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CLOUD COMPUTING

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Cloud Computing
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Timbó, Rafael Saraiva, 2021.


Cloud Computing - Jupiter Press - São Paulo/SP
52 páginas;

Palavras-chave: 1. Cloud Computing; 2. Computação em Nuvem; 3. SaaS; 4.


PaaS; 5. IaaS.

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Cloud Computing
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................4
1.FUNDAMENTOS DE CLOUD COMPUTING................................................................................9
2. BASE DA INFRAESTRUTURA...............................................................................................................15
2.1 VIRTUALIZAÇÃO............................................................................................................................15

s
3. CARACTERÍSTICAS DA CLOUD COMPUTING........................................................................22
3.1 ELASTICIDADE...............................................................................................................................24
3.2 RESILIÊNCIA...................................................................................................................................25
3.3 SERVIÇOS SOB DEMANDA (ON DEMAND)................................................................27
3.4 MENSURAÇÃO DE SERVIÇOS............................................................................................29
4. MODELOS DE SERVIÇOS......................................................................................................................31
4.1 SOFTWARE AS A SERVICE (SAAS).....................................................................................32
4.2 PLATAFORM AS A SERVICE (PAAS)..................................................................................33
4.3 INFRASTRUCTURE AS A SERVICE (IAAS).....................................................................34
4.4 OUTROS MODELOS DE SERVIÇO....................................................................................35
5.TIPOS DE NUVEM.......................................................................................................................................37
5.1 PÚBLICA.............................................................................................................................................38
5.2 PRIVADA............................................................................................................................................40
5.3 HÍBRIDA.............................................................................................................................................42
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................................................44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................52

* A navegação deste e-book por meio de botões interativos pode variar de funcionalidade dependendo de cada leitor de PDF.

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INTRODUÇÃO

O conceito de Cloud Computing, em português, Computação em Nuvem,


já faz parte da rotina de todos. Mesmo não sendo um profissional da área de
tecnologia da informação, todos, de alguma forma, utilizam recursos e sistemas
hospedados em um ambiente de computação em nuvem.

Recursos amplamente utilizados e disponibilizados na internet, sem a


necessidade de instalação de software localmente, como discos virtuais, sistemas
para gestão de pequenas empresas, editores de texto e planilhas online, são alguns
dos exemplos de recursos de cloud computing utilizados por quase a totalidade
das pessoas que têm acesso à internet.

A computação em nuvem foi uma evolução de um modelo que pode ser


chamado de tradicional, onde os sistemas são hospedados em servidores de rede
(físicos) e seus clientes acessam diretamente estes sistemas em redes locais.

Com o avanço das tecnologias, que é constante, e principalmente com a


popularização do acesso a internet, os serviços passaram a ser acessados quase em
sua totalidade a partir de dispositivos móveis, fazendo com que as infraestrutura
de processamento e armazenamento evoluíssem para um modelo que otimiza o
uso dos recursos de computação. Neste sentido, a computação em nuvem veio
para atender a essa demanda.

Na computação em nuvem todo o ambiente de processamento e


armazenamento passou a ficar a cargo de grandes datacenters. Os clientes agora
acessam seus dados e informações a partir da internet.

Os datacenters são ambientes físicos onde são alocados diversos


equipamentos que em conjunto entregam o processamento e armazenamento
necessário para a execução de sistemas. Atualmente existem diversos datacenters
espalhados pelo mundo. Grandes empresas como Google, Amazon, Facebook,
Microsoft, entre outros, passaram a ter seus ambientes de processamento
espalhados pelo mundo, para atender a demanda latente e crescente das novas
tecnologias, entre elas a computação em nuvem.

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Mas ter um datacenter ou utilizar os serviços de um não é mais privilégio


dos grandes. Atualmente pequenas empresas conseguem utilizar os serviços
disponibilizados em diversos datacenters com um custo reduzido. Existe ainda
a possibilidade de, por exemplo, fazer o que chamamos de Collocation, que
nada mais é que levar seus servidores, storages e demais equipamentos de
processamento e armazenamento para um datacenter e se utilizar de toda
infraestrutura física, segurança, etc.

Em nosso curso conheceremos os conceitos iniciais e avançados sobre


Cloud Computing, incluindo a infraestrutura necessária para seu funcionamento,
até os modelos aplicados atualmente no mercado. Esta infraestrutura vem sendo
atualizada constantemente, haja visto as novas tecnologias que surgem a todo
instante.

Entenderemos que todo ambiente de Cloud Computing traz consigo


conceitos essenciais como elasticidade, resiliência, uso por demanda e uso
medido. Estas características são importantíssimas e necessárias para qualquer
ambiente de cloud computing. Foi a partir da união destas características que
pudemos passar a utilizar serviços como o streaming de vídeo, por exemplo.
Plataformas como o YouTube, Vimeo, entre outras, não existiriam da forma que
existem hoje, se não fossem as características da Cloud Computing.

Conheceremos os tipos diferente de infraestrutura de Cloud Computing


como Software as a Service(SaaS), Platform as a Service(PaaS), Infrastructure
as a Service(IaaS), entre outros conceitos que foram surgindo com o passar dos
tempos. Estes modelos são ofertados de acordo com a necessidade dos usuários/
empresas.

Vale salientar que grandes players de mercado atuam neste segmento


como Google, IBM, Oracle, Huawei, Amazon, entre outros. Em nossos estudos
entenderemos que apesar da grande oferta deste serviço pelos fabricantes já
mencionados, qualquer empresa pode ter sua Cloud.

Neste sentido entenderemos, também, os conceitos de nuvem pública,


privada e híbrida. Estes tipos estão diretamente relacionados com a localização e a
forma com que as empresas utilizam e restringem os acessos aos seus ambientes
de cloud computing.

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Vamos lembrar que hoje existem muitas empresas que funcionam no sistema
home office, seja ele total, ou de forma híbrida, onde todos seus colaboradores
trabalham de casa ou de onde tiver acesso à internet. Como essas empresas
conseguem utilizar sistemas para gerenciar suas informações?

A computação em nuvem resolve esse problema!

Mas porque utiliza-se a palavra nuvem?

Em livros e diversos materiais que falam sobre tecnologia da informação, mais


precisamente quando fala-se de conectividade, é comum usar a imagem de uma
nuvem quando queremos representar a internet, como no exemplo abaixo:

Figura 1 - Representação da Cloud Computing


Fonte: Freepik.com

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A imagem da nuvem é uma abstração de todas as tecnologias de conectividade


que estão envolvidas para que a internet possa funcionar. E saiba que são muitas
as tecnologias, ferramentas e processos que funcionam de forma integrada para
que possamos, em um click, acessar um site, por exemplo.

A nuvem pode ser considerada uma metáfora para a internet, sendo baseada
em abstrações que ocultam a complexidade de infra-estruturas, onde cada parte
é disponibilizada como serviço e hospedada em centros de dados que utilizam
hardware compartilhado para computação e armazenamento (Buyya, 2008).

E será que a computação em nuvem veio para ficar? Será que não é mais um
modismo tecnológico?

Olha...a depender dos números abaixo...a Cloud Computing é uma realidade


necessária para todos!

Para entender a força da computação em nuvem, vejamos algumas estatísticas


sobre o tema:

• ●Em 2025 haverá mais de 100 zetabytes de dados armazenados na nuvem! A


título de informação 1 zetabyte é equivalente a um bilhão de terabytes!!! [1]
• ●Os datacenters de computação em nuvem serão responsáveis por 94% de
toda carga de trabalho (processamento e armazenamento) em 2021! Isso sig-
nifica que os datacenters que não são para computação em nuvem estarão
fadados ao fracasso muito em breve! [2]
• ●Segundo o IDC Brasil o armazenamento em nuvem cresceu 48% em 2020,
somente no 1º trimestre [4]

Todos esses números só confirmam a importância da Cloud Computing no


Brasil e no restante do mundo.

Outro fator preponderante é a expansão de diversas empresas ao redor


do mundo. Atualmente é comum acontecer seleções para contratação de
profissionais que trabalharão de forma remota. Boa parte destas empresas utilizam
sistemas hospedados em ambientes de computação em nuvem.

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Vamos conhecer os conceitos relacionados a Cloud Computing entendendo


suas principais características e aplicabilidades, bem como entendendo seus
benefícios para as organizações e pessoas que utilizam serviços hospedados na
Nuvem.

Abaixo uma nuvem de palavras com diversos conceitos que serão abordados
em nosso e-book!

Figura 2 - Nuvem de palavras


Fonte: do autor

Fique atento e a medida que for navegando nos conteúdos deste ebook
procure os conceitos aqui listados.

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1.FUNDAMENTOS DE CLOUD COMPUTING

Inicialmente é importante salientar que Cloud Computing não é um produto


ou tecnologia “pronta” que qualquer pessoa pode ir em uma loja de informática e
adquirir, apesar de não ser muito difícil contratar um serviço de cloud computing
atualmente.

Grandes fornecedores e empresas de tecnologia da informação oferecem


seus serviços de cloud computing, mas precisamos entender toda complexidade
que existe por trás destes ambientes.

Cloud Computing é um conceito que reúne várias tecnologias e que


constantemente vem evoluindo. Neste sentido, não é tão fácil cravar um momento
na história em que o conceito foi criado. Mas existem algumas pistas sobre a
origem do termo!

Registros constam que o termo “Cloud Computing” foi citado pela primeira
vez em 1997 pelo professor Ramnath Chellappa em uma palestra acadêmica.
Muito embora este episódio tenha sido marcante para os registros na história,
muito antes disso falava-se na ideia que permeia a Cloud Computing.

Embora se falasse em algo parecido com Cloud Computing na década de


90, as ferramentas disponíveis, principalmente as conexões com a internet não
forneciam a disponibilidade e desempenho necessários para uma boa experiência
em Cloud Computing.

Cabe aqui lembrar que, por exemplo, a internet comercial no Brasil só passou
a ser difundida a partir de dezembro de 1994. Se hoje você reclama de sua internet,
não queira saber o que as pessoas da época passaram!

Hoje as conexões de internet permitem o Streaming com alta definição de


imagem e áudio. Na década de 90, com a internet discada, era impossível fazer
Streaming como hoje. Nem mesmo algo parecido. Baixar um arquivo mp3 com
cerca de 5Mb sem corromper o arquivo, por conta das falhas de comunicação,
que eram constantes, já era uma sorte!

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Mas voltando ao assunto principal… o que de fato é Cloud Computing?

Imagine uma pequena empresa que utiliza apenas um servidor de rede


para hospedar seus arquivos e sistemas. Estes recursos são acessados pelos
colaboradores que, atualmente, estão trabalhando no escritório, que fica no
mesmo local físico onde está o servidor de rede. Através da rede local os usuários
acessam ao mesmo tempo os dados e informações armazenadas neste servidor.

Este modelo de infraestrutura é bem comum para boa parte das empresas.
Com ele todos que estão dentro da empresa têm acesso aos arquivos e sistemas
que estão hospedados no servidor, seja pela rede de dados cabeada, ou pela rede
sem fio (wireless).

Abaixo temos uma representação deste modelo que chamaremos de


“tradicional”.

Figura 3 - Diagrama do modelo tradicional em apenas uma sede


Fonte: o autor

Este modelo tradicional costuma agregar mais servidores físicos à medida que
ocorre a necessidade de crescimento de quaisquer recursos, seja processamento,
memória ou armazenamento.

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Imaginemos agora que esta mesma empresa expandiu sua operação e


passará a ter 10 filiais que estarão em 8 países diferentes.

O ambiente de processamento e armazenamento, obviamente deverá


aumentar. Além disso, deverá ser possível acessar os arquivos e sistemas que
estarão em um local centralizado.

O diretor responsável pela expansão da empresa comunicou ao Gerente de


Tecnologia que a qualquer momento poderão ser abertas mais filiais e que estas
deverão ter acesso garantido aos arquivos e sistemas da empresa. Veja abaixo o
diagrama possível para esta nova demanda.

Figura 4 - Diagrama do modelo tradicional com filiais


Fonte: do autor

Nessa nova realidade fica evidente que o servidor que hospedava arquivos
e sistemas que serão acessados por mais usuários deverá ter mais recursos de
processamento e armazenamento, tendo em vista o aumento no número de
acessos simultâneos. Além disso, o acesso ao servidor, por parte das filiais, deverá
ser realizado através da internet. Neste sentido, também entendemos que é
importante ter um link de internet com velocidade suficiente para permitir os
novos acessos que acontecerão a partir das novas filiais.

Para atender a esta demanda o Gerente de Tecnologia terá duas escolhas:

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Opção 1 - Investir para aumentar seu ambiente já existente para que possa
atender às 10 filiais e garantir recursos financeiros para um possível investimento
futuro, caso novas filiais sejam abertas.

Opção 2 - Contratar um serviço de processamento e armazenamento que


possa lhe prover toda disponibilidade e flexibilidade necessárias para atender a
demanda atual e também a demanda futura é incerta.

Qual opção você escolheria?

Claro que situações assim requerem um bom levantamento de informações e


planejamento para tomada de decisão, mas com o advento da Cloud Computing,
qualquer gestor consciente apostaria na segunda opção.

De um modo geral quando comparamos o modelo tradicional com os


ambientes de Cloud Computing conseguimos identificar as seguintes deficiências:

• ●dificuldade para que o ambiente possa crescer de acordo com a necessidade:


em caso de necessidade de adicionar mais armazenamento, processador ou
memória, sempre será necessário parar o funcionamento dos equipamentos
para realizar a mudança e utilizar os novos recursos;
• ●acesso direto aos servidores: em muitos casos os usuários por estarem na
mesma rede dos servidores acabam tendo acesso direto aos servidores. Esta
prática não é segura;
• ●ambiente de processamento estático: da mesma forma que há a dificuldade
em crescer com relação aos recursos, também é difícil compartilhar recursos
entre os servidores. Para que isso fosse possível seria necessário ter um am-
biente virtualizado;
• ●grande investimento em segurança física: no modelo tradicional normalmen-
te há um investimento maior na segurança física dos ambientes de proces-
samento, incluindo sistemas de detecção e combate a incêndio, controle de
acesso, etc;
• ● baixa resiliência: como os serviços normalmente ficam alocados em servido-
res individualmente, em caso de falhas em um destes equipamentos o serviço
pode parar de funcionar.

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Além deste exemplo, podemos citar também ferramentas só poderiam


existir a partir da utilização de ambientes de cloud computing, como o YouTube
que tem constantemente diversos acessos e envio de vídeos para a plataforma,
fazendo com que o ambiente de processamento e armazenamento precise ter
características especiais.

Em média a cada minuto os usuários da plataforma fazem uploads de vídeos


que totalizam cerca de 500 horas. Além disso, a plataforma não tem como saber o
momento em que os usuários adicionarão mais conteúdo. Por isso as características
inerentes da Cloud Computing são essenciais para o funcionamento de uma
plataforma como a do YouTube.

De uma forma genérica podemos conceituar a Cloud Computing como um


ambiente de processamento e armazenamento que possa ser utilizado de acordo
com a necessidade do cliente, podendo crescer ou diminuir seus recursos de
acordo com a necessidade. Além disso, os recursos deverão estar disponíveis
sempre que necessário a partir de qualquer lugar com acesso a internet.

Segundo o NIST (National Institute for Standards in Technology) Cloud


Computing é “um modelo para acesso a rede sob demanda, ubíquo e conveniente
para um pool compartilhado de recursos computacionais configuráveis que
podem ser rapidamente provisionados e lançados com mínimo esforço de
gerenciamento ou interação com o provedor de serviços.”

Existem outros conceitos, como o de Cearley (2009) que define Cloud


Computing como um modelo onde as capacidades tecnológicas são escaláveis e
elásticas, e são fornecidas como um serviço aos usuários finais pela Internet.

Ainda segundo o NIST o conceito de Cloud Computing detém cinco


características essenciais: autosserviço sob demanda; amplo acesso à rede; pool
de recursos; elasticidade rápida; serviços mensurados - três modelos de serviço:
software como serviço; plataforma como serviço; infraestrutura como serviço,
e quatro modelos de implementação: nuvens privadas; nuvens comunitárias;
nuvens públicas; nuvens híbridas (Mell & Grance, 2011).

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Figura 5 - Diagrama características da Cloud Computing


Fonte: O autor

Agora que entendemos os conceitos iniciais relacionados a Cloud Computing,


passaremos a compreender qual a infraestrutura necessária para que todo esse
ambiente funcione.

Como já falado anteriormente, Cloud Computing não é algo pronto, mas


sim o conjunto de tecnologias, ferramentas e processos que, de forma integrada,
entregam aos usuários todos os benefícios já citados. Por isso só podemos
considerar um ambiente como de cloud computing a partir do momento que
conseguimos identificar de forma clara todas as características já citadas.

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2. BASE DA INFRAESTRUTURA

Todos os conceitos relacionados à computação em nuvem falam sobre


a utilização de recursos com características especiais que dão “vida” ao que
chamamos de Cloud Computing.

Na base destes conceitos de elasticidade, pool de recursos, mensuração de


serviços e auto serviço, existe mais um conceito muito importante. A virtualização.

A virtualização pode ser definida como a utilização de recursos físicos para


execução de ambientes virtuais a partir do compartilhamento dos recursos,
permitindo a flexibilização e dinamicidade destes ambientes, facilitando o suporte
e manutenção.

2.1 VIRTUALIZAÇÃO

A virtualização tem sua origem no conceito de virtual, ou seja, aquilo que


simula de forma abstrata algo do mundo real.

Na área da tecnologia da informação, em meados dos anos 60, começou-


se a falar em algo parecido com virtualização, mas que por conta das limitações
dos recursos tecnológicos da época ficaram, naquele momento, apenas na
teoria, muito embora exemplos como o da IBM tenham realizado, dentro de suas
limitações, algum tipo de virtualização.

Nessa época a IBM utilizou seu IBM S/370, onde criou um modelo onde cada
máquina virtual seria como uma cópia exata de uma máquina real, porém com
uma capacidade bem reduzida de memória. Nesse conceito um computador
poderia ser dividido em várias máquinas virtuais, utilizando recursos tanto como a
máquina original.(CASE, 1978)

Vale salientar que os primeiros computadores funcionavam com o conceito


de monotarefa, isto é, somente era possível executar uma atividade por vez.
Essa limitação, por exemplo, inviabiliza totalmente a virtualização, já que
fundamentalmente é necessário executar vários serviços ao mesmo tempo a
partir da utilização compartilhada de recursos físicos.

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Imagine, por exemplo, se os celulares fossem monotarefa! Você só poderia


utilizar uma função por vez. Ou ouvir música, ou acessar à internet...Vamos
continuar e agradecer por esse período ter ficado no passado!

Com o passar dos anos e a evolução dos hardwares, softwares e meios de


conectividade é que passou a ser possível a aplicação do conceito de virtualização,
como conhecemos atualmente.

A virtualização, portanto, é a possibilidade de executar várias aplicações e


sistemas operacionais utilizando o processamento de apenas um equipamento
físico, um servidor de rede, por exemplo.

As tecnologias atuais de virtualização permitem até agregar recursos físicos


de equipamentos diferentes em recursos virtuais consolidados.

Em um ambiente virtualizado existe o hospedeiro e o convidado ou hóspede.


O hospedeiro é um sistema operacional especial que consegue utilizar todo o
recurso de hardware disponível e faz a gestão destes recursos para os sistemas
que são seus hóspedes. Os hóspedes podem ser sistemas operacionais diferentes
do sistema hospedeiro e funcionarão, de forma virtual, como se fossem uma
máquina física individualizada. Cada sistema operacional hóspede poderá ter seus
sistemas. Chamamos estes sistemas hospedeiros de VMs (virtual machines) ou
simplesmente de máquinas virtuais. A ilustração abaixo mostra um comparativo
entre um servidor não virtualizado e outro virtualizado.

Figura 6 - Comparativo entre ambiente não virtualizado e virtualizado


Fonte: Devmedia.com.br

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No primeiro servidor foi instalado apenas um sistema operacional e nele os


demais sistemas e softwares que serão utilizados pelos usuários. Esta máquina
poderá ter apenas um sistema operacional e seus softwares deverão ser
compatíveis com esse sistema operacional. Este tipo de utilização ainda é bem
comum e pode ser suficiente para diversos tipos de usos.

No segundo servidor foi instalado um sistema operacional com capacidade


de realizar a virtualização. Neste sistema de virtualização foram criadas seis
máquinas virtuais, onde cada máquina virtual tem seu sistema operacional e seus
respectivos softwares. Neste servidor é possível instalar sistemas operacionais
diferentes para cada sistema operacional e o hardware será utilizado de forma
compartilhada por todas as máquinas virtuais.

Para melhor exemplificar a diferença entre os dois modelos, podemos utilizar


o exemplo de uma pequena empresa que tenha um ambiente de processamento
para seu sistema de gestão e um servidor de arquivos. Todos os usuários locais
acessarão os serviços hospedados neste ambiente.

No primeiro formato, basicamente, cada servidor físico executa uma função


dentro da rede de computadores. Neste exemplo a empresa precisaria de pelo
menos 3 (três) servidores físicos, sendo que um servidor seria para o serviço de
servidor de arquivos, um segundo para hospedar a aplicações e o terceiro servidor
para o banco de dados do sistema. A distribuição seria realizada conforme o
diagrama abaixo:

Figura 7 - Diagrama servidores físicos


Fonte: do autor

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Da forma apresentada cada servidor físico hospeda um serviço de rede


diferente e deverá estar na mesma rede para que os serviços se comuniquem,
bem como todas as conexões físicas dos servidores deverão estar funcionando,
como cabeamento de rede, conexões elétricas, etc.

Neste modelo, além da utilização de maior espaço físico e um esforço


também maior para gestão das conexões físicas, deve-se levar em consideração
que o consumo de energia também será maior, comparadamente ao uso da
virtualização.

No segundo modelo os serviços seriam distribuídos em VMs, ou Virtual


Machines (máquinas virtuais), dentro de um mesmo servidor físico. Obviamente
este servidor físico deverá ter uma configuração maior que o servidor físico do
exemplo não virtualizado, mas ainda assim, não seria precisaria ser equivalente a
3x a configuração de um servidor do modelo anterior.

Em cada VM teríamos todas as configurações necessárias para a execução


dos serviços individualmente. Cada máquina virtual teria seu sistema operacional
e demais sistemas necessários. Desta forma todos os servidores seriam
administrados como servidores individuais, mas rodando em um mesmo servidor
físico.

Neste modelo os servidores virtuais seriam administrados pelo sistema de


virtualização utilizado. Nestes sistemas de gerenciamento o administrador tem
todas as informações centralizadas, incluindo informações de uso de cada recurso
de cada servidor virtual, bem como as informações da utilização dos recursos
físicos também.

Essas informações são essenciais para a administração do ambiente, já que


seus recursos físicos estão concentrados em um equipamento. Vale salientar que
em ambientes maiores, o sistema de gerenciamento do ambiente virtualizado
contempla todos os equipamentos utilizados.

Estes sistemas são responsáveis pela execução de atividades inerentes ao


processo de virtualização, como por exemplo a alocação dinâmica de recursos.

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Na alocação dinâmica de recursos o administrador pode configurar o sistema


base da virtualização para disponibilizar os recursos de acordo com a necessidade
das máquinas virtuais. Obviamente algumas regras devem ser observadas para
que não haja sobrecarga de recursos, por exemplo. Normalmente configura-se os
limites de disponibilização de recursos para cada máquina virtual para que todas
possam se utilizar do conceito de alocação dinâmica de recursos no momento
oportuno.

Diante de tudo que já foi falado sobre virtualização, rapidamente entendemos


que uma grande vantagem da virtualização é a criação de máquinas virtuais,
onde cada máquina funcionará de forma independente. Além dessa vantagem
podemos listar outras muitas, mas vamos citar as 5(cinco) principais vantagens na
utilização da virtualização de servidores de rede:

• ●Alocação dinâmica de recursos: como já explanado, a alocação dinâmica de


recursos possibilita ao administrador fornecer mais recursos a uma máquina
virtual de acordo com sua necessidade e parâmetros pré definidos no sistema
de administração do ambiente de virtualização utilizado;
• ●Uso otimizado do hardware: com a virtualização podemos executar vários sis-
temas operacionais diferentes em um mesmo servidor, utilizando o hardware
quase que em sua totalidade para diversos sistemas. No modelo tradicional
o mesmo hardware, provavelmente, seria subutilizado para atender a apenas
um destes sistemas operacionais;
• ●Redução do espaço físico e consumo de energia: a partir do momento que
podemos virtualizar diversos sistemas operacionais em um só equipamento,
diminui e muito a necessidade de espaço físico e consequentemente o con-
sumo de energia. Hoje tanto o espaço físico e o consumo de energia são cus-
tos que podem inviabilizar projetos de datacenter;
• ●Redução de downtime (tempo de parada): os sistemas atuais de virtualização
permitem a migração em tempo de execução de máquinas virtuais entre ser-
vidores físicos de forma manual ou automatizada. Portanto em caso de neces-
sidade de uma manutenção programada é possível mover todas as máquinas
virtuais de um servidor físico para outro enquanto se faz a manutenção, sem
que os sistemas parem;
• ●Administração centralizada: os principais sistemas que permitem a virtuali-
zação trazem consigo um ambiente de administração centralizado onde é
possível obter todas as informações, em tempo real, do status de cada serviço
virtual, permitindo a tomada de decisões.

O mercado de T.I atualmente tem vários fabricantes que oferecem sistemas


para virtualização onde podemos destacar a VMware, Microsoft, Red Hat e opções
gratuitas como Citrix Xen, Oracle VirtualBox entre outras.

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O conceito de virtualização vem evoluindo e atualmente deixou de ser uma


possibilidade apenas para servidores de rede. Hoje é possível virtualizar storages
(sistemas de armazenamento), switches, redes, aplicações, desktops, entre outras
possibilidades.

Vale salientar que a virtualização é realizada com os mesmos recursos de


hardware utilizados para sistemas de processamento tradicionais, isto é, não existe
um hardware específico para ser utilizado em ambientes virtualizados.

Esta característica permite que ambientes tradicionais possam evoluir para


um ambiente virtualizado apenas com planejamento e utilização de softwares
específicos para virtualização.

Uma das maiores empresas no segmento de virtualização é a VMware. Para


compartilhar conhecimento sobre virtualização a empresa disponibiliza em seu
site o livro Virtualização de Redes para Leigos® que pode ser acessado no link
abaixo:

Para gravar

Livro Virtualização de Redes para Leigos


Clique aqui para acessar

Se você quer ter uma experiência prática com virtualização, mas que possa
fazer isso em seu computador pessoal, recomendamos conhecer o Oracle
VirtualBox.

A ferramenta é gratuita e muito intuitiva, podendo ser instalada na maioria


dos computadores e laptops. Com o VirtualBox você poderá criar facilmente
máquinas virtuais e conhecer na prática um pouco dos conceitos de virtualização.

Mesmo com poucos recursos de hardware poderá entender na prática um


pouco do funcionamento da virtualização e terá acesso a uma console com
recursos básicos de gerenciamento, onde poderá identificar o uso de recursos de
cada máquina virtual e executar ações como ligar, desligar, reiniciar e fazer cópias
de máquinas virtuais.

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Mas atenção! O VirtualBox é uma ferramenta simples e deve ser utilizada


para estudos ou pequenos testes. Não recomenda-se utilizar o VirtualBox, por
exemplo, para hospedar serviços que serão acessados por vários usuários em
uma rede, isto é, em produção. A ferramenta não foi desenvolvida para este fim e
por isso não podemos arriscar.

O download do Oracle VirtualBox pode ser feito no link abaixo, bastando


apenas escolher o tipo de arquitetura para instalação:

Para gravar

Faça o download do Oracle VirtualBox


Clique aqui para acessar

Além do VMware e do Oracle VirtualBox existem outros softwares bastante


conhecidos pelo mercado como:

• ●Microsoft Hyper-V
• ●RedHat Virtualization
• ●Citrix Xenserver

Todas essas opções são amplamente utilizadas pelo mercado e em cada site
do fornecedor conseguimos muitas informações sobre sua utilização, bem como
treinamentos, materiais técnicos e demais orientações quanto ao uso de cada
sistema.

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3. CARACTERÍSTICAS DA CLOUD COMPUTING

A partir do conceito de virtualização e seus benefícios, empresas como


Google, Microsoft, Facebook, Red Hat, entre outras, passaram a investir muito
em ambientes virtualizados. A partir dos benefícios já citados, estas empresas
entenderam que dessa forma poderiam ofertar seus sistemas e serviços em escala
mundial. Para tanto investiram em datacenters.

Um datacenter em um ambiente físico que armazena diversos servidores


de rede e demais itens necessários para executar sistemas, normalmente
virtualizados.

Estes ambientes são estruturas físicas com recursos especiais para que
possam funcionar até no caso de falta de energia, por exemplo. Em geral um
datacenter possui diversos sistemas de segurança e resiliência como:

●sistemas de detecção e combate a incêndio


●entradas de energia de concessionárias diferentes
●ar condicionado de precisão
●mais de um provedor de acesso à internet
●geradores de energia
●monitoramento do ambiente físico
●câmeras de segurança
●controle de acesso

A foto abaixo é de um datacenter da Google. Imagine que cada led verde


representa um servidor de rede, sendo que todos estão conectados e trabalhando
em conjunto para prover os serviços de Cloud Computing.

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Imagem 8 - Datacenter Google


Fonte: Google.com

Atualmente existe um tipo de datacenter que vem sendo bastante difundido.


O datacenter container. Exatamente! Hoje são utilizados conteiners fabricados
especificamente para abrigar os equipamentos de um datacenter.

Estes datacenters containers têm a vantagem de, em caso de necessidade,


serem transportados, após sua instalação, além de já virem com todos os itens de
segurança e resiliência aqui já citados.

Muitas empresas optam por utilizar os containers pois com esta opção,
em muitos casos, consegue-se uma boa economia financeira e de tempo,
quando comparado ao processo de construção de um datacenter, além de ter a
possibilidade de movimentação do container em caso de necessidade.

Atualmente existem também racks seguros, que, obviamente, não são


tão complexos quando um datacenter mas trazem consigo alguns recursos de
segurança e resiliência para ambientes menores de processamento.

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De uma forma geral todas as configurações físicas de um datacenter buscam


dar a segurança e estabilidades necessárias para a utilização de recursos de
virtualização.

Como vimos anteriormente, a virtualização nos trouxe diversos benefícios,


mas existem quatro conceitos que são essenciais para a computação em nuvem:
Elasticidade, resiliência, serviços sob demanda (on-demand) e uso medido.

Agora vamos conhecer as principais características de um ambiente de Cloud


Computing.

3.1 ELASTICIDADE

Esta caraterística permite que os sistemas utilizem os recursos que forem


necessários e disponíveis, em tempo de execução sem a necessidade de parada
do sistema para configurações e de forma automática e dinâmica.

Imagine o sistema da Receita Federal que recebe as declarações de imposto


de renda de pessoa física. Anualmente em um determinado período o sistema
recebe muitos acessos que não são comuns no restante do ano.

Este sistema, estando hospedado em um ambiente de Cloud Computing,


poderá acessar mais recursos de processamento, memória e armazenamento de
dados nos dias que houverem mais acessos sem a necessidade de paralisações
para configurações.

Esta característica da Cloud Computing é importantíssima para sistemas que


tenham demanda sazonal ou que não possam ser previstos.

Outro exemplo é o YouTube. Como a Google, responsável pela plataforma


de vídeos, poderia saber quantos vídeos serão enviados para seu sistema a cada
dia?

Nesse sentido, para o funcionamento sem surpresas para o ambiente do


YouTube é importante que o sistema possa suportar os envios de vídeos e

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informações sem a necessidade de um administrador do sistema ter que parar o


ambiente para permitir o envio de mais vídeos.

É importante entender que essa característica também permite que o recurso,


quando não necessário, seja “devolvido” ao ambiente, de forma dinâmica.

Na imagem abaixo podemos entender a diferença do modelo tradicional


de datacenter, onde a utilização de recursos precede uma configuração manual
planejada, e o modelo de Cloud Computing, onde o uso de recursos é dinâmico
e automático, de acordo com a necessidade.

Gráfico 1 - Diferença entre o modelo tradicional e a Cloud Computing


Fonte: aws.amazon.com

Pelo diagrama apresentado é fácil entender que em um ambiente que tenha


a característica de elasticidade os recursos acompanham a demanda de utilização
do ambiente. Do contrário, nos ambientes tradicionais de datacenter serão
necessárias várias paradas nos sistemas para a alocação manual de recursos, o
que seria inconcebível nos ambientes de alta disponibilidade.

3.2 RESILIÊNCIA

Originada na física, a resiliência é conceituada como a propriedade que alguns


corpos apresentam, de retornar à forma original após terem sido submetidos a
uma deformação elástica.

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No mundo da tecnologia da informação resiliência pode ser conceituada


como a capacidade de ambientes complexos se auto organizarem quando da
ocorrência de falhas ou situações inesperadas.

Se você está utilizando um computador pessoal e sua fonte de energia tiver


um problema, você terá que aguardar a manutenção ser realizada para ter seu
computador novamente operacional.

Em ambientes de Cloud Computing isso não é aceitável. Neste caso, no


mínimo cada servidor de rede deve ter duas ou mais fontes de energia, sendo que
cada uma das fontes deve estar conectada a uma rede elétrica independente,
pois em caso de falhas em uma das fontes de energia as demais dariam conta de
manter o servidor funcionando sem paralisações ou perca de dados.

Mas a resiliência em um ambiente de computação em nuvem não fica


somente nisso!

Os datacenters que hospedam os equipamentos utilizados nos ambientes


de nuvem tem inúmeros recursos que garantem a resiliência do ambiente físico e
lógico também. Quando falamos em ambiente lógico estamos nos referindo aos
sistemas que, assim como o hardware, podem apresentar falhas.

A necessidade de sistemas resilientes é tamanha que as grandes empresas de


Cloud Computing mantém datacenters em diversas regiões do mundo, pois caso
ocorra algum problema em determinada região os serviços são automaticamente
transferidos para outras regiões.

Na imagem abaixo vemos uma proposta da AWS para o máximo de resiliência


para ambientes críticos de produção.

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Figura 8 - Ambientes críticos de produção resilientes


Fonte: aws.amazon.com

Neste exemplo, uma região da AWS está conectada em duas localidades


diferentes, com datacenters replicados. Isto é, em caso de falhas de um dos locais,
os serviços seriam transferidos automaticamente para o outro local com o mínimo
de interrupção de serviços, mas sem perda de dados.

Como falado anteriormente a característica de resiliência é extremamente


necessária para serviços de cloud computing, onde, mesmo com determinados
tipos de problemas que possam causar a interrupção do acesso aos sistemas
os ambientes possam encontrar meios para garantir o acesso aos sistemas e
informações.

3.3 SERVIÇOS SOB DEMANDA (ON DEMAND)

Esta caraterística permite ao cliente ou usuário de uma Cloud Computing,


utilizar, de acordo com sua necessidade, a quantidade de recursos que precisar.
Esta característica está ligada ao conceito de auto serviço, onde o próprio utilizador
do serviço pode escolher quais e quanto de cada serviço quer utilizar.

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Esta caraterística é muito importante para administradores de ambientes de


desenvolvimento de sistemas, por exemplo.

Quando falamos em desenvolvimento de sistemas, normalmente é criado


um ambiente de treinamento, desenvolvimento, homologação e produção. Cada
ambiente tem suas máquinas virtuais sendo executadas ao mesmo tempo. Em
um determinado momento o gestor deste ambiente recebe a informação que
haverá a necessidade de criar mais 5 (cinco) máquinas virtuais no ambiente de
treinamento para uma demanda específica e temporária.

Através da console de auto serviço de sua Cloud Computing o administrador


pode criar as 5 máquinas virtuais e após a realização dos treinamentos poderá
apagar as máquinas.

Essa característica ajuda muito na administração de ambientes que requerem


mudanças constantes, como a criação de máquinas virtuais temporárias, bem
como a possibilidade de permitir que alguns usuários possam criar VMs a partir
de critérios pré estabelecidos, minimizando o trabalho do administrador do
ambiente.

Importante atentar-se à diferença entre esta característica como a da


elasticidade apresentada anteriormente. No caso da elasticidade, a dinâmica está
diretamente ligada a momentos não programados que requerem uso de recursos
extras para que determinado sistema não pare por falta de recursos, em tempo de
execução sem a necessidade de intervenção humana.

Já no caso dos serviços sob demanda a principal vantagem é a possibilidade


de criação de máquinas virtuais a partir de uma console especialmente criada
para isso.

Desta forma o administrador do ambiente de cloud computing pode delegar


para um outro administrador o gerenciamento de parte do ambiente ou, através
de configurações pré estabelecidas, permitir que até o usuário final possa criar
VMs utilizando os recursos disponíveis.

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3.4 MENSURAÇÃO DE SERVIÇOS

Todas as ações executadas em um ambiente de Cloud Computing são


registradas. Estes dados são utilizados para que tanto os usuários dos serviços
quanto os responsáveis pela infraestrutura possam tomar decisões.

Além disso, na computação em nuvem você sabe exatamente quanto tempo


de processamento, uso de memória e quantidade de armazenamento foram
utilizados em determinado período, entre outras informações.

Essa mensuração de serviços permite que um único datacenter possa ter em


suas instalações milhares de clientes espalhados pelo mundo, onde cada um tem
diversas máquinas virtuais e sistemas e mesmo assim, o administrador do ambiente
saiba exatamente quanto cada sistema utiliza de recursos computacionais.

Estes dados podem ser utilizados inclusive para otimização do uso dos
recursos computacionais.

A AWS, ambiente de Cloud Computing da Amazon, por exemplo, disponibiliza


uma calculadora onde o cliente pode simular previamente o custo para um
determinado uso de recursos. A calculadora pode ser acessada no endereços.

Para gravar

Calculadora de preços da AWS


Clique aqui para acessar

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Figura 9 - Calculadora Amazon


Fonte: aws.amazon.com

Obviamente esta calculadora é apenas uma previsão de uso de recursos e


o custo relacionado a este uso. Mas todos os ambientes de Cloud Computing
trazem recursos de administração e monitoramento do ambiente onde é possível
ter todas as informações sobre a real utilização dos recursos.

Diante destas informações, por exemplo, um administrador pode gerenciar as


aquisições necessárias de recursos para o datacenter e/ou determinar o período
do ano em que determinado servidor tem uma demanda maior que o normal.

As informações obtidas pelo monitoramento dos dados também podem


ajudar a resolver problemas que podem acontecer em seu ambiente de cloud
computing.

Com o histórico de dados coletados, o administrador pode criar gatilhos para


que se determinados índices forem atingidos que o sistema possa enviar uma
mensagem para o administrador ou executar uma ação automaticamente, por
exemplo.

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4. MODELOS DE SERVIÇOS

Como visto anteriormente, o conceito de computação em nuvem se trata


de um conjunto de tecnologias que tem por objetivo a entrega de serviços de
processamento e armazenamento com acesso a partir da internet.

Neste sentido a entrega de serviços passou a ser dividida em modelos


diferentes, para melhor entendimento por parte de todos os usuários. Na imagem
abaixo conseguimos entender melhor os modelos de serviços que são o SaaS,
PaaS e IaaS:

Figura 10 - Modelos de serviços Cloud Computing


Fonte: do autor

Há ainda que se entender que existe uma interdependência entre os modelos


citados, onde o IaaS é a base dos demais modelos, pois fornece a infraestrutura
necessária para seu funcionamento, assim como a PaaS fornece serviços
adicionais que são necessários para o pleno funcionamento do modelo SaaS. Essa
interdependência pode ser mais facilmente entendida a partir da representação
gráfica abaixo:

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Figura 11 - Pirâmide modelos de serviço


Fonte: do autor

Agora vamos detalhar cada modelo de serviço, como eles se conectam e


criam uma relação uns com os outros.

4.1 SOFTWARE AS A SERVICE (SAAS)

Este modelo é o mais próximo dos usuários em geral, sendo a camada mais
externa dos modelos conceituais aqui apresentados.

O modelo de Software como serviço é, de longe, o modelo mais utilizado por


todos. No início de nosso e-book falamos que, praticamente todos nós utilizamos,
de alguma forma, serviços de Cloud Computing. É nessa camada que a maioria
dos serviços utilizados pelos usuários comuns.

Aqui podemos incluir aplicativos disponibilizados na internet como Google


Docs, Office 365 (online), Dropbox, Onedrive, iCloud, Salesforce CRM, entre
outros milhares de aplicativos e sistemas disponibilizados na internet.

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Podemos incluir nessa lista também a maioria dos aplicativos de celular. Muito
embora eles estejam instalados no seu celular, na maioria dos casos os dados ficam
hospedados também na nuvem, podendo ser facilmente acessados, bastando ter
acesso à internet.

Normalmente sistemas hospedados no modelo SaaS são gratuitos e/ou


cobrados por assinatura mensal ou anual.

É importante salientar que essa cobrança de assinatura é totalmente diferente


de um licenciamento. Nos softwares tradicionais é comum a cobrança do
licenciamento pelo uso do software. Já na assinatura de serviços no modelo SaaS
os usuários pagam pelo uso dos serviços disponibilizados na Cloud Computing.

4.2 PLATAFORM AS A SERVICE (PAAS)

O modelo de plataforma como serviço é uma consequência natural do


modelo anterior (SaaS), pois para os aplicativos funcionarem é necessária uma
infraestrutura específica de banco de dados e servidor de aplicação, por exemplo.
Neste sentido, o modelo PaaS fornece os serviços necessários para a
construção, operação e manutenção de aplicações para Cloud Computing.
Os desenvolvedores de aplicativos para Computação em Nuvem não
precisam, por exemplo, baixar ou instalar sistemas gerenciadores de bancos de
dados ou servidores de aplicação. Basta acessar um ambiente PaaS e escolher os
serviços necessários para o desenvolvimento de suas aplicações.
Além disso, o desenvolvedor não precisa adquirir as licenças dos sistemas
necessários para o desenvolvimento, pagando apenas pelos recursos utilizados
na nuvem.

São exemplos de PaaS o Microsoft Azure, Google AppEngine, IBM


WebSphere Application Server, Oracle Plataform as a Service, entre outras.

Se você ficou interessado em conhecer mais sobre o funcionamento e


até testar uma Cloud Paas, basta acessar os sites dos fornecedores citados
anteriormente. Boa parte deles disponibiliza o acesso ao ambiente de forma
gratuita por um período de tempo.

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4.3 INFRASTRUCTURE AS A SERVICE (IAAS)

Neste modelo são ofertados os serviços de infraestrutura, incluindo


servidores, roteadores, sistemas de armazenamento, entre outros.

No modelo de infraestrutura como serviços, por exemplo, você consegue


criar uma máquina virtual e utilizá-la da forma que achar conveniente. Esta
máquina estará disponível para acesso através da internet 24 horas por dia, 7 dias
por semana.

A máquina virtual é como um percentual de um servidor físico e fornece todos


os recursos necessários para rodar um sistema operacional e demais aplicativos
que podem ser instalados neste sistema.

Em geral, as plataformas de IaaS oferecem uma interface para que o usuário


possa, de forma administrar sua infraestrutura. É possível por exemplo criar diversas
máquinas virtuais, redes virtuais e instalar seus sistemas , permitindo o acesso a
estes a partir da internet, a exemplo de um ambiente físico, sem a necessidade de
nenhum investimento para aquisição de equipamentos.

Neste painel de administração também é possível criar regras para que seu
ambiente possa obter o melhor das características de resiliência e elasticidade da
computação em nuvem.

Neste modelo podemos citar alguns benefícios para quem utiliza serviços
hospedados, como:

• ●Abstração da infraestrutura de hardware necessária para a execução dos ser-


viços;
• ●Eliminação de custos e, consequentemente, preocupações quanto a segu-
rança física do ambiente onde os dados são hospedados;
• ●Eliminação da necessidade de espaço físico dentro de sua empresa para aco-
modar os equipamentos que seriam necessários para a realização da mesma
carga de trabalho de forma local;
• ●Alocação dinâmica de recursos (processamento, armazenamento, etc) de
acordo com a necessidade do serviço;
• ●Alta disponibilidade do acesso para o acesso aos recursos de acordo com a
necessidade, incluindo a possibilidade de múltiplos sites para acessos simul-
tâneos e regiões geográficas diferentes;

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São exemplos deste modelo de serviços a Amazon EC2, Google Cloud,


Microsoft Azure, Oracle Infrastructure, Red Hat OpenShift, VMWare vSphere,
Digitalocean, entre outros.

Este modelo é a base para todos os demais modelos (PaaS, SaaS, etc).

Curiosidade!

Em se falando de IaaS a AWS (Amazon Web Services) é de longe o maior


fornecedor deste tipo de serviço de Cloud, atendendo a cerca de 31% de todo o
mercado! [4].

Se você também ficou interessado neste modelo do Cloud Computing, em


nossas considerações finais listamos como acessar vários serviços de IaaS para
utilizar os serviços de forma gratuita.

4.4 OUTROS MODELOS DE SERVIÇO

Os modelos IaaS, PaaS e SaaS são os principais modelos de oferta de serviços


em nuvem, mas alguns utilizadores e autores criaram alguns modelos alternativos
ou que são partes dos modelos principais, mas que merecem ser citados, como:

• ●MaaS (Monitoring as a Service): Serviços que coletam informações remota-


mente para fins de monitorização de sistemas, serviços ou recursos. Este mo-
delo tem crescido gradualmente pois o monitoramento de ativos e serviços
tem ganhado uma importância muito grande perante o mercado, haja vista
seus benefícios;
• ●BaaS (Backup as a Service): Serviços de backup e recuperação de dados que
podem ser utilizados de forma remota, permitindo backup remoto, recupera-
ção de desastres, entre outros. Este serviço também tem ganhado o interesse
dos administradores de ambientes de processamento, pois é possível fazer
backup de diversos tipos de dados e sistemas;
• ●CaaS (Communication as a Service): Serviços de mensagens, videoconfe-
rência e voz ofertados na nuvem. Estes serviços passaram a ser ofertados
amplamente durante o período da pandemia da COVID-19 e são ferramentas
necessárias para o trabalho home office. Por conta da pandemia esse modelo
passou a ser muito utilizado por diversas empresas;

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• ●DaaS (Database as a Service): Serviços de banco de dados hospedados na


nuvem que permitem o acesso aos dados a partir de qualquer local com aces-
so a internet. Grandes players de mercado como a Oracle passaram a ofertas
soluções que viabilizam este modelo de serviço;

A dinamicidade da área de tecnologia da informação faz com que sempre


tenhamos novidades nas tecnologias, mas os conceitos primordiais sempre
guiarão nossos projetos e novas soluções, até porque para que estes modelos
adicionais possam funcionar, os modelos de SaaS, PaaS e IaaS são necessários.

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5.TIPOS DE NUVEM

Agora que já entendemos os principais conceitos relacionados a Cloud


Computing, vamos conhecer os tipos de nuvem. Esta classificação leva em
consideração alguns requisitos como a forma de acesso aos sistemas, tipos de
restrição de acesso e o ambiente que hospedará a infraestrutura de computação
em nuvem.

Com a percepção do mercado perante os grandes benefícios da utilização


da Cloud Computing as empresas de todos os segmentos passaram a consumir
cada vez mais serviços hospedados nestes ambientes. Neste sentido, as empresas
precisam fazer determinadas escolhas, como por exemplo, se todos os sistemas
serão migrados para a nuvem, se todos seus usuários poderão ter acesso aos
dados hospedados na nuvem e se utilizarão serviços de cloud computing
disponibilizados por fornecedores como Google, IBM, Oracle, ou se criação sua
própria infraestrutura de computação em nuvem.

Essa escolha deve ser feita mediante análise de vários fatores e também
será pautada no nível de maturidade da empresa e de sua área de tecnologia da
informação com o conceito de computação em nuvem.

Mesmo que os ambientes de nuvem estejam cada vez mais intuitivos


e automatizados, sempre será necessário algum nível de conhecimento na
plataforma para poder utilizá-la com segurança.

Outro fator muito importante antes de escolher o tipo de nuvem a ser


escolhida é como ocorrerá a migração.

Migrar um ambiente de processamento tradicional para qualquer tipo de


nuvem não é nada simples. Pelo menos requer algum nível de planejamento,
assim como deveriam ser quaisquer projetos de tecnologia da informação.

Mas infelizmente não é o que acontece com todas as empresas. Existem vários
exemplos de projetos de migração para Cloud Computing que culminaram em
erros e até desistências de migração.

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Para um bom projeto de migração é importante se atentar para alguns passos,


onde podemos listar:

• ●Analisar e escolher o tipo de nuvem que será usada. Logo adiante explicare-
mos a diferença entre cada tipo (Pública, Privada e Híbrida);
• ●Analisar e escolher quais dos seus atuais serviços de tecnologia serão migra-
dos, e em qual modelo de serviço, cada um deles mais de adequa, seja SaaS,
Paas ou IaaS;
• ●Planeje todos os passos da migração. Se possível, tenha o apoio de um geren-
te de projetos com experiência em migração para nuvem. Com um planeja-
mento bem feito você poderá prever e se preparar para quaisquer problemas
que eventualmente possam aparecer antes, durante ou depois da migração;
• ●Realize um backup de todos os dados. Este ítem também pode parecer natu-
ral quando da realização de qualquer tipo de modificação em um ambiente
de tecnologia da informação, mas também é comum não realizar o backup de
todos os dados. Vale salientar que além do backup, deve-se garantir que os
dados copiados possam ser recuperados. Portanto é necessário fazer o ba-
ckup e testar a restauração;
• ●Revise e execute o que foi planejado. Apesar de parecer óbvio que após o pla-
nejamento o próximo passo seria executá-lo, diversos projetos de tecnologia
da informação acabam não seguindo o planejamento durante sua execução;
• ●Monitore toda a migração. A melhor forma de garantir que a execução seja
realizada de acordo com o planejamento é monitorar cada passo da migração.

Seguindo esses passos conseguirá minimizar os riscos, muito embora eles


sempre existirão em qualquer tipo de projeto.

Veremos agora quais os tipos de nuvem mais significativos, muito embora


existam registros de tipos adicionais, estes são os mais utilizados e conhecidos.

5.1 PÚBLICA

Na nuvem pública toda a infraestrutura de Cloud Computing estará sob a


responsabilidade de uma empresa especializada que fornecerá os serviços para
que possam ser contratados e acessados por qualquer empresa, mediante a
aceitação de suas regras contratuais.

Em geral as nuvens públicas são infraestruturas enormes, onde cada


fornecedor costuma ter diversos datacenters espalhados ao redor do mundo,
aumentando seus níveis de disponibilidade.

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Também é uma caraterística das nuvens públicas a facilidade de acesso,


contratação e utilização de seus serviços, tendo em vista que o objetivo das
corporações que fornecem este tipo de serviço é atender ao maior número de
empresas clientes.

Além disso, esses ambientes costumam apresentar modelos ou templates


que facilitam a implantação. Esta característica visa facilitar o uso dos serviços
e atender a demandas de pequenas e médias empresas que não possuam
uma equipe grande de profissionais com conhecimento em administração de
ambientes de Cloud Computing.

Outros benefícios da Cloud Pública são:

• ●baixo custo de contratação, quando comparado a outros modelos de imple-


mentação de Cloud;
• ●não há necessidade de preocupação com a manutenção da infraestrutura
que fica sob responsabilidade do fornecedor;
• ●alta confiabilidade e escalabilidade quase ilimitada. Confiabilidade do seu
ambiente pois seus dados estarão hospedados em ambientes muito estáveis.
Escalabilidade é a possibilidade de crescimento do ambiente. A medida que
for necessário você poderá contratar e utilizar mais recursos dentro do seu
ambiente;

A imagem abaixo representa como seria o acesso de uma empresa cliente a


serviços hospedados em um fornecedor de nuvem pública:

Figura 12 - Acesso Cloud Computing pública


Fonte: do autor

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Como as nuvens públicas são acessadas através da internet, sempre é


importante ponderar os possíveis problemas quando da utilização deste modelo
de Cloud.

Uma das principais considerações deve ser quanto ao acesso aos recursos.
Será que o link de acesso estará sempre disponível? A velocidade de acesso é
suficiente para garantir o acesso aos recursos hospedados na Cloud Pública?
Sempre avalie essas questões em seus projetos!

Para resolver ou minimizar possíveis problemas relacionados à conectividade


de sua empresa com seu ambiente de Cloud Computing Pública, sugere-se a
utilização de equipamentos e recursos que garantam a alta disponibilidade dos
links de internet. Exatamente...estamos falando em mais de um link para o acesso
à internet a partir da sua empresa. Além dos links de internet será necessário um
equipamento ou sistema que possa realizar o encaminhamento automático do
tráfego de um dos links de internet em caso de falha deste link.

5.2 PRIVADA

Algumas empresas precisam manter a propriedade de seus dados em


ambientes controlados. Por vezes esse requisito é obrigatório pelo modelo de
negócios, questões culturais ou até legais.

Essa limitação, entre outros motivos, fez com que empresas que precisam
utilizar os benefícios da computação em nuvem tivessem que investir na aquisição
de uma infraestrutura necessária para criar sua própria nuvem.

Esta modalidade de nuvem tem se tornado cada vez mais comum em


alguns nichos de mercado, como por exemplo no setor público. É comum
encontrar empresas públicas que têm seu ambiente próprio de processamento e
armazenamento com características de computação em nuvem.

Estes ambientes costumam permitir o acesso somente através de uma rede


interna, conhecida como intranet. Em alguns casos é permitido o acesso pela
internet, mas com restrições para que somente usuários autorizados possam
acessar os serviços hospedados na nuvem privada.

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A imagem abaixo ilustra como seria o acesso a um ambiente de nuvem privada


por seus usuários:

Figura 13 - Acesso Cloud Computing privada


Fonte: do autor

Atualmente já existem empresas da áreas de tecnologia da informação


especializadas em criar e disponibilizar ambientes de Cloud Privada. Isso mesmo!

Para ser uma Cloud Privada não há obrigatoriedade de o ambiente de


processamento estar dentro de sua empresa, até porque, será necessário
investimento em recursos de redundância e segurança deste ambiente. Neste
sentido há a possibilidade de contratar um espaço ou todo um ambiente já
preparado com os níveis de segurança necessários para a criação de suas nuvens
privadas.

É muito comum que o modelo de nuvem privada seja um dos primeiros


passos para empresas que tem uma estrutura tradicional de ambiente de
processamento. Isso acontece pois em muitos casos as empresas já tem um
ambiente de processamento bem estruturado fisicamente, mas que não utiliza a
virtualização como base.

Neste sentido é mais simples e, em muitos casos, mais barato adequar


este ambiente para utilização da virtualização e obter os benefícios da Cloud
Computing, já citados em nosso e-book.

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5.3 HÍBRIDA

A nuvem híbrida é o modelo que associa tanto serviços hospedados em


nuvem públicas quanto serviços hospedados em nuvem privada. Neste modelo
as empresas clientes conseguem utilizar e integrar recursos hospedados em
diferentes fornecedores de cloud computing, obtendo o melhor de ambos os
ambientes.

Obviamente o uso de dois ambientes distintos traz uma carga de administração


maior, pois a princípio os administradores destes ambientes precisam operar, pelo
menos, dois sistemas gerenciadores de serviços de nuvem.

Para solucionar esta dificuldade surgiram no mercado ferramentas de


orquestração. Estas ferramentas se propõe a unificar a administração de ambientes
diferentes.

Abaixo temos uma representação de como seria um ambiente de nuvem


híbrida, onde existem serviços hospedados em nuvem privada e em nuvem
pública, sendo gerenciados a partir de uma ferramenta de orquestração de
nuvens:

Figura 14 - Acesso Cloud Computing híbrida


Fonte: do autor

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Eventualmente a escolha por um modelo de nuvem híbrida também pode


ser utilizada para criar ambientes de backup. A empresa pode ter sua nuvem
privada hospedando todos os seus serviços de cloud computing e uma cópia de
segurança deste ambiente em um fornecedor de nuvem pública.

Em caso de uma falha de todos os níveis de segurança existentes em seu


ambiente de nuvem privada, o orquestrador redireciona todos os acessos a cópia
dos serviços na nuvem pública. Este processo de sincronização deve ser realizado
por ferramentas específicas.

Abaixo segue uma representação de um ambiente de nuvem privada com


backup em um ambiente de nuvem pública:

Figura 15 - Backup nuvem pública


Fonte: do autor

Mesmo que sua empresa não tenha uma cópia completa de seu ambiente de
processamento local em uma nuvem pública, é sempre recomendável que pelo
menos uma cópia de backup dos dados seja enviada, seja fisicamente ou através
de backup remoto, para um ambiente externo a sua empresa. Este procedimento
visa garantir uma cópia de segurança de seus dados em caso de problemas ou até
catástrofes físicas em sua empresa.

Nos ambientes de Cloud Computing Públicas, normalmente o serviço de


backup já é disponibilizado, bastando configurá-lo de forma adequada.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Cloud Computing é uma realidade e provavelmente fará parte do


planejamento de tecnologia da informação da maioria das empresas de hoje em
diante.

Muitas empresas já estão nascendo com seu ambiente de processamento já


em nuvem. A oferta de serviços tem se tornado cada vez mais presente e acessível.
Com o avanço das tecnologias teremos cada vez mais serviços e vantagens na
utilização da computação em nuvem.

Além disso, muitos softwares amplamente utilizados pela maioria das


empresas já são ofertados no modelo SaaS. Com isso, parte das empresas já faz
seus planejamentos desde o início de sua operação, incluindo softwares e recursos
de nuvem para viabilizar suas rotinas de trabalho.

Outro ponto importante a salientar é que os fornecedores de Cloud


Computing também disponibilizam ferramentas e serviços que facilitam a
migração para seus modelos de oferta de nuvem.

Algumas ferramentas permitem, por exemplo, a migração completa de


servidores físicos para máquinas virtuais. Obviamente este tipo de ação deverá
ser analisada e testada antes de ser utilizada.

Outro ponto muito importante e que cada vez mais temos profissionais
capacitados para a utilização e administração de ambientes de cloud computing.
Estes profissionais têm recebido atenção especial do mercado.

Os próprios fornecedores de cloud computing disponibilizam capacitações


e até certificações, em alguns casos, gratuitas. Por isso é muito importante
acompanhar e aproveitar essas oportunidades.

A Amazon disponibiliza em seu site diversos cursos e informações para


obtenção de suas certificações. Acessando o link abaixo você terá acesso a todas
as informações:

43
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Para gravar

Training and Certification


Clique aqui para acessar

A Google também disponibiliza diversas informações sobre seus treinamentos


e certificações em seu site. Os treinamentos são para profissionais iniciantes e
para profissionais mais experientes.

As informações sobre treinamentos e certificações da Google podem ser


acessadas no link abaixo:

Para gravar

Treinamento do Google Cloud


Clique aqui para acessar

Outro fornecedor já citado em nosso e-book e que deve ser levado em


consideração é a VMware. Muitos ambientes de cloud computing utilizam o
VMware como base da virtualização.

As informações sobre treinamentos e certificações da VMware pode ser


acessadas no link abaixo:

Para gravar

VMware Learning
Clique aqui para acessar

Finalizando nossas dicas sobre treinamentos e certificações, não podemos


deixar de lado a Microsoft. Um fabricante de sistemas operacionais e softwares
de produtividade, entre outros sistemas, também tem seu subsistema de
virtualização, do Hyper-V. Assim como a VMware muitos datacenters e ambientes

44
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de cloud computing utilizam o Hyper-V como base para sua virtualização. Além
dos Hyper-V a Microsoft também o Azure que é sua Cloud Computing.

Para conhecer mais sobre os treinamentos e certificações do Microsoft


Azure, basta acessar o link abaixo:

Para gravar

Microsoft Azure
Clique aqui para acessar

É muito importante que os profissionais que estejam querendo trabalhar


com Cloud Computing possam aproveitar todos os recursos disponíveis na
internet. Como já mostramos, os próprios fornecedores disponibilizam materiais,
treinamentos e certificações técnicas.

As certificações técnicas significam muito para um profissional da área de


tecnologia da informação. Algumas certificações podem ser realizadas de forma
online e outras precisam ser feitas em centros de testes habilitados para esta
atividade.

Vale salientar também que, como dito no início de nosso e-book, a virtualização
é a base do ambiente de cloud computing. Neste sentido a virtualização busca
representar de forma virtual recursos computacionais físicos. Dessa forma, é
sempre importante estudar e ter propriedade sobre os conhecimento acerca dos
conceitos relacionados a serviços de redes de computadores.

Mesmo utilizando um ambiente de cloud computing os serviços de rede mais


comuns farão parte deste ambiente. Portanto o conhecimento de serviços de
rede como DHCP, DNS, SNMP, roteamento, entre outros são muito importantes
para o bom funcionamento de seu ambiente de cloud computing.

Outro fator que não deve ser deixado de lado é a segurança da informação.
Todos os ambientes de Cloud Computing precisam ser pensados desde sua
concepção observando sempre os fundamentos da segurança da informação.

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Todas as máquinas virtuais devem estar com seus sistemas operacionais


atualizados com relação a patchs de segurança, bem como com suas configurações
de acesso bem definidas para evitar acessos indevidos.

Além disso, a utilização de serviços de firewall é fundamental para garantir a


segurança do perímetro da rede de seu ambiente de nuvem.

Sempre é bom lembrar que, de alguma forma, seu ambiente de processamento


estará com acesso a internet e por isso terá uma exposição a rede mundial de
computadores e possivelmente sofrerá diversos tipos de ataques.

Neste sentido, quanto maior a proteção, menor a possibilidade de problemas


de acesso indevido ou indisponibilidade de sistemas e serviços hospedados em
sua cloud computing.

Agora que já conhecemos os conceitos primordiais sobre Cloud Computing,


que tal conhecer na prática como utilizar um ambiente de Cloud Computing?
Os principais players do mercado costumam ofertar um período de avaliação
de seus serviços. Veja como acessá-los!

Google Cloud

Para realizar o teste do Google Cloud é necessário criar um usuário Google.


Se você tiver um e-mail do Gmail, por exemplo, pode utilizar essa conta para
acessar o ambiente de avaliação da Cloud.

Para gravar

Google Cloud
Clique aqui para acessar

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Figura 16 - Acesso Google Cloud


Fonte: cloud.google.com

Em seguida, basta ler e aceitar os termos de serviços e finalizar seu cadastro.


Depois você poderá ter acesso a todos os serviços de Cloud pelo período de
avaliação.

O ambiente do Google Cloud é um dos mais utilizados e oferecerá todos os


recursos tanto para hospedar sua IaaS ou PaaS.

Amazon AWS

Para ter acesso a avaliação da Cloud da Amazon é necessário acessar o


endereço da Amazon e clicar em “Crie uma conta gratuita”, conforme imagem
abaixo:

47
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Para gravar

Amazon AWS
Clique aqui para acessar

Figura 17 - Acesso AWS


Fonte: aws.amazon.com

Após criar sua conta você terá acesso ao ambiente de Cloud da Amazon e
poderá criar uma máquina virtual gratuita com configurações limitadas, mas que
já lhe permitirá usufruir dos serviços de nuvem da Amazon.

Outra possibilidade na Google Cloud é utilizar a plataforma de serviços para


desenvolvimento de aplicativos e sistemas online.

Oracle Cloud

No serviço de Cloud da Oracle também é possível ter acesso a um ambiente


de teste por 30 dias para avaliar os recursos disponibilizados.

Para conseguir criar seu acesso ao ambiente de avaliação é necessário criar


um usuário no sistema, bem como informar alguns dados básicos.

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Imagem 18 - Acesso Oracle Cloud


Fonte: oracle.com

Diante de tudo exposto até o momento fica claro que a utilização de Cloud
Computing é algo muito importante para a maioria das empresas. Os diversos
benefícios da utilização de ambientes de cloud computing fazem com que o
modelo tradicional, aqui apresentado, perca sua força e seja apenas utilizado em
exceções.

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Gradativamente os sistemas e softwares oferecidos no mercado para diversos


segmentos, já nascem prontos para cloud computing.

Além disso, a crescente expansão dos ambientes remotos de trabalho


também vêm forçando a utilização dos recursos que só conseguimos encontrar
em ambientes de cloud computing.

Em se tratando de tecnologia da informação, nunca veremos uma solução


pronta e sem perspectiva de futuro.

Assim podemos listar algumas possíveis tendências para cloud computing


nos próximos anos, como:

• Utilização cada vez maior de Multicloud ou nuvens híbridas: a utilização de


nuvens híbridas tem crescido à medida que o tempo passa. Muitas corpora-
ções tiveram que utilizar mais de uma nuvem e orquestrar esta administração.
Uma vantagem da multicloud é utilizar os melhores recursos de cada forne-
cedor e tem mais um nível de disponibilidade, em caso de ambientes replica-
dos;
• Uso massivo da inteligência artificial (IA): um dos grande motivos para a apli-
cação de sistemas de inteligência artificial é a busca por economia de custos a
partir de tomadas de decisões baseadas em dados. Com a utilização de siste-
mas de IA em nuvem, você pode passar a expandir os benefícios e minimizar
ainda mais os custos para manutenção de plataformas de inteligência artificial,
bem como o compartilhamento de bases de dados de maneira mais eficiente;
• Utilização de serviços de Cloud Computing para segurança de dados: a
aplicação de normas como a GDPR na europa e a LGPD no Brasil, também
devem forçar a utilização de sistemas em Cloud Computing para atender as
adequações destas novas legislações;

Cloud Computing ou computação em nuvem é o presente e estará cada vez


mais forte no futuro de todas as empresas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Cybersecurity Ventures - https://cybersecurityventures.com/the-world-


will-store-200-zettabytes-of-data-by-2025/

[ 2 ] C i s c o - h t t p s : // n e w s r o o m . c i s c o . c o m / p r e s s - r e l e a s e -
content?articleId=1908858

[3] Convergência Digital - https://www.convergenciadigital.com.br/cgi/


cgilua.exe/sys/start.

Link 4 - Canalys - https://www.canalys.com/newsroom/global-cloud-


market-q4-2020?ctid=1932-6a4d3dcb68a2385e47219db29ff59e89

BUYYA, R., YEO, C. VNUGOPAL, S. Market-oriented cloud computing:


Vision, hype, and reality for delivering it services as computing utilities. 2008

CASE, R. P.; PADEGS, A. Architecture of the IBM system/370. New York,


NY, USA, January 1978. v. 21, n. 1, 73–96 p.

D. Cearley et al (2009). Hype cycle for applications development gartner


group reporter number G00147982, Gartner.

Mell, P., & Grance, T. (2011). The NIST definition of Cloud Computing
National Institute of Standards and Technology, 53(6), 50.

TAURION, C. Computação em nuvem: transformando o mundo da


tecnologia da informação. Rio de Janeiro: Brasport, 2009.

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Desenho Instrucional: Veronica Ribeiro


Supervisão Pedagógica: Laryssa Campos
Revisão pedagógica: Camila Martins
Design editorial/gráfico: Trayce Melo

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