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CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

LEVANTAMENTO GRAVIMÉTRICO E A
CARACTERIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Amanda Mendonça de Oliveira

SÃO JOÃO DEL REI – MINAS GERAIS


2019
AMANDA MENDONÇA DE OLIVEIRA

LEVANTAMENTO GRAVIMÉTRICO E A
CARACTERIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Trabalho apresentado como requisito


parcial para a Conclusão do Curso de
Engenharia Mecânica da Universidade
Federal de São João Del Rei.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________
Prof. Dr. José Antônio da Silva
Universidade Federal de São João Del Rei

______________________________________
Prof. Dr. Flávio Neves Teixeira
Universidade Federal de São João Del Rei

______________________________________
Prof. Dr. Luiz Gustavo Monteiro Guimarães
Universidade Federal de São João Del Rei Comentado [J1]: Nome da banca alterado

São João Del Rei, 09 de junho de 2019


i

AGRADECIMENTOS

A Deus por ser a base de tudo.

À minha mãe, por ser meu porto seguro e nunca me deixar desistir.

À minha avó, pelo seu exemplo de vida, nos ensinando que nunca é tarde para
correr atrás de nossos objetivos.

À toda a minha família, por sempre acreditarem em mim.

A todos os meus amigos que de alguma forma participaram deste sonho. Em


especial à Paula, pelo convívio diário e ombro amigo ao longo dessa jornada. Ao
Jorge, por me mostrar que a amizade supera a distância física. E à Sofia e ao Luiz,
por serem meus eternos vizinhos, e minha família em Minas Gerais.

Ao meu orientador, José Antônio, pelo convite e pela oportunidade de trabalhar


ao seu lado, foi um período de muita aprendizagem.
ii

OLIVEIRA, Amanda Mendonça de. Levantamento gravimétrico e a caracterização


de resíduos sólidos. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia
Mecânica. Universidade Federal de São João Del Rei, 2019.

RESUMO

O Art. 225 da Constituição Federal de 1988 esclarece que todos têm direito
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. A partir das
bases teóricas apresentadas, verificou-se a necessidade de mudar a compreensão
que temos sobre o lixo. Nem tudo que jogamos fora realmente é inutilizável. Por isso
se faz necessário entender a diferença entre resíduos sólidos e rejeitos. Resíduos
sólidos é o material resultante da atividade humana em sociedade, cuja utilidade
primária tenha sido desenvolvida, mas ainda é passível de novas formas de utilização
como a reutilização ou reciclagem. Rejeitos são resíduos cujas possibilidades de
tratamento ou recuperação tenham sido esgotadas, restando apenas sua disposição
final ambientalmente adequada. A partir desses conceitos, iniciou-se os estudos de
elaboração do Plano Intermunicipal de Gestão de Resíduos Sólidos. Os municípios
da região das Vertentes se uniram na forma do Consórcio Intermunicipal na busca de
soluções ambientais compartilhadas, o que gera economia e otimiza os resultados.
Adotou-se a metodologia proposta pela FEAM (Fundação Estadual do Meio Ambiente
de Minas Gerais), que propõe a separação dos resíduos em 04 amostras de 01m 3
cada como a forma mais eficiente para separar os resíduos por tipologia e
caracterizá-los com o intuito de realizar o levantamento gravimétrico. Observou-se
que dos 16 Municípios pesquisados, 06 Municípios geram mais de 01kg por
habitante. Já os tipos de resíduos encontrados em cada amostra dos Municípios
geraram uma porcentagem bem diversificada. Foi constatado que o poder econômico
dos Municípios influenciou diretamente na composição dos resíduos descartados.
Por exemplo, cidades com poder aquisitivo maior, possuem uma porcentagem de
materiais recicláveis maior. Em contrapartida, os Municípios com poder aquisitivo
menor possuem uma porcentagem de resíduos orgânicos em maior quantidade.
Observou-se que grande parte da população não segrega corretamente os resíduos
iii

gerados, haja vista que, foram identificados vários tipos de resíduos recicláveis no
momento em que foi realizado o levantamento gravimétrico dos resíduos do
CIGEDAS. Através do procedimento metodológico de uma pesquisa bibliográfica em
paralelo com um estudo de caso, conclui-se neste trabalho de conclusão de curso que
o levantamento gravimétrico é a forma mais eficiente de identificar e quantificar os tipos
de resíduos urbanos de um município para que ações gerenciais possam ser tomados.

Palavras-chave: Levantamento gravimétrico. Resíduos urbanos. Consórcio


intermunicipal. Comentado [J2]: Formatação alterada
iv

OLIVEIRA, Amanda Mendonça de. Gravimetric survey and characterization of


solid waste. Monograph for the bachelor’s degree in Mechanics Engineering. Federal
University São João Del Rei, 2019.

ABSTRACT

Based on the theoretical bases presented, it was demonstrated the importance of the
gravimetric survey for the management of urban waste and its correct final destination.

The article 225 of the 1988 Federal Constitution clarifies that everyone has the right to
an ecologically balanced environment, a common use of the people and essential to a
healthy quality of life, imposing on the Government and the community the duty to
defend it and preserving it for present and future generations. Based on the theoretical
bases presented, it was verified the need to change the understanding that we have
about garbage. Not everything we throw out really is unusable. Therefore it is
necessary to understand the difference between solid waste and tailings. Solid waste
is the material resulting from human activity in society whose primary utility has been
developed, but is still susceptible of new uses such as reuse or recycling. Waste is
something whose treatment or recovery possibilities have been exhausted, leaving
only its final disposal environmentally adequate. Based on these concepts, the
preparation of the Intermunicipal Solid Waste Management Plan was started. The
municipalities of the Vertentes region have joined together in the form of the
Intermunicipal Consortium in search of shared environmental solutions, which
generates savings and optimizes results. The methodology proposed by FEAM (State
Environmental Foundation of Minas Gerais) was adopted, which proposes the
separation of the residues in 04 samples of 01m3 each was the most efficient way to
separate the residues by typology and to characterize them with the intention of
performing the gravimetric survey. It was observed that of the 16 Municipalities
surveyed, 06 Municipalities generate more than 01kg per inhabitant. The types of
residues found in each sample of the Municipalities generated a very diversified
percentage. It was verified that the economic power of the Municipalities directly
influenced the composition of the waste discarded. For example, cities with higher
v

purchasing power have a higher percentage of recyclable materials. In contrast,


municipalities with lower purchasing power have a higher percentage of organic waste.
It was observed that a large part of the population does not correctly segregate the
waste generated, since several types of recyclable waste were identified at the time of
the gravimetric survey of CIGEDAS waste. Through the methodological procedure of
a bibliographic research in parallel with a case study, it is concluded in this work of
conclusion of the course that the gravimetric survey is the most efficient way of
identifying and quantifying the types of municipal waste of a municipality so that
managerial actions can be taken.

Key Words: Gravimetric survey. Urban waste. Intermunicipal consortium. Comentado [J3]: Formatação alterada
SUMÁRIO Comentado [J4]: Adicionar lista de figuras, lista de tabelas, lista
de siglas

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
1.1 Apresentação .................................................................................................... 1
1.2 Problema ........................................................................................................... 3
1.3 Justificativa ....................................................................................................... 3
1.4 Objetivos ........................................................................................................... 4
1.4.1 Objetivos Gerais .........................................................................................4
1.4.2 Objetivos Específicos ...............................................................................4
2 Revisão da literatura ..............................................................................................5
2.1 Geração e classificação de resíduos sólidos ................................................5
2.2 Limpeza urbana e coleta de resíduos .............................................................9
2.3 Formas de tratamento e destinação dos resíduos urbanos .......................11
2.3.1 Incinerador ................................................................................................11
2.3.2 Compostagem ..........................................................................................12
2.3.3 Aterro sanitário .........................................................................................13
2.4 Levantamento gravimétrico dos resíduos urbanos .................................... 21
2.5 Características dos resíduos sólidos ...........................................................22
3 MÉTODOS ............................................................................................................. 25
4 RESULTADOS ....................................................................................................... 28
4.1 Levantamento Gravimétrico dos resíduos de cada Município ................... 28
4.1.1 Município de Barroso ............................................................................... 28
4.1.2 Dores de Campos .....................................................................................28
4.1.3 Santa Cruz de Minas ................................................................................ 28
5 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 32
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 33
7 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 34
ANEXOS ................................................................................................................... 36
1 INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação

O desenvolvimento das cidades e da civilização foi significativamente


influenciado pelas dificuldades encontradas nos lugares onde as comunidades se
localizavam. Em áreas ricas em recursos naturais e alimentos, a criação de processos
tecnológicos mais eficientes não era tão necessária. Quando se esgotavam os
recursos de uma localidade, bastava apenas procurar outro ambiente utilizando os
mesmos instrumentos de caça e plantio.
O domínio das técnicas de produção de alimento foi determinante para que a
maior parte dos seres humanos deixasse a vida nômade e construísse, assim, as
bases do que hoje conhecemos por civilização. A passagem do extrativismo para a
agricultura sistematizada e a mudança da caça para a domesticação de animais foram
elementos centrais para que seres humanos se juntassem em grupos.
A Revolução Industrial veio a agravar o uso indiscriminado dos recursos
naturais, por meio da produção em larga escala. Os resíduos provenientes das
indústrias nos centros urbanos eram proporcionais ao aumento da produção do novo
sistema capitalista que se instalara.
O artigo 13º da Lei 12.305/10 que instituiu a Política Nacional de Resíduos
Sólidos classificou como resíduos sólidos urbanos (RSU) os resíduos domiciliares, Comentado [J5]: Sigla para a lista de siglas

originados de atividades domésticas em residências urbanas, e os resíduos de


limpeza urbana, proveniente da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e de
outros serviços de limpeza urbana. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) uma pessoa produz 01 kg de resíduo sólido por dia, sendo que, Comentado [J6]: Sigla

nos grandes centros urbanos esta geração pode ser maior.


O aterro sanitário é uma forma de disposição final muito utilizado por ser um
processo consideravelmente barato. Consiste basicamente na deposição do resíduo
em lugar apropriado para devido fim, para que não ocorram vazamentos de resíduos
no solo, protegendo assim, o lençol freático de contaminações. Esta técnica consiste
em confinar os resíduos industriais na menor área e volume possível, cobrindo-os com
uma camada de material inerte na conclusão de cada jornada de trabalho ou intervalos
menores, caso necessário, tratando as emissões atmosféricas e efluentes gerados no
processo de decomposição dos resíduos.
2

Assim como outros serviços de utilidade pública, os serviços de manejo dos


resíduos sólidos apresentam custos fixos elevados que tornam suas provisões
economicamente viáveis somente a partir de certo nível de atendimento. Além disso,
existem, ainda, economias de escala (quanto maior o número de beneficiários, menor
o custo marginal de previsão), cuja questão ganhou força legal com a Lei 12305/10
que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, haja vista que, esta lei obriga
todas as empresas e órgãos públicos e privados a destinarem seus resíduos sólidos
de forma ambientalmente correta, ou seja, os resíduos que não forem passíveis de
reciclagem e que não forem perigosos deverão ser destinados em aterros sanitários
licenciados.
O aterro sanitário ainda é o processo mais aplicado no mundo em virtude de
seu baixo custo. É um processo bastante seguro e simples, além do fato de que os
processos de tratamento de resíduos também geram resíduos que devem ser
destinados a aterros. A incineração pode ser competitiva com relação ao aterro,
dependendo da escala e da dificuldade de se encontrar um local para a implantação
do aterro. Entretanto, os incinerados não são vistos com bons olhos pelos órgãos
ambientais brasileiros, em que, a obtenção da licença de operação é muito burocrática
e difícil de ser emitida. Observa-se que, os resíduos gerados na incineração (cinzas)
necessitam de um aterro, portanto, neste caso, a incineração atua como uma
tecnologia que aumenta o ciclo de vida do aterro.
Os principais subprodutos de um aterro sanitário são o chorume (líquido
proveniente da decomposição do material orgânico), as águas percoladas e gases
orgânicos. Todos estes materiais possuem sistemas de drenos específicos, sendo
que, os efluentes líquidos do processo (chorume e percolados) podem ser
introduzidos no aterro de forma planejada e o excedente vai para tratamento em uma
estação de tratamento de efluentes.
O levantamento gravimétrico reflete os valores porcentuais (em peso) dos
diferentes componentes dos resíduos sólidos em uma amostra dos mesmos. As
categorias de resíduos podem ser as mais comumente encontradas, conforme o grau
de detalhamento desejável para o estudo em questão, como, por exemplo, resíduos
orgânicos, plásticos, papel, papelão, vidro, metais, têxteis e diversos. Pode-se
subdividir dada categoria, por exemplo, plásticos em plásticos duros e plásticos moles.
Após a coleta de amostras, deve-se proceder à triagem para classificação dos
resíduos nas categorias supracitadas. Primeiro, os objetos grandes, tais como
3

garrafas, papel, papelão, recipientes e embalagens são removidos. Em seguida, os


objetos menores são separados. Durante esta operação, tonéis plásticos devem ser
usados para objetos separados e cada categoria deve ser pesada para fins de
obtenção da composição ou levantamento gravimétrico.

1.2 Problema

Os dados da pesquisa deste trabalho foram coletados a partir de coleta de


dados secundários do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos
(PGRSU) do Consórcio Intermunicipal de Gestão e Desenvolvimento Ambiental Comentado [J7]: Sigla

Sustentável das Vertentes – CIGEDAS. A pesquisa deste trabalho acadêmico ficou


limitado ao levantamento gravimétrico dos resíduos das cidades integrantes do
consórcio intermunicipal. Comentado [J8]: Já está definido como residuo solido urbano

Dado o exposto e a preocupação acerca dos resíduos urbanos do Consórcio


Intermunicipal CIGEDAS, a seguinte questão será feita: Qual a composição Comentado [J9]: Sigla

gravimétrica dos resíduos dos municípios pesquisados e quais as características dos


mesmos?

1.3 Justificativa

Este trabalho possui relevância para a sociedade por demonstrar a importância


do levantamento gravimétrico no gerenciamento de resíduos e conscientizar acerca
dos impactos ambientais ocorridos pela má gestão dos recursos naturais, ressaltando
os métodos necessários para um gerenciamento ambiental eficaz.
Em relação à importância pessoal para o autor, este trabalho de cunho
acadêmico visa propiciar conhecimento técnico para ser usado na sua vida
profissional. Pretende mostrar também que cada indivíduo em sua respectiva área de
atuação deve com seu conhecimento adquirido, melhorar o mundo em que vive.
Este trabalho tem relevância legal por tratar-se de um requisito obrigatório para
a conclusão do Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de São João
Del – Rei para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Mecânica.
4

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivos Gerais

Este trabalho tem por objetivo geral demonstrar o processo de levantamento


gravimétrico dos resíduos sólidos urbanos das cidades pertencentes ao Consórcio
Intermunicipal CIGEDAS, analisando todas as etapas e metodologias aplicadas.

1.4.2 Objetivos Específicos

• Analisar o levantamento gravimétrico realizado pelo Plano de Gestão


Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos dos municípios de Barroso, Dores
de Campos e Santa Cruz de Minas pertencentes ao CIGEDAS; Comentado [J10]: Objetivo especifico no texto

• Analisar a geração de Resíduo Sólido Urbano por habitante do CIGEDAS


com enfase nos três municípios analisados; Comentado [J11]: Objetivo específico no texto

• Identificar como funciona um aterro sanitário e quais as etapas de


gerenciamento dos resíduos;
• Verificar quais as principais tecnologias de tratamento de resíduos urbanos.
5

2 Revisão da literatura

2.1 Geração e classificação de resíduos sólidos

Quando discutimos sobre resíduos devemos ter uma preocupação especial


para com os resíduos classificados como perigosos, por causarem danos à saúde
pública e ao meio ambiente. De Martini, Figueiredo e Gusmão (2005, p.14) esclarecem
que “no Brasil existem mais de 6.000 áreas contaminadas por substâncias
descartadas de forma negligente, com potencial de causar danos graves ao meio
ambiente e à saúde pública”, sendo os efeitos ambientais causados por uma atividade
poluidora distribuída pela sociedade, sem controle interno ao invés de serem
agregados aos seus custos de produção. Segundo Valle (1995, p.29):

Se a sociedade humana mantiver seu atual estilo de vida e os países em


desenvolvimento exercerem seu direito de crescer e aumentar seus padrões
de consumo de produtos industrializados aos níveis dos países
desenvolvidos, os resíduos perigosos e os não perigosos continuarão a ser
gerados em grandes quantidades e irão necessitar de técnicas cada vez
mais eficientes para sua prevenção, minimização, destruição e destinação
final.

Resíduo gerado nas organizações de acordo com De Martini, Figueiredo e


Gusmão (2005) é o que resta de um processo produtivo no local onde ocorre, podendo
ser resíduo sólido, efluente líquido ou emissão atmosférica. A NBR 10004:2004 da Comentado [J12]: Sigla

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define Resíduo Sólido como Comentado [J13]: Sigla

sendo:

Os resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de


origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de
varrição, incluindo os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água,
aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição,
bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o
seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam
para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor
tecnologia disponível.

De acordo com sua origem, os resíduos sólidos podem ser classificados


segundo Bidone e Povinelle (1999, p.2) em:
6

a. urbanos: em que se enquadram os residenciais, comerciais, de varrição, de


feiras livres, de capinação e poda;
b. industriais: em que se inclui um grande percentual de lodos provenientes do
processo de tratamento de efluentes líquidos industriais, muitas vezes tóxicos
e perigosos;
c. de serviços de saúde: que abrangem os resíduos sólidos de hospitais, de
clínicas médicas e veterinárias, de centros de saúde, de consultórios
odontológicos e de farmácias;
d. radioativos: em que se inserem os resíduos de origem atômica, cujo
controle/gerenciamento está, de acordo com a Legislação Brasileira, sob a
tutela do Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN); Comentado [J14]: Sigla

e. agrícolas: em que se agrupam aqueles resultantes dos processos de produção


de defensivos agrícolas e suas embalagens.

A NBR 10004:2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)


segundo De Martini, Figueiredo e Gusmão (2005, p.34-35) classifica os resíduos em:

I. Resíduos Classe I (perigosos): são aqueles cujas características, em função


de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, pode
apresentar:
a. risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças
ou acentuando seus índices;
b. riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma
inadequada;
c. inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou
patogenicidade;

II. Resíduos Classe II-A (não inertes): são aqueles que não se enquadram nas
classificações de resíduos classe I (perigosos) ou de resíduos classe II-B
(inertes). Estes resíduos podem ter propriedades, tais como:
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.

III. Resíduos Classe II-B (inertes): são resíduos que ao serem submetidos a um
contato com água, à temperatura ambiente, e seguindo os procedimentos
7

descritos nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)


NBR 10007:2004 (Amostragem de resíduos sólidos) e NBR 10006:2004
(Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos), não
tenham nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações
superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor,
turbidez, dureza e sabor.

Como exemplo de resíduos Classe I (perigosos) pode-se citar: pilhas e


baterias, tintas, solventes, aerossóis, produtos de limpeza, lâmpadas fluorescentes,
resíduos hospitalares, rejeitos radioativos entre outros. Muitos dos resíduos
classificados como perigosos contêm metais pesados, como mercúrio, chumbo,
cádmio e níquel, que podem se acumular no tecido vivo, até atingir níveis perigosos à
saúde. Pode-se denominar resíduos Classe II-A (não inertes) os resíduos orgânicos,
papéis e lodos de estações de tratamento de águas residuárias. As rochas, plástico,
vidro, ou seja, materiais que tenham difícil decomposição na presença da água são
classificados como resíduos Classe II-B (inertes).
De acordo com seu grau de degradabilidade, os resíduos sólidos podem ser
classificados segundo Bidone e Povinelle (1999, p.2) em:

a. facilmente degradáveis: é o caso da matéria orgânica presente nos resíduos


sólidos de origem urbana;
b. moderadamente degradáveis: são os papéis, papelão e material celulósico;
c. dificilmente degradáveis: são os pedaços de pano, retalhos, aparas e
serragens de couro, borracha e madeira;
d. não-degradáveis: incluem-se aqui os vidros, metais, plásticos, pedras, terra,
entre outros.

Neste trabalho será usada a definição dada pela Lei 12.305/10 que classifica os
Resíduos Sólidos como:

a. Domiciliares;
b. De Limpeza Urbana;
c. Sólidos Urbanos;
d. De estabelicimentos comerciais e prestadores de serviços;
8

e. De serviços públicos de saneamento básico;


f. Industriais;
g. De serviços de saúde;
h. De construção civil;
i. Agrossilvopastoris;
j. De serviços de transportes;
k. De mineração; Comentado [J15]: Classificação dos residuos conforme a
apresentação

A coleta seletiva é uma das ações mais eficazes para a redução do volume de
resíduos gerados pela população e pelas indústrias, tendo como objetivo principal a
inserção destes materiais de volta ao sistema produtivo.

A coleta seletiva é um sistema de recolhimento de materiais recicláveis, tais


como papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados
na fonte geradora. Esses materiais são vendidos às indústrias recicladoras
ou aos sucateiros (BRAILE, 1971, p. 177).

A coleta seletiva contribui para a reciclagem, fazendo com que os materiais


recicláveis sejam previamente separados por tipo de material para voltarem ao
processo produtivo em forma de matéria prima, utilizando menos insumos para a
produção de um novo produto. Para a adoção de uma coleta seletiva eficiente, seja
em órgãos públicos ou privados, faz-se necessário a adoção de projetos de educação
ambiental, pois, a sensibilização dos colaboradores é essencial para uma correta
separação.
De acordo com a Lei 9795/99 em seu Art. 3o, inciso V, como parte do processo
educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo às
empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas
destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo
sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo
produtivo no meio ambiente.

É por meio da educação ambiental em todos os níveis sociais, intelectuais,


técnicos e científicos que poderemos atingir a meta do desenvolvimento
sustentável, criando condições para a sobrevivência futura, pois a atuação
individual do ser humano se somará à coletiva, após assimilar
conscientemente as consequências da degradação ambiental (BRAILE,
1971, p. 177).
9

Na coleta seletiva a educação ambiental é de fundamental importância para a


correta segregação do resíduo na fonte geradora. Para um programa de educação
ambiental ser bem-sucedido necessita-se do envolvimento de todos, incluindo
sociedade, empresas e poder público.

2.2 Limpeza urbana e coleta de resíduos

O artigo 13º da Lei 12.305 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos
classificou como resíduos sólidos urbanos os resíduos domiciliares, originados de
atividades domésticas em residências urbanas, e os resíduos de limpeza urbana,
originados da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e de outros serviços de
limpeza urbana. De acordo com estimativas da Abrelpe (2012), foram gerados no
Brasil, em 2011, aproximadamente 62 milhões de toneladas de resíduos sólidos
urbanos. O que nos dá um índice de geração de resíduos sólidos urbanos em 2012
de 1,223 kg/habitante/dia.
A partir de estimativas realizadas pela Abrelpe, a Figura 01 mostra as Comentado [J16]: Sigla

evoluções da geração e da coleta de resíduos sólidos urbanos no Brasil (em


kg/habitante/ano) de 2008 a 2011. Nesse período, houve aumento tanto da geração
quanto da coleta, sendo o aumento da coleta um pouco superior em relação ao da
geração, resultando na elevação da proporção coletada constatada na Figura 01.

Figura 01 – Evolução da geração e da coleta de resíduos sólidos urbanos (2008


a 2011). Comentado [J17]: Figura para a lista de figuras

Fonte: Abrelpe (2012).


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Deve-se ressaltar, contudo, que o aumento da coleta, em termos de


porcentagem do total gerado, além de não ter sido tão grande, foi menos acentuado
entre 2010 e 2011, período no qual a Lei nº 12.305 entrou em vigor. Assim, um desafio
para o cumprimento da Lei é a expansão da coleta, ainda mais com a tendência de
aumento da geração de resíduos sólidos urbanos nos próximos anos, devido muito,
ao aumento populacional, ao êxodo rural e ao aumento do consumo de produtos
descartáveis industrializados.
Outro aspecto relevante é a cobertura domiciliar da coleta de resíduos sólidos,
popularmente chamada de coleta de lixo. Além disso, vale compará-la às coberturas
de abastecimento de água e da coleta de esgoto. Em conjunto com outros serviços, a
coleta de lixo, o abastecimento de água e a coleta de esgoto compõem os chamados
serviços de saneamento básico. Estes, se gerenciados inadequadamente, impactam
de maneira negativa o meio ambiente e a saúde pública. A tabela 01 mostra, com
dados dos censos demográficos, as proporções de domicílios com acesso aos
serviços de saneamento básico em 2000 e 2010.

Tabela 01 – Proporção de domicílios com acesso aos serviços de saneamento


básico (2000 e 2010). Comentado [J18]: Tabela para a lista de tabelas

Proporções de domicílios Variação de


Serviços com acesso (%) 2000 a 2010
2000 2010 (%)
Coleta de lixo 79,15 86,33 9,07
Abastecimento de
água 77,99 82,73 6,08
Coleta de esgoto 51,71 57,01 10,25
Fonte: IBGE, censos demográficos de 2000 e 2010.

Observa-se na tabela 01 que as coberturas da coleta de resíduos eram em


2000 e 2010, superiores às dos outros serviços. Em 2010, 86% dos domicílios
possuíam acesso à coleta de resíduo, cobertura superior à dos outros serviços. Deve-
se ressaltar que 14% dos domicílios não tinham acesso à coleta de resíduo, ou seja,
os resíduos sólidos de quase 8 milhões de domicílios eram queimados, enterrados,
jogados em terrenos, rios, lagos, lixões e outros destinos, poluindo os solos, os
11

recursos hídricos e o ar, com impacto negativo sobre a saúde pública. Evitar que isso
continue acontecendo é um grande desafio para o cumprimento da Lei nº 12.305.

2.3 Formas de tratamento e destinação dos resíduos urbanos

2.3.1 Incinerador

A combustão, ou queima direta, é um processo no qual há necessidade de se


ter oxigênio constantemente no sistema, permitindo a queima total do resíduo. Esse
processo produz principalmente emissões gasosas, incluindo vapor d’água, dióxido
de carbono e certas substâncias tóxicas; e material particulado somado a resíduos
sólidos em forma de cinzas. As cinzas e as águas residuárias produzidas pelo
processo também contêm compostos tóxicos, que devem ser tratados tendo em vista
os riscos ambientais e à saúde pública. A figura 02 representa esquemáticamente uma
usina de incineração:

Figura 02 – Usina de Incineração de Resíduos Comentado [J19]: Figura para a lista de figuras
Figura do inicnerador

Adaptado de: Comentado [J20]: Colocar a fonte, a figura foi adaptada

A incineração por combustão reduz drasticamente o peso e o volume dos


resíduos, reduzindo em até 15% do peso e 90% do volume. Esse processo de
tratamento pode ser indicado para resíduos que não podem ser reciclados,
reutilizados ou encaminhados para aterros sanitários.
12

Com o aumento da preocupação ambiental no decorrer dos anos, novas


tecnologias de incineração têm sido desenvolvidas, mostrando a possibilidade de seu
uso para um gerenciamento sustentável de resíduos. A principal forma de geração de
energia a partir de incineradores é a calórica, com a utilização de vapor para a geração
de energia elétrica, por exemplo.

2.3.2 Compostagem

A compostagem é o sistema de reciclagem que transforma o resíduo orgânico


em adubo natural, devolvendo os componentes originais como nutrientes para o solo.
Por meio da compostagem, devolvemos ao solo parte dos nutrientes retirados pelas
plantas.
A compostagem pode ser realizada em nível industrial pelas usinas de
compostagem, ou pode ser realizada em residências. Adicionar o composto feito em
casa ao jardim e às plantas de vaso também reduz enormemente nossa dependência
de produtos químicos tóxicos como os pesticidas e fertilizantes químicos.
Tudo o que se coloca na pilha de composto é degradado por bactérias, fungos
e micro-organismos. A água e o ar também desempenham papéis importantes na vida
de uma pilha de composto, da mesma forma que são cruciais à vida humana. A melhor
maneira de reduzir o desperdício com restos de comida e aparas de jardim é
compostá-los. Em média, mais da metade do nosso resíduo doméstico é formado por
restos de comida, aparas de jardim e matéria orgânica que pode ser compostada.
Observa-se que existem inúmeros benefícios em realizar a compostagem em
casa:

● Limita a quantidade de resíduos orgânicos destinados aos aterros sanitários,


aumentando a vida útil dos mesmos;

● Possibilidade de produzir suas próprias verduras e hortaliças orgânicas em


casa;

● Potencializar gestos de proteção ao meio ambiente, aumentando o senso de


responsabilidade;

● O composto devolve nutrientes ao solo e melhora o crescimento das plantas.


13

2.3.3 Aterro sanitário

Os aterros industriais e sanitários são formas de disposição finais muito


utilizados por serem um processo consideravelmente barato. Consiste na deposição
do resíduo em lugar apropriado para devido fim, para que não ocorram vazamentos
de resíduos perigosos no solo, protegendo assim, o lençol freático de contaminações.
As características de proteção adicionais que devem estar contempladas em
um aterro industrial destinado à recepção de resíduos industriais perigosos segundo
Bidone e Povinelli (1999, p.94) são:

• Cobertura provisória ou definitiva;


• Sistemas de drenagem efetiva de águas pluviais;
• Sistema de impermeabilização;
• Sistema de detecção de vazamentos pelo aparato de impermeabilização;
• Sistema de coleta e tratamento de líquidos percolados;
• Sistema de drenagem de gases;
• Cobertura final que confine definitivamente os resíduos;
• Poços de monitoramento do aquífero.

Assim como outros serviços de utilidade pública, os serviços de manejo dos


resíduos sólidos apresentam custos fixos elevados que tornam suas provisões
economicamente viáveis somente a partir de certo nível de atendimento. Além disso,
existem, ainda, economias de escala (quanto maior o número de beneficiários, menor
o custo marginal de previsão), cuja questão ganhou força legal com a Lei 12305/10
que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, haja vista que, esta lei obriga
todas as empresas e órgãos privados e públicos a destinarem seus resíduos sólidos
de forma ambientalmente correta, ou seja, os resíduos que não forem passíveis de
reciclagem e que não forem perigosos deverão ser destinados em aterros sanitários
licenciados.
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1992):

Aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos, consiste na técnica de


disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos
14

à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais, método


este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à
menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os,
com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho ou a
intervalos menores se for necessário.

O aterro sanitário ainda é o processo mais aplicado no mundo em virtude de


seu baixo custo. É um processo bastante seguro e simples, além do fato de que os
processos de tratamento de resíduos também geram resíduos que devem ser
destinados a aterros. A incineração pode ser competitiva com relação ao aterro, pois
dependendo da escala e da dificuldade pode ser complexo encontrar um local para a
implantação de um novo aterro. Entretanto, os incinerados não são vistos com bons
olhos pelos órgãos ambientais brasileiros, em que, a licença de operação é bastante
burocrática e difícil de emitir. Observa-se que, os resíduos gerados na incineração
(cinzas) necessitam de um aterro, portanto neste caso, a incineração atua como um
incremento da vida útil do aterro.
O licenciamento ambiental das instalações de tratamento e disposição final de
resíduos sólidos no Brasil é realizado a partir da aplicação da Resolução Conama nº
01/86, que institui a obrigatoriedade do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Comentado [J21]: Sigla

Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), para as atividades modificadoras do meio Comentado [J22]: Sigla

ambiente.
A implantação de um aterro sanitário depende de uma série de critérios, os
quais são, resumidamente, apresentados na tabela 02:

Tabela 02 – Critérios para a avaliação das áreas para a instalação de aterro


sanitário.
Classificação das áreas
Dados necessários Recomendada com
Recomendada restrições Não recomendada
Vida útil Maior que 10 anos 10 anos, a critério do órgão ambiental
Distancia do centro
atendido Menor que 10 km 10 a 20 km Maior que 20 km
Áreas sem restrições no zoneamento Unidades de conservação
Zoneamento ambiental ambiental ambiental e correlatas
Vetor de
Vetor de crescimento Vetor de crescimento
Zoneamento urbano crescimento mínimo intermediário máximo
Densidade populacional Baixa Média Alta
Uso e ocupação das
terras Áreas devolutas ou pouco utilizadas Ocupação intensa
15

Valorização da terra Baixa Média Alta


Aceitação da população e
de entidades ambientais
não governamentais Boa Razoável Inacetável
Distância dos cursos
d'água (córregos, Menor que 200m, com aprovação do órgão
nascentes etc.) Maior que 200m ambiental
Fonte: Jardim (1996).

Os principais subprodutos de um aterro sanitário são o chorume (líquido


proveniente da decomposição do material orgânico), as águas percoladas e os gases.
Todos estes materiais possuem sistemas de drenos específicos, e no caso dos
efluentes líquidos do aterro (chorume e percolados) podem ser introduzidos no aterro
de forma bastante controlada e o excedente vão para tratamento em uma estação de
tratamento de efluentes.
O chorume é o líquido oriundo da decomposição do lixo e provém da umidade
natural do lixo, da água de constituição dos vários materiais e do líquido gerado pela
ação de microrganismos que atacam a matéria orgânica. A produção de chorume se
agrava sensivelmente nos períodos prolongados de chuva, principalmente se forem
usados recipientes abertos no acondicionamento.
Os percolados ou águas percoladas são o conjunto de águas infiltradas no
interior do corpo físico do aterro, resultantes entre diversas fontes eventuais de
infiltrações (de chuvas, do próprio lençol freático ou de nascentes). Assim, essa água
que invade o aterro carrega parte do chorume e solubiliza elementos, havendo, assim,
a possibilidade de contaminação do lençol freático e dos cursos de água. Esse
processo tende a se agravar nos períodos de maiores incidência de chuvas.
Recomenda-se que a separação do fundo do aterro e o nível do lençol freático
não seja inferior à 15 metros. No caso de aterros para resíduos industriais, onde há
uma camada inferior que isola o aterro, essa distância pode ser menor.
No interior das células ocorre a decomposição anaeróbia dos resíduos
orgânicos com geração de gases, principalmente o metano. O acúmulo destes gases
aprisionados dentro das células pode causar a expansão destas e a ruptura da
camada de cobertura. Além disso, os gases são inflamáveis, podendo haver o perigo
de combustão. A liberação dos gases de forma descontrolada é prejudicial ao meio
ambiente, haja vista que, o metano é vinte e uma vezes mais danoso que o dióxido
16

de carbono no que se refere aos gases de efeito estufa. Sendo assim, o metano
gerado no aterro deve ser queimado antes de ser liberado para a atmosfera. Muitos
aterros utilizam o metano gerado como combustível termoelétrico.
De forma simplificada, a sequência natural de operações de um aterro é:
escavação, impermeabilização de fundo, construção dos sistemas de drenagem
verticais e horizontais, construção das células sanitárias e, finalmente, fechamento do
aterro.

A forma de construção do aterro depende significativamente do tipo de solo,


entretanto, a metodologia de acondicionamento dos resíduos é essencialmente a
mesma, ou seja, o resíduo é acondicionado em células sanitárias. Portanto, as células
são essencialmente o espaço físico onde o resíduo é acondicionado diariamente ou
no período. De acordo com Leite (1997, p. 58), basicamente existem três métodos de
acondicionamento nas células: trincheiras (figura 03); rampas (figura 04); e áreas
(figuras 05).

Figura 03 – Esquema do acondicionamento em células com a técnica de


trincheiras. Comentado [J23]: Figura para a lista de figuras

Fonte: Leite (1997).


17

Figura 04 - Esquema do acondicionamento em células com a técnica de


rampas. Comentado [J24]: Figura para a lista de figuras

Fonte: Leite (1997).

Figura 05 - Esquema de acondicionamento em células com a técnica de áreas. Comentado [J25]: Figura para a lista de figuras

Fonte: Leite (1997).


18

De acordo com Philippi, Roméro e Bruna (2014) a cada dia os resíduos são
dispostos no solo, ocupando o lugar da célula, sendo compactados de baixo para cima
contra uma elevação natural ou célula anterior. A altura típica de uma célula é de 2 a
4 metros. A compactação dos resíduos no talude é feita pela simples subida de
tratores de esteiras de baixo para cima, visando uma maior uniformidade de
compactação. O fechamento da célula é feito usando-se uma camada de terra de 15
a 30 cm, no final do dia ou quando a coleta estiver terminada. Com o objetivo de evitar
a residência da água da chuva, a cobertura das células é sempre feita deixando-se
um plano ligeiramente inclinado.
O sistema de drenagem do aterro deverá encaminhar os líquidos percolados
para uma unidade de tratamento. Estes líquidos podem ainda, conforme
especificações do projeto, serem bombeados e inoculados na massa de resíduos
aterrados. Um programa de medição de vazão, coleta e análise desses líquidos
permitirá o acompanhamento do desempenho do sistema, fornecendo subsídios para
a correção de possíveis distorções construtivas e operacionais. Essas coletas e
análises deverão ser realizadas com frequência trimestral, obedecendo às
recomendações contidas em normas de órgãos de controle ambiental. A figura 06
mostra o esquema de um aterro sanitário com o sistema captação de chorume e de
biogás:

Figura 06 – Esquema de aterro sanitário Comentado [J26]: Figura para a lista


Veja se ficou legal aqui

Adaptador de: Comentado [J27]: Colocar a fonte


19

Segue a baixo algumas imagens de infraestruturas e monitoramentos


obrigatórios que todo aterro sanitário precisa realizar periodicamente.

Figura 07 – Geomembrana de Poliestileno de alta densidade (PEAD) para Comentado [J28]: Figura para a lista de figuras
Comentado [J29]: Sigla
impermeabilização do solo.

Fonte: Aterro de Maringá - PR.

Figura 08 – Visão geral de uma célula de um aterro sanitário. Comentado [J30]: Figura para a lista de figuras

Fonte: Aterro de Maringá - PR.


20

Figura 09 – Mecanismo de queima do metano à esquerda e dreno do chorume à


Comentado [J31]: Figura para a lista de figuras
direita.

Fonte: Aterro de Maringá - PR.

Figura 10 – Piscina destinada para coleta e tratamento do chorume. Comentado [J32]: Figura para a lista de figuras

Fonte: Aterro de Maringá - PR.


21

Figura 11 – Poço de monitoramento de águas subterrâneas. Comentado [J33]: Figura para a lista de figuras

Fonte: Aterro de Maringá - PR.

O termo de desativação do aterro sanitário compreende apenas o fim do


recebimento de resíduos no local. Segundo Philippi, Roméro e Bruna (2014) outras
atividades deverão ter continuidade, a saber: recomposição do solo sobre as células
e monitoramento das águas superficiais e subterrâneas, com frequência semestral.
Os investimentos e monitoramentos pós-encerramento do aterro têm o prazo legal de
20 anos, ou seja, após o fim da vida útil do aterro sanitário, a empresa responsável
pela administração do aterro sanitário terá a obrigação legal de cumprir com os gastos
de monitoramento, sendo o responsável pelos passivos ambientais no decorrer deste
período.
Deve-se levar em conta que o aterro sanitário deverá apresentar vida útil
superior a 10 anos. Um plano para o uso futuro da área onde se deseja implantar um
aterro sanitário deve fazer parte do projeto, para que seja submetido à apreciação e
aprovação dos órgãos responsáveis pelo assunto. Dependendo do uso futuro
proposto para a área do aterro, os órgãos competentes poderão exigir a correção do
projeto frente às proposições apresentadas.

2.4 Levantamento gravimétrico dos resíduos urbanos


22

O levantamento gravimétrico reflete os valores porcentuais (em peso) dos


diferentes componentes dos resíduos sólidos em uma amostra dos mesmos. As
categorias de resíduos podem ser as mais comumente encontradas, conforme o grau
de detalhamento desejável para o estudo em questão, como, por exemplo, resíduos
orgânicos, plásticos, papel, papelão, vidro, metais, têxteis e diversos. Pode-se
subdividir dada categoria, por exemplo, plásticos em plásticos duros e plásticos moles.
Após a coleta de amostras, deve-se proceder à triagem para classificação dos
resíduos nas categorias supracitadas. Primeiro, os objetos grandes, tais como
garrafas, papel, papelão, recipientes e embalagens são removidos. Em seguida, os
objetos menores são separados. Durante esta operação, os sacos plásticos devem
ser usados para objetos separados e cada categoria deve ser pesada para fins de
obtenção da composição ou levantamento gravimétrico.
Por exemplo, todas as caracterizações realizadas pelos consagrados
pesquisadores Chang e Davilla (2008) foram feitas de acordo com a ASTM 5231-92, Comentado [J34]: Sigla

o Método de Teste Padrão para Determinação da Composição de Resíduos Sólidos


Municipais Não Processados (“Standard Teste Tethod for Determination of the
Composition of Unprocessed Municipal Solid Waste”). Para representatividade
estatística, Chang e Davilla (2008) explanaram que avg representa o valor médio de Comentado [J35]: Sigla

um título específico; o desvio padrão (stdev) representa variação nos valores de uma Comentado [J36]: Sigla

variável, enquanto o erro padrão da média (SEM) representa a expansão que a média Comentado [J37]: Sigla

de uma amostra dos valores teria se mantivesse a coleta de amostras. Desse modo,
o SEM fornece uma ideia de precisão da média, e o “stdev” fornece uma ideia da
variabilidade das observações individuais. Estas duas variáveis estão relacionadas
por meio da equação descrita abaixo (Chang e Davilla, 2008):

𝑆𝐸𝑀 = 𝑠𝑡𝑑𝑒𝑣/ √𝑡𝑎𝑚𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 (1)

Onde SEM é o erro padrão da média e stdev é o desvio padrão da amostra. Comentado [J39]: Explicação da formula

2.5 Características dos resíduos sólidos

As características do RSU podem variar em função dos aspectos sociais,


econômicos, culturais, geográficos e climáticos, ou seja, os mesmos fatores que
23

também diferenciam as comunidades entre si e as próprias cidades (IBAM, 2001). Um Comentado [J40]: Essa referencia estava faltando

dos critérios de análise do RSU que pode ser usado é a consideração de suas
características físicas, químicas e biológicas.
As características físicas do RSU são, de acordo com a NBR 10.004:2004 da
ABNT:
● Geração per capta: relaciona a quantidade de resíduos urbanos gerada
diariamente e o número de habitantes de determinada região.
● Composição gravimétrica: traduz o percentual de cada componente em relação
ao peso total da amostra de lixo analisada. Os componentes mais utilizados na
determinação da composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos
encontram-se na tabela 03.

Tabela 03 – Componentes mais comuns da composição gravimétrica. Comentado [J41]: Tabela para a lista de tabelas

Componentes mais comuns da composição gravimétrica


Matéria orgânica Metal ferroso Borracha
Papel Metal não ferroso Couro
Papelão Alumínio Pano/trapos
Plástico rígido Vidro claro Ossos
Plástico maleável Vidro escuro Cerâmica
PET Madeira Agregado fino

● Peso específico aparente: é o peso do RSU solto em função do volume


ocupado livremente, sem qualquer compactação, expresso em kg/m3. Sua
determinação é fundamental para o dimensionamento de equipamentos e
instalações. Na ausência de dados mais precisos, podem-se utilizar os valores
de 230kg/m3 para o peso específico do resíduo domiciliar, de 280kg/m3 para o
peso específico dos resíduos de serviços de saúde e de 1.300kg/m3 para o
peso específico de entulho de obras.
● Teor de umidade: representa a quantidade de água presente no lixo, medida
em percentual do seu peso. Este parâmetro se altera em função das estações
do ano e da incidência de chuvas, podendo-se estimar um teor de umidade
variando em torno de 40 a 60%.
● Compressividade: é o grau de compactação ou a redução do volume que uma
massa de lixo pode sofrer quando compactada. Submetido a uma pressão de
24

4kg/cm2, o volume do lixo pode ser reduzido de um terço (1/3) a um quarto


(1/4) do seu volume original.
As características químicas do RSU são, de acordo com a NBR 10.004:2004
da ABNT:
● Poder calorífico: Esta característica química indica a capacidade potencial de
um material desprender determinada quantidade de calor quando submetido à
queima.
● Potencial hidrogeniônico (pH): indica o teor de acidez ou alcalinidade dos
resíduos.
● Composição química: consiste na determinação dos teores de cinzas, matéria
orgânica, carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo mineral total,
resíduo mineral solúvel e gorduras.
● Relação carbono/nitrogênio (C:N): indica o grau de decomposição da matéria
orgânica do lixo nos processos de tratamento/disposição final. Em geral, essa
relação encontra-se na ordem de 35/1 a 20/1.

As características biológicas do RSU são aquelas determinadas pela população


microbiana e dos agentes patogênicos presentes no lixo que, ao lado das suas
características químicas, permitem que sejam selecionados os métodos de tratamento
e disposição finais mais adequados (IBAM, 2001).
25

3 MÉTODOS

Neste trabalho foi utilizada a pesquisa bibliográfica como procedimento técnico,


por explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos
(CERVO e BERVIAN, 1996). Para que a partir da teoria se tenha uma visão da
realidade abordada. Neste trabalho foi utilizado também o estudo de caso como
procedimento técnico para que a partir do conhecimento teórico o autor pudesse
aprofundar seu conhecimento empírico sobre o tema abordado.
Os dados da pesquisa deste trabalho foram coletados a partir de coleta de
dados secundários do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos
(PGRSU) do Consórcio Intermunicipal de Gestão e Desenvolvimento Ambiental
Sustentável das Vertentes – CIGEDAS em que o autor deste trabalho fez parte,
auxiliando no levantamento gravimétrico do Plano. A pesquisa mais aprofundada
deste trabalho acadêmico ficou limitado ao levantamento gravimétrico dos resíduos
das cidades: Barroso, Dores de Campos e Santa Cruz de Minas, algumas cidades
integrantes do consórcio intermunicipal.

Em relação aos seus objetivos a pesquisa foi exploratória por propiciar maior
familiaridade com o problema. A pesquisa exploratória torna o problema analisado
mais explícito, usando de técnicas padronizadas e coleta de dados para tais fins (GIL,
2002).
De acordo com a abordagem do problema a pesquisa foi qualitativa descritiva,
por descrever as características do fenômeno estudado, aprofundando o
conhecimento da realidade, explicando a razão e o porquê das coisas (GIL, 1991,
2002).
Este trabalho acadêmico buscou a partir do levantamento gravimétrico, sendo
este parâmetro qualitativo, demonstrar a composição dos resíduos sólidos urbanos
em várias cidades de Minas Gerais em suas várias categorias e permite verificar a
sua aptidão para a compostagem, a reciclagem, bem como potencial de coleta
centralizada visando a logística reversa e o coprocessamento, bem como a disposição
final em aterros sanitários de consórcios ou não.
Com o objetivo de fazer a caracterização gravimétrica dos resíduos sólidos
urbanos – RSU dos municípios pertencentes ao CIGEDAS (Consórcio Intermunicipal
de Gestão e Desenvolvimento Ambiental Sustentável das Vertentes), adotou-se a
26

metodologia proposta pela FEAM (Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Comentado [J42]: Sigla

Gerais). Os Municípios integrantes do CIGEDAS, que podem ser encontrados no


mapa abaixo, são os Municípios de Barroso; Carrancas; Conceição da Barra de
Minas; Coronel Xavier Chaves; Dores de Campos; Ibituruna; Lagoa Dourada; Madre
de Deus de Minas; Nazareno; Piedade do Rio Grande; Prados; Resende Costa;
Ritápolis; Santa Cruz de Minas; São Tiago; Tiradentes.

Figura 12 – Mapa dos Municípios integrantes do CIGEDAS Comentado [J43]: Figura para a lista de figuras

Comentado [J44]: Mapa do CIGEDAS

Fonte: CIGEDAS

Esta metodologia objetiva caracterizar os resíduos sólidos urbanos – RSU dos


municípios de Minas Gerais, de modo a se ter um diagnóstico quantitativo e qualitativo,
bem como o fluxo dos resíduos desses municípios, para auxiliar no planejamento
regional e estadual das destinações e disposições finais desses resíduos, priorizando-
se soluções consorciadas e comercializações em rede.
Para que os dados fornecidos pelos municípios possam ser comparados e
utilizados com certo grau de confiança, é necessário, primeiramente, que se padronize
a metodologia de coleta das amostras. Dessa forma, optou-se por basear a
amostragem em uma estratificação socioeconômica simplificada, já que o padrão de
produção e consumo influencia diretamente a geração e o reaproveitamento dos
resíduos. Determinou-se a retirada de 3 a 5 amostras em bairros típicos, a saber:
27

● Amostra 1 - bairro residencial com baixo poder aquisitivo;


● Amostra 2 - bairro residencial com médio a alto poder aquisitivo;
● Amostra 3 - bairro comercial;
● Amostra 4 - bairro manufatureiro;
● Amostra 5 - relativa a períodos festivos ou datas comemorativas.

1) Cada amostra deve ter peso de cerca de 200 kg ou cerca de 1m 3 de volume.


2) Preparar material necessário:

● Material essencial: luvas para triagem, balança, recipiente para separação dos
materiais (bacias, sacos, tambores), veículo para coleta do material, lona para
despejar o material a ser triado, papel e caneta para anotação dos resultados;
● Material adicional: macacão e botas, mesa para realizar a triagem, pranchetas.

3) Traçar a rota das coletas e o cronograma das amostras.


4) Descarregar a amostra numa área plana e pavimentada sobre uma lona
resistente.
5) Abrir as sacolas plásticas e separar os materiais em bacias identificadas com o
tipo de material ou outro recipiente, dispor ao redor da amostra para facilitar a
visualização e separação.
6) Pesar cada item e anotar criteriosamente os dados obtidos em uma planilha,
ter atenção em realizar TARA da balança, principalmente se tiverem recipientes de
pesos e tamanhos diferentes.
7) Realizar a soma do peso de todos os materiais, configurando assim peso total
da amostra.
8) Calcular os percentuais de cada material em relação ao peso total da amostra.
28

4 RESULTADOS
4.1 Levantamento Gravimétrico dos resíduos de cada Município

4.1.1 Município de Barroso

O município de Barroso – MG segundo análise gravimétrica realizada no ano


de 2015 apontou uma geração média de 0,841 kg/hab./dia (que corresponde a
17.942,74 kg/dia; para uma população de 21.335 habitantes), de forma que
permanece abaixo da média brasileira e da região Sudeste e acima do Estado de
Minas Gerais, respectivamente: 0,960; 1,205; e 0,831 kg/hab./dia. (ABRELPE, 2012). Comentado [J45]: Aqui a media brasileira esta como 0.96

4.1.2 Dores de Campos

O município de Dores de Campos – MG segundo análise gravimétrica realizada


no ano de 2015 apontou uma geração média de 1,176 kg/hab./dia, (que corresponde
a 11.494,22 kg/dia; para uma população de 9.774 habitantes), de forma que
permanece abaixo da média brasileira e da região Sudeste e acima do Estado de
Minas Gerais, respectivamente: 0,960; 1,205; e 0,831 kg/hab./dia. (ABRELPE, 2012) Comentado [J46]: Br = 0.96

Atualmente a totalidade dos RSS coletados tem como destinação a Usina de Comentado [J47]: Residuoe solido de saude?
Sigla
Triagem e Compostagem – UTC – RSS são integralmente coletados pelo Consórcio Comentado [J48]: Sigla

Intermunicipal de Saúde das Vertentes – CISVER. Comentado [J49]: Sigla

4.1.3 Santa Cruz de Minas

O município de Santa Cruz de Minas – MG segundo análise gravimétrica


realizada no ano de 2015 apontou uma geração média de 0,811 kg/hab./dia, (que
corresponde a 6.499,35 kg/dia; para uma população de 8.014 habitantes), de forma
que permanece abaixo da média brasileira e da região Sudeste e acima do Estado de
Minas Gerais, respectivamente: 0,960; 1,205; e 0,831 kg/hab./dia (ABRELPE, 2012). Comentado [J50]: BR = 0.96
29

Atualmente a totalidade dos RSS coletados tem como destinação o lixão –


UTC. Os Resíduos dos Serviços de Saúde – RSS são integralmente coletados pelo
Consórcio Intermunicipal de Saúde das Vertentes – CISVER.

A figura 13 mostra gráficamente os resultados dos três Municípios descritos


acima e a tabela 04 mostra os resultado de geração de RSU para todos os municípios
integrantes do CIGEDAS

Figura 13 – Geração de Resíduos Sólidos Urbanos por habitante nos três


Municípios Comentado [J51]: Figura para a lista de figuras

Fonte: Autor

Tabela 04 – Levantamento da geração de resíduo por habitante de todos os


Municípios do CIGEDAS. Comentado [J52]: Tabela para a lista de tabelas

Município kg/hab*dia
Barroso 0,841
Carrancas 1,266
Conceição da Barra de
0,760
Minas
Coronel Xavier Chaves 0,812
Dores de Campos 1,176
30

Ibituruna 0,811
Lagoa Dourada 1,225
Madre de Deus de Minas 1,054
Nazareno 0,880
Piedade do Rio Grande 1,168
Prados 0,565
Resende Costa 1,055
Ritápolis 1,203
Santa Cruz de Minas 0,811
São Tiago 0,767
Tiradentes 0,961
Média CIGEDAS 0,960

Fonte: CIGEDAS (2016).

Por fim, a figura 14 mostra a porcentagem de cada componente na composição


gravimétrica dos três municípios analisados:
31

Figura 14 – Composição gravimétrica dos municípios. Comentado [J53]: Figura para a lista de figuras

Fonte: CIGEDAS (2016).


32

5 DISCUSSÃO

A partir das bases teóricas apresentadas, demonstrou-se a importância do


levantamento gravimétrico para o gerenciamento dos resíduos urbanos e a sua
correta destinação final. O Art. 225 da Constituição Federal de 1988 esclarece que
todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Ou seja, neste caso pesquisado o Consórcio Intermunicipal é a forma mais barata e
eficiente de destinar os resíduos urbanos de forma ambientalmente correto.
A separação dos resíduos em 04 amostras de 01 m3 cada foi a forma mais
eficiente para separar os resíduos por tipologia e caracterizá-los com o intuito de
realizar o levantamento gravimétrico. Observou-se que dos 16 Municípios
pesquisados, 06 Municípios geram mais de 01 kg por habitante. Já os tipos de
resíduos encontrados em cada amostra dos Municípios geraram uma porcentagem
bem diversificada. Foi constatado que o poder econômico dos Municípios influenciou
diretamente na composição dos resíduos descartados. Por exemplo, cidades com
poder aquisitivo maior, possuem uma porcentagem de materiais recicláveis maior. Em
contrapartida, os Municípios com poder aquisitivo menor possuem uma porcentagem
de resíduos orgânicos em maior quantidade.
33

6 CONCLUSÃO

A partir das bases teóricas apresentadas, demonstrou-se a importância do


levantamento gravimétrico para o gerenciamento dos resíduos urbanos e a sua
correta destinação final. Observou-se que grande parte da população não segrega
corretamente os resíduos gerados, haja vista que, foram identificados vários tipos de
resíduos recicláveis no momento em que foi realizado o levantamento gravimétrico
dos resíduos do CIGEDAS.
Através do procedimento metodológico de uma pesquisa bibliográfica em
paralelo com um estudo de caso, conclui-se neste trabalho de conclusão de curso que
o levantamento gravimétrico é a forma mais eficiente de identificar e quantificar os
tipos de resíduos urbanos de um município para que ações gerenciais possam ser
tomadas.

.
34

7 REFERÊNCIAS

ABRELPE. (2012). ABRELPE. Acesso em 11 nov. 2018, disponível em Panorama de


Resíduos Sólidos no Brasil 2012:
http://www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama2012.pdf

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (1997). NBR 13.896. Aterros


de resíduos não perigosos, critério de projeto, implantação e operação. Rio de
Janeiro.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Persona, 1979.

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VALLE, C. E. Qualidade Ambiental. O desafio de ser competitivo protegendo o


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36

ANEXO I – FIGURAS AUXILIARES

Figura 15 – Veículo de coleta de amostras.

Fonte: CIGEDAS (2016).

Figura 16 – Coleta da amostra nº 1.

Fonte: CIGEDAS (2016).


37

Figura 17 – Coleta da amostra nº 2.

Fonte: CIGEDAS (2016).

Figura 18 – Coleta da amostra nº 3.

Fonte: CIGEDAS (2016).


38

Figura 19 – Coleta da amostra nº 4.

Fonte: CIGEDAS (2016).

Figura 20 – Pesagem da amostra total para determinar produção per capita.

Fonte: CIGEDAS (2016).


39

Figura 21 – Amostra para determinar peso específico sendo pesada em


recipiente com volume conhecido.

Fonte: CIGEDAS (2016).

Figura 22 – Descarregamento da amostra em cima da lona para determinação


da composição gravimétrica.

Fonte: CIGEDAS (2016).


40

Figura 23 – Triagem dos RSU e visão dos recipientes de acumulação.

Fonte: CIGEDAS (2016).

Figura 24 – Pesagem individual de uma das categorias.

Fonte: CIGEDAS (2016).

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