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VIA-SACRA

Importância, origem e indulgências da Via-Sacra

“Ele próprio carregava a sua Cruz para fora da cidade, em


direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota, onde
O crucificaram.” (São João 19, 17-18)

I. Entre as práticas de devoção que nos movem a considerar


na Paixão, Cruz e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, remédio
o mais eficaz aos pecadores para se converterem, aos tíbios para
se afervorarem, aos justos para se santificarem; uma das
principais — diz o ilustre Papa Bento XIV, no seu Breve Cum
tanta —, uma das mais excelentes devoções, é certamente o
exercício do caminho do Calvário, chamado vulgarmente Via-
Sacra.
A Mãe Dolorosa de Jesus foi a primeira que, com a Guarda de
Honra do Calvário, deu princípio ao exercício de amor e de
reparação da Via-Sacra, acompanhando a seu Divino Filho no
caminho da Cruz.
A maior consolação da Virgem das Dores, depois de haver
perdido seu muito amado Jesus, era visitar, com suas primeiras
filhas, com os Apóstolos e Discípulos de Jesus, aqueles lugares
santificados pelo Redentor do mundo em sua Paixão. Esta foi a
origem da Via-Sacra.
II. Desde o tempo em que Jesus Cristo subiu ao Céu, os
primeiros fiéis que habitaram em Jerusalém iam a venerar os
lugares mais memoráveis e que haviam sido consagrados pelos
padecimentos e pelo Sangue Preciosíssimo do Divino Salvador.
Como sabemos por São Jerônimo, desde aquela época, os
cristãos em chusma ali corriam a visitá-los e a venerá-los,
empreendendo longas viagens desde as mais remotas partes da
terra.
Algumas pessoas pias e santas, depois que haviam estado na
Palestina, de volta às suas terras, querendo continuar a
satisfazer sua devoção, instituíam em suas casas, ou em
oratórios públicos, as Estações dos santos lugares que haviam
visitado em Jerusalém. Daqui começou este devoto exercício a
introduzir-se em todas as partes do mundo; os fiéis que não
podiam ir a Jerusalém achavam uma doce compensação
visitando as 14 Estações da Via-Sacra, nos oratórios, particulares
ou públicos, em que estavam instituídas.
A Igreja muito aprovou tão piedoso exercício, e os Sumos
Pontífices o enriqueceram com grandes indulgências.
Tornou-se geral em todo o orbe católico quando os Padres
menores, observantes de São Francisco, estabeleceram as 14
Estações da Via-Sacra em todos os seus conventos e igrejas,
depois de haverem fundado um estabelecimento em Jerusalém,
no ano de 1334, para cuidarem dos lugares sagrados confiados a
seu zelo e devoção.
Continuaram sempre os devotos peregrinos, que podiam ir à
Terra Santa, a visitar pessoalmente os lugares consagrados pela
Paixão de Jesus, mas os fiéis cristãos, impedidos de empreender
tão longa viagem, a faziam espiritualmente percorrendo o muito
que naqueles lugares padeceu Jesus Cristo, por nossa eterna
Salvação, nas últimas horas da sua vida mortal.
III. Muitos Sumos Pontífices enriqueceram com muitas
indulgências este tão salutar exercício: “Visitando devotamente
a Via-Sacra — diz a Raccolta romana —, podem lucrar-se todas
aquelas indulgências que têm sido concedidas pelos SS.
Pontífices aos fiéis que pessoalmente visitam os Santos Lugares
de Jerusalém.” Em suma, concede-se indulgência plenária ao fiel
que fizer o exercício da Via-Sacra, nas condições ordinárias, e
uma indulgência de dez anos para cada estação, se, por acaso, o
exercício iniciado, por qualquer motivo razoável, não tiver
terminado.
IV. Estas riquíssimas e muitíssimas indulgências podem
aplicar-se às almas do Purgatório. As condições para lucrá-las
são facílimas, requer-se:
1º Que ao visitar as 14 Estações se vá meditando na Paixão de
Nosso Senhor Jesus Cristo, cada um conforme sua capacidade;
2º Que se passe de uma Estação para outra, sendo possível,
mas se a multidão das pessoas ou a estreiteza do lugar em que
estão colocadas as 14 Estações não permitir caminhar de uma à
outra, basta ajoelhar-se e levantar-se a cada uma delas;
3º A antiga Sagrada Congregação das Indulgências declarou
que não há reza presente, nem forma de meditação determinada
para cada Estação, basta meditar na Paixão de Nosso Senhor;
4º A favor dos enfermos, viajantes etc., e de todas as pessoas
verdadeiramente impossibilitadas de visitar as Estações da Via-
Sacra colocadas em igrejas ou em oratórios, o Papa Clemente
XIV, em 1773, concedeu a graça de ganhar as mesmas
indulgências recitando 20 Pai-Nossos, Ave-Marias e Glórias ao
Pai (14 em honra às Estações, 5 em honra às Cinco Chagas de
Nosso Senhor e 1 pelo Sumo Pontífice), tendo, entretanto, na
mão um crucifixo bento para esse fim; esta mesma graça foi
concedida também aos que estiverem impedidos de rezar em
decorrência de alguma enfermidade e, ao menos, beijarem, ou
apenas olharem, com o coração contrito, para o crucifixo
benzido para esse fim e, se for possível, recitarem, alguma
oração curta em honra da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus
Cristo.

Método para rezar a Via-Sacra

Oferecimento
Ó meu Deus e Senhor, eu ofereço à vossa Divina Majestade
este santo exercício da Via-Sacra, em união com os infinitos
merecimentos de Jesus Cristo, vosso Filho, e de Maria, sua Mãe
Santíssima! Faço tenção e desejo ganhar todas as indulgências
parciais e plenárias concedidas pelos Sumos Pontífices a quem
visitar as 14 Estações. Tudo deposito nas mãos de Nossa
Senhora, para que, de tudo o que eu fizer, sofrer, rezar e
merecer, seja ela distribuidora em favor das santas almas que eu
quiser libertar das penas do Purgatório.
Oração preparatória
Senhor meu Jesus Cristo, Vós andastes este caminho por
minha causa; tomastes sobre vossos ombros o enorme madeiro
da Cruz e fostes expirar cravado nele para me remir; derramastes
vosso Sangue para lavar as minhas iniquidades; e eu, filho
ingrato, tenho-me apartado de Vós correndo pelo caminho da
perdição, tenho voltado as costas à cruz que me destes e não
tenho aproveitado o fruto dos Sacramentos que manaram de
vosso Divino Lado; mas agora, Senhor, venho a Vós, como
ovelha perdida que busca o pastor, como filho pródigo que
busca o médico da vida. Recebei-me, Senhor, benignamente,
como recebestes a Madalena penitente, ouvi-me como ouvistes
o ladrão arrependido. Convosco quero caminhar até o Calvário,
para que unido convosco viva e morra abraçado com a vossa
Cruz e experimente os efeitos de vossa misericórdia neste
mundo e na eternidade. Amém.
PRIMEIRA ESTAÇÃO
Jesus é condenado à morte

℣. Adoramus te, Christe, et ℣. Nós Vos adoramos,


benedicimus tibi. Santíssimo Senhor Jesus Cristo,
e Vos bendizemos.
℟. Quia per Sanctam Crucem ℟. Porque pela vossa Santa Cruz
tuam redemisti mundum. remistes o mundo.
Considera como o sacrílego governador Pilatos proferiu
contra o Autor da vida sentença de morte, depois de O ter
mandado açoitar publicamente com tanta crueldade, que chegou
três vezes às agonias da morte. Contempla o amor infinito de teu
Senhor, pelo muito que padeceu por te salvar. Pede-Lhe que risque
a sentença de morte eterna que por tuas culpas tens merecido e
assente o teu nome no livro dos predestinados para a eterna vida.
Pai-Nosso e Ave-Maria.
Pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido,
por serdes Vós quem sois, proponho com vossa graça a emenda e
espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.
A morrer crucificado, Pela Virgem Dolorosa,
Teu Jesus é condenado, Vossa mãe tão piedosa,
Por teus crimes, pecador. (bis) Perdoai-me, meu Jesus… (bis)
SEGUNDA ESTAÇÃO
Jesus com a Cruz às costas

℣. Adoramus te, Christe.... ℣. Nós Vos adoramos...


Considera como os ministros da crueldade, depois de lerem
a sentença de morte de Nosso Redentor, tornando-Lhe a vestir
a túnica, que para O açoitarem Lhe tinham despido, puseram
sobre seus delicados ombros o pesado lenho da Cruz.
Para o Calvário vai, ó alma, teu inocente Senhor cercado de
algozes, cheio de opróbrios e oprimido com o peso da Cruz a dar
nela a vida, crucificado por teu amor! Propõe firmemente de O
seguires toda a vida com a cruz que te der, até que chegues a
morrer crucificada juntamente com Ele.
Pai-Nosso e Ave-Maria.
Pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido,
por serdes Vós quem sois, proponho com vossa graça a emenda e
espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.
Com a Cruz é carregado,
E do peso acabrunhado,
Vai morrer por teu amor. (bis)
Pela Virgem Dolorosa...
TERCEIRA ESTAÇÃO
Jesus cai debaixo da Cruz pela primeira vez

℣. Adoramus te, Christe.... ℣. Nós Vos adoramos...


Considera como Nosso Redentor, fatigado do caminho,
aflito com o peso da Cruz e obrigado da fraqueza que padecia
pelo muito Sangue que de suas Chagas tinha vertido, caiu em
terra. Contempla prostrado aos pés de seus mesmos inimigos o
teu Jesus: as tuas soberbas são as que assim O fizeram inclinar
até a terra. Pede-Lhe com lágrimas de verdadeira contrição que
te perdoe as culpas, que foram causas das suas quedas.
Pai-Nosso e Ave-Maria.
Pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido,
por serdes Vós quem sois, proponho com vossa graça a emenda e
espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.
Pela Cruz tão oprimido,
Cai Jesus, desfalecido,
Pela tua salvação. (bis)

Pela Virgem Dolorosa...


QUARTA ESTAÇÃO
Jesus encontra-se com sua aflita Mãe

℣. Adoramus te, Christe.... ℣. Nós Vos adoramos...


Considera como os dulcíssimos Corações de Jesus e Maria
foram transpassados de dor no encontro da rua da amargura.
Oh! Que afetos tão admiráveis teriam estes dois Corações
nesta ocasião! Que amores tão ardentes! Que angústias e dores
tão penetrantes! E que saudações em silêncio tão dolorosas! Ó
Mãe amorosíssima de meu Deus, eu sou quem com meus
pecados dei causa a tantos sentimentos; bem sei que não mereço
vosso patrocínio, mas espero da vossa piedade o que desmereço
por minha miséria.
Pai-Nosso e Ave-Maria.
Pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido,
por serdes Vós quem sois, proponho com vossa graça a emenda e
espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.
De Maria lacrimosa,
No encontro lastimosa,
Vê a imensa compaixão. (bis)

Pela Virgem Dolorosa...


QUINTA ESTAÇÃO
Simão de Cirene ajuda a Jesus a levar a Cruz

℣. Adoramus te, Christe.... ℣. Nós Vos adoramos...


Considera como os judeus, temendo que acabasse a vida
antes de chegar ao Calvário o nosso clementíssimo Jesus,
obrigaram a Simão Cireneu a que Lhe ajudasse a levar a Cruz,
com o maligno intento de O crucificarem ainda vivo.
Ó amabilíssimo Senhor, quem me dera que se resolvessem
meus olhos em lágrimas para chorar dignamente as culpas que
Vos ocasionaram tantas penas e ajudar a levar a cruz de que até
agora tenho fugido!
Pai-Nosso e Ave-Maria.
Pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido,
por serdes Vós quem sois, proponho com vossa graça a emenda e
espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.
Em extremo desmaiado,
Teve auxílio, tão cansado,
Recebendo o Cireneu. (bis)

Pela Virgem Dolorosa...


SEXTA ESTAÇÃO
Verônica enxuga a face de Jesus

℣. Adoramus te, Christe.... ℣. Nós Vos adoramos...


Considera como uma devota mulher chamada Verônica,
vendo o rosto sagrado de Jesus coberto de Sangue, eclipsado
com as ascorosas imundícias que Lhe tinham lançado os judeus,
rompeu por meio deles, O limpou com uma toalha em que o
Senhor lhe deixou estampado seu retrato.
Dulcíssimo Jesus, eu Vos ofereço meu coração, para que
estampeis nele o retrato de vossa divina presença; e se o têm
manchado as inumeráveis culpas que cometi, peço-Vos que o
aceiteis lavado em lágrimas de verdadeira contrição.
Pai-Nosso e Ave-Maria.
Pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido,
por serdes Vós quem sois, proponho com vossa graça a emenda e
espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.
O seu rosto ensanguentado,
Por Verônica enxugado,
Eis, no pano, apareceu. (bis)

Pela Virgem Dolorosa...


SÉTIMA ESTAÇÃO
Jesus cai pela segunda vez

℣. Adoramus te, Christe.... ℣. Nós Vos adoramos...


Considera como o amorosíssimo Salvador, atropelado dos
empuxões que Lhe davam para que saísse da cidade com a maior
brevidade, caiu segunda vez em terra. — Ó pobre alma! E
quantas vezes tens tu, com a mesma violência, lançado de teu
coração pela porta da culpa a teu Deus e Senhor? Quando
cometeste os pecados, que outra coisa foi, senão dar-Lhe
empuxões, para que saísse com maior brevidade? Prostra-te
agora a seus divinos pés, pede-Lhe perdão de tuas culpas e
propõe nunca mais ofendê-Lo.
Pai-Nosso e Ave-Maria.
Pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido,
por serdes Vós quem sois, proponho com vossa graça a emenda e
espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.
Outra vez desfalecido,
Pelas dores abatido,
Cai por terra o Salvador. (bis)

Pela Virgem Dolorosa...


OITAVA ESTAÇÃO
O Senhor prediz às filhas de Jerusalém
os males de sua pátria

℣. Adoramus te, Christe.... ℣. Nós Vos adoramos...


Considera como nosso Redentor disse às filhas de Jerusalém
que O seguiam chorando: “Não choreis por Mim, chorais por vós:
não choreis as minhas penas, chorai a causa delas, que são as
vossas culpas e de vossos filhos.”
Ó misericordiosíssimo Senhor, que a troco de que os
pecadores chorem as suas culpas, não quereis que se
compadeçam das vossas penas! Quem me dera que se
arrasassem meus olhos em lágrimas para chorar por mim e por
Vós: por mim, o muito que Vos tenho ofendido; por Vós, o muito
que Vos vejo padecer por amor de mim.
Pai-Nosso e Ave-Maria.
Pesa-me, Senhor…
Das mulheres piedosas,
De Sião filhas chorosas,
É Jesus consolador. (bis)

Pela Virgem Dolorosa...


NONA ESTAÇÃO
Jesus cai pela terceira vez

℣. Adoramus te, Christe.... ℣. Nós Vos adoramos...


Considera como junto do Monte Calvário caiu nosso
amantíssimo Jesus pela terceira vez, tão fraco que chegou a tocar
a terra com sua santíssima boca.
Ó dulcíssimo Jesus, quem tivera bastantes corações para
atapetar com eles a aspereza desse caminho, com que se
fizessem a vossas quedas menos sensíveis! Mas ai de mim! que
um único coração que tenho é mais duro que as mesmas pedras!
— Ó alma ingrata, acaba agora de conhecer que as reincidências
nas tuas culpas são quedas em teu Redentor, que O obrigaram a
beijar a terra! Resolve-te a emendar de vida, para que não Lhe
repitas tantas penas.
Pai-Nosso e Ave-Maria.
Pesa-me, Senhor…
Cai terceira vez prostrado,
Pelo peso redobrado
Dos pecados e da Cruz. (bis)
Pela Virgem Dolorosa...
DÉCIMA ESTAÇÃO
Jesus é despojado de suas vestes

℣. Adoramus te, Christe.... ℣. Nós Vos adoramos...


Considera como, depois de darem ao nosso amantíssimo
Salvador o vinho misturado com fel, O despojaram com
sacrílega irreverência da túnica inconsútil, que estava pegada ao
chagado Corpo, com que se renovaram todas as Chagas, e
começaram de novo a verter copioso Sangue.
Ó clementíssimo Senhor, que, para me restituirdes o vestido
nupcial da graça, consentis que Vos dispam à vista de
inumerável povo com tanta ignomínia e afronta vossa, concedei-
me que se vista meu coração de luto para chorar as culpas e
nunca mais perca a graça da qual por vossa bondade me tendes
revestido.
Pai-Nosso e Ave-Maria.
Pesa-me, Senhor…
Dos vestidos despojado,
Por algozes maltratado,
Eu Vos vejo, meu Jesus. (bis)
Pela Virgem Dolorosa...
DÉCIMA PRIMEIRA ESTAÇÃO
Jesus é pregado na Cruz

℣. Adoramus te, Christe.... ℣. Nós Vos adoramos...


Considera como mandaram imperiosamente aqueles
algozes a nosso pacientíssimo Jesus que se estendesse sobre a
Cruz; e, obedecendo o Senhor com prontidão, pregaram em suas
mãos e pés agudos cravos com gravíssima dor; e não satisfeitos
com esta crueldade, Lhe tornaram a penetrar sua sagrada cabeça
com as pontas da coroa de espinhos, que Lhe tinham arrancado
quando Lhe despiram a túnica. Contempla, ó alma, como
vendo-se o teu Redentor cravado na Cruz, levantaria os olhos a
seu Eterno Pai, oferecendo-Lhe as suas Chagas e as suas dores
para remédio de tuas culpas, entretanto que tu continuas a
desprezá-Lo e ofendê-Lo.
Pai-Nosso e Ave-Maria.
Pesa-me, Senhor…
Sois por mim na Cruz pregado,
Insultado, blasfemado,
Com cegueira e com furor. (bis)
Pela Virgem Dolorosa...
DÉCIMA SEGUNDA ESTAÇÃO
Jesus morre na Cruz

℣. Adoramus te, Christe.... ℣. Nós Vos adoramos...


Considera como depois de três horas de agonia sobre a Cruz,
exala Jesus o último suspiro, entretanto que os judeus vomitam
contra Ele terríveis blasfêmias. Logo o Céu se vestiu de luto, o
sol se eclipsou totalmente, a lua negou suas influências, tremeu
a terra, partiram-se os rochedos, abriram-se as sepulturas,
rasgou-se de alto a baixo o véu do Templo, confundiram-se os
elementos, e toda a ordem da natureza se alterou, enchendo-se
o mundo todo de pavoroso assombro. Ó alma remida com o
Sangue de teu Deus, se as criaturas insensíveis se confundem e
se assombram na morte de seu Criador, que esperas tu, que não
choras e te não arrependes depois de ter sido a causa de sua
morte?!
Pai-Nosso e Ave-Maria. Pesa-me, Senhor…
Por meus crimes padecestes,
Meu Jesus, por mim morrestes!
Ó, que grande é a minha dor! (bis)
Pela Virgem Dolorosa...
DÉCIMA TERCEIRA ESTAÇÃO
Jesus é descido da Cruz

℣. Adoramus te, Christe.... ℣. Nós Vos adoramos...


Considera como o sagrado cadáver de nosso Redentor
defunto foi despregado da Cruz e posto nos amorosos braços de
sua angustiada Mãe e Senhora nossa. Ó alma minha, se esperas
a felicidade eterna por intercessão de Maria Santíssima, imita a
esta Senhora nos admiráveis afetos que nesta ocasião sentiu,
vendo o seu amado Filho todo desfigurado, chagado e
ensanguentado, que nisto lhe fará a tua devoção fervorosa o
maior obséquio! Ó Mãe amorosíssima de meu Deus, pelas dores
e angústias que neste doloroso passo tivestes, vos peço que me
alcanceis graça para aliviar as vossas dores por meio de uma
verdadeira contrição de minhas culpas.
Pai-Nosso e Ave-Maria.
Pesa-me, Senhor…
Do madeiro Vos tiraram
E à Mãe Vos entregaram
Com que dor e compaixão! (bis)
Pela Virgem Dolorosa...
DÉCIMA QUARTA ESTAÇÃO
Jesus é depositado no sepulcro

℣. Adoramus te, Christe.... ℣. Nós Vos adoramos...


Considera como o Corpo de nosso Redentor foi depositado
no sepulcro por Maria Santíssima e outros fiéis, que a
acompanharam no piedoso enterro de seu Divino Filho, nosso
amabilíssimo Jesus. Pondera como vendo-se finalmente a
saudosa Mãe no silêncio da noite, ausente de seu amado Filho,
arrasados os olhos em lágrimas, cercado o Coração de angústias,
se deixou possuir toda da amargura de sua dor. Ó alma
insensível, que sem te compadeceres das dores de sua lastimada
Senhora, acrescentas com tua ingratidão novos tormentos à sua
soledade! Prosta-te hoje arrependida a seus pés; pede-lhe perdão
de tuas culpas, para que seja tua protetora junto ao trono de seu
Divino Filho e te receba em seus braços na hora da morte.
Pai-Nosso e Ave-Maria.
Pesa-me, Senhor…
No sepulcro Vos deixaram, Meu Jesus, por vossos passos,
Sepultado, Vos choraram, Recebei em vossos braços,
Magoado Coração. (bis) A mim, pobre pecador. (bis)
Oração a Nosso Senhor dos Passos
De Santo Afonso de Ligório

Dulcíssimo Jesus, no Horto das Oliveiras triste até à morte,


profundamente angustiado, oprimido de agonia, coberto de
suor de Sangue:
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
(repetir depois de cada invocação)
Dulcíssimo Jesus, pelo ósculo traidor entregue às mãos dos
vossos inimigos, maltratado, atado e preso com cordas,
abandonado pelos discípulos,
Dulcíssimo Jesus, pelo injusto Conselho dos judeus julgado
réu de morte, entregue a Pilatos, desprezado e escarnecido pelo
ímpio Herodes,
Dulcíssimo Jesus, despido, preso a uma coluna e açoitado
cruelmente,
Dulcíssimo Jesus, coroado de penetrantes espinhos, ferido na
sagrada cabeça com uma cana, vestido, por escárnio, de um
manto de púrpura, saciado de opróbrios,
Dulcíssimo Jesus, mais odiado que um ladrão e assassino,
reprovado pelos judeus, condenado à morte na Cruz,
Dulcíssimo Jesus, carregado com a pesada Cruz, caído em
terra, levado ao Calvário, como o cordeiro ao matadouro,
Dulcíssimo Jesus, homem das dores, despojado de vossas
pobres vestiduras, contado entre os criminosos, imolado em
sacrifício pelos nossos pecados,
Dulcíssimo Jesus, cravado cruelmente na Cruz, ferido
dolorosamente por causa das nossas iniquidades, quebrantado
por causa das nossas culpas,
Dulcíssimo Jesus, escarnecido ainda na Cruz, atormentado e
oprimido de dores indizíveis, consumido de sede, abandonado
na mais dolorosa agonia pelo próprio Pai Celestial,
Dulcíssimo Jesus, morto na Cruz, transpassado por uma lança
à vista de vossa dolorosa Mãe,
Dulcíssimo Jesus, descido da Cruz, depositado nos braços de
vossa Mãe Santíssima e banhado em suas lágrimas,
Dulcíssimo Jesus, ungido e embalsamado pelos discípulos
amantes com preciosos arômatas, envolvido em lençóis limpos
e depositado no santo sepulcro,
℣. Ele tomou verdadeiramente sobre Si as nossas iniquidades.
℟. E as nossas dores Ele as suportou.
Oremos: Ó Jesus, Filho Unigênito de Deus e da Virgem
Imaculada, que pela salvação do mundo quisestes ser reprovado
pelos judeus, traído por Judas, atado com cordas, conduzido ao
matadouro como um cordeiro, apresentado injustamente aos
juízes Anás, Caifás, Pilatos e Herodes, acusado por falsas
testemunhas, ferido com pancadas, saciado de opróbrios e
injúrias, cuspido no rosto, açoitado barbaramente, coroado de
espinhos, condenado à morte, despojado de suas vestes, pregado
com toda a crueldade na Cruz, suspenso entre dois ladrões,
vexado com fel e vinagre, abandonado em tormentosa agonia e,
finalmente, transpassado por uma lança: por estes tormentos,
Senhor, dos quais nós, indignos filhos vossos, agora com
devoção, gratidão e amor nos lembramos, e pela vossa
Santíssima Morte na Cruz, livrai-nos das penas eternas do
inferno e dignai-Vos conduzir-nos ao Paraíso, aonde levastes
convosco o bom ladrão. Tende piedade de nós, ó Jesus, que com
o Pai e o Espírito Santo viveis e reinais por todos os séculos dos
séculos! Amém.
Conteúdo extraído do
Devocionário do Sagrado Coração de Jesus
(Domus Aurea, 2ª ed., 2024),
Baseado no Manual da Arquiconfraria da Guarda de Honra do
Sagrado Coração de Jesus.

editoradomusaurea.com.br

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