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E.E.

Esli Garcia Diniz

Trabalho de Português

Jennifer Luiza Sousa Rodrigues / 1°G


Resenha
"Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley.

Sinopse:
Lançado em 1932, a obra se enquadra no subgênero da ficção científica como uma distopia,
por relatar um mundo aparentemente perfeito, mas que esconde diversos problemas. Ao lado
de "1984" de Orwell e "Fahrenheit 451" de Ray Bradbury, o livro é considerado um dos
clássicos mais relevantes e influentes de todos os tempos.
Em uma sociedade organizada segundo princípios estritamente científicos, Bernard Marx, um
psicólogo, sente-se inadequado quando se compara aos outros seres de sua casta. Ao
descobrir uma “reserva histórica” que preserva costumes de uma sociedade anterior – muito
semelhante à do leitor – Bernard vai perceber as diferenças entre esta civilização e a sua – e a
partir de um sentimento de inconformismo ele desafiará o mundo. A história de Bernard se
passa em um ambiente em que a literatura, a música e o cinema só têm a função de solidificar
a alienação; um universo que louva o avanço da técnica, a produção em série, a uniformidade
contra a diversidade.*

Temas Abordados:
A ciência é usada no livro para a manipulação genética, os embriões são desenvolvidos por
laboratórios, onde eles são clonados até não poder mais e depois são criados de acordo com
sua classe social. Em pessoas de classe mais baixa são injetados compostos químicos para
que elas sejam mais "feias", tenham estatura baixa, problemas de pele, etc.
A tecnologia também é usada para o ensino, desde bebês são ensinados sobre o que é certo
e o que é errado enquanto dormem, uma técnica que consiste em repetir comandos milhares
de vezes durante o sono das crianças para que isso seja fixado. Durante a trama, vemos que
isso funciona, pois as pessoas estão sempre repetindo o que lhes é ensinado, como um mantra
que às mantém na linha.
O livro também mostra que com o uso da ciência, as doenças foram erradicadas, e as
pessoas devem se manter num padrão único de aparência, sendo atléticas e jovens. Mostrar
traços de envelhecimento é abominável e evitado com tratamentos obrigatórios.
O controle social desse sistema totalitário são as drogas e entretenimento fajuto. As pessoas
são ensinadas a usar "Soma", uma droga que às mantém longe da realidade e é distribuída
pelo governo depois de turnos de trabalho. As pessoas são sempre "felizes", já que se estão se
sentindo tristes, tomam a droga e esquecem seus problemas. Em conjunto com a droga, a
indústria evoluiu o entretenimento, cinemas interativos, clubes de esportes tecnológicos, dessa
forma eles mantém as pessoas longe da realidade e conseguem controlar as massas.
A trama gira em mostrar o que seria uma sociedade perfeita, se a nossa não é. Eles fazem
tudo ao contrário: abominam a ideia de família, gestação, castidade, envelhecimento e
individualidade. Os cidadãos são ensinados a consumir o máximo possível; ter relações
sexuais com a maior quantidade de pessoas e nunca evoluir para algo romântico. Não existem
famílias, todos são gerados e criados em laboratórios. Ninguém deve ser um indivíduo, são
ensinados a pensar apenas no coletivo e não sentir tristeza com a morte, já que se alguém
morre, a indústria genética pode produzir milhares de pessoas iguais para o substituir. Não
existe nenhuma religião, todos acreditam apenas no seu governo, já que não temem a morte e
não vão contra as leis por não sentirem vontade.

Personagens Principais da Trama:


Benard pode ser considerado o protagonista, por uma falha genética, ele não consegue seguir
os padrões. Entretanto, durante a trama vemos que ele é um falso revolucionário, sendo contra
o sistema apenas quando não é favorecido por ele. Durante os momentos em que ele é
considerado "normal", ele segue tudo que é imposto, como o uso da droga e a promiscuidade.
•"Enquanto esse mundo reconhecesse sua importância, a ordem das coisas lhe parecia boa."
Lenina é o interesse romântico de Benard, ela serve apenas para mostrar mais uma peça
dessa sociedade, não questiona nada e segue as regras.
•"Todo condicionamento tem este objetivo: fazer as pessoas gostarem de seu destino social
inescapável."
Um dos personagens mais interessante é o John, considerado "O Selvagem". Ele nasceu em
uma das reservas e sofreu dois tipos de criação, dos indígenas que seguem a nossa realidade
e a de Linda, sua mãe, que cresceu no mundo novo e acabou presa naquele lugar.
Considerado bárbaro, em muitos momentos ele foi o mais lúcido entre eles.
•"— Pois bem, eu preferiria ser infeliz a ter essa espécie de felicidade falsa e mentirosa que
você gozava aqui."

Análise: Ficção × Realidade


"— Oh, admirável mundo novo!”. É indiscutível como esse livro de 1932 é atual, me fez
questionar os limites éticos da ciência e tecnologia.
O uso de drogas e do entretenimento para controle social não parece fictício, pois em nossa
sociedade existem drogas lícitas e até a classe mais baixa possui uma televisão e um celular.
Na nossa sociedade, todo o conhecimento está à disposição com um clique, mas muitas vezes
escolhemos continuar na ignorância, ignorando a realidade e consumindo tudo que nos é
empurrado, mesmo que seja de baixa qualidade. A alienação causada pela tecnologia é real,
assim como a tecnologia moldando nossa cultura é real. Huxley apenas evidencia que
precisamos ter um controle ético, à medida que a ciência continua a evoluir.
Uma preocupação genuina que também é um dos temas do livro, é a perda da individualidade
e busca incessante pela felicidade. Isso me fez repensar como somos vistos apenas como
números para o Estado, e como a maioria das pessoas tem problemas psicológicos devido a
essa busca pela felicidade, uma vez que o mercado nos vende diferentes perspectivas do que
seria "felicidade", muitas das quais são inalcançáveis para a maioria da população.
Uma coisa que eu só percebi enquanto escrevia o trabalho e que passou despercebida
enquanto lia o livro, foi a existência de um padrão. Na obra, as pessoas já são criadas para
serem todas semelhantes e na realidade, a pressão social faz com que as pessoas procurem
ser tão parecidas. Algo que é detestado por um dos personagens do livro, é buscado pela
maioria, concordo com o John, seria desconcertante se todos fossem iguais, o que seria a
beleza se não existissem diferenças ?
Como um clássico, esse livro continua sendo pertinente e foi uma ótima leitura, muito
reflexiva para mim. Coloca holofotes em questões que passam despercebidas já que vivemos
no automático, mas que deveriam ser discutidas, estamos falando do NOSSO futuro, enquanto
somos sugados pelas mídias, algumas pessoas estão escolhendo por nós.

Fontes:
• *Site de livros: "Skoob"
• Livro: “Admirável Mundo Novo", edição 2014 pela editora "Biblioteca Azul"

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