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Maputo, 2021
INFLUÊNCIA DA LIXEIRA DE HULENE NA QUALIDADE DA ÁGUA DOS POÇOS
CONSUMIDA NO BAIRRO HULENE B – CIDADE DE MAPUTO
Por
Carina Helena Mariano
Maputo, 2021
O júri:
DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu Carina Helena Mariano, declaro por minha honra que o presente trabalho e a informação
nele contida, é fruto de trabalho de investigação pessoal e os resultados são fiéis às
observações efectuadas no campo, às análises laboratoriais e às bibliografias consultadas.
Maputo, 2021
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Influência da Lixeira de Hulene na Qualidade da água dos poços consumida no Bairro Hulene B- Cidade de Maputo
DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado de forma especial aos meus pais António Castigo Mariano e
Maimuna Abdul Carimo e irmãos Haider Jesus da Silva, Luísa Dovo Mariano e Cátia
Conceição Mariano e a todos que de alguma forma dedicaram um espaço de tempo para me
apoiar e que o mesmo sirva como fonte de inspiração e motivação.
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Influência da Lixeira de Hulene na Qualidade da água dos poços consumida no Bairro Hulene B- Cidade de Maputo
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus por me conceder o dom da vida, sabedoria e inteligência sem os quais não teria
chegado a este nível, por cuidar de mim e permitir que este facto ocorra em minha vida.
Aos meus pais pela vida concedida, pelo incentivo, amor, carinho, paciência, convivência, amor
incondicional e por não medir esforços durante a minha formação estudantil.
Aos meus irmãos pelo afecto, carinho, companheirismo e incentivo que me proporcionaram no
decorrer dos anos e por acreditarem nas minhas capacidades.
Aos familiares e amigos pelo companheirismo, apoio e incentivo durante a carreira estudantil.
Ao meu supervisor Mestre Alberto Boane, MSc pelas orientações, confiança, paciência,
valorização das minhas potencialidades e dedicação ao meu trabalho.
Aos meus amigos e colegas da turma de 2016-2019 pela ajuda, companheirismo, experiência,
todos momentos compartilhados durante os anos juntos.
A todos aqueles que não acreditaram em mim, porque de certa forma me deram forças para
seguir em frente e almejar os meus objectivos.
Enfim, agradeço a todos que directa ou indirectamente, contribuíram para a realização deste
trabalho.
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RS – Resíduos Sólidos
MP – Material particulado
𝐍𝟐 – Nitrogenio molecular
CO – Óxido de Carbono
C𝐇𝟒 – Metano
pH – Potêncial Hidrogênio
𝐇𝟐 𝐒 – Sulfato de Hidrogênio
𝐍𝐚 – Sódio
𝐌𝐠 – Magnésio
𝐅𝐞 – Ferro
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Al – Alumínio
𝐂𝐚 – Cálcio
UV – Ultra Violeta
𝐇𝟐 𝐒 – Sulfeto de Hidrogênio
Cl – Cloro
𝐇𝟐 – Hidrogêno
N𝐎−
𝟐 - Ião Nitrito
N𝐎−
𝟑 - Ião Nitrato
𝐎𝟐 – Oxigenio
𝐇𝐠 – Mercúrio
𝐂𝐮 – Cobre
𝐀 𝐠 𝐂𝐥 − Cloreto de Prata
NMP – Metilpirrolidona
𝐇𝟐 𝐎 – Monóxido de Hidrogênio
Kl – Iodeto de Potássio
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Impacto das lixeiras a céu aberto ............................................................................. 10
Figura 2: Localização da Área de Estudo ................................................................................ 25
Figura 3: Localização dos pontos de amostragem .................................................................. 26
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Classificação da Dureza .......................................................................................... 18
Tabela 2: Lista de reagentes usados ........................................................................................ 29
Tabela 3: Lista de equipamentos usados ................................................................................. 30
Tabela 4: Resultados da entrevista .......................................................................................... 36
Tabela 5: Resultados dos parâmetros físicos e organolépticos ............................................... 37
Tabela 6: Resultados dos parâmetros químicos ...................................................................... 37
Tabela 7: Resultados dos parâmetros microbiológico............................................................. 38
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Resultados da Turbidez nos 2 (dois) pontos de amostragem ....................................... 39
Gráfico 2: Resultados da Condutividade nos 2 (dois) pontos de amostragem .............................. 40
Gráfico 3: Resultados dos Sólidos nos 2 (dois) pontos de amostragem ........................................ 41
Gráfico 4: Resultados do pH nos 2 (dois) pontos de amostragem ................................................ 42
Gráfico 5: Resultados Dos Nitratos nos 2 (dois) pontos de amostragem ...................................... 43
Gráfico 6: Resultados dos Nitritos nos 2 (dois) pontos de amostragem ....................................... 44
Gráfico 7: Resultados dos Cloretos nos 2 (dois) pontos de amostragem ...................................... 44
Gráfico 8: Resultados da Dureza nos 2 (dois) pontos de amostragem .......................................... 45
Gráfico 9: Resultados da Amónia nos dois pontos de amostragem .............................................. 46
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RESUMO
A deposição dos resíduos sólidos nas lixeiras a céu aberto acarreta vários problemas ambientais.
Estes problemas influênciam na qualidade da água, do solo, do ar e da vida dos moradores nos
arredores das lixeiras e das pessoas em contacto directo com os resíduos sólidos.
O presente trabalho teve como objectivo avaliar a influência da lixeira de Hulene sobre a
qualidade da água dos poços consumida pela população no Bairro de Hulene B, distrito
municipal Kamavota, na província de Maputo. A metodologia usada para a sua realização
consistiu na realização de entrevista aos moradores que possuem poços de água em suas
residências, recolha de amostras de água em dois pontos de possível influência da lixeira de
Hulene e análise laboratorial dos seguintes parâmetros com os respectivos métodos: pH
(Potenciometria), Conductividade (Condutimetria), Nitritos (UV-Visivel), Turbidez
(Turbidemetria), Dureza total (Volumetria de complexão com EDTA), Coliformes totais e fecais
(Número mais provável), Nitratos (UV- Visivel), Amoníaco (Metodo Directo), Cloretos (Metodo
de Mohr) e Sólidos totais e Dissolvidos (termogravimetria).
De um modo geral, podemos afirmar que as principais fontes de contaminação da água nestes
pontos são: a falta de manutenção e higiene dos poços de água e, acima de tudo, a lixiviação dos
resíduos sólidos depositados na lixeira de Hulene.
Como resultado da entrevista foi possível notar que o uso da água dos poços é reduzido devido
ao uso da água canalizada, os únicos poços de água ainda existentes são usados em caso de
escassez da água canalizada ou por famílias que tem acesso parcial a água canalizada (das 7 as
12 horas) para fins como beber, cozinhar, fazer limpeza, agricultura, entre outros. Notou-se
também que a água não apresenta qualidade adequada ao consumo e os poços não apresentam
condições adequadas das quais destaca-se a falta de tampa.
Palavras-Chave
Resíduos Sólidos, água dos poços, qualidade da água, lixeira, contaminação hídrica.
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Influência da Lixeira de Hulene na Qualidade da água dos poços consumida no Bairro Hulene B- Cidade de Maputo
ABSTRACT
The deposition of solid waste in open dumps causes several environmental problems. These
problems influence the quality of water, soil, air and life for residents in the vicinity of the dump
and for people in direct contact with solid waste.
The present work aimed to evaluate the influence of the Hulene dump on the quality of water
from the wells consumed by the population in the neighborhood of Hulene B, municipal district
of Kamavota, in the province of Maputo. The methodology used for this work consisted of
conducting interviews with residents who have water wells in their homes, collecting a water
sample at two points of possible influence from the Hulene dump and laboratory analysis using
the following parameters with the respective methods- Ph (potentiometry), conductivity
(conductivity), nitrites (UV- visible), turbidity (durbidity), total hardness (EDTA complex
colume), total and faecal coliforms (most likely number), nitrates (UV- visible), ammonia (direct
method), chlorides (mohr method) and total dissolved solids (thermogravimetry).
In general, we can say that the main sources of water contamination at these points are the lack
of maintenance and hygiene of water wells and above all the leaching of solid waste deposited in
the waste dump Hulene.
As a result of the interview, it was possible to notice that the use of water from wells is reduced
due to the use of piped water, the only remaining water wells are used in the event of a shortage
of piped water or by families that have partial access to piped water (from 7 am to 12 pm), for
purposes like drinking, cooking, cleaning, agriculture, among others. It was also noted that the
water does not have adequate quality for consum and the wells do not have adequate conditions,
of which the cap is missing.
Keywords
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GLOSSÁRIO
Lixiviação – extracção ou solubilização dos constituintes químicos de uma rocha, mineral, solo,
depósito sedimentar e etc., pela acção de um fluído percolante.
Lixiviado – efluente líquido gerado como resultado da percolação de água de chuva através dos
resíduos sólidos depositados em aterros sanitários ou lixeiras, bem como da humidade natural
desses resíduos.
Resíduos Sólidos Urbanos – resíduos resultantes da actividade doméstica e comercial dos centros
urbanos.
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Índice
DECLARAÇÃO DE HONRA ......................................................................................................... i
DEDICATÓRIA.............................................................................................................................. ii
AGRADECIMENTO .....................................................................................................................iii
RESUMO ........................................................................................................................................ x
ABSTRACT ................................................................................................................................... xi
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1
2.6. Impactos Causados pela Deposição dos Resíduos Sólidos na Lixeira de Hulene ................ 9
xiii
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2.11. pH ................................................................................................................................ 15
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APÊNDICES ................................................................................................................................. 56
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CAPÍTULO I
1. INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
A existência dos resíduos remonta desde a sedentarização das populações humanas e foi
devido ao advento da revolução industrial que se verificou um crescimento notório na
produção dos resíduos.
Na sociedade actual, a problemática dos resíduos é complexa, uma vez que a quantidade e
diversidade dos resíduos produzidos diariamente tem vindo a aumentar com o passar do
tempo.
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Carina Helena Mariano
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Várias técnicas foram desenvolvidas ou criadas para uma melhor recolha, tratamento e
deposição final dos resíduos sólidos como aterros sanitários, usinas de incineração e
compostagem, depósito de lixo a “céu aberto” (lixeira), entre outras.
Na cidade de Maputo, a maior parte dos resíduos sólidos são depositados na lixeira de
Hulene. Sendo uma lixeira a “céu aberto”, verifica-se problemas que variam desde a
contaminação do solo e posterior contaminação dos lençóis freáticos assim como também a
contaminação do ar com gases prejudiciais a camada de ozono (Machado, 2013); para além
de atrair diversos organismos vivos, alguns nocivos ao homem.
Assim sendo, o presente trabalho surge com o objectivo de avaliar a influência da lixeira de
Hulene sobre a qualidade da água dos poços consumida pela população no Bairro de Hulene
B e verificar os possíveis impactos que advêm do consumo desta água.
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Admitido que a qualidade da água para o consumo é importante na garantia de qualidade de vida,
surge a seguinte questão de pesquisa: Qual é a influência da lixeira de Hulene sobre a
qualidade da água dos poços consumida no Bairro Hulene B?
H0: A lixeira de Hulene influência na qualidade da água dos poços consumida no Bairro Hulene
B;
H1: A lixeira de Hulene não influência na qualidade da água dos poços consumida no Bairro
Hulene B.
1.3. OBJECTIVOS
1.3.1. Objectivo Geral
Avaliar a influência da lixeira de Hulene sobre a qualidade da água dos poços consumida pela
população no Bairro de Hulene B.
Capítulo II: apresenta a revisão bibliográfica sobre os aspectos abordados no trabalho. Neste
capítulo é feita revisão de literatura em estudos semelhantes que foram empreendidos no país
e em outro lugar no mundo, são dadas noções de conceitos de termos usados ao longo deste
trabalho.
Capítulo IV: descreve os materiais e métodos usados para a realização do presente trabalho.
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CAPÍTULO II
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Resíduos Sólidos
Os resíduos (sólidos, líquidos ou gasosos) ou simplesmente “lixo” são gerados nas diversas
actividades diárias e são descartados e acumulados no meio ambiente sem nenhum tratamento
prévio, causando dessa forma vários problemas de poluição.
Conforme Bidone e Povinelli, in Reis & Ferreira (2008), “ A palavra lixo origina-se do latim lix,
que significa cinzas ou lixívia, termo que foi substituído por resíduo”.
Segundo Marques e Neto (in Reis e Ferreira, 2008), afirmam que o termo resíduo originado do
latim residuu, significa aquilo que sobra de qualquer substância, (…) e o adjectivo sólido foi
atribuído com o objectivo de diferenciar de outros tipos de resíduo, os líquidos e gasosos.
Definição:
Resíduos Sólidos (RS) – são todos os resíduos resultantes de actividades humanas e animais que
normalmente são sólidos e que são descartados como inúteis ou indesejados (Tchebanoglous,
Theisen, & Eliassen, 1977).
Monteiro, et al (2001), afirma que das várias maneiras de classificar os resíduos sólidos as mais
importantes são quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente e quanto à
origem ou natureza.
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Resíduos domésticos volumosos – os provenientes das habitações, cuja remoção não se torne
possível pelos meios normais atendendo ao volume, forma ou dimensões que apresentam ou cuja
deposição nos contentores existentes seja considerada inconveniente pelo Município.
Resíduos sólidos, resultantes da limpeza pública de jardins, parques, vias, cemitérios e outros
espaços públicos.
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Marques (2011), afirma que no geral, as formas de deposição dos resíduos sólidos urbanos
(RSU) são o aterro sanitário, o aterro controlado e as lixeiras (descargas a “céu aberto”), sendo
esta última considerada inadequada devido aos seus impactos no meio ambiente.
Ou seja, antes da deposição dos resíduos, o solo é impermeabilizado com argilas compactadas e
membranas plásticas de modo a evitar a contaminação do lençol freático pelo lixiviado
produzido, os resíduos são colocados em trincheiras abertas no solo e cobertos com uma camada
de terra ao fim de cada dia após compactação, dispõe de um sistema de tratamento dos gases
gerados (Pino, et al., 2006).
Diferentemente dos aterros sanitários e controlados, as lixeiras são consideras as piores formas
de deposição final dos resíduos sólidos, uma vez que não há nenhum controle na deposição dos
resíduos e há maior poluição do meio ambiente.
Nas lixeiras, os resíduos são lançados directamente no solo acarretando problemas à saúde
pública como a proliferação de vectores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos, etc);
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A deposição dos resíduos sólidos em locais inadequados origina vários problemas ambientais e
sociais.
De acordo com Lima (in Moraes & Santos, 2014), os resíduos químicos como tintas, produtos de
limpeza, cosméticos, remédios entre outros, sem qualquer tipo de tratamento, podem poluir o
solo e a água, alterando as suas propriedades naturais e ainda ocorrem nas lixeiras vermes,
bactérias, fungos e vírus que são organismos patogénicos, representando um risco à saúde
humana.
De acordo com Batista et al (in Araujo, 2016) um dos impactos gerados pelas lixeiras a céu
aberto são os impactos sanitários, que se referem a actracção e proliferação de macro e micro
vectores como ratos, baratas, mosquitos, bactérias e vírus, que são responsáveis pela transmissão
de várias doenças como leptospirose, cólera, diarreia, febre tifóide, entre outras.
Segundo Ribeiro e Lima in Moraes & Santos (2014) afirmam que a elevada quantidade de
matéria orgânica presente nos RSU favorece a acção de microorganismos anaeróbicos,
libertando gases com maus odores, especialmente o sulfídrico; ocasionando mal-estar, cefaleias e
náuseas tanto nas pessoas em contacto directo com os resíduos como nas que se encontram
próximos; e também ocorre a poluição visual, prejudicando a estética local, e em alguns casos,
pode até comprometer actividades turísticas.
Durante a decomposição da matéria orgânica há formação do CO2 e CH4, que são os maiores
componentes dos gases emitidos nas lixeiras. O metano produzido forma misturas explosivas
quando em presença do oxigénio do ar. Para além do CO2 e CH4, são emitidos outros gases
associados a estes como o CO, N2, H2S entre outros que quando em concentrações suficientes
podem causar problemas de saúde e no meio ambiente (Lima, 2003).
Segundo Marques (2011), um dos problemas da deposição inadequada dos resíduos sólidos é a
poluição do solo que fica com as suas características físicas, químicas e biológicas alteradas,
constituindo-se num problema de ordem estética e, mais ainda, numa ameaça séria à saúde
pública; e ocorre também a poluição das águas, que se pode verificar através da elevação da
demanda bioquímica de Oxigénio (DBO), redução dos níveis de oxigénio dissolvido, formação
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Já Amorim in Moraes & Santos (2014) afirma que as lixeiras tem impactos sociais que consistem
na ocorrência de ferimentos e morte de pessoas através de acidentes de trânsito, quando
incendiadas, a fumaça gerada prejudica a segurança dos veículos nas estradas e existe ainda o
preconceito que as pessoas que utilizam os resíduos como fonte de renda para sobreviverem,
sofrem por parte da sociedade.
2.6. Impactos Causados pela Deposição dos Resíduos Sólidos na Lixeira de Hulene
De acordo com vários autores (Ferreira & Anjos (2001), Maússe (2015), Fernando (2015) E
Moraes & Santos (2014)) a lixeira de Hulene tem como impactos, os seguintes:
Geração de maus odores que causam mal-estar, cefaleias e náuseas em trabalhadores e pessoas
que se encontram nas proximidades;
Poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas através do chorume ou lixiviado que é
produzido pela decomposição da matéria orgânica, originando a produção de gases como CH4 e
CO2 aumentando a mineralização, elevada temperatura, aparecimento de cor, sabor e odor
desagradáveis;
Poluição atmosférica, resultante da queima dos RSU que libertam gases para a atmosfera
(GEE), essencialmente CH4, contribuindo assim para o efeito de estufa, ou caso fiquem retidos
podem ocasionar incêndios;
Durante a queima dos RSU produz-se vários compostos tóxicos para o ambiente como os
NOx, COV′s, CO, MP, entre outros;
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Apesar dos problemas causados, a lixeira constitui uma fonte de renda para algumas famílias
por meio da separação e comercialização de materiais recicláveis (latas, plásticos e papéis),
ficando expostos desta forma, a todos tipos de riscos presentes nos resíduos tais como:
ferimentos, cortes, doenças ocupacionais por estarem expostos a poeiras, ruídos excessivos, ao
frio, calor, fumaça, microrganismos patogénicos e pela adopção de posturas forçadas e
incómodas. Além de constituir uma fonte de renda para algumas famílias, elas buscam restos de
alimentos para o consumo que muitas vezes já se encontram em estado de deterioração e
contaminados devido ao contacto com os diversos resíduos, ficando vulneráveis a várias doenças
como diarreias, cólera, doenças gastrointestinais, entre outras.
Modificação da paisagem nas áreas circunvizinhas pelos resíduos leves como plásticos e
papéis que são conduzidos pelo vento por uma longa distância, causando dessa forma um
impacto visual.
Na época chuvosa, a água escorre da lixeira até as residências, arrastando consigo diversos
tipos de resíduos que se amontoam nas residências, acarretando desta forma impactos adversos
as famílias afectadas.
A figura 1 ilustra de uma forma sucinta, os impactos que advém da deposição dos resíduos
sólidos em lixeiras a céu aberto.
Fonte: http://euambientalista.blogspot.com
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Os lixiviados das lixeiras, resultantes da circulação da água através da lixeira, são altamente
redutores e enriquecidos em amónio, ferro ferroso, manganês e zinco, para além de apresentarem
valores elevados da dureza, do total de sólidos dissolvidos e da concentração de cloreto, sulfato,
bicarbonato, sódio, potássio, cálcio e magnésio. Ao atingir o aquífero origina um aumento da
mineralização, elevação da temperatura, aparecimento de cor, sabor e odor desagradáveis
(Antunes, 2006).
O lixiviado para além de contaminar o solo, uma parte deste líquido produzido escoa
superficialmente e outra infiltra lentamente no solo e atinge o lençol freático, causando dessa
forma a contaminação das águas subterrâneas, afectando posteriormente a saúde das plantas,
animais e das pessoas que terão o contacto directo com esta água.
O biogás produzido para além de contribuir para o aumento do efeito estufa, acentuando o
aquecimento global, pode ainda representar risco a saúde humana e quando captado pode ser
usado para o aproveitamento energético ou para a sua queima (para eliminar os gases tóxicos e
transformar o CH4 em CO2 para reduzir o potencial de aquecimento global) (Souza, 2009).
O conceito de qualidade da água deve sempre ser vista em relação ao uso que se faz dessa água.
Por exemplo, uma água de qualidade adequada para uso industrial, navegação ou geração
hidreléctrica pode não ter qualidade adequada para o abastecimento humano, a recreação ou a
preservação da vida aquática (Lira, 2014).
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De acordo com Lira (2014), não existe um indicador único que sintetize todas as variáveis de
qualidade da água, geralmente são usados indicadores para usos específicos, tais como o
abastecimento doméstico, a preservação da vida aquática e a recreação de contacto primário
(balneabilidade).
Potável – a que pode ser consumida pelo homem sem qualquer perigo e está isenta de
poluição ou contaminação, de acordo com os resultados das análises laboratoriais, da vigilância
sanitária e do seu uso contínuo;
Poluída – a que apresenta alterações das características físicas normais próprias da água de
consumo, em consequência do aparecimento ou aumento de substâncias causadoras de turvação,
cor, sabor ou cheiro, qualquer que seja a sua natureza. Deve ser igualmente considerada poluída
a água que sofre modificações químicas, independentemente das variações normais da sua
composição;
Toda a água no seu estado original ou após tratamento, destinada a ser bebida, a cozinhar, a
preparar alimentos ou para outros fins domésticos, independentemente da sua origem e ser
fornecida a partir de um sistema de abastecimento de água com ou sem fins comerciais;
Toda a água utilizada numa empresa da indústria alimentar para o fabrico, transformação,
conservação ou comercialização de produtos destinados ao consumo humano.
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De um modo geral, a água para o consumo humano deve ser isenta de microrganismos
patogénicos, substâncias tóxicas e não possuir cor, cheiro e nem sabor.
A substância física, organoléptica, química ou microbiológica que é usada como guia ou padrão
de qualidade da água é designada indicador ou parâmetro de qualidade da água.
É importante conhecer substâncias ou impurezas presentes numa água para que se possa escolher
o tratamento e para avaliar os níveis de poluição da água (Sousa, 2001).
A análise qualitativa da água pode ser determinada através dos parâmetros físico-químicos,
organolépticos e microbiológicos.
Definidos como as características que se apreendem através dos sentidos. Tem uma importância
mais subjectiva do que higiénica. No entanto, podem constituir um risco indirecto para a saúde,
já que características desfavoráveis podem conduzir ao consumo de águas mais agradáveis aos
sentidos e que poderão ser nocivas (Gouveia, 1983).
a) Cor
A cor deriva do contacto com substâncias orgânicas como folha, madeira, etc., em estado de
decomposição, da existência de compostos de ferro e de materiais corados em suspensão. Desta
forma, distingue-se a cor verdadeira que deriva da existência de partículas coloidais
provenientes de extractos de matéria orgânica e a cor aparente devida a existência de materiais
em suspensão (Vaz, 1976).
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Não é recomendável para pintura, fabrico de papel, leitarias, indústria têxtil e de plásticos,
pois pode alterar a cor dos produtos fabricados;
Reduz a capacidade de desinfecção com cloro, consumindo grandes quantidades deste produto
e pode promover a formação de clorofenóis, ácidos carboxílicos clorados e tihalometanos
(compostos cancerígenos).
O limite máximo admissível para a cor na água para o consumo humano segundo a legislação
vigente no País, Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro que aprova o Regulamento
sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano, é de 15 TCU.
b) Sabor e Cheiro
Os problemas de cheiro e sabor são muito complexos, pois sendo parâmetros intimamente
relacionados, é difícil, por vezes, fazer a sua diferenciação. Contudo, certas substâncias não
voláteis dissolvidas na água podem provocar sabores sem causarem cheiros, como é o caso das
águas alcalinas, salinas e ferruginosas. No caso de águas desinfectadas com cloro, no excesso
deste ou no caso de formação de clorofenóis, para além do sabor haverá ainda, o aparecimento
de cheiros (Gouveia, 1983).
O limite máximo admissível para o sabor e o cheiro na água para o consumo humano segundo a
legislação vigente no País, Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro que aprova o
Regulamento sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano, é insípido e inodoro
respectivamente.
Os parâmetros físicos normais da água apresentam desvios quando a água é sujeita a poluições, e
quando significativos podem ser suficientes para determinar a zona de poluição ou zona de
influência ou as variações que ocorrem no tempo. Os parâmetros químicos são os mais
importantes na caracterização da água e permitem classificar a água quanto à sua mineralização,
composição química, caracterizar o grau de poluição e a natureza dos poluentes (Gouveia, 1983).
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Nitratos; Fluoretos;
Matéria Orgânica e
Alumínio
2.11. pH
De acordo com Sousa (2001) a concentração do ião hidrogénio é muito importante para avaliar a
qualidade da água porque o seu valor determina todos os equilíbrios que se estabelecem na água;
e consoante os valores de pH as águas classificam-se em:
O limite máximo admissível para o pH na água para o consumo humano segundo a legislação
vigente no País, o Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro que aprova o
Regulamento sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano, é de 6.5-8.5.
2.12. Turbidez
É devida a substâncias inorgânicas puras como rochas, solo (areia fina, matérias calcarias, argila)
e orgânicas (Vaz, 1976).
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O limite máximo admissível para a turbidez na água para o consumo humano segundo a
legislação vigente no País, Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro que aprova o
Regulamento sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano, é de 5NTU.
2.13. Conductividade
Compostos iónicos – são sólidos que se dissolvem em água e caracterizados como sendo
cloretos, sulfatos, nitratos e fosfatos.
O limite máximo admissível para a condutividade na água para o consumo humano segundo a
legislação vigente no País, Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 Setembro que aprova o
Regulamento sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano, é de 50-2000 µmho /cm.
A determinação das diversas fracções de sólidos presentes na água fornece uma informação
importante para a caracterização de águas naturais, esgotos sanitários, efluentes industriais e
águas de abastecimento (Markos, 2008).
Pádua (1994) define sólidos como sendo todos os materiais presentes na água, com excepção dos
gases dissolvidos, contribuem para a carga de sólidos presentes (corpos d’água).
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Segundo este autor, os sólidos podem ser classificados em: sedimentáveis, em suspensão,
colóides e dissolvidos; sendo que na prática são considerados como: os sólidos em suspensão e
os sólidos dissolvidos totais.
Para Marisec (2009), sólidos nas águas correspondem a toda matéria que permanece como
resíduo, após evaporação, secagem ou calcinação da amostra a uma temperatura pré-estabelecida
durante um tempo fixado.
Os sólidos totais, ou o resíduo após evaporação de 103 a 105 °C, podem ser divididos em sólidos
em suspensão e sólidos filtráveis, onde os sólidos em suspensão são os sedimentáveis que
decantam após 60min e os filtráveis são os sólidos coloidais e dissolvidos (que são moléculas
orgânicas que volatiliza a 600ºC e inorgânicas que permanece sob a forma de cinzas, em solução
na água). Assim, são definidos os sólidos em suspensão voláteis e os sólidos em suspensão fixos
como sendo, respectivamente, a parcela orgânica e inorgânica dos sólidos totais (Sousa, 2001).
De acordo com Gonçalves (2015), os sólidos totais têm os seguintes impactos sobre a água:
O limite máximo admissível para os sólidos totais na água para o consumo humano segundo a
legislação vigente no País, Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro que aprova o
Regulamento sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano, é de 1000 mg/l.
Gonçalves (2015) define a dureza como sendo a capacidade da água de precipitar sabão, ou seja,
na água que contém sabões estes tornam-se insolúveis, não formando espuma.
Na maior parte dos casos a dureza é devida sobretudo aos iões Cálcio e Magnésio e, mais
raramente aos iões Ferro, Manganês e Estrôncio. Nas águas naturais estes catiões estão
essencialmente combinados com os bicarbonatos, sulfatos e, por vezes, com os cloretos e nitratos
(Gouveia, 1983).
Lira (2014), afirma que elevada dureza reduz a formação de espuma além de provocar
incrustações nas tubulações de água quente, caldeiras e aquecedores e a ingestão de águas duras
contribui para uma menor incidência de doenças cardiovasculares.
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Pode causar ainda a irritação da pele, manchas na roupa e também tem um efeito laxativo
(sulfato de Ferro) (Gonçalves, 2015).
O limite máximo admissível para a dureza na água para o consumo humano segundo a legislação
vigente no País, Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro que aprova o Regulamento
sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano é de 500 mg/l.
De acordo com Vaz (1976) as águas são vulgarmente classificadas de acordo com o seu grau de
dureza, como ilustrado na tabela 1.
2.16. Cloretos
O cloreto (𝐶𝑙−) é um anião que encontra-se dissolvido na água, que resulta da lixiviação das
rochas e dos solos com as quais as águas contactam, e nas zonas costeiras, da intrusão salina
(Sousa, 2001).
O limite máximo admissível para os cloretos na água para o consumo humano segundo a
legislação vigente no País, Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro que aprova o
Regulamento sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano, é de 250 mg/l.
No meio aquático, o elemento químico Nitrogénio pode ser encontrado sob diversas formas
(Lira, 2014):
Nitrogénio orgânico;
a) Azoto Amoniacal
A amónia pode estar presente naturalmente em águas superficiais ou subterrâneas, sendo que
usualmente sua concentração é baixa devido à sua fácil adsorção por partículas do solo ou à
oxidação a nitrito e nitrato. Entretanto, a ocorrência de concentrações elevadas pode ser
resultante de fontes de poluição próximas, bem como da redução de nitrato por bactérias ou por
iões ferrosos presentes no solo. A presença da amónia produz efeitos significativos no processo
de desinfecção da água pelo cloro, através da formação de cloraminas, que possuem baixo poder
bactericida (Alaburda & Nishihara, 1998).
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O limite máximo admissível para o amoníaco na água para o consumo humano segundo a
legislação vigente no País, Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro que aprova o
Regulamento sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano é de 1,5 mg/l.
b) Nitratos
Os nitratos podem ser perigosos se a sua concentração na água for elevada, conduzindo a
fenómenos de intoxicação (podem ter acção metamoglobilizante, conduzindo a fenómenos de
asfixia interna), no caso de ingestão por lactentes e mesmo até para crianças (Gouveia, 1983).
O limite máximo admissível para os nitratos na água de consumo humano segundo a legislação
vigente no País, Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro que aprova o Regulamento
sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano é de 50mg/l.
2.18. Cálcio
O Cálcio é um dos elementos mais abundantes na água, podendo a sua concentração variar entre
zero e centenas de mg/l dependendo do tipo de água e das características geológicas da fonte.
Níveis elevados de cálcio podem ser benéficos e águas ricas em cálcio são muito palatáveis. A
máxima diária exigência é da ordem de 1 a 2 gramas e vem especialmente a partir de produtos
lácteos (Agency, 2001).
O Cálcio está presente nas águas na forma de bicarbonatos, cloretos e sulfatos, sendo que as
formas mais comuns são as de carbonato de Cálcio e carbonato de Cácio Magnésio. Na maioria
das águas, a percentagem causada por compostos de Mg é muito menor que a percentagem
causada pelos compostos de Ca. A presença de Cálcio nos suprimentos de água resulta da
passagem sobre depósito de Calcário, dolomita, gesso e xisto gipsérico. Não há nenhuma
objecção a saúde a um elevado teor de Ca em água mas quando o conteúdo é mais de 200 ppm,
problemas como a dureza da água surgirão (Twort, 1963). De acordo com a legislação nacional,
concentrações elevadas de Cálcio aumentam a dureza da água.
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O limite máximo admissível para o Cálcio na água de consumo humano segundo a legislação
vigente no País, Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro que aprova o Regulamento
sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano é de 50mg/l.
2.19. Magnésio
O Magnésio está presente na água na forma de bicarbonatos, cloretos e sulfatos (Twort, 1963).
O limite máximo admissível para o Magnésio na água para o consumo humano segundo a
legislação vigente no País, Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro que aprova o
Regulamento sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano é de 50mg/l.
O ferro aparece principalmente em águas subterrâneas devido à dissolução do minério pelo gás
carbónico da água, conforme a reacção (Marisec, 2009):
Teores elevados de Ferro conferem à água sabor desagradável e aspecto turvo e avermelhado,
provocando manchas em roupas e utensílios sanitários. Podem conduzir ao desenvolvimento de
microrganismos aeróbicos, levando à deterioração da qualidade da água com o aparecimento de
cor, turvação e maus cheiros provenientes da morte das bactérias, além de favorecerem o
aparecimento de outras bactérias, fungos e outras formas de vida animal (Gouveia, 1983). De
acordo com a legislação nacional pode causar ainda a necrose hemorrágica.
O limite máximo admissível para o ferro na água para o consumo humano segundo a legislação
vigente no País, Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro que aprova o Regulamento
sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano é de 0.3mg/l.
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2.21. Alumínio
O alumínio é abundante no meio ambiente, está presente no solo, ar e água. Pode ter origens
naturais ou antropogénicas (Rosalino, 2011).
A presença de altos níveis de alumínio no organismo causa efeitos neurotóxicos, afecta os ossos
e, possivelmente, desregula o sistema reprodutor. Quando consumido em maiores quantidades,
excede a capacidade do organismo eliminá-lo, ficando depositado no corpo e pode causar
problemas (Hydro, 2013).
O limite máximo admissível para o alumínio na água para o consumo humano segundo a
legislação vigente no País, Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro que aprova o
Regulamento sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano é de 0.2mg/l.
2.22. Fluoretos
Os fluoretos são normalmente encontrados em águas naturais, solo, ar, nas plantas e na vida
animal. Podem ser encontrados também nas pastas de dente, gomas de mascar, vitaminas e
remédios. Em locais onde existem minerais ricos em flúor (áreas com depósitos geológicos de
origem marinha) as concentrações podem atingir até 10mg/l ou mais. Concentrações de fluoretos
acima de1.5mg/l aumentam a incidência de fluorose dentária (Marisec, 2009).
O limite máximo admissível para os fluoretos na água para o consumo humano segundo a
legislação vigente no País, Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro que aprova o
Regulamento sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano é de 1.5mg/l.
O limite máximo admissível para a matéria orgânica na água para o consumo humano segundo a
legislação vigente no País, Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro que aprova o
Regulamento sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano, é de 2.5mg/l.
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Os microrganismos são introduzidos no organismo humano por via cutânea ou por ingestão de
água contaminada, pelo contacto primário com águas de recreação e ainda por ingestão de
líquidos ou de alimentos contaminados durante o preparo de alimentos ou em seu ambiente de
origem (Yamaguchi, Cortezi, Ottonii, & Oyama, 2013).
Os principais indicadores de contaminação fecal são as bactérias do grupo coliforme que inclui
os géneros Klebsiella, Escherichia, Serratia, Erwenia e Enterobacteria (Freire & Omena, 2005).
O número total de bactérias presentes na água dá a indicação à qualidade mas, são as bactérias de
origem intestinal que mais significado tem na transmissão de doenças por via hídrica. Embora as
bactérias patogénicas (Salmonela, Vibrião, Shigela) possam contaminar a água, o seu número é
sempre muito inferior ao dos constituintes normais da flora fecal.
Os coliformes totais são o grupo de coliformes que compreende todas as bactérias gram-
negativas com forma de bastonete, aeróbicas e anaeróbicas facultativas, não esporuladas que em
menos de 48h fermentam a lactose a 35-37°C com produção de gás, ácido e aldeído (Água,
1997).
Os coliformes fecais são um subgrupo dos coliformes totais. Trata-se de bactérias gram-
negativas com forma de bastonete, aeróbicas, capazes de crescer a temperatura de 44-44.5°C em
menos de 24h, fermentando a lactose com produção de ácido e gás (Água, 1997).
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CAPITULO III
A lixeira de Hulene teve o início do seu funcionamento em 1976, tem uma área de cerca de
17 hectares e uma altura de resíduos sólidos entre 6 e 15m, operando 24h/dia (CMM, 2008).
De acordo com Mucavele (2015), o lixo depositado na lixeira de Hulene é uma mistura
heterogénea constituída geralmente dos seguintes resíduos sólidos:
Resíduos domésticos;
Resíduos volumosos;
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P1- 83,15m
P2- 662,21m
A área em estudo situa-se numa zona tropical chuvosa, com duas estações: uma quente e
chuvosa entre Outubro e Março, e outra mais fria e seca entre Abril e Setembro. A
temperatura média é de cerca de 19°C na época seca e de 26°C na época húmida e quente. A
precipitação é de cerca de 860mm por ano (CMM, 2008). Segundo o Instituto Nacional
Estatística (2015) a temperatura média registada no ano de 2014 foi de 23°C na época seca e
de 26°C na época húmida e quente; e a precipitação foi de cerca de 104mm por ano.
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De acordo com Tonin (2013), em solos arenosos a permeabilidade é considerada alta com
um coeficiente de permeabilidade (K) de 10-3 a 10-5cm/s. O solo arenoso tem menor
porosidade, baixa retenção de água, boa drenagem e aeração, é mais lixiviável e com baixa
quantidade e rápida decomposição da matéria orgânica (Reinert & Reichert, 2006).
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CAPÍTULO IV
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Método é entendido como sendo uma sequência lógica de procedimentos que se pode seguir para
consecução de um objectivo (Appolinario:132 apud Vilanculos 2017).
O trabalho é de carácter experimental fundamentado numa abordagem mista (quantitativa e
qualitativa).
O método experimental foi escolhido pelo facto de apresentar maior exactidão e precisão, e ser
específico para pesquisas quantitativas em Ciências Naturais, permitindo assim maior
informação sobre a qualidade e sistematizar a influência de um conjunto de factores sobre uma
determinada variável na base de números o que facilita a sua análise e interpretação.
O método experimental tem a vantagem de possibilitar a análise mais clara e sistematizada sobre
a influência e interacção das variáveis estudadas numa determinada hipótese permitindo formular
leis gerais sobre um dado fenómeno. (Boane 2017:50)
Observação: é todo o procedimento que permite acesso aos fenómenos estudados. Ė etapa
imprescindível em qualquer tipo ou modalidade de pesquisa. (Severino.2007:125).
Para o presente trabalho recorreu-se a observação directa, que serviu para a recolha dos dados
mais pormenorizados do processo produtivo, higiénico, dos poços em causa.
Entrevista: Segundo Lakatos e Marconi (2003:195) apud Malace (2017) define a entrevista
como sendo um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a
respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional.
4.2.Reagentes e Equipamentos
Reagentes
Com vista a determinar os parâmetros químicos e microbiológicos foram usados vários tipos de
reagentes, de acordo com o tipo de parâmetro a determinar. Na tabela abaixo está apresentado
apenas os principais reagentes ou soluções.
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Equipamentos
Na tabela abaixo serão representados apenas os equipamentos que serão usados durante a
realização das experiencias laboratoriais
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amostras
Antes de realizar a recolha das amostras fez-se a higienização das mãos com água e sabão e
assepsia com álcool, e de seguida usaram-se luvas descartáveis.
Descer o frasco com cuidado para não tocar nas paredes do poço e enchê-lo com a amostra;
De modo a realizar a recolha de água para análise físico-química serão seguidos os seguintes
procedimentos:
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Descer o balde com cuidado para não tocar nas paredes do poço e enchê-lo com a amostra;
Quando cheio, transferir para o frasco, enxaguando o mesmo 2 ou 3 vezes com a própria amostra
antes de enchê-lo;
Procedimentos Laboratoriais
As análises foram realizadas no LNHAA, dos seguintes parâmetros: Sólidos Totais Dissolvidos,
Amoníaco, Dureza total, Cloretos, Conductividade, Turbidez, pH, Coliformes Fecais e Totais,
Cor, Nitritos, Cheiro e Nitratos.
𝑉1∗𝑁∗35,5
[ 𝐶𝑙 − ] = *1000
𝑉
Sendo:
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Num Erlenmeyer de 250ml colocou-se 50ml de amostra, 1ml da solução tampão de amónia, 2
gotas de indicador ericromo preto (T) e titulou-se com EDTA 0,002 até viragem da cor
vermelha-vinosa a azul-escuro. Os resultados foram determinados com base na seguinte fórmula:
1000∗𝑉1
𝐶𝑎𝐶𝑂3 𝑚𝑔/𝑙=
𝑉
Ou Dureza =𝑉1∗20
Sendo:
P ipetou-se 50ml de amostra em um balão volumétrico de 50ml com colo alto, adiciona-se 2
gotas de EDTA a 0,5 N, 2ml de reagente de Nessler e misturou. Depois de 15min até o
aparecimento de cor-de-rosa, mediu-se a intensidade da cor utilizando o espectrofotómetro no
comprimento de onda 420nm.
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Determinação de Conductividade
Determinação da turbidez
Para a determinação de turvação fez-se da seguinte maneira: Calibra-se o turbidímero com água
destilada. Mediu-se 100 ml da amostra no copo de Becker e Fez-se a leitura directa.
b−a
[Sólidos] = 𝑥 106
v
Onde:
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Determinação do pH
Fez-se a lavagem dos eléctrodos de vidro e referência com água destilada e deixou-se secar.
Colocou-se 100ml de amostra num copo de Becker e introduziu-se o eléctrodo de referência e
procedeu-se com a leitura directa.
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CAPÍTULO V
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Ausente NMP*/100ml
Coliformes totais >100/100ml >100/100ml 0-10/100ml e Ufc/ 100mL
Ausente NMP*/100ml
Para uma melhor compreensão e análise dos resultados, a seguir são apresentados gráficos que
ilustram o comportamento dos parâmetros físicos e químicos dos dois pontos em relação aos
limites estabelecidos pelo Regulamento sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano
(Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro, do Ministério da Saúde). Os gráficos são
de barras (verticais) e de linhas (horizontais), em que os gráficos de barras ilustram os resultados
obtidos no presente trabalho e os gráficos de linhas ilustram os valores limites estabelecidos pela
Legislação Moçambicana.
O solo da área de estudo por se tratar de um solo permeável permite que o lixiviado infiltre com
maior facilidade para o solo, atingido o reservatório de água (água subterrânea). A lixeira por
estar na zona alta, o nível de escoamento é maior, isto é, a água escoa para as zonas mais planas
ou com baixo nível de declividade (pontos de amostragem) onde a tendência à infiltração é maior
(pois a água ficará mais tempo sobre o solo).
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a) Turvão
De acordo com a legislação nacional, o limite máximo estabelecido para a turbidez da água para
o consumo humano é de 5NTU. De acordo com o gráfico 1, pode se observar que a turbidez
apresentou valores no limite, ou seja dentro do padrão recomendado. As possíveis fontes da
turbidez na água são os materiais sólidos em suspensão ou no estado coloidal que podem ser
microrganismos, substâncias orgânicas ou minerais e deterioração das paredes do poço. Uma
água turva não tem efeitos directos na saúde mas indica uma possível presença de substâncias
tóxicas e pode reduzir a eficiência da desinfecção.
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b) Condutividade
De um modo geral, maior desvio dos valores da conductividade eléctrica se situa longe da fonte
de contaminação comparativamente ao valor do ponto próximo da fonte de contaminação, facto
que pode estar associado ao declive do terreno, isto é,o ponto mais distante da lixeira encontra-se
na zona baixa, o que influencia a facilidade de escoamento dos lixiviados que concentram-se
nesta zona.
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c) Sólidos totais
De acordo com o gráfico 3, nota-se que a concentração dos sólidos totais e totais dissolvidos não
atingiram o limite máximo estabelecido pela legislação em todos os pontos de amostragem,
respectivamente. Do ponto de vista sanitário, a presença de os sólidos totais e dissolvidos na
água conferem um aspecto visual desagradável e criam um ambiente propenso a contaminação
por microrganismos.
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a) pH
De acordo com a legislação nacional, o valor do pH da água para o consumo humano deve estar
compreendido na faixa de 6.5-8.5. Dos resultados obtidos dos 2 pontos de amostragem, e com
base no gráfico 4, pode-se observar que os valores do pH encontram-se na faixa de 6.8-6.99,
acima do valor mínimo estabelecido pela legislação nacional. Com base nestes resultados
conclui-se que as águas dos 2 pontos são ácidas. De acordo com Feitosa e Filho in (Santos A. D.,
2008), a maioria das águas subterrâneas apresenta pH na faixa de 5.5-8.5. A acidez da água é
devida a presença de dióxido de carbono resultado da decomposição da matéria orgânica e
efluentes industriais. Os principais efeitos associados aos elevados valores de pH são: sabor
desagradável e corrosão de tubagens, bem como dos próprios poços, reduzindo o tempo de vida
útil destes e afectar a qualidade da água.
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b) Nitratos
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c) Nitritos
d) Cloretos
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Como pode se observar no gráfico 7, a concentração dos cloretos não ultrapassou o limite
máximo estabelecido pela legislação nacional (250mg/l). Apesar da concentração dos cloretos
não ter ultrapassado o limite máximo estabelecido, efeitos são verificados em uma residência
onde afirma-se que a água apresenta um sabor salgado. As possíveis fontes de cloretos nestas
águas são os efluentes domésticos.
e) Dureza
De acordo com a legislação nacional, o limite máximo admissível para a dureza total na água
para o consumo humano é de 500mg/l (Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de Setembro, do
Ministério da Saúde). Observando o gráfico 8 nota-se que a dureza total ultrapassou o limite
máximo estabelecido pela legislação nacional em um dos pontos, tendo atingido o seu valor
máximo de 740mg/l. De acordo com Vaz (1976) a água nos pontos de amostragem é classificada
como sendo muito dura, facto que é comprovado com os resultados do inquérito, no qual uma
das residências afirma que a água apresenta uma dificuldade de espumar com sabão.
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As fontes da dureza da água provém dos resíduos sólidos depositados na lixeira, como as cascas
de ovos que contém carbonato de Cálcio e os entulhos de construções que contém quantidades
consideráveis de calcário.
A duzeza da água cria problemas como redução da eficiência de detergentes, incrustações nos
recipientes de aquecimento de água, como as chaleiras e problemas de saúde pública por maior
incidência de cálculo renal podem surgir devido a dureza da água.
f) Amónia
Observando o gráfico 9, nota-se que a concentração de amoníaco não atingiu o limite máximo
estabelecido pela legislação nacional (1.5mg/l). A determinação de amoníaco foi realizada duas
vezes, onde numa primeira fase, 2 dias após a recolha das amostras a concentração do amoníaco
foi significativa (75%) e na segunda, 15 dias depois, a concentração foi muito baixa (3%) como
observa-se no gráfico acima.
Este facto explica-se pelo facto do amoníaco ser volátil, isto é, com o passar dos dias e com a
falta de alguns cuidados com as amostras (garrafas abertas por muito tempo e não conservadas a
temperaturas regulares), houve uma alteração nas propriedades das amostras, resultando nessa
alteração na determinação do amoníaco. Mas também pode ter ocorrido a decomposição do
amoníaco a outros compostos de nitrogénio como nitritos e nitratos.
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A presença de amoníaco pode indicar uma contaminação recente e directa por dejectos humanos
e animais, facto que pode ser associado a presença das latrinas próximas aos poços de água. O
amoníaco quando presente na água para o consumo humano tem um efeito tóxico pois interfere
no transporte do oxigénio pela hemoglobina, sabor e cheiro desagradável.
A existência deste número excessivo de coliformes totais e fecais está associada a dejectos
humanos que podem ser justificados pela existência de latrinas próximas aos poços de água e a
matéria orgânica em decomposição; e como consequência causam doenças gastrointestinais ao
homem.
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CAPÍTULO VI
6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
6.1. CONCLUSÃO
O presente trabalho teve como objectivo geral avaliar a influência da lixeira de Hulene sobre a
qualidade da água dos poços consumida pela população no Bairro de Hulene B.
A água dos poços arredores da lixeira de Hulene não possui qualidade adequada para o seu
consumo, uma vez que alguns dos parâmetros (cor, depósitos, nitratos, dureza, condutividade e
coliformes totais e fecais) apresentam alterações quando comparados com os limites máximos e
mínimos estabelecidos pela legislação nacional (Diploma Ministerial n°180/2004 de 15 de
Setembro, do Ministério da Saúde).
Com base nos resultados obtidos conclui-se que o poço mais próximo da lixeira apresenta
desvios significativos em relação aos padrões estabelecidos pela legislação nacional vigente.
Este facto deve-se a proximidade a lixeira e as condições em que o poço se encontra, por outro
lado o ponto mais distante apresenta contaminação pela condutividade eléctrica, facto que está
associado ao declive do terreno, isto é,o ponto mais distante da lixeira encontra-se na zona baixa,
o que influencia a facilidade de escoamento dos lixiviados que concentram-se nesta zona.
De um modo geral, podemos afirmar que as principais fontes de contaminação da água nestes
pontos são: a falta de manutenção e higiene dos poços de água e, acima de tudo, a lixiviação dos
resíduos sólidos depositados na lixeira de Hulene.
Com base na entrevista feita concluiu-se que com o surgimento das redes de distribuição de água
o número de poços reduziu significativamente, porém a sua existência não deixa de constituir um
risco à saúde pública, pois no caso de escassez de água a população recorre a água destes.
A contaminação das águas subterrâneas pelos resíduos sólidos depositados na lixeira é provável
devido à proximidade do lençol freático à superfície do solo, lixiviação e infiltração dos
lixiviados até ao lençol freático.
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Como Conclusão, atendendo a questão de pesquisa e validando a Hipotese H0, podemos afirmar
que a lixeira de Hulene tem sim influência sob a qualidade da água dos poços consumida no
Bairro de Hulene B.
Para além dos impactos na qualidade da água, os resíduos sólidos também influênciam na
qualidade do ar, do solo e da vida dos moradores nos arredores da lixeira.
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6.2. RECOMENDAÇÕES
O trabalho teve como objectivo principal avaliar a influência da lixeira de Hulene sobre a
qualidade da água dos poços consumida pela população no Bairro de Hulene B, porém, não
houve condições para a realização de todas análises previstas por falta de condições financeirtas
e pela disponibilidade, pelo que para os próximos estudos devem ser feitas mais análises que
permitam avaliar a qualidade da água.
Para além de serem analisados os parâmetros traçados no trabalho deve ser considerada a análise
dos seguintes parâmetros: Hg e Cu devido à presença de alguns resíduos eléctricos e electrónicos
cuja composição contém estes elementos.
De modo a verificar os impactos da lixeira sobre as águas subterrâneas recomenda-se que se faça
a comparação dos dados das análises actuais com os dados anteriores (antes da existência da
lixeira) da qualidade da água. Essa comparação permitirá saber se houve modificação da
qualidade da água por influência dos resíduos. Assim sugere-se a criação de uma base de dados
com todas as monitorizações realizadas neste local ao longo do tempo, para efeitos de
comparação e identificação da evolução.
Fazer a análise qualitativa desta água nas 2 épocas do ano (chuvosa e seca), de modo a fazer uma
comparação e verificar a influência da chuva na qualidade da água.
Fazer a colheita de amostras em mais pontos de amostragens, com vista verificar o raio de
influência da lixeira de Hulene na qualidade da água.
A deposição dos resíduos sólidos a céu aberto não só causa impactos sobre a qualidade da água,
mas também influência na qualidade do solo, ar e da própria vida dos moradores arredores, daí
que recomenda-se a avaliação do impacto da lixeira na qualidade do solo, ar e da vida dos
moradores.
Devido aos impactos a longo prazo da lixeira, o Ministério da Saúde com auxílio dos
consumidores poderia monitorar periodicamente a qualidade da água dos poços.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APÊNDICES
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10. Tem notado alguma diferença (na pele, doenças frequentes) após o início do uso dessa
água?
11. Tem verificado alguma diferença na qualidade da água durante o tempo chuvoso e seco?
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Uma das metodologias usadas para a realização do presente trabalho foi o trabalho de campo,
em que uma das fases consistiu na realização de uma entrevista a população do bairro de
Hulene B que possui poços de água em sua residência. Nesta fase foram feitas perguntas aos
moradores (2 moradores) que possuem poços de água em suas residências (neste caso fora 2
residências visitadas, formados por 5 a 6 agregados familiares) e também algumas
observações das condições dos poços de água. Desta feita, conclui-se que:
O número de poços de água reduziu significativamente com a ampliação das novas redes de
distribuição de água (FIPAG e furos), sendo difícil encontrar 1 poço de água em cada
quarteirão. Os poços visitados foram abertos nos anos de 1974 e 2000.
A profundidade dos poços vária de 8m a 10m desde o topo dos poços até a superfície da
água.
Com o acesso a água canalizada o uso da água dos poços reduziu significativamente.
Moradores afirmam que a água dos poços é utilizada em algumas actividades como limpeza,
construção de casa (regar blocos), lavar e tomar banho e o consumo directo (beber e
cozinhar) pois ainda não foram afectados com a distribuição da FIPAG na totalidade
(dependem de uma torneira que fornece água das 7 horas até as 12). Antes do consumo
directo é feita a fervura e purificação da água com uso da soda ou certeza, sendo que ao ser
colocada a soda, o poço é mantido inactivo durante 24h.
A captura da água dos poços é feita com uso de baldes plásticos de 2L a 10L fixos numa
corda, e o uso diário varia d e 20 a 50L por dia.
Um poço é mantido em boas condições (tapado e limpo), daí que foi notável no outro sólido
em suspensão (turbidez), folhas, minhocas e cor na água.
Em relação a época (chuvosa ou seca) no poço que apresenta cobertura (poço 2) não há
nenhuma alteração na qualidade da água diferente do poço que não apresenta cobertura (poço
1), que tem um sabor salgado e verifica-se redução na formação de espuma durante o uso de
sabão.
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1. Sólidos totais
Aparelhos e Utensílios
Balança analítica;
Estufa;
Banho-maria;
Exsicador;
Cápsulas de Platina ou porcelana com uma capacidade de 150-200 ml;
Pipetas.
Procedimentos
Nota: A cápsula não deve permanecer muito tempo no exsicador, devendo ser pesada logo
que arrefecer (± 15 𝑚𝑖𝑛).
São dados como sólidos totais à temperatura de 105°C e são expressos em:
𝑏−𝑎
𝑚𝑔/𝑙 = *1000
𝑉
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V - Volume da amostra em ml
2. Amoníaco
Aparelhos e Utensílios
Reagentes
Nota: Todos os reagentes devem ser preparados com produtos puros para análise, utilizando
água destilada isenta de amoníaco,
2. Solução de Sulfato de Zinco: dissolver 100g de 𝑍𝑛𝑆O4 .7H2 𝑂 em água destilada e dilui-se
até 1000ml.
3. Solução de NaOH 6N: dissolver 120g de NaOH numa pequena quantidade de água
destilada e dilui-se até 500ml.
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7. Reagente de Nessler (é tóxico quando ingerido): diluir 100g de iodeto de Hg (HgI2 ) e 70g
de iodeto de potássio (KI) em pequena quantidade de água destilada (isenta de amónio) e
adicionar esta, lentamente e agitando a uma solução fria de 500ml de água destilada que
contém 160g de NaOH.
Diluir a solução até 1000ml com água destilada. O reagente deve ser conservado no escuro,
em recipientes de polietileno, nestas condições é estável por um período de 1 ano.
Procedimento
1. Se a amostra contém cloro residual este deve ser eliminado juntando uma quantidade
equivalente da solução de tiossulfato de Sódio, 0.2ml da solução é suficiente para neutralizar
500ml de água com o nível de cloro residual a 5ppm.
2. Para eliminar as interferências de turvação, cor, ferro, magnésio e cálcio, proceder como
segue:
3. Retirar 50ml do filtrado ou uma porção diluída a 50ml com água destilada. Adicionar uma
gota da solução estabilizante e misturar bem.
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1. Preparar uma série de Standards em balões aferidos com os seguintes volumes (em ml) de
solução diluída de amónio; 0.0 - 1,0 - 2,0 - 3,0 - 4,0 - 5,0; diluídas até 50ml com água
destilada.
Obtêm-se assim concentração de amónio (N𝐻4+ ) tais como 0 - 0.2 - 0·4 - 0,6 - 0·8 - 1·0mg/l
respectivamente.
Adicionar a cada balão aferido 2ml de reagente de Nessler e misturar bem e depois de 15min
exactos ler no comprimento de onda de 420nm.
3. Cloretos
Utensílios;
Bureta, graduada até o décimo de mililitro;
Pipeta de 1ml;
Reagentes
Todas as soluções devem ser preparadas com produtos puros para análise e com água
destilada isenta de cloretos.
1. Solução Standard de Nitrato de Prata 0.1N: dissolver 16.989g de AgN𝑂3 num balão de
1000ml e preencher o volume com água destilada. O título desta solução é estandardizado
titulando a solução Standard de NaCl 0.1N. A solução deve ser conservada em frasco escuro.
2. Solução Standard diluída de AgN𝑂3 0.01N: diluir 10ml de solução standard de AgN𝑂3
0.1N a 100ml com água destilada.
3. Solução Standard de NaCl 0.1N: dissolver 5.843g de NaCl previamente seco em estufa a
140°C em água destilada e diluir até 1000ml.
4. Solução de 𝐻2 𝑆𝑂4 1N: adicionar lentamente 28ml de 𝐻2 𝑆𝑂4 concentrada a 500ml de água
destilada, arrefecer e perfazer o volume a 1000ml.
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5. Solução de NaOH 1N: dissolver 40g de NaOH em água destilada, arrefecer e diluir a
1000ml.
10. Indicador fenolftaleina: dissolver 0.5g de fenolftaleina em 50ml de etanol 95% e diluir a
100ml com água destilada gota a gota uma solução 0.01N de NaOH, até o aparecimento de
uma cor rosa pálida.
Procedimentos
Quando a água contém sulfitos, tiossulfitos ou sulfuretos, a amostra é alcalinizada por adição
do NaOH ate viragem da fenolftaleina, adicionar em seguida 1ml de 𝐻2 𝑆𝑂4 30%, ferver
durante alguns minutos, arrefecer e neutralizar com 𝐻2 𝑆𝑂41N até o desaparecimento da cor
rosada.
3. Depois das precauções preliminares para a eliminação das interferências, a amostra junta-
se 1ml do indicador de cromato de potássio e depois titular com a solução standard de
AgN𝑂3 (1 ou 2, conforme a concentração de cloretos), efectuando uma prova em branco com
100ml de água destilada.
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Ou
𝐶𝑙 − (𝑚𝑔𝑙) = 𝑎 ∗ 35.5
Sendo:
4. Dureza Total
Utensílios;
Balões graduados de 100ml, 200ml,250ml e 500ml;
Balões graduados de 1000ml e aferidos;
Erlenmeyerde 250ml, 500ml, 750ml;
Buretas graduadas em décimas de mililitros;
Pipetas de 1ml, 25ml, 50ml, 100ml, aferidos.
Reagentes
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Procedimentos
1000 ∗ 𝑉1
𝐶𝑎𝐶𝑂3 𝑚𝑔/𝑙 =
𝑉
Ou 𝐶𝑎𝐶𝑂3 𝑚𝑔/𝑙 = 𝑉1 ∗ 20
Sendo:
5. Nitratos
Aparelhos e Utensílios
Reagentes
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Procedimentos
Prepara-se uma série de padrões com os seguintes volumes (ml) da solução diluída de
Nitrato:0·0 – 10 – 20 – 40- 70 -100 diluídas até 100ml com água destilada. Obtém-se assim
concentrações de nitratos (N𝑂3− ) tais como 0 – 0.5 – 1.0 – 2.0 – 3.5 – 5.0 mg/l
respectivamente. Retirar uma porção de 10ml e seguir a técnica como está indicado em
seguida.
Se a amostra contém cloro residual, esta é eliminado juntando uma gota (0.05ml da
solução de arsenito por cada 0.1mg de cloro presente) e agitando; depois juntar uma
gota de excesso.
Ajustar o pH aproximadamente a 7 usando ácido acético ou NaOH.
Colocar 10ml de amostra ou uma porção diluída até 10ml, num tubo de Nessler. O
volume de amostra tomada para a análise deve conter entre 0·5 e 40 𝜇𝑔 de N𝑂3−
Adicionar 2ml da solução de NaCl e agitar.
Colocar o suporte contendo os tubos num banho de água à temperatura ambiente,
juntar 10ml da solução de ácido sulfúrico, agitar bem e deixar arrefecer
completamente. Só depois de ter a certeza que os tubos atingiram o equilíbrio térmico
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Traçar a curva de calibração/absorvância partir dos valores obtidos para a escala padrão e
determinar no diagrama o valor da concentração relativo à água em ensaio. O resultado é
expresso em N𝑂3− mg/l.
6. Conductividade
Aparelhos e Utensílios
Conductivímetro;
Tubos de Nessler de 100ml.
Procedimentos
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7. Turvação
Utensílios
Procedimentos
8. Coliformes Totais
Aparelhos e Utensílios
Caldo Membrane Lauryl Sulphate: pesar o meio num erlenmeyer e juntar água
destilada segundo as proporções indicadas pela firma produtora, para um volume de
100ml. Dissolver aquecendo ligeiramente e esterilizar autoclavando a 121°C durante
15min. O pH final do caldo deve ser 7.4-7.5; deve ser ajustado a pH 7.6 antes da
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Nota: Os frascos contendo o caldo, se não logo utilizados devem ser conservados no
frigorífico.
Caldo de lactose com bílis e verde brilhante: pesar num erlenmeyer de 100ml a
quantidade de meio necessário e rehidratá-la juntando água destilada, respeitando as
proporções indicadas pela firma produtora (40g em 100ml). Distribuir volumes de
10ml do caldo em tubos de ensaio de 16∗160mm nos quais foi precedentemente
colocado um tubo de Duran (6∗30mm) invertido. Esterilizar a autoclave por 15min a
121°C.
Nota: Os tubos esterilizados que não são logo utilizados devem ser conservados no
frigorífico.
Procedimentos
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filtração posterior deve ser considerada como uma nova série de filtrações, exigindo a
utilização de novo material esterilizado.
Incubação: incubar as placas invertidas a 30°C, durante 4h, transferindo-as depois
para 37°C, durante 1h.
Leitura: contam-se as colónias usando o microscópio ou o esterioscópio com
ampliação de 10 vezes. As colónias de coliformes são de cor amarelas. Para se fazer
uma contagem correcta das colónias deve escolher-se membranas contendo até 60
colónias.
Confirmação: depois da incubação e contagem, transferir 2 colónias amarelas
encontradas sobre a membrana para um tubo de caldo de lactose com bílis e verde
brilhante para confirmação da produção de gás. Testar no mínimo 4 colónias por
membrana. Incubar os tubos a 37°C durante 24-48h. A produção de gás neste caldo,
no intervalo máximo de 48h confirma a presença de coliformes. Em caso de
confirmação da presença de coliformes, o resultado é calculado usando a seguinte
expressão:
𝑁𝑜𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑒𝑐𝑜𝑙ó𝑛𝑖𝑎𝑠𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑁 0 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑒𝑐𝑜𝑙ó𝑛𝑖𝑎𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠
= *100
100𝑚𝑙 𝑚𝑙𝑑𝑎𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎
Sendo:
9. Coliformes fecais
Aparelhos e Utensílios
Procedimentos
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𝑁𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑒𝑐𝑜𝑙ó𝑛𝑖𝑎𝑠𝑓𝑒𝑐𝑎𝑖𝑠 𝑁 0 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑒𝑐𝑜𝑙ó𝑛𝑖𝑎𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠
= *100
100𝑚𝑙 𝑚𝑙𝑑𝑎𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎
10. pH
Aparelhos e Utensílios
PHmetro;
Eléctrodo de vidro;
Eléctrodo de referência;
Copos;
Procedimentos
Ligar o pHmetro;
Lavar os eléctrodos de vidro e de referência com água destilada e secá-los;
Colocar 25-50ml de amostra;
Introduzir o eléctrodo de referência no copo contendo a amostra e proceder a leitura.
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A B C
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Apesar dos moradores terem afirmado que o consumo da água dos poços nunca causou
nenhum problema a saúde, com base nas observações feitas durante as visitas e com base nos
resultados obtidos no laboratório, há necessidade de se fazer o tratamento desta água antes do
seu consumo e melhorar as condições de higiene do local de modo a melhorar a qualidade
desta água e cumprir com rigor a Legislação Nacional da Qualidade da Água para o Consumo
Humano. Há possibilidade da saúde dos moradores estar sendo afectada pelo uso da água sem
que estes tenham consciência disso. Pode-se constatar que quando se fala de doenças
causadas pela água os moradores pensam somente em diarreias, cóleras e dores de barriga.
Mas é sabido que para além destas doenças, dependendo da origem da poluição podem
ocorrer outras doenças como necrose hemorrágica (presença de ferro), redução de 𝑂2 no
sangue (presença de nitratos).
Partindo do princípio de que o uso da água mal conservada pode causar problemas, algumas
medidas devem ser implementadas de forma a preservar a saúde pública, dentre as quais são
descritas abaixo:
Fazer a limpeza e desinfecção periódica dos poços de água da seguinte maneira (Paraná,
2009):
1. Retirar toda água do poço com auxílio do recipiente usado para retirar a água;
4. Preparar a solução desinfectante num balde com quantidade suficiente de água para
dissolver o desinfectante e depois misturar na água do poço;
5. Fazer recirculação da água para misturar bem o desinfectante (tirar a água do poço e jogar
ao interior várias vezes);
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Carina Helena Mariano
Influência da Lixeira de Hulene na Qualidade da água dos poços consumida no Bairro Hulene B- Cidade de Maputo
Fazer a limpeza do recipiente utilizado para retirar a água e guardá-lo num local limpo e
seguro, sendo este um possível veículo de contaminação.
Manter os poços tapados adequadamente e com tampas bem limpas e adequadas, de modo a
evitar a entrada de poluentes como insectos, folhas, poeiras, entre outros.
Não realizar actividades como banhos, lavagem de roupas ou de animais nas proximidades
dos poços;
Não usar a água dos poços para o consumo directo (beber ou confeccionar alimentos) sem um
tratamento prévio, apenas para outros fins como de limpeza.
Para além dos cuidados acima e como forma de eliminar e/ou reduzir as concentrações de
substâncias indesejáveis existentes na água, como forma de minimizar os impactos que
podem advir do consumo desta água, pode-se adoptar medidas de tratamento da água, que são
(Feitosa & Filho, n.d.):
Arejamento - O arejamento é um processo físico que permite o contacto da água com o ar,
provocando a precipitação do ferro dissolvido (por oxidação).
Filtração - A filtração consiste em passar água por um meio poroso para tirar alguns tipos de
impurezas (sujeira e bactérias). Consiste no uso de um filtro simples de areia ou até mais
complexo de 3 camadas (gravilha, areia e carvão activado), com o objectivo de retenção por
filtração e por adsorção dos compostos responsáveis pela presença de sabor ou odor.
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Carina Helena Mariano