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Claudionor Cruz
Evaldo Malaquias da Silva
Luciano Antônio Fernandes
APRESENTAÇÃO
Trata-se da segunda versão de um texto sobre Usinagem Não Tradicional para ser usado
por alunos de cursos de graduação em Engenharia Mecânica, em especial para os da disciplina
Processos Especiais de Fabricação do Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal
de Uberlândia (UFU).
O trabalho consta de quatro capítulos. No primeiro, apresentam-se os principais processos
de usinagem de forma genérica com as respectivas aplicações mais características. Nos outros,
são apresentados, respectivamente, estudos específicos dos processos EDM (usinagem por
descargas elétricas), ECM (usinagem eletroquímica) e USM (usinagem por ultrasom) cujos
equipamentos encontram-se disponíveis nos laboratórios de Usinagem Não Tradicional (UÑT) e
de Tribologia e Materiais (LTM) da UFU.
A seleção desses três processos, em meio a tantos outros, deve-se não apenas ao fato de
serem processos já bastante empregados na indústria mas também ao fato de poderem ser
realizadas aulas práticas com os equipamentos disponíveis nos laboratórios acima mencionados.
Em cada capítulo específico são apresentados, além de uma breve introdução, os
princípios, os principais parâmetros, outras características importantes do processo, os
equipamentos e os experimentos em laboratório usados como aulas práticas na disciplina
Processos Especiais de Fabricação do curso de graduação em engenharia mecânica da UFU.
Como se trata de material didático para cursos de graduação, o tema não foi tratado em
profundidade visto que este seria o primeiro contato do aluno com tais tecnologias ainda pouco
conhecidas. No entanto, para os interessados em mais detalhes ou para alunos de pós-graduação,
foi incluída uma bibliografia sobre cada capítulo.
Várias pessoas contribuíram direta ou indiretamente com o trabalho, em especial o
mestrando Luciano Antônio Fernandes que redigiu o capítulo 2 sobre usinagem por descargas
elétricas e o doutorando Evaldo Malaquias da Silva que redigiu o capítulo 3 sobre usinagem
eletroquímica.
Espera-se que este trabalho seja melhorado a cada nova edição. Por isso, todas as críticas e
sugestões neste sentido serão bem vindas.
Claudionor Cruz
INTRODUÇÃO À USINAGEM NÃO TRADICIONAL
Sumário
1.1 Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Sumário
1.1 Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Formas Complexas
PROCESSOS
Novos NÃO Superfícies de
Materiais TRADICIONAIS Qualidade
DE
USINAGEM
Miniaturização
1
Em geral obtida por processos de conformação como forjamento, fundição, laminação, entre outros.
2
Natureza da Ferramenta
Mecanismo Processo Aplicações
Energia
Operações diversas.
Cisalhamento Geometria materiais de fácil
abrasão definida PTU
usinagem.
Mecânica Erosão Partículas em AJM
alta velocidade Corte, Furação,
Limpeza
Abrasão e Ferramenta WJM
Erosão vibratória e Materiais
abrasivos USM frágeis, condutores
Corrosão ou não.
Eletroquímica
eletroquímica
Eletrodo-ferramenta
Química e íons dissociados. Materiais
Corrosão ECM condutores
química de difícil
usinagem.
Térmica Fusão Reagente
Vaporização (Etching)
Figura 1.2. Principais processos de usinagem discriminados pela natureza de energia empregada,
mecanismos de ação e aplicações.
2
Os processos não tradicionais de usinagem foram introduzidos na indústria após a 2a. Guerra
Mundial enquanto que alguns tradicionais datam de antes da revolução industrial.
3
• Um particular processo adequado a uma situação particular pode não ser igualmente eficiente
sob outras condições.
• Considerações Econômicas.
As Tabelas 1.1 a 1.4 apresentadas a seguir servem para uma abordagem preliminar
com vistas à seleção do melhor processo. Analisando-se as referidas tabelas, nota-se que
cada processo responde diferentemente a cada situação. Por exemplo, a Tabela 1.1 indica
para usinagem de vidro, os processos USM e AJM. No entanto, conforme Tabela 1.2, o
AJM seria mais indicado para corte enquanto que o USM seria mais apropriado para a
produção de cavidades.
Embora as tabelas em questão sejam válidas para as décadas de 70 e 80, sabe-se que
houve uma extraordinária evolução na década de 90 e é possível que algumas posições do
ranking tenha se modificado. Por exemplo, sabe-se que o USM diminuiu muito de preço, o
mesmo acontecendo com o EDM. Talvez estejam no nível A ao lado do PBM.
Seguramente, os valores da TRM e das tolerância dimensionais melhoraram muito na
última década, em função de incorporação de novas tecnologias que melhoraram muito o
desempenho das máquinas. Assim sendo, o uso de controle adaptativo melhorou muito o
EDM, enquanto que o uso de mancais aerostáticos possibilitou o desenvolvimento do RUM
[Rotary Ultrasonic Machining], uma variante do USM muito mais produtivo.
Se o custo do ferramental é um dos problemas da ECM (onde curiosamente é o único
em que a ferramenta não se desgasta), devido à complexidade da mesma, espera-se que
num futuro bem próximo este problema seja sobrepujado com o uso do CNC em ECM em
que a ferramenta se tornará apenas uma esfera de pequenas dimensões.
Conforme pode-se observar da bibliografia, carece-se de um texto mais recente sobre
os processos não tradicionais. Quando este surgir fatalmente serão em muito maior número,
com muitos processos híbridos que normalmente melhoram significativamente os processo
básicos.
4
Processo Material
usinando diferentes materiais.
Alumínio Aço Superligas Titânio Refratários Plásticos Cerâmica Vidro
USM C B C B A B A A
AJM* B B A B A B A A
ECM B A A B B D D D
CHM A A B B C C C B
EDM B A A A A D D D
EBM B B B B A B A B
LBM B B B B C B A B
PBM A A A B C C D D
USM - - A C A A C C -
AJM* - - B C C B - A -
ECM - - A A B A B - -
CHM B B - - C B - A -
EDM - - A B A A A A B
LBM A A B C C C - A B
PBM - - B C C C - A A
EBM A A A B C C B A B
USM B B B D C
AJM* A B B D B
ECM E C C B A
CHM B B C C A
EDM B A B D D
EBM D B B E A
LBM C B A E A
PBM A B A A A
PTU B B B A B
1.1 Questões
1. Que necessidades levaram à criação dos processos não tradicionais de usinagem? Citar
exemplos.
2. Que novas tecnologias fizeram evoluir significativamente tais processos nas duas
últimas décadas?
3. O que se pode dizer sobre os custos dos equipamentos de usinagem não tradicional em
relação aos equipamentos tradicionais?
6
1.2 Bibliografia
2. Marty, C., Usinages par Procédés non Conventionnels, Masson Ed., Paris, 1971.
5. Benedict, G. F., Nontraditional Machining Processes, Marcel Dekker New York, 1987.
1 1 1
2 2
2
3
3
1 1
2
2
1
1 – Ferramenta
(Eletrodo)
3
2 – Peça
2
3 – Avanço da
ferramenta
ou mesa
3
EDM – Electrical Discharge Machining, em alusão à sigla inglesa internacionalmente consagrada.
8
SERVO MECANISMO
DE AVANÇO DA
FERRAMENTA
VOLTÍMETRO
FONTE DE
CORRENTE
CONTÍNUA FERRAMENTA
AMPERÍMETRO DIELÉTRICO
CONTROLE DE
FREQUÊNCIA
CUBA PEÇA
RESERVATÓRIO DE MANÔMETRO
DECANTAÇÃO
BOMBA
ROTÂMETRO
FILTRO BOMBA
ALTA PRESSÃO
RESERVATÓRIO
Pelo referido esquema, vê-se que a ferramenta é colocada próxima à peça a ser usinada,
sendo separada desta por uma distância muito pequena denominada de gap que é preenchido por
um fluido dito dielétrico, bombeado e filtrado de um reservatório à região de usinagem. As
descargas elétricas que ocorrem entre a ferramenta e a peça e que são as responsáveis pela
usinagem, conforme será visto no item seguinte, surge da elevada voltagem da fonte de energia
elétrica acoplada ao equipamento. Normalmente a peça é ligada ao polo positivo e a ferramenta
ao polo negativo da referida fonte. O avanço da ferramenta em direção à peça é controlado por
um servo-mecanismo que atua no sentido de manter o gap constante com o que, torna possível a
execução de furos e outras formas geométricas desejadas.
9
Detalhes
No processo, a faísca prefere a menor distância entre a ferramenta e a peça. Por isso é
necessário o controle da voltagem no gap através da fonte, a qual gera sinal para o servo-
mecanismo avançar de maneira automática a ferramenta em direção a peça, gerando com isso, a
forma negativa da ferramenta na peça usinada. Para que seja possível o controle desta energia
elétrica sob forma de arco voltaico, é preciso que as descargas sejam pulsadas, pois se o arco
fosse continuo, o arrefecimento, e consequentemente a fusão e vaporização da peça, seria
desordenado. Neste contexto, o dielétrico tem um papel fundamental no processo, por controlar a
potência de abertura da descarga. O dielétrico, que pode ser o querosene, a água desionizada ou
modernos fluidos hidrocarbonetos aditivados derivados de petróleo (os chamados óleos
dielétricos para eletroerosão), exercem duas outras importantes funções no processo: promovem
a lavagem da interface ferramenta-peça (gap), arrastando para fora as partículas erodidas e
auxiliam no arrefecimento do sistema, nas vizinhanças das descargas.
10
Material da peça
Quanto maior for o ponto de fusão e vaporização do material da peça, menor é a TRM, a
RD e melhor o AS. Materiais como alumínio, chumbo, magnésio e suas ligas são fáceis de serem
usinados pelo processo EDM, por causa dos seus baixos ponto de fusão e vaporização. O
contrário ocorre para materiais como o tungstênio, titânio, ósmio e suas ligas que tem elevados
pontos de fusão e vaporização. Outra propriedade do material bastante influente é a
condutibilidade elétrica. Quanto melhor condutor elétrico for o material, maior a TRM.
Material da ferramenta
Há uma extensa lista de materiais empregados para ferramentas de EDM, porém os mais
usados são o cobre e o grafite. As principais características de cada um desses materiais são:
Cobre: Excelente condutor e grande facilidade de fabricação de ferramentas de pequenas
dimensões.
Grafite: Alto ponto de fusão e dificuldade para fabricação de ferramentas de pequenas
dimensões por ser relativamente frágil.
Regime de operação
No entanto, a rugosidade é diferente para cada situação, mesmo que a energia seja
constante. Será sempre menor para o caso em que o pulso for menor (no caso, para ∆t1). Em
resumo, tem-se maiores TRM para maiores potências e durações de pulso. Melhores
acabamentos são obtidos com menores potências e menores durações de pulso. Sobre a RD pode-
se dizer que também aumenta no mesmo sentido da TRM, na maioria dos casos experimentados.
P = VI P2 E3
[W]
P1 E1 E2
Ferramental empregado
O sistema de lavagem tem várias funções. Uma destas funções é a de arrastar todo
material erodido da interface ferramenta-peça, garantindo um avanço contínuo da ferramenta.
Outra função é a renovação constante do fluido dielétrico na interface, mantendo as
características físicas e químicas do mesmo. Esta renovação garante também o resfriamento mais
pronunciado do dielétrico. Conforme é apresentado na Figura 2.6, o sistema de lavagem pode ser
interno através da ferramenta ou peça, ou externo por jateamento por meio de mangueiras
flexíveis direcionadoras. A lavagem interna pode ser feita por sucção ou injeção conforme
ilustrado na Figura 2.6. As vantagens de um ou outro sistema depende de cada caso e deve ser
levado em conta não só a geometria da peça mas também a precisão requerida.
Jateamento
O sistema de fixação da peça também influi na TRM pois se relaciona com o sistema de
lavagem permitindo a passagem do dielétrico em diferentes regiões.
Todo o conjunto que compõem o ferramental relaciona-se mutuamente, portanto a
escolha de um ferramental adequado ao tipo de trabalho a ser executado, deve levar em
consideração todos os fatores envolvidos, para que o processo tenha o melhor desempenho.
Consideram-se neste item outras características do processo como por exemplo, as que
ocorrem em operações de furação, que são o sobrecorte lateral e a conicidade da peça gerados
devido ao espalhamento das descargas pelo efeito de borda, como é mostrado na Figura 2.7.
Entretanto estas características nem sempre são indesejáveis. As matrizes geralmente necessitam
de um ângulo para extração das peças produzidas. O projeto da ferramenta deve levar em conta
este fato para gerar a dimensão final da peça. Na prática, porém, o que geralmente ocorre é a
utilização de uma ferramenta para operação de desbaste e outra para acabamento.
13
Alguns valores característicos desses desvios vão desde 0.05 % a 0,005 % para a
conicidade e menos de 0,5 % para o sobrecorte lateral.
Figura 2.7 - Sobre corte lateral evidenciando em um sistema de lavagem por injeção.
Outro aspecto que deve aqui ser considerado é o da integridade superficial. Como o
processo é térmico, desenvolvem-se tensões residuais superficiais, microtrincas, zona afetada
pelo calor (ZAC), camada superficial refundida, quase todas danosas à integridade superficial e
consequentemente ao desempenho da peça, em especial quando sujeita à fadiga e esforços
dinâmicos. As Figuras 2.8 a 2.11, são micrografias de peças de aço rápido ABNT M2, usinadas
em diferentes regimes de trabalho obtidas por Lima em 1997. Nelas é bastante característica a
presença da camada refundida, de uma zona afetada pelo calor (que prossegue mesmo abaixo da
camada refundida) e de microtrincas de várias formas e dimensões que podem ser medidas nas
próprias micrografias. No referido trabalho usinando aço rápido ABNT M2 foram obtidas
rugosidades Ra na faixa de 0,4 a 20,0 µm dependendo do regime de corte usado.
Figura 2.8 -Vista lateral da superfície usinada Figura 2.9 - Vista lateral da superfície usinada
com ferramenta de cobre e regime de desbaste com ferramenta de cobre regime semi-acabamento
14
Microtrincas
Figura 2.10 -Vista lateral da superfície usinada Figura 2.11 - Vista superior da superfície usinada
com ferramenta de cobre e regime de desbaste. com ferramenta de cobre regime semi-acabamento
A grosso modo pode-se dizer que a TRM característica do processo é baixa (da ordem
de 0,02 a 500 mm3/ min) e que a relação de desgaste é relativamente alta para a maioria dos
casos comparada com processos tradicionais usinagem. A faixa de RD cobre uma vastíssima
gama, desde 0,01/1 a 100/1. Por outro lado, um aspecto positivo do processo da superfície
usinada é o de não apresentar marcas de ferramenta, originando uma superfície omnidirecional
em forma de microcrateras importante para efeito de lubrificação e desgaste em situações
severas de trabalho.
Além disso, o processo EDM é considerado altamente preciso e controlável, indicado
para fabricação de formas complexas independente da dureza do material. Aliado a este fato, o
processo pode executar, em apenas uma operação, a peça final projetada. Estes fatores
compensam a baixa TRM com o que seria necessário ser executado em vários outros
processos de fabricação. É um processo livre de rebarbas dando liberdade para usinagem de
peças extremamente frágeis, pelo fato de não haver contato entre ferramenta e peça, diferente
do que ocorre no corte pelos processos tradicionais que lançam mão dos esforços de
cisalhamento e abrasão.
Dois são os tipos de máquina EDM usados mais comumente nos dias atuais. A EDM
por penetração (Sinking EDM) e a EDM a fio (Wire EDM). Por ser mais tradicional, o
segundo tipo de equipamento emprega um processo, também conhecido como de eletroerosão
a fio, que pode ser considerado uma variante do processo clássico de eletroerosão por
penetração. Tanto assim que todo o conteúdo dos itens anteriores diz respeito exclusivamente
ao processo EDM por penetração.
A máquina de EDM por penetração é similar a uma furadeira ou fresadora vertical,
com mesa, coluna, base, cabeçote diferenciando-se basicamente pela cuba adaptada à mesa
onde se faz a usinagem da peça tal como é apresentada na Figura 2.12 abaixo. Porém, outros
compartimentos específicos da EDM, fazem parte do equipamento: o circuito dielétrico (com
bomba, filtros, trocadores de calor), circuito eletro-hidráulico que comanda o avanço da
ferramenta em relação à peça e uma fonte de energia pulsada, que controla os parâmetros de
energia do pulso e a forma do pulso.
15
Roldana
de suprimento
peça
Dielétrico
Seção
transversal
do fio
Roldana
tracionadora
Por outro lado, há que se dotar a máquina W-EDM de muitos graus de liberdade, pois a
forma geométrica resultante, às vezes complexa, como a ilustrada na Figura 2.14, requer esta
característica do equipamento.
Figura 2.15 - EDM a fio - detalhe do sistema de coordenadas para realização de operação
complexas com vários eixos programáveis.
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A aula prática com duas horas de duração consta de quatro etapas, como discriminadas a
seguir:
3. Confirmar dois pontos da Tabela 2.1 obtida previamente na qual foram utilizadas
ferramentas de cobre e grafite de várias geometrias para a execução de furos passantes de
diâmetro 5 mm em alumínio, aço ABNT 1020 e aço VC 130
4. Com base na Tabela de resultados 2.1, nas condições de corte apresentadas na Tabela 2.2 e
nas características dos materiais da peça e da ferramenta apresentadas nas Tabelas 2.3 e
2.4, extrair as principais conclusões dos experimentos.
[min] 3 [mm3/min]
[mm3/mm ]
Tempo de Relação de Taxa de
Peça Ferramenta Geometria
usinagem desgaste remoção
EROSIMAT
Sistema de lavagem externo
Regime de trabalho pulsado
Tempo de usinagem: 45 ±1 [s]
Tempo em vazio: 5 ±1 [s]
Recuo: 2 – 3 [mm]
Severidade: 9 (Semi-acabamento)
Tensão: 200 [V]
Corrente: 4 [A]
Frequência: 10,5 [kHz]
Resistividade [µΩcm] ≈9 ≈ 18 ≈ 96
Dureza 16 HB 35 HRc 55 HRc
Cobre Grafite
2.6 Questões
1. Explicar com o uso de crôquis o processo de usinagem por EDM por penetração.
2. Qual o campo de aplicação do processo de usinagem por EDM por penetração e a fio ?
3. Como funciona o servo mecanismo para avanço da ferramenta no processo EDM por
penetração ?
19
4. Porque a TRM de uma peça de alumínio é maior do que uma mesma peça de aço ?
5. Conceituar RD e explicar porque eletrodos de grafite apresentam menor RD que eletrodos
de cobre em igualdade de condições.
6. Porque a peça deve ser anódica em operações de desbaste e catódica em operações de
acabamento ?
7. Quais os principais parâmetros do processo de EDM por penetração ?
8. Qual a influência sobre a TRM da cada um desses principais parâmetros ? Utilizar gráficos.
9. Quais as características da superfície usinada por EDM ?
10. A conicidade obtida no processo EDM é sempre indesejável ?
11. Quais as principais conclusões da aula prática ?
2.7 Bibliografia
2. Crookall, J.R.; Heuvelman, C.J.; Electro-Discharge Machining - The State of the Art,
Imperial College, London; Technishe Hogeschool, Eindhoven; Annals of the CIRP vol.
20(2); pp. 113-120, 1971.
5. Kobayashi, K.; The Presente and Future Developments of EDM and ECM, ISEM XI -
International Sympsium for Electromachining, Lausanne, pp. 29-47, 1995.
7. McGeough, J. A.; Advanced Methods of Machining, London, Chapman and Hall, pp.
128-152, 1988.
8. Pandey, P. C., Shan, H. S.; Modern Machining Processes, McGraw Hill, Publishing
Company, pp. 1980.
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Figura 3.2 – Formação eletroquímica de: (a) uma palheta de turbina e (b) uma cavidade;
1 - Eletrodo Ferramenta; 2 - Peça; vk - direção de avanço da ferramenta.
Figura 3.3 – Usinagem Eletroquímica de: Figura 3.4 – Arredondamento de arestas por ECM: 1-
(a) um eixo; e (b) um disco de parede fina. Suporte do eletrodo ferramenta; 2- Eletrodo-ferramenta;
3- Suporte de plástico (direcionar o eletrólito); 4- Peça; 5-
Placa de fixação da peça.
A usinagem eletroquímica tem como princípio básico a eletrólise. A Figura 3.7 ilustra
o esquema de uma célula eletrolítica, que é o local onde ocorre o fenômeno eletroquímico.
Esta célula apresenta dois eletrodos condutores ligados a uma fonte de corrente elétrica e
mergulhados em uma solução líquida à base de sais (no caso o NaCl). Esta solução, conhecida
como eletrólito, tem três funções básicas: agir como condutor para facilitar a passagem de
corrente elétrica entre a ferramenta e a peça, remover os resíduos formados durante a
usinagem e resfriar a região entre a ferramenta e a peça (gap).
As reações químicas que ocorrem após a dissociação eletroquímica levam à formação
de hidrogênio gasoso na região catódica e precipitados de hidróxidos metálicos, conforme
pode ser visto na Figura 3.7. São essas reações, ditas anódicas, que provocam a retirada de
material da peça. Conforme é fácil de se constatar, o material da ferramenta não participa da
principal reação que ocorre ao seu redor e isso leva à primeira grande vantagem do processo: a
de que a ferramenta não se desgasta. Apesar disso, é importante escolher materiais de
ferramentas que, além de condutores, sejam resistentes à corrosão, em virtude da
possibilidade de ocorrência de reações secundárias durante o processo. Outra observação
23
importante é que a taxa de remoção depende, entre outros fatores, conforme será visto
adiante, da natureza do eletrólito, se soluções aquosas de NaCl ou de NaNO3 que são os
eletrólitos mais usados.
Reações Catódicas
2 H + + 2e − → H2 ↑
Reações Anódicas
M n + + n (OH ) − → M (OH ) n ↓
Figura 3.7 – Esquema de uma célula eletrolítica apresentando as principais reações catódicas e anódicas.
A ⋅ I ⋅ dt
dm = (3.1)
z⋅F
dm
= E⋅I (3.2)
dt
ou seja, a taxa mássica de material removido só depende da intensidade de corrente que ocorre
na cuba eletrolítica. Se ρ é a massa específica do material, tem-se que o valor da Taxa de
Remoção de Material (TRM), que exprime a taxa volumétrica de material removido, pode ser
expresso pela equação 3.3.
E⋅I
TRM = (3.3)
ρ
entre outras. Desta forma, tanto faz se o aço é “macio” como o ABNT 1020 ou “duro” como o
ABNT 1060. Para esse processo, em ambos os casos, a TRM seria aproximadamente a
mesma.
V
I= (3.4)
R
h⋅r
R= (3.5)
S
V ⋅S
I= (3.6)
h⋅r
Figura 3.9 – Esquema que simboliza o avanço da ferramenta em uma operação de usinagem
eletroquímica.
dh A⋅J
= − va (3.7)
dt z ⋅ F ⋅ ρ
1
r= (3.8)
k
onde k é a condutividade do eletrólito.
dh A ⋅ k ⋅ V
= − va (3.9)
dt z ⋅ F ⋅ ρ ⋅ h
Existem três soluções para a Expressão 3.9 que merecem uma abordagem mais
específica. Na primeira hipótese a ferramenta não avança, ou seja, va é igual a zero. Este caso
ocorre tipicamente no processo de rebarbação ou polimento eletroquímico. A solução da
Expressão 3.9 neste caso está mostrada na Expressão 3.10.
26
2⋅A⋅k ⋅V⋅t
h 2 ( t ) = h 2 ( 0) + (3.10)
z⋅ F⋅ρ
onde h (0) é o gap inicial.
1 ⎡ h ( 0) − h e ⎤
t= ⋅ ⎢ h ( 0) − h ( t ) + h e ⋅ ln ⎥ (3.11)
va ⎣ h (t ) − he ⎦
A⋅k⋅V
onde he equivale a .
z ⋅ F ⋅ ρ ⋅ va
A Figura 3.10 apresenta os gráficos que representam a variação do gap com o tempo
para as condições em que a velocidade de avanço da ferramenta é nula (Figura 3.10a) e
constante (Figura 3.10b).
(a) (b)
O último caso é aquele em a ferramenta avança controlada por um sistema que faz o
monitoramento de tensão e corrente. Através da variação destes parâmetros é que ocorre o
deslocamento da ferramenta. Este sistema é muito utilizado nos processos de formação
eletroquímica.
Finalmente, outra característica fundamental do processo ECM é o circuito
eletrolítico. A principal finalidade do circuito eletrolítico é que garantir que o eletrólito
permaneça com suas propriedades (temperatura, concentração, pH) praticamente constante na
região de trabalho (gap). Este é um fator determinante para que o processo tenha um bom
desempenho em termos de acuracidade e integridade superficial.
Os principais componentes de um circuito eletrolítico de um equipamento de
usinagem eletroquímica são: um reservatório, onde este será armazenado, uma bomba que
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forneça a pressão e velocidade necessária para que o eletrólito possa varrer os detritos já
citados, um sistema de limpeza e controle de temperatura concentração e pH.
O circuito eletrolítico deve apresentar um sistema de limpeza do eletrólito eficiente.
Conforme foi visto anteriormente, durante a usinagem ocorrem as formações de hidróxidos e
outros compostos que permanecem na solução eletrolítica.
A limpeza do eletrólito é de fundamental importância para um bom desempenho em
usinagem eletroquímica. Não só faz aumentar a vida do eletrólito, que em muitos casos é caro
(Nitrato de Sódio, por exemplo), como ajuda na estabilidade do processo ao manter,
aproximadamente constante, a corrente que passa pelo gap. A limpeza também diminui a
corrosividade do ambiente, e evita que, esporadicamente, se tenha um curto circuito entre a
ferramenta e a peça, o que prejudicaria em muito a usinagem, com o desgaste do eletrodo-
ferramenta e a alteração das características de integridade superficial da peça. Os sistemas de
separação dos resíduos que permanecem no eletrólito mais utilizados em equipamentos
industriais são as ultra-centrífugas.
I
J= (3.7)
S
A aula prática sobre o processo de usinagem eletroquímica, com duas horas de duração,
está dividida em quatro etapas discriminadas a seguir.
30
implica que, com a remoção da rebarba e também com o arrendondamento dos cantos vivos,
ocorre a diminuição do valor da corrente, que pode ser um fator indicativo do momento que a
rebarba foi completamente removida. Nos ensaios de usinagem, a ferramenta é avançada até
encostar na rebarba e logo depois afastada, deixando um gap inicial igual a 0,2mm.
Na etapa 4 são realizados ensaios de furação eletroquímica em barras de aço rápido
ABNT M2, também conhecidas como bits, com a seguinte composição: Fe = 81,65%; C =
0,85%; Mn = 0,30%; Si = 0,25%; Cr = 4%; V = 2%; W = 6% e Mo = 5%. Este aço é muito
utilizado na fabricação de ferramentas de corte em processos tradicionais.
Os furos são fabricados em dois bits justapostos onde, de acordo com a Figura 3.18,
percebe-se a formação de dois semi-cilíndros, um em cada bit. Este perfil possibilita melhor
visualização das superfícies laterais dos furos, verificando as distorções do perfil ao longo da
profundidade de corte. O experimento completo consiste da realização de um furo passante
onde são verificados os efeitos da variação da vazão do eletrólito, da velocidade de avanço da
ferramenta e da tensão na corrente de usinagem; e outro furo cego com o objetivo de avaliar a
taxa de remoção de material e a superfície formada no fundo do furo.
Figura 3.18 – Vista superior do perfil usinado em bits de aço rápido ABNT M2.
Observação: Durante os ensaios de usinagem deve-se dar atenção especial para alguns fatores
como, qual a influência das propriedades mecânicas dos materiais e dos parâmetros de corte
como tensão, velocidade do eletrólito e velocidade de avanço da ferramenta no desempenho
do processo de usinagem eletroquímica.
3.6 Questões
9. Quais são as principais estratégias para aumentar a precisão das peças usinadas por ECM?
33
3.7 Bibliografia
2. Marty, C.; Usinages Par Procédés Non Convencionnels, Masson, Paris , 1971, pp. 67-
106;
3. Macgeough, J. A.; Advanced Methods of machining, Chapman and Hall, London, 1988,
pp. 55 - 88.
5. Metals Handbook; Nontraditional machining, 9a Edição, Volume 16, 1989, pp. 533 -
550.
O uso de ondas vibratórias de alta freqüência acima da faixa audível (ultrasom) tem
tido uso extremamente variado pelo homem. Além da aplicação na usinagem, o ultrasom é
utilizado também na fundição e soldagem de metais, medidas de velocidade de fluídos em
movimento, determinação de tensões residuais, medidas de microdureza e análise do tamanho
de grão de metais em metalografia. O ultrasom também é comumente usado na área médica
para diagnóstico e tratamento de certas doenças.
No campo da usinagem, o princípio do processo de ultrasom data de 1927 e é devido a
Wood e Loomis. Entretanto, a primeira patente de um equipamento de usinagem por ultrasom
foi registrada em 1945 pelo engenheiro americano Balamuth.
A usinagem por ultrasom como será detalhada nos ítens seguintes, são processos
mecânicos de remoção especialmente úteis para produzir furos e cavidades em materiais
endurecidos (acima de 40 HRC) e frágeis de qualquer natureza, como por exemplo, aços-
ferramenta, carbonetos, nitretos, cerâmicas, vidros, quartzo e pedras preciosas, condutores
elétricos ou não.
Na Figura 4.1 apresenta-se uma classificação simplificada dos processos de usinagem
por ultrasom. Nela podemos notar que existem 3 grandes classes de equipamentos para
usinagem ultrasônica. O ultrasom convencional (Ultrasonic Machining - USM), o ultrasom
rotativo (Rotary Ultrasonic Machinig - RUM) e um conjunto muito grande de equipamentos
especiais onde a vibração ultrasônica entra apenas como assistência a outros processos básicos
tradicionais ou não, tais como torneamento ultrasônico (Turning Ultrasonic Machining -
TUM) e o laser ultrasônico (Laser Ultrasonic Machining). As duas primeiras classes, USM e
RUM, por serem as mais empregadas, serão resumidamente descritas a seguir.
material ocorre quando grãos abrasivos suspensos no jato são martelados contra a superfície
da peça devido ao movimento de vibração da ferramenta.
∈m = ∆ l / l (4.1)
(a) - Avanço tipo massa mola (b) - Avanço tipo pneumático ou hidráulico
A análise proposta por Kazantsev assume que o material é removido por fratura frágil.
Este pesquisador deu grande atenção a não uniformidade das partículas em suspensão, na
interface-peça. Devido a essa não uniformidade, como a ferramenta é movida em direção a
superfície da peça, existirá um contato parcial entre os maiores grãos, sendo estes martelados
na superfície de ambas, ferramenta e peça como pode ser visto na Figura 4.6.
Figura 4. 6 - Modelo para análise de remoção de material na USM proposto por Kazantsev.
No caso do abrasivo ser em pó, este deslizamento não é tão efetivo quanto no caso da
ferramenta diamantada mas, em compensação, há pesquisadores que sustentam que, nesse
casos há também, o rolamento dos abrasivos sobre a peça compensando em parte, essa menor
ação abrasiva por deslizamento.
40
TRM
[mm3/min]
Neppiras &
Foskett
a (µm)
Figura 4.10 - Efeito da amplitude de vibração na TRM, segundo Miller e Neppiras & Foskett
Neppiras e Foskett encontraram resultados que indicaram uma relação não linear
entre a TRM e amplitude, tal como representado na Figura 4.10. O aumento na amplitude
tende a elevar a rugosidade, mas o efeito é mínimo. Esta é mais influenciada pelo tamanho do
grão abrasivo. Um fato notável deve ser observado: o aumento da amplitude deve ser
acompanhado do aumento do tamanho do grão abrasivo. Se não, o efeito do aumento da
amplitude não corresponde a um aumento proporcional da TRM. Talvez esse seja o motivo da
diferença dos resultados da duas curvas da Figura 4.10. Depois de certo valor, a TRM cresceu
menos nos resultados de Neppiras e Fosket que no de Miller.
Tamanho do abrasivo
Teorias predizem que a TRM aumenta linearmente com o tamanho de grão até um
valor ótimo, influenciado pela amplitude de vibração da ferramenta, sendo que a partir deste
ponto não se observa um aumento significativo na TRM como pode ser visto na Figura 4.12.
Como mostra a Figura 4.13, a TRM aumenta com aumento da concentração do
abrasivo até 40%, sendo que a partir deste valor tem-se um aumento pouco significativo na
TRM.
A precisão conseguida nas peças usinadas por USM está em torno de 25µm, porém
em casos especiais onde tem-se o controle de concentração de abrasivo e bom sistema de
distribuição do abrasivo, consegue-se tolerâncias de até 7µm. A relação entre profundidade e
diâmetro dos furos usináveis tem proporções em torno de 40/1. Quando a profundidade
excede a 12 mm, a taxa de remoção é reduzida grandemente, justamente pelo pouco acesso do
fluxo de material abrasivo na interface ferramenta-peça. A taxa de avanço varia de 25 µm/min
a 25mm/min, dependendo da forma a ser usinada, dos parâmetros de corte e das propriedades
do material.
O acabamento superficial é função primordial do tamanho da partícula abrasiva. O
melhor acabamento superficial é conseguido usando partículas abrasivas com mesh 800 e gira
em torno de Ra igual a 0,25µm. Para grão da ordem de 60 µm, tem-se uma rugosidade em
torno de 0,75µm.
Como a remoção de material não é de natureza térmica, as propriedades do material
permanecem essencialmente inalteradas sendo também praticamente nula a produção de
trincas. Alguns pesquisadores atribuem a alta vida das peças usinadas por USM, quando
sujeitas a esforços de fadiga, pela geração de um estado de tensão residual de compressão na
superfície das mesmas.
Outro aspecto positivo é a textura superficial, que não denota marcas de usinagem,
como é visto na Figura 4.14. A Figura 4.14 mostra a comparação entre a textura superficial de
uma superfície usinada por USM à esquerda e por retifica com rebolo de diamante à direita,
por meio de uma análise com microscópio eletrônico de varredura.
Figura 4. 16 – Equipamento de usinagem por ultrasom rotativo RUM equipado com CNC.
44
A prática sobre USM tem duas horas de duração e consta de quatro partes, a saber:
3. Ensaios experimentais;
No item 3 são trepanadas três peças de igual espessura (6,35 mm), respectivamente de
vidro, alumina e grafite, com ferramenta tubular de aço inoxidável nas mesmas condições de
corte: mesmo tipo, tamanho e concentração de grão abrasivo, mesma pressão de trabalho e
amplitude. O aluno deve registrar as condições de corte, preencher a planilha de resultados e
elaborar o gráfico do avanço em função da profundidade de corte nos espaços abaixo:
Condições de corte:
45
Planilha de resultados
Vidro
Alumina
Grafite
a (mm/min)
Profundidade
( )
Na avaliação o aluno deve observar as diferentes usinabilidades dos materiais usinados
bem como suas influências no sobrecorte lateral. Deve também observar o efeito da
profundidade de corte sobre o avanço.
4.6 Questões
4.7 - Bibliografia
4. Cruz C.; Rajurkar, K.P.; Wei, B. - Drilling of Partially Stabilized Zirconia with
Ultrasonic Machining, Proceedings of the ASM, Pittsburgh, Pennsylvania, USA,
October, pp.17-21, 1993.
5. Extrude Hone - Catálogo do fabricante - P.O. BOX 527, 8075, Pennsylvania Avenue,
Irwin, PA 15642, USA, Tel: 412/863-5900
8. Kremer, D. et alli - The State of the Art of Ultrasonic Machining, Annals of the CIRP,
pp.107-110, 1981.
10. Mcgeough, J.A. - Advanced Methods of Machining, Chapman and Hall, 1988, pp. 170 –
197.
12. Pandey, P.C.; Shan, H.S. - Modern Machining Processes, McGraw Hill Publishing
Company, 1980.
13. Rosenberg, L.D. - The Machining of Ultrasonic Cutting, Ultrasonics, Vol.3, 1965.
47
16. Sonic-Mill - Catálogo do fabricante - Div. of Rio Grande Albuquerque, Inc., 3820
Academy Parkway North, N. E., Albuquerque, New Mexico USA 87109, Tel: (505) 345-
8376.
17. Neppiras, E. A.; Foskett, R.D. - “Ultrasonic Machining”, phillips technical review, vol.
18, pp. 325-368, 1956.