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OFICINA DAS ABELHAS

A Arte de Produzir

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por finalidade fornecer a apicultores e técnicos,


subsídios para a criação racional das abelhas Apis mellifera L., levando-as a trabalhar e a
produzir intensivamente o mel, a cera, a própolis, o pólen e novas colônias para a ampliação
dos apiários ou para a comercialização. Estes são os cinco tipos de manejos mais praticados
pelos apicultores brasileiros, além da apicultura migratória para polinização de plantas
cultivadas.

A apicultura é uma atividade que conta sempre com novos adeptos, constituindo-
se em atividade atraente, lucrativa e envolvente. A procura de treinamentos por produtores
rurais interessados na criação de abelhas no Brasil é enorme, fazendo com que ela ocupe todos
os cantos do país.

Uma grande limitação da apicultura, no Brasil, é a falta de literatura adequada ao


manejo das nossas abelhas. As literaturas encontradas nas livrarias, além de estarem
desatualizadas, em sua maioria, são mais aplicáveis à criação de abelhas européias que às
africanizadas – Apis mellifera scutellata.

Os diferentes tópicos abordados neste trabalho foram escritos de forma objetiva,


visando facilitar a compreensão e aplicação por todos aqueles que, amantes das abelhas,
vieram a fazer uso dele.

O autor.

2023
ORGANIZAÇÃO SOCIAL DAS ABELHAS

As abelhas são insetos que possuem como principais características a divisão e


a especialização do trabalho. São insetos de metamorfose completa (holometabólicos) e a
diferença entre as larvas juvenis e adultas é marcante.
Observa-se numa colônia de abelhas Apis mellifera, três castas ou tipos de indivíduos:
Rainha, Operárias e Zangões. O número de indivíduos na colônia varia de acordo com a época
do ano, florada, clima, área disponível para a postura e capacidade de postura da rainha.
Entretanto, uma colônia normal de Apis mellifera é constituída por mais de sessenta mil
operárias, aproximadamente quatrocentos zangões e uma rainha.
A fase adulta é atingida através de mutações e metamorfoses que se processam
em etapas distintas, numa seqüência lógica: ovo, larva, pré-pupa, pupa ou ninfa e adulto.
As abelhas possuem quatro pares de glândulas ceríferas, localizadas na face
ventral do segundo, terceiro, quarto e quinto segmentos abdominais, cuja secreção, é utilizada
para a construção dos favos, compostos de milhares de alvéolos, que servem para alojar as
crias e para armazenagem de pólen e mel. Os favos da parte central da colméia são utilizados
como ninho da criação, sendo que os demais se prestam ao armazenamento das provisões
(mel e pólen).

A RAINHA

Existe uma única rainha em cada colmeia. Conhecida como abelha-mãe ou


abelha-mestra, é ela que gera os novos indivíduos da colônia, daí a sua vital importância. Muito
embora ela nada faça em benefício de suas crias e nem exerça autoridade sobre as demais
abelhas de sua colônia, recebe alimentação especial secretada por estas, a geléia real.
A capacidade de postura da rainha pode chegar até a três mil ovos diários,
dependendo da área disponível para postura, da quantidade de alimento disponível (flora
apícola) e das condições climáticas existentes. Todos os ovos postos pela rainha nos alvéolos,
fecundados ou não, de acordo com a sua vontade e as necessidades da colônia, dão origem,
ao fim de três dias, a larvas que são aquecidas e alimentadas pelas operárias mais jovens.
Qualquer larva proveniente de um óvulo que tenha sido fecundado pode dar
origem, até aos três dias de idade, a rainhas ou operárias. O sentido da transformação vai
depender do critério das abelhas encarregadas da alimentação dessas larvas. Os óvulos não
fecundados, postos de acordo com a vontade ou incapacidade da rainha, geram apenas
indivíduos do sexo masculino ou zangões.
As larvas destinadas a operárias recebem, a partir do quarto dia de idade, um
alimento diferente daquele dado àquelas que se destinam a rainhas. A partir daí, a geléia real é
substituída por uma substância constituída de néctar, pólen e mel, chamada quilo.
A rainha secreta, por intermédio de suas glândulas mandibulares, um feromônio,
cujo componente ativo é o ácido 9 ceto 2 trans decenóico, que ela esparrama pelo corpo, sendo
constantemente lambida pelas operárias que estão ao seu redor. Esta substância é recebida
pelas demais operárias da colônia pelo mesmo processo de propagação e atua na manutenção
da coesão das abelhas da colônia e, também, evitando o desenvolvimento dos ovários das
operárias, impedindo-as de reproduzirem, além de impedirem a construção de realeiras. Este
feromônio atrai as fêmeas, abaixo de onze metros de altura e os machos, acima de onze
metros, para o acasalamento.
A rainha nasce de célula especial, chamada realeira, oriunda de óvulo
fecundado, quinze a dezesseis dias após a postura. Desde o primeiro instante de sua vida
larvária até à morte, a rainha é alimentada com geléia real secretada pelas operárias. Todas as
células, contendo crias de zangões, operárias ou rainhas, são operculadas (fechadas) quando
as larvas completam nove dias de idade, sendo que os opérculos das células de operárias são
colocados à face dos favos, enquanto os dos zangões formam saliências bastante distintas. Em

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ambos os casos, os opérculos possuem uma coloração bastante forte, o que os distingue
daqueles que fecham o mel maduro, uma vez que estes são constituídos por uma fina camada
de cera transparente ou ligeiramente amarelada.
A rainha é sempre maior que as operárias e zangões, muito embora seja menos
corpulenta que estes.
A rainha jovem sai da colmeia cinco dias após o seu nascimento, quando, então,
começa a ensaiar pequenos vôos, com o fim específico de exercitar as asas e aprender a
localização de sua habitação. Após esses vôos, estará apta a efetuar um ou mais vôos
nupciais. Consciente de que facilmente encontrará o caminho de volta, parte velozmente para
grandes alturas, liberando o feromônio que atrai os machos para a cópula. Nos locais onde
existem concentrações de abelhas em apiários, grandes grupos de zangões permanecem
reunidos em alturas superiores a onze metros, são os acasalatórios. Os machos concentram-se
aí, em horários entre nove e dezesseis horas, à espera de rainhas virgens para o
acasalamento. As rainhas virgens que passam pelos acasalatórios são perseguidas por grupos
de zangões. Devido ao seu maior vigor e à sua alimentação constituída somente de geleia real,
as rainhas selecionam os machos no vôo, deixando-se acasalar pelos mais resistentes e
sadios. O vôo nupcial ocorre nas horas mais quentes do dia, deixando de ser realizado em
período chuvoso. Caso a rainha fique retida na colmeia até os vinte e cinco dias de idade, o vôo
nupcial deixará de ser realizado, constituindo-se, então, em rainha com postura de zangões, por
falta de fecundação dos óvulos.
Durante o vôo nupcial, a rainha é copulada por nove a dez zangões, o que lhe
garante fertilidade para o resto da vida. Os espermatozóides são armazenados em um
compartimento especial localizado no abdome da rainha, chamado espermateca. A realização
de novo vôo nupcial poderá ocorrer, após alguns minutos de descanso, bastando para isso que
o número de espermatozóides na espermateca, proveniente do primeiro vôo nupcial, não seja
suficiente para garantir-lhe a fertilidade para o resto de sua vida. As pesquisas têm mostrado
que as rainhas realizam uma média de três a cinco vôos nupciais, em um mesmo dia ou em
dias subseqüentes.
As pesquisas têm mostrado que o encontro da rainha com o zangão sempre se
dá fora da colmeia, em pleno vôo. Os acasalamentos sempre têm início acima de onze metros,
mas podem ter continuidade no solo, razão porque muitas rainhas não retornam dos vôos
nupciais, sendo vítimas de pássaros ou outros animais. A rainha, depois de acasalada, nunca
mais sairá da colmeia, a não ser para acompanhar um enxame que, porventura, abandone a
colméia, passando a ter um comportamento diferente do que possuía quando no estado de
virgindade, que era de excitabilidade. Após o acasalamento, ela se torna tímida e se movimenta
de forma bastante lenta. Passa a rainha a desempenhar as funções de fêmea e de macho, pois,
além de produzir óvulos, possui consigo, também, os espermatozóides.
A rainha começa a desovar, geralmente, cerca de três dias após ser acasalada.
Põe, normalmente, apenas um óvulo, que irá ser fecundado ou não, em cada alvéolo, partindo
do centro para a periferia dos favos. O óvulo é de coloração branco-leitosa, possuindo a forma
cilíndrica e uma extremidade mais volumosa que a outra. É colocado na posição vertical, após o
que começa a inclinar-se até ficar completamente estendido no fundo da célula. Os óvulos são
formados em dois ovários e, ao passarem pelos respectivos ovidutos, podem receber ou não os
espermatozóides armazenados na espermateca, dando, assim, nascimento a seres do sexo
feminino ou masculino; passam depois pela vagina e, finalmente, escorregam pelo aguilhão,
que faz o papel de ovipositor.
Caso a espermateca venha a se esgotar, o nascimento de zangões ocorrerá
involuntariamente; nesse caso todas as abelhas nascem machos.
A capacidade de postura da rainha varia com a sua constituição, idade,
disponibilidade de alimento para as crias e com as condições ambientais. Quanto mais jovem,
maior a sua postura. Daí, embora uma rainha chegue a atingir cinco anos de vida, aconselhar-
se a sua substituição a partir de dois anos de idade ou menos.

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OS ZANGÕES

Os zangões são os machos da colônia. São indivíduos que se prestam a


diferentes atividades na colmeia como o aquecimento das crias, a incubação dos óvulos e ovos,
a distribuição do néctar trazido pelas campeiras para as abelhas de interior da colmeia que o
transformam em mel e o acasalamento das rainhas, fornecendo-lhes os espermatozóides
necessários à fecundação dos óvulos. São desprovidos de órgãos de trabalho e não possuem
ferrão.
Os zangões, a exemplo das operárias, nascem de células de formato hexagonal,
porém de dimensões um pouco maiores, vinte e quatro dias após a postura do óvulo. O
processo de nascimento dos zangões, sem a participação da célula masculina, é conhecido
como partenogênese. A maturidade sexual dos zangões é atingida aos doze dias de idade
quando, então, estarão aptos ao acasalamento das rainhas. O cruzamento acontece em pleno
vôo, acima de onze metros de altura, resultando na morte do zangão, cujo órgão genital é
rompido, ficando preso à câmara do ferrão da rainha.
A presença dos zangões é comum em colmeias populosas, nas épocas de
abundância de alimentos, ocasião em que as famílias têm tendência à multiplicação natural, ou
seja, à enxameação. Nessa ocasião, são bem tolerados pelas operárias. Entretanto, quando o
alimento escasseia, são perseguidos por elas e expulsos das colmeias. Fora da colmeia,
acabam por morrer de fome ou de frio, quando não são vítimas de pássaros, como os bem-te-
vis, que tanto os apreciam como alimento.
Os zangões são dotados de um super olfato, que lhes permite descobrir uma
rainha virgem num raio de até dez quilômetros.
A vida dos zangões é muito curta, durando, em média, dois meses e possuem as
seguintes características: língua curta; seis ou sete mil facetas justapostas, conhecidas como
omatídeos, em cada olho composto, contra três mil das operárias; não distinguem a cor
amarela; possuem campo de visão amplo; suas antenas são perfeitas, com trinta mil placas
porosas, contra duas mil e quatrocentas das operárias; possuem olhos grandes e abdome
retangular; possuem patas sem instrumentos para o trabalho; não possuem ferrão; existem dois
tipos: zangões normais e zangões anões, nascidos em células de operárias e do mesmo
tamanho destas, mas com a mesma capacidade reprodutiva; após o período de enxameação,
são expulsos das colmeias e são encontrados apenas em colmeias com boas reservas de
alimentos.

AS OPERÁRIAS

As operárias são indivíduos do mesmo sexo que a rainha. Possuem, entretanto,


os seus órgãos de reprodução atrofiados. Isto se deve ao fato de terem nascido em um berço
pequeno e à ausência de geleia real em sua alimentação, após o terceiro dia de vida larvária.
São elas que executam todos os trabalhos das colmeias, sendo as únicas responsáveis pelo
bem-estar material da colônia.
Nascem de óvulos fecundados, 21 dias após a postura e vivem, normalmente, de
42 a 60 dias. Alguns fatores como a distância entre o apiário e a fonte de alimento, qualidade do
alimento disponível, condições climáticas e a época do ano, entre outros, irão influenciar no seu
período de vida útil. Nas épocas de grande atividade, por exemplo, as operárias não
ultrapassam 28 dias de vida.
As diversas tarefas interiores e exteriores, que dizem respeito, exclusivamente,
às operárias, são executadas por elas desde o seu nascimento como insetos adultos até os
últimos instantes de suas vidas. Destarte, consoante a progressão da idade, é observada entre
elas uma escala de serviço a ser, sucessivamente, desempenhada. A antecipação ou

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retardamento em suas atividades poderá ocorrer, bastando para isso que as necessidades da
colônia assim o exijam.
A vida das operárias compreende três diferentes períodos. O primeiro tem início
com a postura do óvulo que, depois de fecundado, permanece três dias em célula aberta. No
primeiro dia ele está em pé, começando a inclinar-se no segundo dia e repousando no fundo da
célula no terceiro dia, ocasião em que eclode, originando a larva. A fase de larva dura seis dias
em célula aberta. Nos três primeiros dias, a larva é alimentada somente com geleia real. Os
últimos três dias são de extrema importância, pois a larva sofre uma castração alimentar, sendo
a geleia real substituída por uma mistura de mel, pólen e água, chamada de quilo. Está definido:
a abelha será uma operária. Terá toda a sua estrutura desenvolvida para o trabalho. Durante
esta fase, a larva recebe aproximadamente dez mil visitas para simples inspeção ou
acompanhadas de algum alimento. No sexto dia a célula é operculada. Sucedem-se o
tecimento do casulo de seda e a metamorfose. Após doze dias em célula fechada, a abelha
rasga o opérculo e sai para a vida como inseto perfeito.
Ao nascerem, inexperientes e fracas, ficam momentaneamente inativas, após o
que iniciam suas atividades. Fazem a limpeza da colmeia, depósitos de mel e células para o
nascimento de novas operárias, rainhas ou zangões, numa fase que vai do primeiro ao terceiro
dia de vida. Nesta fase de suas vidas são conhecidas como faxineiras ou camareiras.
A partir do quarto dia de vida, passam a executar a sua mais importante tarefa no
interior da colmeia, qual seja a de preparar o alimento e cuidar da alimentação das larvas.
Inicialmente, alimentam as larvas mais velhas e, posteriormente, as mais novas. São
conhecidas como nutrizes. Nesta fase, elas ingerem mel, pólen e água que, após
transformações químicas naturais, efetuadas em glândulas específicas, conhecidas como
glândulas quilíferas, são regurgitadas para o fundo das células contendo as larvas a serem
alimentadas. Aos oito dias de idade, com o desenvolvimento das glândulas hipofaringeanas
(que produzem o componente claro, protéico) e das glândulas mandibulares (que produzem o
componente branco leitoso, rico em gorduras ou lipídeos), passam a secretar a geleia real, com
a qual alimentam as larvas de até três dias de idade e a rainha. Esta fase encerra-se no décimo
segundo dia de vida, devido à atrofia das glândulas hipofaringeanas. As abelhas encarregadas
da alimentação da rainha são também conhecidas como abelhas da corte real ou damas de
honra e são responsáveis pela toalete dela, recolhendo-lhes as fezes e descartando-as fora da
colmeia. A rainha é a única que consegue eliminar as fezes no interior da colmeia, as demais
fêmeas e os zangões necessitam estar em pleno vôo, com a traqueia cheia de ar, para que isso
ocorra.
O desenvolvimento das glândulas ceríferas marca o início da fase em que as
abelhas são conhecidas como engenheiras. Nesta fase, elas produzem a cera, com a qual
edificam os favos e operculam as células contendo mel maduro ou larvas com nove dias de
idade. Esta fase vai até o décimo oitavo dia de vida. É importante ressaltar que as abelhas
necessitam de 10 a 12 quilos de mel, dependendo da época do ano, para produzir 1 quilo de
cera.
A entrada da colmeia (alvado) é sempre protegida pelas abelhas, com o fim de
evitar o acesso de inimigos ou, mesmo, abelhas de outras colmeias ao seu interior. São as
guardas da colméia.
Como guardas da colmeia, as operárias ensaiam os seus primeiros voos, a fim
de exercitar as asas e de memorizar geograficamente a sua colmeia. O primeiro voo das
abelhas é um voo estacionário, conhecido como Sol Artificial. Feito isto, partem para o campo,
em busca do néctar, pólen, própolis e água. São as abelhas campeiras.

A COMUNICAÇÃO EM Apis mellifera L.

O pesquisador austríaco Karl Von Frisch, auxiliado por Lindauer, estudou a


comunicação em abelhas Apis mellifera e verificou, através do seu experimento em leque, que

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elas comunicam a direção da fonte de alimento através de danças associadas aos odores das
flores e que utilizam o sol como bússola, para se orientarem em suas idas e vindas ao campo.
As abelhas campeiras utilizam-se de danças, associadas ao odor das flores, como
meio de comunicação, para indicar às companheiras as fontes de alimento. Quando a fonte de
alimento está situada a menos de 100 metros da colmeia, as abelhas, ao regressarem a ela,
executam danças em círculos. Quando a fonte está localizada a uma distância superior a 100
metros, as abelhas executam a dança corporal, do requebrado ou em oito. Esta dança permite
uma informação mais precisa, com maiores detalhes sobre a localização da fonte de alimento.
A direção da fonte de alimento é indicada pelo ângulo formado entre a colmeia, a fonte de
alimento e o sol, encontrado entre duas linhas imaginárias, partindo da entrada da colméia.
Uma corresponde à direção do sol e a outra à fonte de alimento. A distância da colmeia à fonte
de alimento corresponde ao comprimento da linha reta traçada durante a dança de
requebrados. As abelhas enxergam a radiação ultravioleta, o que lhes permite ver o sol, mesmo
em dias nublados. Elas se orientam à noite, porque enxergam a luz polarizada do céu, vendo-o
dividido em campos claros e escuros, devido aos raios solares.

DANÇA CORPORAL

Distância em metros Movimentos retilíneos Tempo em segundos


100 10 15
200 8 15
500 6 15
1.000 5 15
5.000 2 15
10.000 1 15

A distância é indicada em função do tempo e do esforço que se requerem para


chegar ao lugar desejado. Ventos contrários poderão levar à indicação de uma distância maior
que a real, em função do esforço e do conseqüente maior gasto de energia. O número de
abelhas que sai em busca de determinado alimento depende da quantidade e da qualidade
deste alimento.
O branco, para as abelhas, é a mistura de todas as cores que elas percebem,
incluindo a ultravioleta, resultando menos chamativa do que esta. Elas enxergam a cor branca
como verde azulada, que é cor complementar da ultravioleta.
A presença da rainha induz a construção de células de operárias. A própolis
contém uma substância que impede a construção de realeiras.
As campeiras ou coletoras jovens, à busca de um lugar de coleta, constituem
uma população móvel que vai de flor em flor e transporta involuntariamente o pólen responsável
pela fecundação ou polinização cruzada.
A abelha esquece a antiga morada no transcurso de uma enxameação. Recupera
sua memória se o grupo de abelhas perde a sua rainha.
Cada abelha que chega a uma nova fonte de néctar grava para si o lugar antes
de abandoná-lo, mediante um vôo comparável ao sol artificial, porém, executado isoladamente
e menos prolongado.
O fato de as abelhas perceberem a luz polarizada, cujas vibrações têm lugar em
um só plano, e que nós não distinguimos da luz ordinária, explica a facilidade de sua
orientação.
É importante recordar que as abelhas também distinguem os raios ultravioletas,
que atravessam as nuvens. Esta aptidão lhes permite continuar orientando-se em relação ao sol
quando o céu está ligeiramente coberto de nuvens.

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As operárias alimentam-se do mel que produzem e são também, responsáveis
pela manutenção da temperatura interna da colmeia, que varia de 33º C a 36º C. Em dias frios,
muitas abelhas são obrigadas a permanecer na colmeia, onde formam aglomerações, a fim de
proteger as crias. Com isso, o consumo de mel atinge altas proporções, além de haver queda
na sua produção, devido à diminuição da frente de trabalho no campo, uma vez que muitas das
campeiras são obrigadas a permanecer na colmeia. Por outro lado, no período de calor, grande
parte das campeiras, principalmente aquelas das colmeias expostas à radiação solar direta, são
obrigadas a permanecer em seu interior, a fim de promover a sua ventilação. O agitar constante
de suas asas impede que a temperatura ideal para o perfeito desenvolvimento das crias e para
a secreção de cera, que varia entre 33º C e 36º C, saia desta faixa. O consumo de mel, no
período de calor, é também aumentado. As campeiras deixam de coletar néctar, passando à
coleta de água para a refrigeração das colméias, e, com isso, ocorre queda sensível na
produção de mel.
Um enxame sem rainha ou com rainha incapacitada para a postura e que não
disponha de favos com larvas de operárias de até três dias de idade, fatalmente irá se acabar,
caso não venha a ser socorrido pelo homem, com o fornecimento de nova rainha ou favo com
larvas de operárias daquela idade. A ausência prolongada de rainha conduz ao aparecimento
de operárias poedeiras. Estas operárias fazem as suas posturas de forma irregular, em alvéolos
ou células salteadas. As suas posturas resultam no nascimento apenas de zangões, por
incapacidade, uma vez que não se acasalaram, sendo as suas colmeias conhecidas como
zanganeiras.

2. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS APÍCOLAS

2.1. A COLMÉIA

A colmeia Langstroth ou americana, idealizada por Lorenzo Lorraine Langstroth,


em 1851, é a que deve ser utilizada na criação de abelhas Apis mellifera L., pois, muito
embora existam e sejam utilizados outros tipos de colmeia, esta é a mais funcional, tanto em
clima quente quanto em clima temperado, sendo recomendada como padrão pelo Ministério da
Agricultura, Confederação Brasileira de Apicultura e todos os órgãos oficiais de apicultura dos
estados.
Langstroth, considerado o pai da Apicultura, após descobrir, em 1851, o “espaço-
abelha” (6,35 e 9,50 mm), idealizou a colmeia móvel, que é constituída de:
. Um fundo, reversível ou não;
. Um ninho com 10 quadros ou caixilhos;
. Duas melgueiras com 10 quadros ou caixilhos cada uma;
. Uma tampa.

2.1.1. Vantagens da Colmeia Langstroth


a) Possui característica fria, entretanto, regulável de acordo com a época do ano
e a região, com o uso adequado do fundo reversível ou a colocação de um redutor de alvado;
b) O alvado amplo proporciona entrada livre para as abelhas, durante as épocas
de grande movimento;
c) O acesso rápido e fácil ao local de trabalho pelas abelhas proporciona maior
produção;
d) Controla a enxameação, devido à circulação eficiente de ar, expansão
horizontal e espaço adequado ao instinto das abelhas;
e) Durante o inverso, as abelhas têm melhor e mais fácil acesso às áreas com
alimento nos quadros, devido à posição favorável dos mesmos;

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f) Os quadros são fortes e possuem espaçadores anatômicos tipo Hoffmann, que
permite ao apicultor tirar de uma só vez dois ou mais quadros;
g) É fácil de transportar, prestando-se muito bem para a prática da apicultura
migratória.

2.1.2. Construção das Colmeias


As colmeias devem ser construídas rigorosamente dentro das medidas padrões,
obedecendo-se o “espaço-abelha”.

2.1.3. Pintura das Colmeias


As colmeias para produção de mel orgânico e de própolis não devem receber
pintura e, sim, impermeabilizadas.
Caso se opte pela pintura, as colmeias podem ser pintadas externamente
visando à conservação da madeira e à melhor orientação das abelhas que retornam do campo.
As tintas, a serem usadas, deverão ser de cores claras, a fim de evitar o aquecimento excessivo
da colmeia, o que, obviamente, levaria as abelhas a uma situação de desconforto. As cores
mais recomendadas são a branca, amarela, verde, verde-azulada, azul claro, creme, etc. Não
se deve usar as cores vermelha, marrom ou preta, pois elas irritam as abelhas.

2.1.4. Impermeabilização das Colmeias


As colmeias podem ser impermeabilizadas com o uso de verniz ecológico. Esse
verniz é feito usando 1 kg de própolis 1 litro de óleo vegetal (soja, podendo ser óleo usado) e 5
litros de álcool combustível. Coloca-se a própolis no álcool e deixa por 3 dias para dissolver,
agitando a mistura todos os dias (maceração); após isso, acrescenta-se o óleo e mistura-se
bem. Esse verniz deverá ser aplicado, em duas demãos, nas partes interna e externa dos
ninhos, melgueiras, fundos e tampas.
Os quadros ou caixilhos não devem ser impermeabilizados, pois serão propolisados pelas
abelhas. A impermeabilização protege as colmeias, dando-lhes vida longa.

2.2. MACACÃO OU JAQUETA E CALÇA

O macacão ou a jaqueta e calça deve ser confeccionado em linho, mescla ou


brim que, por serem tecidos resistentes, protegem o corpo do apicultor das ferroadas. As
mangas devem ser compridas, sendo as suas bainhas e as bainhas das pernas guarnecidas de
elástico, para melhor ajuste e proteção ao corpo. O tecido a ser utilizado deve ser de cores
claras como a branca, amarela, azul clara e verde azulada, a fim de proporcionar maior conforto
ao apicultor. O macacão deve ser bastante folgado, para facilitar os movimentos e dar mais
liberdade de ação ao apicultor. O tecido de algodão proporciona maior conforto ao apicultor, por
absorver o suor, sendo melhor que o nylon.

2.3. MÁSCARA

A máscara tem por finalidade a proteção da cabeça do apicultor, evitando-lhe


ferroadas em áreas muito sensíveis como as narinas, orelhas e olhos, o que, além de muita dor,
podem causar até a cegueira. O visor da máscara deve ser preto, a fim de facilitar a visibilidade.
A máscara é usada conjuntamente com um chapéu de palha tipo coco.

2.4. BOTAS

As botas são indispensáveis nas lides apícolas e devem ser de borracha de cor
branca e de cano longo ou meio cano, a fim de proporcionar conforto, segurança e tranquilidade
no trabalho.

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3. LOCALIZAÇÃO E INSTALAÇÃO DO APIÁRIO

3.1. LOCALIZAÇÃO

A localização do apiário constitui-se em fator de extrema importância, uma vez


que dela dependerá o sucesso na criação das abelhas.

3.1.1. Flora Apícola


A florada, além de ser boa, deve estar próxima do apiário, pois o néctar é a
matéria prima da qual depende diretamente a produção do mel e da cera. Além disso, uma
abelha pode levar alguns minutos ou mais de uma hora para colher uma carga completa de
pólen, matéria prima para a produção da geleia real, quando, então, retorna à colmeia.

3.1.2. Escoamento dos Produtos das Abelhas para os Centros Consumidores


Ao instalar o apiário, há que se levar em conta que a região deve ser servida de
boas estradas, a fim de que os produtos das abelhas tenham condições favoráveis ao seu
escoamento para os centros consumidores.

3.1.3. Água
Deve-se evitar que as abelhas tenham que voar longas distâncias para coletarem
água. Esta, de preferência corrente, deve estar a uma distância máxima de 500 metros. Caso
não haja água corrente, devem-se construir bebedouros, onde a água deverá ser mantida
sempre fresca. A ingestão de água estagnada ou com qualquer tipo de contaminação provocará
a morte das abelhas, resultando em prejuízo para a colônia e para o apicultor.

3.1.4. Topografia do Terreno


O terreno deverá ser plano ou em declive suave (meia encosta), dando-se
preferência ao segundo, pois mantém as linhas de voo das abelhas campeiras desobstruídas e,
com isso, facilita os seus trabalhos e possibilita maiores retornos ao apicultor, além de reduzir a
defensibilidade por parte das abelhas.

3.1.5. Distância de Estradas Muito Movimentadas


A distância de estradas muito movimentadas deverá ser mínima de 200 metros, a
fim de garantir a segurança e tranqüilidade de transeuntes, carroças, charretes, automóveis,
tratores, ônibus com crianças que voltam das escolas, animais, carros de boi etc.

3.1.6. Distância de Residência


A distância de residência deverá ser mínima de 200 metros, a fim de evitar
acidentes com adultos e crianças, principalmente quando se excitam os ânimos no apiário, seja
por acidente ou por qualquer trabalho de coleta ou revisão. A mesma distância deverá ser
preservada em relação a aviários, estábulos, suinoculturas etc.

3.1.7. Distância de Engenhos de Açúcar


A distância de engenhos de açúcar deverá ser mínima de 2 quilômetros, a fim de
preservar a qualidade do mel a ser produzido pelas abelhas e evitar que funcionários destes
engenhos venham a ser importunados pelas abelhas campeiras. A mesma distância deverá ser
preservada em relação a fábrica de balas, sorveterias, depósitos de açúcar e rapaduras etc.

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3.1.8. Direção dos Alvados ou Entradas das Colmeias
Sentido Norte-Sul.

3.2. INSTALAÇÃO DO APIÁRIO

3.2.1. Uso de suportes


Os suportes devem ser individuais e com altura de 40 a 50 centímetros, a fim de
facilitar o manejo, proporcionando maior conforto ao apicultor. Em regiões onde haja ataques de
tatus, os suportes deverão ter altura igual ou superior a 60 centímetros.

3.2.2. Proteção contra Raios Solares e Furtos


Deve-se instalar o apiário em local sombreado, para proteger as abelhas do sol
excessivo e do furto das colmeias, além de proporcionar conforto ao apicultor e protegê-lo da
exposição aos raios ultravioletas e ao risco de câncer de pele.
A produção da própolis exige área sombreada e fria.

3.2.3. Distância entre Apiários


Os apiários devem estar instalados a uma distância não inferior a três
quilômetros entre si, a fim de evitar o excesso de abelhas no local. Dessa forma, as abelhas
contarão com um raio mínimo de um quilômetro para colher o seu alimento.
Os apiários para produção de própolis podem estar próximos entre si, em
distâncias de até duzentos metros, dependendo da quantidade e da qualidade da pastagem
apícola.

3.2.4. Proteção Contra Formigas


Em regiões ode há problemas com formigas, o apicultor deverá evitar o uso de
suportes munidos de funil invertido, onde se coloca óleo queimado, que poderá comprometer a
qualidade da própolis. Pode-se usar suporte de madeira, contendo nos pés tiras de pele de
coelho ou de gato, de l0 cm de largura, colocadas à forma de pulseiras, que impedem o acesso
das formigas ao interior das colmeias. O uso de embalagens descartáveis de refrigerantes
colocadas sobre os pés dos suportes também protege das formigas.

As formigas carnívoras serão eliminadas, usando:


• 2 ou 3 colheres de sopa de Fipromix (pó) ou Formidrin (pó)
• 500 gramas de retalho de carne de boi moída
➢ Misture bem e coloque em pedaços de 3 cm de mangueira de jardim ou de bambu.
➢ Distribua nas proximidades do apiário.
✓ As formigas carregarão para os formigueiros e exterminarão as famílias.

3.2.5. Cobertura das colmeias


Usam-se telhas francesas, quatro ou mais por colmeia, telhas sem amianto ou
tambores de óleo cortados ao meio, para proteger as colméias e proporcionar maior conforto às
abelhas nos períodos de chuvas e de calor intensos.

3.2.6. Distribuição das Colmeias


A distribuição das colmeias no local escolhido, embora seja uma tarefa simples e
fácil, fatalmente resultará em prejuízos para o apicultor, quando não for feita adequadamente.
A disposição das colmeias em filas ou linhas, formando grupos de três ou mais
sobre um mesmo suporte, não deve ser usada. Esta disposição faz com que as abelhas,
desnorteadas, entrem em colmeias estranhas, resultando em queda na produção de mel. Além
disso, haverá o superpovoamento de algumas colmeias e o conseqüente enfraquecimento de

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outras, predispondo as primeiras à enxameação natural e as segundas, às doenças e aos
inimigos.
Utilize a energia magnética (Radiestesia) para posicionar as colmeias, sempre
com as suas entradas no sentido Norte-Sul.

3.2.7. Cercas
Caso haja necessidade, o apiário poderá contar com uma cerca de 3 ou 4 fios de
arame, distante, no mínimo, 5 metros das colmeias. A cerca tem a finalidade de proteger as
colmeias, evitando que o gado venha a pastejar entre elas, derrubando-as.

3.2.8. Piso do Apiário


O piso do apiário deverá ser mantido limpo, próximo das colmeias, para facilitar o
manejo e evitar acidentes com animais peçonhentos aos operadores e o ataque de aranhas às
abelhas.
3.2.9. Proteção Contra Cupins
Aplique óleo de cozinha (pode ser o óleo usado) nas tampas, fundos, ninhos e
melgueiras e flambe-os com lança-chamas (maçarico, sapecador de porco). Os quadros ou
caixilhos serão propolizados pelas abelhas.

4. POVOAMENTO DO APIÁRIO

Uma vez que se adquiriu o material necessário à organização das primeiras


colmeias, o apicultor estará apto a receber seus primeiros enxames.
Considerando-se que, durante os primeiros meses de desenvolvimento, pode
acontecer que uma das famílias apresente deficiências, exigindo-se o socorro com favos de
provisão ou de cria, é conveniente que o apicultor comece o seu apiário com, no mínimo, 3
colmeias. Pode ocorrer, também, que um dos enxames venha a perder a rainha. Esta é uma
situação que exige ação imediata do apicultor. Um enxame sem rainha é um enxame de
abelhas agressivas, constituindo-se em perigo para quem dele se aproxime. Destarte, a solução
é simples. Comprovada a situação, deverá o apicultor recorrer a uma de suas colméias e dela
retirar um favo com ovos e larvas novas que, uma vez introduzido na colméia órfã, será usado
para a produção de nova rainha, caso isso já não esteja acontecendo.
Não é de bom alvitre iniciar-se na apicultura com número elevado de enxames. O
gasto com a aquisição das colmeias e abelhas, neste caso, será elevado e sempre haverá o
risco do prejuízo, caso o indivíduo não se adapte nessa atividade.
O povoamento do apiário poderá ser feito através de enxames adquiridos de
outros apicultores, capturados ou pela multiplicação artificial dos já existentes.
A aquisição de enxames deverá ser feita exclusivamente de apicultores idôneos.
Ao adquirir o enxame, deve-se, sempre, verificar a presença da rainha e a ausência de doenças
e parasitas.

4.l. CAPTURA DE ENXAMES

4.l.l. Enxame Localizado


Para iniciar a captura, além de estar devidamente trajado e de posse dos
apetrechos adequados ao trabalho, o apicultor deverá observar com atenção alguns detalhes,
apontados a seguir, para que o seu trabalho seja bem-sucedido.
O preparo do fumigador merece atenção especial, sendo que o material colocado
na fornalha do aparelho deve produzir fumaça abundante e fria. Recomendam-se o uso de
serragem grossa de madeira, raspas de madeira, ramos secos de mandioca cortados em
pedaços pequenos etc. O apicultor jamais deverá fazer uso, para a produção de fumaça, de
panos, esterco de gado, serragem fina de madeira, sabugo de milho em grandes pedaços etc.
O esterco de gado e a serragem fina apresentam o problema da presença de fagulhas na

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fumaça que queimam e irritam as abelhas. O carvão e o sabugo de milho em grandes pedaços
produzem fumaça quente irritando as abelhas. O sabugo deve ser amassado. Os panos
produzem fumaça que, além do odor desagradável, provocam o enegrecimento e o
ressecamento dos favos que, nestas condições, deixam de ser utilizados pelas abelhas.
Fazer a limpeza do local, antes de iniciar seu trabalho de captura. Com isso,
evitam-se surpresas desagradáveis como picadas de cobra, escorpião, aranhas etc.
Insuflar a fumaça no interior do cortiço, aguardar alguns instantes e iniciar o
trabalho de captura. A fumaça faz com que as abelhas, tendo a intuição do fogo, corram para os
favos de mel, enchendo-se com esse alimento para protegerem-se dos azares de uma provável
viagem, à procura de nova residência. Nutrida de mel, a abelha custa a agredir, esquivando-se
da morte, que acarretaria a perda de sua preciosa carga.
Iniciar a retirada dos favos com crias. Colocar os favos em caixilhos aramados.
Fazer, com o auxílio de uma faca ou canivete algumas ranhuras na altura dos arames, a fim de
que estes possam ser deslocados para o centro do favo, ficando perfeitamente incrustados
nele. Amarrar os favos verticalmente nos quadros, utilizando-se de barbante fino de algodão.
Os favos deverão ser dispostos nos quadros, obedecendo as mesmas posições e ordem em
que se encontravam anteriormente. Da mesma forma, deverão ser os quadros dispostos na
colméia. A inobservância destes cuidados poderá fazer com que as abelhas abandonem a
colméia, migrando para lugares, às vezes, de difícil acesso, o que resultará na morte das crias,
perda de tempo e conseqüente prejuízo para o apicultor.
Durante a execução da captura, o apicultor deve posicionar-se de modo a não
obstruir a linha de voo das abelhas campeiras. Com isso, evitará que elas se irritem e se tornem
agressivas.
Transferidos os favos, transferir também o máximo de abelhas possível para o
interior da colmeia.
O uso de toques contínuos e ritmados, numa das laterais da colmeia, quebrará a
vibração produzida pelas abelhas, fazendo com que elas se encaminhem para o interior dela,
atraídas pela maior vibração dos toques.
Caso haja mel, não se deve retirá-lo todo. As abelhas levarão alguns dias para
fixar os favos nos quadros, necessitando contar neste período, com uma reserva de mel para
sua alimentação e para a produção da cera necessária à fixação dos favos nos quadros.
A rainha, quando encontrada, deverá ser introduzida na colmeia, já tampada,
pelo alvado, a fim de que não voe, atraindo o enxame para árvores próximas. A rainha reverá
ser introduzida sempre pelo alvado. Caso ela insista em sair da colmeia, isso não deve
constituir-se em motivo de preocupação. A rainha somente permanecerá no interior da colmeia
após localizar os favos com as crias. Então, quando se coloca uma rainha numa colmeia e ela
insiste em sair, basta insuflar um pouco de fumaça pelo alvado, após a sua entrada na colmeia.
As abelhas, quando submetidas à fumaça, tendem a subir; com isso, a rainha encontrará as
crias, e tão logo isto aconteça, iniciará a liberação do feromônio, atraindo as operárias para
junto de si.
Ao perceberem o feromônio, as operárias, levantando o abdome, vergam o seu
último segmento e expõem a glândula de Nasanov, iniciando a liberação do feromônio
secretado por esta, que atua sobre as demais. A partir daí, todas as operárias caminham, em
direção à colmeia, para junto da rainha. Nesta ocasião, deve-se parar ou, então, reduzir ao
mínimo o uso da fumaça e continuar o batuque na lateral da colmeia.
É absolutamente normal, o fato de não se localizar a rainha, quando da captura
de um enxame. Entretanto, é muito fácil saber se ela já se encontra no interior da colméia, pois
as operárias somente ficarão no interior desta em presença da rainha.
A rainha pode vir a morrer, acidentalmente, durante o processo de captura do
enxame. Caso isto aconteça, ela deverá ser colocada no interior da colmeia, pois, mesmo
morta, ela continuará liberando o feromônio e atraindo as operárias para junto de si, pelo prazo
de algumas horas. Como o enxame possui larvas novas e ovos, as operárias produzirão nova

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rainha, tão logo percebam que a sua antiga mestra está morta, voltando o enxame à
normalidade.
A colmeia deverá permanecer no lugar do antigo cortiço durante alguns dias,
caso isso seja possível, após o que, deverá ser transportada para o apiário.
A captura deve ser feita nas horas mais quentes dos dias claros e ensolarados,
quando as abelhas campeiras se encontrem em plena atividade no campo.
Para o transporte, deve-se vedar o alvado da colmeia (entrada) e substituir a
tampa tradicional por outra, feita com tela e moldura de madeira, a fim de facilitar a ventilação e
evitar a mortalidade tanto das crias como das abelhas adultas. O transporte deve ser feito à
noite ou pela manhã, bem cedo.
As abelhas somente deverão ser libertadas pela manhã. Este procedimento
levará as abelhas a fazerem voos de reconhecimento do local antes de partirem para o campo
e, com isso, evitar-se-ão perdas desnecessárias das abelhas campeiras que, fatalmente,
ocorreriam, caso fossem libertadas à noite.
A captura de enxames, embora seja a forma mais trabalhosa de se povoar um
apiário, permite que o apicultor se afeiçoe às abelhas, protege-as de enfermidades e parasitos,
elimina a concorrência com as abelhas do apiário e proporciona aumento de renda.
As rainhas jamais deverão ser aprisionadas em caixas de fósforo ou terem as
suas asas cortadas durante a captura do enxame. Aquelas aprisionadas em caixas de fósforo
estarão condenadas à morte, dadas as dificuldades das operárias, que na maioria das vezes
não conseguem libertá-las e as de asas cortadas deixam de ser úteis aos enxames, pela
dificuldade em fazer a postura dos ovos, uma vez que, sem as asas, perdem o equilíbrio e têm
a sua movimentação limitada. Além disso, um enxame com rainha de asas cortadas estará
fadado à morte, caso precise abandonar urgente a colmeia, uma vez que a sua líder se
encontra incapacitada para o voo.

4.1.2. Enxame Voador


A captura de enxame voador é uma tarefa das mais simples a serem executadas
pelo apicultor. Estes enxames, normalmente, são encontrados em ramos de árvores, beirais de
casas etc. Esta situação, entretanto, é meramente transitória. O enxame permanecerá aí,
apenas o tempo necessário para que as abelhas que estão rastreando a área em busca de um
local para sua fixação definitiva, obtenham sucesso em sua empresa e a ele retornem. Logo, a
captura deverá processar-se, tão logo o apicultor encontre o enxame.
Um enxame voador raramente constitui-se em perigo para o apicultor, uma vez
que suas abelhas estão abastecidas de mel e dificilmente conseguem vergar o abdome e
ferroar. Com isso, o uso da fumaça nem sempre é necessário na captura de tais enxames.
A captura consiste na transferência do enxame para o interior do ninho ou núcleo
com capacidade para 5 quadros (caixilhos), de acordo com o seu tamanho (população).
A fixação do enxame no ninho ou núcleo, embora seja tarefa simples, apresenta-
se problemática para o apicultor. A rainha de um enxame voador pode ser fecundada ou
virgem. O enxame pode ter uma ou mais rainhas virgens. O apicultor, entretanto, não precisa
preocupar-se com isso. Ao chegar com o enxame no apiário, basta fornecer-lhe um favo com
mel e dois com crias operculadas, retirados de outro enxame, completando, a seguir, o ninho ou
núcleo com quadros contendo lâminas de cera lisa ou alveolada. Caso a rainha seja fecundada,
ela terá espaço para fazer postura, à medida que as crias forem nascendo, e as operárias terão
o mel para produzirem a cera e edificarem os favos nas lâminas. Sendo a rainha virgem, ela
poderá fazer o seu voo nupcial sem que o enxame abandone o local para acompanhá-la, uma
vez que as operárias estarão empenhadas na edificação de novos favos e na manutenção da
temperatura interna, aquecendo as crias.
A forma mais fácil de capturar os enxames voadores é a utilização de caixas-
iscas. As caixas-iscas, que podem ser de madeira ou papelão, devem ter os quadros ou

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caixilhos em tamanho padrão, aramados e com uma tira de cera lisa ou alveolada de
aproximadamente três centímetros de largura fixadas em cada um. Uma solução feita com cem
a duzentos gramas de própolis, diluídas em álcool comum, pode ser pulverizada no interior da
caixa-isca, para atrair o enxame. A caixa-isca pode ser pintada de branco, amarela ou azul,
cores preferidas pelas abelhas, e devem ser instaladas em árvores de espinho, cupinzeiros,
próximo a formigueiros ou em árvores ocas.
Após cinco a seis dias de sua instalação na caixa-isca, o enxame poderá ser
transferido para a colmeia definitiva, reforçado com favos de crias de outros enxames ou
quadros com cera laminada e transferida para o apiário.
O uso da caixa-isca em telhados ou sobre lajes de indústrias, escolas, hospitais
etc., sempre nos pontos onde já se instalaram enxames, pode evitar a instalação de enxames
em locais de difícil acesso como tubulações ociosas, evitando-se e prevenindo-se acidentes.

5. MANEJO DAS COLMEIAS

5.1. UNIÃO DE ENXAMES

A união de enxames é uma prática simples e fácil de ser executada. Entretanto,


constitui-se em uma das mais importantes práticas a serem realizadas pelo apicultor. O
apicultor deve evitar manter enxames fracos em seu apiário, uma vez que estes se constituem
em porta de entrada para doenças e parasitos, além de exigirem maior assistência. Esta prática
pode ser executada em qualquer época do ano, menos a chuvosa, sendo usados dois
processos simples, descritos a seguir.

5.1.1. União por Pulverização


Primeiro passo - Aproximar as colmeias a serem unidas A e B e colocar entre
elas a terceira colmeia C, sem caixilhos, destinada a abrigar as famílias a serem unidas.
Segundo passo - Abrir as colmeias A e B e pulverizar sobre as abelhas e os
favos de ambas, um pouco de xarope de mel e hortelã.
Terceiro passo - Insuflar sobre as colmeias A e B, algumas baforadas de fumaça
e retirar, alternadamente, um caixilho de cada colmeia, passando-os com as abelhas aderentes
para a colmeia C.
Quarto passo - Desprezar os favos pretos, irregulares ou contaminados com
traças. Completar o número, caso haja necessidade, com caixilhos providos de cera lisa ou
alveolada.
Quinto passo - Varrer para a colmeia C o restante das abelhas de A e B,
retirando-as do local. Fazer mais uma aspersão de xarope sobre as abelhas e colocar a tampa.
O cheiro de hortelã confunde as abelhas, que acabam se reorganizando sem
brigas. Caso não se tenha retirado uma das rainhas, a pior, haverá briga entre elas e uma será
eliminada, continuando a vida normal.

5.1.2. União com Uso de Jornal


Primeiro passo - Aproximar as colmeias a serem unidas, escolhendo a melhor
das rainhas, ou seja, a de melhor e mais abundante postura.
Segundo passo - A rainha excluída poderá ser introduzida em outro enxame a
ser formado ou com rainha de qualidade inferior ou, então, ser eliminada.
Terceiro passo - Passar mel em ambas as faces de uma folha de jornal,
colocando-o sobre a colmeia mais forte.

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Quarto passo - Colocar a segunda colmeia tampada e sem fundo sobre a folha
de jornal, aplicando a seguir, algumas baforadas de fumaça no alvado e em torno da colmeia.
Durante algumas horas, as abelhas permanecerão comendo o mel, acabando por
furar a folha de jornal. Este tempo é suficiente para que a raiva se acabe e, ao romper o jornal,
os enxames estarão unidos, reorganizando-se para o trabalho.
Caso tenha realizado a operação pela manhã, à tarde o apicultor poderá
completá-la, reunindo as abelhas em um só ninho provido dos melhores favos.

5.1.3. Permuta de Posição para Fortalecimento


A prática mais comum, hoje, para fortalecimento de colônias de abelhas, consiste
em trocar de lugar ou permutar os enxames fortes e os fracos entre si. O enxame fraco,
colocado no lugar do forte, receberá as abelhas campeiras desse e se fortalecerá. O enxame
forte, colocado no lugar do fraco, terá o seu número de abelhas campeiras reduzido
temporariamente; mas, logo, estará recuperado. Esta prática agiliza o trabalho do apicultor,
fazendo com que ele ganhe tempo para outras atividades.

5.2. MULTIPLICAÇÃO ARTIFICIAL DE ENXAMES

A época própria para a realização desta prática é quando os enxames estão com
muita cria e populosos, o que acontece nos períodos de boa florada e condições climáticas
apropriadas.
Primeiro passo - transferir a colmeia populosa de local, colocando em seu lugar
uma colmeia vazia. As campeiras, ao voltarem do campo, entrarão na nova colmeia.
Segundo passo - transferir para a colmeia nova todos os quadros de cria nova e
ovos, um ou dois favos com cria madura, metade dos favos com mel e completá-la com
quadros, contendo cera alveolada.
As abelhas campeiras e nutrizes, aproveitando a existência das larvas e ovos,
irão criar uma rainha, caso não se disponha de uma rainha fecundada ou de uma realeira
madura para ser introduzida na ocasião da multiplicação.
A colmeia que deu origem à multiplicação passará a contar com todas as abelhas
novas, quadros com crias maduras, metade dos favos com mel, a rainha e quadros com cera
alveolada, colocados pelo apicultor até completá-la.
Com isso, ganha o apicultor mais uma colmeia para o seu apiário e previne a
enxameação natural, tão comum nas colmeias populosas.

5.3. REVISÃO DE COLMEIAS

As colmeias devem ser numeradas e possuir as suas fichas individuais, onde o


apicultor fará as anotações referentes a cada revisão. A observação das fichas individuais
mostra ao apicultor o estado atual de cada família e a situação de todo o apiário. Sabe-se,
exatamente, se a família é forte ou fraca, se está paralisada ou em atividade, se possui favos
irregulares ou velhos, se tem rainha ou está órfã, se possui doenças ou parasitos, se vai
enxamear ou se está em extinção.
Para que o apicultor logre êxito em uma revisão, ele deverá observar os
seguintes passos:
1º) Aproximar-se da colmeia devidamente trajado e com o fumigador produzindo
fumaça clara, abundante e fria;
2º) Insuflar, pelo alvado três a quatro baforadas de fumaça, para que as abelhas,
tendo a intuição de um incêndio, ocupem-se em comer mel. Abastecidas de mel, elas perdem a
capacidade de se defender, uma vez que não conseguirão vergar o abdome para ferroar;

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3º) Evitar permanecer na linha de voo das campeiras posicionando-se ao lado ou
atrás da colméia;
4º) Retirar, sem barulho, o telhado ou cobertura da colméia e, com o auxílio do
formão, levantar a tampa. Aplicar algumas baforadas de fumaça sobre os quadros;
5º) Iniciar a retirada dos quadros sempre por uma das extremidades, evitando
roçá-los entre si, o que poderia resultar na morte da rainha;
6º) Fazer a inspeção de cada quadro, evitando incliná-los, o que resultaria no
derramamento desnecessário de néctar ou mel verde e, conseqüentemente, no início de uma
pilhagem;
7º) Retirar da colmeia os favos vazios, pretos ou irregulares, substituindo-os por
quadros com lâminas de cera. Estes quadros deverão ser colocados no centro do ninho e
intercalados entre favos;
8º) Verificar se a rainha está em atividade, se há boa postura, se tem bastante
alimento e se o enxame precisa ou não receber melgueira;
9º) Anotar as observações e recolocar a tampa, fazendo-a deslizar pelo trilho em
sentido horizontal, evitando o esmagamento das abelhas;
l0º) A revisão deverá ser feita em dias ensolarados, evitando-se os dias frios,
chuvosos, com ventos, serração ou ameaça de trovoadas;
llº) Os favos com crias novas não deverão ficar expostos por tempo prolongado,
ao sol ou ao frio, a fim de que estas não morram e para não adulterar a geleia real, em contato
direto com a luz solar; e,
l2º) Observar o intervalo de pelo menos l5 dias entre uma revisão e outra,
lembrando-se sempre que uma colmeia de manejo intenso é uma colmeia de abelhas
doentes e improdutivas.

5.4. USO DO REDUTOR DE ALVADO

5.4.l. Enxames Fracos


Os enxames fracos deverão ter os seus alvados reduzidos durante todo o tempo
em que assim permanecerem.

5.4.2. Enxames em Produção


Estes enxames deverão ter os seus alvados reduzidos nos períodos de frio e de
chuva, a fim de que tenham a temperatura interna do ninho controlada e de evitar-se perdas
com ataques de traças dos favos. Deixar a abertura sempre no centro, para evitar que o
enxame ocupe apenas um dos lados do ninho em busca de aquecimento.
É comum encontrar-se enxames, no período de frio, com umidade na tampa da
colméia, favos vazios mofados e/ou ressecados, o que indica excesso de espaço vazio e falta
de aquecimento, por enfraquecimento da colônia. O uso do redutor de alvado e a alimentação
desses enxames resolvem estes problemas.
As temperaturas baixas contribuem para a mortalidade das abelhas. Quando a
temperatura na base do rácimo ou cacho de abelhas que estão aquecendo as crias atinge 8º C,
as abelhas, incapacitadas de se movimentar, soltam-se das demais e morrem de frio. Isto
explica o aparecimento de abelhas mortas no solo, em frente às colmeias, no inverno.
Apicultores que deixam fumaça no interior das colmeias após as inspeções ou
revisões e colheitas, principalmente em casos de manejo intensivo, como requer a produção da
própolis, provocam mortalidade de larvas, pré-pupas e pupas, que aparecem desoperculadas
nos favos, além de inviabilizar os óvulos e ovos existentes na câmara de cria ou ninho de
criação.
O apicultor deve ser, antes de tudo, um bom observador de suas abelhas, sob
pena de transformar-se em um gigolô de abelhas. Apicultor é quem ama e cuida das abelhas;
gigolô é aquele que só pensa em explorá-las pura e simplesmente.

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5.5. USO DA TELA EXCLUIDORA DE RAINHAS (OPCIONAL)

No manejo para produção de mel, a tela excluidora poderá ser usada durante
todo o ano e deverá ser posicionada sobre a primeira melgueira, que deverá ter os dez quadros,
para manter o espaço-abelha.
Com isso, a rainha ganha espaço para completar o ciclo de postura, que ocupa a parte central,
formando uma esfera, e os enxames permanecem fortes, evitando-se o ataque de parasitos e a
mortalidade por doenças.
Sobre a tela excluidora, o apicultor deve colocar duas melgueiras, contendo nove ou oito
quadros cada uma, para a produção intensiva de mel ou, se preferir, colocar um sobreninho
com oito quadros ou caixilhos.
Nessa condição, cada colmeia dará em torno de 30 kg de mel a cada semana, com boa florada.

5.6. ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL

A alimentação artificial deverá ser fornecida individualmente, em alimentadores


próprios, 50 a 60 dias antes do início do período floral, para todas as colmeias e, sempre que
necessário, para as colmeias fracas.

5.6.l. Alimentação Energética


Este tipo de alimentação é fornecido para estimular a postura das rainhas,
preparando as colônias para as grandes colheitas. A quantidade de mel produzida em uma
colônia de abelhas é diretamente proporcional à quantidade de crias existente nela um
mês antes. Esta é a Lei do Rendimento em Mel.
Os ingredientes necessários são: 5 kg de açúcar cristal, 2 litros de água, 40 ml de
caldo de limão ou 5 gramas de ácido tartárico e 5 gramas de sal.
Coloca-se a água em uma vasilha e leva-se ao fogo. Ao iniciar-se a fervura, vai-
se adicionando o açúcar, mexendo sempre a mistura com uma colher ou um pedaço de
madeira, para que este não se agarre no fundo da vasilha, fazendo com que o alimento
fermente e mate as abelhas por diarreia. Dissolvido o açúcar, acrescentar o caldo de limão ou o
ácido tartárico e o sal, misturar energicamente e deixar ferver por mais cinco minutos. A função
do limão (ácido cítrico) ou do ácido tartárico é inverter a sacarose em glicose e frutose,
transformando o xarope em mel. Retirar a vasilha do fogo e deixar esfriar. Obtém-se, assim, o
xarope de açúcar invertido, pronto para ser usado pelas abelhas em sua alimentação.
Este xarope, após esfriar, poderá ser enriquecido com 20 ml (5 ml por litro) de um
produto bioestimulante comercializado com o nome de EQUILIBRIUM, bioestimulante que
contém todos os aminoácidos, as vitaminas e os minerais necessários à boa nutrição das
abelhas, substituindo o pólen.
As famílias de abelhas deverão receber duas doses de dois litros cada, deste
alimento, em alimentador coletivo (ou individual), espaçadas de vinte dias 50 a 60 dias antes da
principal florada. O fornecimento de mais de duas doses deste alimento aos enxames poderá
estimulá-los à construção de realeiras e às enxameações.
Este tipo de alimentação deverá ser sempre individual, caso seus enxames não
estejam com as populações niveladas.
Caso seja fornecida coletivamente, esta alimentação beneficiará as colônias populosas, que a
coletarão em grande quantidade, enquanto as colônias fracas continuarão a passar fome.

5.6.2. Alimentação Protéica

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Este tipo de alimentação visa à substituição do pólen, contribuindo para que a
rainha ative a sua postura e, conseqüentemente, para que a colméia tenha uma maior frente de
trabalho, no início do período floral. Esta alimentação, que poderá ser fornecida coletivamente,
compõe-se de duas partes de milho e uma parte de soja finamente moídos. Deixa-se um pouco
do alimento próximo do apiário e inicia-se o fornecimento quando as abelhas começarem a
coletá-lo. Quando elas perderem o interesse pelo alimento, suspende-se o fornecimento.

5.6.3. Alimentação Medicamentosa


Refere-se à alimentação energética, à qual é adicionado um medicamento a ser
dado às abelhas, em tratamento contra qualquer enfermidade, em doses preconizadas por
especialista da área.

5.6.4. Pasta Cândi


É uma alimentação na forma sólida, usada nas gaiolas de transporte, para
alimentação das nutrizes que acompanham as rainhas.
O preparo do Cândi consiste em misturar açúcar em pó (açúcar de confeiteiro ou
glacê) com mel e água, amassando como a preparar massa para pão, até tomar consistência
compacta e ficar no ponto desejado.

5.7. SOCORRO DE FAMÍLIAS ZANGANEIRAS

Tendo uma colmeia perdido a sua rainha e não possuindo ovos ou larvas novas
para que as abelhas possam criar uma substituta, estas iniciam a atividade de postura. Estas
abelhas poedeiras são conhecidas como zanganeiras, uma vez que seus óvulos dão origem a
zangões, pela falta de fecundação.
Uma família com abelhas zanganeiras caracteriza-se pela existência de maior
número de óvulos, distribuídos sem uniformidade pelo fundo e lados das células. A cria madura
apresenta opérculos salientes, devido ao nascimento de machos dentro das células menores,
destinadas a fêmeas. Observa-se, então, o nascimento ou presença de grande número de
zangões atrofiados e pequenos.
Para socorrer uma família com abelhas zanganeiras, pode-se proceder à união
desta com outra família normal ou, então, proceder da seguinte forma:
lº) Retirar os quadros com crias de zanganeiras da colmeia e eliminá-las.
2º) Introduzir quadros com crias maduras de operárias, oriundas de outra família,
a fim de fornecer nutrizes para a rainha a ser produzida ou introduzida.
3º) Introduzir uma rainha ou uma realeira madura. Caso isto não seja possível,
introduzir um favo de centro de ninho de outra colônia, contendo ovos e larvas novas, para que
as abelhas possam produzir nova rainha.
O apicultor deve estar sempre atento e socorrer as famílias órfãs antes de l5
dias, a fim de evitar que se tornem zanganeiras.

5.8. CONTROLE DE ENXAMEAÇÃO

A enxameação é um mecanismo do qual se valem as abelhas para, dividindo


naturalmente a família, garantir a perpetuação da espécie.
Falta de espaço, falta de ventilação, excesso de umidade, rainha velha com
postura deficiente, excesso de zangões, abundância de alimentos, falta de espaço na colmeia
ou no cortiço onde o enxame se encontra e alta população de abelhas são causas das
enxameações. A vantagem da enxameação é a renovação da rainha, uma vez que a rainha
“velha” é que sai com o novo enxame. A desvantagem é que podem ocorrer várias
enxameações em uma mesma família, podendo esta tornar-se muito fraca ou mesmo deixar de
existir.

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As enxameações são mais freqüentes nos períodos de grandes floradas. Nestes
períodos, que variam de acordo com a região, o apicultor deve proceder a revisões de suas
colmeias a cada quinze dias, eliminando as realeiras encontradas e substituindo os favos
velhos por quadros com cera alveolada, que serão introduzidos no centro do ninho. Pode-se,
também, colocar nova melgueira para o enxame, dando-lhe mais espaço para trabalhar.
Outra forma de se conter um enxameação é fazer a divisão da família, conforme
visto anteriormente.
No processo enxameatório, várias rainhas são produzidas e, à medida que
nascem, são protegidas por diferentes grupos de operárias. Antes do nascimento da primeira
rainha, a rainha-mãe sai com a metade da família e vai procurar novo local para estabelecer-se.
Este novo enxame é chamado de enxame primário. A seguir, saem enxames secundário,
terciário, etc.
Os enxames provenientes de enxameações são chamados enxames voadores.
Normalmente, o enxame voador pousa próximo ao seu local de origem, evitando o gasto de
energia e do mel que suas abelhas levam nas vesículas melíferas, com o qual irão construir
favos em sua nova morada. Algumas abelhas destacam-se deste enxame e saem à procura de
novo local para a família estabelecer-se, são as batedoras ou rastreadoras. Os locais
encontrados são comunicados à família através de danças. O enxame, então, escolhe o melhor
deles e voa em sua direção para aí estabelecer-se.

6. CRIAÇÃO DE RAINHAS

A criação de rainhas é uma tarefa simples e fácil, mas que requer atenção do
apicultor. Deve-se fazê-la em época de florada abundante, em colmeias populosas e bem
alimentadas, observando a existência de zangões nas colmeias do apiário. É importante,
também, observar-se a existência de abelhas nutrizes nas colmeias recrias, a fim de que as
rainhas não venham a morrer de fome.

6.1. CRIAÇÃO DE RAINHAS POR PUXADA NATURAL

Este processo consiste em retirar-se a rainha da colmeia onde se vai desenvolver


a criação. Com isso, as operárias iniciarão a puxada de realeiras que, dez dias após, estarão
com rainhas novas, prestes a nascer.
Estas realeiras maduras (operculadas) ou os quadros que as contêm, devem ser
introduzidos nas colmeias ou núcleos órfãos. Da mesma forma, podem ser usadas as realeiras
encontradas em famílias prestes a enxamear.

Calendário de Trabalho para a Criação de Rainhas por Puxada Natural e Produção de Enxames

Dia D Aprisionar a rainha da colônia selecionada;


Operárias vão construir realeiras em células contendo larvas com um dia de
idade;

Dia D + 2 Libertar a rainha da colônia;

Dia D + 9 Revisar a colônia e contar as realeiras obtidas;


Constituir tantos núcleos órfãos quantas realeiras existam;
Introduzir uma realeira em cada núcleo;

Dia D + 13 ou 15 Comprovar os nascimentos;

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Dia D + 20 ou 30 Verificar a postura das novas rainhas e marcá-las.

6.2. CRIAÇÃO ARTIFICIAL

O método mais usado no mundo para a criação artificial de rainhas é o de


Doolittle y Pratt. Este método consiste na transferência de larvas com idade de 12 a 24 horas
para realeiras artificiais, denominadas cúpulas.

6.2.1. Material necessário


Para a criação de rainhas pelo processo de transferência de larvas, são
necessários os seguintes materiais:
a) quadro porta-cúpulas, com sarrafos móveis ou não,
b) derretedor de cera e lamparina,
c) copo com água fria,
d) bastonete para confecção de cúpulas,
e) estilete para transferência das larvas,
f) quadro do centro do ninho da colméia matriz,
g) conta-gotas e
h) vidro com geleia real diluída em água destilada.

6.2.2. Obtenção da Geleia Real


Antes de se transferir as larvas novas para as cúpulas de cera, torna-se
necessário colocar uma gota de geleia real no interior de cada uma. A obtenção da geleia real
necessária é feita, retirando-se a rainha de uma colmeia populosa, que possua larvas e ovos,
pelo espaço de 3 a 4 dias. As operárias iniciarão a puxada de realeiras, onde colocarão, neste
espaço de tempo, o máximo de geleia real necessária às larvas destinadas a rainhas. Esta
geleia real é retirada e utilizada na transferência de larvas.

6.2.3. Preparo das Cúpulas


Usando-se uma vasilha, contendo cera derretida e não muito quente, mergulhar
nela o bastonete de madeira até a altura aproximada de um centímetro, por duas ou três vezes,
a fim de se obter cúpulas de boa espessura. As cúpulas são retiradas do bastonete,
mergulhando-se estes em água fria. A seguir, procede-se à fixação das cúpulas nos quadros
porta-cúpulas, usando-se cera derretida.

6.2.4. Transferência das Larvas


Colocar, com auxílio do conta-gotas, uma gota de geleia real em cada cúpula.
Retirar com cuidado as larvas novas (12 a 24 horas), provenientes da colmeia matriz, com
auxílio do estilete, colocando-as dentro das cúpulas, sobrenadando na gota de geleia real.
Quanto mais novas as larvas, maior a eficiência no trabalho.
Feita a transferência das larvas para as cúpulas, dar um giro no sarrafo, de tal
forma que estas fiquem de boca para baixo. Introduzir o quadro porta-cúpulas na colmeia recria,
tendo o cuidado de, durante o trajeto entre a sala de transferência e a colmeia mantê-lo envolto
em pano úmido.
Todo este trabalho deve ser feito no máximo em 1 hora, a fim de evitar a
desidratação e morte das larvas.
Quando as rainhas estão prestes a nascer, 9 a 10 dias após a transferência das
larvas, retirar as realeiras e introduzi-las nos núcleos de fecundação ou, então, colocá-las em
gaiolas Burgho ou em vidros pequenos e transparentes, contendo um pouco de cândi, que é o
primeiro alimento da rainha. Estas gaiolas ou vidros são levados para estufa com temperatura
controlada entre 32 a 35ºC e umidade relativa de 96%, onde nascerão as rainhas. A umidade

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relativa é conseguida, colocando-se no interior da estufa uma placa de Petri ou uma pequena
vasilha, contendo água.
Para a obtenção de rainhas maiores, com peso superior a 200 mg, usa-se o
processo de dupla transferência de larvas. A segunda transferência é feita 24 horas após a
primeira, quando a primeira larva introduzida na cúpula é eliminada e nova larva é introduzida,
aproveitando-se toda a geleia real.
A finalidade da dupla transferência é fornecer à segunda larva introduzida uma
quantidade abundante de geleia real, a fim de que tenha o seu corpo mais desenvolvido. As
rainhas maiores têm maior capacidade de armazenar espermatozóides (espermateca maior) e,
conseqüentemente, terão maior capacidade de postura, sendo útil por mais tempo como mãe.

6.3. INTRODUÇÃO DE RAINHAS

Existem vários métodos de introdução de rainhas. Entre eles, existe um muito


eficiente, que é a introdução usando a gaiola de transporte, descrito a seguir.
Retirar a rainha da colmeia onde se vai introduzir a nova. Após 48 horas, eliminar
as realeiras da colmeia, caso existam.
Fechar um dos orifícios da gaiola de transporte em que a rainha se encontra com
cera e outro com cândi. Passar um pouco de cândi em torno da gaiola.
Colocar a gaiola suspensa entre dois quadros, no centro do ninho, local onde
existe maior concentração de abelhas, utilizando para isto um pedaço de arame ou pequena
peça de madeira.
As operárias irão comer o cândi e libertar a rainha, no espaço aproximado de 3
dias. Este tempo é suficiente para que a substância de rainha passe a atuar sobre as operárias
e estas comecem a cuidar da sua alimentação, aceitando-a.
A malha da tela da gaiola de transporte a ser usada deve ser de 2 milímetros.
Caso esta malha seja menor, as abelhas nutrizes não conseguirão alimentar a rainha durante a
fase de reconhecimento.

CALENDÁRIO DE TRABALHO DE UMA CRIAÇÃO ARTIFICIAL DE RAINHAS

Método de Doolittle Y Pratt

Dia D - Pela manhã: Preparar e povoar um núcleo órfão, com cinco favos de crias;
- À tarde: Enxertar as larvas e colocar no núcleo órfão;

Dia D + 1 - Pela manhã: Deixar órfã a colônia recria:


- À tarde: Retirar o quadro de cria do núcleo e colocá-lo na colônia recria;

Dia D + 9 - Pela manhã: Contar as realeiras obtidas;


Dia D + 10 – Pela manhã: Constituir tantos núcleos órfãos quantas realeiras existam;
À tarde: Introduzir uma realeira em cada núcleo;

Dia D + 13 ou 15 Comprovar os nascimentos;

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Dia D + 20 ou 30 Verificar a postura das novas rainhas e marcá-las.

7. O MEL

7.1. DEFINIÇÃO DA FAO/OMS

O mel é a substância açucarada, obtida a partir do néctar das flores ou das


secreções provenientes de partes vivas de plantas ou que sobre elas se encontram e que as
abelhas melíferas coletam, transformam, e combinam com matérias específicas, armazenando-
a depois nos favos da colmeia.

7.2. PRODUÇÃO DE MEL

O néctar, para transformar-se em mel, passa por duas transformações: uma


física e outra biológica ou química. A transformação física deve-se à perda, por evaporação, de
grande parte da água existente no néctar. Esta perda de água deve-se à temperatura interna da
colmeia, 33º C a 36ºC, e à constante ventilação produzida pelo bater das asas das operárias.
A transformação biológica ou química deve-se à ação da enzima invertase,
produzida pelas abelhas e adicionada ao néctar. Esta enzima atua sobre o açúcar sacarose,
presente no néctar, transformando-o em glicose ou dextrose e frutose ou levulose.

7.3. COMPOSIÇÃO DO MEL

Segundo WHITE (l963), citado por AMARAL e ALVES (l979), um mel de


composição média apresenta os seguintes constituintes: água (l7,2%); açúcares:
frutose(38,l9%), glicose(3l,28%), maltose e outros dissacarídeos redutores (7,3l%), açúcares
superiores(l,50%), dando um total de 79,59% de açúcares; ácidos (0,57%); proteínas(0,26%);
minerais (0,l7%); diástase, substâncias aromáticas, enzimas, dextrina, vitaminas, etc.
A natureza e a qualidade do mel são determinadas, principalmente, pelas plantas
das quais ele é obtido, que lhe dão o sabor, o aroma, a densidade, a cor, etc. Embora não
exista uma proporção ou relação direta entre a cor e o sabor, geralmente o mel de cor clara
possui sabor mais suave que o mel de cor escura, sendo este último mais rico em minerais que
o primeiro e, portanto, mais completo como alimento.

7.4. COLHEITA DO MEL

O mel deve ser colhido quando, no mínimo, 75% do favo encontra-se operculado,
mel maduro, a fim de que ele não venha a fermentar, após a extração, devido ao excesso de
umidade, separando-se em camadas.
Deve-se utilizar fumaça de qualidade, ou seja, sem fagulhas e de odor agradável.
As fagulhas que atingem os alvéolos desoperculados, permanecerão no mel mesmo após a
decantação, afetando a sua aparência e a sua qualidade. O mel deve ser colhido e transportado
em melgueiras, com fundo e bem tampadas, para preservar a sua qualidade. Os favos não
devem ter contato com o chão, para evitar a contaminação com coliformes fecais, Salmonelas,
Clostridium botulinum, etc. É importante lembrar que a fumaça deve ser usada com cuidado,
evitando-se aspirá-la, pois nela estão presentes produtos químicos potencialmente
carcinogênicos como o alcatrão e o benzopireno.

7.5. DESOPERCULAÇÃO

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A desoperculação consiste na retirada dos opérculos, a fim de que o mel possa
ser extraído dos favos. Para esta operação devem ser utilizados garfos ou facas
desoperculadoras inoxidáveis. Deve-se evitar a utilização de facas desoperculadoras elétricas,
a fim de se preservar a qualidade do mel.
Quando se fornece calor ao mel, há a degradação dos açúcares e a formação de
um composto químico denominado Hidroximetil Furfural (HMF), que é prejudicial à saúde, além
de se alterar os seus princípios vitais (vitaminas, enzimas, hormônios etc.). O HMF forma-se no
mel com o tempo, razão pela qual se deve colhê-lo tão logo os favos estejam operculados.
Todo material utilizado no processamento do mel deve ser lavado com
detergente neutro, a fim de não se adulterar a sua composição e qualidade.

7.6. CENTRIFUGAÇÃO

Após a desoperculação, os favos são colocados na centrífuga, para que o mel


seja centrifugado. A centrífuga pode ser do tipo radial ou facial, mas sempre em aço inoxidável
AISI 304. Na centrífuga radial, o mel sai ao mesmo tempo em ambas as faces dos favos,
enquanto na facial ele sai primeiro de uma face e, depois de virados, da outra face.
Ao sair da centrífuga, o mel deve ser filtrado em elementos filtrantes construídos
em malhas de aço inoxidável ou nylon de 80 mesh, ou seja, oitenta furos por polegada linear.
Em malhas superiores a 80 mesh, haverá a retenção do pólen existente no mel, afetando a sua
qualidade. Logo, o mel não deve ser coado em coador de pano ou similar.

7.7. DECANTAÇÃO

Após sair da centrífuga e ser filtrado, o mel deve ser colocado em decantadores
apropriados, de aço inoxidável AISI 304, para decantação. O período de decantação deve ser
mínimo de 48 horas e máximo de 72 horas, a fim de que todas as impurezas sejam separadas
do mel. Após esse tempo, as bolhas de ar e as impurezas irão ter à superfície do mel, quando
deverão ser retiradas, com o auxílio de uma escumadeira ou colher inoxidável livre de umidade,
e descartadas.

7.8. ARMAZENAMENTO

Para o armazenamento por tempo prolongado, o mel deve ser colocado nos
recipientes de forma a enchê-los até estar em contato com as tampas, permanecendo em
ambiente com temperatura de 14º C.

7.9. ENVASILHAMENTO E COMERCIALIZAÇÃO

O mel deve ser envasilhado em potes de vidro, de boca larga e cor escura. Os
potes de plástico devem ser evitados, pois por serem porosos, facilitam a adição de umidade ao
mel, que é altamente higroscópico.
O uso de potes menores, 280, 500g ou 1000g facilita a comercialização do mel.
Estes potes deverão receber um rótulo, no qual deve constar o nome do apiário, nome e
endereço do apicultor, a origem floral (Mel de flor de...), informação nutricional e data de
envasilhamento e validade. São usados sachês e bisnagas de plástico de diferentes tamanhos,
para atender ao consumidor, que é quem vai escolher.

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8. ORIGEM
O mel é um líquido viscoso e doce, elaborado pelas abelhas a partir do néctar
procedente fundamentalmente das flores, que as abelhas coletoras transportam para a colmeia
em suas vesículas melíferas e armazenam nos favos, onde amadurece, constituindo uma
reserva de alimento.

9. COR
A cor do mel é muito variável, dependendo fundamentalmente da espécie vegetal
que o origina. O néctar das plantas rasteiras e arbustivas geralmente resulta em mel de cor
clara e muito saboroso. O néctar das plantas arbóreas, como o eucalipto e outras, resulta em
mel mais escuro e de sabor forte. Os méis de cor escura são mais completos como alimentos,
sendo mais ricos em minerais.
É importante salientar que um mel de cor clara pode tornar-se escuro se
submetido ao calor ou à luminosidade por tempo prolongado. Um mel exposto à luz visível
perde, aceleradamente, as suas qualidades, a partir de seis meses. O mel produzido em favos
onde já se tenham desenvolvido larvas é geralmente mais escuro.

10. VALOR TERAPÊUTICO


Os constituintes minerais do mel lhe conferem inegáveis propriedades
medicinais:
a) administrado por via oral, o mel cura os transtornos intestinais, as úlceras do
estômago, a insônia, as infecções da garganta, algumas doenças cardíacas etc.
Ob.: Para o tratamento das gastrites e úlceras recomenda-se o uso do mel
associado à água ou ao leite quente. Usam-se duas colheres de sopa de mel diluídas em 1
copo de água ou leite quente, 3 horas antes e 2 horas após o almoço (durante uma semana). A
água quente “amolece” as células do estômago e o mel penetra e cicatriza a úlcera.
b) o mel aumenta a concentração de hemoglobina no sangue e melhora o vigor
muscular (combate a anemia). Aumenta o rendimento físico (atletas) e a resistência do
organismo.
c) as crianças alimentadas com mel são mais resistentes a doenças e mais
desenvolvidas que aquelas alimentadas com açúcar. O mel facilita a retenção do cálcio, ativa a
formação óssea e o nascimento dos dentes. É ligeiramente laxante. No organismo em repouso,
atrai e retém os líquidos, evitando que se faça “xixi” na cama.
d) em uso externo, cura as queimaduras, as feridas e as doenças rinofaríngeas
(por instilação), graças à presença, em sua composição, do peróxido de hidrogênio (água
oxigenada), que lhe confere propriedades bactericidas.
e) em injeção intravenosa, o mel, preparado especialmente para este fim,
combate a icterícia, a incontinência urinária e os pruridos, além de regular o ritmo cardíaco.
f) o mel com água quente, leite quente ou uísque, tomado ao deitar-se, é
calmante e promove o descanso mental e físico, combatendo a depressão e a tensão.
g) o mel com limão combate a gripe, os resfriados e a tosse.
h) o mel contém 40% de frutose, que apressa a oxidação do álcool pelo fígado, e
é usado para combater a embriaguez. Tomado antes da ingestão de bebidas alcóolicas, previne
a “ressaca”. O uso de duas colheres de sopa de mel e suco de limão a gosto, combate a
“ressaca”.
i) os principais açúcares presentes no mel, glicose e frutose, são assimilados
diretamente pelo organismo, não promovendo, portanto, a engorda de quem o consome, uma
vez que não é armazenado.

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11. CUIDADOS COM O MEL

A preservação da qualidade do mel exige vários cuidados:


a) o mel deve ser guardado em local escuro, para preservar as suas enzimas e
manter a sua qualidade.
b) deve ser conservado em vasilha de boca larga e bem lacrado, para evitar que
absorva umidade e fermente (azede).

c) não deve ser guardado em geladeira, pois além de cristalizar, perde o aroma e
o sabor característico.
d) a cristalização é normal no mel, ocorrendo a baixas temperaturas ou
dependendo da relação glicose / água no mel. O mel cristalizado mantém as suas qualidades
inalteradas. A cristalização é uma característica do mel puro.
e) o mel cristalizado deve ser consumido como tal. Não se deve fornecer calor ao
mel cristalizado (banho-maria ou sol) para torná-lo líquido. O calor destrói as enzimas do mel e
ele apodrece (azeda).
f) exposto à luminosidade, o mel deve ser consumido em, no máximo, seis
meses. Resguardado da luz, tem vida longa.
g) o mel possui em sua composição, um produto conhecido como
Hidroximetilfurfural (HMF), cuja quantidade cresce com o tempo e com a temperatura. Por essa
razão, não se recomenda o consumo de méis velhos ou que foram aquecidos, a fim de se evitar
transtornos intestinais, gastrites e úlceras do estômago.
h) o mel que se separa em camadas de cores diferentes não deve ser
consumido. Esta separação é característica de méis que foram colhidos com excesso de
umidade (méis verdes).
i) as melhores embalagens para o mel são o favo e o vidro.
j) evite adicionar o mel à água ou ao leite fervendo.

12. ACIDEZ

O mel é ácido, estando o seu pH compreendido entre 3,2 e 5,5. Por esta razão é
que se recomenda o seu uso associado à água ou ao leite, a fim de se evitar que ele venha a
contribuir para agravar as gastrites ou úlceras, por acaso existentes.

13. MEL EXPRESSO

O mel expresso é aquele produzido pelas abelhas a partir de xarope de água e


açúcar, ao qual se adicionou sucos de frutas, verduras ou legumes, ou medicamentos
específicos. O xarope é feito com água e açúcar em partes iguais, sendo que o açúcar deve ser
adicionado à água fervendo, misturando-se para que não queime no fundo. Deixa-se esfriar e
adiciona-se o medicamento, misturando-se energicamente.
As abelhas, tendo à sua disposição uma solução açucarada de cloreto de cálcio,
executam a encomenda, preparando um mel de cálcio. São as abelhas-farmacêuticas!
Ao fornecer às abelhas-farmacêuticas um suco açucarado de cenoura, elas
produzirão o mel de cenoura, rico em caroteno ou pró-vitamina A, vitaminas B, C, D, e K. O
suco de cenoura contém 18 vezes mais vitamina A do que o sangue e 2 vezes mais vitamina D2
do que o fígado de porco.

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O mel de couve é semelhante ao de cenoura, sendo mais rico em vitamina K. As
folhas de beterraba são muitíssimo ricas em pró-vitamina A, contendo 17 vezes mais do que o
leite integral de vaca.

REGULAMENTO TÉCNICO PARA FIXAÇÃO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO


MEL (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA)

1. ALCANCE

Este Regulamento Técnico estabelece os requisitos que deve atender o mel para
consumo humano, destinado comércio nacional e internacional.

2. DESCRIÇÃO
2.1. Definição: Entende-se por mel o produto alimentício produzido pelas abelhas
melíferas a partir do néctar das flores ou das secreções procedentes de partes vivas das
plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas, que ficam sobre partes vivas de
plantas, que as abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas
próprias, armazenam e deixam maturar nos favos da colmeia.

2.2. CLASSIFICAÇÃO:

2.2.1. Por sua origem botânica:

2.2.1.1. Mel de Flores: é o mel obtido principalmente dos néctares das flores.
Distinguem-se:
a) Méis uniflorais ou monoflorais: quando o produto proceda primordialmente da
origem de flores de uma mesma família, gênero ou espécie e possua características sensoriais,
físico-químicas e microscópicas próprias.
b) Méis multiflorais, poliflorais ou mil florais

2.2.1.2. Mel de melado: é o mel obtido primordialmente a partir de secreções das


partes vivas das plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas que se encontram
sobre elas.

2.2.2. Segundo o procedimento de obtenção:


2.2.2.1. Mel escorrido: é o mel obtido por escorrimento dos favos desoperculados,
sem larvas.
2.2.2.2. Mel prensado: é o mel obtido por prensagem dos favos, sem larvas.
2.2.2.3. Mel centrifugado: é o mel obtido por centrifugação dos favos desoperculados,
sem larvas.

2.2.3. Segundo sua apresentação:


2.2.3.1. Mel: é o mel em estado líquido, cristalizado ou uma mistura de ambos.
2.2.3.2. Mel em favos ou em seções: é o mel armazenado pelas abelhas em células
operculadas de favos novos, construídos por elas mesmas, que não contenha larvas, e
comercializado em favos inteiros ou em seções de tais favos.
2.2.3.3. Mel com pedaços de favos: é o mel que contém um ou mais pedaços de
favo com mel, isentos de larvas.
2.2.3.4. Mel cristalizado ou granulado: é o mel que sofreu um processo natural de
solidificação como conseqüência da cristalização da glicose.

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2.2.3.5. Mel cremoso: é o mel que tem uma estrutura cristalina fina e que pode ter
sido submetido a um processo físico que lhe confira essa estrutura e que o torne fácil de untar.

2.2.4. Segundo seu destino:


2.2.4.1. Mel para consumo direto: é o mel que atende aos requisitos indicados no
item 4.2.
2.2.4.2 Mel para utilização em indústria (mel para uso industrial): é o mel que
atende aos requisitos indicados no item 4.2., exceto o índice de diástase e seu conteúdo em
hidroximetilfurfural, que poderão ser menor que 8 (na escala de Gothe ) e maior que 40 mg/kg,
respectivamente. Só poderá ser empregado na elaboração industrial de produtos alimentícios.

2.3. Designação (denominação de venda): o produto será designado mel, podendo-se


agregar à sua classificação segundo o indicado no item 2.2., em caracteres não maiores que os
da palavra mel.

3. REFERÊNCIAS:

- Comissão do Codex Alimentarius, FAO/OMS – Norma Mundial do Codex para o


Mel, Codex Stan 12-1981, Ver. 1987, Roma, 1990.
- CAC/VOL. III, Supl. 2, 1990.
- A>O>A>C> 15 TH, Edition, 1990.
- I>C>M>S>F> Microorganisms in Foods, 2nd Edition, 1978.
- A. P. H. A Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods,
2nd. Edition, 1984.

4 - COMPOSIÇÃO E REQUISITOS

4.1. Composição: o mel é uma solução concentrada de açúcares, com predominância


de glicose e frutose. Contém, ainda, uma mistura complexa de outros hidratos de carbono,
enzimas, aminoácidos, ácidos orgânicos, minerais, substâncias aromáticas, pigmentos, cera e
grãos de pólen.

4.2. Requisitos:

4.2.1. Características sensoriais:


Cor – será variável, desde quase incolor até a coloração pardo-escura, porém, sendo
uniforme em todo volume do envase que o contenha.
Sabor e aroma – deverá ter sabor e aroma característicos e estar livre de sabores e
aromas indesejáveis.
Consistência – poderá ser fluida, viscosa ou cristalizada total ou parcialmente.

4.2.2. Características físico-químicas:

4.2.2.1. Maturidade
a) Açúcares redutores (calculados como açúcar invertido):
Mel de flores: mínimo de 65%
Mel de melado e sua mistura com mel de flores: mínimo de 60%
b) Umidade: máximo de 20%
c) Sacarose aparente:
Mel de flores: máximo de 5%
Mel de melado e suas misturas: máximo de 10%

4.2.2.2. Pureza

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a) Sólidos insolúveis em água: máximo 0,1%, exceto no mel prensado, que se tolera
em até 0,5%.
b) Minerais (cinzas): máximo 0,6%. No mel de melado e suas misturas com méis de
flores tolera-se até 1%.
4.2..2.3. Deterioração
a) Fermentação: o mel não deverá ter indícios de fermentação nem será
efervescente.
b) Acidez livre: máxima de 40 milequivalentes por quilograma.
c) Grau de frescura: determinado depois do tratamento.
d) Atividade diastásica: como mínimo o 8 da escala de Goethe. Os méis com baixo
conteúdo enzimático deverão ter como mínimo uma atividade diastásica correspondente ao 3
da escala de Goethe, sempre que o conteúdo de hidroximetilfurfural não exceda a 15mg/Kg.
e) Hidroximetilfurfural: máximo de 40 mg/Kg.
f) Conteúdo de pólen: o mel deverá ter seu conteúdo normal de pólen, o qual não
deve ser eliminado no processo de filtração.

4.2.3. ACONDICIONAMENTO: os méis poderão apresentar-se a “granel” (tambores de


300 kg) ou fracionados. Deverão ser acondicionados em embalagens bromatologicamente
aptas, adequadas para as condições previstas de armazenamento e que confiram uma
proteção adequada contra a contaminação. O mel em favos e o mel com pedaços de favos só
devem ser acondicionados em embalagens destinadas ao consumidor final (fracionado).

5. ADITIVOS

Proíbe-se, expressamente, a utilização de qualquer tipo de aditivo.

6.HIGIENE

6.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS: O mel deve estar isento de substâncias inorgânicas


ou orgânicas estranhas à sua composição tais como insetos, larvas, grãos de areia, e não
exceder os níveis máximos toleráveis para contaminações microbiológicas ou resíduos tóxicos.
Sua preparação deverá realizar-se de conformidade com os Princípios Gerais sobre
Higiene de Alimentos recomendados pela Comissão do Codex Alimentarius, FAO/OMS.

6.2. CRITÉRIOS MICROBIOLÓGICOS: O mel deverá atender às seguintes


características microbiológicas:
Coliformes totais/g n= 5; c = 0; m = 0
Salmonella spp-Shigella spp25g n = 10; c = 0; m = 0
Fungos e leveduras UFC/g n = 5; c = 2; m = 10; M = 100

7. ROTULAGEM

Será aplicado o Regulamento específico.


A vida útil do produto será tal que se garanta o cumprimento dos fatores essenciais de
qualidade e higiene estabelecidos nesta Norma. Deverá ser indicada no rótulo,
obrigatoriamente, a expressão: “CONDIÇÕES DE CONSERVAÇÃO: MANTER EM LOCAL
FRESCO”. É importante acrescentar: E AO ABRIGO DA LUZ. Por determinação da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária, deve-se colocar no rótulo, ainda, a expressão: “NÃO CONTÉM
GLÚTEN”.

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É importante colocar no rótulo, sempre que possível, a origem floral do mel e a data de
sua colheita. A sua validade também deve constar do rótulo, expressa da seguinte forma:
VALIDADE:
Exposto à luz: 6 meses.
Resguardado da luz: 2 anos.

8. MÉTODOS DE ANÁLISES

Os métodos correspondentes às características físico-químicas e microbiológicas do


produto serão determinados conforme indicado a seguir:

Determinação/Referência

Açúcares redutores – CAC/Vol. III, Supl. 2, 1990, 7.1


Umidade – método refratométrico AOAC 15 th. Ed 1990, 969.38 B
Sacarose aparente – CAC/Vol. III, Supl. 2, 1990, 7.2
Sólidos insolúveis em água – CAC/Vol. III, Supl. 2, 1990, 7.4.
Minerais (cinzas) – CAC/Vol. III, Supl. 2, 1990, 7.5
Acidez livre – AOAC 15 th. Ed.1990, 962.19
Atividade diastásica – CAC/Vol. III, Supl. 2, 1990, 7.7
Hidroximetilfurfural (HMF) – AOAC 15 th. Ed. 1990, 980.23
Coliformes – I.C.M.S.F. Microorganisms in Foods 1. Their significance and methods of
enumeration, Método 4, 2nd. Ed., 1978.
Fungos e leveduras – A.P.H.A. Compendium of methods for the microbiological
Examination of Foods, Method 17.52, 2nd. Ed., 1984.Salmonella spp - A.P.H.A. Compendium of
Methods for the MicrobiologicalExamination o fFoods, Método 26.12, 2nd. Ed., 1984.

9. AMOSTRAGEM

Aplicar-se-á as diretivas da Comissão do Codex Alimentarius, FAO/OMS, Manual de


Procedimento, Sétima Edição.
Proceder-se-á de acordo com a Norma ISSO 7002, Agricultural food products, Layout
for standard method of sampling from a lot.
Deverá diferenciar-se entre produto a “granel” e produto fracionado (embalagem
destinada ao consumidor).
9.1. Colheita de amostras de mel a “granel”:
9.1.1. Materiais necessários:
a) Trado: varetas de forma triangular.
b) Frascos para amostras: frascos de 35 a 40 ml de capacidade, fixado por meio de
uma braçadeira e uma vareta de comprimento suficiente para chegar ao fundo do recipiente
onde está contido o mel. O frasco tem uma tampa móvel unida a um cordão. É introduzido
fechado a várias profundidades dentro da embalagem, onde se tira a tampa para enchê-lo.
c) Pipetas para amostras: tubos de 5 cm de diâmetro por um metro de
comprimento, afinadas em suas extremidades a uns 15 mm de diâmetro.
9.1.2. Obtenção das amostras:
a) Mel cristalizado: realiza-se a extração da amostra com a ajuda do trado.
b) Mel líquido que pode ser homogeneizado: homogeneiza-se e logo toma-se a
amostra com a pipeta até extrair 500 ml.
c) Mel líquido que não pode ser homogeneizado: com o frasco para amostra extrai-
se 10 (dez) amostras de 50ml cada, de diferentes níveis e de distintas posições.

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O rótulo do mel deve conter as informações nutricionais pertinentes, da seguinte forma:

Informação Nutricional – Porção de 20ml

Quantidade por porção %VD(*)


Valor calórico 60 KCAL 3%
Carboidratos 15,0 g 4%
Proteínas 0,1 g 0%
Gorduras totais 0 g 0%
Gorduras saturadas 0 g 0%
Colesterol 0 mg 0%
Fibra alimentar 0 g 0%
Cálcio 0,9 mg 0%
Ferro 0 mg 0%
Sódio 0 mg 0%

* Valores Diários de Referência, com base em uma dieta de 2.500 calorias, para adultos.

BLOQUEIO DE POSTURA PARA PRODUÇÃO INTENSIVA DE MEL

Balanço Anual da Vida de uma Colônia de Abelhas

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Produzir mais mel por colmeia significa aumentar a produção total de cada colônia de
abelhas, sem se preocupar em saber se esta produção é destinada ao apicultor (mel
excedente) ou às abelhas (mel de manutenção). O balanço anual da vida de uma colônia de
abelhas (fig. 1) mostra que, enquanto ela produz 20 kg de mel para o apicultor, ela utiliza 40 kg
para abastecer as suas necessidades internas.
Produzir mais mel por colmeia significa, também, a redução do seu consumo por larvas
e adultos, com a finalidade de diminuir a parte de mel destinada à manutenção da colônia, para
aumentar a parte denominada de excedente. Caso o mel de manutenção fosse reduzido a zero
e toda a produção fosse coletada pelo apicultor, uma colônia de porte médio produziria 60 kg de
mel por ano.

O QUE É PRODUZIR MAIS

Produzir mais supõe um maior número de operárias e um trabalho mais intenso


das abelhas.
É importante lembrar que:
a) o número de abelhas aumenta se, a partir do começo da postura, muitas
séries de operárias se sucedem, sendo cada uma delas maior que a anterior, até o momento da
secreção nectarífera máxima.
b) a este conhecimento essencial, é importante unir um segundo, que mostra o
seu alcance: a quantidade de crias é maior nas colônias povoadas com menos de 1 kg de
abelhas. Em tais populações pode-se encontrar 3,85 larvas para cada abelha adulta, sendo que
nas colméias que possuem de 3 a 4 kg de abelhas a quantidade de cria decresce até a
proporção de uma larva por abelha adulta.
c) o rendimento de uma colônia aumenta, quando lhe é oferecido mais néctar a
coletar, sendo esta a finalidade da apicultura migratória.
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FARRAR, citado por PROST, comprovou que 1.000 abelhas produzem tanto
mais mel, quanto maior for a população a que pertencem.

Vários pesquisadores têm mostrado que existe uma relação direta entre a
quantidade de postura de uma colméia e a quantidade de mel colhida nesta colméia.
Esta constatação, extremamente importante, constitui a lei do rendimento em
mel, que pode ser, assim, enunciada:
Em igualdade de condições, a quantidade de mel produzida pelas colônias
de abelhas é proporcional à superfície de postura medida um mês antes.

ABELHAS COLETORAS E POPULAÇÃO DA COLÔNIA

Existe uma relação direta entre a porcentagem de abelhas campeiras (coletoras)


e a população total da colônia, ou seja, a porcentagem de abelhas campeiras é tanto maior
quanto maior é a população da colônia (fig. 2).
Consequentemente se queremos produzir maior quantidade de mel, devemos
dispor de colônias fortes.

Existem fatores como a seca, o frio, a fome, inimigos, doenças, manejo


inadequado como coleta de pólen, etc., que, isolados ou em conjunto, podem frear o ritmo de
crescimento da superfície de postura, que se estabiliza a um nível inferior ao máximo
compatível com a quantidade de alimentos disponíveis.
O desaparecimento do fator limitante permite a retomada do crescimento da
superfície de postura.
Para manter uma boa qualidade de postura e melhorar a produção por colmeia,
alguns cuidados são imprescindíveis:

1. Evitar a deriva
A perda de abelhas de uma colmeia para outra, a deriva, pode ser evitada com a
utilização de um espaçamento de 5 a 6 metros entre colmeias e a distribuição correta destas,
que deve ser feita em zigue zague, linhas onduladas, em U, ou formando diferentes formas
geométricas, evitando-se a distribuição em linha reta ou em fila.

2. Deixar reserva de alimento na época das chuvas


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Esta medida é necessária para evitar a perda de enxames, principalmente os
fracos.

3. Alimentação estimulante
Esta alimentação visa estimular a postura da rainha e pode ser feita com a
utilização de um xarope de açúcar e água, na proporção de duas partes e meia de açúcar para
1 parte de água ou com a utilização de rapadura, melado, garapa etc.
A quantidade de xarope é de meio litro por colmeia, a cada semana, fornecido
em alimentador individual ou coletivo.
Deve-se evitar o fornecimento de mel às abelhas, o que, além de encarecer a
alimentação, incita a pilhagem entre as colônias.

4. Melhorar a flora apícola


O apicultor deve proceder a um levantamento da flora apícola da sua propriedade
e procurar melhorá-la, através do plantio de novas essências florestais ou do aumento da
quantidade daquelas já existentes.

5. Evitar enxameações naturais


Este procedimento tem a finalidade de prevenir o enfraquecimento das colônias e
deve ser feito nas épocas de ocorrência das enxameações, que varia de uma região para outra,
de acordo com a quantidade de alimento disponível.
As técnicas para prevenir as enxameações são numerosas, sendo estas
causadas pela falta de espaço nas colméias e por uma grande quantidade de alimento
disponível no campo; e, também, provocada pela insuficiência de feromônio recebida pelas
abelhas, em função da rainha da colônia ser velha ou a sua população ser muito numerosa.

6. Rainhas novas
A utilização de rainhas novas e selecionadas garante uma boa quantidade de
postura e, consequentemente, um grande contingente de abelhas trabalhando no campo.
As rainhas devem ser substituídas a cada ano, exceto aquelas que mantiverem
excelente postura após esse período.

7. União de enxames
A união dos enxames pequenos estimula o crescimento da postura, contribuindo
para uma maior coleta de alimentos no campo, além de prevenir o aparecimento de doenças
nos apiários.

8. Favos novos
A vida útil dos favos é de três anos, sendo recomendado que eles sejam
substituídos a cada ano. Os favos novos estimulam a postura das rainhas e permitem o
nascimento de abelhas maiores, com maior capacidade de coleta de alimentos. Além disso,
quando as abelhas são maiores, elas são necessárias em menor número no interior das
colméias para o aquecimento das crias e, com isso, ocorre maior coleta de alimentos no campo
e a agressividade é reduzida.

9. Perigos da alimentação
A alimentação através do xarope de açúcar e água estimula a postura. As
numerosas larvas produzidas correm o risco de acabar com as reservas de pólen. Caso as
plantas poliníferas não estejam em floração ou as campeiras não possam sair, as provisões de

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pólen se esgotam, podendo aparecer doença de cria, como a cria pútrida européia ou loque
européia.
A falta de pólen, caso ocorra, poderá ser compensada com o fornecimento de
farelo de soja, polvilho de mandioca, fubá de milho, leite em pó ou gema de ovo às colônias.

BLOQUEIO DA POSTURA

Esta técnica há vários anos utilizada por apicultores europeus, constitui-se em


excelente opção para a produção intensiva de mel. O objetivo do bloqueio da postura é a
obtenção de grande número de abelhas campeiras, para a coleta de néctar durante uma grande
florada. É uma técnica recomendada tanto para a apicultura fixista quanto para a migratória.

PRINCÍPIO

a) Em uma boa colmeia, em pleno trabalho, a rainha põe, a cada dia,


aproximadamente 2.000 ovos. A incubação, sob a ação das operárias, dura três dias. A seguir,
nascem as larvas, que são cuidadas e alimentadas durante seis dias pelas abelhas nutrizes ou
alimentadoras. Finalmente, ocorre a operculação das células, que precede em doze dias a
eclosão.
Em um determinado momento, caso a evolução ocorra sem perdas, em uma
colmeia existirá 6.000 ovos, 12.000 larvas e 24.000 células operculadas.
O armazenamento de alimentos, a alimentação das larvas e o aquecimento
destas requerem um número importante de operárias, entre alimentadoras e campeiras ou
abelhas de vôo.
As abelhas campeiras em excesso, cuidam do processamento do mel
armazenado. Elas representam uma pequena parte da população total da colmeia, uma vez que
os nascimentos exigem uma boa parte das operárias.
b) A florada favorável ao bloqueio dura apenas algumas semanas.
O apicultor que deseja bloquear a postura, procura obter numerosas campeiras
ou coletoras para a florada e diminuir a quantidade de crias, durante a grande coleta de néctar.

PREPARO E REALIZAÇÃO DO BLOQUEIO

Para preparar e realizar o bloqueio é necessário:


a) Manter as colônias fortes;
b) Estimular a postura no período que antecede a floração;
c) Impedir a enxameação natural;
d) Alguns dias antes do começo da florada, suprimir ou reduzir a postura da
rainha (é o bloqueio), para que desapareça a cria aberta, que é quem demanda mais trabalho;
e) Transformar em campeiras as operárias sem ocupação na colmeia. O
consumo de mel será reduzido porque não haverá, ou quase não haverá larvas; e,
f) Fazer a rainha retornar à postura, quando a florada terminar, para que a
colônia se reconstitua para a próxima grande coleta.

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REALIZAÇÃO DO BLOQUEIO
Método Alin Caillas

a) Colocar uma colmeia vazia (B) ao lado da colmeia onde se vai fazer o bloqueio
(A);
b) Transferir oito quadros de cria para a colmeia vazia (B), livres de abelhas
adultas;
c) A colmeia A ficará com dois quadros de cria, todas as abelhas adultas e a
rainha;
d) Colocar, na colmeia A, oito quadros vazios ou com cera alveolada, para
completá-la;
e) Sobre a colmeia A, colocar uma tela excluidora de rainhas e, sobre esta,
colocar a colmeia B;
f) Completar a colmeia B com dois quadros contendo favos ou apenas com cera,
que pode ser alveolada ou laminada; e
g) Tampar a colmeia (fig. 4).

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Fig. 4 – Método de Alin Caillas

Após a realização do bloqueio pode-se comprovar:


a) Uma parte da população atravessa a tela excluidora e vai cuidar das crias;
b) Estando em contato permanente com a parte inferior, as operárias não
constróem realeiras e as crias eclodem normalmente, em 21 dias;
c) Confinada na parte inferior, a rainha, não tendo mais que 2 quadros de postura
e quadros vazios à sua disposição, restringe consideravelmente sua postura;
d) Na medida em que as células da parte superior são liberadas pelas eclosões
de operárias, são ocupadas com mel.

Este método nos permite coletar 30 kg de mel por colônia, em uma semana de
florada, enquanto as demais colmeias dificilmente darão 7 ou 8 kg, no mesmo período.

A COR DO MEL

A coloração do mel é normalmente interpretada como algo mais escuro que


creme e mais claro que marrom, com um toque de riqueza e agradabilidade.
No mercado mundial, o mel é avaliado por sua cor, sendo que os méis mais
claros alcançam preço mais alto que os escuros. O sabor e o aroma dos méis, como de
qualquer outro gênero alimentício, são mais importantes que sua cor, mas são muito mais
difíceis de serem avaliados quantitativamente que a cor. Existe uma conexão imperfeita entre
cor e sabor, na qual os méis com um sabor delicado são sempre claros, enquanto os méis
escuros têm, normalmente, um sabor forte, embora existam, também, alguns méis claros com
sabor forte.
O mel torna-se mais escuro durante o armazenamento, mais rapidamente a
temperaturas mais altas; e, o escurecimento pode ser especialmente acelerado por
temperaturas suficientemente altas para danificar o mel. A contaminação com metais também
escurece o mel.

36
Os favos escurecidos pela criação de larvas provocam o escurecimento dos méis
neles armazenados, sendo este, talvez, o inconveniente do bloqueio da postura.

A medição e a classificação padrão da cor do mel é o graduador de cor Pfund,


fabricado nos EUA. Ele é calibrado segundo padrões de cor branca para mel, que foram
desenvolvidos em 1956. O graduador Pfund consiste em uma cunha padrão de vidro âmbar,
com a qual o mel líquido é comparado visualmente, estando o mel contido numa cela em forma
de cunha. A tonalidade clara ou escura do mel é expressa pela distância, em milímetros, ao
longo da cunha âmbar, que é dividida em “cores” de mel.

ENZIMAS NO MEL

Existem três enzimas importantes no mel: invertase, diástase (amilase) e glicose-


oxidase. Outras, incluindo a catalase e a fosfatase ácida, podem também estar presentes.
A invertase, produzida pelas glândulas hipofaringeanas da abelha, inverte a
sacarose do néctar em glicose e frutose, transformando-o em mel.
A diástase (amilase) é produzida pelas glândulas hipofaringeanas das abelhas e
ocorre também em plantas. Ela quebra o amido e tem ação na digestão do grão de pólen. Ela é
mais sensível ao calor que a invertase, sendo que o seu baixo nível no mel pode ser um
indicador de que ele foi superaquecido. Entretanto, é importante salientar que méis frescos de
laranja e outras frutas cítricas, e de alguns eucaliptos, apresentam baixa atividade diastásica.
A glicose-oxidase, que também se origina das glândulas hipofaringeanas das
abelhas, desempenha, a exemplo da invertase e da diástase, um importante papel na
transformação do néctar em mel nas colmeias. Ela oxida a glicose no mel verde, que tem ainda
um conteúdo alto de água. É virtualmente inativa em mel muito denso, mas torna-se ativa
novamente em mel diluído, produzindo ácido glicônico e peróxido de hidrogênio. É sensível à
luz visível tanto como ao calor.
O peróxido de hidrogênio produzido no mel, parcialmente formado na colmeia, é
capaz de protegê-lo contra a decomposição bacteriana, até que o seu conteúdo de água esteja
alto o suficiente para fazê-lo. Um sistema similar de glicose-oxidase, que produz peróxido de
hidrogênio, parece estar presente em todas as abelhas que estocam mel em favos: as quatro
espécies de Apis, as mamangavas (Bombus) que formam colônias e as abelhas sem ferrão.
Está ausente nas formigas sociais, que conservam estoques de mel em formigas individuais
“repletas”. O peróxido de hidrogênio é um composto instável, e a atividade da glicose-oxidase
em alguns méis é destruída pela luz visível; a área de armazenagem de mel da colmeia é,
entretanto, quase que completamente escura.
É importante, então, que o apicultor que comercializa diretamente o seu mel,
recomende ao consumidor que o mantenha resguardado da luminosidade, para que as suas
qualidades sejam preservadas. Aliás, esta recomendação deve ser colocada em local bem
visível nos rótulos das embalagens contendo mel, principalmente aquelas transparentes.

8. PRODUÇÃO E APROVEITAMENTO DE CERA NO APIÁRIO

O apicultor pode obter cera no apiário, através de diferentes fontes: opérculos,


favos enegrecidos e indesejáveis e raspagem das colmeias e dos quadros. Os opérculos
fornecem cera com menos impurezas e, portanto, devem ser processados separadamente. Os
demais podem ser processados em operação conjunta, para obtenção da cera. Destarte, a
quantidade de cera produzida ainda é pequena.
A quantidade de cera produzida no apiário pode ser aumentada e, para isso,
basta que o apicultor proceda da seguinte maneira:

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. Escolher alguns enxames do apiário, que tenham apresentado maior aptidão
para a produção de cera;
. Retirar quatro quadros do ninho, dois de cada extremidade;
. Retirar as telas excluídoras, caso existam;
. Introduzir nas extremidades das melgueiras, quatro quadros, dois de cada lado,
contendo lâminas de cera, tendo o cuidado de retirar os sarrafos de madeira inferior dos
quadros.
Feito isto, é só aguardar alguns dias e revisar as colmeias, a fim de colher os
favos. As abelhas iniciarão a construção dos favos nas melgueiras. Como os quadros estão
sem os sarrafos inferiores, elas continuarão os favos até próximo ao assoalho das colmeias,
ocupando os espaços vazios deixados no ninho, com a retirada dos quadros.
Este processo fornece cera em quantidade ao apicultor, uma vez que, quando da
colheita destes favos para processamento, novas lâminas são colocadas nos quadros e o
processo se repete.
Para a purificação da cera, vários são os meios usados: derretedor solar,
derretedor a vapor, prensa extratora e derretedura em banho-maria.
A derretedura em banho-maria é o processo caseiro mais simples e mais comum.
Usa-se um tacho ou tambor, onde são colocadas a água e a cera, levando-se ao fogo. Após a
cera derreter-se, filtra-se através de tela de nylon ou pano para o interior de um balde ou lata.
Ao esfriar, a cera boiará, formando uma espessa camada à tona d’água. Ao retirar a camada de
cera, raspar, com o auxílio de uma faca, as impurezas que estiverem aderidas à sua superfície
inferior. Com isso, estará a cera pronta para ser laminada e utilizada pelas abelhas.

9. OS PESTICIDAS E AS ABELHAS

O aumento da produção de sementes e grãos, promovidos pelas abelhas,


através da polinização, é vinte vezes mais importante que a produção do mel e da cera.
Entretanto, a maioria das pessoas pensa nas abelhas como simples produtoras de mel e cera,
desconhecendo a sua principal função.
O uso de inseticidas na agricultura, tanto contribui para a eliminação dos insetos
nocivos às culturas como para os úteis. Os inseticidas são, em sua maioria, nocivos às abelhas,
uns mais outros menos tóxicos. A proteção das abelhas é tarefa para apicultores e agricultores,
uma vez que ambos se beneficiam do seu trabalho.
Alguns cuidados devem ser observados ao aplicar-se o inseticida, a fim de
proteger os insetos úteis.
. Não aplicar inseticidas em plantas floridas, a não ser em último caso.
. Caso seja absolutamente necessário aplicar inseticidas em plantas floridas,
empregar sempre os menos tóxicos dentre aqueles que terão ação contra os insetos a serem
combatidos. Além disso, colocar duas colheres de sopa de creolina para vinte litros da solução,
em substituição ao espalhante adesivo. A creolina fixa o inseticida na planta e repele as
abelhas, que não gostam do seu cheiro, protegendo-as.
. Aplicar o inseticida a partir das l6:00 horas, com a finalidade de se apanhar o
menor número de abelhas no campo, visitando as flores.
. Aplicar inseticidas por via líquida, evitando a aplicação em polvilhamento, que
irá atingir as abelhas que estiverem visitando as flores da vizinhança.
. Não instalar colmeias ou apiários em áreas de culturas que recebem tratamento
com inseticidas.

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10. O V E N E N O D A S A B E L H A S

A operária possui um ferrão que usa para preservar a sua vida ou defender a sua
colmeia contra os inimigos.
O caráter defensivo das guardiãs varia de uma colônia para outra, de um dia para
outro, inclusive de um momento para outro.
As abelhas manifestam sua defensibilidade:
1. Em geral, até a uma dezena de metros de sua colméia;
2. Ao longo de seus caminhos de coleta;
3. Durante uma alimentação farta, muito próxima do apiário.
Pelo contrário, seu comportamento defensivo é nulo ou pouco marcante nos locais de
coleta de alimentos.
A tranqüilidade e a defensibilidade, ao menos em parte, está ligada:
1. À idade da operária; a defensibilidade aumenta com a idade;
2. À rainha; uma colônia é irritável ou tranqüila, tanto como o seja sua rainha;
3. À herança; entre a descendência de uma colônia defensiva encontram-se abelhas
defensivas.
4. À fase da lua: as abelhas são mais defensivas nas fases das luas escuras, ou seja,
minguante e nova, sendo mais tranquilas nas luas crescente e cheia.
Entretanto, as colônias mais defensivas são as mais produtivas.
As operárias percebem o medo, atacando quem as temem.
A ferroada se previne com uma proteção eficaz e com uma atitude tranquila,
unidas a um bom fumigador, de fumaça fria; a um trabalho rápido e sem atitudes bruscas, com
segurança.

PRINCIPAIS SINTOMAS DE ALERGIA À APITOXINA E TRATAMENTOS:

1. Sensação de inchaço na cabeça, vermelhidão no rosto e, às vezes, inchaço na garganta,


dificultando a respiração;
2. Pode ocorrer ânsia de vômito, sensação de calor por todo o corpo e, em casos mais graves,
prostração e choque anafilático (parada cárdio-respiratória), capazes de levar à morte;
3. É imprescindível o socorro médico. A automedicação pode ser perigosa;
4. Nos casos mais brandos, um anti-histamínico, como duas drágeas de Fenergan, via oral, é
suficiente. Nos casos mais sérios, o médico pode aplicar uma injeção intramuscular de 2
cm3 de Fenergan;
5. Nos casos de hipersensibilidade, em que haja risco de choque anafilático, o médico deve
aplicar, rápida e sucessivamente, injeções intramusculares com os seguintes
medicamentos: 1 ampola de 2 cm3 de Fenergan, 1 ampola de 1 cm3 de Coramina – Cafeína
e 1 ampola de 1 cm3 de Adrenalina Aquosa, tomando-se o cuidado de não atingir nenhum
vaso sangüíneo.
Depois de medicada, a vítima deve tomar bastante líquido;
6. Pessoas alérgicas a picadas de abelhas devem manter-se afastadas das colmeias;
7. O apicultor deve manter próximo ao apiário, os materiais e medicamentos citados
anteriormente;
8. A retirada do ferrão deve ser feita sem comprimir as glândulas de veneno.

O veneno é produzido por uma glândula de secreção ácida e outra de secreção alcalina
existentes no interior do abdome das abelhas rainhas e operárias.
A operária utiliza o ferrão para injetar estas secreções nos inimigos. A rainha usa as
secreções de ambas as glândulas de veneno somente em luta com outra rainha. Ela usa o
ferrão como ovipositor e, por ocasião da postura, utiliza a secreção alcalina para proteger os
óvulos e ovos do ataque de fungos e bactérias.
39
11. O P Ó L E N

1. ORIGEM

Os grãos de pólen são produzidos pelas anteras da flor, cada uma delas situadas
no final externo de um estame, o órgão sexual masculino da flor. É o elemento da flor que,
transportado para o elemento feminino da mesma flor ou de outra, permite a fertilização,
produzindo o fruto e as sementes.

2. COMPOSIÇÃO

O pólen contém:
. água - 30% a 40%
. proteínas - 11% a 35% (protídeos)
. açúcares, amido - 20% a 40% (glicídeos)
. lipídeos (matérias graxas) - 1% a 20%
. minerais - 1% a 7%
. resinas
. matérias colorantes
. vitaminas B1 e B2
. hormônios e enzimas

O pólen fresco tem uma densidade 0,7 que, depois de desidratado, se aproxima
de 0,65.

3. VALOR TERAPÊUTICO:

As ações do pólen sobre o organismo são assim classificadas:


. ação reguladora das funções intestinais;
. elevação da taxa de hemoglobina no sangue, em crianças anêmicas;
. ação preventiva em problemas de próstata e ovário;
. estimula e melhora a atividade cerebral;
. em animais, ativa a engorda, melhora a fecundidade e retarda o aparecimento
do câncer.

4. PRODUÇÃO DE PÓLEN:

As colmeias mais ricas em postura são as melhores produtoras de mel e,


consequentemente, de pólen.
Usar coletores apropriados e recolher a cada 2 dias.
A produção média por colmeia varia de acordo com a época do ano, com as
condições climáticas e com as floradas.
A carga transportada por uma abelha coletora pesa aproximadamente 15 mg e a
duração de um vôo de coleta dura de quinze minutos a mais de uma hora.

5. CONSERVAÇÃO DO PÓLEN:

É necessário preparar o pólen para uma boa conservação. Para isso, três
operações se sucedem: secagem, limpeza e armazenamento.

40
5.1. Secagem
Para que o pólen não perca qualidade é imperativo que se faça uma rápida
secagem artificial. A secagem é feita em bandejas, em camadas de menos de 1 cm de
espessura, em estufas especiais, com ar quente circulante, até níveis de 5% de umidade, a
uma temperatura de 40ºC a 45ºC, por 3 a 5 horas, até as bolinhas ficarem soltas.

5.2. Limpeza:
A limpeza consiste na retirada das impurezas para preservar a qualidade do
pólen (patas e asas de abelhas etc.).

5.3. Armazenamento:
O pólen limpo e seco pode ser guardado em recipientes como sacos plásticos,
latas ou outros recipientes, hermeticamente fechados. Conservar em local seco.

6. EMPREGO DO PÓLEN

O pólen deve ser consumido em estado natural, junto com mel ou açúcar, na
proporção de 50% a 100% de seu peso.
A dose normal é de mais ou menos 20 g por dia, para adultos, e 7 g por dia, para
crianças.
Uma colher de café, bem cheia, contém 8 gramas, uma colher de sopa, 24
gramas. O momento mais favorável para o consumo do pólen é pela manhã, antes do desjejum.

12. A CERA

1 - Origem

É a substância graxa secretada pelas glândulas ceríferas das operárias jovens.


As escamas de cera saem de entre os anéis do abdome. Recolhidas e moldadas pelas
mandíbulas das abelhas que as produzem, depois adicionadas de pólen e de própolis, as
lamínulas se transformam em uma maravilha de regularidade: o favo.

2 - Importância:

Nos tempos das colmeias fixas, a cera era um importante produto do apiário.
Posteriormente, com o uso de folhas inteiras de cera alveolada e o reemprego dos favos depois
da extração do mel, a produção de cera passou a equilibrar as necessidades do apiário ou a
superá-las ligeiramente.
Atualmente falta cera no mercado brasileiro e mundial. Como a demanda tem
crescido muito, a cera alcançou ótimo preço no mercado, estimulando a sua produção pelos
apicultores.

3 - Fatores que influenciam a produção:

A secreção da cera está sujeita à ação conjunta dos seguintes fatores:


a) presença de abelhas de 12 a 18 dias de idade.
b) temperatura de 33º C a 36ºC no rácimo de abelhas produtoras.
41
c) alimentação abundante. Para produzir 1 kg de cera as abelhas consomem de
10 a 12 kg de mel, dependendo da época do ano.
d) necessidades da colmeia.
No período de abundância, a secreção é ativa; em tempo de escassez, é nula.
Entretanto, as abelhas podem construir células e opercular suas larvas na ausência de mel,
empregando materiais procedentes dos favos existentes, razão do aparecimento de favos
recortados nas laterais dos ninhos, principalmente no outono e no inverno, em colônias com
baixa produção de mel ou com falta deste.

4 - Conseqüências:

A construção de favos cria dois problemas para o apicultor:


1º) Por um lado, necessita de favos puxados e nunca os tem sobrando. Deve-se induzir
a sua produção durante uma grande florada ou através da alimentação das colmeias.
2º) Por outro lado, a construção de um favo custa caro, uma vez que de 10 kg de mel
obtém-se 1 kg de cera. Logo, 1 kg de cera deveria valer dez vezes o valor de 1 kg de mel, o que
na realidade não acontece.
Importa, pois, recuperar o máximo possível de cera dos favos velhos, aproveitar
aquela dos opérculos e dar às abelhas lâminas alveoladas ou lisas, inteiras e bastante grossas,
para que elas possam construir usando mais a cera colocada pelo apicultor que transformando
o mel em cera de secreção.

5 - Produção de Cera no Apiário:

A partir dos opérculos obtém-se 1 a 1,5 kg de cera por 100 kg de mel


extraído. Os favos quebrados pelo centrifugador, os velhos reaproveitados e a raspagem das
colmeias e dos favos dão outro tanto.
O apicultor que deseja ganhar dinheiro com a produção de cera deve adotar
técnicas apropriadas de produção. Uma boa opção consiste em fornecer alimentação
energética, que pode ser o caldo de cana-de-açúcar ou garapa, para colônias fortes e estimulá-
las à produção de cera. Trabalha-se com colônias fortes, com mais de oitenta mil abelhas cada,
nas quais são colocadas até dez melgueiras e fornecida alimentação à vontade, de forma
individualizada, em alimentadores adequados. Nos quadros ou caixilhos das melgueiras são
colocadas apenas tiras de cera lisa ou alveolada para servirem de guias para a construção dos
favos. Depois de construídos, os favos são retirados e centrifugados ou recortados e
espremidos ou prensados. O mel obtido será fornecido como alimentação às colônias e a cera,
após ser derretida, será comercializada na forma de blocos de cera bruta.
A produção da cera no apiário independe da época do ano. São
necessários enxames fortes e alimentação à vontade.

6 - Composição:

A cera é uma mistura de ésteres, ácidos gordurosos, alcoóis superiores e


pelo menos um hidrocarboneto de alto peso molecular (elevado n.º de átomos de carbono).
A cera se funde a 62,5ºC.

7 – Empregos da Cera

A cera é empregada na composição de variados produtos e em diferentes


equipamentos, bem como para a proteção de diferentes equipamentos e utensílios usados pelo
homem, dentre os quais se destacam: velas, bonecas, lápis de cera, produtos
impermeabilizantes, cosméticos, batons, máscaras faciais, indústria de jóias, moldes dentários,
42
ingredientes para supositórios, emplastros, graxas, vernizes, misturas com querosenes para
pisos, encerar móveis e veículos, componentes eletrônicos, indústria de móveis, museus de
cera, indústria naval (cascos de navios), proteção de materiais bélicos (canhões, tanques de
guerra, etc.), artesanato, embalagens de licores (vedação das tampas), depilação, etc.

PRÓPOLIS

Calendário de Trabalho para Produção da Própolis de Alecrim do Campo – Baccharis


dracunculifolia

01. Localização do apiário:

No interior da mata, em área sombreada e fria o dia todo.

02. Características das Colônias para Produção:

a) Fortes, com mais de 80 (oitenta) mil abelhas;


b) Apiários com 25 a 30 colmeias cada;
c) Colmeias com telhado amplo, com beirais de 30 cm, para proteger a própolis da luz, do
sereno e das chuvas;
d) Usar alimentadores coletivos de alimento energético;
e) As colmeias não devem receber pintura.

03. Calendário de Produção:

a) No mês de setembro ou outubro – instalar os sarrafos ou calços de madeira (3x2x41 cm)


nas colmeias (“palitar”, sarrafear ou calçar as colmeias);
b) Colheita ou coleta da própolis
. Pequenos apicultores, com poucas colmeias (menos de 500) – a cada 3 ou 4 dias;
. Grandes apicultores 7 em 7dias, dependendo da disponibilidade de mão de obra (não deve
exceder este tempo, para preservar a qualidade da própolis).

04. Alimentação das colônias:


. Alimentação energética – até 3 litros por colmeia por semana. Não deixar o enxame
acumular alimento no ninho, pois irá restringir a área de postura da rainha e a coleta de
própolis diminui;
. Alimentação protéica – milho + soja (2:1), finamente moídos ou micronizados, quando as
abelhas começarem a coletar (Disponibilizar o alimento e observar se as abelhas estão
coletando).

05. Colheita da Própolis:


. Usar faca de aço inoxidável e caixa de papelão não reciclado ou outra vasilha apropriada,
que não comprometa a qualidade da própolis.
Ob.: As tiras de própolis não devem ser amassadas ou emboladas, para não perderem
valor comercial.

06. Limpeza:
A limpeza consiste em separar todas as impurezas ou substâncias estranhas à própolis
como pedaços de madeira, tintas, folhas, pedaços de abelhas etc.

07. Seleção:
A seleção é feita pela cor: ultra verde, verde, Brown e blend. A mais valorizada
comercialmente é a próplis ultra verde.
43
08.Classificação:
A classificação é feita de acordo com o tamanho.
09. Acondicionamento:
O acondicionamento deve ser feito em caixas de papelão não reciclado com capacidade
para 5 kg e 10 kg.

10. Armazenamento:
O armazenamento deve ser feito em geladeira, temperatura de 6 º C a 8º C ou em freezer, à
temperatura de –5º C.

11. Período de Produção:


. A própolis é produzida de setembro/outubro até maio.

12. Produção de Mel ou Alternância de Manejo:


. Junho – “despalitar” as colmeias e “limpar” as melgueiras, ou seja, retirar os calços ou
palitos e colher o mel, que não deve ser comercializado e sim reservado para alimentação
de enxames fracos ou para os demais, no período de produção de própolis. Este mel não
tem qualidade nem valor comercial, por ter sido produzido a partir de xarope de açúcar ou
açúcar invertido produzido pelo apicultor ou adquirido de indústria açucareira, conhecido
com o nome comercial de Glodex ou Gludex.
. Julho a setembro – produção de mel.

. Em alguns municípios do estado de Minas Gerais existem apicultores que estão efetuando
a poda do alecrim antes dele iniciar a florada, conseguindo produzir a própolis verde durante
todo o ano.

FLORA APÍCOLA

Introdução
A seguir, estão listadas algumas plantas de interesse apícola, que ocorrem em várias
regiões do Brasil, consideradas importantes como fontes de néctar, matéria-prima para a
produção do mel, e de pólen, matéria prima para a produção da geleia real e do quilo,
importantes e imprescindíveis alimentos da rainha e das larvas de abelhas. Muito embora os
apicultores tenham os seus olhos voltados, quase sempre, para plantas como o assa-peixe, a
laranjeira e os eucaliptos, que lhe proporcionam polpudos retornos financeiros da
comercialização do mel, plantas como o picão, o macaé, a serralha, a mostarda e tantas outras,
consideradas insignificantes por existirem em pequena quantidade, são as que sustentam a
indústria apícola. São elas que mantêm as colônias de abelhas ao longo do ano, nas fases mais
críticas, uma vez que o excedente de mel das grandes floradas é sempre colhido e
comercializado pelo apicultor.
É importante que o apicultor seja sempre um observador constante da natureza e
de suas colmeias, para evitar a perda de colônias por falta de alimento. A observação
constante, em revisões mensais, é que vai mostrar-lhe o momento certo de alimentar as
famílias de abelhas, orientando-o, também, sobre a composição ou a recomposição da flora
apícola. Os favos de crias devem conter mel e pão de abelha (pólen) para a alimentação das
larvas. Caso falte néctar ou pólen ou as suas fontes estejam muito distantes das colmeias (as
abelhas coletam a até 3 km), os enxames deslocam-se para locais onde exista abundância
destes alimentos. É comum verificar colmeias abandonadas, contendo grandes suprimentos de
mel e abundância de crias mortas, mas, sem nem um pouco de pão de abelha. Em casos
assim, o que faltou foi atenção do apicultor, a quem coube o prejuízo, uma vez que a falta de
pão de abelha, caso tivesse sido observada em uma rápida revisão, poderia ter sido suprida
44
com o fornecimento de um substituto do pólen como o polvilho de mandioca, ou o amido de
milho, fornecido através do fubá fino de milho, entre outros, evitando-se a migração dos
enxames e a conseqüente mortalidade das crias.

PLANTAS DE INTERESSE APÍCOLA, COMO FONTES DE


NÉCTAR E/OU PÓLEN

NÉCTAR PERÍODO
NOME COMUM
NOMECIENTÍFICO (% açúcar) PÓLEN FLORESCIM.
Abacateiro Persea gratíssima -
Gaertn 26 a 44% Ago-Set
Abóbora, Cucurbita maxima x x
moranga Duchesne
Alecrim Baccharis x x
dracunculifolia Set-Nov
Amor- Antigonon 28 a -
agarradinho leptopus Hook-Arn 40% Ano todo
Angico Piptademia rigida x x
Benth Março
Angico Pithecelobium x x
rajado incuriale Benth Set-Out
Aroeira Lithraea x x
branca molleoides Engl. Ago-Out
Aroeira Lithraea x x
brasiliensis Abr-Mai
Astrapeia Dombeya wallichii 8a x
Benth-Hook 28% Junho-Ago
Assa-peixe Vernonia 43 a -
polyantes, Less 56% Jun-Ago
Barbatimão Stryphno dendron x
spp Outubro
Bilosca, Shizolobium 29% x
Guapuruvu excelsum Set-Nov
Boldo do Peumus boldus x -
Chile
Braquiária Brachiaria x
decumbens Dez-Mar
Brócoli- Brassica 28 a -
couve oleraceae 30% Jun-Set
Cabeluda Myrciaria x x
ou Cabeludinha glomerata Berg Out-Nov
Café Coffea arabica 27 a x
Linn 35% Ago-Out
Cambuí Piptadenia - x
contorta Benth Set-Nov
Carambola Averrhoa 18 a -
carambola, Linn 25% Jan-Fev
Casuarina
Camboatá Cupania vernalis, 38% -
45
Cambess Jul-Ago
Cipó-uva ou Enterobium 28 a -
Timbó timbouva 33% Set-Out
Chuchu Sechium edule L. x x
Congonha Ilex theezans, 38 a x
mart. 40% Out-Nov
Cosmos Comos bipinnatus x x
Mar-Ago
Eucalipto Eucalyptus - -
torreliana Ano todo
Eucalipto Eucalyptus 38 a x
robusta robusta 45% Jan-Jun
Eucalipto Eucalyptus saligna 35 a x
saligna 40% Mar-Set
Eucalipto Eucalyptus alba 35 a x
alba 45% Fev-Abr
Eucalipto Eucalyptus 15 a x
citriodora 35% Outubro

Eucalipto Eucalyptus 25 a x Agosto


tereticornis 30%
-
Feijão guandu Cajanus indiaes Spreng x Abr-Out
Feijão fava Phaseolus lunatus x - Abril
Fumo bravo, Louro -
do Brejo, Chordia Mai-Jun
Cascudinho trichotoma x

Girassol Helianthus annuus Linn x x Dez-Fev

Goiabeira Psidium guajava, L. 28% x Novembro

- x Dez.
Grama de jardim a fevereiro

Ingá mirim Inga marginata - x Ago-Set

Jaboticabeira Myrciaria cauliflora Berg x - Ago-Out

Jacaré Piptademia communis x x Jan-Março


Benth

Jamelão Phillocalyx laevigata - x Nov-Dez

Laranjeira Citrus Aurantium, L. 15% x Ago-Set

Leucena Leucaena glauca Benth x x

Limoeiro Citrus aurantifolia Swingle x x Ago-Set

Limoeiro Citrus limonum Risso x x


Macaé, Rubim, Erva

46
de macaé, amor Leonurus sibiricus
deixado, pasto de x - Ano todo
abelha, juliana,isopo
Magnolia x
grandiflora Lin. x
Magnólia Magnolia pumila x x
Andr.
-
Mamica de porca Zanthoxylum rhoifolium 31% Dez-Janeiro
Lan

Mamoninha ou Escallonia montevidensis x -


Canudo de pito DC x - Set—
Cassia laevigata Willd Jan
Mandioca, Manihot utilissima x -
macaxeira Pohl
ou 15% - Set
Aipim Mangifera indica
Mangueira Linn

Vara de Solidago chilensis, 20 a x Jan-


foguete Meyen 28% Abr
Melancia Citrullus vulgaris x x Ano
Shrad todo
Melão Cucumis mellon x x
Mexerica ou Citrus reticulata 15% x Ago-
tangerina Blanco Set
Milho Zea mays, Linn - x Out-
Dez
Mostarda Brassica juncea x x Mai-
Ago
Nespereira Eriobotrya x x Ago-
japonica Set
Oiti Moquilea x x Jul-
tomentusa Ago
Ora-pro- Peresskia x x
nobis aculeata Mill
Pauzinho Hovenia dulcis 28% - Dez-
doce,Tripa de Fev
galinha ou uva do
Japão
Paineira, Chorisia speciosa x x Fev
Barriguda
Pau Brasil Caesalpinia x x Set-
echinata Nov
Pau d’óleo Copaifera x x
langsdorfü
Picão Bidens pilosa 24% x Irreg
ular
Pitanga Stenocalyx 40% x Jul-
Michelii Ago
Sangra Croton urucurana x Dez-

47
d’água Jun
Sansão do x Jun-
campo Set
Serralha, Sonchus x x
serralhinha oleracens L.
Sibipiruna Caesalpinia pelto- 47 a - Set-
phoroides 50% Out
Soja Glycine hispida x - Out-
Max Dez
Sucupira, Ormosia coccinea x x
sicupira
Tangerina Citrus sinensis x x Ago-
Pers Set
Unha-de- Bauhinia forticata x - Jan-
vaca Fev
Vassoura Baccharis 25 a x Abr-
dracunculifolia 35% Jun
Vinhático Platymenia x -
reticulata

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48
MAGNÍFICA ABELHA
Treinamentos e Serviços em Apicultura
Florestal – MG - Brasil

49
OFICINA
DAS ABELHAS

A ARTE DE PRODUZIR

Prof. Hélio da Silva

Zootecnista

2020

50

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