CARTAS DE AMOR

Marta Pinheiro nº Tiago Leite nº26

11ºJ
 Índice
01 02
Poemas de
03
Significado Fernando Carta do
da carta Pessoa Peru

04 05 06
Obras em
Declarações Lenços de
formato de
de amor amor
carta
car·ta
A Carta
(latim charta, -ae, folha de papiro para ser escrita, folha de papel, documento)
nome feminino
1. Escrito fechado que se dirige a alguém.
2. Nome de certos documentos oficiais que contêm despacho, provisão, licença, etc.
3. Diploma (ex.: pediu na secretaria a emissão da carta de curso)
4. Lista das bebidas ou dos pratos disponíveis para consumo num estabelecimento
comercial (ex.: carta de queijos; carta de vinhos; pedir a carta; o bar oferece uma carta de
cervejas bastante variada).
5. [Portugal] O mesmo que carta de condução.
6. Abecedário.
7. [Jogos] Cada um dos cartões que formam o baralho de jogar.
8. [Ictiologia] Peixe da costa de Portugal.
9. Mapa geográfico.
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente

Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela adivinhasse,

Se pudesse ouvir o olhar, Mas quem sente muito, cala;
E se um olhar lhe bastasse Quem quer dizer quanto sente
P'ra saber que a estão a amar! Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe

O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que
Não seriam cartas de amor se
escrevia
não fossem
Sem dar por isso
Ridículas.
Cartas de amor
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo
cartas de amor,
A verdade é que hoje
Como as outras,
As minhas memórias
Ridículas.
Dessas cartas de amor
É que são
As cartas de amor, se há amor,
Ridículas.
Têm de ser
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
Mas, afinal,
São naturalmente
Só as criaturas que nunca
Ridículas).
escreveram
Cartas de amor
Fernando Pessoa, Presságio, 21-10-
É que são
1935
Ridículas.
 Carta do Peru dos Olivais
Adorada perua:
Às vezes lá paramos, mas estranho
Há dias que, diante do patrão,
também estas paragens,
ando de rua em rua
porque me agarram certas personagens,
não sei por que razão.
tomam-me o peso, notam-me o tamanho
e até (Deus me perdoe se ouço mal!)
Como tu viste, o homem resolveu
fazermos em Lisboa a consoada,
discutem o valor,
para me divertir, suponho eu.
como se eu fosse, amor,
Porém, se adivinhasse esta estopada,
uma coisa venal!

tinha-lhe dito logo que não vinha,

Adeus. Com isto não te enfado mais.
tanto mais, tanto mais, não vindo tu,
Havendo novidades
minha peruazinha,
escrevo. Mil saudades
por quem morre de amor o teu perú.
e beijos do

É para ver a terra? Não percebo,

Perú dos Olivais
pois mal ergo a cabeça para o ar
trabalha logo a cana do mancebo
e continuo a andar, a andar, a andar...
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 Conclusions
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