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Sonhos de Einstein - Alan Lightman
Sonhos de Einstein - Alan Lightman
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ALAN LIGHTMAN
SONHOS DE EINSTEIN
Tradução:
MARCELO LEVY
Depois de uma hora ela diz que precisa sair para ajudar
um amigo, diz adeus, e eles se despedem com um aperto
de mãos. Ele viaja os trinta quilômetros de volta a Berna,
sente-se vazio durante a viagem de trem, sobe para o
seu apartamento no quarto andar na Kramgasse, vai
para a sacada e fica olhando o pequeno chapéu
vermelho deixado na neve.
— Magnífico. E o seu?
— Os filhos?
Por outro lado, Besso acha que seu amigo pode ser capaz
de qualquer coisa. O ano mal começou e Einstein já
concluiu sua tese de doutoramento, terminou um estudo
sobre os fótons e um outro sobre o movimento
browniano. No início, o projeto atual era uma pesquisa
sobre a eletricidade e o magnetismo, os quais, Einstein
inesperadamente anunciou um dia. exigiriam uma
reconceituação do tempo.
as
empenas
abrem-se
escancaradamente para os ventos. Limo cresce entre as
lajes de pedra dos telhados. Uma outra parte da vila é
uma fotografia do século XVIII.
Dez anos antes, sentado ali, de frente para seu pai, ele
não foi capaz de dizer-lhe que o amava, procurou na
memória da infância algum momento de intimidade,
lembrou-se das noites em que o homem permanecia
sentado em silêncio com seu livro, e não foi capaz de
dizer que o amava, não foi capaz de dizer que o amava.
Como na noite anterior, a mesa está posta com dois
pratos, dois copos, dois garfos. O
Somente imagens.
— Horrível.
— É verdade. Horrível, e ad hoc. Não é possível que
esteja certo. As experiências sobre eletromagnetismo nos
revelam algo muito mais fundamental. — Einstein coça o
bigode e come vorazmente as bolachas que estão na
mesa.
Besso ri e diz:
— Sábado à noite, às oito.
— A garrafa centrífuga?
— Sim.
familiar.
Outras
voam
O mundo pára.
perfeito.
Ocasionalmente,
— pergunta Einstein.
EPÍLOGO