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Introdução

Se Obama fosse Africano é uma obra literária do escritor e biólogo Moçambicano Mia Couto
que faz uma menção sobre vários aspetos condicionantes para o desenvolvimento do povo
Africano, mencionando sete condições paradigmáticas no qual o autor denominou de 7 sapatos
sujos; é uma obra fascinante, em vários aspetos das suas abordagens, que muitas das vezes faz
uma critica sistemática de sistemas de hábitos e costumes do povo Africano.
Resumo
Esta obra é meramente uma intervenção dos sistemas da moralidade dos povos, sobretudo sobre
o povo Africano, numa era em que a globalização trouxe consigo conflitos de identidades e com
ele veio a necessidade de multiplicar as forças para conservação daquilo que é chamada de
autêntica Cultura Africana. Os Africanos com a fervorosa vontade de desenvolver tem se visto
forçado a imitar as práticas e costumes de outros povos, e o mundo tem se apresentado
indisponível a receber os ideias que vem de outros povos “parece que a própria natureza virou se
contra os Africanos, que para sobreviver tem que se adaptar ao mundo como ela se apresenta”
A obra também fala de uma “ esperança” uma esperança de ver uma Africa melhor dos dias de
hoje, de uma esperança que morre dia apos dia. Essa esperança é morta pelas as atitudes e
comportamentos de todos nos, a obra também faz menção dos Africanos serem protagonistas de
suas histórias em vez de se encarem como meras figuras de estilo, que a modernidade não vem
só de fora, mas também de dentro.
A natureza conservadora de certas praticas e costumes da cultura Africana, por si tem sido um
elemento condicionante do progresso Africano, e autor sugere a quebra de práticas que nos
inibem a progresso.
Analise
Sete sapatos sujos podem ser interpretados como um conjunto de práticas e costumes muitas das
vezes tidas como autenticamente “Africanas” que precisamos abandonar para que possamos estar
disponíveis ao progresso e aceitarmos que parte da desgraça que temos enfrentado é 100% nossa
culpa, se pretendemos desenvolver precisamos parar de nos vitimizar e aceitar a nossa parte da
história como criadores do nosso próprio infortúnio.
Nesta parte da obra o autor esteve muito bem ao falar dos comportamentos e atitudes tomadas
pelos Africanos que influenciam fortemente em vários aspetos da estrutura social da Africa, mas
não teve em conta a manipulação e distorção das instituições autenticamente Africanas de
sistemas de pensamentos e religioso da Africa. Por exemplo quando fala do segundo sapato sujo
a ideia que o sucesso não nasce do trabalho ainda critica a maneira de como entendemos os
fenómenos positivos e negativos esquecendo se que tudo que gira em nossa volta, tudo que
praticamos, tudo que acreditamos é uma consequência direta de como entendemos o mundo
através da cultura dos povos.

Contextualização
A obra em questão foi escrita em um período de intensos conflitos políticos que assolavam
moçambique, devido as fortes contestações nas eleições que ocorreram em 2005, entre a Renamo
e a Frelimo. A RENAMO ameaça retornar a guerra apos a derrota eleitoral.
Africa é um continente que enfrenta conflitos armados frequentemente, é um continente
marginalizado devido o seu passado histórico e sua cor de pele as intervenções de Mia couto
falam sobre uma Africa dos tempos de conflitos políticos, culturais e socias, na verdade é uma
obra cheia de intervenções sobre vários aspetos.
A obra em questão relaciona se com a obra publicada em 2006 da nigeriana Chimamanda Ngozi
que também é uma intervenção que relaciona os aspetos culturais, políticos e socias do povo
Africano numa época de conflitos armados de 1967 e 1970.
Pontos positivos e negativos
A obra tem um forte por criticar fortemente as estruturas políticas e sociais dos nossos dias, e por
levantar questões de um mundo que se fecha a outras praticas e outros sistemas de pensamentos e
mantem os Africanos marginalizados, por exemplo os autores Africanos que não escrevem em
inglês e inclusive os que escrevem em português, moram na periferia da periferia onde a palavra
tem de lutar para não ser silêncio Mia couto a falar sobre esses aspetos nas suas intervenções,
também incentiva a busca das soluções para estes problemas regionais e globais.
O autor foi infeliz quando esmiuçou sobre praticas e costumes africanos sem ter em conta o
impacto psicológico do colonialismo, manipulação e distorção das instituições autenticamente
africanas que seguram as bases de sistemas da moralidade Africana. Por exemplo quando autor
fala sobre a marginalização da mulher Africana, ele simplesmente não entende o universo
cósmico Africano, onde as mulheres são tidas como Deusas devido a característica procriadora
que elas possuem.
Impressões pessoas
Se Obama fosse Africano e outras intervenções de Mia couto é uma obra verdadeiramente
intervencionista, ela me fascina na sua franqueza de como fala dos problemas que o continente
enfrenta, não nos posicionando apenas como vítimas, mas também como protagonistas, fala de
critérios hoje que se fecham a outras culturas e outras raças tudo por causa do lucro fácil.
Conclusão
A obra no seu todo é uma intervenção e fortes críticas sobre a Africa no particular e o mundo no
geral, que invoca uma forma inovadora de pensar uma nova atitude em direção as mudanças
radicais que poderá trazer consigo uma reforma social, política e cultural de Africa e do Mundo,
para tal é necessária uma nova atitude para os Africanos e um mundo mais aberto a diversidades.

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