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NATAL/RN
2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Natal/RN
2011
Agradecimentos
Gostaria de agradecer em primeiro lugar a Deus, que me deu força e esperança
nesses anos de labuta, aos meus pais Cláudio e Célia, meu irmão Teorge (Téo), minha
avó Maria e minha esposa Alynne, por todo amor a mim dedicados.
Agradeço também a CAERN por propiciar a oportunidade de participar do
projeto que deu início a este relatório, a FUNPEC pelo apoio financeiro, ao
Departamento de Geologia da UFRN, como também a todos os professores pelos
conhecimentos repassados nas aulas e em especial ao professor Dr. José Braz Diniz
Filho pela orientação e apoio no relatório, e ao professor Dr. Vanildo Pereira da
Fonseca, pelas orientações sobre a geologia da área.
Agradeço aos meus amigos Shau, Dayvison Bruno (P. loira), Thiago Aquino
(Ceará), Polegar (Diego D’ávila), a Gorda (Lucas), Vitor Marcolan (Vitão), Negão
(Gerson Romano), Arthur Torres e Thales pelos momentos de estudo e também de relax
durante as cachaças e aulas de campo.
Agradeço em especial ao meu grande amigo e padrinho de casamento Luiz
Gustavo por todos os momentos vividos nesses longos anos de curso, todos os
trabalhos, seminários, relatórios, campos que participamos juntos, sem falar de todos os
dias de trabalho no IDEMA e do auxílio neste relatório.
Apresentação
O presente relatório é parte dos requisitos curriculares necessários à obtenção do
grau de Geólogo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Compõe-
se por sete capítulos, além de anexos (mapas geológicos, geomorfológicos e localização
dos poços). São apresentados os principais aspectos hidrogeológicos básicos de uma
área situada no limite entre Natal e Parnamirim/RN, litoral oriental do Rio Grande do
Norte, na qual parte do trabalho foi realizado durante o desenvolvimento do projeto
“Caracterização da potencialidade hidrogeológica da área do Centro de Lançamentos da
Barreira do Inferno-CLBI e adjacências, Parnamirim-RN”. Este projeto foi realizado
pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN, Companhia de Águas e
Esgotos do Rio Grande do Norte-CAERN, e financiamento através da Fundação Norte-
riograndense de Pesquisa e Cultura-FUNPEC, através do convênio
FUNPEC/UFRN/CAERN. Este relatório, portanto, inclui dados obtidos do referido
projeto.
Resumo
O presente relatório dá enfoque aos os principais aspectos hidrogeológicos
básicos de uma área situada no limite entre Natal e Parnamirim/RN, litoral oriental do
Rio Grande do Norte. A área abrange os municípoios de Natal, Parnamirim e Nísia
Floresta e apresenta aproximadamente 15 km². A geologia da área é constituída por
rochas do embasamento pré-cambriano (não aflorante), materiais sedimentares
sedimentares mesozóicos e cenozóicos terciários e quaternários. O seu relevo pode ser
dividido nas seguintes unidades morfológicas: Tabuleiros costeiros, Dunas, Vales
fluviais, Zona de praia, Beach rocks e Falésias, embora se destaquem os tabuleiros
costeiros. A região em estudo é caracterizada hidrogeologicamente, pelo sistema
Aqüífero Dunas/Barreiras que constitui o principal reservatório de água subterrânea do
litoral oriental do Rio Grande do Norte, ao qual abastece grande parte dessa região. Sua
litologia é composta por arenitos com intercalações argilosas e espessuras que vão de 40
a 110 m. De acordo com interpretações nas seções hidrogeológicas observou-se que as
espessuras saturadas do Aqüífero Barreiras variam entre 60 e 90 m. De acordo com
dados do cadastro realizado em 17 poços tubulares e 12 piezômetros, a profundidade
dos poços produtores varia de 65,1 m (P28) a 110 m (P17), com diâmetros entre 6” e 8”,
com vazões explotadas que variam de 7,9 a 90 m³/h e nível estático variando de 6 a
34,33 m. Os parâmetros hidrodinâmicos do Aqüífero Barreiras são os seguintes:
Condutividade hidráulica (K) = 3,58x10-5 m/s, Transmissividade (T) = 1,73x10-³ m2/s e
Porosidade específica (Sy) = 11%. As reservas reguladoras foram estimadas em 1,75
milhões de m³/ano, enquanto que o volume d’água infiltrado é de aproximadamente 3,1
milhões m³/ano. Os valores referentes aos recursos explotáveis do Aqüífero Barreiras
giram em torno de 2,43 milhões m³/ano e as reservas permanentes são de 75,6 m³/ano.
Introdução ............................................................................................................. 1
Justificativa ....................................................................................................... 1
Localização e vias de acesso............................................................................. 1
Metodologia de Trabalho .................................................................................. 2
Clima................................................................................................................. 5
Balanço Hídrico Regional-Método de Thornthwaite........................................ 5
Vegetação ......................................................................................................... 6
Relevo ............................................................................................................... 7
Hidrografia ........................................................................................................ 7
Unidade Pré-Cambriana.................................................................................. 10
Unidade Mesozóica ........................................................................................ 10
Unidade Cenozóica ......................................................................................... 10
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1- MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................... 2
FIGURA 2 - FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA DE TRABALHO ....................................................................................... 3
FIGURA 3 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO NAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO RN .......................................... 8
FIGURA 4 - COLUNA ESTRATIGRÁFICA DA REGIÃO ESTUDADA (DINIZ FILHO ET AL, 2009). .............................................. 9
FIGURA 5 - MAPA GEOLÓGICO DA ÁREA DE ESTUDO. .............................................................................................. 12
FIGURA 6 – ESQUEMA DO AVANÇO DOS SEDIMENTOS EÓLICOS PROPORCIONADO PELA AÇÃO DOS VENTOS ........................ 14
FIGURA 7 - MAPA GEOMORFOLÓGICO DA ÁREA DE ESTUDO. .................................................................................... 17
FIGURA 8 - FALÉSIAS DA BARREIRA DO INFERNO ..................................................................................................... 20
FIGURA 9 - ESQUEMA DA DISTRIBUIÇÃO DAS ÁGUAS NO SOLO; EM DESTAQUE A ZONA SATURADA (PORÇÃO INFERIOR) E A ZONA
DE AERAÇÃO (PORÇÃO SUPERIOR). ............................................................................................................ 23
FIGURA 10 – ESQUEMA DOS TIPOS DE AQUÍFEROS; 1 – ÁREA DE RECARGA DO AQUÍFERO CONFINADO; 2 – POÇO DE CAPTAÇÃO
COM SEÇÃO FILTRANTE NO AQUÍFERO SEMICONFINADO; 3 – PORÇÃO DO AQUÍFERO LIVRE COM SEMICONFINAMENTO
SECUNDÁRIA AFLORANDO NA SUPERFÍCIE DO TERRENO GERANDO UMA FONTE DE ÁGUA; 5 – POÇO DE CAPTAÇÃO
JORRANTE COM SEÇÃO FILTRANTE NO AQUÍFERO CONFINADO; 6 – FALHA QUE POSSIBILITA FLUXO ASCENDENTE
ALIMENTANDO O AQUÍFERO LIVRE; 7 - POÇO DE CAPTAÇÃO COM SEÇÃO FILTRANTE NO AQUÍFERO LIVRE,
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - PARES DE COORDENADAS QUE DELIMITAM A ÁREA DE ESTUDO .................................................................... 1
TABELA 2 - BALANÇO HÍDRICO MENSAL PARA A ÁREA DE NATAL E ADJACÊNCIAS. MÉTODO DE THORNTWAITE. DADOS DE
PRECIPITAÇÃO MÉDIA: 1911-2000; DADOS DE TEMPERATURA E ETP: 1960-1990.DE DINIZ FILHO, ET AL, 2009 ....... 5
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO BALANÇO HÍDRICO PARA A ÁREA DE NATAL E ADJACÊNCIAS ..... 6
GRÁFICO 2 - CURVA DE CAMPO AJUSTADA À CURVA TEÓRICA - MÉTODO NEUMAN ....................................................... 51
Nascimento, T. A. F.
I NTRODUÇÃO
J USTIFICATIVA
Situada próxima ao bairro de Ponta Negra, zona sul de Natal, capital do estado do Rio
Grande do Norte, a região estudada abrange um contexto considerado de grande importância
como fonte alternativa para um futuro complemento ao abastecimento de água da região sul
de Natal. Isto porque se trata de uma área protegida dentro dos parâmetros geoambientais em
geral, e daqueles relacionados ao manancial hídrico subterrâneo, em particular. A região sul
da capital potiguar é abastecida atualmente pelo sistema de captação do Jiquí (águas
superficiais e subterrâneas), que encontra-se com o limite de explotação em níveis
prudenciais.
Portanto, este estudo poderá servir como ferramenta auxiliar na tomada de decisões
sobre o abastecimento de água desta região do município de Natal, visando uma possível
explotação futura da área em apreço.
A área em estudo se encontra no litoral oriental do Rio Grande do Norte, setor sul de
Natal, no limite com o município de Parnamirim/RN (Figura 1). A área abrange os municípios
de Natal, Parnamirim e Nísia Floresta, sendo delimitada pelos paralelos 5°52’S e 5°57’S e
meridianos 35°8’W e 35°12’W, em coordenadas UTM representados pelos pares de
coordenas (Tabela 1), e inserida na carta topográfica da SUDENE Natal-SB-25-V-C-V (escala
de 1:100.000). A área estudada, apresenta aproximadamente 15 km², e sua linha de costa
conta com cerca de 5km de extensão. O acesso principal é feito pela RN-063 conhecida por
Rota do Sol, que liga Natal às praias do litoral sul do Estado. Ainda é possível o acesso a
região por meio da RN-313, que liga a BR-101 a RN-063 nas imediações do distrito de Pium,
Parnamirim.
Pontos X Y
1 262210 9350241
2 262210 9340199
3 255420 9340199
4 255420 9350241
TABELA 1 - PARES DE COORDENADAS QUE DELIMITAM A ÁREA DE ESTUDO
1
Nascimento, T. A. F.
A metodologia adotada neste estudo envolveu três etapas distintas, que serão descritas
a seguir (Figura 2). Na etapa inicial, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, em conjunto
com a coleta de dados e a composição de uma base de dados georreferenciada preliminar com
auxílio de carta topográfica e produtos digitais oriundos de sensores orbitais; a etapa seguinte
constou de trabalhos em campo, para um melhor entendimento da geologia integrada à
hidrogeologia local; e na última etapa, os dados obtidos nas etapas anteriores foram
processados, analisados e integrados, para confecção deste relatório.
2
Nascimento, T. A. F.
P R I ME IR A ETAPA
No início dos trabalhos, foi dada prioridade a pesquisa das mais diversas bibliografias
existentes, sejam estas com foco na área de estudo e características similares ao que é
abordado neste relatório, ou de enfoque generalizado sobre geologia, hidrogeologia,
geomorfologia, entre outros temas. Também foram utilizadas informações extraídas da carta
topográfica da SUDENE, Natal-SB-25-V-C-V (escala de 1: 100.000) na qual a área de estudo
está inserida. Foi conduzida também a pesquisa em artigos científicos, levantamento de dados
sobre a região em estudo, consulta em livros especializados em hidrogeologia e no relatório
técnico do projeto FUNPEC/UFRN/CAERN, o qual fundamentou este relatório de graduação.
Entre as principais informações extraídas do referido projeto, temos aquelas referentes aos
dados cadastrais, obtidos dos poços da região fornecidos pela CAERN.
3
Nascimento, T. A. F.
SEGUNDA E TA P A
T ER C E IR A E TA P A
Na última etapa, foram utilizados os dados coletados nas etapas anteriores de forma a
permitir uma caracterização e uma interpretação hidrogeológica. Para sua realização foram
analisados dados de sondagem e dos poços da região, juntamente com dados cadastrais,
gerando como produto, perfis e seções tanto geológicas como hidrogeológicas. Também foi
realizado o processamento dos dados de gabinete e coletados em campo. Foram utilizados
diversos programas computacionais, que possibilitaram a armazenagem e tabulação dos dados
em tabelas, elaboração de gráficos, a criação de figuras e geração de diversos mapas.
Desta forma, a partir da aplicação das informações adquiridas e a integração de todos
os dados, foi possível a estruturação deste relatório.
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Nascimento, T. A. F.
A SPECTOS F ISIOGRÁFICOS
C LIMA
A área em estudo apresenta clima do tipo As’, classificado como tropical chuvoso
quente com verão seco, segundo a classificação de W. Köppen. Caracteriza-se principalmente
por apresentar uma estação chuvosa que é evidenciada entre os meses de fevereiro a julho, e
uma estação seca, com sua estiagem mais forte entre outubro e dezembro. (VIANELLO &
ALVES, 2000).
Segundo dados da EMPARN - Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do
Norte, os ventos na região tem direção predominante SE, a temperatura média anual oscila em
torno de 26,8°C, com uma insolação anual média de 2.954 horas, umidade relativa do ar em
torno de 75% e índice pluviométrico anual da ordem de 1.562,6 mm/ano (DINIZ FILHO, et
al., 2009).
Diniz Filho, et al, 2009, afirma que a partir dos dados de precipitação e
evapotranspiração potencial da cidade de natal, obtidos junto a EMPARN para o período de
1911 a 2000, com exceção do intervalo entre os anos de 1977 a 1983, foi realizado o balanço
hídrico de Thornthwaite, exposto na Erro! Fonte de referência não encontrada.. Já para os
dados de temperatura mensal, foram considerados o período entre 1960 e 1990.
Através do método de Thornthwaite, foi possível obter valores mensais de
evapotranspiração real, cuja média anual é de 1.081,14 mm/ano, com um déficit de 471,91
mm/ano, excedente de 501,94 mm/ano, e escoamento superficial 501,14 mm/ano (DINIZ
FILHO, et al., 2009).
Parâmetro/Mês JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ANO
Precipitação
55,63 108,77 205,53 256,75 246,89 263,73 214,17 115,03 53,05 19,41 18,68 25,44 1583,06
(mm)
ETP 129,91 116,71 133,8 112,44 109,14 107,96 121,79 123,2 140,1 154,49 157,27 146,24 1553,05
P - ETP -74,28 -7,94 71,73 144,31 137,75 155,77 92,38 -8,17 -7,05 -35,08 -38,59 -120,8 -
Δ H2O solo - - 71,73 28,27 - - - -8,17 -7,05 -4,78 - - -
Reserva d'água
0 0 71,73 100 100 100 100 91,83 4,78 0 0 0 -
útil (mm)
ETR 55,63 108,77 133,8 112,44 109,14 107,96 121,79 123,2 140,1 24,19 18,68 25,44 1081,14
D (déficit) 74,28 7,94 - - - - - - 130,3 138,59 120,8 471,91
S (excesso) - - - 116,04 137,75 155,77 92,38 - - - - - 501,94
R (escoamento) 1,72 0,86 0 58,02 97,89 126,83 109,61 54,81 27,41 13,71 6,86 3,43 501,15
TABELA 2 - BALANÇO HÍDRICO MENSAL PARA A ÁREA DE NATAL E ADJACÊNCIAS. MÉTODO DE THORNTWAITE.
DADOS DE PRECIPITAÇÃO MÉDIA: 1911-2000; DADOS DE TEMPERATURA E ETP: 1960-1990.DE DINIZ FILHO, ET AL,
2009
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Nascimento, T. A. F.
A representação gráfica proposta para este balanço hídrico (Gráfico 1), mostra que as
reservas de água do solo começam a se compor a partir do mês de março, atingindo sua
saturação em abril. Nos meses de maio, junho e julho, ocorre um excedente neste manancial,
ocorrendo então o escoamento superficial das águas. A partir de agosto a evapotranspiração
supera a precipitação, e nos meses de agosto, setembro e outubro, ocorre o período de
estiagem ocasionando a perda de água do solo, acentuado nos meses de novembro, dezembro,
janeiro e fevereiro, onde o regime pluviométrico é insuficiente para assegurar reservas de
água úteis no solo, estabelecendo-se um déficit hídrico regional. Isto demonstra que o período
de recarga do aqüífero Barreiras deve se processar durante o período chuvoso (entre abril e
Julho), e/ou algum intervalo de tempo após este período, tendo em vista o avanço da frente de
umidade na zona não saturada durante o período seco, até alcançar o nível das águas
subterrâneas.
V EGETAÇÃO
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Nascimento, T. A. F.
Ainda são encontradas espécies de vegetação de mangue, como a Rizophora Mangle (mangue
verdadeiro) e Aucennia nítida (mangue canoé). Deve ser ressaltada a presença da cobertura
vegetal preservada na região estudada, o que sugere uma área de recarga natural bem
preservada, bastante favorável e localmente efetiva.
R ELEVO
H IDROGRAFIA
A região estudada abrange duas bacias hidrográficas, que são a bacia hidrográfica do
Rio Pirangi a oeste, e a leste a bacia hidrográfica da faixa litorânea leste de escoamento difuso
(Figura 03).
A Bacia do Rio Pirangi apresenta uma área de aproximadamente 500 Km2, situando-se
totalmente no litoral oriental do Rio Grande do Norte. O Rio Pirangi desemboca na praia
homônima, onde ocorrem mangues. A lagoa de maior destaque na área em estudo, a lagoa do
Jiquí, apresenta-se como uma das principais da região, nos dias atuais abastecendo com água
potável parte da região sul da capital potiguar. Desta forma, o Rio Pirangi e a Lagoa do Jiqui
constituem regiões de descarga de águas subterrâneas do aqüífero Barreiras no domínio
estudado. Já a bacia hidrográfica da faixa litorânea leste de escoamento difuso conta com uma
área de aproximadamente 650 km², cuja configuração é definida principalmente em função da
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Nascimento, T. A. F.
ocorrência dos campos de dunas fixas paralelas à faixa litorânea. É caracterizada pela
ausência de rios e riachos, o que sugere uma elevada taxa de infiltração de águas de chuva que
promovem a recarga do aqüífero Barreiras. Desta forma, os sistemas hidrográficos da área
sugerem que parte da descarga subterrânea ocorre através de frentes de escoamento na região
do vale do Rio Pirangi (rio efluente), e parte da descarga ocorre em frentes de escoamento
subterrâneo em direção ao mar. Localmente deve ocorrer descarga por ressurgência de águas
subterrâneas na lagoa do Jiqui.
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Nascimento, T. A. F.
C ONTEXTO G EOLÓGICO
A região estudada está localizada na sub-bacia Natal, zona de transição entre a bacia
potiguar e a bacia Pernambuco/Paraíba.
A seqüência estratigráfica (Figura 4) do litoral oriental potiguar é constituída por
rochas do embasamento pré-cambriano, rochas sedimentares e sedimentos mesozóicos,
cenozóicos e quaternários, os quais são esquematicamente ilustrados na coluna estratigráfica
abaixo.
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Nascimento, T. A. F.
U NIDADE P RÉ -C AMBRIANA
F O R M A Ç Ã O B A R R EI R A S
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Nascimento, T. A. F.
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Nascimento, T. A. F.
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U NIDADE Q UATERNÁRIA
D E P Ó S I TO S D E S E D I M EN TO S EÓ L IC O S
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Nascimento, T. A. F.
FIGURA 6 – ESQUEMA DO AVANÇO DOS SEDIMENTOS EÓLICOS PROPORCIONADO PELA AÇÃO DOS VENTOS
D E P Ó S I TO S D E S E D I M EN TO S A L UV IO NA R E S E LAC US TR ES
Estes depósitos estão associados aos sistemas fluviais e lacustres atuais. São
encontrados nas desembocaduras dos rios que atingem o litoral e se compõem de sedimentos
arenoargilosos, sendo a maioria constituídos por areias quartzosas, de coloração branco
acinzentada, e sua granulometria varia de areia fina a conglomerado.
Os rios presentes na região são os responsáveis pelo desenvolvimento das faixas de
sedimentos aluviais que, em geral, são depositadas sobre sedimentos preexistentes da
Formação Barreiras.
D E P Ó S I TO S A T U A IS D E P R A IA
Estes depósitos são constituídos predominantemente por areias quartzosas, com grãos
sub-arredondados, polidos e boa esfericidade. Apresentam sedimentos com granulometria
variando desde areia fina a grossa.
Eles se desenvolvem em ambientes altamente dinâmicos que constantemente se
ajustam às condições da energia de ondas geradas pelos ventos, das correntes litorâneas, das
marés e de suas oscilações de longos períodos.
D E P Ó S I TO S F LÚ V I O - M A R I NH OS
Esses depósitos limitam-se a zona submetida à imersão periódica pelas águas com
salinidade elevada, que compõe o estuário dos rios. A sua origem está ligada a zona da
desembocadura dos leitos fluviais, influenciada pelas interações entre as flutuações das marés
e o fluxo fluvial, que controla a presença de uma série de depósitos característicos deste meio,
sendo os mais destacados os depósitos de manguezais que formam a planície de inundação.
Os sedimentos que compõem os depósitos de mangue são dominantemente
lamacentos, com porcentagens de até 85% de frações inferiores a 0,062 mm de material
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Nascimento, T. A. F.
D E P Ó S I TO S D E A R EN I TO S D E P R A IA
Os arenitos de praia são constituídos por materiais diversos que vão desde as areias
médias e grossas aos estratos de conglomerados cimentados por material carbonático.
Estes depósitos foram descritos pela primeira vez na região por Darwin (1841), que se
referiu aos arenitos calcíferos com fragmentos de conchas e raros seixos, alinhados
paralelamente à linha de costa. Mas, foi Branner (1904) quem propôs que os arenitos de praia
representariam antigas linhas de praia, consolidadas por carbonato de cálcio.
A origem destes recifes de arenito é ainda um tema em discussão entre estudiosos, No
entanto, é aceito o fato destes recifes serem considerados paleolinhas de praias,
testemunhando um nível do mar diferente do atual. Isso é confirmado pelas posições atuais de
algumas linhas submersas e outras completamente emersas.
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Nascimento, T. A. F.
C ONTEXTO G EOMORFOLÓGICO
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Nascimento, T. A. F.
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Nascimento, T. A. F.
T ABULEIROS C OSTEIROS
D UNAS
As planícies de inundação fluvial estão dispostas ao longo dos rios onde formam
superfícies planas e suavemente inclinadas poucos metros acima do nível médio das águas
fluviais, onde são passíveis de inundação em períodos de cheias.
A origem das planícies de inundação fluvial está intimamente ligada às antigas áreas
de planície de maré estuarina, atualmente sujeitas à dinâmica fluvial e transbordamentos dos
canais durante as cheias.
Z ONA DE PRAIA
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Nascimento, T. A. F.
B EACH ROCKS
F ALÉSIAS
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Nascimento, T. A. F.
Estas formações na faixa litorânea se encontram, por vezes expostas à ação marinha,
chamando-se falésias vivas, e em outras situações em posições mais elevadas, convertendo-se
então nas chamadas falésias mortas, testemunhando um anterior nível do mar mais alto que o
atual. De forma menos freqüente, se encontram formando recifes por cimentação de óxido de
ferro ou argila. Estes recifes se apresentam em formas irregulares com superfícies entalhadas,
que se estendem paralelas à costa ou formando paredes perpendiculares, que adentram o mar
em torno de 1.500 m.
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Nascimento, T. A. F.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Q U Í F ER O , A Q U IT A R D , A Q UIC L UD E E A QU I F U GO
D I S TR IB U IÇ Ã O D A Á G U A NO S O LO O U N A T E R R A
Toda a água que existe abaixo da superfície da terra é conhecida como água
subsuperficial. Em uma seção do terreno distingue-se duas zonas principais com ocorrência de
água no subsolo (Figura 9):
21
Nascimento, T. A. F.
Uma ou outra subzona pode deixar de existir ou existir de forma pouco representativa.
No caso de meios insaturados argilosos a franja capilar é bastante expressiva, podendo chegar
até a superfície do terreno e, neste caso, existem os riscos de salinização da superfície do solo
em domínios semi-aridos e áridos. No caso de solos com textura grossa a franja capilar é
reduzida, porem o volume de água envolvido é muito maior.
A zona de saturação corresponde à zona de ocorrência das águas subterrâneas,
propriamente dita. É a zona de maior interesse ao hidrogeólogo, conhecida como aquíferos.
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Nascimento, T. A. F.
FIGURA 9 - ESQUEMA DA DISTRIBUIÇÃO DAS ÁGUAS NO SOLO; EM DESTAQUE A ZONA SATURADA (PORÇÃO
INFERIOR) E A ZONA DE AERAÇÃO (PORÇÃO SUPERIOR).
POROSIDADE E S P EC Í F IC A
Na zona saturada os poros das rochas estão completamente cheios de água, portanto a
porosidade é também uma medida da água contida nos interstícios da rocha, que em sua
forma matemática é expressa por:
Sy= Vd
Vt
Onde,
Sy é a porosidade específica, que deve ser apresentado em percentual (%).
Vd é o volume de água drenada por gravidade.
Vt é o volume total.
Nem toda a água que satura os poros de uma rocha pode ser extraída totalmente
devido às forças contrárias a ação da gravidade, que são as forças capilares e as forças de
tensão superficial resultado da coesão e adesão. Coesão é a atração entre as moléculas de água
e adesão é a atração entre as moléculas de água e as paredes dos poros.
Portanto, a porosidade específica é a relação entre os volumes total e o de água
gravífica, em meio saturado.
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Nascimento, T. A. F.
T IP O S D E A Q U ÍF ER O E F O NT ES
De acordo com a posição relativa das camadas geológicas existem os seguintes tipos
de aquífero (Figura 10):
• Aquífero livre – Trata-se de um aquífero que é limitado no topo pela superfície
livre das águas, e na base, limita-se por uma camada impermeável ou
semipermeável. É um aquífero que é recarregado diretamente pelo volume de
chuvas infiltradas no subsolo, cuja superfície das águas está sob pressão
atmosférica, sem pressão de camadas geológicas no topo, sendo denominado
de aquífero freático.
• Aquífero confinado – é um aquífero que é limitado no topo e na base por
camadas impermeáveis. As águas em geral estão sob uma pressão maior que a
atmosférica, devido a pressão litostática exercida pelas camadas superiores.
Em geral a recarga de um aquífero desta natureza situa-se em domínios mais
afastados, podendo estar a dezenas de quilômetros. Neste caso, a camada
aquífera aflora no terreno, comportando-se como um aquífero livre.
• Aquífero semiconfinado – Trata-se de um aquífero confinado no qual a camada
confinante permite a drenança vertical, ou seja, é possível um movimento das
águas ascendente ou descendente. O movimento através da camada
semiconfinante é dominantemente vertical, enquanto o movimento lateral é
nulo ou desprezível.
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Nascimento, T. A. F.
FIGURA 10 – ESQUEMA DOS TIPOS DE AQUÍFEROS; 1 – ÁREA DE RECARGA DO AQUÍFERO CONFINADO; 2 – POÇO DE
CAPTAÇÃO COM SEÇÃO FILTRANTE NO AQUÍFERO SEMICONFINADO; 3 – PORÇÃO DO AQUÍFERO LIVRE COM
SEMICONFINAMENTO LOCALIZADO E GERAÇÃO DE SUPERFICIE POTENCIOMÉTRICA SECUNDÁRIA ; 4 – SUPERFÍCIE
POTENCIOMÉTRICA SECUNDÁRIA AFLORANDO NA SUPERFÍCIE DO TERRENO GERANDO UMA FONTE DE ÁGUA; 5 –
POÇO DE CAPTAÇÃO JORRANTE COM SEÇÃO FILTRANTE NO AQUÍFERO CONFINADO; 6 – FALHA QUE POSSIBILITA
FLUXO ASCENDENTE ALIMENTANDO O AQUÍFERO LIVRE; 7 - POÇO DE CAPTAÇÃO COM SEÇÃO FILTRANTE NO
AQUÍFERO LIVRE, APRESENTANDO NÍVEL POTENCIOMÉTRICO BEM INFERIOR AO AQUÍFERO CONFINADO.
25
Nascimento, T. A. F.
Toda vez que o nível das águas subterrâneas interceptam a superfície do terreno surge
no local um afloramento das águas subterrâneas, geralmente conhecidos como fontes ou olhos
d´água. Podemos visualizar este evento no ponto 4 da Figura 10, bem como na Figura 11.
P A R Â M ETR O S H ID R O D IN ÂM IC OS DO S A QU ÍF ER O S
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Percebe-se que as frações arenosas são melhores aquíferos, dado a maior facilidade de
movimentação e extração de águas subterrâneas.
• Transmissividade (T)
T = K.ho, ou T = K.b
Onde,
T é a transmissividade em m²/s.
K é a condutividade hidráulica em m/s.
ho é a espessura saturada do aquífero livre.
b é a espessura do aquífero confinado.
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Onde:
S é o coeficiente de armazenamento (admensional).
V é o volume de água que entra ou sai do aquífero em m³.
A é a área da seção em m²
dh é a variação unitária de carga potenciométrica em m.
E S C O A ME N TO D A S Á G U A S S U B T ER R ÂN EA S
Assim como as águas superficiais que escoam para regiões onde o relevo é menos
elevado, as águas subterrâneas fluem muito lentamente em direção aos lagos, rios e oceanos.
Esse movimento é dependente das características do aquífero sendo regido pela Lei de Darcy.
Para tal, admite-se que a água está em movimento, deslocando-se de um ponto A com
maior energia potencial para outro ponto B do aqüífero, com energia potencial inferior, logo
com uma carga potenciométrica também inferior.
Como trata-se de um fluido em movimento, a energia potencial inicial transforma-se
em energia cinética. Entretanto a velocidade do fluxo em meios porosos é muito baixa e,
portanto a componente da energia cinética é muito pequena com relação aos demais
componentes, que, para fins práticos, pode ser desprezada, o que resulta na equação da
variação de carga.
Δh = h − h A B
Esta equação mostra que os fluidos se movimentam quando existe variação de carga h
e as partículas vão dos pontos de maior altura potenciométrica aos de menor altura
potenciométrica. Diferentemente dos gases, os fluidos nem sempre se movimentam dos
pontos de alta pressão para os de baixa pressão. Podendo se deslocarem dos pontos de baixa
pressão para os de alta pressão se estes estiverem numa altura potenciométrica inferior.
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i = dh/dl
onde:
v é a velocidade do fluxo em m/s
k é a permeabilidade ou condutividade hidráulica em m/s
dh é a variação de carga entre dois pontos A e B em m
dl é a distância entre os pontos A e B.
A vazão do fluxo subterrâneo que passa através de uma seção qualquer é expressa pela
função:
Q = vAou v =Q/A
Q é a vazão em m3/s
V é a velocidade do fluxo em m/s;
A é a área da seção em m2.
Desde que A = Le
Onde:
A é a área da seção em m2.
L é a frente de escoamento em m.
e é a espessura do aquífero em m.
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Temos:
A lei de Darcy define uma velocidade aparente que considera que a seção A está
incluindo sólidos e vazios.
Ao relacionar a velocidade com que os fluidos percolam a rocha com a porosidade
total da rocha (P), obtemos a velocidade real média vm
onde:
P é a porosidade em %;
vv é o volume de vazios;
v é o volume total da rocha;
Av é a área de vazios e A é a área total.
Onde:
ve é a velocidade real efetiva em m/s;
Q é a vazão do fluxo em m3/s;
μ é a porosidade efetiva (adm.);
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R ECURSOS E XPLOTÁVEIS
R ES ER V A S R E G U LA D O R A S (RR)
V O LU M E D ´ Á G U A IN F I LT R A DO OU I NF IL TR A Ç ÃO EF IC AZ (V I )
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Considerando, portanto, que os recursos explotáveis são definidos como a média entre
os valores obtidos pelos métodos anteriormente indicados.
R ES ER V A S P ER MA N E N T ES OU P O TE NC IA IS (RP):
Corresponde a reserva de água total acumulada e são avaliadas pela seguinte equação:
RP = A . H . Sy
Para a equação acima tem-se:
A: Área de ocorrência do aquífero (m²)
H: Espessura saturada média do aquífero
Sy: Porosidade específica
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HIDROGEOLOGIA DA ÁREA
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A Q U Í F ER O B A R R EIR A S
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A Q U Í F ER O S A LU V I A IS
A Q Ü Í F ER O D U N A S
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Aquífero Barreiras, e são constituídos por areias quartzosas, finas a médias bem selecionadas,
com coloração esbranquiçada, amarelada ou avermelhada.
Na área de estudo, estão localizadas bordejando a costa, com morros ou cordões
alongados, ocorrendo fixadas pela vegetação ou móveis, destacando-se na topografia plana
dos tabuleiros costeiros. Da mesma forma, não se registros de explotação do aquífero Dunas
na área de estudo, embora se reconheça sua importância como unidade hidrogeológica que
favorece a recarga do aqüífero Barreiras subjacente.
A região estudada, de uma forma geral, tem como sua principal unidade
hidrogeológica, portanto, o Aquífero Barreiras. Esta unidade hidrogeológica constitui o
principal reservatório de água subterrânea do litoral leste Norteriograndense, ao qual abastece
grande parte desta região.
Sua litologia é caracterizada por arenitos pouco consolidados com intercalações
argilosas, de granulometria fina a grossa, das porções superiores para as inferiores,
respectivamente. Apresenta espessuras variáveis, tendo crescimento evidente em direção ao
oceano.
Devido a fatores como alta pluviometria, relevo predominante plano a suavemente
ondulado, elevadas taxas de infiltração e armazenamento de água nas formações rochosas, é
possível que se identifique na região estudada a ocorrência de importantes reservas
subterrâneas, rios perenes e lagoas.
C ADASTRO DE PO ÇOS
Para um melhor entendimento acerca das águas subterrâneas na região estudada, foi
realizado na mesma, o cadastro de 17 poços tubulares e 12 piezômetros (Tabela 5).
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Poço Tipo X Y
P1 Piezômetro 257761,756 9349198,354
P2 Poço 257696,205 9348908,987
P3 Poço 258665 9349220
P4 Poço 259104 9349179
P5 Poço 260191,411 9348538,498
P6 Poço 259382 9348522
P7 Piezômetro 258220,455 9348195,147
P8 Piezômetro 258626 9348060
P9 Piezômetro 258827 9347851
P10 Piezômetro 258818 9347862
P11 Piezômetro 258630 9347565
P12 Piezômetro 258715 9347322
P13 Piezômetro 259813,065 9347435,111
P14 Piezômetro 261259,532 9346964,259
P15 Poço 259394,863 9346741,476
P16 Poço 258837,813 9346063,597
P17 Poço 259428,018 9345283,503
P18 Piezômetro 261009,367 9345361,188
P19 Piezômetro 261129,741 9345155,323
P20 Piezômetro 261129,876 9345156,164
P21 Poço de Pesquisa 261133,911 9345146,448
P22 Poço 260266,613 9344752,025
P23 Poço 260475,464 9344724,169
P24 Poço 260397,085 9344648,538
P25 Poço 260249,108 9342917,589
P26 Poço 259898,271 9342746,324
P27 Poço 259307,356 9342488,525
P28 Poço 260495,906 9340820,719
P29 Poço 257860,000 9348730,000
TABELA 5 - LOCALIZAÇÃO DOS POÇOS NA ÁREA DE ESTUDO
Na Figura 13 (mapa de localização dos poços) pode-se observar a disposição
geográfica dos poços da tabela anterior.
De acordo com dados do cadastro realizado, a profundidade dos poços produtores
varia de 65,1 m (P28) a 110 m (P17), com diâmetros entre 6” e 8”. Os valores encontrados
para as vazões explotadas variam de 7,9 a 90 m³/h, devido aos diferentes usos desta água (uso
particular e abastecimento público). Com as medições realizadas para verificar o nível
estático, pode-se verificar que este varia de 6 a 34,33 m.
Os piezômetros utilizados neste estudo são revestidos entre 2” e 4”, sendo uma parte
constituída de pontos de monitoramento do aqüífero Barreiras pré-existentes a realização do
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estudo. Estes pontos de monitoramento estão localizados na região das lagoas de tratamento
de esgotos/ETE de Ponta Negra (pontos P7, P8, P9, P10, P11, P12), com profundidade
variando entre 50 e 110 m e na região de Lagoinha (P1), com 51 m de profundidade.
Já os piezômetros usados durante este estudo, correspondem aos pontos P13, P14, P18
e P20, com profundidades entre 11,5 e 23 m e no ponto P19, com 50 m de profundidade.
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Na seção hidrogeológica C-C’ de direção N-S (Figura 18), localizada próximo ao Rio
Pirangi (porção sul da área estudada), é caracterizada a tendência do fluxo das águas
subterrâneas do aqüífero Barreiras em duas direções: a primeira para sul, no sentido do Rio
Pirangi (exutório natural), e a segunda para norte, no sentido do oceano (praia de Ponta
Negra), caracterizando duas frentes de escoamento, afora uma frente de escoamento no
sentido leste, em direção ao oceano evidenciada em outras seções.
Na área estudada, a ação tectônica regional do litoral leste, veio a dominar a deposição
dos sedimentos clásticos mais arenosos da Formação Barreiras durante o Terciário. Na Bacia
Potiguar, por sua vez, houve uma calmaria tectônica, a qual deu origem a litologia argilosa da
cobertura Barreiras.
Ainda no Terciário, o sistema de falhamentos do litoral leste teria sido ativado, criando
condições ambientais de maior energia e proporcionando a deposição das litologias arenosas
do atual Aqüífero Barreiras. Esta deposição teria culminado no assoreamento de antigos vales
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Barreiras na área estudada, mais conhecida como Arenito Calcífero, caracterizada pela baixa
potencialidade hidrogeológica.
Na unidade sotoposta a seqüência calcífera, encontram-se as rochas siliciclásticas da
Formação Barreiras de idade terciária-quaternária. O litotipo predominante nesta seqüência
hidroestratigráfica trata-se, essencialmente de arenitos pouco consolidados com predomínio
de matrizes argilosas a siltosas, e que constituem o Aqüífero Barreiras.
Na análise dos perfis litológico-construtivos dos poços cadastrados (Figura 20, 21, 22
e 23), identificou-se que as seções filtrantes sempre encontram-se instaladas neste domínio do
Aqüífero Barreiras, ao qual é composto por estes diferentes litotipos siliciclásticos
classificados e visualizados nos perfis litológico-construtivos abaixo.
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P ARÂMETROS HIDRODINÂMICOS
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P OTENCIOMETRIA
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E STIMATIVA DE RESERVAS
R ES ER V A S E X P LO TÁ V EI S
R ES ER V A S P ER MA N E N T ES OU P O TE NC IA IS - RP
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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B IBLIOGRAFIA
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ANEXOS
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