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Disciplina: Série: Trimestre: Data: D01 Analisar a importância do

Estudo conhecimento geográfico na


3º interpretação do mundo. D12
Orientado -
Relacionar a dinâmica do meio físico
geografia (relevo, clima, vegetação, hidrologia e
solos) com as transformações do
espaço geográfico
Aluno(a):

[Texto 1]
A FORMAÇÃO DO AQUÍFERO
Há cerca de 150 milhões de anos, nossa região era um enorme deserto. Um intenso
vulcanismo provocou o derramamento de lavas, cobrindo a maior parte de suas areias.
Ao se resfriarem, as lavas se solidificaram formando uma rocha dura chamada
basalto.
O peso do basalto compactou e agregou as areias do antigo deserto até formar uma
rocha porosa chamada arenito. O arenito ficou comprimido debaixo do basalto,
restando apenas algumas bordas descobertas, denominadas áreas de afloramento ou
de recarga. Por ali, as águas das chuvas passaram a penetrar lentamente no antigo
deserto ao longo de milhões de anos, formando o reservatório de águas subterrâneas
chamado Aquífero Guarani.
DEPARTAMENTO de Águas e Esgoto de Ribeirão Preto. De onde vem a água que bebemos.
Disponível em: <http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/daerp/i04deondevem.php>. Acesso em: 5
ago. 2018

[Texto 2]
O AQUÍFERO GUARANI
O Aquífero Guarani é a principal reserva subterrânea de água doce da América do Sul
e um dos maiores sistemas aquíferos do mundo, ocupando uma área de mais de 1
milhão de km2, que abrange o território de quatro países da América do Sul: Brasil,
Paraguai, Uruguai e Argentina. No Brasil, esse aquífero se estende pelo subsolo de
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio
Grande do Sul e Santa Catarina.
Esse aquífero é uma importante reserva para o abastecimento da população e o
desenvolvimento de atividades econômicas. Do total de sua recarga natural de 160
km2/ano – que se dá principalmente em função das chuvas –, 40 km2/ano podem ser
explorados sem riscos, ou seja, sem comprometer os recursos do sistema aquífero.
Em sua área de recarga, que é por onde a água infiltra, encontra-se a maior parte dos
poços. Por ser a área mais vulnerável, são necessários programas de planejamento e
gestão ambiental para evitar a contaminação da água subterrânea e a exploração
excessiva do aquífero, ou seja, acima de sua capacidade de renovação. Entretanto,
essas águas, em geral de boa qualidade para o abastecimento público e outros usos,
têm tido uma exploração muito intensa.
Em 2 de agosto de 2010, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai assinaram um acordo
sobre o Aquífero Guarani, por meio do qual esses países se comprometeram a utilizar
seus recursos de forma racional e sustentável, de modo a não causar prejuízos aos
demais países nem ao meio ambiente. Além disso, o documento determina normas
para o desenvolvimento de ações de conservação do aquífero, respeitando o domínio
territorial de cada parte envolvida sobre as porções do aquífero.

[Texto 3]
O QUE FAREMOS COM O AQUÍFERO GUARANI?
Para alguns estudiosos o maior manancial de água doce subterrâneo do planeta.
Descoberto em 1996 pelo geólogo uruguaio Danilo Anton, é uma dádiva
eminentemente “Mercosulina”, pois está localizado em Brasil (69%), Argentina (21%),
Paraguai (5%) e Uruguai (5%).
Com área total de 1,2 milhão de km² e capacidade de abastecer 400 milhões de
pessoas, os 840 mil km² brasileiros espalham-se por oito estados das regiões Sul,
Sudeste e Centro-Oeste. Seria de grande importância para a estratégia futura do País,
certo? Não muito.
Há décadas, grandes conglomerados multinacionais se interessam em explorar
trechos do manancial que atendem às suas posições logísticas e produtivas.
Preocupados, em 2003, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Banco
Mundial criaram um fundo de apoio para Proteção Ambiental e Desenvolvimento
Sustentável, e nele incluíram o Aquífero Guarani.
Recentemente, na levada que a política neoliberal sugeria no passado, agora
oficializada [...] alguns departamentos e técnicos da Agência Nacional de Águas
(ANA), sob condição de anonimato, têm revelado a presença do aquífero em lista dos
bens públicos privatizáveis.
[...] Em encontros reservados, o presidente [...] e grandes empresários discutem incluir
concessões de até mais de 100 anos para exploração do Aquífero Guarani, dentro do
Programa de Parceria e Investimento (PPI) do novo governo da velha camarilha.
Nestlé e Coca-Cola estão na parada. Resta conhecer a posição do Ministério do Meio
Ambiente [...].
Fonte: DAHER, Rui. O que faremos com o Aquífero Guarani? Carta Capital, 25 out.
2016. Disponível em: <www.cartacapital.com.br/economia/o-que-faremos-com-o-
aquifero-guarani>. Acesso em: out. 2018.

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