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FACULDADE DE ENGENHARIA
Autor:
Hermenigildo Niquina
Supervisor: Co – Supervisor:
Isac Abdulgani Burgraff, Lic. Zamundine Amisse Cafuro, Lic.
Pemba, 2018
UNIVERSIDADE LÚRIO
FACULDADE DE ENGENHARIA
Autor:
Hermenigildo Niquina
__________________________________
Supervisor:
Co-Supervisor:
Zamundine Amisse Cafuro, Lic.
_________________________________
Pemba, 2018
PENSMENTO
iii
PÁGINA DE ACEITAÇÃO
_________________________________________
Presidente do Júri
_________________________________________
Secretário
_________________________________________
Vogal
iv
DECLARAÇÃO DE HONRA
Assinatura: _____________________________________________
Data: __________________________________
v
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradecer a Deus nosso pai poderoso, criador do céu e da terra e de todas as
coisas visíveis e invisíveis por me ter dado a vida, saúde, força e coragem durante a minha
formação.
Aos meus pais Ricardo Niquina e Cristina Daniel pela educação, ensinamentos que me dão dia
pois dia e pelo apoio moral, financeiro que me deram em todos os níveis de ensino que passei.
Aos meus irmãos Egnelio, Gilberta, Jaime, Cecília e Dalton pelo incentivo, força e por
acreditarem em mim cada dia.
Á minha avo Isabel Sause e aos meus tios: Saide, Joaquim, Anifa, Filomena, Lucas, Horácio,
Crescência, Estefânia, Inácio e aos demais familiares pelos conselhos, apoio e incentivo
durante todo curso.
Aos meus supervisores dr. Cafuro e dr. Abdulgani pela disponibilidade na orientação,
compreensão, dedicação, paciência, apoio moral e material dado durante a realização deste
trabalho.
vi
DEDICATÓRIA
É com muita alegria, prazer e sobretudo gratidão que dedico este trabalho aos meus pais:
vii
LISTA DE ABREVIATURAS
A1 Amostra número 1
A2 Amostra número 2
A3 Amostra número 3
A4 Amostra número 4
A5 Amostra número 5
A6 Amostra número 6
AF Amostra filtrada
BR Boletim da República
C Constante
cm Centímetro
CP Curto prazo
viii
DNAL Direcção Nacional da Administração Local
DIR Directo
g Grama
G Grande
GS Grande significância
IA Índice de adversidades
IB Índice de benefícios
IND Indirecto
II Índice de indefinições
IRREV Irreversível
ix
Kg Quilograma
Km Quilómetro
LP Longo prazo
M Moderada
Ma Milhões de anos
ml Mililitros
NEG Negativo
P Pequena
x
PAIA Pré-avaliação da avaliação de impacto ambiental
PERM Permanente
PI Peso de indefinições
PS pequena significância
POS Positivo
REV Reversível
TEMP Temporário
xi
LISTA DE SÍMBOLOS
As Arsénio
Sb Antimónio
Hg Mercúrio
Te Telúrio
Au Ouro
ºC Graus célsius
Mo Molibdénio
Cu Cobre
W Tungstênio
NO 2 - Ião nitrito
NO 3 - Ião nitrato
Al Alumínio
Cr Cromo
Zr Zircónio
xii
Ca Cálcio
Mg Magnésio
Pb Chumbo
Br Bromo
Si Silício
Fe Ferro
K Potássio
S Enxofre
V Vanádio
Cu Cobre
Ti Titânio
Ir Irídio
Sr Estrôncio
SW Sudoeste
xiii
ÍNDICE DE TABELAS
xiv
ÍNDICE DE FIGURAS
xv
Figura 25: espectroscopia de absorção molecular HACH DR/2010. ....................................... 91
Figura 26: fricotermostato. Figura 27: Agitador magnético. ............................................ 92
Figura 28: Colecta da amostra de água. Figura 29: Entrevista aos garimpeiros. .................. 92
Figura 30: Menores na actividade de mineração artesanal. ...................................................... 92
xvi
ÍNDICE DE EQUAÇÕES
xvii
RESUMO
xviii
ABSTRACT
In the present work a the environmental impacts of artisanal gold mining were evaluated in the
administrative post of Chiúre Velho, Chiúre district, in order to assess the various impacts that
the mining activity causes in the environment.
This consisted of a field and laboratory study, interaction matrix method was used to evaluate
the environmental impacts in the study area and the results showed that this activity has
damaged the state of the environment in several means, such as in the alteration of some
physical - chemical parameters of water quality, soil degradation and plant destruction, and
that these impacts need to be urgently mitigated. The administrative post of Mazeze and the
district of Mecufi are susceptible to contamination of water and soil; impacts in these areas are
classified as secondary.
xix
ÍNDICE
PENSMENTO............................................................................................................................. iii
DECLARAÇÃO DE HONRA.....................................................................................................v
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... vi
ÍNDICE DE FIGURAS.............................................................................................................. xv
ABSTRACT.............................................................................................................................. xix
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 24
1.3. Justificativa................................................................................................................. 25
1.4. Objectivos....................................................................................................................... 26
xx
2. METODOLOGIA .............................................................................................................. 28
3.1.1. Clima........................................................................................................................ 36
xxi
4.4.1. Tipos de impactos ambientais.................................................................................. 48
Pré-avaliação da AIA......................................................................................................... 60
xxii
6.1.1. Constrangimentos .................................................................................................... 83
APÊNDICES............................................................................................................................. 91
xxiii
1. INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
Durante a guerra civil em Moçambique que decorreu no período de 1977 a 1992, grande parte
da população refugiou-se em zonas seguras e a produção mineira formal foi interrompida.
Com a instauração da paz, a população regressou e surgiu uma exploração mineira artesanal e
desordenada. Apesar de reconhecer o potencial económico do ouro, o Governo considera
preocupante a poluição dos rios, a sedimentação dos mesmos, a contaminação do ambiente
pelo mercúrio e a destruição da paisagem. As autoridades enfrentam dificuldades em controlar
os efeitos da mineração artesanal por ser uma actividade informal (DIPREME, s/d).
A mineração artesanal constitui uma das fontes de rendimento para a população que pratica
essa actividade, mas ela é praticada de forma descontrolada por parte dos garimpeiros. Nos
últimos anos com a descoberta dos recursos minerais e com a necessidade de serem
explorados por parte das populações que tem aproveitado os mesmos para seu auto - sustento,
associado com a falta de capital para investir nos métodos convencionais de exploração
mineira faz com que recorre-se a técnicas rudimentares, em muitos casos havendo violação da
legislação ambiental.
24
1.2.Problematização
A grande preocupação de todo o mundo é a degradação do Planeta Terra; uma degradação tal
que pode conduzirá extinção raça humana. Paradoxalmente, essa degradação é causada,
sobretudo, por acção do homem; mas a sua extensão e gravidade vária de país para país.
Conforme os níveis e métodos da produção e consumo de cada sociedade. Os problemas
ambientais minam o desenvolvimento e perpetuam a pobreza. Com a poluição da água e do ar,
erosão e contaminação dos solos, degradação das florestas e da fauna não pode haver
desenvolvimento nacional (CNMA, 1994).
Na área de estudo foram observados vários problemas ambientais ocasionados pela prática da
actividade de mineração artesanal, como, degradação do solo causada pela remoção da sua
camada superficial, assoreamento dos rios, elevadas turvações das águas dos rios,
susceptibilidade de contaminação da água dos poços de uso público. No processamento do
minério são abertas covas que servem de barragem de rejeito favorecendo a erosão do solo no
tempo chuvoso, na concentração do mineral usa-se o mercúrio aumentando o risco do
transporte do mesmo para os rios.
Está actividade pode ainda perigar a vida das populações pela ingestão da água contaminada
pelas substâncias químicas usadas no processo que de algum modo também podem afectar as
águas subterrâneas.
A erosão pode transportar o mercúrio usado na concentração do mineral para corpos de água
locais e contaminar o lençol freático, a falta de conhecimento técnico-operacional no processo
de extracção desse mineral e pela ausência da cultura para rec iclagem do mercúrio aliadas ao
custo relativamente baixo do metal líquido, grandes quantidades de mercúrio têm sido
lançadas no solo, na água e no ar (de-Paula & Tutunji, 2006).
1.3.Justificativa
Moçambique é um país de ocorrência de vários tipos de depósitos minerais, sendo a maior
parte das áreas são exploradas em de pequena escala (mineração artesanal), contribuindo
assim na degradação do meio ambiente. Diante desse aspecto é fundamental a realização de
estudos das consequências negativas da mineração, particularmente a artesanal que em muitos
casos é praticada de forma ilegal.
25
Desde o ano que iniciou está actividade tem causado a destruição da flora e da fauna,
degradação dos solos, poluição da água dos rios e dos poços. Deste modo a realização de
estudos de impactos ambientais na mineração artesanal torna-se cada vez mais importante,
visto que me Moçambique estes são feitos para a mineração a nível industrial por profissionais
do meio ambiente e raramente estes estudos são feitos para mineração artesanal.
Em alguns casos quando se faz uma abordagem relacionada ao impacto ambiental causado
pela mineração artesanal, olha-se mais na degradação do solo e turvação das águas e
raramente fala-se da influência da actividade para com outros parâmetros qualitativos da água.
1.4. Objectivos
26
1.5. Hipóteses
H1- A mineração artesanal de ouro em Chiúre tem provocado vários problemas ao meio
ambiente.
H2- A mineração artesanal de ouro em Chiúre não tem causado impactos significativos para o
meio ambiente.
No primeiro capítulo fez-se uma breve apresentação dos conteúdos que serão
abordados no trabalho. Este capítulo constitui a parte introdutória do trabalho e é
composta pela contextualização, a problematização, justificativa do tema e objectivos
do trabalho.
No segundo capítulo fora apresentado os procedimentos metodológicos e o método de
avaliação de impacto ambiental usado no trabalho usado na realização do trabalho,
apresentou-se a parte laboratorial.
No terceiro capítulo caracterizou-se geograficamente e geologicamente a área de
estudo, na caracterização geológica explicou-se os processos geológicos da África que
originaram as formações geológicas da área de estudo.
O quarto capítulo é constituído pela fundamentação teórica onde foi apresentada toda
informação bibliográfica relacionada como o tema em estudo.
No quinto capítulo foram apresentados, analisados e discutidos os resultados campo
com as ideias apresentados na fundamentação teórica. Ainda neste capítulo foi
caracterizado o tipo de depósito, minerais associados ao minério de ouro e as rochas
que compõem a área de estudo.
No capítulo 6 apresentam-se as conclusões que respondem a cada objectivo específico,
os constrangimentos enfrentados durante a realização do trabalho, e foram deixadas
algumas recomendações os trabalhos a serem realizados futuramente.
27
2. METODOLOGIA
28
Nesta fase foram colhidas 6 amostras de água e 2 de solo. As amostras de água foram
encaminhadas ao laboratório para as respectivas análises químicas a fim de se conhecer o nível
de poluição da água. As amostras de água foram encaminhadas para o LHAA de Nampula,
para a determinação dos parâmetros físico químicas.
As amostras de solo foram encaminhadas para o laboratório do departamento de química da
UEM para as análises químicas.
Colecta de amostras
As amostras de água e solo foram colhidas nos pontos apresentados na tabela 1, elas foram
colhidas no mesmo sítio, em locais onde ainda esta a decorrer as actividades de mineração e
em escavações abandonadas. A A6 foi colhida num furo de abastecimento da população
localizado a 7 km da zona da mineração.
29
A2 0602994;
8522849
A3 0602933;
8522904
A4 0602912;
8522966
A5 0602826;
8523021
A6 0602663;
8520869
A1 0602933;
8522904;
Solo
A2 0602826;
8523021
Fonte: (Autor, 2018).
Foram usados métodos clássicos e instrumentais de análise química nas amostras de água e
nas amostras do solo foram usados métodos instrumentais.
Amostras de água
Parâmetros físico-químicos
Os parâmetros físicos - químicos determinados na água são: pH, condutividade eléctrica,
turvação, cor, cheiro, nitritos, nitratos, ferro total, dureza total, cálcio, magnésio, cloreto e
DBO.
30
Determinação de pH e da condutividade eléctrica
Para a determinação de pH nas amostras de água, usou-se o pH meter. O material usado na
medição da amostra para análise foi o becker de 50 ml e os reagentes que foram usados para
que não haja muitas dificuldades na leitura do pH das amostras foram: agua destilada e
solução tampão a 25º C, com um padrão de pH 6,7. O aparelho usado para determinação do
pH é o pH metro e para a condutividade eléctrica é o condutimetro.
Na determinação dos Nitritos, Nitratos; Ferro total, Dureza total, Cálcio e Cloreto na água
foram usados dois tipos de análises titulométricas, que são:
Determinação de nitritos
Determinação de nitratos
Tabela 3:Aparelho, materiais e reagentes usados na determinação de nitratos.
31
Absorção Molecular ml; Acido sulfúrico (1+ 4).
HACH DR/2010 a um Pipetas graduadas de 1; Cloreto de sódio a 30%;
comprimento de onda 5 e 10 ml. Acido sulfanilico – brucina.
de 410 nano metro.
Fonte: (Autor, 2018).
Determinação de cálcio
Tabela 6: Aparelho, materiais e reagentes usados na determinação de Cálcio.
32
Cálcio Agitador Beckers de 100 ml; Solução titulante de EDTA;
magnético Proveta de 50 ml; Solução de hidróxido de sódio
Bureta graduada de 25 ou 50 a 2%;
ml; Solução de álcool etílico;
Pipetas graduadas de 1 – 10 Indicador murexide 0,1% em
ml; etanol.
Barra magnética;
Pedra magnética.
Fonte: (Autor, 2018).
Determinação de cloreto
Tabela 7: Aparelho, materiais e reagentes usados na determinação de Cloreto.
Teste de DBO
Tabela 8: Aparelho, materiais e reagentes usados na determinação de DBO.
33
Parâmetros microbiológicos
Parâmetro Aparelho Materiais Reagentes
Coliformes MLSB Pipeta graduada de 2 ml; Álcool etílico
fecais Sacos de plásticos
impermeáveis;
Banho-maria;
Membranas filtrantes.
Fonte: (Autor, 2018).
Amostras do solo
Nas amostras do solo foram determinados os seguintes elementos: Al, Cr, Zr, Ca, Mg, Pb, Br,
Si, Fe, K, S, V, Cu, Ti, Ir, Sr e Br. O aparelho usado para determinar esses elementos é a
fluorescência de Raios -X.
34
3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
3.1.Enquadramento geográfico
O distrito de Chiúre está localizado na parte sul da província de Cabo Delgado, confinando a
Norte com o distrito de Ancuabe, a Sul com a província de Nampula através do rio Lúrio, a
Este com o distrito de Mecufi, e a Oeste com os distritos de Namuno e Montepuez. O distrito
tem seis postos administrativos nomeadamente: Chiúre sede, Chiúre velho, Katapua,
Namogelia, Ocua e Mazeze (DNAL, 2005).
A pesquisa foi realizada no posto administrativo de Chiúre velho que fica localizada entre os
paralelos 39º 52´ 00´´ E e 40º 07´ 00´´ E, meridianos 13º 29´ 00´´S e 13º 13´ 00´´S, faz limites
35
a este com o posto administrativo de Mazeze, oeste posto administrativo de Chiúre sede, a sul
posto administrativo de Ocua e distrito de Namapa e a norte com o distrito de Ancuabe. A
figura 2 mostra o mapa de localização da área de estudo.
3.1.1. Clima
O clima predominante no distrito de Chiúre é o clima semi-árido e sub- húmido e a
precipitação média anual vária de 800 a 1200 mm, enquanto a evaporitranspiração potencial
de referência (ETo) está entre os 1300 e 1500 mm. Por vezes nas regiões que estão mais perto
do litoral a precipitação média anual pode exceder os 1500 mm tornando assim o clima em
sub- húmido chuvoso. Os rios que atravessam o distrito são de regime periódico, com o lençol
freático muito baixo devido ao nível do relevo que precipita as águas com grande velocidade
do para o mar (DNAL, 2005).
36
3.1.2. Relevo
Segundo a DNAL (2005), o relevo predominante no distrito de Chiúre é o relevo de
montanhas e com elevações de pequena altitude, principalmente na parte oriental do distrito,
que compreende os seguintes postos administrativos: Mazeze e Chiúre Velho. Na parte
Sudeste predomina o relevo de planícies, abrangendo os postos administrativos de Katapua,
Ocua, Namogelia e Sede. A maior parte do interior as altitudes variam ente 200 e 500 metros,
do relevo ondulado, interrompido pelas formações rochosas.
3.1.4. Solo
A fisiografia é denominada pela alternância de interflúvios e os vales dos rios que, devido á
sua largura, profundidade e posição, poderão alterarnar os dambos 1 . Os vales dos rios são
denominados por solos aluvionares, escuros, profundos, de textura pesada a média,
moderadamente mal drenados, sujeitos a inundação regular. Nos dambos encontram-se solos
hidromorficos de textura variada, desde arenosos de cores cinzentas, arenosos sobre argila a
solos argilosos estratificados, de cor escura (DNAL, 2005).
1
Dambos são depressões hidromórficas suaves ou vales extensos, não profundos, sem escoamento de água na
forma de uma linha de drenagem ou mesmo leito de rio.
37
O posto administrativo do Chiúre Velho é caracterizado pela ocorrência de solos arenosos
castanho acinzentados, argilosos castanho - acinzentados e líticos, e na área onde foi feita a
amostragem é predominantemente de solos argilosos castanho – acinzentados (Figura 3).
38
O Complexo da Ponta Messuli, que é um fragmento de soco paleoproterozóico (1954 ±
15 Ma), constituindo a parte norte-noroeste do soco cristalino do norte de
Moçambique;
O Grupo de Txitonga, de baixo grau e de idade desconhecida, sobrejacente no
complexo da Ponta Messuli;
O soco cristalino a sul do Graben de Maniamba, de idade do Karoo, e ao norte da
Faixa do Lúrio, predominantemente composto por gnaisses mesoproterozóicos (1110 a
990 Ma), que fazem parte (de leste para oeste) dos Complexos de Unango e de
Marrupa, e por nappes pan-africanas, compreendendo (de leste para oeste) os
Complexos de M’Sawise, Muaquia, Xixano, Nairoto, Montepuez, Lalamo e Meluco
A Faixa de Empurrão do Lúrio, de orientação WSW-ENE, separa o domínio estrutural
norte do bloco do soco cristalino sul da sub-Província de Nampula. Em termos litológicos,
a Faixa de Empurrão do Lúrio pode ser considerada como uma melange tectónica,
incluindo granulitos e gnaisses cisalhados, incorporados no Complexo de Ocua e
metassedimentos do Complexo de Montepuez (GTK, 2006 apud Cumbe, 2007). Na figura
4 estão ilustradas as unidades geológicas do norte de Moçambique, onde é possível notar o
cinturão do Lúrio, como sendo a unidade que separa os complexos Montepuez e Ocua.
39
Figura 4:Unidades geológicas do norte de Moçambique.
Complexo Montepuez
40
O Complexo Montepuez compreende ortognaisses que variam de composição granítica a
anfibolitica, e paragnaisses compreendendo principalmente quartzito, meta-arcose, mármore
(Boyd & Thomas, 2010).
Complexo Ocua
41
Figura 5: Mapa geológico da área de estudo.
42
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
43
sedimentos ricos em ferro promovendo a decomposição dos tiocomplexos de ouro e a
redeposição do Au e sulfuretos de ferro. As mineralizações auríferas estão mais associadas
com sulfuretos de baixa temperatura, como galena e calcopirite, do que com sulfuretos de alta
temperatura, como pirrotite, arsenopirite e esfalerite (Mcgregor, 1951).
Figura 6 : Diagrama esquemático do ambiente geotectónico de vários tipos de jazigos de ouro, incluindo os
jazigos de ouro orogénicos e os jazigos de ouro associados a intrusão .
44
é de idade Arcaica, principalmente do Arcaico Superior, com idades predominantemente de
2800 – 2550 Ma (Inverno, 2011).
Figura 7: Esquema do depósito de ouro orogénico, mostrando as principais características e o alcance das escalas
em que ocorrem.
Na figura 7 esta ilustrada a ocorrência de ouro em partículas livres dentro dos veios de
quartzo. O fluido hidrotermal penetra nas rochas hospedeiras imediatas e causa alteração dos
minerais pré-existentes, esta alteração também pode ter minerais de sulfureto e ouro como
parte dos processos de alteração (MacKenzie, 2016).
45
4.2. Mineração artesanal
De acordo com Ibraimo (2017), a mineração artesanal, vulgarmente conhecida como garimpo,
constituiu uma actividade de extracção de minérios, realizada com tecnologia rudimentar e
sem equipamentos de sondagem, requerendo, por isso, o investimento de pouco capital. Ela é
normalmente, realizada na informalidade, na maioria dos casos sem licença de exploração,
num processo por vezes itinerante e realizado por grupos independentes.
A mineração artesanal constitui uma actividade económica praticada para o autosustento e é
caracterizada pela ausência completa de instrumentos convencionais. Utiliza algumas
ferramentas como a bateia e é uma actividade que requer um custo baixo para sua execução
(Costa, 2007).
46
estar em contacto com mercúrio pois nem sempre todo o mercúrio é libertado durante a
queima (ITC, 2010).
Moagem é uma técnica de que consiste na redução do tamanho do minério para um tamanho
milimétrico. Neste processo são usados instrumentos como marretas, pilões metálicos e
garrafas de gás com esferas metálicas (ITC, 2010).
Lavagem e/ou bateia é um processo de processamento do ouro que usa o princípio de
densidade gravitacional. Nos sluices o minério misturado com água é lançado sobre uma
superfície rugosa inclinado. Durante o escoamento, os minerais de maior densidade são
captados e retidos na superfície rugosa (ITC, 2010).
Bateamento é uma técnica de processamento do ouro primário e aluvionar que consiste na
colocação do minério numa bacia e pelo processo de peneiração, os minerais de maior
densidade depositam-se no fundo da bacia e os de menor densidade são escoados (ITC, 2010).
47
O Processo de lavagem, mesmo quando é feito em bacia de decantação, locais específicos,
afecta o lençol freático através do processo de infiltração, reduzindo ainda mais a
disponibilidade de água para o consumo. A poluição dos rios acontece em todas as áreas de
extracção do ouro (Consul, Mandevane, & Tankar, 2012).
Para Moura apud Heuser (2007), um impacto ambiental pode ser caracterizado pela
associação de um aspecto ambiental com um dado evento causador do impacto. Dessa forma,
é obtida a designação do impacto ambiental através da equação abaixo.
IM = AA + E
Equação 1: Expressão matemática para caracterizar o impacto ambiental.
Impactos indirectos ou secundários são aqueles que podem ser resultados de impactos
directos, mas são frequentemente produzidos em outros locais.
De acordo com o BR (2006) os diferentes impactos serão tratados nos seguintes aspectos:
Magnitude, efeitos e importância dos diferentes impactos, a curto, médio e os longos
prazos;
Caracterização do impacto em função de: positivo//negativo, directo/indirecto,
local/regional/transfronteiriço, imediato/o médio ou longo prazo,
temporário/permanente e reversível/ irreversível;
48
Interacções entre os diferentes impactos, nomeadamente efeitos cumulativos,
indirectos, e sinergéticos;
Significância dos Impacto.
Para RMLES (2009), os impactos classificam-se utilizando critérios para determinar o seu
efeito global:
Direcção – o impacto pode ser positivo, neutro ou negativo, no que diz respeito a
forma como o impacto se faz sentir.
Magnitude - o grau de mudança numa medição ou análise, classificado como
insignificante, baixo, moderado ou elevado. A categorização da magnitude do impacto
baseia-se num conjunto de critérios, pertinentes para cada uma das áreas da disciplina e
das questões fundamentais analisadas.
Extensão geográfica - refere-se a área afectada pelo impacto, classificada como total,
regional ou alem de regional. Método de definir impactos dentro duma área de estudo,
em termos da quantidade dum certo recurso afectado. Este tipo de classificação é
influenciado pelo tamanho da área de estudo.
Duração – refere-se o espaço de tempo durante pelo qual ocorre um impacto ambiental.
O curto - prazo define-se como menos do que a fase de construção (menos de 3 anos);
o médio - prazo como mais do que o curto - prazo e ate a duração operacional do
projecto (3 a 25 anos); o longo - prazo e maior do que o médio - prazo (maior do que
25 anos).
Reversibilidade – refere-se ao indicador do potencial para recuperação depois do
impacto.
Frequência - com que frequência e que o efeito ocorre dentro dum dado período de
tempo e classifica-se como baixa, media ou em ocorrência.
Este indicador aplica-se primeiramente aqueles impactos que tern um carácter
intermitente. Alguns impactos podem ser sazonais ou podem ocorrer intermitentemente
durante o dia ou a noite.
49
4.4.2. Critérios de qualificação dos impactos ambientais
Na tabela 10 são considerados diversos factores como: o valor dos impactos, a ordem, o
espaço afectado, o tempo que pode durar o impacto para a qualificação dos impactos
ambientais
50
Cíclico Quando o efeito se faz sentir em determinados períodos.
51
De acordo com Deniasse (s.d) os impactos ambientais causados pela mineração artesanal são:
turvação da água, abertura e abandono de covas, desflorestação, degradação e erosão dos solos
e uso desregrado de mercúrio.
Para Anjaneyulu & Manickam (2007), o propósito de uma avaliação e análise de impacto
ambiental é avaliar comparativamente cursos alternativos de acção. Os principais passos para
prever, analisar e julgar os impactos ambientais são:
52
4.5.1. Categorização das actividades impactantes na AIA
Actividades de categoria A
Actividades desta categoria estão localizadas nas áreas com as seguintes características:
Áreas e ecossistemas reconhecidos como possuindo Estatuto especial de protecção ao
abrigo da legislação nacional e internacional
Áreas povoadas que impliquem a necessidade de reassentamento;
Áreas densamente povoadas onde a actividade implique níveis inaceitáveis de poluição
ou outro tipo de distúrbio que afecte significativamente as comunidades residentes;
Regiões sujeitas a níveis altos de desenvolvimento ou onde existam conflitos na
distribuição e usa de recursos naturais;
Áreas ao longo do curso de agua ou área usadas como fonte de abastecimento de agua
para consume das comunidades;
Zonas contendo recursos de valor como Por exemplo aquáticos, minerais, plantas
medicinais.
Actividades de categoria B
Actividades de categoria C
São actividades para as quais não é normalmente necessária a realização de nenhum EIA ou
EAS uma vez as impactos negativos serão negligenciáveis, insignificantes, mínimos ou
53
mesmo não existentes. Não existem impactos irreversíveis nesta categoria e os positives são
c1aramente superiores e mais significantes que os negativos (BR B. D., 2004).
1) Selecção (screening): a etapa que determina quando uma proposta deve estar ou não
sujeita à AIA e em que nível de detalhe.
2) Escopo (scoping) – a etapa para identificar as questões que devem ser consideradas no
estudo, bem como a forma de sua abordagem.
3) Análise de impactos – o procedimento técnico que visa a identificar e avaliar os
possíveis riscos e consequências ambientais e sociais, bem como outros efeitos
relacionados.
4) Exame das alternativas – visa estabelecer a alternativa preferida ou a mais
ambientalmente livre de erros à obtenção dos Objectivos.
5) Mitigação e gestão de impactos - o estabelecimento das medidas que são necessárias
para prevenir, minimizar e compensar perdas e danos causados por impactos adversos
previstos e, quando apropriado, para incorporar essas medidas em um plano ou sistema
de gestão ambiental.
6) Avaliação de significância – o procedimento para determinar a relativa importância e
aceitabilidade dos impactos residuais, ou seja, daqueles que não podem ser mitigados.
7) Preparação do relatório de impactos ambientais – o procedimento que documenta
claramente e imparcialmente os impactos da proposta e a significância dos efeitos. O
relatório também serve como principal meio de comunicação dos resultados do estudo
à população interessada.
8) Revisão – o procedimento para determinar se o relatório atende ao seu termo de
referência, sua adequação, suficiência e relevância para dar suporte à decisão e
promover uma satisfatória avaliação da proposta.
9) Decisão – no sentido de aprovar a proposta e estabelecer termos e condições para a sua
implementação, ou rejeitá-la.
10) Acompanhamento – este procedimento que visa a assegurar o cumprimento dos termos
e condições de aprovação; a monitorar os impactos no sentido de verificar se estão
54
ocorrendo conforme foram previstos e de verificar a eficácia das medidas de
mitigação; a gerênciar eventuais impactos não previstos anteriormente e, quando
requerido, para realizar auditoria do processo, documentando os resultados.
Para Anjaneyulu & Manickam (2007), os métodos de avaliação de impacto ambiental são
classificados nas seguintes funções analíticas:
Identificação;
Previsão;
Avaliação do escopo.
É um dos métodos clássicos de avaliação de impacto ambiental, a expressão latina “Ad Hoc”
significa “para isto” ou “para este fim”, este método é elaborado de acordo com as
55
características e a localização do projecto a ser analisado. Compreende em técnicas de
avaliação rápida que, geralmente, consistem em fornecer, de forma simples, as informações
qualitativas para escolha de alternativas de localização, ou de processos de operação, de um
empreendimento. (Santos, 2010).
Os métodos ad-hoc são elaborados para cada projecto específico. Os impactos são
identificados através de brainstorming, caracterizados e sumariados através de tabelas e
matrizes (Westman, Lee, Magrini, & Bisset, 1987).
Método Battelle
56
Método de Matrizes de Interacção
Consiste em duas listagens, uma com as diversas actividades referentes ao projecto e a outra
com o “checklist” dos factores ambientais que podem ser afectados por aquelas actividades. A
matriz, constituída desses elementos, dispostos nos eixos horizontal e vertica l,
respectivamente, permite identificar os impactos, através de simples cruzamento dos mesmos.
Os aspectos mais relevantes dos impactos identificados são descritos em um texto, que deve
acompanhar a matriz. Neste método é muito importante a identificação dos impactos (Santos,
2010).
Consiste na confecção de uma série de mapas temáticos, sendo uma carta para cada factor
ambiental, onde são representados os dados organizados em categorias. A superposição dessas
cartas transparentes produz a síntese da situação ambiental da área geográfica (Santos, 2010).
Este método foi criado para avaliar os impactos indirectos. As redes de interacção estabelecem
a sucessão de impactos ambientais gerados por uma acção, através de quadros e diagramas,
permitindo retraçar, a partir de um impacto, o conjunto de acções que o causaram (Santos,
2010).
Método de Sondheim
De acordo com Santos (2010), este método é desenvolvido por três grupos de trabalho: o
corpo de coordenação, o painel de classificação e o painel de ponderação. O corpo de
coordenação é constituído de elementos do corpo do órgão, empresa ou instituição,
gerenciador do estudo. São responsáveis pela listagem de “m” alternativas e definição dos “n”
aspectos ambientais.
O painel de classificação constitui-se de especialistas que julgarão cada alternativa, de acordo
com seus próprios critérios, e para cada aspecto ambiental. Ao painel de ponderação,
composto de organizações comunitárias, representantes do governo, grupos de interesse e
outras partes interessadas, é destinado a função de avaliar os “n” aspectos ambientais (Santos,
2010).
Para a obtenção da listagem das alternativas do projecto são usados cálculos estatísticos, testes
de significância, esquemas de classificação padronizados e de ponderação.
57
Através de cálculos estatísticos, testes de significância, esquemas de classificação
padronizados e esquemas de ponderação, é obtida uma listagem das alternativas de projecto,
em ordem decrescente de preferência (Sondheim, 1978).
58
A avaliação ponderal dos impactos é usada para determinar o índice de Avaliação Ponderal a
partir das seguintes equações:
PIA = IB + IA + II
Equação 2: Cálculo do peso do impacto ambiental.
( )
IB
Equação 4: Cálculo de índice dos benefícios.
( )
IA
Equação 5: Cálculo de índice de adversidades.
( )
II
IAP
Nas equações 3, 4 e 5 o cálculo dos IB, IA e II: são percentuais de benefícios, adversidades e
indefinições, ponderados em relação ao peso total dos impactos. Na equação 5, quando o IAP
<1, o empreendimento fica caracterizado como adverso e/ou mal definido, em relação aos
impactos previstos.
59
Pré-avaliação da AIA
Segundo BR (2004), (Decreto nº 45/ 2004 de 29 de Setembro), Pré-avaliação é o processo de
análise ambiental preliminar que tern como principal objective a categorização da actividade e
a determinação do tipo de avaliação ambiental a efectuar. Todas as actividades susceptíveis de
causar impactos sobre o meio ambiente, não constantes dos Anexos I e III, deverão ser objecto
de pré-avaliação a ser efectuada pelo MICOA. Da realização da pre-avaliação pode resultar na
rejeição da implantação da actividade.
Nesta fase determina-se a necessidade ou não de se fazer o estudo de impacto ambiental antes
da implantação de um projecto.
Nesta fase a participação pública é fundamental, uma vez que permite a identificação das
expectativas e preocupações das partes interessadas e afectadas, as quais deverão ser tomadas
em consideração durante todo o processo de AIA (REPREL, 2015)
Termos de referência
Termos de Referencia é um documento que contem os parâmetros e informações específicas
que deverão presidir a elaboração do EIA ou EAS de uma actividade. Este documento deve ser
apresentado pelo proponente para a aprovação do MICOA, antes de iniciar 0 EIA e EAS
(REPUBLICA, 2004).
60
Os TdR constituem urn guião que preside a elaboração do EIA e EAS, o qual deve conter no
minírno (Decreto nº 45/ 2004 de 29 de Setembro):
Descrição dos estudos especializados identificados como necessários durante o EPDA
e a efectivar durante o EIA, para o caso de actividades de categoria A;
Descrição das alternativas viáveis identificadas e que devem ser investigadas no EIA;
Metodologia de identificação e avaliação dos impactos ambientais nas fases de
construção, operação e desactivação;
Descrição do processo de participação pública a seguir;
Identificação do proponente;
Identificação da equipe responsável pela elaboração do EIA e EAS;
Requisitos de informação adicional necessária.
Segundo Santos (2010), o EIA deve contemplar, no mínimo as seguintes actividades técnicas
(Resolução CONAMA 01/86, art. 6º):
61
Análise dos impactos ambientais do projecto e de suas alternativas, através de
identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis
impactos relevantes;
Definição das medidas de mitigação dos impactos negativos, entre elas os
equipamentos de controlo e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência
de cada uma delas;
Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos
e negativos, indicando os factores e parâmetros a serem considerados.
Objectivos de EIA
O objectivo dos estudos de impactos ambientais é principalmente avaliar as consequências de
algumas acções, para que possa haver a prevenção da qualidade de determinado ambiente que
poderá sofrer a execução de certos projectos ou acções, ou logo após a implementação dos
mesmos (Rodrigues, s.d)
De acordo com Therivel (2001), o EIA tem como objectivo fornecer aos tomadores de
decisão uma compreensão das consequências ambientais de um projecto ou acção proposta.
Este objectivo é alcançado através da utilização de informação ambiental da região onde se
pretende implantar o projecto. Técnicas preditivas para as quais as margens de erro não são
conhecidas e métodos de avaliação, que avaliam e apresentam essas informações aos
tomadores de decisão. Como resultado, há uma necessidade de mecanismo de ideias na AIA,
que envolve a transferência de conhecimento dos efeitos ambientais reais de um projecto ou
acção, em vez de simplesmente as consequências previstas. Este mecanismo de ideias é
fornecido pelo monitoramento pós-projecto de qualidade ambiental através da Auditoria
Ambiental.
62
determinadas acções, planos, programas ou projectos podem causar à saúde, ao bem-estar
humano e ao entorno (Brilhante, 1999).
63
5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO
Formou-se através da decomposição das rochas do cinturão do Lúrio, através do curso das
águas, sofreu transporte até o local onde foi depositado, a sua ocorrência está associada aos
conglomerados e fragmentos de quartzo. O minério é extraído nas ravinas a 3 metros de
profundidade e nas margens do rio Nhanhaça (figura 8).
64
5.1.1. Processamento do minério do ouro na área de estudo
No processamento do minério usa-se a lavagem. Esta é uma técnica que consiste na acção da
gravidade, através do uso de a uma superfície rugosa inclinada, o minério é colocado numa
bacia metálica contendo água e lançado nessa superfície que feita em forma de rampa. Durante
o escoamento o ouro é retido.
Como está ilustrado na figura 9, a massa de solo mineralizado coloca-se na bacia metálica e
adiciona-se água usando um balde, depois é mexida com as mãos e lançado sobre a superfície
rugosa inclinada (rampa), Após a lavagem do material, retira-se o pano e é colocado numa
bacia plástica, onde é lavado para retirar o mineral. Em seguida, pega-se o mercúrio coloca-se
na bacia plástica (bateia).
Depois da mistura do ouro e o mercúrio, os sedimentos são agitados dentro da bacia para
diferenciar a densidade entre os minerais pesados e os restantes sedimentos, o ouro por ser um
mineral com maior densidade precipita, posteriormente é retirado da bacia e colocado num
papel onde será queimado para obter ouro sem impurezas.
65
Fluxograma de processamento do minério
O minério depois de extraído, a massa de areia retirada é transportado até o local da lavagem e
concentração onde são separadas camadas de areia retiradas. Depois da separação, as camadas
são colocadas numa bacia metálica e lavadas.
Barragem é feita para retirar a água que será usada na lavagem do minério, a mesma água
usada no processo é reaproveitada para a etapa de lavagem de minério.
Figura 11: Mercúrio e ouro (esquerda) e o processo de extracção do minério de ouro na margem do rio Nhanhaça
(direita).
66
Na figura 12 estão apresentados as etapas de processamento de minério, quando é
directamente extraído nas margens de um rio.
Degradação do solo;
Alteração da qualidade da água;
Destruição das plantas.
67
Figura 13: O estado do solo na mineração artesanal de ouro.
68
Ir 0.024 0.034
Pb 0.010 0.020
Br 0.004 n.d.
Fonte: (Autor, 2018).
Os resultados da tabela 11, foram obtidos através da análise quantitativa e qualitativa dos solos
da área de estudo pelo método de espectrometria de fluorescência de raio – X.
50,000
45,000
Concentração relativa em %
40,000
35,000
30,000
25,000
A1
20,000
A2
15,000
10,000
5,000
0,000
Si Fe Ca Al K Ti S Mn Sr Zr Cu V Zn Cr Ir Pb Br
Elementos químicos
Figura 14: Concentração relativa dos elementos químicos determinados pelo método de espectrometria de
fluorescência de raio - X no solo da área de estudo.
De acordo com a figura 14, os elementos Sr, Zr, Cu, V, Zn, Cr, Ir, Pb e Br encontram – se
presentes em poucas quantidades nas duas amostras de solo.
69
inadequado de produtos químicos, como o mercúrio que é usado para a concentração do
mineral.
Estas águas apresentam turvação elevada que varia entre 82 a 310 NTU, cheiro terroso e
coloração amarelada. A figura 15, mostra as condições da água que é usada com os
garimpeiros para preparar os seus alimentos, a mesma é usada também para a lavagem do
mineral.
Figura 15: Condição da água usada pelos garimpeiros no posto administrativo de Chiúre velho.
Na área de estudo, a água não é somente usada no processamento do minério, é usada também
para o consumo e na cozedura de alimentos. Foram abertos poços tradicionais perto da área de
mineração em que a água desses poços é consumida pelos garimpeiros assim como pela
população vizinha. Na figura 16 está ilustrado o poço tradicional.
70
Figura 16: Poço tradicional usado pelos garimpeiros.
Unidades
Parâmetros Número de amostras
A1 A2 A3 A4 A5 A6
71
Nitratos 5.75 23.01 26.99 6.2 35.4 2.2
mg/l
Cloretos 70 36,7 126,6 106,6 65,7 68,3
Ferro total <0,2 <0,2 < 0,2 <0,2 0,3 <0,2 mg/l
mg/l
Dureza total 279 239 211 216 299 219
mg/l
Cálcio 26.8 32,1 38,5 22,8 65,7 15,2
mg/l
Magnésio 51,7 38,8 28,1 38,8 32,9 44,2
mg/l
DBO 0,0 2,5 20,0 75,0 180,0 0,0
mg/l
Coliformes Ausente 3 Ausente Ausente Ausente Ausente NC/100
fecais ml
Fonte: Autor, 2018.
pH e Condutividade eléctrica
De acordo com os valores do pH, o impacto da mineração artesanal para com a qualidade da
água da área de estudo ainda não é de grande significância, a água em todas amostras estão
dentro dos parâmetros admissíveis para o consumo humano segundo a OMS e os aconselhados
pelo MISSAO (Anexo A), apresenta valores de pH entre 7,1 a 8,0 e a média do pH é 7, 38.
72
Elas apresentam baixos valores de condutividade eléctrica que variam entre 785 a 1230. As
figuras 17 e 18 representam as variações de pH e da condutividade eléctrica quando colocados
nos gráficos.
8,20
8,00
7,80
7,60
pH
7,40
7,20 pH
7,00
6,80
6,60
A1 A2 A3 A4 A5 A6
Amostras
Os valores do pH podem ser influenciados pelos metais presentes no solo, pois as reacções
entre os catiões com água resultam numa solução com características básicas, isto faz com que
elevam os valores de pH.
1400,00
Condutivi dade eléctrica
1200,00
1000,00
800,00
600,00
400,00
200,00
0,00
A1 A2 A3 A4 A5 A6
Amostra
73
Fonte: (Autor, 2018).
Turvação
Em todas amostras analisadas, as águas estão acima dos padrões aceitáveis da turvação. A A6
foi colhida num furo localizado a 7 Km da zona da mineração, segundo o relatório laboratorial
a sua qualidade é aceitável e considera-se própria para o consumo humano, mas esta agua a
sua turvação está acima do recomendável. Na figura 19 foram ilustrados os valores da
turvação na água num gráfico.
350,00
300,00
250,00
Turvação
200,00
150,00
100,00
50,00
0,00
A1 A2 A3 A4 A5 A6
Amostras
Os valores elevados da turvação nessas amostras de águas são causados pela presença de
partículas em suspensão que são gerados durante a remoção da camada superficial do solo e na
lavagem das camadas retiradas durante o garimpo.
Nitritos
74
Quanto a presença de nitritos nessas águas é muito abaixo daquilo que a máquina pode
detectar, somente a amostra 4 contem concentração dos nitritos, muito abaixa em relação aos
parâmetros admissíveis, não constituindo assim uma contaminação.
Nitratos
Os nitratos nas amostras de água da área de estudo, aumentam de acordo com a intensidade
das actividades de mineração, quando mais a área estiver activa, mais quantidade de nitrato
tem, mas os seus valores não estão acima dos parâmetros admissíveis na qualidade de água.
Ferro total
As concentrações da dureza total, cálcio e magnésio não estão acima nos parâmetros
admissíveis, mas também esses valores pode ser influenciados pelas rochas que compõem a
área de estudo, visto que, um dos afloramentos rochosos que compõe a área de estudo é o
mármore que é rico em cálcio e magnésio. No processo de intemperismo físico das rochas
onde o agente de intemperismo é água, os elementos químicos presentes na rocha são
lixiviados esses elementos migram até atingir as águas superficiais, assim como as
subterrâneas pela infiltração. O gráfico abaixo mostra a variação dos valores da dureza total,
cálcio e magnésio. A figura 20 mostra a tendência dos valores de dureza total, cálcio e
magnésio quando colocados no mesmo gráfico.
75
Val ores de dureza total, cálcio e
450,00
400,00
350,00
300,00
250,00
Magnésio
200,00
Cálcio
150,00
Dureza total
magnésio
100,00
50,00
0,00
A1 A2 A3 A4 A5 A6
Amostras
Coliformes fecais
Esta análise foi realizada devido a exposição ao ambiente de fezes da água de uso doméstico
na área de mineração, os resultados mostram que a água da amostra 2 encontra-se ligeiramente
contaminada por coliformes fecais. A contaminação microbiológica não é directamente
influenciada pela actividade mineira e nem pela composição química das rochas da área de
estudo.
Extensão
Direcção Magnitude Duração Reversibilidade Frequência
geográfica
76
Negativa, o pH Insignificante : Local: o Permanente: Irreversível: Baixa: por ser
de cada amostra as variações efeito se faz os impactos pela falta de uma actividade
de água tende a dos parâmetros sentir nas são relatório de muito jovem
sair fora dos físicos - imediações da classificados estudo de ocorre algumas
parâmetros químicos estão área da como impacto vezes ou
admissíveis, dentro dos mineração permanente ambiental os raramente
também padrões artesanal devido a falta efeitos fazem-se durante um
verificou-se aceitáveis. de intervenção sentir de modo período de
tendência de Baixo: a urgente para o que daqui alguns tempo.
contaminação amostra 2 processo de anos possam
microbiológica, apresenta monitorização aumentar ou o
e as águas são contaminação dos poluentes. espaço possa a
muito turvas. biológica. ser irrecuperável.
Isso irá
prejudicar a
saúde humana
Fonte: Autor, 2018
77
Figura 21: Destruição das plantas para alargamento do espaço de mineração.
Tabela 14: Método matrizes de interacção da AIA, usado na AIA na área de estudo.
78
Em operação
Reversibilida
Probabilidad
Temporalida
Significância
Importância
Fase inicial
Magnitude
Natureza
Duração
Forma
de
de
e
Degradação X NEG PERM LP IRREV C G M MS DIR No local da
da área mineração.
explorada
Poluição da X NEG PERM LP IRREV C M G GS DIR/ No local da
água IND mineração e
Físico
arredores de
Chiúre Velho.
províncias de
Cabo Delgado e
Nampula.
Participação X NEG PERM LP VER C G G GS DIR/ Crianças
de menores IND provenientes de
de idade na todas aldeias de
mineração Chiúre Velho.
Está actividade tem reflectido negativamente na vida das crianças, fazendo com que elas
deixem escarpar as oportunidades de estudo que tem, e a maior parte do seu tempo dediquem
na mineração artesanal.
79
Verificam-se melhorias na geração de emprego e rendas para sobrevivência, por parte das
pessoas envolvidas na actividade. Com está actividade as pessoas conseguem comercializar o
mineral e ganhando dinheiro para o seu autosustento.
Tipo de
Medidas de mitigação
Impacto
Solo Enchimento de locais onde já não se faz a mineração.
Redução das barragens feitas para a lavagem do minério.
Definição de um plano de recuperação ambiental.
Água Programa de monitoramento das fontes de agua das arredores e áreas da mineração.
Desvio do curso das aguas que vão para os rios vizinhos;
Abertura de barragem para a lavagem do minério no único local.
Uso de métodos convencionais na concentração do mineral.
Plantas Delimitar a área de mineração artesanal.
80
Mecufi a contaminação do peixe que lá existe, os impactos nestas zonas são classificados
como indirectos ou secundários. O risco de contaminação que aqui se refere é devido o
transporte de mercúrio e outros elementos químicos associado ao minério de ouro durante o
escoamento superficial da água.
Das 3 fases da AIA, na avaliação dos impactos ambientais na área de estudo, usou-se a ultima
fase, isto deve-se a dimensão e objectivos do trabalho. A actividade em estudo pertence a
categoria A e está obrigatoriamente sujeita a realização de EIA.
81
5.8. Verificação das Hipóteses
H1- A mineração artesanal de ouro em Chiúre tem provocado vários problemas ao meio
ambiente.
Durante a realização do trabalho de campo assim como nos resultados laboratoriais foram
verificados vários impactos de natureza negativa, como a degradação do solo da área da
mineração, destruição das plantas, alteração da qualidade da água, abando de menores nas
escolas para praticar a actividade de mineração. É deste modo que é possível validar estas
hipóteses.
H2- A mineração artesanal de ouro em Chiúre não tem causado impactos significativos para o
meio ambiente.
De acordo com a pesquisa de campo, o único impacto que se classifica como de natureza
positiva decorrente desta actividade é a geração de renda, com esta actividade as pessoas
conseguem produzir o seu auto sustento. Embora tenha um impacto benéfico esta hipótese é
refutada neste trabalho, porque se for feita uma análise esse impacto não seria possível
potenciar.
82
6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
6.1. Conclusão
O depósito de ouro explorado na área de estudo é do tipo secundário que é resultante do
intemperismo físico e químico das rochas dos complexos Montepuez e Ocua.
A técnica usada no processamento do minério é a lavagem, este processo é realizado por meio
de uma rampa revestida de um pano para retenção do mineral. O rio onde está actividade é
praticada é de regime periódico. Para a lavagem do minério são abertas barragem para
retenção da água que será usada. A substancia química usada na concentração do ouro em
todas as técnicas de processamento é o mercúrio, mas não é usado no local da exploração.
Por ser um local onde as actividades são recentes, não há grandes impactos em todos os meios.
Os impactos ambientais verificados são: alteração de alguns parâmetros físico - químicos da
qualidade da água, degradação do solo e destruição das plantas, por consequência disso a
floresta e a fauna foram afectadas.
Na área de estudo as pessoas que exercem está actividade carecem da informação das
implicações desta actividade para com o meio ambiente. As medidas de mitigação dos
impactos ambientais propostas no trabalho são: a realização de campanhas de educação
ambiental na comunidade através da criação de palestras com o intuito de transmitir o
conhecimento dos impactos ambientais as populações; Realização de trabalhos de estudo de
impacto ambiental numa área que se pretende fazer a explorar artesanalmente um minério e
submissão do projecto aos órgãos responsáveis da área que se pretende explorar o minério.
6.1.1. Constrangimentos
Durante a realização da pesquisa foram encontrados os seguintes constrangimentos:
Houve limitações nas análises de metais pesados na água devido a falta de meios,
como equipamentos para a análise química no LHAA e fundos para encaminhar
noutros laboratórios de análises.
83
6.2. Recomendações
Da pesquisa realizada foram deixadas recomendações para trabalhos que serão desenvolvidos
futuramente:
84
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90
APÊNDICES
Figura 23: Determinação de coliformes fecais (esquerda) e parâmetros físico - químicos (direita).
91
Figura 26: fricotermostato. Figura 27: Agitador magnético.
Figura 28: Colecta da amostra de água . Figura 29: Entrevista aos garimpeiros.
92
Apêndice C: Procedimentos laboratoriais.
Parâmetros físico-químicos
Determinação de nitritos
Para a determinação dos nitritos presentes na água foi usado o método de ácido sulfânico e
alfano neftalamina.
Procedimentos
Expressão de resultados
A concentração do ião nitrito na água é expressa em mg/l de NO2- mas também pode ser
expressa em mg/l de azoto nitroso (NO2 - - N), cuja conversão é feita através da fórmula:
Sensibilidade do método
93
O valor mínimo que o método detecta dos nitritos é 0,3 mg/l. Quando o método não encontra
nitrito na amostra expressa-se por <0,3 mg/l.
Determinação de nitratos
Para a determinação dos nitratos na água é o método de Brucina, este método se baseia na
formação duma cor amarela que na reacção entre a brucina em meio acido e a quente. A
intensidade da cor que se desenvolve é directamente proporcional a concentração do ião
nitrato na água.
Ácido sulfúrico (1+ 4) é um reagente que se prepara adicionando 4 partes de ácido sulfúrico a
uma parte da água destilada. Tem que pegar agua destilada colocar num recipiente grande e
mergulhar num banho de gelo. Em seguida adicionar lentamente e pela parede interna do
recipiente e o acido sulfúrico. Isso acontece via parede para evitar a explosão do ácido
sulfúrico pois ele produz uma reacção exotérmica;
Procedimentos
94
Expressão de resultados
A concentração do ião nitrato na água expressa-se em mg/l de NO3 -, mas também pode ser
expressa em mg/l de azoto nítrico (NO3 - - N), convertendo-se mediante a fórmula abaixo: mg/l
(NO 3 - - N) = mg/l de NO 3 - 0,226.
Sensibilidade do método
O valor mínimo que o método detecta dos nitratos é 0,5 mg/l. Quando o método não encontra
nitrato na amostra expressa-se por 0,5 mg/l.
O método usado na determinação do ferro total nas amostras de água é o método tiocianeto,
que consiste em fazer reagir acido clorídrico e permanganato de potássio, o ferro 2 oxida-se e
passa a ferro 3 que reagindo com o tiocianeto de potássio forma-se um complexo vermelho.
Antes da análise, todo o material de vidro a ser usado deve ser passado em ácido clorídrico
concentrado, posteriormente passado água corrente, e finalmente enxugado em água destilada.
Proveta de 100 ml.
Procedimentos
95
Sensibilidade do método
O valor mínimo que o método detecta do ferro total é 0,2 mg/l. Quando o método não encontra
ferro total na amostra expressa-se por 0,2mg/l.
Análise volumétrica
Dureza total;
Cálcio;
Cloreto.
Dureza total
O método usado nesta analise é o trimétrico com EDTA, que consiste na formação de
complexos estável e incolor com os catiões cálcio e magnésio pela adição de EDTA em
presença do indicador negro ericromo – P.
Expressão de resultado
96
Onde, V1 é o volume da solução titulante de EDTA gasto na titulação
Determinação de cálcio
O método usado nesta analise é o trimétrico com EDTA, que consiste na formação de
complexos estável e incolor com os catiões cálcio e magnésio pela adição de EDTA em
presença do indicador negro ericromo – P.
Procedimentos
Expressão de resultado
CaCO 3 (mg/l) =
97
Determinação de magnésio
Para a determinação dos iões magnésio na água usa-se o método de cálculo baseado nos
resultados da dureza total e cálcio.
Equação 13: método de cálculo para a determinação dos iões magnésio na água.
Determinação de cloreto
O método usado nesta análise é o método de Mohr, que consiste em dosear o ião cloreto numa
solução neutra ou fracamente alcalina através de uma solução de AgNO 3 , utilizando cromato
de potássio como indicador do ponto final da determinação, com este método o cloreto
precipita quantitativamente como cloreto de prata de cor branca antes da formação do cromato
de prata de cor vermelho tijolo.
Procedimentos
Expressão do resultado
( – )
Fórmula: Cl- (mg/l) =
98
Equação 14: determinação da concentração do ião cloreto na água.
N é a normalidade titulante.
V é o volume da amostra.
Teste de DBO
Procedimentos
1. Cada amostra foi colocada numa proveta de 250 ml, depois colocada no frasco;
2. Adicionou-se 3 cristais de hidróxido de sódio;
3. Acertou-se o aparelho no ponto até o ponto inicial, as amostras foram deixadas no
fricotermostato por um período de 5 dias, que é o tempo necessário para ter os
resultados.
Parâmetros microbiológicos
Procedimentos
Expressão de resultado
99
NTCF/100 ml =
AF é amostra filtrada
100
ANEXOS
Limite
Parâmetro Unidades Riscos para a saúde pública
admissível
Amoníaco 1,5 mg/l Sabor e cheiro desagradável
Alumínio 0,2 mg/l Afecta o sistema locomotor e causa anemia
Arsénio 0,01 mg/l Cancro da pele
101
Nitrito 3,0 mg/l Reduz o oxigénio no sangue
Nitrato 50 mg/l Reduz o oxigénio no sangue
Níquel 0,02 mg/l Eczemas e intoxicação
Sódio 200 mg/l Sabor desagradável
Sulfato 250 mg/l Sabor e corrosão
Selénio 0,01 mg/l Doenças cardiovasculares
Sólidos totais 1000 mg/l Sabor desagradável
dissolvidos
Zinco 3,0 mg/l Aparência e sabor desagradável
Pesticidas totais 0,0005 mg/l Intoxicação e distúrbios de varia ordem
Hidrocarbonetos 0,0001 mg/l Sabor desagradável, intoxicação e distúrbios de varia
aromáticos ordem
policlínicos
Cor 15 TCU Aparência
Cheiro Inodoro Sabor
Condutividade 50-2000
eléctrica
pH 6,5-8,5 Sabor, corrosão, irritação da pele
Sabor Insípido
Sólidos totais 1000 mg/l Sabor, corrosão
Turvação 5 NTU Aparência, dificulta a desinfecção
Coliformes fecais Ausente NC/100 Doenças gastrointestinais
ml
Fonte: BR (2004).
102
Anexo B: Resultados de análises químicas de amostras de solo
Faculdade de Ciências
Departamento de Química
Exmo. Senhores
Da Universidade da Uni-L urio - Faculdade de Engenharias
MAPUTO
ASSUNT O:
Envio de resultados de analises químicas
(FRX ).
103
usando o equipamento de fluorescencia de raios-X
Av. Julius Nyerere, no 3453, Campus P rincipal,C. Postal 257, Tel.: (+258) 21 493377, Fax.:
(+258) 21 493377, 104
Maputo — Moçambique
A tabela que se segue apresenta os valores das concentrações de elementos químicos presentes nas
amostras de solo e argila, obtidas através de varrimento de fluoresc8ncia de raios-X (EDXR F)
numa analise semi-quantitativa. As amostras foram pulverizadas corn o moinho de bolas antes da
analise EDXRF. A concentração elementar é expressa em percentagem de suas abundâncias
relativas.
7. • . I-1
11
74'
105