Você está na página 1de 5

AS PESQUISAS DETERMINAÇÂO DAS CASTAS NO GENERO

MELIPONA.
Recentemente na busca de Harold Brand – Biólogo – Meliponicultor – consultor
literatura sobre as abelhas ASF da APA.
nos arquivos de museu
Pertencem ao gênero Melíponas abelhas
americano “ AMERICAN
exclusivamente neotropicais e o Brasil o pais grande
MUSEUM OF NATURAL
privilegiado pelo maior número de espécies.
HISTORY” dois trabalhos
encontrados chamaram a Dentro desse gênero para efeito do mecanismo da
atenção; “Stinglless bees of the determinação genética das castas é dividido em dois
western hemisphere” de grupos, bi fatorial e tri fatorial.
autoria Herbert Schwartz e o
outro “Estudos sobre o gênero Bi fatorial quando as castas do sexo feminino, operárias
Melípona” do nosso e rainhas são determinadas por dois pares de genes
pesquisador, Warwick Kerr. limitado ao sexo e tri fatorial quando intervém 3 pares.
Apesar de antigos, as No primeiro caso representantes desse gênero são as
informações contidas, podem abelhas pequenas, o exemplo, a manduri e as grandes.
ajudar em muito os As trifatoriais são as melíponas como as uruçus
meliponicultores no manejo (mandaçaias, guaraipo, boca de renda e outras.)
das colônias desse gênero.

Os conteúdos analisados, podem


orientar o meliponicultor a tirar
proveito práticos se aplicados nos
manejos de suas abelhas deste gênero
do seu meliponário. As pesquisas
desses trabalhos nos revelam qual a
época do ano que nascem mais
princesas, a época da formação dos
zangões. São conhecimentos
importantes se aplicados nas divisões
das colônias e que certamente
proporcionarão maiores sucessos no
manejo.

Relação entre o número de


nascimentos, operarias e
princesas
Os trabalhos do Kerr demostram dois
mecanismos genéticos ligados a
herança limitada ao sexo na formação
No alimentador coletivo os exemplos: a melípona
das castas rainhas e operárias, um
grande a bugia ao lado da menor a manduri.
deles, ocorre nas melíponas menores
(manduri) e outro nas maiores (as Nelas a diferenciação entre as castas femininas
uruçus como as mandaçaias, guarapu, acontecem dois mecanismos genéticos distintos
fasciatas e outras)
AS MANDURIS
As Bi fatorais, as melíponas pequenas.
As manduris, melíponas menores No gametograma para as abelhas bi fatoriais proposto por
são ditas bi fatoriais uma vez que Kerr, a proporção teórica de nascimento nas fêmeas é de 3
na formação de rainhas e operárias para 1 princesa.
operárias intervêm dois fatores
genéticos. O gametograma Ele para constatar essa proporção na pratica, retirou
postulado por Kerr prevê uma dezenas de discos e abriu os alvéolos ou ainda esperou o
relação no nascimento de 3 nascimento no laboratório para identificar as castas.
operárias para 1 rainha.

Realmente, as contagens feitas


no nascimento ou na fase de
pupa nos discos de cria em
dezenas de famílias confirmou
essa proporção com pequenas
variações. O resultado final das
contagens revelou que em cada
100 nascimentos de fêmeas
nascem 25 princesas para 75
operárias.

Observou também que essa


proporção é correta quando
ocorre nos meses que vão de
setembro a abril.

Nos meses compreendidos entre


maio a agosto ocorre uma queda
brusca, a relação chega a ser de 6
a 7 princesas para 93 a 94
operárias. Um exemplo, a gravura mostra o disco de cria e os pontos
vermelhos assinalam o local onde foram identificadas as
Nota, Como a população das princesas.
Melípona marginata são
pequenas, a observação e a Outro fato interessante desse método de identificação da
contagem se tornam fácil célula alveolar onde a princesa se desenvolve, prova que a
principalmente porque as localização é aleatória, a posição no disco de cria é ao acaso
princesas costumam ocupar a não há qualquer preferência ou agrupamento na postura.
posição superior da colmeia local
de fácil acesso para observação. É fácil a identificação das
castas femininas na fase de
Na pratica deveríamos observar
pupa. Basta abrir os
mais princesas já que seu número
alvéolos e observar o
no nascimento é elevado,
tamanho da cabeça e dos
entretanto muitas são mortas
olhos. Os da princesa é
logo após eclodirem. Fato que
menor
levou o pesquisador levar para o
laboratório os discos de cria
nascentes e abrir os alvéolos para
identificar e realizar a contagem.
AS “URUÇUS”

As trifatorais, as melíponas maiores


A literatura costuma tratar as Na figura abaixo uma amostra de disco de cria nascente,
melíponas maiores pelo termo de Melipona quadrifasciata anthidioide nele, os alvéolos
genérico de uruçu, como alguns assinalados por pontos vermelhos continham rainhas e os
exemplos temos a uruçu demais, operarias
nordestina, a mandaçaias, a bugia
a ebúrnea e muitas outras.

Kerr para estabelecer a


proporção entre as castas
manejou principalmente as
espécies, M.quadrifaciata
anthidioides, M.bicolor schecki
, para estabelecer as relações
numérica entre as castas
femininas.

Pelas suas inúmeras contagens


nos discos de cria nascentes,
chegou a estabelecer a proporção
de 7 para 1 ou seja, em cada 100
fêmeas obteve a relação
numérica de aproximadamente,
Para a contagem os alvéolos foram desoperculados e as
87 operárias para 13 princesa.
pupas identificadas, o resultado observado foi a proporção
Observou também que essa de 7 operarias para 1 rainha. Proporção 7 ;1.
proporção ocorre nos meses que
vão de setembro a abril.

Nos meses compreendidos entre


maio a agosto sobrevém uma
queda brusca do número de
princesas ao ponto de a relação
passar a ser de 6 a 7 princesas
para 93 a 94 operárias.

Para explicar a diminuição de


nascimento de princesas foram
aventadas várias hipóteses pelos
pesquisadores da época para
identificar os fatores que Reconhecimento das castas abrindo os alvéolos e
interferem nas mudanças das examinando as pupas.
proporções, mais nenhuma delas
Nota: a pupa que dará origem a princesa tem tamanho dos
chegou a ser conclusiva.
olhos diminuto. Após a eclosão as operárias tem cores mais
vivas e a rainha abdômen mais escuro.
OS LEGADOS DEIXADOS POR ESSSES PESQUISADORES
ABAIXO O RESUMO DO APRENDIZADO DEIXADO, QUE BEM APLICADOS PODEM MELHORAR O
MANEJO DAS NOSSAS ABELHAS DO GÊNERO MELIPONA.

1- A FORMAÇÂO DAS PRINCESAS NÃO É UM PROCESSO CONTINUO

Geram mais princesas entre os meses compreendidos entre setembro a abril.

2-NãO EXISTE UM LOCAL ESPECÍFICO NO DISCO DE CRIA ONDE SE FORMAM AS PRINCESAS

Os alvéolos onde estão se desenvolvendo as futuras princesas é completamente aleatório no


disco de cria.

3-SÃO DOIS OS MECANISMO GENETICOS NA DETERMINAÇÃO DAS CASTA PRINCESA E


OPERÁRIAS

Nas melíponas pequenas formam mais rainhas do que nas melíponas grandes, nas primeiras o
processo é regido por dois pares de genes limitados ao sexo, nas grandes por três o que
justifica a diferença entre as duas classes na quantidade numérica de princesas

4-AS ABELHAS ELIMINAM MUITAS PRINCESAS NO NASCIMENTO OU LOGO APÓS.

Explica o fato de formarem muitas mas avistamos poucas ao maneja-las. Fica uma dúvida não
esclarecida pelos ilustres pesquisadores, a morte de muitas princesas pelas operárias seria um
mecanismo de seleção por parte das abelhas? Se afirmação for positiva, ou seja, deixam
sobreviver as mais aptas, nesse caso devemos admitir que os enxames naturais são melhores
geneticamente do os feitas pelo meliponicultor?

OS ZANGÕES

É notório que os números de zangões no transcorrer do ano é descontinuo, em algumas


épocas podemos aprecia-los em grande quantidade em outras praticamente ausentes. A sua
formação é um processo irregular, o mecanismo é complexo pois além da rainha eles podem
ser gerados também por algumas das operarias. Lembrando ainda que o zangão para se tornar
macho fértil deve sair da colmeia para desenvolver a sua sexualidade e nos meses frios sem
abrigo das colmeias a pressão seletiva é maior, só os bons sobrevivem, são verdadeiros
mártires da seleção genética.

Von Ihering postulava que a época da formação de princesa e zangão na mesma colmeia não
coincide, o que, inviabiliza o cruzamento consanguíneo. Esse posicionamento do pesquisador
explicaria a dificuldade de criação das abelhas não endêmicas. Justificaria a razão porque os
meliponicultores não conseguem manter abelhas exóticas da sua região quando introduzem
uma ou poucas famílias pela impossibilidade no decorrer do tempo a colmeia substituir a
rainha fisiogastrica.

PORTANTO, É DE BOM ALVITRE PARA O MELIPONICULTOR QUE PRETENDA INTRODUZIR


UMA ESPÉCIE EXÓTICA INICIE O SEU PROJETO COM MUITAS FAMÍLIAS E DE TEMPO EM
TEMPO TROQUE DISCO DE CRIA COM OUTRO MELIPONICULTOR QUE TENHA A MESMA
ESPÉCIE.

Você também pode gostar