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CENTRO ESPÍRITA AGANJUÊ

Rua Joaquim Maia, nº 455 – Pedregulho – Guaratinguetá – SP


C.N.P.J. 48.976.492/0001-81 - Fone (012) 3133 5214 - Fundado em 06/01/1972
Reconhecido como de Utilidade Pública através da Lei Municipal nº 1.412/75

Para auxiliar as Linhas que formam a Lei de Umbanda, nas quais trabalham os
espíritos de Caboclos , Pretos-Velhos e Crianças, costumam se manifestar os espíritos de
entidades ligadas às Linhas de origem e trabalhando na mesma vibração de nossos mentores.
Por isso, são chamadas de entidades que trabalham nas “Linhas Auxiliares”.
São espíritos que tiveram sua última encarnação em tempos mais próximos à nossa e,
por isso mesmo, são mais familiarizados com nossos costumes e modo de viver atual. São
eles os espíritos de baianos, marinheiros, boiadeiros, cangaceiros, ciganos, etc.
Estas entidades nunca assumem a coroa do médium como Guia de Frente. Elas
trabalham muito mais na proteção ou funcionam como uma espécie de secretários dos
Caboclos e Pretos-Velhos, executando tarefas pré-determinadas e defendendo
espontaneamente as mesmas da queima pelo envolvimento com energias materiais a que
estão expostas todas as entidades por ação de demanda de origem material.

POVO BAIANO
O Baiano representa a força do fragilizado, o que sofreu e aprendeu na "escola da
vida" e, portanto, pode ajudar as pessoas. O reconhecido caráter de bravura e irreverência do
nordestino migrante parece ser responsável pelo fato de os baianos terem se tornado
entidades de grande frequência e importância nas giras paulistas e de todo o país, nos
últimos anos.
O Povo Baiano ou os Baianos como costumamos chamar, representam o elo de
ligação entre a esquerda e a direita. Fazem a ligação terra-a-terra nos assuntos a eles
atribuídos e servem de estreitamento entre o ser e a razão, pois transformam o complexo
negativo na simplicidade positiva. São espíritos que ainda têm acesso ao submundo astral e
por este motivo são de grande valia dentro dos trabalhos da Umbanda. São grandes
auxiliares nos trabalhos do dia-a-dia e grandes amigos espirituais.
Devido a sua vivência, conhecem de tudo um pouco e buscam sempre o
encaminhamento e doutrinação das entidades de baixo ciclo. Estão em franca evolução,
somente aceitando a prática do bem. Muitos deles foram auxiliados pelos nossos queridos
Pretos-Velhos e Caboclos adquirindo assim uma certa maturidade espiritual.
Nas giras eles se apresentam com forte traço regionalista. Quando incorporados
gostam de trazer alegria, mas sempre com muito bom censo. Possuem uma capacidade de
ouvir e aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente, são carinhosos e
passam segurança ao consulente que tem fé.
São consoladores por natureza e adoram dar a disciplina de forma brusca e direta
diferente de qualquer entidade.
São tementes ao Senhor do Bonfim e Senhora das Candeias e trazem consigo as mais
variadas vibrações dos Orixás da Umbanda. Sua cor vibracional é a roxa. Sua bebida é a
batida de côco, água de côco ou a cerveja preta. É claro que não devemos esquecer da
tradicional farofa com carne seca, do cuzcuz e do côco fatiado.

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CENTRO ESPÍRITA AGANJUÊ
Rua Joaquim Maia, nº 455 – Pedregulho – Guaratinguetá – SP
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POVO CIGANO
Esta linha de trabalhos espirituais já é muito antiga dentro da Umbanda. Os roma
(singular: rom), chamados vulgarmente de ciganos, são povos tradicionalmente nômades,
originários do norte da Índia e que hoje vivem espalhados pelo mundo, especialmente na
Europa, sendo sempre uma minoria étnica nos países onde vivem. A maioria dos roma falam
algum dialeto do romani, língua muito próxima das modernas línguas indo-europeias do
norte da Índia e do Paquistão.
O povo cigano designado ao encarne na Terra, através dos tempos e de todo o
trabalho desenvolvido até então, conseguiu conquistar um lugar de razoável importância
dentro do contexto espiritual, tendo muitos deles alçado a graça de seguirem para outros
espaços de maior evolução espiritual, juntamente com outros grupos de espíritos, também de
longa data de reencarnações repetidas na Terra e de grande contribuição, caridade e
aprendizado no plano imaterial.
Ao contrário do que se pensa os espíritos ciganos reinam em suas correntes
preferencialmente dentro do plano da luz e positivo, não trabalhando a serviço do mau e
trazendo uma contribuição inesgotável aos homens e aos seus pares, claro que dentro do
critério de merecimento, tanto quanto qualquer outro espírito teremos aqueles que não agem
dentro desse contexto e se encontram espalhados pela escuridão e a seus serviços, por não
serem diferentes de nenhum outro espírito humano.
Trabalham preferencialmente na vibração da direita e aqueles que trabalham na
vibração da esquerda, não são os mesmo espíritos de ex-ciganos, que mantêm-se na direita,
como não poderia deixar de ser, e, ostentam a condição de Guardiões e Guardiãs.
Encontramos no plano positivo falanges diversas chefiadas por ciganos diversos em
planos de atuação diversos, porém, o tratamento religioso não se difere muito e se mantêm
dentro de algumas características gerais. Imenso é o número de espíritos ciganos que
alcançaram lugar de destaque no plano espiritual e são responsáveis pela regência e atuação
em mistérios do plano de luz e seus serviços, carregando a mística de seu povo como
característica e identificação.
Dentro os mais conhecidos, podemos citar os ciganos Pablo, Wlademir, Ramirez,
Juan, Pedrovick, Artemio, Hiago, Igor, Victor e tantos outros, da mesma forma as ciganas,
como Esmeralda, Carmen, Salomé, Carmensita, Rosita, Madalena, Yasmin, Maria Dolores,
Zaira, Sunakana, Sulamita, Wlavira, Iiarin, Sarita e muitas outras também. É imprescindível
que se afirme que na ordem elencada dos nomes não existe hierarquia, apenas lembrança e
critério de notoriedade, sem contudo, contrariar a notoriedade de todos os outros ciganos e
ciganas, que são muitos e com o mesmo valor e importância.
Os ciganos usam muitas cores em seus trabalhos, mas cada cigano tem sua cor de
vibração no plano espiritual e uma outra cor de identificação é utilizada para velas em seu
louvor. Os incensos são sempre utilizados em seus trabalhos e de acordo com o que se
pretende fazer ou alcançar. Normalmente os ciganos utilizam água, vinho e cristais em seus
trabalhos. As ciganas tem preferência por licor doce.
Os espíritos ciganos gostam muito de festas e todas elas devem acontecer com
bastante fruta, todas que não levem espinhos de qualquer espécie, podendo se encher jarras
de vinho tinto com um pouco de mel. Utilizam muitas flores silvestres, rosas, velas de todas
as cores e se possível incenso de lótus.
As saias das ciganas são sempre muito coloridas e o baralho, o espelho, o punhal, os
dados, os cristais, a dança e a música, moedas, medalhas, são sempre instrumentos

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magísticos de trabalho dos ciganos em geral. Os ciganos trabalham com seus encantamentos
e magias e os fazem por força de seus próprios mistérios, olhando por dentro das pessoas e
dos seus olhos.
Uma das lendas ciganas, diz que existia um povo que vivia nas profundezas da terra,
com a obrigação de estar na escuridão, sem conhecer a liberdade e a beleza. Um dia alguém
resolveu sair e ousou subir às alturas e descobriu o mundo da luz e suas belezas. Feliz,
festejou, mas ao mesmo tempo ficou atormentado e preocupado em dar conta de sua
lealdade para com seu povo, retornou à escuridão e contou o que aconteceu. Foi então
reprovado e orientado que lá era o lugar do seu povo e dele também. Contudo, aquele fato
gerou um inconformismo em todos eles e acreditando merecerem a luz e viver bem, foram
aos pés de Deus e pediram a subida ao mundo dos livres, da beleza e da natureza. Deus
então, preocupado em atendê-los, concedeu e concordou com o pedido, determinando então,
que poderiam subir à luz e viver com toda liberdade, mas não possuiriam terra e nem poder e
em troca concedia-lhes o Dom da adivinhação, para que pudessem ver o futuro das pessoas e
aconselha-las para o bem.
São tementes à Santa Sara Kali que é sua padroeira, festejada no dia 24 de maio. Sua
imagem é coberta de lenços, sendo ela uma protetora da maternidade. Mulheres (romi) que
não conseguem engravidar e mulheres que pedem por um bom parto, ao terem seus pedidos
atendidos, depositam aos seus pés um lenço (diklô). Centenas de lenços se acumulam aos
seus pés. As pessoas fazem todo tipo de pedido para Santa Sara, por sua fama de atender
todos os que depositam verdadeira fé nela, além de ser a santa dos desesperados, dos
ofendidos e dos desamparados. Os ciganos no Brasil, depositam também muita fé em Nossa
Senhora Aparecida, na qual consideram sua protetora.

BOIADEIRO
São espíritos de pessoas, que em vida trabalharam com o gado, em fazendas por todo
o Brasil, estas entidades trabalham da mesma forma que os Caboclos nas sessões de
Umbanda. Usam de canções antigas, que expressam o trabalho com o gado e a vida simples
das fazendas, nos ensinando a força que o trabalho tem e passando, como ensinamento, que
o principal elemento da sua magia é a força de vontade, fazendo assim que consigamos uma
vida melhor e farta. Nos seus trabalhos usam de velas, pontos riscados e rezas fortes para
todos os fins.
Quando incorporam, os boiadeiros vêm “descendo em seus aparelhos” como
estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu ambiente de trabalho e
vibração. Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os
médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência.
Nomes de alguns boiadeiros: Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro do Lajedo, Boiadeiro
do Rio, Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João
Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro, Boiadeiro do
Chapadão, etc …
São entidades que representam a natureza desbravadora, romântica, simples e
persistente do homem do sertão, “o caboclo sertanejo”. São os Vaqueiros, Boiadeiros,
Laçadores, Peões, Tocadores de Viola. O mestiço Brasileiro, filho de branco com índio,
índio com negro e assim vai. Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação

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do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé. Ganhando a terra do sertão
com seu trabalho e luta, mas respeitando a natureza e aprendendo, um pouco com o índio:
suas ervas, plantas e curas; e um pouco do negro: seus Orixás, mirongas e feitiços; e um
pouco do branco: sua religião (posteriormente misturada com a do índio e a do negro) e sua
língua, entre outras coisas.
Dá mesma maneira que os Pretos-Velhos representam a humildade, os Boiadeiros
representam a força de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do
campo e a sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira
simples, mas com uma força e fé muito grande. O caboclo boiadeiro está ligado com a
imagem do peão boiadeiro – habilidoso, valente e de muita força física.
Suas cantigas normalmente são muito alegres, tocadas num ritmo gostoso e vibrante.
São grandes trabalhadores, e defendem a todos das influências negativas com muita garra e
força espiritual. Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos
menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade. Sabem que
a prática da caridade os levará a evolução.

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