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Mais tarde, vieram como Linha autônoma e com um campo especializado de atuação, que
se volta muito para a magia visando à prosperidade, à união das famílias, ao amor, à cura, à
quebra de magias negativas, à superação de preconceitos e de traumas e bloqueios
emocionais.
A Linha dos Ciganos tem a Regência dos Orixás Egunitá (que inclusive é sincretizada com
Santa Sara Kali, a Padroeira do Povo Cigano), Oyá-Tempo e Yansã.
A Linha traz o arquétipo de um povo muito antigo e místico, de alma livre, desapegado e,
por isso mesmo, capaz de atrair a prosperidade no campo espiritual e material e de ensiná-la
a quem precise.
Popularmente, às vezes se pensa que os Ciganos eram apegados a jóias e metais preciosos,
mas o que ocorre é que esses valores eram de fácil transporte para eles, que eram nômades,
e assim procuravam ter meios de subsistência. O desapego e o senso de liberdade aparecem
na sua maneira de viver, que é sustentada em suas crenças, tradições e na valorização da
família. Nunca se envolveram em disputas por domínio ou conquistas.
Segundo a maioria dos pesquisadores da atualidade, a origem dos Ciganos está na Índia. Ao
que tudo indica, de início não eram nômades, mas condições adversas os levaram a
peregrinar. Alguns pesquisadores apontam que foram expulsos por invasores muçulmanos,
por volta do século 10, e daí em diante tornaram-se nômades.
O Povo Cigano traz uma extraordinária bagagem cultural. Por sua natureza nômade, os
Ciganos viveram em diversas regiões do mundo, acabando por somar aos próprios
conhecimentos aquilo que assimilaram de tantas outras culturas.
Todos os povos têm entre si bons e maus elementos; e com os Ciganos não poderia ser
diferente. O que não se pode é julgar todos pelo comportamento da minoria. A causa de
tantas perseguições foi a sua cor de pele e a sua mística (seus dons místicos), outro motivo
nunca foi provado. Eles sofreram porque eram diferentes; e infelizmente até hoje “ser
diferente” incomoda a alguns e gera atos de preconceito e de discriminação abomináveis.
Apesar de tudo isso, os Ciganos souberam preservar sua mística, sua alma livre e suas
tradições culturais; inclusive a partir do idioma, o Romani (ou Romanês), até hoje falado
pela grande maioria dos Ciganos de todo o mundo. Eles mantiveram sua fé, suas crenças,
sua sabedoria, sua magia, seu espírito livre de “cidadãos do mundo”, nunca lutaram por uma
terra própria, não se apegaram a pedaço algum de chão. São “viajantes que dormem sob o
teto das estrelas; filhos da Terra, da água, do vento, do sol, da lua, da chuva, do dia e da
noite; e irmãos de todas as criaturas”, como nos disse um dia uma Entidade Cigana. Existe
noção mais bela de vida do que esta: “ser um viajante”? Afinal, estamos aqui de passagem...
Por toda a sua bagagem espiritual e cultural e por sua história de peregrinações e
sofrimento, os Ciganos receberam do Astral Superior uma Linha de Trabalho que lhes rende
homenagem. Não foram aceitos em alguns lugares, quando encarnados. Mas, ao
desencarnar, conquistaram um Grau perante a Espiritualidade; vindo a somar suas forças às
das demais Falanges de Trabalhadores da Umbanda, o que nos proporciona o privilégio de
entrar em contato com esses espíritos antigos, que muito podem nos auxiliar, como de fato
auxiliam, com sua sabedoria de vida.
Trabalham preferencialmente na Vibração da Direita e neste caso não costumam usar a cor
preta (em velas, roupas etc.). Aqueles que trabalham na Vibração da Esquerda são os Exus e
as Pombagiras Ciganas, Guardiões e Guardiãs a serviço da Luz nas trevas, dentro dos seus
campos de atuação, como todo Guardião e Guardiã.
Os Ciganos gostam de música e dança. Suas Giras são envolventes, coloridas pelas suas
vestes e, acima de tudo, pela sua energia alegre e amiga.
Usam muitos elementos magísticos, tais como: lenços e fitas coloridas, moedas, punhais,
espelhos, taças, chaves, baralho, dados, pedras, runas, leques e incensos. Observam muito
as fases da Lua para os seus trabalhos. No geral, a Lua Cheia é considerada a mais
favorável, é a “lua madrinha” dos Ciganos.
●Mirra- incenso considerado sagrado. Usado para limpeza, durante e após os rituais, bem
como para desfazer magias negativas;
Costumam indicar o incenso de sua preferência, ligado ao seu campo específico de trabalho.
Numa oferenda para manutenção, agrado ou tratamento, podemos usar incenso de rosas
(leveza, elevação e louvação espiritual), na falta de indicação específica.
Tudo no mundo Cigano está envolvo em magia. Há muitos símbolos, como estes:
●Estrela de seis pontas- Simboliza proteção. É o símbolo dos grandes Chefes Ciganos.
Usado como talismã de proteção contra inimigos visíveis e invisíveis. Também conhecido
como Estrela Cigana e Estrela de David. Representa sucesso e evolução interior. Suas seis
pontas formam dois triângulos iguais, que indicam a igualdade entre o que está encima e o
que está embaixo (princípio de uma das Leis Herméticas).
●Estrela de cinco pontas (pentagrama)- Simboliza evolução, o domínio dos cinco sentidos.
Usado para proteção, está associado à intuição, à sorte e ao êxito.
●Chave- Simboliza as soluções. Usada para atrair boas soluções de problemas. Quando
trabalhada no fogo, atrai sucesso e riquezas.
●Lua- Simboliza a magia e os mistérios. Usada geralmente pelas Ciganas para atrair
percepção, o poder feminino, a cura e o exorcismo, e sempre atentando para as suas fases:
Nova, Crescente, Cheia e Minguante. A Lua Cheia é o maior símbolo de ligação com o
Sagrado, sendo chamada de “madrinha”. As grandes festas Ciganas sempre acontecem em
noites de Lua Cheia.
●Coruja- Simboliza "ver a totalidade". É usado para ampliar a percepção com a sabedoria,
possibilitando ver a totalidade, o consciente e o inconsciente.
●Âncora- Simboliza segurança. Usada para trazer segurança e equilíbrio no plano físico,
inclusive financeiro, e para se livrar de perdas materiais.
●Moeda- Simboliza proteção e prosperidade. Usada contra energias negativas e para atrair
dinheiro. É associada ao equilíbrio e à justiça, bem como à riqueza material e espiritual
representada nas duas faces da moeda (cara e coroa). Para os Ciganos, cara é o ouro físico; e
coroa é o espiritual.
●Punhal- Simboliza força, poder, vitória e superação. Muito usado nos rituais de magia, tem
o poder de transmutar energias. Os Ciganos usavam o punhal para abrir matas e por isso ele
é um dos grandes símbolos de superação e pioneirismo, além da roda.
●Taça- Simboliza união e receptividade (qualquer líquido cabe nela e adquire sua forma).
No casamento Cigano, os noivos tomam vinho numa única taça, representando valor e
comunhão eterna.
●Trevo- É o símbolo mais tradicional de boa sorte. O trevo de quatro folhas traz felicidade
e fortuna; encontrar um é prenúncio de boas notícias.
Além de trazer saúde e prosperidade, Santa Sara Kali é cultuada pelas Ciganas por ajudá-las
diante da dificuldade de engravidar e como protetora dos partos difíceis.
Muitas Ciganas que não conseguiam ter filhos faziam promessas: se concebessem, iriam à
cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mèr, cumprindo uma noite de vigília e
depositando em seus pés, como oferenda, o mais bonito lenço (diklô) que encontrassem. E
lá existem centenas de lenços, como prova que muitas Ciganas receberam esta graça.
Uma delas conta que entre os anos 44 e 45 d.C., quando o rei Herodes perseguia os cristãos,
alguns discípulos de Jesus foram colocados no mar, em embarcações sem remos e sem
provisões, entregues à própria sorte. Numa dessas embarcações estavam Maria Madalena,
Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino que, junto com Sara, uma cigana
escrava, foram atirados ao mar. As três Marias entraram em desespero, chorando e rezando.
Então, Sara retirou o diklô (lenço) da cabeça, chamou por Kristesko (Jesus Cristo) e fez um
juramento: se todos se salvassem, ela seria escrava do Mestre Jesus e jamais andaria com a
cabeça descoberta, em sinal de respeito.
Até hoje, o diklô (lenço) é um simbolismo forte entre os Ciganos. Significa a aliança da
mulher casada, um sinal de respeito e fidelidade.
Nomes Simbólicos:
De Ciganos: Pablo, Wlademir, Ramirez, Juan, Pedrovick, Artemio, Hiago, Igor, Vitor,
Ramon etc.
Cor: Cores variadas: violeta, azul noite (“royal”), verde, rosa, amarelo, vermelho, branco
etc. Os Ciganos que trabalham na Direita não costumam usar a cor preta.
Elementos de Trabalho: Baralho, espelho, punhal, dados, cristais (pedras coloridas), moedas
antigas, medalhas, estrelas de seis e de cinco pontas, chave, ferradura, trevo, taça, roda,
âncora, fitas e lenços coloridos, instrumentos musicais, leques, folha de sândalo, raiz de
violeta, folha de tabaco, tacho de cobre ou de prata, cestas de vime, areia de rio, vinho,
perfumes.
Ervas:Jasmim; alecrim; sálvia; hortelã; pétalas de rosas; folha de laranja e limão; folha de
louro; pétalas, folhas e raiz de violeta; canela; cravo; folha de tabaco; folha de sândalo.
Especialmente são indicadas as ervas dos Orixás Oyá-Tempo, Yansã e Egunitá.
Incensos: Mirra, sândalo, benjoim, lótus, jasmim, almíscar, madeira, rosas, canela, cravo,
laranja.
Pedras: Os Ciganos trabalham com Pedras de cores variadas: violeta, verde, amarelo,
vermelho, pedras brancas etc., e que tenham brilho, beleza e transparência. Algumas pedras:
Quartzo Branco Leitoso, Esmeralda, Turmalina Verde, Citrino, Pirita, Granada. (Fonte:
Angélica Lisanty, “Os Cristais e os Orixás”, Madras Editora.)
Bebidas: Chá preto ou mate com frutas picadas; suco de frutas; leite ou água com mel; chá
branco; vinho tinto com mel; licor.
Frutas: Maçã, romã, morango, uvas verdes, pêssego, banana, ameixa, tâmara, damasco, figo
maduro, frutas cristalizadas, frutas secas (uva-passa, nozes, avelãs, castanhas, figo seco,
damasco seco etc.), laranja, limão.
Oferenda ritual: Frutas frescas e/ou secas; pães ou farinha de trigo com mel; flores e fitas
coloridas; moedas; água com mel incenso; velas. Depositar sobre folhas de eucalipto,
alecrim e/ou sálvia. Acender o incenso. Circular com água e mel. Firmar velas: branca,
violeta, rosa, azul, amarela, verde e vermelha. Se a oferenda for realizada na natureza,
recolher o material depois que as velas queimarem, agradecer e colocar no lixo.
6-Assados e Carnes: ●Pernil de carneiro; ●Pernil de leitão; ●Carne de cabrito frita com
arroz e brócolis (ou com lentilha ou nozes); ●Roletes de carne bovina ou de frango com
pedaços de cebola, tomate e de pimentão verde e amarelo; ●Costela defumada bovina ou
suína e bacon, ao molho vermelho de tomate e pimentão, com batatas pequenas cozidas na
casca e páprica doce; ●Charutos (rolinhos) feitos em folha de repolho e recheados com
lombo ou carne bovina moída, azeitonas, bacon e molho dourado. Também podem ser
feitos em folha de uva e recheados com bacalhau.
8- Ponche de Frutas com champanhe e/ou refrigerante. Enfeitar com pétalas de rosas.
10-Cozido Manouche: Feito com feijões vermelhos grandes, pedaços de carne e osso de
pernil de porco, alho poró em pedaços, salsão com as folhas em pedaços, alhos comuns
inteiros, cenouras e batatas cortadas em pedaços grandes, sal e pimenta-do-reino moída na
hora a gosto e arroz branco, que deve ser incorporado na última etapa do cozimento.
11-Cozido de arroz, batata, carne e páprica ardida.
12-Pão de Milho.
14-Polenta.
16-Pirão de Milho.
18- Pastel cozido, que pode ser doce e recheado com uva; ou salgado e recheado com batata
ou queijo de cabra.
19- CHÁ CIGANO― É o chá preto, ou então o mate, com pedaços de frutas e mel. Pode
ser servido nas Giras, depois de consagrado. Muito solicitado pelas Entidades Ciganas,
como forma de comunhão e para transmitir boas energias. Cada fruta tem um significado e
uma função magística:
Maçã = felicidade;
Morango = amor;
Damasco = sensualidade;
●Preparo: Ferver água e despejar sobre o chá, abafando até que fique morno. Cortar as
frutas em pedacinhos, macerar bem e misturar ao chá. Coar e servir.
livros de NELSON PIRES FILHO, Ed. Madras; 2- Sites “Guardiões da Luz” e “Sociedade
Espiritualista Mata Virgem”.
●Outra lenda diz que existia um povo que vivia nas profundezas da terra, com a obrigação
de estar na escuridão, sem conhecer a liberdade e a beleza. Um dia, alguém resolveu sair e
subir às alturas, descobrindo o mundo da luz e suas belezas.
Feliz, festejou, mas ao mesmo tempo ficou atormentado e preocupado em dar conta de sua
lealdade para com seu povo; retornou à escuridão e contou o que aconteceu. Foi então
reprovado e orientado que lá era o lugar do seu povo e dele também.
Deus concedeu e concordou com o pedido, determinando então que poderiam subir à luz e
viver com toda liberdade, mas não possuiriam terra e nem poder. Em troca, concedeu-lhes o
Dom da adivinhação, para que pudessem ver o futuro das pessoas e aconselhá-las para o
bem.
●Segundo outra lenda, narrada pelo poeta persa Firdausi, no século V d.C., um rei persa
mandou vir da Índia dez mil Luros, nome atribuído aos Ciganos, para entreter o seu povo
com música. É provável que a corrente migratória tenha passado na Pérsia, mas em data
mais recente, entre os séculos IX e X. Vários grupos penetraram no Ocidente, seja pelo
Egito, seja pela via dos peregrinos, isto é, Creta e o Peloponeso. O caráter misterioso dos
Ciganos deixou uma profunda impressão na sociedade medieval. Mas a curiosidade se
transformou em hostilidade, devido aos hábitos de vida muito diferentes daqueles que
tinham as populações sedentárias.
Introdução- Hoje, a maioria dos estudiosos concorda em que os Ciganos são originários do
noroeste da Índia. Seu idioma é o romanês, que tem semelhanças com línguas indianas
como o sânscrito, o prácrito e o punjabi. A sina de povo errante teria começado quando eles
foram expulsos da terra natal por invasores muçulmanos, por volta do século 10.
Depois de passar pela Pérsia (atual Irã), chegaram à Europa Ocidental, no início do século
15. Viajavam em grupos de dezenas até várias centenas de pessoas, conforme explica o
antropólogo holandês Frans Moonen, coordenador do Núcleo de Estudos Ciganos, com sede
no Recife.
Em razão de suas práticas ligadas ao sobrenatural, como leitura das mãos e cartomancia,
foram brutalmente perseguidos pela Igreja Católica. Em todo o continente, com raras
exceções, foram rejeitados e maltratados.
Chegaram ao Brasil por volta de 1680, deportados de Portugal, segundo Frans Moonen, e
trazidos pela corte de D. João VI para divertir a comitiva, sendo cantores, músicos e
dançarinos.
Embora não existam estatísticas relacionadas ao número de Ciganos no país, acredita-se que
os mais numerosos pertençam ao grupo Kaldrache, um ramo dos Kalon (também
conhecidos como Gitanos), que viviam em Portugal e na Espanha.
A história dos Ciganos não é contada por registros próprios (documentos etc.), mas a partir
do seu contato com outras sociedades. Os interessados na reconstrução de sua história
usaram, principalmente, acervos de arquivos oficiais de locais por onde eles passaram; e
alguns se utilizaram do contato no cotidiano e da tradição oral.
Principais Hipóteses sobre as Origens dos Ciganos- Para uns, os Ciganos seriam indianos;
para outros, egípcios.
Outras hipóteses: a de terem vindo de algum outro lugar da Ásia (Tartária, Silícia,
Mesopotâmia, Armênia, Cáucaso, Fenícia ou Assíria); a de que seriam europeus de regiões
afastadas da Hungria, Turquia, Grécia, Alemanha, Bohemia ou Espanha (misto de Mouros e
Judeus); a de que eram africanos de outras regiões ( que não o Egito), como a Tunísia.
Após muitas pesquisas, apenas duas hipóteses continuaram sendo examinadas pelos
Ciganólogos: a origem egípcia e a indiana.
Alguns estudiosos chegaram a recorrer à Bíblia para explicar suas origens como
descendentes de Caim: “Sela, de seu lado, deu à luz Tubal Caim, o pai de todos aqueles que
trabalham o cobre e o ferro” (Gênesis, capítulo 4, versículo 22).
Conta-se que os Ciganos chegaram à Europa dizendo ter vindo do “Pequeno Egito”.
No entanto, pesquisas atuais mostram que eles chegaram à Europa (Espanha) pelo norte,
ficando conhecidos como “egípcios”, embora não soubessem informar onde ficava o
“Pequeno Egito”.
Não há elementos de certeza para se responder por qual motivo o local era chamado de
“Pequeno Egito”. Sabe-se, porém, que não se trata do Egito africano, já que o itinerário das
primeiras migrações Ciganas não passa pela África do Norte; logo, não era possível terem
vindo do Egito.
A partir da língua, do tipo físico e de algumas crenças religiosas dos Ciganos, delineia-se
uma trilha geográfica que permite localizá-los na Índia. Mas a região exata ainda não está
definida. Acredita-se que teriam vindo de Sind, Punjab ou de outro ponto.
Estudos sobre suas características físicas, bem como relatos sobre os caracteres dos Ciganos
revelam que suas principais semelhanças com os hindus são o rosto comprido e estreito,
cabelos e olhos negros, pele bronzeada, nariz um pouco agudo, boca pequena, estatura de
regular a alta, corpo robusto e algo que, apesar de não ser físico, era notável: a agilidade.
Nos primeiros anos do século XIV, os Ciganos foram para o Norte e alcançaram os Bálcãs,
região Sudeste da Europa, que engloba: Albânia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Grécia,
República da Macedônia, Montenegro, Sérvia, o atual Kosovo, parte da Turquia no
continente europeu (Trácia), Croácia, Romênia e Eslovênia.
Depois de uns cem anos, já estavam espalhados por toda a Europa. E eles surgem na Europa
justamente numa época de perturbações sociais e de intenso movimento nas estradas. A sua
natureza errante ou nômade e o seu caráter misterioso transformaram a curiosidade inicial
dos europeus em hostilidade. Eles foram considerados inimigos da Igreja, que condenava
suas práticas sobrenaturais, como a cartomancia e a leitura das mãos.
A partir do século XV, os Ciganos migraram também para a Europa Ocidental. Geralmente
se afirmavam originários do “Pequeno Egito”; e foram denominados de “egípcios”,
“egitano” e “gipsy”, entre outros.
Na Holanda, a partir do século XVI, são denominados de “heiden”, que significa pagão.
Grandes grupos de Ciganos vindos dos Pirineus chegam à Espanha, banidos dos países por
onde já haviam passado.
Na Espanha, um Decreto de 1449 ordena o desterro de todos os que não tinham ofício
reconhecido (século XV). Nos séculos XVI e XVII eles são perseguidos e torturados para
confessarem “seus crimes”. Em 1663, Felipe IV os proíbe de se reunirem, de usarem seu
idioma, suas roupas e danças. O objetivo era a sua desculturalização e desintegração como
grupo. Já em 1783, sob o reinado de Carlos II, fez-se uma política mais favorável e foram
considerados “neocastelhanos”. Depois, ainda no século XVIII, tiveram um período de paz
durante o reinado de Carlos III, que os utilizou nas artes. Mas governos posteriores
derramaram contra eles perseguições, tirando seus empregos e privilégios.
Muitos emigraram para Portugal; e mais tarde pereceram nas fogueiras da Inquisição de D.
João II, que promulgou leis de punição contra eles. Posteriormente, Portugal deportou
muitos Ciganos para as suas colônias, que eram a África e o Brasil.
Documentos atestam que os Ciganos chegaram à Inglaterra no século XV, por volta de
1430, e logo se espalharam pelas Ilhas Britânicas, País de Gales, Irlanda e Escócia, onde
também foram perseguidos. Em 1563 as autoridades ordenam que abandonem o país em
três meses, sob pena de morte. Acreditando que os Ciganos vinham do Egito, os ingleses os
chamaram de "gypsies".
Devido ao tom escuro da sua pele, nas terras aonde chegavam eram vistos pelos “gadje”
(estrangeiros, em romani) como “malditos” ou “enviados do demônio”.
Na Europa, a perseguição aos Ciganos não se fez esperar: através da Inquisição, o Estado
desencadeou seus mecanismos de perseguição. Os Ciganos foram proibidos de usar seus
trajes típicos, cujas cores berrantes e gosto extravagante fugiam à norma social; não podiam
falar sua língua, viajar, nem exercer seus ofícios tradicionais. Foram até proibidos de se
casarem com pessoas do mesmo grupo étnico e, com isso, os traços fisionômicos dos
Ciganos se alteraram, não sendo hoje difícil encontrar Ciganos de olhos claros e cabelo
louro.
Na Boêmia, eles tinham a orelha esquerda cortada, se por lá aparecessem, e também foram
acusados de canibalismo.
Na Sérvia, também foram mantidos escravos até meados do século XIX e “caçados” com
muita crueldade. Deportações, torturas e matanças ocorreram em vários pontos desse país.
Durante o nazismo comandado por Hitler, acredita-se que cerca de meio milhão de Ciganos
foram assassinados. Nessa época, suas mulheres foram esterilizadas, seus filhos eram
brutalmente retirados das famílias e entregues a famílias não-ciganas, seus cavalos foram
mortos a tiros. Os seus nomes foram alterados, para fugir à perseguição nazista; daí que não
seja invulgar encontrar Ciganos com nomes dos “gadje” (estrangeiros).
No final do século XIX houve uma terceira migração de Ciganos do Leste Europeu para os
EUA. Num mundo onde tudo muda a uma velocidade alucinante, o destino previsto para
estes Ciganos é, por vezes, um tanto sombrio.
Após a Segunda Guerra Mundial, muitos Ciganos das áreas rurais da Eslováquia foram
forçados pelos governos a trabalhar nas fábricas da Morávia e da Boêmia, as regiões
centrais mais industrializadas. Porém, em 1989, com a Revolução de Veludo e o fim do
comunismo no país, os Ciganos foram os primeiros a perder os seus empregos.
Existe uma pequena e assimilada elite intelectual Cigana, mas a maioria dos Ciganos da
Europa Central ainda vive em condições precárias, nas grandes cidades. Por conta de
perspectivas econômicas desfavoráveis, de um surto de ataques neonazistas e do fascínio
que a aparente prosperidade ocidental exerce, milhares de Ciganos emigram para países
ocidentais, onde muitos trabalham ilegalmente, pedem esmola ou buscam asilo político.
Estima-se hoje que existam 10 milhões de Ciganos, dos quais 60% vivem na Europa
Oriental. A Romênia, com 2,5 milhões, abriga a maior concentração mundial.
1-Grupo Kalon – Falam o calon e são originários do Egito. Durante séculos, situaram-se na
Península Ibérica (Portugal e Espanha) e se espalharam por outros países, inclusive da
América do Sul, na condição de deportados ou de migrantes. Em algumas situações,
tiveram que ocultar sua origem, criando um dialeto próprio, extraído da língua regional. O
nomadismo é maior entre esse grupo.
2-Os Rom (ou Roma)― Falam a língua romani e se dividem em vários subgrupos com
denominações próprias, como os Matchuaia (originários da Iugoslávia), os Lovara e
Churara (da Turquia), os Moldovano (originários da Rússia), os Kalderash (originários da
Romênia), os Marcovitch (da Sérvia).
3-Os Sinti ―Falam a língua sintó e são mais encontrados na Alemanha, Itália e França,
onde também são chamados Manouche. Fazem parte desta divisão as Famílias Valshtiké,
Estrekárja e Aachkane, todas francesas.
Os Ciganos, ao contrário dos Judeus, nunca demonstraram desejo de ter o seu próprio país.
Nas palavras de Ronald Lee, escritor Cigano nascido no Canadá, "a pátria dos Roma é onde
estão os meus pés".
Conclusão- Por toda a sua história de superação, pela sua extraordinária bagagem espiritual
e cultural, damos graças a Deus pelo fato de a Umbanda ser uma religião que acolheu os
Espíritos Ciganos, que são nossos conselheiros e orientadores, muito sábios, e amigos fiéis,
sempre que os solicitamos com respeito e devoção.
SALVE OS CIGANOS!