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AULA 3 QUAL O SEU TEMPERAMENTO?

ABRÃO iUSKOW

Temperamento é a disposição de uma pessoa a comportar-se duma maneira ou de outra, conforme a


mistura particular de humores que compõem seu corpo.
O fundador da Teoria dos Quatro Temperamentos é o fundador da medicina, Hipócrates, que viveu no
século V a.C. A teoria se propagou e ficou conhecida como doutrina médica. Seu desejo era de encontrar uma
explicação para o comportamento humano que não fosse baseada na vontade dos deuses. Neste sentido, essa
teoria foi um avanço para a época, pois era uma tentativa de superação das explicações sobrenaturais para o
comportamento dos seres humanos.
Hipócrates admitia quatro humores fundamentais:
a. o sangue
b. o fleugma (linfa, os sores, o muco nasal e intestinal, a saliva)
c. a bílis amarela
d. a bílis preta ou atrabílis (considerada como secreção do pâncreas)
Para Hipócrates, estes quatro humores correspondiam aos quatro elementos do macrocosmos: o fogo, o
ar, a terra e a água.
Conforme a superioridade de um desses humores sobre os outros, temos
os quatro temperamentos: o sanguíneo, o fleumático, o bilioso e o melancólico ou atrabilioso. Encontramos
referências a essa teoria ou semelhantes em vários filósofos: Platão, Aristóteles, Sêneca, Lucrécio, Plutarco e
em outros, mas sem conexão com os pressupostos filosóficos sobre os quais estes autores se fundam, como
demonstra a sua concorde aceitação da própria doutrina.
Também na Idade Média a doutrina dos temperamentos foi propagada por meio da disciplina,
especialmente da medicina árabe (Avicena e Averróis) até os médicos e magos da Renascença: Paracelso
substituiu aos humores hipocráticos os seus três elementos (sulfas, sal e mercúrio) para a classificação dos
temperamentos. Todavia, a noção de temperamento não passou por nenhuma modificação até Kant que,
resumindo-a, distinguia o aspecto fisiológico e o aspecto psicológico do próprio temperamento
“Fisiologicamente falando, o temperamento é formado pela constituição física (a estrutura forte ou fraca) e pela
complexão (pelo fluido que no corpo é posto regularmente em movimento pela força vital: no que se
compreende o calor ou o frio que se produz na elaboração destes humores). Psicologicamente considerado, isto
é, como temperamento da alma (do poder afetivo e apetitivo) esta expressão, derivada da propriedade do sangue,
refere-se à semelhança do jogo dos sentimentos e dos desejos com as causas físicas e motoras (das quais a
principal é o sangue)” Antro. II,2. Kant retomava depois a antiga classificação hipocrática dos temperamentos
a qual encontrou também muitas vezes aplicação na psicologia moderna.
Na psicologia, porém, a palavra, desde o fim do século passado, caiu em desuso e foi substituída por
caráter, que numa das suas acepções, significa a própria estrutura orgânica originária que regula as disposições
originais do indivíduo. O uso da palavra caráter marca também a passagem da noção do domínio da medicina
para o da psicologia e da filosofia.
Atualmente, os estudos psicológicos não são muito propensos a trabalhar com tipologias, que
classificam as pessoas e seus comportamentos em determinados tipos. No entanto, uma tipologia que é muito
presente é a do extrovertido e introvertido.

Extrovertido

Introvertido
Por sua vez, a teoria de Hipócrates já dividia extrovertidos e introvertido em dois, ficando assim o quadro:

Sanguíneo Colérico

Melancólico Fleumático

As maiores qualidades de cada um são:

COMUNICATIVO DECIDIDO

Sanguíneo Colérico

Melancólico Fleumático

LEAL DIPLOMATA
Todo ser vivo tem como princípio a sobrevivência. Da ameba ao ser humano, a regra é fugir da dor e
buscar o prazer. No ser humano a realidade do prazer assume várias facetas: o prazer de ouvir uma boa música,
o prazer de uma boa conversa, o prazer de uma boa comida, o prazer de um carinho ou o prazer de uma sensação
sexual. O ser humano foge da dor tanto física quanto psicologicamente. Se alguém quer agredi-lo fisicamente,
reage, mas também reage quando alguém quer agredi-lo psicologicamente. Isso tudo significa dizer que o ser
humano funciona sob o princípio do egoísmo. É, basicamente, egoísta, sendo isso não necessariamente algo
ruim. O egoísmo aparecerá em cada temperamento de uma forma específica:
Sanguíneo Colérico

EGOCÊNTRICO   VAIDOSO

INSEGURO   PASSIVO

Melancólico Fleumático

Egocêntrico: o sanguíneo imaturo quer ser sempre o centro das atenções. Por isso se dá bem com todo mundo.
Vaidoso: o colérico é realmente muito rápido e decidido, mas o colérico imaturo ‘se acha’ e, por isso, ai daquele
que quiser passar na sua frente ou que quiser ser melhor do que ele.
Inseguro: o melancólico imaturo não tem uma ideia clara sobre si mesmo e sempre pede pela opinião dos outros
sobre si mesmo ou sobre o suas ações.
Passivo: por ser muito analista, o fleumático imaturo custa muito para tomar atitudes que levem-no a mudar de
vida ou fazer o que deve ser feito. Quando tudo está pegando fogo, ele ainda está analisando a situação.
Qualidades do sanguíneo

Destacado: em um grupo, é o primeiro a aceitar espontaneamente uma tarefa de ajuda e colaboração.

Entusiasta: A palavra vem de en=dentro, theo=divindade, asm=peito. A pessoa com essa característica é
conhecida como sempre alegre, sempre animada. Parece que não se abala com as tristezas da vida.

Afável: É de toque corporal fácil, gosta de contatos, de abraços. Sendo menina, por conta desse tipo de
facilidade, conta sempre com um bom número de acompanhantes, alguns dos quais presas de seus encantos.
Pelo fato de muitos rapazes se deixarem apaixonar pelo simples toque feminino, meninas assim provocam
muitas paixões nos menos preparados.

Simpático: A palavra vem de sin=união e pathos=sentimentos. Isso significa que pessoas assim consigam
suavizar os relacionamentos. Funcionam como graxa num mecanismo.

Bom companheiro: São um tipo muito agradável para se ter como amigos, pois estão sempre muito dispostos
a fazer passeios, mesmo os mais inesperados: "topam qualquer parada".

Compreensivo: Mesmo que fiquem chateados com as ofensas, não conseguem, pela própria química, guardá-
las por muito tempo. Horas depois da contenda, já estão conversando novamente com a pessoa que acabaram
de brigar.

Crédulo: Se alguém "pregar uma peça" em pessoas desse tipo, elas logo acreditam. Ao contrário do
colérico não são muito desconfiadas. "Enganei um bobo na casca de ovo"

Defeitos do sanguíneo

Não nos enganemos, pois por trás de toda essa comunicabilidade está também presente um fundo egoísta.

Volúvel: Pessoas assim se apaixonam com muita facilidade. Não é raro se apaixonarem mais de uma
vez no mesmo dia. Quando ficam mais velhas, aprendem a disfarçar melhor essa característica. Quando
menores, por ingenuidade, expressam essas paixões publicamente e passam vergonha.

Indisciplinado: Tem dificuldade de se concentrar numa única atividade. Se começou uma atividade e
alguém lhe convida: "Sanguíneo, me ajuda nesses trabalho de escola." E lá vai ele. Mas enquanto está
ajudando, vem outro e pede: "Sanguíneo, eu preciso de alguém para...". E lá vai ele, novamente.

Barulhento: Quando chega em um ambiente, sua presença é logo percebida, pois causa estardalhaço. Em
geral, tem dificuldade de fazer uma atividade silenciosamente.

Exagerado: Por conta de dificuldade de mensuração em planejamento, exagera nas previsões. Se tem, por
exemplo, que levar algum dinheiro para a passagem do ônibus, leva mais dinheiro que o necessário. Se tem
que arrumar uma mala, leva mais roupa que o necessário.

Medroso: Essa característica de se dar bem com todo mundo esconde uma fraqueza: o sanguíneo tem
medo de enfrentar prováveis adversários. Escolhe se dar bem com eles. No entanto, dentro de si esconde um
desprezo por eles, como todos os medrosos.
Qualidades do colérico

Enérgico: Se é para fazer uma coisa, ele põe mãos à obra. As atividades, com ele, têm começo, meio e
fim.

Resoluto: Tendo que tomar uma decisão, não suporta ficar protelando. Por isso, suas decisões são rápidas.

Independente: É daquele tipo que cedo se desliga dos pais, pois quer fazer a vida sozinho.

Otimista: Em relação ao futuro, o colérico sempre vê o ótimo (é otimista). Ao encontrarmos o colérico e


lhe perguntarmos sobre seus projetos, ele dirá que está para ficar rico com o "negócio que irá montar". Porém,
é bem possível que no ano que vem, ao encontrarmos o colérico e perguntarmos se deu certo aquele seu
"negócio", ele nos diga que "isso já é passado" e que o grande negócio de sua vida é outro. O problema é que,
se encontrarmos ele no ano seguinte o negócio será outro ainda.

Prático: Suas ações são bem pensadas, bem planejadas. Daria um bom jogador de xadrez. Aliás, vive
jogando xadrez mentalmente, pois prevê as jogadas dos adversários. Por isso que os coléricos se tornam bons
chefes.

Eficiente: Há uma diferença entre eficiente e eficaz. Para distinguirmos os termos, basta lembrarmos
daquele jovem que, em frente à sua casa, cortava minuciosamente uma folha de papel em pequenos
quadradinhos. Cada vez os quadradinhos eram cortados ainda menores. Aos poucos, o vento levava os
pequenos pedaços. Esse trabalho era certamente, feito eficientemente. Porém, não era eficaz. Quando falamos
que os coléricos são eficientes, isso quer dizer que cumprem muito bem suas tarefas.

Decidido: Quando tem que decidir algo, o faz de forma rápida. Não suportam a indecisão.

Audacioso: Se existe alguma tarefa que exige muita coragem e determinação, essa tarefa deve ser dada
para um colérico. Se precisar, ele enfrenta inclusive um professor, quando este estiver fazendo alguma coisa
que ele considere injusta. Como o colérico tem um senso de justiça muito aguçado as consequências disso
dependem da sua maturidade. Se for imaturo, somente utilizará a sua astúcia para reclamar os seus direitos,
mesmo quando não fez nada para merecê-los, ou seja, mesmo quando não tenha cumprido nenhum de seus
deveres.

Defeitos do colérico

Irascível: Como todos os seus trabalhos são bem feitos e ele é alguém muito habilidoso, quando uma
pessoa tenta ultrapassar sua frente e tomar o seu lugar, a ira do colérico é atiçada. O colérico não tem muita
paciência com a lentidão no agir do melancólico e do fleumático e com o espalhafato do sanguíneo. Crê que
ninguém é melhor que ele para exercer uma função ou para cumprir uma tarefa. Se algum desavisado tente
cortar-lhe a frente, seu olhar fulminante em muitos casos é suficiente para despachar o intruso. O colérico,
por conta dessa irascibilidade, vive "escorrendo veneninho pelos cantos da boca", pois muitas de suas falas
nos relacionamentos são ironias, como farpas para acertar em alguém que lhe esteja incomodando.

Sarcástico: O irônico é aquele que fala e precisa limpar o veneninho. O sarcástico é aquele que pisa em
cima, sem dó nem piedade, como se estivesse matando um inseto com todo o gosto, com a ponta dos pés.

Impaciente: Se for como Hipócrates descreveu, a bílis negra do colérico o impede de ter paciência com as
pessoas e situações em geral, quando lhe obstruem o caminho ou lhe impedem de exercer os direitos.

Prepotente: Com tantas habilidades, é de se esperar que o colérico "se ache". Quando é muito imaturo, tem
muita dificuldade de distribuir tarefas. Em um trabalhos em equipe, faz as tarefas que deveriam ser
distribuídas, pois acha que não fariam tão bem quanto ele.
Intolerante: Ai daquele que discordar de suas ideias ou de suas atitudes. Isso, ele não tolera. Se não pode,
em nome da sociabilidade, bradar suas ideias, arma uma estratégia para que o seu adversário seja derrotado
de outra forma.

Insensível: Os melancólicos ficam horrorizado com suas palavras secas e duras. Se for muito imaturo,
chega a ser uma pessoa cruel.

Astucioso: Se está numa turma, já "mapeou" a turma para ver quem é oponente de peso e quem são os
colegas mais fracos, que não são bons de briga. Se for muito imaturo, respeitará os mais fortes e desprezará
os mais fracos.

Qualidades do melancólico

Habilidoso: Os melancólicos gostam de fazer trabalhos manuais, porque estas atividades lhes
permitem um tempo para a meditação, o que é muito importante para o melancólico. Os homens que tecem
as redes de pesca, as mulheres fazem crochê ou tricô e gostam de fazê-lo, se encaixam nesse temperamento.
Um sanguíneo não tem paciência para esse tipo de trabalho, o que, no entanto, lhe faria muito bem.

Minucioso: Uma professora que decora as paredes de sua sala, que faz lindas paisagens, bem acabadas em
seus mínimos recortes e coloridos, é um caso típico de pessoa melancólica. O melancólicos têm um senso
estético muito apurado.

Sensível: Eles não são dotados de defesa contra os inimigos, pois não sabem lidar muito bem com o
mundo exterior. Os melancólico sabem vivem muito no mundo interior. Por isso, muitos dos grandes artistas
da humanidade foram melancólico que conseguiram expressar em forma de arte a sua luta interior.

Perfeccionista: Uma das dificuldades que o seu apurado senso estético lhes proporciona é o excesso de
acabamento que dá aos seus atos, aos seus projetos, às suas palavras. Na verdade, o melancólico não gosta de
ser contrariado, por isso expõe pouco s suas ideias. Isso é um erro, pois só depois de passar pelo crivo dos
outros que uma ideia poderá se dizer mais acabada. Quando se trata de uma obra de arte, talvez o artista tenha
o direito de apresentá-la acabada, sem pedir opinião dos outros. Mas não é o caso nos argumentos do dia-a-
dia: nesse caso, a melhor conclusão é fruto da discussão, ou seja, da troca de ideias. Mas, o melancólico é,
muitas vezes, orgulhoso, não quer ser contrariado e não compartilha suas ideias.

Esteta: O esteta é o amante das artes clássicas: aprecia a música clássica, as grandes produções
da história da arte no ramo da escultura, pintura, teatro, literatura, poesia, etc.

Dedicado: Por ser uma pessoa que gosta de cultivar os relacionamentos conquistados, cuida deles como
se fosse de uma planta, que precisa de água e minerais constantemente, além da proteção contra as pragas.

Defeitos do melancólico

Amuado: Amuado é sinônimo de aborrecido. É o caso do marido que, ao ver aquele mau humor na
mulher, pergunta-lhe o que houve. Ao não obter resposta, pergunta se foi alguma coisa que ele fez que causou
aquela "cara fechada", o que é pior, pois esse tipo de reação só aumenta o amuo.

Pessimista: Se o colérico só vê o ótimo em seus projetos (muitas vezes ingenuamente), o melancólico, ao


contrário, só vê o péssimo. Podemos dizer que o seu lema é "Oh, vida, oh dor, oh céus!", ou "Isso não vai dar
certo, não vai dar certo…". Esse comportamento nos faz lembrar da música de carnaval dos anos quarenta:
"Ninguém me ama, ninguém me quer, a vida passa e eu sem ninguém…"
Teórico e confuso: O melancólico ao gosta muito de falar em público. Mas, quando isso acontece, ele
começa bem. No entanto, ao voltar seus olhos para os seus ouvintes, vê que estão olhando para ele… e se
perde no raciocínio! Começa então a dar voltas, repete o que já havia dito, e não consegue achar o final, o
que causa um mal estar geral. Nesses momentos, os seus inimigos se irritam e os seus amigos ficam agoniados
por ele. Pelo fato de muitos melancólico insistirem nas falas, os seus colegas, quando ele começa a falar, já
ficam pensando: "Ai, ele vai se perder! Ih, ele começou bem, mas vai se perder…". Para que isso não aconteça,
o melancólico tem que entender que, se o campo da fala intelectualizada não é o seu forte, ele deve entrar
nela munido de algumas técnicas. Por exemplo, quando quiser defender uma ideia numa reunião, deve
escrever em um papelzinho os pontos que vai abordar, especialmente a conclusão. Se alguém interrompê-lo,
deve pedir que deixe-o falar até o final. Se não tiver com o que anotar os pontos no papel, deve arranjar uma
maneira de gravar o final de sua fala. Assim, se perder-se no raciocínio, o que é comum, poderá passar para
o ponto final. Assim, provavelmente ninguém perceberá, pois não conheciam o teor de seus argumentos.
Ouvindo o final, aplaudirão satisfeitos.

Antissocial: O termo antissocial pode ser trocado por "bicho do mato", ou seja, o melancólico, se pudesse,
restringiria ao máximo o seu contato com pessoas. Isso porque o relacionamento humano, para ele, é sempre
muito custoso. Enquanto que os coléricos gostam de estar no meio das pessoas (para poder comandá-las), o
melancólico sofre com a rispidez do colérico e com a frieza do fleumático.
Iniciar um novo ano de aula, para eles, é uma coisa muitas vezes dolorosa. Se pudesse, queria passar
desapercebido nesses momentos. Pior ainda é quando alguém pede para se apresentar.

Crítico: Apesar da aparência tão tímida, e parecer "não ter boca para nada", o melancólico pensa mal
dos outros, quando é contrariado. Apesar de achar que o colérico é muito duro em suas palavras, ou que é
muito irônico, a diferença entre os dois é que o colérico coloca para fora, enquanto o melancólico guarda. O
que temos que ter em mente é que todo melancólico tem dentro de si o seu lado colérico (e vice-versa). Um
dos casos de melancólico, que tem toda a gana do colérico, mas não coloca para fora, pode muito bem sofrer
de prisão de ventre, o que vai acarretar, depois de alguns anos de "esforço", um caso de hemorroidas. Por isso
mesmo, o melancólico precisa aprender a colocar para fora suas mágoas. A pior coisa para ele é justamente
não expressar de alguma forma quando se sentir ofendido por alguém.

Vingativo: O fato de não devolver as injúrias recebidas não quer dizer que o melancólico não as sinta… e
não as guarde! A sua constituição faz com que ele tenha guardado dentro de si as ofensas que sentiu desde
pequeno e, conforme o seu nível espiritual de compreensão das misérias humanas, tenha transformado, ou
não, tudo isso em mágoa. Para o melancólico, "o passado é hoje". Por isso, é muito importante que assuma
uma atitude de perdão em relação às mágoas provocadas pelos relacionamentos. É importante que perdoe o
seu pai pelas falta de amor na infância. É importante que perdoe a mãe por não ter lhe dado a atenção devida
(e, quem sabe, ter dado maior atenção a um irmão ou irmã). É importante que perdoe os colegas que nunca
lhe deram carinho na escola. Para isso, são muitos os livros de ajuda que nos apresentam os rituais de perdão:
visualizar aquele pelo qual se guarda a mágoa e dizer-lhe tudo o que se tem contra, sempre com a intenção de
libertar-se do mal que essa pessoa lhe fez, tendo a consciência que todo mal é feito por ignorância do que seja
realmente o bem. Ao final, deixar ir a pessoa, para que se possa viver em paz. É conveniente lembrar que,
tecnicamente, quem perdoa é o "coração" e não a "mente". Assim, o que ocorre é que, mesmo depois do
coração haver perdoado, a mente lembrará a ofensa recebida e tentará influenciar o coração para que a mágoa
volte. Isso não pode ocorrer: é preciso que o coração comande esse processo e lembre à mente: "Eu já
perdoei!". Depois de algumas vezes trazendo de volta a ofensa, o coração ganha a batalha e a mente sossega.
Perdão quer dizer compreensão. Se uma pessoa não consegue compreender as fraquezas humanas, não
conseguirá compreendê-las e, portanto, não as perdoará. Se alguém diz: "O meu terreno compreende desde
aquela cerca até o fim daquele morro", está querendo dizer sobre a extensão, ou o tamanho do terreno. A
"compreensão" de uma pessoa aumentará quanto maior for a sua abertura de consciência a respeito da
realidade humana. Em outras palavras, quanto maior for o seu amor.

Inflexível: Apesar de muito quietas, as pessoas melancólicas tem uma maneira de pensar muito
determinada. No entanto, é uma determinação silenciosa, mais comumente denominda de "teimosia". Quando
são menores, não é incomum ouvirmos a mãe de um melancólico dizendo: "Essa aí, quando teima sobre uma
coisa, não ninguém que a faça mudar de ideia".
Qualidades fleumático

Calmo: Se a escola pegar fogo, enquanto o sanguíneo acha o maior barato a movimentação, o colérico já
está com o extintor de incêndio nas mãos e comandando as pessoas para saírem do prédio, o melancólico está
reclamando que não devia ter vindo a aula naquele dia, o fleumático está terminando de copiar a frase do
texto que o professor havia deixado no quadro, para depois fechar o caderno, recolher todo o material sem
esquecer nenhum, fechar a pasta, se dirigir até a porta, apagar a luz e fechar a porta… O fleumático não
esquenta!

Tranquilo: Se a turma fez bagunça e, na irritação, o professor marcou uma prova "de toda a matéria", é
aconselhável que o aluno que for negociar com o professor seja fleumático.
Se for sanguíneo, é possível que, quando chegue para falar com o professor, desvie o assunto e esqueça
do foi falar. Ao ser perguntado sobre a conversa pela turma, dirá que teve "altos papos sobre outra coisa",
mas que sobre a suspensão da prova não conversou não. Se for um colérico, a conversa com o professor será
mais ou menos assim:
- O que você quer, colérico? (Dirá o professor, provavelmente também colérico). Não vai querer
defender aquela turma de crianças, ou vai?
Olha, professor, não precisa estourar comigo não, eu só vim aqui porque é minha obrigação… (a consequência
é que a negociação não terá um bom fim, porque dois bicudos não se beijam…)
Se for um melancólico que vai conversar com o professor, a conversa poderia ser assim:
- O que você quer, melancólico? Não vai me dizer que veio pedir por aquela turma de crianças? Você
está pensando que eu aguento este tipo de coisa? Eles estão pensando que a gente trabalha por brincadeira?
- Pois é professor, eu não acredito como é que pode ter gente com tão pouca consideração. (a
consequência será que o melancólico voltará à turma dando bronca por causa da falta de consideração pelo
professor, que trabalha para sustentar a família… ou seja, a sua tarefa era convencer o professor e não ser
convencido por ele…)
Se o aluno que for negociar com professor for um fleumático, a conversa com o professor será mais
ou menos assim:
- O que você veio fazer aqui, fleumático, não vai me dizer que veio defender aquela turma de crianças?
- Professor, eu quero deixar bem claro que eu vim aqui porque sou representante da turma e a turma
me pediu, mas eu não concordo de jeito nenhum com o que eles fizeram. Acho, inclusive, que o senhor foi
uma pessoa muito compreensiva. Se fosse outro professor, as consequências seriam muito piores.
- É, a gente fica indignado, porque se prepara para dar uma boa aula e depois e é essa a consideração
que recebe.
- Mas eu não estou falando que o senhor é uma pessoa diferente, professor? Eu disse para eles que não
concordava com a criancice que eles fizeram. (E o professor, já um pouco amolecido pelos elogios do
fleumático, resolve dar uma outra chance…) Quando a turma pergunta como foi a conversa, o fleumático
responde:
- Pessoal, "Tá no papo. O professor dará uma outra chance… Mas vejam se vocês não me façam uma
dessas outra vez, porque o homem estava muito brabo e foi difícil convencê-lo!…)
Esse é o fleumático!

Cumpridor: Se tem uma tarefa que exija disciplina e perseverança, mesmo que não traga muita fama para
quem o faça, essa tarefa deve ser entregue a um fleumático, que a fará no tempo determinado.

Eficiente: As coisas por ele iniciadas são feitas de forma esmerada, mesmo em seus mínimos detalhes.

Prático: As ferramentas que um fleumático precisa estão sempre organizadas. O material escolar de um
fleumático contém todos os tipos de ferramentas de apoio, devidamente etiquetadas. Da mesma forma, quando
um fleumático gosta de trabalhar com eletricidade de forma amadora, só para consertar os problemas elétricos
caseiros, sua caixa de ferramentas é de dar inveja a um eletricista profissional.
Conservador: Como é uma pessoa muito analista e sistemática, costuma ter padronizados a maioria das ações
da rotina diária. Assim, o acordar, a maneira de levantar e fazer a higiene pessoal, a ida para a escola ou o
trabalho, o horário do ônibus, tudo será feito da mesma forma, todo os dias.

Espirituoso: No seu comportamento social, o fleumático, apesar de quieto, se apresenta como alguém muito
espirituoso, ou seja, que gosta de alegrar os ambientes com "tiradas divertidas". Adora fazer um trocadilho,
os quais são, geralmente, muito divertidos e astutos.
Aliás, ao contar as piadas, cada tipo de temperamento se comporta de uma maneira.
O sanguíneo se revela um bom contador de "causos". Mais do que piadas, congrega ao seu redor ouvintes
para o relato dos filmes que assistiu (mesmo que tenha assistido um filmezinho qualquer, conta-o como se fosse
o grande filme do ano) ou das aventuras que protagonizou (mesmo que tenha subido um morrinho, convence a
todos que subiu o Pico das Agulhas Negras).
O colérico gosta muito daquelas piadas sutis, ao final das quais, sempre tem alguém que não entendeu.
Assim, faz todos rirem da piada e da "cara" de quem foi o "faísca atrasada" ou o "pólvora molhada". Se é uma
menina que foi a vítima que não entendeu a piada, o colérico saberá consolá-la mais tarde, quando a sessão de
piadas acabar…
O melancólico é um caso raro. Ao contar uma piada, é daqueles que para no meio e diz: "Espera aí, eu
troquei tudo, tenho que voltar e contar tudo de novo!" E aí o pessoal cai na gargalhada. Ou é daqueles que
começa a piada assim: "Aí (risos), o cara entrou na delegacia (risos) e disse para o delegado (risos)…" Como
esses risos são do próprio contador da piada, o que ocorre é que o melancólico, em geral, não sabe contar piada,
porque ri enquanto está contando.
O fleumático, pelo fato de ser um grande observador do tipos psicológicos, quando exercita a arte de
contar piadas, se torna um artista, pois faz as caretas e a "cara de coitado" característica do personagem. É um
perfeito gaiato. Enquanto ele conta seu repertório, a plateia delira.

Defeitos do fleumático

Frio: É difícil saber o que o fleumático sente, pois ele guarda muito bem as suas emoções por detrás da sua
expressão.

Temeroso: De tanto analisar, custa a tomar uma decisão, pelo medo da reação dos outros.

Indeciso: Se analisa todas as possibilidades, quando chegará o momento da decisão? Nunca.

Pretensioso: Depois de tanto pensar, é claro que acha que não pode ter uma reflexão melhor que a sua sobre
algo.

Desmotivado: Sua química não favorece muita movimentação. Por isso, quer que o deixem no seu canto.

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