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Ivalber Alex da Silva - ivalbervalbinho10@hotmail.com.br - CPF: 107.871.094-52


Você acaba de adquirir o material: Legislação Mapeada Extreme para o concurso de
Polícia Militar de Pernambuco – 2024.

Esse material é totalmente focado no certame e aborda ponto a ponto do edital da


disciplina de História de Pernambuco.

Nele foi inserido toda a teoria sobre a matéria cobrada no certame, para facilitar a sua
compreensão, e marcações das partes mais importantes.

Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na
banca PM PE e nos concursos anteriores da PM/PE.

Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus
questionamentos para o seguinte e-mail: cadernomapeado@gmail.com.

Bons Estudos!

Rumo à aprovação!!

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SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................................................... 5
HISTÓRIA DE PERNAMBUCO ..................................................................................................................... 6
OCUPAÇÃO E COLONIZAÇÃO .................................................................................................................... 6
1) Introdução.................................................................................................................................................. 6
2) Contatos Iniciais com os Europeus e os Nativos............................................................................... 6
3) Capitanias Hereditárias ........................................................................................................................... 7
4) Duarte Coelho ........................................................................................................................................... 8
IMPORTÂNCIA DO AÇÚCAR PARA A ECONOMIA LOCAL ................................................................... 8
1) Introdução.................................................................................................................................................. 8
2) Contexto do Ciclo do Açúcar ................................................................................................................. 9
3) Importância do Açúcar............................................................................................................................ 9
FORMAÇÃO DE OLINDA E RECIFE ........................................................................................................... 10
1) Introdução................................................................................................................................................ 10
2) Considerações Iniciais ........................................................................................................................... 10
3) Formação de Olinda............................................................................................................................... 11
4) Formação de Recife ............................................................................................................................... 11
PRESENÇA HOLANDESA E O GOVERNO DE MAURÍCIO DE NASSAU ............................................. 12
1) Introdução................................................................................................................................................ 12
2) Invasão Holandesa em Pernambuco ................................................................................................. 12
3) Governo de Maurício de Nassau......................................................................................................... 13
MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA E EMANCIPACIONISTAS ................................................................ 14
1) Introdução................................................................................................................................................ 14
2) Formação de Quilombolas ................................................................................................................... 14
2.1) Quilombo dos Palmares .................................................................................................................... 14
3) Insurreição Pernambucana .................................................................................................................. 15
4) Guerra dos Mascates ............................................................................................................................. 15
4.1) Causas e Movimento .......................................................................................................................... 16
5) Revolução Pernambucana ou Insurreição Pernambucana de 1817 ........................................... 17
6) Confederação do Equador.................................................................................................................... 18
6.1) Causas e Movimento .......................................................................................................................... 18
7) Guerra dos Cabanos ............................................................................................................................... 19
7.1) Movimento da Cabanada .................................................................................................................. 19
8) Revolução Praieira ................................................................................................................................. 20
PERNAMBUCO E A REPÚBLICA ................................................................................................................ 21

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1) Introdução................................................................................................................................................ 21
2) Brasil República ...................................................................................................................................... 22
3) Pernambuco Republicano .................................................................................................................... 22
3) República Oligárquica ........................................................................................................................... 22
3.1) Oligarquia Pernambucana ................................................................................................................ 23
4) Intervenção de Agamenon Magalhães ............................................................................................. 24
5) Ditadura Militar ...................................................................................................................................... 25
5.1) Ditadura Militar em Pernambuco ................................................................................................... 26
6) Democratização de Pernambuco ........................................................................................................ 27
MANIFESTAÇÕES DA CULTURA POPULAR PERNAMBUCANA......................................................... 29
1) Introdução................................................................................................................................................ 29
2) Considerações Iniciais ........................................................................................................................... 29
3) Frevo .......................................................................................................................................................... 29
4) Maracatu .................................................................................................................................................. 30
5) Culinária.................................................................................................................................................... 30
6) Festas Populares ..................................................................................................................................... 30
HERANÇA AFRODESCENTE EM PERNAMBUCO ................................................................................... 30
1) Introdução................................................................................................................................................ 30
2) Considerações Iniciais ........................................................................................................................... 31
3) Religião ..................................................................................................................................................... 31
4) Música e Dança ....................................................................................................................................... 32
5) Culinária.................................................................................................................................................... 32
6) Expressão Artísticas ............................................................................................................................... 32
7) Movimentos Sociais e Culturais .......................................................................................................... 32
8) Capoeira.................................................................................................................................................... 32

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Pessoal!

Antes de iniciarmos o estudo de História de Pernambuco apresentaremos os assuntos que foram


cobrados no edital do PM PE.

CONTEÚDO

1. Ocupação e colonização - Contatos iniciais do europeu com o nativo local, Capitanias Hereditárias, Duarte

Coelho.

2. A importância do açúcar para a economia local.

3. Formação de Olinda e Recife.

4. A presença holandesa e o governo de Maurício de Nassau.

5. Movimentos de resistência e emancipacionistas - Formação de Quilombos, Insurreição Pernambucana

(1654), Guerra dos Mascates (1710), Revolução Pernambucana (1817), Confederação do Equador (1824),

Guerra dos Cabanos (1835), Revolução Praieira (1848).

6. Pernambuco e a República.

7. Manifestações da cultura popular pernambucana – Frevo, Maracatu, culinária, festas populares.

8. Herança Afrodescente em Pernambuco.

Por se tratar de uma matéria totalmente teórica, iremos abordar todos os pontos necessários para a
prova!

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HISTÓRIA DE PERNAMBUCO

Iniciaremos agora os estudos do Histórico de Pernambuco! Então, sem mais delongas, bons estudos!

OCUPAÇÃO E COLONIZAÇÃO

1) Introdução

Iniciamos os estudos na matéria de História de Pernambuco para o concurso da PM-PE:

1 – Ocupação e Colonização: contatos iniciais com os europeus e os nativos; capitanias here-


ditárias; Duarte Coelho.

Tenha em mente que a sua disciplina e esforço são imprescindíveis para a sua aprovação! Bons es-
tudos e desejamos sucesso na sua aprovação!

2) Contatos Iniciais com os Europeus e os Nativos

Em 1501, no ano subsequente à chegada dos europeus ao Brasil, a região de Pernambuco, designada
pelo Tratado de Tordesilhas como parte da América portuguesa, foi explorada pela expedição li-
derada por Gonçalo Coelho. Esta expedição estabeleceu feitorias ao longo da costa da colônia, pos-
sivelmente incluindo a atual localidade de Igarassu, onde a defesa foi posteriormente confiada a
Cristóvão Jacques. Pernambuco logo se tornaria o principal centro de exploração do pau-brasil
(ou pau-de-pernambuco) no Novo Mundo. A qualidade excepcional da madeira pernambucana re-
gia os preços no comércio europeu, explicando o uso do termo "pernambuco" para se referir à árvore
em idiomas como francês e italiano.

Em 1516, o primeiro engenho de açúcar na América portuguesa foi construído no litoral pernam-
bucano, na Feitoria de Itamaracá, sob a administração de Pero Capico, o primeiro Governador das
Partes do Brasil. Já em 1526, os direitos sobre o açúcar de Pernambuco eram registrados na Alfân-
dega de Lisboa.

No ano de 1532, o barão de Saint Blanchard, Bertrand d'Ornesan, tentou estabelecer um posto de
comércio em Pernambuco. O navio A Peregrina, de propriedade do nobre francês, comandado pelo
capitão Jean Duperet, capturou a Feitoria de Igaraçu, fortificando-a com canhões e deixando-a sob
o comando de um senhor chamado La Motte. Entretanto, meses depois, na costa da Andaluzia, na
Espanha, os portugueses capturaram a embarcação francesa. O navio estava carregado com 15 mil
toras de pau-brasil, três mil peles de onça, 600 papagaios, 1,8 tonelada de algodão, óleos medicinais,
pimenta, sementes de algodão e amostras minerais. Simultaneamente, o capitão português Pero
Lopes de Sousa combatia os franceses em Pernambuco. Após a retomada da feitoria, os soldados
franceses foram presos, e La Motte foi enforcado. Informado da missão de A Peregrina em Pernam-
buco, o rei Dom João III decidiu iniciar a colonização do Brasil, dividindo o território em capitanias
hereditárias. Iniciou-se então o povoamento efetivo do território pernambucano.

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Ocupação em Pernambuco

Feitorias

Até 1530 Escambo

Pau-Brasil

Capitanias Hereditárias

Após 1530 Escravidão

Cana-de-açúcar

3) Capitanias Hereditárias

As capitanias hereditárias foram uma forma de administração territorial implementada no Brasil


durante o período colonial. Elas foram estabelecidas pelo rei de Portugal, Dom João III, por meio de
uma carta régia datada de 1534. A intenção era descentralizar o governo e incentivar a coloniza-
ção do território recém-descoberto.

O litoral do Brasil foi dividido em grandes faixas de terra, cha-


madas capitanias, que se estendiam desde o litoral até o interior
do continente. Cada capitania era administrada por um donatá-
rio, um nobre ou pessoa de confiança do rei, que recebia o título
de capitão-donatário.

Os donatários recebiam vastos poderes sobre suas capitanias,


incluindo o direito de explorar os recursos naturais e estabe-
lecer sistemas judiciais e administrativos. Em troca, eles eram
responsáveis por promover o povoamento, a exploração eco-
nômica e a defesa de suas capitanias.

Apesar das intenções, o sistema de capitanias hereditárias en-


frentou diversos desafios. Muitos donatários não tinham os re-
cursos necessários para desenvolver efetivamente as regiões
sob sua administração. Conflitos com indígenas, falta de infra-
estrutura e dificuldades econômicas contribuíram para o fracasso de várias capitania

Diante das dificuldades encontradas e da falta de sucesso na colonização, o sistema de capitanias


hereditárias foi gradualmente substituído pelo governo centralizado da Coroa portuguesa. Em
1549, Tomé de Souza foi nomeado o primeiro governador-geral do Brasil, representando uma
mudança em direção a uma administração mais centralizada e eficiente.

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4) Duarte Coelho

O atual estado de Pernambuco compreende parte da antiga Capitania de Pernambuco, que foi
concedida por Dom João III a Duarte Coelho em 1534, e parte da Capitania de Itamaracá, doada a
Pero Lopes de Sousa. O Foral da Capitania de Pernambuco, estabelecido na época, serviu como
modelo para os forais de outras capitanias no Brasil.

Em 1535, Duarte Coelho assumiu o controle da capitania, inicialmente cha-


mada de Nova Lusitânia, mas posteriormente renomeada como Pernam-
buco, denominação que perdura até os dias atuais. Nesse mesmo ano, as
povoações de Igarassu e Olinda, estabelecidas no ano da chegada do
donatário, foram elevadas à categoria de vila. Olinda tornou-se a capital
administrativa, enquanto seu porto, inicialmente ocupado por pescadores,
deu origem à atual cidade do Recife.

As vilas de Olinda e Igarassu, pioneiras no povoamento do Brasil, foram


pontos de partida para expedições que exploraram o interior da capitania.
Uma dessas expedições, liderada pelo filho de Duarte Coelho, Jorge de Albuquerque, adentrou o
sertão até o rio São Francisco, contribuindo para a expansão do território e enfrentando índios
hostis.

Duarte Coelho, por sua vez, empreendeu a instalação de grandes engenhos de açúcar em Pernam-
buco, incentivando também o cultivo do algodão. Rapidamente, a Capitania de Pernambuco tornou-
se o principal polo produtor de açúcar na colônia, consolidando-se como a mais próspera e influ-
ente entre as capitanias hereditárias.

Nesse contexto, Pernambuco se destacou como o protótipo da sociedade açucareira, baseada nos
grandes latifúndios dedicados ao cultivo da cana-de-açúcar, um modelo que predominou nos dois
séculos seguintes. Vários fatores, como a adaptação favorável da cana-de-açúcar ao clima e solo
locais, a proximidade geográfica de Portugal, a presença abundante de pau-brasil, o cultivo do al-
godão e os significativos investimentos de Duarte Coelho na fundação de vilas e na pacificação dos
índios, explicam o rápido progresso da capitania.

No início do século XVII, Pernambuco já era considerada a maior e mais rica área de produção de
açúcar no mundo, conforme testemunhado pela opulência e pela prosperidade econômica da região.

IMPORTÂNCIA DO AÇÚCAR PARA A ECONOMIA LOCAL

1) Introdução

Seguiremos os estudos sobre a importância do açúcar para a economia local:

1 – Importância do Açúcar para a Economia Local: contexto do ciclo do açúcar; importância


do açúcar;

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2) Contexto do Ciclo do Açúcar

A implantação da produção de açúcar no Brasil foi uma estratégia dos portugueses para reforçar a
ocupação e exploração efetiva do território, sendo impulsionada pela decadência do comércio de
especiarias na Índia e pelas frequentes invasões francesas no Brasil, especialmente para o contra-
bando de pau-brasil.

Portugal, baseando-se em sua experiência com a produção açucareira nas ilhas Atlânticas, decidiu
transferir essa atividade para o Brasil. O açúcar, sendo uma especiaria valiosa e cada vez mais con-
sumida na Europa, tornou-se o principal motor econômico durante o Ciclo do Açúcar, contribuindo
significativamente para a colonização e desenvolvimento do Brasil colonial.

3) Importância do Açúcar

O açúcar representou um pilar essencial para a economia de regiões onde sua produção predomi-
nava, como no nordeste do Brasil durante o período colonial. Sua importância era vasta, destacando-
se como principal produto de exportação e fonte primária de riqueza. As plantações de cana-de-
açúcar, operando sob o sistema de plantation, formavam a base da atividade econômica, contribu-
indo não apenas para o mercado internacional, onde o açúcar brasileiro era altamente valorizado,
mas também para o desenvolvimento de infraestrutura local. A indústria açucareira impulsionou a
geração de empregos, criou cidades e estimulou setores como comércio, transporte e manufatura.
Além de conferir reconhecimento internacional ao Brasil como um dos principais fornecedores glo-
bais de açúcar, a prosperidade dessa indústria influenciou profundamente a sociedade, a cultura e a
política das regiões produtoras.

Vamos esquematizar, no quadro a seguir, os impactos da economia açucareira no Brasil:

Economia Açucareira

O açúcar foi o principal produto de exportação e fonte de riqueza para muitas


Principais Produtores de
regiões tropicais, incluindo o nordeste do Brasil. As plantações de cana-de-
Riqueza
açúcar e os engenhos de açúcar eram os pilares da economia local.

O açúcar brasileiro, especialmente durante os séculos XVI e XVII, era altamente


Mercado Internacional valorizado no mercado internacional. O produto era exportado principalmente
para a Europa, onde havia uma demanda crescente por açúcar refinado.

A produção de açúcar envolvia o sistema de plantation, uma forma de agricul-


tura de larga escala baseada em grandes propriedades agrícolas. Essas planta-
Sistema de Plantation
ções, geralmente dedicadas exclusivamente ao cultivo da cana-de-açúcar,
eram altamente produtivas.

Geração de Empregos A indústria açucareira demandava uma quantidade significativa de mão de


obra, desde o cultivo da cana até o processamento nas usinas de açúcar. Isso

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resultava na geração de empregos para trabalhadores locais, bem como para
escravos africanos trazidos para trabalhar nas plantações e engenhos.

O sucesso da indústria açucareira contribuiu para o desenvolvimento de infra-


Desenvolvimento de In-
estrutura nas regiões produtoras. Houve investimentos em estradas, portos e
fraestrutura
outros meios de transporte para facilitar a exportação do açúcar.

O crescimento da produção de açúcar muitas vezes levava à criação de novas


Criação de Cidades cidades. Por exemplo, no nordeste do Brasil, cidades como Recife e Olinda
cresceram em importância devido à expansão da indústria açucareira.

A economia local era fortemente influenciada pelo dinamismo da indústria


Dinamismo Econômico açucareira. O comércio de açúcar estimulava outros setores, como o comércio,
o transporte e a manufatura.

O sucesso da produção de açúcar colocou o Brasil como um dos principais


Reconhecimento Interna-
fornecedores mundiais desse produto, conferindo ao país reconhecimento in-
cional
ternacional e contribuindo para sua importância na economia global da época.

FORMAÇÃO DE OLINDA E RECIFE

1) Introdução

Estudaremos de forma aprofundada, agora, sobre a formação de Olinda e Recife:

1 – Formação de Olinda e Recife: considerações iniciais; formação de Olinda; formação de


Recife.

2) Considerações Iniciais

A formação de Olinda e Recife está entrelaçada com a


colonização portuguesa, o ciclo econômico do açúcar e
os eventos históricos que marcaram a região. Essas cida-
des desempenharam papéis distintos na história colonial
brasileira, sendo centros culturais, administrativos e co-
merciais de grande importância.

As histórias de Olinda e Recife possui um conjunto de


pontos onde caminhos se cruzam, visto que ambas foram
fundadas com poucos anos de diferença.

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A medida em que as duas cidades cresciam, a relevância de Olinda e Recife foram notadas. As irmãs,
que ao longo de diferentes períodos históricos ostentaram o título de capital do estado de Pernam-
buco, estão classificadas entre as seis cidades mais antigas do Brasil, sendo Recife a mais antiga
dentre as capitais estaduais.

3) Formação de Olinda

Olinda foi fundada em 1535 por Duarte Coelho, donatário da Capitania de Pernambuco. Inicial-
mente, a cidade foi estabelecida como um ponto estratégico para a defesa contra invasões estran-
geiras.

Em 1537, apenas dois anos após sua fundação, Olinda foi elevada à categoria de vila. Esse reconhe-
cimento refletiu o crescimento e a importância adquiridos pela localidade. Olinda tornou-se a capital
administrativa da Capitania de Pernambuco, desempenhando um papel crucial na administração
colonial e nas atividades comerciais da região.

Durante o século XVI, Olinda destacou-se como um importante centro cultural e educacional, abri-
gando conventos, igrejas e escolas. A cidade tornou-se um polo de irradiação cultural na colônia.

4) Formação de Recife

O Recife começou a se desenvolver a partir de um porto natural que servia Olinda. No entanto, o
crescimento econômico e populacional levou ao estabelecimento de uma comunidade mais inde-
pendente.

Durante o período em que os holandeses ocuparam a região (1630-1654), o Recife foi amplamente
desenvolvido, tornando-se um importante centro comercial e administrativo sob o domínio ho-
landês.

Após a expulsão dos holandeses, o Recife passou por um período de reconstrução. O conflito entre
Olinda, que era leal à Coroa portuguesa, e o Recife, que mantinha uma posição mais autônoma, foi
um elemento significativo nas disputas da época.

A localização estratégica do Recife, aliada ao desenvolvimento do comércio, especialmente o co-


mércio de açúcar, impulsionou seu crescimento econômico. A rivalidade entre Olinda e Recife atin-
giu seu auge durante os episódios conhecidos como as batalhas dos mascates, conflitos políticos
e sociais que envolveram as elites locais.

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PRESENÇA HOLANDESA E O GOVERNO DE MAURÍCIO DE NASSAU

1) Introdução

Agora, vamos estudar sobre a presença holandesa e o governo de Maurício de Nassau:

1 – Presença Holandesa e o Governo de Maurício de Nassau: invasão holandesa em Pernam-


buco; governo de Maurício de Nassau.

2) Invasão Holandesa em Pernambuco

A invasão Holandesa em Pernambuco refere-se ao período entre 1630 e 1654, durante o qual os
Países Baixos (Holanda) invadiram e ocuparam parte significativa da região nordeste do Brasil, es-
pecialmente o território da Capitania de Pernambuco:

Tome nota!

Em 1624, na Bahia.

Em 1630, em Pernambuco.

Em 1641, no Maranhão.

Os holandeses estabeleceram a Companhia das Índias Ocidentais para recuperar o comércio do


açúcar invadindo o nordeste brasileiro. Após serem derrotados em Salvador, tiveram a sorte de sa-
quear um navio espanhol carregado de prata sul-americana. Utilizando esses recursos, se prepara-
ram para uma nova investida no Brasil, focando agora em Pernambuco, onde obtiveram êxito.

Apesar dos esforços dos brasileiros e portugueses em montar uma resistência no chamado Arraial
do Bom Jesus, foram traídos por Domingos Calabar, resultando na rendição diante das tropas ho-
landesas.

Em 1630, uma força militar holandesa, liderada por Maurício de Nassau, desembarcou no Recife. A
cidade foi tomada pelos holandeses, marcando o início da ocupação.

Maurício de Nassau trouxe uma administração relativamente tolerante e eficiente, buscando esta-
belecer relações pacíficas com a população local. Durante seu governo, houve um período de flo-
rescimento cultural e econômico.

Apesar da administração relativamente benevolente de Nassau, houve resistência por parte da po-
pulação local, que desejava a restauração do domínio português.

A ocupação holandesa enfrentou desafios econômicos e militares. Além disso, o retorno de Nassau
à Holanda em 1644 enfraqueceu o governo holandês na região.

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As forças luso-brasileiras, lideradas por André Vidal de Negreiros e João Fernandes Vieira, enfrenta-
ram os holandeses nas Batalhas dos Guararapes (1648 e 1649), marcando o início do fim do domí-
nio holandês.

O Tratado de Haia, em 1654, pôs fim à ocupação holandesa em Pernambuco. Os holandeses con-
cordaram em deixar o território, restituindo-o ao domínio português.

3) Governo de Maurício de Nassau

O governo de Maurício de Nassau, ou Maurício de Nassau-Siegen, em Pernambuco, Brasil, ocorreu


durante o período de 1637 a 1644, como parte da ocupação holandesa na região.

O Conde Maurício de Nassau desembarcou na Nieuw Holland, a


Nova Holanda, em 1637, trazendo consigo uma equipe de arqui-
tetos e engenheiros. Este momento marcou o início da constru-
ção de Mauritsstad, atualmente conhecida como Recife. A ci-
dade foi meticulosamente planejada por Pieter Post, o arquiteto
responsável, e foi equipada com pontes, diques e canais para su-
perar os desafios geográficos locais.

Pieter Post também foi o responsável pelo desenho de edifícios


notáveis, como o Palácio de Friburgo, sede do poder de Nassau
na Nova Holanda. Este palácio abrigava um observatório astro-
nômico, o primeiro do Hemisfério Sul, além de ser o local do primeiro farol e jardim zoobotânico do
continente americano. Em 1643, o Recife, atualmente um bairro, foi conectado à Cidade Maurícia
com a construção da primeira ponte de grande porte da América Latina.

Durante o governo de Nassau, Recife floresceu como a cidade mais cosmopolita da América, abri-
gando a maior comunidade judaica do continente. Nesse período, foram construídas as primeiras
sinagogas do Novo Mundo, a Kahal Zur Israel e a Maguen Abraham. Além disso, na Nova Holanda,
foram cunhadas as primeiras moedas em solo brasileiro: os florins de ouro e os soldos de prata,
contendo a palavra "Brasil".

Devido a várias razões, sendo a exoneração de Maurício de Nassau do governo da capitania pela
Companhia Holandesa das Índias Ocidentais uma das mais significativas, a população de Pernam-
buco se rebelou contra o governo. Esse movimento ficou conhecido como Insurreição Pernambu-
cana.

Importante!

Uma dica importante para a sua prova: quando houver questões sobre o governo de Maurício de
Nassau, fique atento às assertivas que lembram as suas realizações positivas no Recife, geralmente
a assertiva está correta.

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MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA E EMANCIPACIONISTAS

1) Introdução

Vamos estudar os movimentos de resistência e emancipacionistas no estado de Pernambuco:

1 – Movimentos de Resistência e Emancipacionistas: formação de quilombolas; insurreição


pernambucana; guerra dos mascates; revolução pernambucana ou insurreição pernambucana
de 1817; confederação do equador; guerra dos cabanos; revolução praieira.

2) Formação de Quilombolas

Os quilombos são comunidades historicamente formadas por descendentes de africanos escraviza-


dos que fugiam das plantações e buscavam refúgio em áreas remotas, muitas vezes em regiões de
difícil acesso.

As comunidades quilombolas desenvolviam práticas agrícolas, técnicas de caça e pesca para ga-
rantir sua subsistência. Eles criavam estratégias de autossuficiência para evitar o retorno à condição
de escravidão.

As comunidades quilombolas preservavam suas tradições culturais africanas, incluindo línguas, ritu-
ais religiosos, danças, músicas e culinária. Essa preservação cultural é uma característica marcante
dessas comunidades.

2.1) Quilombo dos Palmares

O Quilombo dos Palmares, situado na então Capitania de Pernambuco, nas elevações da serra da
Barriga, na área que hoje pertence ao município alagoano de União dos Palmares, foi o maior qui-
lombo da era colonial brasileira. Seu nome derivava da abundância de palmeiras na região.

Com registros datando desde 1602, o quilombo abrangia uma extensão considerável, estendendo-
se por cerca de 150 quilômetros de comprimento e 50 quilômetros de largura, ocupando terri-
tório nos atuais estados de Alagoas e Pernambuco. Sua população, estimada entre 6 mil e 20 mil
pessoas, fazia de Palmares um símbolo marcante da resistência dos escravizados.

Palmares representou uma oportunidade significativa para


os negros fugitivos, principalmente durante a invasão ho-
landesa em Pernambuco, que ocorreu por volta de 1654.
Durante quase sete décadas, os escravizados que busca-
vam refúgio no quilombo viveram em relativa tranquili-
dade, estabelecendo uma espécie de estado africano ba-
seado em pequenas propriedades e práticas agrícolas di-
versificadas.

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Com o término do domínio holandês em Pernambuco, fazendeiros e autoridades locais passaram
a considerar Palmares uma ameaça. Durante anos, o quilombo enfrentou ataques, mas resistiu com
tenacidade. Sua existência persistiu por quase um século, destacando-se entre seus líderes figuras
notáveis como o rei Ganga Zumba e seu sucessor, Zumbi. A resistência prolongada de Palmares
tornou-se um marco significativo na história da luta contra a escravidão no Brasil.

3) Insurreição Pernambucana

Em 1645, 18 líderes insurretos pernambucanos se reuniram no Engenho de São João para firmar
um compromisso contra o domínio holandês na Capitania de Pernambuco. Este acordo marcou o
início do contra-ataque à invasão holandesa. A primeira vitória significativa dos insurretos ocorreu
no Monte das Tabocas, onde 1.200 combatentes mazombos, armados com uma variedade de ins-
trumentos, derrotaram 1.900 holandeses em emboscada. Liderando essa vitória, Antônio Dias Car-
doso recebeu o apelido de "Mestre das Emboscadas". Os holandeses, após serem novamente der-
rotados na Casa Forte, recuaram para várias fortificações, incluindo Cabo de Santo Agostinho, Pontal
de Nazaré, Sirinhaém, Rio Formoso, Porto Calvo e Forte Maurício, onde foram sucessivamente ven-
cidos pelos insurretos.

Cercados e isolados na faixa conhecida como Nova Holanda, estendendo-se do Recife a Itamaracá,
os invasores enfrentaram a escassez de alimentos, levando-os a atacar plantações nas vilas de São
Lourenço, Catuama e Tejucupapo. A Batalha de Tejucupapo, ocorrida em 1646, foi marcada pela
resistência das mulheres camponesas armadas com utensílios agrícolas e armas leves, que expulsa-
ram definitivamente os invasores holandeses. Este evento histórico é reconhecido como a primeira
participação militar significativa das mulheres na defesa do território brasileiro.

Com a chegada gradual de reforços portugueses, os holandeses foram finalmente expulsos em 1654,
durante a segunda Batalha dos Guararapes, considerada a origem do Exército Brasileiro. Após a
tomada da colônia holandesa, os judeus foram obrigados a partir ou converter-se ao catolicismo. A
comunidade judaica, temendo a Inquisição, vendeu seus pertences e deixou o Recife em 16 navios.
Parte dessa comunidade estabeleceu-se em Amsterdã, enquanto outra parte migrou para Nova York.

Devido à Primeira Guerra Anglo-Neerlandesa, a República Holandesa não pôde auxiliar seus compa-
triotas no Brasil. Após o término do conflito contra os ingleses, a Holanda exigiu a devolução da
colônia em maio de 1654. Sob ameaça de uma nova invasão no Nordeste brasileiro, Portugal firmou
um acordo com os holandeses, indenizando-os com 4 milhões de cruzados e cedendo duas colônias:
Ceilão (atual Sri Lanka) e as ilhas Molucas (parte da atual Indonésia). Em de 1661, a Holanda formal-
mente cedeu a região ao Império Português por meio da Paz de Haia.

4) Guerra dos Mascates

Após a ocupação holandesa, um influxo de comerciantes oriundos de Portugal, muitas vezes referi-
dos pejorativamente como "mascates", estabeleceu-se no Recife, contribuindo para a prosperidade
da vila. Contudo, o desenvolvimento do Recife gerou desconfiança entre os olindenses, em sua

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maioria proprietários de engenhos enfrentando desafios econômicos. O conflito de interesses polí-
ticos e econômicos entre a aristocracia açucareira pernambucana e os novos burgueses deu ori-
gem à Guerra dos Mascates, na qual o Recife foi cenário de confrontos e cercos.

Comerciantes
Aristocracia Açucareira
Portugueses - novos
Guerra dos Mascates - senhores de engenho
burgueses
pés rapados
Mascates

4.1) Causas e Movimento

Décadas após a expulsão dos holandeses de Pernambuco, a economia regional enfrentou uma crise
devido à queda nos preços do açúcar no mercado internacional e à competição do açúcar pro-
duzido nas Antilhas.

A concorrência impactou os prósperos senhores de engenho de Olinda, que entraram em declínio


devido à diminuição dos lucros na produção açucareira. Sem recursos para quitar suas dívidas, os
latifundiários passaram a depender de empréstimos. Nesse período, os comerciantes portugueses,
conhecidos como mascates, dominavam o Recife e tinham capital para emprestar aos senhores de
Olinda, impondo, no entanto, juros elevados que resultaram no crescente endividamento dos
olindenses.

Embora economicamente dependentes dos comerciantes portugueses, os senhores de engenho per-


nambucanos se opuseram à emancipação política e administrativa do Recife, que até então era
uma comarca subordinada a Olinda. A emancipação do Recife foi vista como agravante na relação
entre os latifundiários locais (devedores) e a burguesia lusitana (credora), colocando ambas as partes
em pé de igualdade política.

Até o final do século XVII, Olinda era o principal centro urbano de Pernambuco, habitado por ricos
senhores de engenho que acreditavam em sua prosperidade contínua. Contudo, devido à guerra de
preços do açúcar no mercado europeu, os senhores de engenho de Olinda passaram a buscar em-
préstimos dos comerciantes do Recife, então um simples povoado. Gradualmente, surgiu o ressen-
timento e conflitos. Cientes de sua importância, os comerciantes solicitaram ao rei de Portugal que
elevasse o povoado à condição de vila. Quando a separação entre as duas cidades estava prestes a
ocorrer, em 1710, os senhores de Olinda se rebelaram, tendo Bernardo Vieira de Melo, proprietário
de engenho, como um dos líderes. Incapazes de resistir, os comerciantes mais abastados do Recife
fugiram para evitar capturas. A metrópole interveio na região em 1711, prendendo os líderes da
rebelião. Recife foi então elevada à condição de capital de Pernambuco.

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Após a vitória dos mascates, os comerciantes perceberam o predomínio do comércio em relação à
produção colonial, pois os senhores de Olinda dependiam financeiramente dos mascates para man-
ter seu sistema colonial. Além disso, para manter a paz, a Majestade concedeu aos senhores de
engenho de Olinda o perdão das dívidas acumuladas e a prerrogativa de manter suas plantações.

5) Revolução Pernambucana ou Insurreição Pernambucana de 1817

A Revolução Pernambucana, também conhecida como "Revolução dos Padres", foi um movimento
emancipacionista que teve início em 1817, na então Capitania de Pernambuco. Entre suas causas
destacam-se a disseminação das ideias iluministas por sociedades maçônicas, o absolutismo mo-
nárquico português e os elevados gastos da recém-chegada Família Real e seu séquito no Brasil.
O governo pernambucano era obrigado a remeter grandes quantias de dinheiro para o Rio de Ja-
neiro, destinadas a custear salários, alimentação, vestimentas e festas da Corte, dificultando o en-
frentamento de problemas locais, como a seca de 1816, e resultando no atraso no pagamento dos
soldados, o que gerou grande descontentamento entre o povo pernambucano. Este foi o único
movimento libertário durante a dominação portuguesa que transcendeu a fase conspiratória, atin-
gindo o processo revolucionário de tomada do poder.

O movimento contou com algum apoio internacional, incluindo dos Estados Unidos, que, dois anos
antes, havia estabelecido seu primeiro consulado no Brasil e no Hemisfério Sul devido às relações
comerciais com Pernambuco. Além disso, ex-oficiais de Napoleão Bonaparte planejavam resgatar o
líder francês de seu cativeiro em Santa Helena e levá-lo a Pernambuco e, posteriormente, a Nova
Orleans.

No início do século XIX, Pernambuco era a capitania mais rica do Brasil. Recife e Olinda, as duas
maiores cidades pernambucanas, abrigavam cerca de 40 mil habitantes juntas (enquanto o Rio de
Janeiro, capital da colônia, possuía 60 mil). O porto do Recife era crucial para o escoamento da pro-
dução de açúcar e algodão. Além de sua importância econômica e política, os pernambucanos ha-
viam participado de lutas libertárias anteriores, como a Insurreição Pernambucana em 1645 e a
Guerra dos Mascates, na qual foi cogitada a Proclamação da Independência de Olinda.

A Revolução Pernambucana teve início com a ocupação do Recife em 1817. O capitão José de Barros
Lima, conhecido como Leão Coroado, no regimento de artilharia, reagiu à voz de prisão, matando
o comandante Barbosa de Castro a golpes de espada. Junto com outros militares rebeldes, tomou o
quartel, ergueu trincheiras nas ruas vizinhas para impedir o avanço das tropas monarquistas e cercou
o governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro no Forte do Brum, onde ele se rendeu. Ao
assumir o controle do Governo Provincial, os revoltosos apoderaram-se do tesouro da província,
estabeleceram um governo provisório e proclamaram a República. A liderança da revolução ficou
a cargo do comerciante Domingos José Martins e do Padre João Ribeiro, com apoio dos religio-
sos Vigário Tenório, Padre Miguelinho, Padre Roma, Vigário de Santo Antônio, Frei Caneca, além de
Antônio Carlos de Andrada (irmão de José Bonifácio), José de Barros Lima, Domingos Teotônio Jorge,
Antônio Henriques Rabelo, Manuel Corrêa de Araújo, Cruz Cabugá, José Luís de Mendonça, Gervásio
Pires, José de Barros Falcão de Lacerda, entre outros.

A repressão à Revolução Pernambucana foi brutal, com muitos revoltosos sendo arcabuzados, en-
forcados e, após a morte, seus corpos mutilados. Outros morreram na prisão, enquanto o Padre João

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Ribeiro suicidou-se, tendo seu corpo desenterrado, esquartejado e sua cabeça exposta em praça
pública. Vigário Tenório, enforcado e decapitado, teve as mãos cortadas e o corpo arrastado pelas
ruas do Recife. Como retaliação, a Comarca das Alagoas foi desmembrada de Pernambuco, com a
sanção de João VI de Portugal. Essa região, cujos proprietários rurais haviam permanecido fiéis à
Coroa, foi recompensada podendo formar uma capitania independente.

Os revolucionários, provenientes de várias partes da colônia, tinham como principal objetivo con-
quistar a independência do Brasil em relação a Portugal e implantar uma república liberal. O
movimento abalou a confiança na construção do império americano idealizado por Dom João VI,
sendo considerado o precursor da independência alcançada em 1822.

6) Confederação do Equador

Durante o ciclo do açúcar e nos primeiros anos do século XIX, a Capitania de Pernambuco destacou-
se como o mais significativo polo econômico do Brasil. No período imperial, a província de Per-
nambuco permaneceu como uma das mais importantes do país, mantendo sua posição de destaque
em relação às províncias vizinhas. A capital, Recife, apenas ficava atrás do Rio de Janeiro em termos
de importância política e econômica. Entretanto, a economia da província foi impactada pela deca-
dência da produção de açúcar e algodão. A estrutura agrária, herdada do período colonial, conti-
nuou baseada no latifúndio, com um reduzido número de famílias proprietárias controlando a maior
parte das terras.

Iremos estudar agora, um dos movimentos separatistas mais relevantes na região pernambucana no
período do Brasil Imperial.

6.1) Causas e Movimento

A Confederação do Equador foi um movimento revolucionário de caráter emancipacionista e re-


publicano que teve início em Pernambuco, estendendo-se para outras províncias do Nordeste do
Brasil. Originada como um desdobramento da Revolução Pernambucana, a Confederação do Equa-
dor representou a principal resposta à tendência absolutista e à política centralizadora do go-
verno do imperador Dom Pedro I (1822-1831), delineada na Carta Outorgada de 1824, que se con-
figurou como a primeira Constituição do país.

Tome nota!

Fique atento ao momento da Independência do Brasil em 1822, com a promulgação da primeira


constituição do país.

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Mesmo após a independência do Brasil, Dom Pedro I permanecia vinculado aos interesses da Co-
roa Portuguesa, manifestando simpatia por uma proposta feita por seu pai, Dom João VI. Essa pro-
posta visava recriar o Reino Unido, conferindo ao Brasil ampla autonomia para preservar os direitos
ao trono português. No entanto, muitos pernambucanos interpretaram essa fórmula como uma ten-
tativa de recolonização. Além disso, a província de Pernambuco estava insatisfeita por arcar com
altas taxas para sustentar o Império, justificadas como necessárias para financiar conflitos provin-
ciais pós-independência, nos quais algumas províncias resistiam à separação de Portugal. Pernam-
buco esperava uma primeira Constituição de caráter federalista, concedendo autonomia às provín-
cias para resolverem suas questões.

A repressão ao movimento foi intensa. O imperador solicitou empréstimos à Inglaterra e contratou


tropas estrangeiras sob o comando de Thomas Cochrane, que se dirigiram ao Recife. Os rebeldes
foram subjugados, e diversos líderes, como Frei Caneca, foram enforcados ou fuzilados. Como reta-
liação, Dom Pedro I desmembrou, por decreto, a extensa Comarca do Rio de São Francisco do terri-
tório pernambucano, transferindo-a inicialmente para Minas Gerais e, posteriormente, para a Bahia.
Essa foi a última porção de terra retirada de Pernambuco, resultando em uma significativa redu-
ção territorial, de 250 mil km² para 98 mil km².

7) Guerra dos Cabanos

A Cabanada foi a revolta que ocorreu no Brasil entre 1832 e 1834, desencadeada logo após a abdi-
cação de Dom Pedro I, durante o período da Regência. As dificuldades financeiras enfrentadas pelo
novo regime, com o comércio exterior praticamente estagnado e a queda das cotações do algodão
e da cana-de-açúcar, somadas ao privilégio aduaneiro concedido à Inglaterra desde 1810, foram
fatores que contribuíram para o surgimento de várias revoltas no Império do Brasil nesse período.

Importante!

Cuidado para não se confundir com a Cabanagem, revolta popular e social, ocorrida no estado Pará
(Grão-Pará), na qual criou-se a província do Amazonas, com a vitória do Império.

7.1) Movimento da Cabanada

Na província de Pernambuco, também conhecida como "A Guerra dos Cabanos”, eclodiu um mo-
vimento nas camadas mais simples da população, também denominadas cabanos, assim como na
Cabanagem paraense. Desenvolveu-se na zona da mata e no agreste, liderada por Vicente de Paula,
com adeptos de origens humildes, predominantemente índios (jacuípes e outros) e escravos fora-
gidos, chamados de papaméis

Esse levante foi principalmente desencadeado pela incompreensão das classes humildes diante das
transformações no regime, resultantes da abdicação de D. Pedro I, contando, por isso, com o apoio
dos restauradores do Recife.

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Inspirada por ideais religiosos, que a assemelham à Guerra de Canudos, a Cabanada foi finalmente
derrotada em 1835 por Manuel de Carvalho Pais de Andrade, o mesmo que, em 1824, proclamara
a Confederação do Equador e presidia a província.

8) Revolução Praieira

A Revolução Praieira, também conhecida como "Insurreição Praieira", "Revolta Praieira" ou simples-
mente "Praieira", foi um movimento de natureza liberal e separatista que ocorreu na província de
Pernambuco entre os anos de 1848 e 1850. Esta última das revoltas provinciais esteve intrinseca-
mente relacionada às contendas político-partidárias que marcaram o Período Regencial e o início do
Segundo Reinado no Brasil. A derrota desse movimento representou uma manifestação de poder
por parte do governo de Dom Pedro II (1840-1889).

A monarquia brasileira enfrentava considerável oposição devido às novas ideias liberais emergentes
na época. Além do descontentamento geral com o governo imperial, uma parcela significativa da
população pernambucana demonstrava insatisfação com a concentração de terras e poder polí-
tico na província, que era a mais importante do Nordeste.

o predomínio do latifúndio;

a dependência e marginalização do
pequeno agricultor;

o encarecimento dos gêneros de primeira


necessidade;
Principais causas da
Rebelião Praieira
o papel monopolizador dos comerciantes
portugueses;

o êxodo rural;

a crise da economia pernambucana.

Nesse contexto, surgiu o Partido da Praia, criado como uma oposição ao Partido Liberal e ao Partido
Conservador, ambos controlados por duas famílias poderosas que frequentemente faziam acordos
políticos entre si. As disputas pelo poder se intensificaram, culminando, em 1848, no início do conflito
armado. Em Olinda, os líderes praieiros emitiram o "Manifesto ao Mundo" e entraram em confronto
com as tropas do governo imperial, que intervieram para encerrar a maior insurreição ocorrida du-
rante o Segundo Reinado.

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O manifesto defendia

o voto livre e universal do povo brasileiro; a extinção do Poder Moderador e do direito de


agraciar;
a plena e absoluta liberdade de comunicar os
pensamentos por meio da imprensa (liberdade de o elemento federal na nova organização
imprensa);
a completa reforma do Poder Judiciário, de
o trabalho, como garantia da vida para o cidadão forma a assegurar as garantias dos direitos individu-
brasileiro; ais dos cidadãos;

o comércio a retalho só para os cidadãos brasi- a extinção da lei do juro convencional;


leiros;
a extinção do sistema de recrutamento militar
a inteira e efetiva independência dos poderes então vigente.
constituídos;

Após angariar o apoio da população urbana em extrema pobreza, pequenos arrendatários, boiadei-
ros, mascates e negros libertos, os praieiros marcharam sobre o Recife em fevereiro de 1849 com
cerca de 2,5 mil combatentes, mas encontraram resistência. Dividiram-se em três Divisões, lideradas
por João Inácio de Ribeiro Roma, Bernardo Câmara e Pedro Ivo Veloso da Silveira.

A repressão foi conduzida por Manuel Vieira Tosta, designado como novo presidente, com o apoio
do Brigadeiro José Joaquim Coelho, o novo Comandante das Armas. As forças rebeldes foram der-
rotadas nos confrontos de Água Preta e Igarassu.

Os líderes do movimento, pertencentes à classe dominante, foram detidos e julgados somente em


1851, quando a província já estava mais tranquila, permitindo que o governo imperial concedesse
anistia. Eles retomaram seus cargos públicos e a administração de seus engenhos.

Por outro lado, os rebeldes das camadas sociais menos privilegiadas, como rendeiros e trabalhado-
res, não foram julgados e muitos foram recrutados à força ou anistiados por intervenção de seus
superiores para retornarem ao trabalho, exceto aqueles sumariamente fuzilados durante e imedia-
tamente após os combates.

Como resultado do fim da Praieira no início de 1850, iniciou-se uma fase de tranquilidade política
no Segundo Reinado, impulsionada pelo parlamentarismo e pela política de conciliação de D.
Pedro II, além da prosperidade advinda do café.

PERNAMBUCO E A REPÚBLICA

1) Introdução

Seguiremos os estudos sobre o tema de Pernambuco e a República:

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1 – Pernambuco e a República: Brasil república; pernambuco republicano; república oligár-
quica; intervenção de Armagedon Magalhães; ditadura militar; democratização de pernam-
buco;

2) Brasil República

O Brasil República trata-se do período histórico do Brasil em que o sistema republicano foi estabe-
lecido, ou seja, desde a Proclamação da República em 1889, quando o marechal Deodoro da Fonseca
liderou um golpe que resultou na deposição de Dom Pedro II. Esse acontecimento marcou a transi-
ção do país de uma monarquia para uma república presidencialista, representando, do ponto de
vista historiográfico, o início de uma nova era na história brasileira que se estende até os dias atuais.

3) Pernambuco Republicano

Nos primeiros anos da República no Brasil, o Recife mantinha sua influência como uma cidade de
grande importância político-econômica, sendo apenas superada pelo Rio de Janeiro. Na década
de 1910, a cidade buscava modernizar-se, inspirando-se em Paris, por meio de projetos como a
reforma do porto e a construção de largas avenidas, muitas vezes negligenciando a preservação de
edifícios históricos, alguns dos quais foram totalmente demolidos. Assim como em todo o Brasil, o
modernismo não conseguiu resolver as profundas disparidades sociais. Esse período foi marcado
por uma agitação cultural, e a Belle Époque testemunhou a busca por novas linguagens para tra-
duzir as rápidas transformações resultantes das inovações tecnológicas. Até meados do século, os
recifenses mantinham uma forte influência cultural francesa.

3) República Oligárquica

Em 1894, com a saída de Floriano Peixoto, teve início a formação da República Oligárquica, sendo
dominada pelas oligarquias de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Minas Gerais, o es-
tado mais populoso, possuía a maior representação na Câmara dos Deputados, seguido por São
Paulo.

Os militares que proclamaram a República não se afastaram imediatamente da política. Somente


após a morte de Floriano Peixoto em 1895, os desgastes relacionados à Campanha de Canudos e o
assassinato do ministro da Guerra de Prudente de Morais é que os militares se distanciaram do
poder. Eles só retornaram à política entre 1910 e 1914, durante o governo de Hermes da Fonseca, e
no movimento conhecido como tenentismo na década de 1920. Portanto, pode-se afirmar que a
República Oligárquica realmente se consolidou em 15 de novembro de 1898, com a posse do se-
gundo presidente civil, Campos Sales.

Durante a República Oligárquica (1894-1930), o poder político federal esteve sob o controle das
oligarquias cafeeiras de São Paulo e Minas Gerais, influenciadas também pela figura do senador
gaúcho Pinheiro Machado até 1916. São Paulo e Minas Gerais dominaram o governo federal na

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maior parte desse período, de 1894 a 1930, por meio da "política do café com leite". O termo "café"
refere-se a São Paulo, o maior centro produtor e exportador de café do país, enquanto o "leite" é
uma alusão a Minas Gerais, tradicional produtor de leite. Minas Gerais era o segundo maior produtor
de café na República Velha.

O Rio Grande do Sul exerceu influência na política nacional devido ao prestígio pessoal do senador
Pinheiro Machado, que foi assassinado em 1916. A partir desse evento, a influência gaúcha declinou
devido ao conflito constante entre o PRR e o Partido Libertador no estado. Quando esses dois par-
tidos foram finalmente unidos por Getúlio Vargas, em 1928, o Rio Grande do Sul conseguiu lançar
seu próprio candidato à presidência da República: Getúlio Vargas, em 1930.

3.1) Oligarquia Pernambucana

Com uma ascensão veloz nos últimos anos do Império, a oligarquia Rosa e Silva desempenhou um
papel crucial no debate político do período que definiu as dinâmicas de poder na Primeira República.
Nacionalmente, o Senador pernambucano liderou o Parlamento na reforma eleitoral de 1904. Ape-
sar de introduzir inovações positivas, a nova legislação eleitoral manteve bases regulatórias exclusi-
vas e elitistas que sustentavam a dominação tranquila dos partidos majoritários.

Na sua terra natal, a rede político-partidária liderada pelo conselheiro Rosa e Silva controlou a ad-
ministração pública estadual a partir de 1896. Essa posição permitia atender aos interesses de clien-
tes urbanos e coronéis, que, em troca de cargos e outros favores, comprometiam seus serviços, os
votos de seus dependentes, participavam de fraudes eleitorais e, principalmente, suprimiam possí-
veis rebeliões dos opositores.

Importante!

O termo "voto de cabresto" refere-se a uma prática política histórica no Brasil, especialmente du-
rante o período da República Oligárquica (1894-1930). Essa prática envolvia o controle e a manipu-
lação do voto por parte de políticos ou líderes locais, muitas vezes ligados a grandes latifundiários.

Os eleitores eram frequentemente pressionados, coagidos ou submetidos a práticas clientelistas,


como a troca de favores ou promessas de benefícios, em troca do voto conforme indicado pelo
líder político.

Este cenário sofreu uma ruptura na primeira disputa pelo cargo executivo estadual protagonizada
por Rosa e Silva. Mesmo vencendo nas urnas, ele teve que aceitar a diplomação do general Emídio
Dantas Barreto como governador de Pernambuco para o quadriênio de 1911 a 1915. Ao abordar a

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eleição mais sangrenta da Primeira República, que atraiu a atenção da imprensa brasileira e interna-
cional, ficou evidente a habilidade técnica da campanha oposicionista e o papel de grupos até então
marginalizados.

Francisco Rosa e Silva, que um dia foi aclamado como "o Napoleão do Norte", acabou derrotado
não apenas pela união da coligação partidária oposicionista estadual e as tropas do Exército, mas
também pela atuação decisiva de mulheres (mesmo desprovidas do direito de voto) e pobres
vendedores de jornais (constituindo o temido "batalhão dos 34 pés descalços").

4) Intervenção de Agamenon Magalhães

Agamenon Magalhães foi nomeado interventor por Getúlio Vargas no estado de Pernambuco, du-
rante a chamada Era Vargas (1930-1945). Para entendermos melhor, dividiremos essa era em três
fases:

a) Governo Provisório (1930-1934): Getúlio adiou a característica provisória do governo, resultando


na Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo, que buscava uma Assembleia Nacional Cons-
tituinte. Getúlio cedeu, convocou a assembleia e apresentou a constituição em 1934.

b) Governo Constitucional (1934-1937): A constituição determinava que Vargas permaneceria no


poder até 1938, com eleições. No entanto, a Intentona Comunista de 1935 e a suposta ameaça de
outra intentona levaram Vargas a dar um golpe em 1937, instituindo o Estado Novo.

c) Estado Novo (1937-1945): Uma ditadura foi estabelecida, marcada pelo nacionalismo, xenofobia
e anticomunismo. A simpatia inicial de Vargas pelos regimes fascistas cedeu à cooperação com os
Aliados na Segunda Guerra Mundial, levando à queda do Estado Novo em 1945.

Dentro desse contexto, Agamenon Magalhães, entusiasta da Revolução de 30, foi nomeado inter-
ventor em Pernambuco. Ele buscou unidade social e política, mas implementou censura nos meios
de comunicação por meio do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) de Getúlio.

Durante a Segunda Guerra, Recife recebeu forças militares dos EUA, conforme acordo com Getúlio.
Agamenon combateu o Cangaço, movimento de banditismo social, resultando na morte de seu líder,
Lampião, em 1938. O interventor perseguiu críticos, comunistas, prostitutas, afro-brasileiros e ho-
mossexuais. Seu plano de erradicar mocambos recebeu críticas de Gilberto Freyre e Manoel Bandeira.

Em 1945, Agamenon deixou o governo de Pernambuco, continuando na vida pública. De 1946 a


1964, houve um breve período democrático, não abordado no edital da banca. Daremos um salto
no tempo e estudaremos a Ditadura Militar de 1964.

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5) Ditadura Militar

A Ditadura Militar (1964-1985) caracterizou-se por um pe-


ríodo de intensa repressão estatal em prol da preservação
da ordem vigente. Os militares ascenderam ao poder em
meio a uma significativa instabilidade política, tanto nacio-
nal quanto internacional, impulsionada pela Guerra Fria.

Alegando que o presidente João Goulart governava sob pre-


ceitos comunistas, os militares promoveram um golpe de
estado, encerrando as eleições diretas para a presidência.

Para uma compreensão mais específica dos eventos relevantes em Pernambuco durante esse perí-
odo, é crucial contextualizar as fases da Ditadura Militar:

Fases da Ditadura Civil-Militar (1964-1985) sob os generais presidentes

Presidentes Generais Principais acontecimentos

Castelo Branco - Cassações políticas;

(15/04/1964 a 15/03/1967) - Fim das eleições diretas para presidente, instaurando o bipartidarismo
(ARENA – Aliança Renovadora Nacional e MDB – Movimento Democrático
Brasileiro);

- Restrição de direitos constitucionais;

- Suspensão da imunidade parlamentar.

Arthur da Costa e Silva - Ato Institucional n. 5 (AI-5), resultando na perda de mandatos de parla-
mentares opositores aos militares, intervenções presidenciais em municí-
(15/3/1967 a 31/8/1969) pios e estados, e suspensão de garantias constitucionais, incluindo a ins-
titucionalização da tortura;

- Política econômica focada no combate à inflação e expansão do comér-


cio exterior;

- Investimentos nos setores de transporte e comunicações;

- Reforma administrativa.

Junta Governativa Provisória - Composta pelos ministros do Exército Aurélio de Lira Tavares, da Mari-
nha Augusto Rademaker, e da Aeronáutica Márcio Melo.
(31/08/1969 a 30/10/1969)

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Emílio Garrastazu Médici - Período caracterizado pela intensificação da repressão política, conhe-
cido como "Anos de Chumbo", marcado por exílios, torturas, prisões, de-
(30/10/1969 a 15/3/1974) saparecimento de pessoas, combate aos movimentos sociais e censura.

- "Milagre Econômico": notável crescimento do PIB impulsionado por em-


préstimos e investimentos em infraestrutura de energia.

- Propaganda patriótica associada à Copa do Mundo de 1970.

Ernesto Geisel - Iniciou propostas para a abertura política, defendendo que fosse "lenta,
gradual e segura".
(15/03/1974 a 15/03/1979)
- Estendeu o mandato presidencial de 5 para 6 anos.

- Lançou o Pacote de abril (1977), com alterações nas regras das eleições
de 1978 para conter o crescimento do partido de oposição (MDB).

- Instituiu o senador biônico (eleito indiretamente).

- Enfrentou desafios como alta inflação e dívida externa.

- Restaurou o habeas corpus e revogou o AI-5.

João Baptista Figueiredo - Marcou o início da transição para o sistema democrático.

(15/03/1979 a 15/03/1985) - Restabeleceu o pluripartidarismo.

- Enfrentou crises econômicas, greves e protestos sociais.

- Reinstituiu as eleições diretas para governadores dos estados.

5.1) Ditadura Militar em Pernambuco

Assim como em todo o Brasil, Pernambuco experimentou intensa repressão política durante a di-
tadura. Isso incluiu prisões arbitrárias, torturas, perseguições a opositores políticos e supressão de
movimentos sociais que questionavam o regime. O regime militar impôs forte controle sobre os
meios de comunicação em Pernambuco, utilizando a censura como instrumento para restringir a
liberdade de expressão. Jornais, revistas e outros meios foram monitorados e, em alguns casos, fe-
chados.

Em 1964, Miguel Arraes, então Governador de Pernambuco, foi destituído do cargo pelos militares
devido às reformas que implementou, consideradas de cunho comunista pelos generais. Suas
ações incluíram a obrigatoriedade de estender o salário-mínimo aos trabalhadores rurais, bem como
o apoio a sindicatos e às Ligas Camponesas. Miguel Arraes, eleito pelo Partido Social Trabalhista
(PST) com respaldo do Partido Comunista Brasileiro (PCB), derrotou o candidato João Cleofas da
UDN.

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O Palácio das Princesas, sede do governo, foi cercado pelos militares, que impuseram a Arraes a
difícil escolha entre renunciar ou ser deposto e preso. Optando pela segunda opção, foi detido no
Décimo Quarto Regimento de Infantaria do Recife e posteriormente transferido para a ilha de Fer-
nando de Noronha, onde permaneceu por 11 meses. Posteriormente, foi transferido para outras
prisões até sua libertação em 1965. Miguel Arraes, então, partiu para o exílio na Argélia, sendo jul-
gado à revelia em 1967 e condenado a 23 anos de prisão pelo crime de subversão.

Pernambuco foi palco de operações militares e ações de repressão, especialmente durante o período
mais rígido da ditadura. O regime visava eliminar supostas ameaças à estabilidade política, o que
resultou em confrontos, detenções e ações repressivas. Assim como em outras partes do país, em
Pernambuco foram estabelecidos centros de interrogatórios e tortura, onde opositores políticos
eram submetidos a tratamentos desumanos como parte da estratégia de repressão.

Com o fim do regime militar, a Lei da Anistia (1979) permitiu a reconciliação política e a volta de
exilados. A redemocratização do Brasil ocorreu gradualmente, culminando com a eleição indireta
de Tancredo Neves em 1985 e o término do governo militar.

6) Democratização de Pernambuco

Em 1988, foi promulgada a Constituição, conhecida como "Constituição Cidadã" devido à sua abor-
dagem abrangente de direitos e garantias sociais. No ano de 1989, ocorreu a primeira eleição para
Presidente da Nova República.

No ano de 1994, o Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso elaborou o Plano Real, uma
medida que visava eliminar a inflação e proporcionar estabilidade econômica ao país. Fernando Hen-
rique Cardoso assumiu a presidência da República em 1995, sendo eleito para dois mandatos e dei-
xando o cargo em 2003.

Nesse contexto, voltamos nosso olhar para Pernambuco, onde apresentarei um resumo dos aconte-
cimentos relevantes em cada mandato dos governadores do estado entre 2001 e 2015.

Jarbas Vasconcelos – PMDB (1999-2003/2003-2006)

Jarbas Vasconcelos governou por dois mandatos, destacando-se pela criação do Governo nos mu-
nicípios, promovendo a descentralização política ao levar o governo estadual aos municípios para
atender demandas regionais.

No processo de privatizações de empresas estaduais, gerou 1 bilhão de dólares, possibilitando in-


vestimentos em infraestrutura, como o Complexo Portuário de Suape. Ao aplicar tecnologia avan-
çada no funcionamento da atividade portuária, atraiu investimentos de diversos setores da econo-
mia. Além disso, construiu a BR232, o Estaleiro Atlântico Sul e realizou obras em barragens e adu-
toras no interior do estado.

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A obra mais controversa realizada durante o período em que Jarbas Vasconcelos era governador foi
a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), que se tornou objeto de investigações da "Lava Jato". Inicial-
mente estimada em 2,3 bilhões de dólares, a refinaria teve seu custo final superfaturado, atingindo
a casa dos 20,1 bilhões.

Jarbas Vasconcelos deixou o governo em 2006, quando se candidatou a uma cadeira no Senado
Federal, obtendo sucesso na eleição.

José Mendonça – PFL (2007)

Como vice-governador, José Mendonça assumiu o governo quando Jarbas Vasconcellos se candida-
tou ao Senado. Durante seu breve mandato, criou o programa Universidade Democrática, que
possibilitou acesso totalmente gratuito à Universidade de Pernambuco. Também investiu na
construção de quadras poliesportivas por meio do programa Jovem Campeão.

Apesar de governar por apenas um ano, José Mendonça criou a Ação Integrada Pela Segurança
Pública, promovendo um conjunto de ações e medidas para a melhoria da segurança pública no
estado.

Eduardo Campos – PSB (2007-2011/2011-2014)

Neto do ex-governador Miguel Arraes, Eduardo Campos foi eleito pelo PSB em 2006 e novamente
em 2010. Antes de ser governador, foi deputado federal por três vezes e ministro da Ciência e Tec-
nologia. Seu governo foi marcado por investimentos significativos em setores sociais.

Na área da Educação, investiu 350 milhões na reestruturação física das escolas, construiu outras 147
e forneceu computadores aos professores da rede pública de ensino para aprimorar sua capacitação.
Também aumentou em cinco vezes as verbas destinadas ao Funcultura (programa de fomento às
atividades culturais).

Eduardo Campos construiu moradias populares, reduziu a taxa de energia elétrica das famílias de
baixa renda e, na saúde, construiu 14 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). No campo da segu-
rança pública, conseguiu diminuir o índice de homicídios por meio do "Programa Pacto pela Vida".

Em 2014, candidatou-se à Presidência, tendo Marina Silva como vice. Infelizmente, durante a cam-
panha, Eduardo Campos faleceu em um trágico acidente de avião em Santos, no dia 13 de agosto
de 2014.

João Soares de Lyra (2014):]

Vice de Eduardo Campos, João Soares de Lyra governou Pernambuco por um ano.

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Paulo Câmara (2015-2019)

Secretário de Administração e Secretário da Fazenda durante a gestão de Eduardo Campos, Paulo


Câmara foi envolvido em polêmicas ao nomear os filhos do ex-governador Eduardo Campos para
cargos na estrutura do estado, gerando protestos por parte da classe artística estadual.

MANIFESTAÇÕES DA CULTURA POPULAR PERNAMBUCANA

1) Introdução

Agora, vejamos as manifestações culturais populares de Pernambuco:

1 – Manifestações da Cultura Popular Pernambucana: considerações iniciais; frevo; maracatu;


culinária; festas populares.

2) Considerações Iniciais

A cultura popular pernambucana é rica e diversificada, refletindo a história, a diversidade étnica e a


criatividade do povo dessa região do Brasil. Algumas manifestações culturais emblemáticas de Per-
nambuco incluem o frevo, o maracatu, a culinária local e as festas populares. Vamos explorar cada
uma delas a seguir!

3) Frevo

O frevo tem suas raízes em Recife, Pernambuco, e surgiu no


final do século XIX. Sua criação está associada às bandas mili-
tares e às festividades carnavalescas.

É uma dança rápida e vibrante, acompanhada por uma música


igualmente enérgica. Os passos são ágeis e cheios de movi-
mentos acrobáticos. O frevo é conhecido por sua mistura de
influências culturais, incluindo elementos africanos, indígenas
e europeus.

Os guarda-chuvas coloridos e os figurinos extravagantes são elementos comuns durante as apre-


sentações de frevo.

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4) Maracatu

O maracatu tem suas raízes nas tradições afro-brasileiras e foi desenvolvido em Pernambuco no
século XIX. Ele é fortemente associado às celebrações
do Carnaval.

Existem dois principais tipos de maracatu em Pernam-


buco: o Maracatu Nação e o Maracatu Rural. O pri-
meiro é mais sofisticado e associado às comunidades
urbanas, enquanto o segundo é mais tradicional e vin-
culado às áreas rurais.

Durante o Carnaval, os grupos de maracatu desfilam pelas ruas com suas roupas coloridas, tambores,
danças e representações simbólicas.

5) Culinária

A culinária de Pernambuco é marcada por uma grande diversidade de sabores, influências indígenas,
africanas e europeias. Algumas iguarias incluem a feijoada pernambucana, o bolo de rolo, a tapioca,
a carne de sol, o acarajé e, é claro, a famosa feijoada.

A utilização de temperos como azeite de dendê, coentro e pimenta dá um toque especial à comida
pernambucana.

6) Festas Populares

O Carnaval em Pernambuco é famoso por suas festas animadas, blocos de rua, desfiles de maracatu
e apresentações de frevo. Recife e Olinda são destinos especialmente conhecidos por suas celebra-
ções únicas.

As festas juninas, especialmente o São João, são celebradas com entusiasmo em Pernambuco. As
tradicionais quadrilhas, comidas típicas e fogueiras são parte integrante dessas festividades.

HERANÇA AFRODESCENTE EM PERNAMBUCO

1) Introdução

Por fim, encerraremos os estudos sobre o tema de herança Afrodescente em Pernambuco:

1 – Herança Afrodescente em Pernambuco: considerações iniciais; religião; música e dança;


culinária; expressões artísticas; movimentos sociais e culturais; capoeira.

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2) Considerações Iniciais

A herança afrodescendente em Pernambuco é profundamente enraizada e desempenha um papel


significativo na cultura, na música, na religião e nas tradições da região. Durante os períodos colonial
e imperial, Pernambuco teve uma presença significativa de africanos trazidos como escravizados
para trabalhar nas plantações de açúcar e nas áreas urbanas. A contribuição dos afrodescendentes
moldou e enriqueceu diversos aspectos da cultura pernambucana.

3) Religião

Muitos aspectos da religiosidade afro-brasileira, como o Candomblé e a Umbanda, têm uma pre-
sença marcante em Pernambuco. Os terreiros (locais de culto) são locais onde as tradições religiosas
afrodescendentes são preservadas e praticadas.

Importante ter em mente que o Candomblé e a Umbanda são religiões diferentes que possuem
algumas características próprias.

Desta forma, esquematizamos cada uma para facilitar os seus estudos:

Candomblé Umbanda

Definição O Candomblé, uma fé afro-brasileira, foi Umbanda, por sua vez, é uma religião brasi-
introduzido pelos africanos escravizados. leira que combina influências do catoli-
cismo, espiritismo e tradições religiosas
afro-brasileiras.

Origem Africana Brasileira

Criação Final do Séc. XVI 1908

Crença Segue os princípios da natureza, cujas di- Segue as diretrizes da natureza e do plano
vindades são os orixás, responsáveis por espiritual, juntamente com os valores funda-
zelar e harmonizar as nossas energias. mentais da fraternidade e caridade.

Estrutura dos Não há altares Há altar


Terreiros

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4) Música e Dança

Como mencionado anteriormente, o maracatu é uma manifestação cultural afrodescendente em


Pernambuco. Os ritmos, danças e trajes têm influências africanas, destacando as origens dessa tra-
dição na diáspora africana.

Os blocos de afoxé, presentes principalmente durante o Carnaval, representam outra expressão


cultural afrodescendente em Pernambuco. Eles celebram a cultura negra por meio de músicas, dan-
ças e símbolos tradicionais.

5) Culinária

A culinária pernambucana também é fortemente influenciada pela herança afrodescendente. Pratos


como acarajé, vatapá e caruru têm origens africanas e foram incorporados à gastronomia local.

6) Expressão Artísticas

Artistas afrodescendentes têm desempenhado um papel fundamental na produção artística e literá-


ria em Pernambuco, contribuindo para a expressão da identidade afro-brasileira.

7) Movimentos Sociais e Culturais

Ao longo do tempo, movimentos sociais têm trabalhado para reconhecer e valorizar a contribuição
da população afrodescendente, promovendo a igualdade, a preservação da cultura e o empodera-
mento dessa comunidade.

8) Capoeira

A capoeira, uma mistura de dança, música e arte marcial, é outra expressão cultural afrodescendente
que encontrou terreno fértil em Pernambuco. Além de sua prática como forma de expressão cultural,
a capoeira também foi historicamente uma forma de resistência e luta contra a opressão.

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