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cidos pelo órgão ambiental competente. II - exigir a melhor tecnologia disponível para o
tratamento dos efluentes, compatível com as con-
dições do respectivo curso de água superficial,
Art. 23. As águas salobras de classe 3 observa-
mediante fundamentação técnica.
rão as seguintes condições e padrões:
Art. 25. É vedado o lançamento e a autorização
I - pH: 5 a 9; de lançamento de efluentes em desacordo
II - OD, em qualquer amostra, não inferior a 3 com as condições e padrões estabelecidos nesta
mg/L O2; resolução.

III - óleos e graxas: toleram-se iridescências; Parágrafo único. O órgão ambiental competente
poderá, excepcionalmente, autorizar o lançamento
IV - materiais flutuantes: virtualmente ausentes; de efluente acima das condições e padrões esta-
V - substâncias que produzem cor, odor e turbi- belecidos no art. 34, desta resolução, desde que
dez: virtualmente ausentes; observados os seguintes requisitos:
I - comprovação de relevante interesse público,
VI - substâncias facilmente sedimentáveis que devidamente motivado;
contribuam para o assoreamento de canais de
navegação: virtualmente ausentes; II - atendimento ao enquadramento e às metas
intermediárias e finais, progressivas e obrigató-
VII - coliformes termotolerantes: não deverá ser exce- rias;
dido um limite de 4.000 coliformes termotolerantes
por 100 mL em 80% ou mais de pelo menos seis III - realização de Estudo de Impacto Ambiental-
amostras coletadas durante o período de um ano, EIA, às expensas do empreendedor responsável
com freqüência bimestral. A E. coli poderá ser pelo lançamento;
determinada em substituição ao parâmetro coli- IV - estabelecimento de tratamento e exigências
formes termotolerantes de acordo com limites esta- para este lançamento; e
belecidos pelo órgão ambiental competente; e
V - fixação de prazo máximo para o lançamento
VIII - carbono orgânico total até 10,0 mg/L, como C. excepcional.
CAPÍTULO IV Art. 26. Os órgãos ambientais federal, estaduais
DAS CONDIÇÕES E PADRÕES DE e municipais, no âmbito de sua competência,
LANÇAMENTO DE EFLUENTES deverão, por meio de norma específica ou no
Art. 24. Os efluentes de qualquer fonte poluidora licenciamento da atividade ou empreendimento,
somente poderão ser lançados, direta ou indireta- estabelecer a carga poluidora máxima para o
mente, nos corpos de água, após o devido trata- lançamento de substâncias passíveis de estarem
mento e desde que obedeçam às condições, presentes ou serem formadas nos processos
padrões e exigências dispostos nesta resolução e produtivos, listadas ou não no art. 34, desta
resolução, de modo a não comprometer as metas
em outras normas aplicáveis.
progressivas obrigatórias, intermediárias e final,
Parágrafo único. O órgão ambiental competente estabelecidas pelo enquadramento para o corpo
poderá, a qualquer momento: de água.
I - acrescentar outras condições e padrões, ou § 1º No caso de empreendimento de significativo
torná-los mais restritivos, tendo em vista as con- impacto, o órgão ambiental competente exigirá,
dições locais, mediante fundamentação técnica; e nos processos de licenciamento ou de sua reno-
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vação, a apresentação de estudo de capacidade Art. 29. A disposição de efluentes no solo, mesmo
de suporte de carga do corpo de água receptor. tratados, não poderá causar poluição ou contami-
nação das águas.
§ 2º O estudo de capacidade de suporte deve
considerar, no mínimo, a diferença entre os padrões Art. 30. No controle das condições de lançamento,
estabelecidos pela classe e as concentrações exis- é vedada, para fins de diluição antes do seu lan-
tentes no trecho desde a montante, estimando a çamento, a mistura de efluentes com águas de
concentração após a zona de mistura. melhor qualidade, tais como as águas de abaste-
cimento, do mar e de sistemas abertos de refrige-
§ 3º Sob pena de nulidade da licença expedida, o ração sem recirculação.
empreendedor, no processo de licenciamento,
informará ao órgão ambiental as substâncias, Art. 31. Na hipótese de fonte de poluição gera-
entre aquelas previstas nesta resolução para dora de diferentes efluentes ou lançamentos
padrões de qualidade de água, que poderão estar individualizados, os limites constantes desta
contidas no seu efluente. resolução aplicar-se-ão a cada um deles ou ao
conjunto após a mistura, a critério do órgão
§ 4º O disposto no § 1º aplica-se também às ambiental competente.
substâncias não contempladas nesta resolução,
Art. 32. Nas águas de classe especial é vedado
exceto se o empreendedor não tinha condições
o lançamento de efluentes ou disposição de resí-
de saber de sua existência nos seus efluentes.
duos domésticos, agropecuários, de aqüicultura,
Art. 27. É vedado, nos efluentes, o lançamento industriais e de quaisquer outras fontes poluentes,
dos Poluentes Orgânicos Persistentes-POPs men- mesmo que tratados.
cionados na Convenção de Estocolmo, ratificada § 1º Nas demais classes de água, o lançamento
pelo Decreto Legislativo nº 204, de 7 de maio de de efluentes deverá, simultaneamente:
2004.
I - atender às condições e padrões de lançamen-
Parágrafo único. Nos processos onde possa ocor- to de efluentes;
rer a formação de dioxinas e furanos deverá ser II - não ocasionar a ultrapassagem das condições
utilizada a melhor tecnologia disponível para a e padrões de qualidade de água, estabelecidos
sua redução, até a completa eliminação. para as respectivas classes, nas condições da
vazão de referência; e
Art. 28. Os efluentes não poderão conferir ao
corpo de água características em desacordo com III - atender a outras exigências aplicáveis.
as metas obrigatórias progressivas, intermediárias § 2º No corpo de água em processo de recupera-
e final, do seu enquadramento. ção, o lançamento de efluentes observará as metas
progressivas obrigatórias, intermediárias e final.
§ 1º As metas obrigatórias serão estabelecidas
mediante parâmetros. Art. 33. Na zona de mistura de efluentes, o órgão
ambiental competente poderá autorizar, levando
§ 2º Para os parâmetros não incluídos nas metas em conta o tipo de substância, valores em desa-
obrigatórias, os padrões de qualidade a serem cordo com os estabelecidos para a respectiva clas-
obedecidos são os que constam na classe na qual se de enquadramento, desde que não comprome-
o corpo receptor estiver enquadrado. tam os usos previstos para o corpo de água.
§ 3º Na ausência de metas intermediárias pro- Parágrafo único. A extensão e as concentrações
gressivas obrigatórias, devem ser obedecidos os de substâncias na zona de mistura deverão ser
padrões de qualidade da classe em que o corpo objeto de estudo, nos termos determinados pelo
receptor estiver enquadrado. órgão ambiental competente, às expensas do
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empreendedor responsável pelo lançamento. aquáticos, não se aplicam os parágrafos anteriores.


Art. 34. Os efluentes de qualquer fonte poluido- § 4º Condições de lançamento de efluentes:
ra somente poderão ser lançados, direta ou indi- I - pH entre 5 a 9;
retamente, nos corpos de água desde que obede-
çam as condições e padrões previstos neste arti- II - temperatura: inferior a 40ºC, sendo que a
go, resguardadas outras exigências cabíveis: variação de temperatura do corpo receptor não
deverá exceder a 3ºC na zona de mistura;
§ 1º O efluente não deverá causar ou possuir
potencial para causar efeitos tóxicos aos organis- III - materiais sedimentáveis: até 1 mL/L em teste
mos aquáticos no corpo receptor, de acordo com de 1 hora em cone Imhoff. Para o lançamento em
os critérios de toxicidade estabelecidos pelo lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja
órgão ambiental competente. praticamente nula, os materiais sedimentáveis
§ 2º Os critérios de toxicidade previstos no § 1º deverão estar virtualmente ausentes;
devem se basear em resultados de ensaios ecoto- IV - regime de lançamento com vazão máxima de
xicológicos padronizados, utilizando organismos
até 1,5 vezes a vazão média do período de ativi-
aquáticos, e realizados no efluente.
dade diária do agente poluidor, exceto nos casos
§ 3º Nos corpos de água em que as condições e permitidos pela autoridade competente;
padrões de qualidade previstos nesta resolução
não incluam restrições de toxicidade a organismos V - óleos e graxas:

§ 5º Padrões de lançamento de efluentes:

TABELA X - LANÇAMENTO DE EFLUENTES


PADRÕES
PARÂMETROS INORGÂNICOS VALOR MÁXIMO
Arsênio total 0,5 mg/L As
Bário total 5,0 mg/L Ba
Boro total 5,0 mg/L B
Cádmio total 0,2 mg/L Cd
Chumbo total 0,5 mg/L Pb
Cianeto total 0,2 mg/L CN
Cobre dissolvido 1,0 mg/L Cu
Cromo total 0,5 mg/L Cr
Estanho total 4,0 mg/L Sn
Ferro dissolvido 15,0 mg/L Fé
Fluoreto total 10,0 mg/L F
Manganês dissolvido 1,0 mg/L Mn
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TABELA X - LANÇAMENTO DE EFLUENTES


PADRÕES
PARÂMETROS INORGÂNICOS VALOR MÁXIMO
Mercúrio total 0,01 mg/L Hg
Níquel total 2,0 mg/L Ni
Nitrogênio amoniacal total 20,0 mg/L N
Prata total 0,1 mg/L Ag
Selênio total 0,30 mg/L Se
Sulfeto 1,0 mg/L S
Zinco total 5,0 mg/L Zn
PARÂMETROS ORGÂNICOS VALOR MÁXIMO
Clorofórmio 1,0 mg/L
Dicloroeteno 1,0 mg/L
Fenóis totais (substâncias que reagem com 4-aminoantipirina) 0,5 mg/L C6H5OH
Tetracloreto de Carbono 1,0 mg/L
Tricloroeteno 1,0 mg/L

1 - óleos minerais: até 20mg/L; resolução e em outras normas aplicáveis, os


efluentes provenientes de serviços de saúde e
2- óleos vegetais e gorduras animais: até 50mg/L; e estabelecimentos nos quais haja despejos infec-
VI - ausência de materiais flutuantes. tados com microorganismos patogênicos, só
poderão ser lançados após tratamento especial.
Art. 35. Sem prejuízo do disposto no inciso I, do
§ 1º do art. 24, desta resolução, o órgão ambien- Art. 37. Para o lançamento de efluentes tratados
tal competente poderá, quando a vazão do corpo no leito seco de corpos de água intermitentes,
de água estiver abaixo da vazão de referência, o órgão ambiental competente definirá, ouvido
o órgão gestor de recursos hídricos, condições
estabelecer restrições e medidas adicionais, de
especiais.
caráter excepcional e temporário, aos lançamen-
tos de efluentes que possam, dentre outras con-
CAPÍTULO V
seqüências: DIRETRIZES AMBIENTAIS
I - acarretar efeitos tóxicos agudos em organis- PARA O ENQUADRAMENTO
mos aquáticos; ou
Art. 38. O enquadramento dos corpos de água
II - inviabilizar o abastecimento das populações. dar-se-á de acordo com as normas e procedimen-
Art. 36. Além dos requisitos previstos nesta tos definidos pelo Conselho Nacional de Recursos
Hídricos-CNRH e Conselhos Estaduais de Recursos

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