
constituição não permita a autonomia da região. 16. b 35. d 54. 73. 92.
A região descrita e assinalada no mapa tem 17. a 36. c 55. 74. 93.
sua po-pulação constituída, principalmente, por 18. e 37. c 56. 75. 94.