PREFÁCIO O Titã jovem se tornou o soberano do Universo.

Vários milênios se passaram, Chronos apaixonou-se

O PRIMEIRO CONFRONTO por Réia e tiveram os doze Deuses Olimpianos. E
assim se inicia o confronto.
Era primordial, ano zero

No início só existia o Caos, uma divindade que criou

consciência, e do seu seio surgiu os outros deuses.
Juntos formavam a primeira geração de Titãs,
intitulados “Arquitetos primordiais’’.

Gaia teve vários filhos com Uranos. O Titã odiava

todos eles, insatisfeita com essa situação tivera que PRÓLOGO
esconde-los no Tártaro. Gaia pediu a seus filhos para
se unirem contra Uranos, mas somente Chronos
assentiu. Ela criou uma foice capaz de corta qualquer
O CASAL INCRÉDULO
coisa e entregou a seu filho para que matasse o pai.
Chronos foi até Uranos e cortou seus testículos. Makfor e sua esposa viviam tempos difíceis,
Uranos antes de morrer amaldiçoou Chronos com uma Lana não podia ter filhos, existindo uma
profecia “Assim como fizera, será destronado e cairá
pelo seu próprio filho’’. Mas Uranos não morreu ali, se tristeza aprofundada em suas almas por
transformou em uma prole humana e se jogou na terra. isso. Houve um tempo que juntaram os
poucos dracmas que tinham, para consultar
um nobre médico chamado Hipócritas da
família intitulada descendentes de Asclépio.
Mas, sem muita esperança o médico indicou
o casal rezar pela deusa Hera, que talvez ela
tivesse compaixão concedendo uma prole
com muita saúde. Mas o casal não
acreditava muito nos deuses, e seguiam a
vida assim. Hera ficou sabendo da história
deles, lançando sobre Lana uma maldição.
Ela teria uma criança, mas os dois
morreriam no parto. E assim aconteceu.
Depois de algum tempo tentando, Lana
consegue engravidar e como foi dito
morreu junto ao feto, deixando Makfor
sozinho no mundo.

CAPITULO 1
A PEDRA CELESTIAL
Era um dia daqueles que o céu era tingido
somente de azul, sem nuvens somente o
teto em sua mais pura essência. Makfor se
esforçava para aproveitar aquele momento
raro, arava-se a terra numa constante
tentativa de produzir alimento para até o
próximo solstício de inverno. Quando
avistou no céu uma grande rocha
flamejando caindo em direção as
montanhas. Makfor corre até a montanha
para saber o que era. Uma grande cratera se
formou no local de impacto e lá no fundo
tinha um capsula cristalizada com
rachaduras em seu interior, Makfor decide
abrir, e se espanta com o que tinha dentro.
Ele encontrou um bebê em perfeito estado,
sem ferimentos, sem machucados. Tinha
uma pintura desenhada em suas costas, a de
um Carvalho com raízes que percorriam seu
corpo.
Makfor acreditara que seria um presente
enviado de Zeus pela maldade de Hera com
sua esposa. Por ter caído do céu, Makfor
colocou o nome da criança de Kaelo. E
assim seguiu o pobre homem cuidando da
criança da pedra celestial.
 CAPITULO 2

A SILHUETA DO HOMEM
VELOZ

Alguns anos depois...

Cidade de Delfos – Grécia

Era frio naquela noite, eu escovava meu

cavalo antes da próxima caçada noturna.
Pensava em meu aniversário praticamente o
dia inteiro. Faltavam - se poucos minutos
para a meia noite, sabia disso pois a lua
estava a pino. E os lobos uivavam além do
habitual. Chegara a hora de diferir um
garoto de um homem. Me tornar um adulto.
Meu pai sempre dissera que a idade adulta
seria algo muito importante, e que seria o
momento que eu entenderia muito sobre a
vida. Ele era um homem perspicaz.
Naquela noite em especial que a Terra
completava uma volta ao redor do Sol, olhei
para o horizonte e notei uma silhueta de
um homem veloz vindo em minha direção.
Vinha em minha direção, em uma
velocidade absurda. Por um momento achei
que era algum animal, mas era
extremamente veloz.
Corri em direção a minha casa o mais
depressa possível.
— Pai, venha aqui fora agora e traz a
Dory — gritei tropeçando nas cordas que
seguravam os cavalos.
Meu pai sem entender, abre a porta de
madeira pesada como se não fosse nada.
— Olha lá — eu disse apontando para
frente.
— Pelos deuses, o que é aquilo um
centauro? — indagou meu pai assustado.
— Centauros não correm nessa
velocidade — e está vindo em nossa
direção, se prepare — eu disse.
Meu pai era um homem forte e ágil como
um soldado grego. Seus cabelos eram
escuros e tinha uma cicatriz de guerra no
rosto.
Os cavalos estavam inquietos com o
impacto sonoro, fazendo grunhidos e
relinchos em uníssono.
O som que pairou no ar, me lembrou o som
de pedras de seixo ao bate-las umas nas
outras causando aquele atrito.
Quando a luz se aproximara deu para notar
que na verdade a silhueta era de fato um
homem. Atlético, cabelos castanhos, com
uma roupa metálica brilhante. Parecia um
corpo celeste super luminoso. Notei
também as sandálias com pequenas asas em
penugem escura.
— Vai me dizer que é Talaria, as
sandálias de Hermes? Perguntei ao homem.
Era como nos livros.
— Sim, são elas mesmo. Meu pai me
emprestou, não sou tão rápido quanto ele.
Disse ele sorrindo
—Senhores, Kaelo, Makfor, é um prazer —
o rapaz se aproximou cumprimentando.
— Sou Autolycus, filho de Hermes —
disse ele inquieto avistando o horizonte
como se procurasse algo.
— Devemos sair logo, um grupo de
gigantes estão vindo para cá. Estão a mais
ou menos três quilômetros de Delfos e se
movem rapidamente. Não posso explicar
muito. Por hora é o que tenho de
informação, temos que sair logo —
completou ele.
Eu já pensativo pergunto.
— Espera um pouco, eu não estou
entendendo nada. Autolycus O Ladino das
histórias? O que está acontecendo? Estou
sonhando? Eu disse de forma confusa.
Meu pai me olha e põe a mão direita em
meu ombro dizendo:
 — Filho essa é a hora. Tive medo de
contar, mas agora chegou o momento de
partir, explicamos melhor ao chegarmos lá.
disse ele.
— A hora de que? — Chegar aonde? —
Estou confuso — respondi ele.
Autolycus se vira e diz;
— Escutem, vamos para Olímpia —
responde com os olhos arregalados — a
base de treinamento dos guerreiros —
finaliza.
— Olímpia? — Mas isso fica a
duzentos e quarenta quilômetros de Delfos,
está maluco? Eu disse com tom sarcástico
— demoraria meses a pé — completei.
Por um breve momento esqueci que aquele
homem tinha percorrido o céu como um
raio em nossa direção. Essa distância seria
brincadeira de criança. Mas aquilo ainda me
parecia totalmente fora da realidade.
Como que alguém poderia viajar numa
velocidade dessas sem se despedaçar no ar?
— refleti comigo.
Enquanto tentava entender tudo aquilo,
senti tremores no chão. Baixei a cabeça e
depois me virei. Entre as árvores avistei
seres humanoides correndo sem hesitação
em nossa direção, pisoteando tudo pela
frente.
- Por Zeus, aquilo são gigantes?
Perguntou meu pai a Autolycus.
- Não é possível, são gigantes de
verdade olha a altura daquilo.
Completei.
- São sim Makfor, grandes e não
parecem querer brincar. Por isso estou
falando para irmos depressa. Perdemos
muito tempo. Era para estarmos em
Olímpia.
Autolycus fala rapidamente.
Eram do tamanho de arvores, das maiores
que já vi em toda a minha vida.
Nisso os gigantes ciclopes pararam e um
deles que parecia o líder grita.
— Senti o cheiro podre de vocês, agora
morram! arrancaram pinheiros do chão
como se tivessem colhendo safras de
rabanetes e arremessaram em nossa direção.
Deu tempo de piscar e ver em câmera lenta
Autolycus me dando um empurrão
desembainhando sua espada que emitiu um
brilho cintilante.
Se desviou dando um giro por cima dela e
cortou uma outra logo em seguida chutou a
última para longe. A que Autolycus desviou
veio em direção ao meu pai, atingindo-o no
peito.
O impacto o arremessou contra a parede da
casa.
Quando fui empurrado, cai no chão e bati a
cabeça numa pedra, mesmo com a visão
turva e um zumbido dentro do ouvindo.
Me esforço para levantar e gritar pelo meu
pai em prantos.
Sigo cambaleando até ele. Aquela cena
encheu meus olhos. Não acreditava no que
acabara de ver. Meu pai, ensanguentado
com um tronco fincado em seu peito.
- Me ajuda, ele foi atingido. Por favor
faz alguma coisa, não o deixe morrer.
Gritei para o filho do deus com os olhos
cheios d’água.
No fundo eu já sabia que ele não iria
sobreviver, o ferimento era muito profundo
e tinha atravessado o corpo fora a fora.
- Autolycus, leve-o com cuidado até
Quiron.
Respondeu meu pai em últimas palavras
- Prometo proteger com toda minha
força Makfor.
- Xekourásou (Descanse)
Sussurra Autolycus em grego no ouvido
dele.
- Kaelo, eu sei o que está sentindo, e
peço que seja forte agora. Temos que ir
depressa.
Disse Autolycus
- Não vou deixar meu pai aqui sozinho,
pode ir embora.
Gritei chorando com meu pai no colo.
- Vamos Kaelo precisamos chegar ir, se
não formos agora eles vão nos alcançar.
Autolycus diz.
Enquanto isso Arges e seus dois irmãos,
Brontes e Estéropes, corriam como touros
selvagens enraivecidos. Vinham em nossa
direção. Eu nunca tinha visto nem nada
parecido com aquilo, tinham uns trinta
metros de altura, usavam vestimentas de
couro vermelho e capacetes de guerra. O
que chamava atenção eram a quantidade de
braços.
Autolycus sabia que não podia enfrentar
três deles sozinho.
Arges dá um salto tentando me pescar com
um de seus braços. Foi nesse momento que
senti um puxão pelo casaco e um abraço
apertado na cintura.
Autolycus me pegou como se guardasse
algo debaixo dos braços e sussurrou
palavras magicas em grego.
- San Astrapí (Como um raio)
Fazendo os sapatos voadores moverem suas
asas rapidamente.
Começamos a percorrer deixando rastro de
poeira para trás. Estávamos em uma
velocidade em que meus olhos não
acompanhavam. Meu estômago era
fortemente pressionado pela força de
empuxo e acabei desmaiando minutos
depois, com toda a pressão da viagem.
Arges e seus irmão não obtiveram sucesso.
O semideus era mais rápido que uma flecha
e até mesmo como um raio no chão. Parecia
até flutuar sobre a terra.
- Insetos desgraçados.
Disse Arges frustrado.
- Você quase o pegou irmão.
Disse Brontes um de seus irmãos com
sotaque caipira. Parece que conhecia poucas
palavras.
- Se não fosse aquele metido teríamos
pego o moleque, mas pelo menos matamos
o pai dele. Não vamos chegar de mão
abanando.
Disse Estéropes com uma voz aguda
assustadora.
- Isso ainda nem começou irmãos.
Disse Arges.
 - Brontes, Estéropes, consigam
transporte para voltarmos para a base.
Precisamos arrumar essa porcaria que vocês
fizeram. Eles não vão se esconder para
sempre. Agora sinto o cheiro deles muito
mais forte do que antes.
Ordenou Arges, olhando Autolycus
sumindo na linha do horizonte.
Dias antes Chronos ordenou os irmãos
acharem o Cálice de Crater. Eles criaram
uma máquina que podia localizar, mas
provavelmente a aura de Kaelo e Autolycus
estava ofuscando o sinal da ferramenta de
busca feita por eles.
Arges eram o mais sábio dos três, portanto
era o motivo de ter se tornado o líder. Não
que Brontes, ou Estéropes pudessem
comandar algo.
Os dois tinham a cabeça vazia, deve até
ecoar por dentro. Mas Estéropes era o que
tinha as ideias geniais. Eram uma boa
equipe. As vezes pareciam crianças dentro
de gigantes. Mas ambos eram ótimos
ferreiros, poderiam fazer armas para todo
um exército em pouco tempo. Graças a toda
sabedoria que adquiriram de Hefesto.
Alguns anos atrás foram expulsos, pois
eram muito atrapalhados. Tanto que um dia
quase explodiram a casa de Hefesto com
fogo de forja.
 Um dia depois do acontecido...
Cidade de Olímpia - Grécia
Acordei com dores de cabeça e barulhos de
espadas. Autolycus estava ali sentado me
observando enquanto me esforçava para
levantar. A cama era macia como penas de
harpia, e o ambiente tinha cheiro de
ambrosia.

— Adoro esse cheiro de ambrosia no ar,

está sentindo? Perguntou ele como se fosse
começar uma história.

— Sim, é um excelente cheiro. Inclusive,

CAPITULO 2 nunca provei, teria algum doce escondido
ACAMPAMENTO DE aí, estou morrendo de fome. Perguntei com
a mão na barria que roncava.
OLÍMPIA
 — Ahh, mas é claro que tenho, olha
aqui eu cheio de doces. Tenho cara que
carrego doces no bolso? Disse ele em tom
sarcástico.
— Cara, relaxa... logo o almoço será
servido. Dei um Dracma pra cozinheira e
ela me contou que terá Javali selvagem do
bosque de Pã. Disse ele sussurrando
olhando para os lados, como se tivesse mais
alguém no quarto ouvindo.
— Aaah quase ia me esquecendo, vista
a armadura que está na mesa ao seu lado.
Após o almoço terá jogo de rouba bandeira
em times. Quiron quer te ver em ação. Vou
torcer por você, aliás fico feliz em ser teu
protetor.
— Agora vem, fica de pé, quero te
apresentar o acampamento e também
Quiron está louco para ver você. Não parou
de falar nisso desde que você chegou.
Me levantei, e meu corpo parecia novo em
folha, sem arranhões, e a dor de cabeça já
estava passando. Acredito que estava
funcionando de fato essa ambrosia aérea.
Me veio na cabeça a imagem do meu pai.
Ainda parecia tudo um sonho vívido, não
acreditava que tudo tinha sido tão rápido e
que ele tinha ido para o mundo inferior.
Deixei os pensamentos de lado e fui em
direção a armadura que Autolycus tinha
mencionado. Ela era de couro marrom, e
tinha um símbolo em tinta preta, era o
capacete de guerra da deusa Atena. Junto
tinha uma saia de batalha, uma espada de
madeira e um escudo. Realmente me senti
indo para uma guerra.
Sai do quarto da enfermaria, e vi o quão
grande era aquele lugar, e nem parecia na
Grécia. O Sol brilhava a pino, era meio dia
no momento. Era como um vilarejo entre
vales rodeado de montanhas. No topo de
uma delas, tinha uma estátua da deusa
Atena, com um feixe de luz que saia de sua
espada até o topo do céu, e parecíamos estar
cercados por uma abóboda mágica. Mesmo
assim dava para observar os arredores,
como a transparência de um vidro.
— O que é essa cúpula ao redor do
acampamento? Perguntei a Autolycus
— É a proteção do Manto de Veleficatio.
Alguns anos um deus foi condenado ao
Tártaro por confrontar Zeus, perdendo seu
manto. Conseguimos esse artefato mágico
durante uma missão que Quiron me enviou.
Foi dureza, um escorpião gigante encontrou
o manto, tive que lutar contra um escorpião
gigante de três caldas, junto com mais dois
amigos semideuses, Perseu e Nérites.
Continuamos andando, outro lado do
acampamento tinha um lugar aberto. Com
outros semideuses que pareciam estar
treinando, atirando flechas, brigando com
espadas e escalando pequenos muros. Com
as mesmas armaduras que eu estava usando.
Um dos garotos me notou e gritou — Seja
bem-vindo novato, toma cuidado para não
se machucar. Estava rindo com seus
amigos.
Ele parecia durão, usava um elmo azul, e um
machado na mão esquerda.
Só assenti com a cabeça e desviei o olhar.
— Já fazendo amizades? Indagou Autolycus.
Esse ali é Heleno, filho de Cassandra.
— Simpático ele. Falei sarcasticamente
Uma menina de cabelos ruivos, e olhos
avermelhados como fogo, deu um soco de
leve nas costas do garoto e disse. Deixa o
garoto em paz, provavelmente até ele pode
te vencer nesse jogo.
Troquei olhares com ela e segui em frente.
— Quem é ela? perguntei a Autolycus.
Ele riu e disse. — Aquela? — Se chama
Tessalia, ela é filha de Erictónio. Ele foi o
único filho de Atena com Hefesto.
— Olha ele, todo garanhão. Disse me
socando no braço. — Masssss... — Essa é
melhor ficar longe, muita areia pra sua
carruagem. Completou.
Chegamos em uma casa um pouco maior — Sem cerimonias filho, sei que é você!
que as outras. Ronan Kaelo da cidade de Delfos. Grande

Na entrada tinha uma placa de pedra que prazer em conhecer pessoalmente.

dizia, “Alojamento quatro patas de Quiron’’. — Igualmente senhor. Então, meu pai antes

Tinha uma porta bem grande na entrada, lá de ... me disse vir até você que iria

dentro tinha cheiro de ervas, livros antigos esclarecer muitas coisas. Poderia me

e a cavalo molhado. Nem sei qual o cheiro explicar o que seria? Perguntei

de um cavalo molhado, não me pergunte. E então, Quiron se virou para uma lareira e
Quanto mais adentrávamos o cheiro ficou fitando as chamas queimarem.
aumentava, as paredes tinham pinturas que — Sinto muito pelo seu pai. As vezes o
ilustravam a história dos deuses. destino é muito cruel. Pode se sentar onde
Chegando na sala, avistei um homem, achar confortável. Disse ele.
metade cavalo, era um centauro. Na — Kaelo menino dos ventos. Falou
verdade, era Ô Centauro.
— O que quer dizer com Menino dos
— Olá Quiron, sou Kae ... Antes de ventos? Perguntei
completar ele me interrompeu.
— Já é absolutamente raro acontecer de
deuses terem filhos com humanos. Que
denominamos de Semideuses, mas o seu
caso é mais que raro, até onde sei é o único,
e vivi para ver isso. Uma reencarnação
divina personificada.
— Lia as histórias na sua infância dos
primórdios das divindades? Perguntou ele.
— Li sim, e meu pai em contava antes de
dormir. Respondi.
Ele começa a contar fazendo um tour pelas
pinturas dos quadros.
— O primeiro confronto foi entre Uranos o
Titã do céu e Chronos o Titã do tempo, seu
filho mais jovem. Depois de cortar os
testículos com a foice de Gaia, Uranos antes
de morrer, se personificou entrando numa
pedra mágica se atirando na terra. Durante
a viagem que durou milênios a pedra caiu
em Delfos, e seu pai encontrou. O que
quero dizer é que, você é essa criança. Só
sobrevivera ao tempo e a viagem por conta
de seus genes divinos. Seu poder estar
adormecido ai dentro. Makfor seu pai,
colocou seu nome Kaelo porque significa
Céu, pois é de lá que veio.
Naquele momento levantei assustado,
boquiaberto. Estava totalmente confuso.
Logo eu? Um simples caçador. Deve haver
algum engano.
— Não existe enganos Kaelo, o Oráculo
previu. E lançou uma profecia. Disse ele.
— Okay, mas o que a profecia dizia? — Definitivamente é tudo loucura, eu nem
Perguntei. poderes tenho. Eu falei bem alto.

Em voz alta ele falou: — Você sente Kaelo, no fundo do seu

coração você sabe que é especial. Te darei
“Cairá dos céus o próprio céu em forma de
broto, crescerá nas mãos de um outro. A um tempo para digerir tudo que eu falei.

força divina deve acordar, e a guerra por fim Mas saiba, não existe só você, nosso

chegará” disse Quiron. acampamento é rodeado de semideuses e

seres e itens mágicos. Completou. Certo
— Certo, mas o que quer dizer tudo isso?
agora vamos digerir comidaaaaaa. Mudando
Em partes eu entendi, mas...
totalmente o clima tenso do local,
— Quer dizer que você será nosso salvador! galopando até a entrada do templo.
Assim como Perseu, Hércules entre outros
semideuses. Disse ele. Mas para isso precisa
treinar e acordar sua força divina que Fomos em direção ao centro do

adormecera com o tempo. acampamento e lá tinha uma tenda com

varias mesas de pique nique. Todos já
estavam lá sentados, só esperando para
serem servidos.
Antes de nos sentar, Quiron me puxou na
frente de todos e gritou. Silencio, ouçam.
Esse é Ronan Kaelo, de Delfos, deem as
boas-vindas. Depois disso, todos da mesa
bateram os pés cinco vezes depois bateram
na mesa com as duas mãos, ao som de um
grito em uníssono “Arrú”. Como um suspiro
forte.
Fui em direção as mesas e algumas pessoas
iam me cumprimentando. De longe avistei
Tessalia a menina dos cabelos flamejantes.
Ela fazia um gesto como se tivesse me
chamando para sentar lá. Fui até a mesa e
junto a ela, estava um garoto com roupas
escuras, com um capuz e uma pintura em
círculo em ambas bochechas.
— Peixe-boi, disse ele aleatoriamente.
Olhei para Tessalia sem entender e
perguntei.
— O que? Como assim peixe boi? é o prato
de hoje? Perguntei confuso.
— Calma, esse é o Mark, ele é calado por
conta de seus poderes. Ele é filho de Hera, e
suas palavras tem tanto poder que se
tornam realidade, nisso ele evita falar algo
importante para se proteger e não ferir
ninguém. As pinturas em seu rosto é para
anular seus pensamentos perigosos que
também o afeta. Fora isso, ele é gente boa.
— Aaah... agora sim eu entendi. Respondi — Ele que é o Ladino, mas sempre perde
sem entender nada. dinheiro para Adefagia. Disse Tessalia

Enquanto isso uma mulher vinha com dando risada, comendo um rabanete.

bandejas nas mãos, acompanhada de dois Enquanto comíamos, perguntei como

fantasmas que iriam nos servir. funcionava esse tal de rouba bandeira que

Abrindo a bandeja, notei que não era o todos estavam empolgados.

javali selvagem que Autolycus tinha me — É simples, é dividido em duas legiões de

dito. Eram frutos, acompanhados de peixes semideuses, as de Elmos azuis e as de
e vegetais. Acredito que ele perdeu aquele elmos vermelhos. O objetivo é criar
dracma. estratégia e conseguir pegar a bandeira

De longe ouço Autolycus reclamar:
— Adefagiaaaa, onde está meu javali? Me
deve um dracma.
inimiga e trazer para a nossa. É livre para
usar armas, só que somente as de madeira.
Podem usar magia a vontade, porque
Quiron quer para acostumarmos com a
nossa própria. O difícil será para você está
contra meu time. Disse ela sorrindo. Nunca
perdi uma vez sequer, estou a 59 partidas
invicta.