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FOCO
Banco de Exercícios
CRIAÇÃO INTELECTUAL
ESTELA SILVA
10.º ANO
ENSINO SECUNDÁRIO
A
BIOLOGIA E GEOLOGIA
A
2
Domínio 1: Geologia e métodos I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII XIII XIV XV XVI XVII XVIII XIX XX
1. A Terra e os seus subsistemas
1.1. Os subsistemas terrestres ✗ ✗ ✗
1.2. Interação de subsistemas ✗ ✗ ✗
2. As rochas, arquivos que relatam a história da Terra
2.1. Rochas sedimentares ✗ ✗ ✗ ✗ ✗ ✗ ✗
2.2. Rochas magmáticas ✗ ✗ ✗ ✗ ✗ ✗
2.3. Rochas metamórficas ✗ ✗ ✗ ✗ ✗
2.4. Ciclo das rochas ✗ ✗ ✗ ✗
3. A Terra, um planeta em mudança
3.1. Princípios básicos do raciocínio geológico ✗ ✗ ✗ ✗ ✗
3.2. O mobilismo geológico. As placas tectónicas e os seus movimentos ✗ ✗ ✗ ✗ ✗ ✗ ✗ ✗ ✗
DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
Grupo I
Há mais de cinco décadas que se investigam os sedimentos dos fundos oceânicos, assim como os
microfósseis aí presentes. Recentemente, uma equipa internacional de investigadores recorreu a estes
vestígios para estudar os padrões do clima nos últimos 66 milhões de anos (Ma). Os cientistas
reconstruíram e analisaram as alterações climáticas globais examinando as evidências preservadas
em isótopos de oxigénio e de carbono (18O e 13C, respetivamente), obtendo informações relativas às
paleotemperaturas dos mares profundos, aos volumes globais de gelo e ao ciclo do carbono. Estes
isótopos são armazenados em conchas de microrganismos unicelulares dos fundos marinhos, os
foraminíferos. Estas conchas são formadas por precipitação de carbonato1, pelo que, ao incorporar
este elemento, os foraminíferos criam uma “impressão digital química” da água do mar. Assim, ficam
GEOLOGIA
registadas alterações nos ciclos do carbono e do oxigénio, influenciados pela temperatura e nível do
mar. A velocidade de deposição de material no fundo marinho é de cerca de 1 centímetro/1000 anos,
pelo que o clima global vai ficando gravado, de forma lenta mas precisa, nas profundezas do oceano.
Estes estudos resultaram numa nova curva de referência climática (figura 1), a partir de 14 registos
de perfuração oceânica de 12 laboratórios internacionais e de arquivos do solo oceânico recolhido na
Antártida desde 1966.
Foram detetadas nas conchas pequenas variações na proporção de carbono, que estão direta-
mente ligadas à biosfera e ao ciclo global do carbono: a emissão de CO2 para a atmosfera, por fenó-
menos naturais como erupções vulcânicas, conduz ao aumento da dissolução deste gás no oceano.
carbonato – substância mineral que apresenta na sua composição química o ião CO32–.
1
-2
(unidades simplificadas)
Quantidade de 18O
0
Icehouse
2 Coolhouse
Warmhouse
Hothouse
65 35 0
Idade (Ma)
Figura 1 – Variação do isótopo 18O registado em sedimentos marinhos desde há 65 Ma até ao presente.
2. s rochas sedimentares que englobam restos de seres vivos, como conchas, e as rochas
A
formadas por clastos denominam-se, respetivamente,
(A) detríticas e biogénicas. (B) quimiogénicas e detríticas.
(C) biogénicas e detríticas. (D) detríticas e quimiogénicas.
4 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
3. proporção entre isótopos instáveis e isótopos estáveis informa sobre a idade da estrutura em
A
que estes são encontrados. A datação baseada em radioisótopos
(A) é uma técnica de datação relativa, que permite atribuir um valor numérico à idade da rocha
ou da estrutura a ser datada.
(B) apenas pode ser utilizada de forma segura na datação de rochas magmáticas e sedimentares.
(C) admite que o tempo de semivida de um par de isótopos é igual a metade do tempo de vida
dos isótopos-pai.
(D) é fiável pois a variação da proporção isótopos-pai/isótopos-filho não é afetada pela variação
das condições ambientais.
10.1. Indique, utilizando os dados da figura 1, qual a relação entre a quantidade de 180 identificada nos
sedimentos do fundo oceânico e a temperatura global do planeta.
10.2. Relacione a queima de combustíveis fósseis com um estado climático futuro sem glaciares.
BANCO DE EXERCÍCIOS 5
Grupo II
O Maciço Calcário Estremenho (MCE) é constituído, essencialmente, por rochas calcárias que se
apresentam sobreelevadas por atuação de movimentos tectónicos. O maciço inclui toda a área do
Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (figuras 1 e 2).
O património geológico do MCE é notável, quer a nível nacional, quer a nível internacional, desta-
cando-se as jazidas com pegadas de dinossáurios da Pedreira do Galinha e a jazida com fósseis de
equinodermes1 do Cabeço da Ladeira.
A paisagem é dominada por campos de lapiás, formados devido à interação da água com as
rochas carbonatadas. Nestas regiões também abundam depressões fechadas com vertentes rocho-
GEOLOGIA
sas (covões) que apresentam o fundo coberto por solos vermelhos (terra rossa) resultante da deposi-
ção de argilas do calcário. A água penetra nas fissuras da rocha e alarga-as, formando grandes corre-
dores ou poços naturais, designados algares. Foi num desses algares que alguns habitantes de Mira
de Aire descobriram, em 1947, um conjunto fascinante de grutas, que pertencem a um conjunto de
mais de 1500 grutas que cruzam o interior do maciço. Estas grutas são habitat para diversas espécies,
nomeadamente morcegos insetívoros e as suas águas constituem talvez um dos maiores reservatórios
de água subterrânea do país.
Na sua maior parte, estas regiões são áridas, mas, em depressões denominadas dolinas, é ances-
tral o cultivo de espécies como o milho, a batata e outras espécies resistentes.
Além dos calcários, existem na zona aluviões2 e rochas associadas a episódios vulcânicos, como
os basaltos.
O MCE integra a Bacia Lusitânica, localizada no bordo oeste da microplaca ibérica, com origem
associada a episódios que levaram à abertura do oceano Atlântico durante o Mesozoico. No final desta
era, a microplaca ibérica colidiu com as placas Africana e Euroasiática, mantendo esse regime tectó-
nico até à atualidade.
equinoderme – animal invertebrado marinho com espinhos e pés ambulacrários (ouriço-do-mar, estrela-do-mar).
1
2
aluvião – matéria acumulada (areias, terras, lodo) por ação das correntes fluviais, formando um terreno.
N
Leiria
Ourém
Nazaré
Alcobaça
Torres
Novas
Peniche
Santarém
Oceano Atlântico
Torres Vedras jo
Te
o
Ri
Sintra
Lisboa 0 25 km
0 5 km
4. s grutas calcárias, de que é exemplo a Gruta de Mira De Aire, são ________ e são importantes
A
________ .
(A) relativamente raras no MCE ... habitats para diversos seres vivos
(B) abundantes no MCE ... fontes de recursos hídricos
(C) constituídas por terra rossa ... locais de estudos geológicos
(D) constituídas por algares ... jazidas fossilíferas
Oceano Atlântico
0 50 km
0 50 km
6.1. lassifique as águas do MCE quanto à dureza e concentração em CaCO3 (mg/L), tendo em
C
conta a sua localização geográfica.
Coluna A Coluna B
(1) Rocha plutónica
(a) Resulta do arrefecimento rápido do magma, próximo da
superfície. (2) Rocha vulcânica
(b) Forma-se por alteração da estrutura sem fusão de rochas
GEOLOGIA
(3) Rocha sedimentar quimiogénica
preexistentes.
8. omplete o texto seguinte com a opção adequada a cada espaço. A cada letra corresponde um
C
só algarismo.
A Terra classifica-se como um sistema ___(a)___ não obstante as trocas de ___(b)___, com o
Universo. A libertação de gases em erupções vulcânicas envolve os subsistemas ___(c)___. Os
seres vivos estabelecem diversas interações com a ___(d)___, beneficiando da proteção dos
raios ultravioleta, e com a ___(e)___, de que é exemplo a formação de rochas biogénicas.
10. fossilização é um processo complexo, que depende não só das características dos próprios
A
seres vivos, mas também das condições termodinâmicas do ambiente.
Relacione a abundância de fósseis no MCE com o tipo de rocha que caracteriza a região.
8 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
Grupo III
1 6 Cascalho e areias
2 0 0,5 km
1
Figura 1
1. m estrato sedimentar não deformado é mais ________ do que o estrato acima do seu teto e mais
U
________ do que o estrato abaixo do seu muro.
(A) recente … recente
(B) recente … antigo
(C) antigo … recente
(D) antigo … antigo
4. elecione a opção que classifica corretamente as afirmações I, II e III relativas ao perfil geológico
S
da figura 1.
I. Os calcários representados formaram-se na mesma era geológica.
II. A deformação observada nos estratos não permite a aplicação dos princípios da datação
relativa.
III. São duas as descontinuidades observadas no perfil geológico.
6. xplique por que razão os geólogos interpretam os perfis geológicos com base na premissa de
E
GEOLOGIA
que "o presente é a chave do passado".
7. J ustifique por que razão a datação absoluta de rochas sedimentares e metamórficas, por
métodos de datação radiométrica, pode apresentar uma margem de erro considerável.
8. lassifique como verdadeira ou falsa cada uma das afirmações seguintes relativas à idade e
C
evolução do planeta Terra.
(A) A Terra iniciou a sua formação há, aproximadamente, 4,6 Ga, tendo as primeiras formas de
vida surgido no Paleozoico.
(B) A abertura do oceano Atlântico começou no fim da Era Paleozoica, com o início da fratura do
supercontinente Pangeia.
(C) Para a datação radiométrica dos calcários (5) do perfil geológico da figura 1, o método mais
adequado é o do carbono-14 com uma semivida de 5730 anos.
(D) A formação de cascalho e areias resulta de processos de meteorização e erosão.
Grupo IV
Analise o corte geológico representado na figura 1 relativo a uma determinada área do interior da
Península Ibérica.
G A Conglomerado
F B Arenito de grão médio
E C Argilito com fósseis
de trilobites do Pérmico
D
D Calcário
C
E Arenito de grão fino
B F Argilito com pegadas
de saurópodes
A G Arenito de grão
muito fino
H H Granito
I Basalto
Falha
I
Figura 1 – Corte geológico da zona em estudo.
10 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
4. lassifique como verdadeiras ou falsas as afirmações (A) a (D) relativas à interpretação do perfil
C
geológico da figura 1.
(A) A regressão paleozoica ocorreu num período interglaciar que provocou um recuo da linha de
costa.
(B) A s fases erosivas representadas na figura 1 estão assinaladas por superfícies de
descontinuidade.
(C) O ciclo da água é o motor da meteorização e da erosão dos afloramentos rochosos.
(D) A falha tem localização interplaca e é ativa.
GEOLOGIA
Grupo V
Vulcão 1 Vulcão 2
Lava 1
Lava 2
2
Figura 4 – Perfil esquemático de uma sequência de rochas.
Fonte (adaptada): CARNEIRO, Celso Dal Ré, MIZUSAKI, Ana Maria Pimentel e ALMEIDA, Fernando Flávio Marques de. A
determinação da idade das rochas. Terrae didat., 2005, vol.1, no.1, pp.6-35. ISSN 1980-4407.
2. Indique, justificando com base nos dados da figura 4, se é possível, por aplicação do Princípio
da Sobreposição, afirmar que a camada 1 é mais recente do que a camada 3.
3. s fósseis de trilobites e de amonites são bons fósseis de idade, indicando, para as rochas que
O
os contêm, uma idade, respetivamente,…
(A) pré-câmbrica e paleozoica. (B) paleozoica e mesozoica.
(C) mesozoica e cenozoica. (D) paleozoica e cenozoica.
4. a base do afloramento representado na figura 4 foi encontrado um cristal do mineral zircão com
N
25% de urânio-235, 235U (isótopo-pai).
abendo que a semivida do 235U é 704 Ma, a idade do cristal de zircão é ________ Ma porque o
4.2. S
decaimento radioativo corresponde a ________ semividas.
(A) 1408 … duas (B) 352 … duas
(C) 1408 … três (D) 352 … três
Coluna A Coluna B
1) Meteorização
(a) Passagem das rochas do estado sólido ao estado líquido. 2) Solidificação
(b) P
rocesso de transformação, em profundidade, das rochas preexistentes, 3) Fusão
por ação da temperatura e da pressão. 4) Metamorfismo
(c) D
esgaste e desagregação das rochas, por ação de agentes externos. 5) Sedimentação
6) Erosão
Grupo VI
O complexo intrusivo de Sátão é constituído por dois pequenos corpos graníticos, alongados, que
afloram a sul da povoação de Sátão, no distrito de Viseu (figura 1).
N N Sátão
Lajes
GEOLOGIA
Contige
0 2 km
Vila Real
Oceano Atlântico
Legenda:
Porto Rochas metamórficas
Outros granitos
O corpo situado mais a norte corresponde a um granito de grão médio de duas micas (moscovite e
biotite), conhecido na literatura por granito de Sátão, enquanto a intrusão, localizada mais a Sul, é um
granito porfiroide, também de duas micas (figura 2).
Os dados de campo mostram que o granito de grão médio e o granito porfiroide apresentam con-
tactos transicionais entre si e padrões estruturais contínuos e coerentes, sugerindo que a sua instala-
ção tenha ocorrido praticamente ao mesmo tempo. Por outro lado, as relações com as estruturas do
encaixante apontam para que a intrusão destes magmas tenha tido lugar no final do Paleozoico.
Uma das amostras do granito de grão médio foi selecionada para datação pelo método U-Pb em
quatro frações de zircão. Estas frações de zircões analisadas são concordantes e indicaram uma
idade de 315,2 ± 1,6 Ma.
Adaptado de: http://www.lneg.pt/download/9504/6_3067_ART_CG14_ESPECIAL_I.pdf
1. s corpos graníticos que ocorrem na região de Sátão correspondem a rochas ________ que têm
O
a sua origem na cristalização do magma ________.
(A) plutónicas … à superfície
(B) metamórficas … em profundidade
(C) plutónicas … em profundidade
(D) vulcânicas … à superfície
14 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
2. instalação simultânea dos dois granitos ocorreu por um conjunto de processos geológicos
A
________ que permitem contrariar o Princípio do ________.
(A) súbitos e violentos … Gradualismo
(B) lentos e graduais … Gradualismo
(C) súbitos e violentos … Catastrofismo
(D) lentos e graduais … Catastrofismo
3. intrusão dos magmas que deu origem aos dois granitos teve lugar num momento da história da
A
Terra em que ocorreram fenómenos de ________.
(A) extinções em massa com grande significado
(B) explosões de vida com grande significado
(C) extinções em massa com pouco significado
(D) explosões de vida com pouco significado
4. rocha encaixante dos granitos resultou de fatores ________ da Terra que alteraram a rocha
A
preexistente a nível ________.
(A) internos … mineralógico
(B) internos … textural
(C) internos … mineralógico e textural
(D) externos … mineralógico e textural
6. datação feita em zircões permitiu obter uma idade absoluta. Os 315,2 ± 1,6 Ma correspondem
A
à ________ que deu origem ao granito.
(A) instalação do magma
(B) cristalização do magma
(C) fusão da matéria crustal
(D) intrusão do magma
7. ciclo litológico é descrito como um conjunto de fenómenos que levam à formação dos três
O
grandes tipos de rochas. A principal força interna responsável por este ciclo é ________ .
(A) a gravidade
(B) o tectonismo
(C) a deriva continental
(D) o impactismo
BANCO DE EXERCÍCIOS 15
8. aça corresponder cada um de fenómenos que estão na origem das rochas sedimentares,
F
expressos na coluna A, à respetiva designação, na coluna B.
Coluna A Coluna B
GEOLOGIA
(6) Sedimentação
9. granito porfiroide que aflora em Sátão, que está em contato direto com a atmosfera, a biosfera
O
e a hidrosfera, está sujeito a diversos fenómenos físicos e químicos.
Refira as interações possíveis entre este granito e os três subsistemas terrestres, no âmbito do
ciclo das rochas.
Grupo VII
A Teoria da Tectónica de Placas é a teoria unificadora das Ciências da Terra sólida. Segundo a
Teoria da Tectónica de Placas, a camada externa da geosfera encontra-se fragmentada em diversas
placas rígidas que se deslocam umas em relação às outras sobre uma camada mais dúctil. É nas
zonas de limites de placas que ocorre uma grande parte dos processos geológicos, entre os quais
a maioria da atividade sísmica, de processos vulcânicos e de processos de formação de depósitos
minerais.
A Teoria da Tectónica de Placas foi desenvolvida entre os anos 60 e 70 do século XX por cientistas
como Tuzo Wilson, Jason Morgan, Dan Mckenzie e Xavier Le Pichon. Desde o seu início que se perce-
beu que algumas margens dos continentes correspondiam a zonas de fronteira de placas, como no
caso do Pacífico. Estas denominam-se de margens ativas, caracterizadas por intensa e frequente
atividade sísmica. No entanto, no caso do oceano Atlântico, as margens dos continentes não corres-
pondem, em geral, a zonas de fronteiras de placas e são, por isso, denominadas de margens passi-
vas, não revelando atividade sísmica significativa. O artigo no qual estes dois tipos de margens foram
definidos foi publicado em 1969 pelo geólogo Inglês John Dewey, da Universidade de Cambridge,
Reino Unido. No entanto, precisamente nesse ano, um sismo de elevada magnitude (7,9) ocorreu ao
largo da margem Atlântica do Sudoeste da Ibéria, com maior intensidade em Lisboa, mas sentido no
sul e no norte de Portugal.
O sismo de 1969 não foi o único sismo de grande magnitude a ocorrer nesta região. Anteriormente
já tinha ocorrido o grande sismo de Lisboa de 1755. Logo nesse ano, os “pais” da tectónica de placas
perceberam que algo de único poderia estar a ocorrer nesta zona. Os geocientistas Yoshio Fukao e
Michael Purdy, na altura jovens investigadores em Cambridge, dedicaram-se a estudar esta área em
detalhe e concluíram que neste local poderia estar a ocorrer um processo de início de subducção.
Este processo estaria relacionado com a existência da zona de fronteira de placas Açores-Gibraltar, ao
longo da qual a placa Africana poderia estar a começar a mergulhar sob a placa Euroasiática, no
Banco de Gorringe. Anos mais tarde, o Professor António Ribeiro da Universidade de Lisboa propôs
que esta zona de convergência incipiente estaria a propagar-se ao longo da margem oeste portu-
guesa, local onde a margem passiva se estaria a transformar numa margem ativa. Mas, para que tal
aconteça, as zonas oceânicas das placas litosféricas têm de se fraturar.
16 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
N Profundidade
(em metros)
Falha da Planície 0
Abissal da Ferradura SW
Ibéria
-5300
Falha do Falha do
Gorringe Marquês Subducção
de Pombal
de Gibraltar
Falha da
Ferradura
de
n co ge
n
Ba orri
G Estreito
de
Gibraltar
Planície
Abissal da
Falhas
Ferradura
SWIM
Novos dados de tomografia revelaram que no sudoeste da Península Ibérica existe já uma grande
estrutura profunda que poderá corresponder a um pedaço de placa que já se encontra a afundar no
manto.
Fonte: Adaptado de: Duarte, J., (2019) Reativação tectónica, Rev. Ciência Elem., V7(2):027.
2. Nos limites tectónicos em que as placas ________ ocorre ________ e o limite designa-se ________.
(A) divergem … acreção … destrutivo
(B) convergem … subducção … construtivo
(C) se movem lateralmente … atividade vulcânica … conservativo
(D) formam cadeias montanhosas … colisão entre placas … orogénico
BANCO DE EXERCÍCIOS 17
4. Atualmente, a margem continental oeste da Península Ibérica é uma margem passiva porque
(A) não há registos de atividade sísmica nesta área.
GEOLOGIA
(B) a sua fronteira tectónica é a falha Açores-Gibraltar e a dorsal médio-atlântica.
(C) não apresenta manifestações primárias e secundárias de atividade vulcânica.
(D) nela ocorre atividade sísmica e vulcânica significativas.
GFBF10DP-BANCOEXER-02
18 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
11. endo presentes os métodos de estudo do interior da geosfera, selecione a opção que classifica
T
corretamente as afirmações I a III.
I. e um dado corpo apresenta diferentes valores de aceleração da gravidade, em diferentes
S
pontos da geosfera, à mesma latitude e altitude, é porque a densidade dos seus constituin-
tes é variável.
II. A atividade sísmica e vulcânica das margens tectonicamente ativas permite o estudo indireto
da geosfera.
III. O grau geotérmico diminui com a aproximação à dorsal atlântica médio-oceânica.
(A) I e III são verdadeiras; II é falsa. (C) II é verdadeira; I e III são falsas.
(B) I e II são verdadeiras; III é falsa. (D) II e III são verdadeiras; I é falsa.
12. os limites de placas em que ocorrem processos de formação de depósitos minerais metálicos,
N
como por exemplo de ouro com densidade da ordem dos 19 g/cm³, registam-se anomalias
gravimétricas. Caracterize, justificando, estas anomalias.
Grupo VIII
No dia 23 de março de 2018, no sudoeste do Quénia, em Mai Mahiu, a 50 km da capital, formou-se
uma falha, com 50 m de largura por 50 m de profundidade, que colapsou a estrada de ligação da
capital Nairobi a Narok. Na origem da formação desta falha esteve uma crise sísmica com registos de
baixa magnitude (M<4).
A instalação progressiva de um sistema de falhas permitirá que, no futuro, parte do território africano
se torne num continente autónomo. Segundo Lucía Pérez-Díaz, uma investigadora da Faculdade Royal
Holloway, da Universidade de Londres, tal como aconteceu há cerca de 138 milhões de anos entre os
continentes americano e africano, a Somália, metade da Etiópia, o Quénia, a Tanzânia e o norte de
Moçambique deverão formar, dentro de 10 milhões de anos, um novo continente. Esta separação
deverá acontecer ao longo do Rift Valley, ou Vale de Rifte, numa extensão de cerca de 3000 km, desde
o Golfo de Ádem até Moçambique.
N
M
ém
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Placa arábica Ad
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Lago 0º
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Vitória
n
n de Vale do
Lago Delgado
Mweru vulcânicos
Figura 1 – Representação
Lago 10º
esquemática da futura divisão Niassa
tectónica de África com
e
Zamb Moçambique
qu
r
ca
M
ás
ld
Segundo cálculos efetuados, o sistema de falhas do Rift Valley ter-se-á iniciado há cerca 30 milhões
de anos, no norte do Quénia, e tem vindo a propagar-se para sul a uma velocidade de 2,5 a 5,0 cm/ano.
Pérez-Díaz afirma que a falha agora posta em evidência por recentes movimentos tectónicos é "a
fase inicial de uma desagregação continental", num planeta em constante mudança embora, nalguns
aspetos, essa mudança seja impercetível para a humanidade.
Adaptado de: https://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-5562589/Is-Africa-splitting-TWO.html
GEOLOGIA
(B) é superficial e, tal como as demais falhas tectónicas, desloca-se diretamente sobre a astenosfera.
(C) está associada a um regime tectónico distensivo.
(D) subdividiu a placa Africana em duas placas.
2. formação de falhas ocorre em meio continental e oceânico sendo a crusta continental ________
A
do que a oceânica.
(A) mais espessa e menos densa
(B) menos espessa e mais densa
(C) menos espessa e menos densa
(D) mais espessa e mais densa
3. A Falha de Santo André é, também ela, uma falha continental e representa um limite tectónico
(A) construtivo. (C) destrutivo.
(B) conservativo. (D) neutro.
4. falha continental formada recentemente no Quénia está associada ao Rift Valley e poderá
A
corresponder à fase inicial da formação de uma bacia oceânica porque
(A) as falhas continentais produzem sempre novas bacias oceânicas.
(B) o rifting continental assemelha-se geotectonicamente ao rifting oceânico.
(C) as grandes falhas continentais são preenchidas por águas oceânicas.
(D) esta falha atingiu a profundidade suficiente.
5. elecione a opção que classifica corretamente as afirmações I a III, de acordo com os dados
S
fornecidos.
I. topografia anormalmente elevada dos planaltos da Etiópia deve-se à ascensão de uma
A
pluma térmica.
II. A deformação crustal é um importante sinal precursor de atividade sismovulcânica.
III. O Rift Valley está sujeito a um estado de tensão tectónica transformante que torna a litosfera
mais fina.
9. vulcanismo associado a plumas térmicas permite conhecer o trajeto da deriva tectónica das
O
placas litosféricas, porque os pontos quentes
(A) são estacionários, formando vulcões, atóis e guyots nas placas animadas de movimento.
(B) não são afetados pelas forças gravíticas que impulsionam as placas.
(C) deixam evidências eruptivas nas placas a cada 1000 anos.
(D) só entram em erupção quando uma placa se move.
Grupo IX
Cabo Verde é um arquipélago de origem vulcânica, do tipo hotspot, situado numa região elevada
do atual fundo oceânico atlântico, que faz parte da “Crista de Cabo Verde” e que corresponde a um
domo possivelmente relacionado com descompressão e fusão parcial dos materiais rochosos que
originaram estas ilhas e que têm alimentado o seu vulcanismo.
Do ponto de vista do enquadramento tectónico, Cabo Verde situa-se a cerca de 2000 km a leste do
atual rifte da Crista Médio-Oceânica (CMO).
Adaptado de MACHADO, F., Vulcanismo das ilhas de Cabo Verde e das outras ilhas atlântidas.
S.ta Luzia
ti
Ilhas Sal
n
S. Vicente
â
30º 30º
Canárias
tl
S. Nicolau
A
m
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n
16º 16º
00
a
Boavista
ce
O
África Santiago
20º Ilhas de 20º
Maio
15º Fogo 15º
Cabo Verde
Brava
0 50 km
30º 20º 10º Vulcão ativo
A B
Figura 1 – Localização geográfica do Arquipélago de Cabo Verde (latitude:17º 00’ N; longitude: 24º 00’ W).
BANCO DE EXERCÍCIOS 21
A ilha do Fogo é a única que tem vindo a manifestar atividade vulcânica primária, no vulcão Pico do
Fogo, sendo constituída fundamentalmente por mantos lávicos de grande espessura e extensão e por
material piroclástico, de natureza essencialmente basáltica.
GEOLOGIA
Figura 2 – Imagens da última erupção do vulcão da ilha do Fogo a 26 de dezembro de 2014.
Na ilha do Fogo registaram-se 25 erupções notáveis entre 1500 e 1995. Recentemente, a partir de
23 de novembro de 2014, o vulcão entrou numa fase ativa que ainda decorre. Alguns meses antes,
dados da monitorização do vulcão registaram emissões anómalas de dióxido de carbono, CO2, con-
forme dados do gráfico da figura 3.
500
450
Erupção
400
Emissão difusa de CO2 (t*d –1)
350
300
23-11-2014
250
200
150 117 (t*d –1)
100
50
0
23/01/2009
22/01/2010
23/03/2010
22/05/2010
21/07/2010
18/08/2010
18/11/2010
17/01/2012
18/01/2011
17/08/2011
18/07/2011
14/08/2011
13/11/2011
12/02/2012
12/03/2012
12/06/2012
12/07/2012
08/08/2012
07/11/2012
05/01/2013
07/01/2013
06/05/2013
05/07/2013
01/09/2013
02/11/2013
01/01/2014
02/03/2014
01/05/2014
30/05/2014
25/08/2014
23/10/2014
27/12/2014
25/02/2015
Figura 3 – Emissão de CO2 pelo vulcão Pico do Fogo (toneladas por dia, t.d –1).
A erupção vulcânica da ilha do Fogo de 2014 foi antecedida por abalos sísmicos no dia 22 de
novembro, pelas 20 horas locais. Admite-se que a presente atividade eruptiva esteja relacionada com
a reativação de falhas e com a destruição do “rolhão” de um cone secundário, situado nas proximida-
des do Pico Novo, formado na sequência da erupção de 1995. A erupção começou com a libertação
de gases e de piroclastos, formando uma coluna eruptiva com cerca de 6 km de altura e desenvolveu-
-se ao longo de uma fissura localizada no flanco sudeste do centro eruptivo da erupção de 1995. De
seguida iniciou-se uma fase marcada por fluxos de lava que se deslocaram em duas direções, uma na
direção SE, tipo aa, e outra na direção SW, do tipo pahoehoe. De novembro a dezembro de 2014, a
erupção do Vulcão do Fogo libertou mais de 220 mil toneladas de dióxido de enxofre (SO2) para a
atmosfera. Esta quantidade de gás permite, por sua vez, estimar a quantidade de magma expelido
para a superfície, da ordem dos 35 a 40 milhões de m3.
22 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
Esta erupção já provocou muita destruição, contabilizando-se até ao momento como perdidos a
sede do Parque Natural do Fogo, a Escola Básica Integrada, o Hotel Pedra Brabo, as habitações das
três principais povoações da ilha, as estradas de acesso a Chã das Caldeiras e mais de 400 hectares
de terreno. Durante o mês de janeiro (2015), o vulcão do Fogo continuou em erupção, emitindo gases
e piroclastos, mas sem emissão visível de lavas no foco eruptivo.
Adaptado de World Organization of Volcano Observatories (http://www.wovo.org) e
Observatório Vulcanológico de Cabo Verde Universidade de Cabo Verde (http://www.unicv.edu.cv).
2. Ao longo da sua história vulcânica, a ilha do Fogo tem manifestado atividade eruptiva
(A) central e fissural.
(B) central.
(C) fissural.
(D) termal.
5. a madrugada de 12 de abril de 2012, cerca das 02h43, hora local, a rede sísmica registou um
N
sismo na ilha do Fogo, de magnitude 2,9 na escala de Richter, com epicentro no perímetro de
Chã das Caldeiras, com um foco bastante superficial.
7. s dez ilhas que constituem o arquipélago de Cabo Verde são todas de natureza vulcânica.
A
Contudo, apenas se tem registado, desde a colonização do arquipélago no século XV, atividade
eruptiva na ilha do Fogo.
GEOLOGIA
Explique este facto com base nos dados fornecidos.
Grupo X
O vulcão do Fogo, na ilha de S. Miguel, Açores, também conhecido como Maciço Vulcânico da
Serra da Água de Pau, localiza-se na parte central da ilha, na interseção de sistemas de falhas de dire-
ção E-W e NW-SE. Apresenta uma morfologia complexa destacando-se, no seu topo, uma caldeira
que atualmente constitui a Lagoa do Fogo, formada em resultado de diversas fases de colapso, tendo
a mais recente ocorrido em consequência da erupção histórica intracaldeira de 1563. Esta erupção
depositou uma considerável espessura de lapilli, cinzas e pedra-pomes na parte leste da ilha.
O mapa de isopacas da figura 1 ilustra a variação da espessura das cinzas vulcânicas acumuladas
na área envolvente do vulcão do Fogo. As isopacas são linhas que em planta unem pontos de igual
espessura, em metros, de uma camada.
Adaptado de : WALLENSTEIN, N. (1999), Estudo da história recente e do comportamento eruptivo do Vulcão do Fogo
(S. Miguel, Açores). Avaliação preliminar do hazard.
B
H
I
A
G
F 1 0,5
2 N
4 NNO NNE
8 C
E 0,25 NO NE
ONO ENE
D O E
OSO ESE
SO SE
0 10 km
SSO SSE
S
Figura 1 – Mapa de isopacas (metros) das cinzas vulcânicas libertadas na erupção do vulcão do Fogo (1563).
24 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
2. Na origem do enorme volume de cinzas vulcânicas expelidas em 1563 terá estado um magma
(A) constituído por cerca de 50% a 60% de sílica.
(B) ácido com uma percentagem de sílica inferior a 65%.
(C) com elevada capacidade de polimerização da sílica.
(D) básico com uma percentagem de sílica superior a 50%.
5. o mapa de isopacas, o vulcão do Fogo localiza-se no ponto assinalado com a letra ________
N
sendo a acumulação de cinzas nessa área ________.
(A) A … inferior a 0,5 metros
(B) B … inferior a 2 metros
(C) C … superior a 0,25 metros
(D) E … superior a 8 metros.
7. lassifique como verdadeira ou falsa cada uma das afirmações seguintes relativas ao complexo
C
vulcânico da Serra da Água de Pau.
(A) Os sistemas de falhas de direção E-W e NW-SE permitem a infiltração de águas e a formação
de nascentes termais.
(B) A desgaseificação do complexo vulcânico está a ocorrer através de emanações gasosas
pontuais, nas fumarolas, e difusas, ao nível dos solos.
(C) A caldeira do vulcão do Fogo gera, nesse local, uma anomalia gravimétrica positiva.
(D) Atualmente, os solos da área de influência do vulcão do Fogo são muito férteis devido à ele-
vada projeção de piroclastos.
Grupo XI
O Monte Agung é um estratovulcão localizado na ilha de Bali, na Indonésia. É o ponto mais alto da
ilha, com 3142 metros de altitude. A sua última grande erupção foi no dia 16 março de 1963, durou
mais de um ano e os fluxos piroclásticos por ele originados vitimaram mais de 1600 pessoas na ilha.
GEOLOGIA
No dia 21 de novembro de 2017 foi identificada, via satélite, nova atividade no vulcão Agung com
emissão, a mais de 4 km de altura, de gases e de cinzas vulcânicas. O registo crescente da atividade
sísmica naquela área indiciava que uma erupção maior poderia vir a acontecer.
Durante o mês de outubro de 2017, e apesar da contínua atividade sísmica, o Agung apenas expe-
lia vapor de água, num tipo de erupção designado freático. Uma erupção freática consiste na liberta-
ção explosiva de vapor causada pelo aquecimento, por ação de um magma, de água do subsolo.
O satélite Sentinel-5P, da NASA, identificou intensa emissão de dióxido de enxofre, SO2, um gás
tóxico quando inalado em grandes quantidades, altamente concentrado em torno do cone vulcânico.
A partir do dia 6 de dezembro, durante a noite, a emissão da coluna de cinzas passou a ser iluminada
por um clarão intenso da cor do fogo.
Este vulcão tem sido monitorizado por investigadores da Fundação Berkeley Earth, EUA, que se
dedica ao estudo das alterações climáticas. Aquando da erupção de 1963, o monte Agung injetou
quantidades significativas de dióxido de enxofre na estratosfera, a cerca de 16-18 km de altitude, onde
reagiu com a água formando aerossóis de ácido sulfúrico que, por terem a capacidade de refletir a
radiação solar, causaram um arrefecimento da temperatura na superfície da Terra. Esta erupção tam-
bém libertou CO2 para a atmosfera, o que significa que também contribuiu para o aquecimento global
através do agravamento do efeito estufa, efeito que, contudo, foi superado pelo arrefecimento causado
pela elevada emissão de cinzas vulcânicas e de SO2. A segunda metade do século XX só viu duas
outras grandes erupções de magnitude comparável: a do El Chichón, em 1982, no México, e a do
Pinatubo, nas Filipinas, em 1991. Tal como aconteceu com o Agung, em 1963, todos deixaram impres-
sões significativas no clima, razão pela qual são intensamente monitorizados. E, de facto, ao longo dos
tempos geológicos as erupções vulcânicas têm tido um papel importante na variabilidade da tempera-
tura média global da superfície terrestre.
Em 1963, estima-se que o arrefecimento médio global desencadeado pela erupção do Agung
tenha sido de cerca de 0,2 °C a 0,3 °C. Após este tipo de erupção, a recuperação da temperatura
média global depende da magnitude e da evolução da erupção, ou seja, da quantidade de dióxido de
enxofre que é emitida e da duração da erupção.
A figura 1 representa a localização tectónica do Monte Agung e a figura 2 faz uma previsão da ano-
malia térmica que se pode vir a registar no planeta se o Agung entrar em erupção a curto prazo.
A história eruptiva deste vulcão e a sua atividade recente decretaram, até ao final de 2017, o alerta
máximo e as autoridades delimitaram uma zona de exclusão, num raio de 8 km a 10 km do vulcão,
tendo evacuado cerca de 100 000 pessoas e encerrado o aeroporto principal.
Adaptado de:
Global Volcanism Program, 2017. Report on Agung (Indonesia). In: Sennert, S K (ed.), Weekly Volcanic Activity Report, 27
December-2 January 2018. Smithsonian Institution and US Geological Survey.
F. Lehner, J. Fasullo (2017), Global climate impacts of a potential volcanic eruption of Mount Agung, National Center National
Center for Atmospheric Research, Boulder, USA.
26 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
Tailândia Filipinas N
Oceano Índico
Malásia
Sumatra
Kalimantan
6 cm / ano
Java
Flores
Fos
sa
0 500 km
de
Java
Lombok Timor
7 cm / ano 124, ºE
1,0
Anomalia térmica (ºC)
0,5
0,0
Projeção do aquecimento
Projeção da variação térmica
– 0,5
1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030
Figura 2 – Últimas erupções históricas dos vulcões Agung, El Chichón e Pinatubo. A linha negra representa
a estimativa do aquecimento atribuído à combinação de gases de efeito estufa, vulcões e alterações na
produção solar. A linha cinzenta representa uma previsão da variação da temperatura global se uma
próxima erupção do Agung tiver a magnitude da que ocorreu em 1963.
4. elecione a opção que classifica corretamente as afirmações I a III de acordo com os dados
S
fornecidos.
I. atividade vulcânica do Monte Agung resulta da subducção da placa Euroasiática sob a
A
placa Indo-australiana.
GEOLOGIA
II. A atividade vulcânica primária do El Chichón extinguiu-se em 1982.
III. Nas Filipinas, a atividade vulcânica e sísmica é condicionada pela convergência entre a
placa pacífica e a placa euroasiática.
7. previsão de chuva intensa em novembro de 2017 para Bali, que não se veio a verificar, fez com
A
que as autoridades indonésias emitissem um alerta de perigo de ocorrência de fluxos de lama.
Explique a formação destes fluxos, no contexto da atividade eruptiva atual do Agung, e a
importância da emissão deste alerta.
Grupo XII
Quem observa a ilha do Fogo, no arquipélago de Cabo Verde, a partir de uma fotografia aérea ou de
satélite, pode constatar a ausência de uma grande área da zona leste da grande caldeira da ilha do Fogo.
Esta ausência no relevo é o resultado do colapso de parte do cone vulcânico, que ocorreu há cerca
de 73 000 anos. Estima-se que, de uma só vez, cerca de 160 km3 de material litológico tenha desa-
bado em direção ao mar. Como resultado, formou-se uma onda com 170 metros de altura que se aba-
teu, 7 minutos e 30 segundos depois, na ilha de Santiago, a 55 quilómetros de distância. Este tsunami
libertou energia suficiente para empurrar blocos rochosos com centenas de toneladas durante cente-
nas de metros, ilha acima.
Atualmente, ainda é possível observar estes enormes blocos dispersos no planalto de Santiago.
Para além destes blocos, é possível observar depósitos sedimentares, constituídos por areias mari-
nhas e conchas, que foram transportadas por esta imensa massa de água.
28 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
Altitude (m)
Depósitos de megatsunami
Ilha de Santiago
Ilha doFogo
Colapso do cone vulcânico
(Pico do Fogo, 2829 m)
Escarpa do
colapso
Detritos do colapso
Figura 1 – Localização do colapso da caldeira da ilha do Fogo e dos depósitos na ilha de Santiago.
Ao contrário dos maremotos causados por sismos, que se propagam a partir de uma reta e não
perdem a energia com a distância, estes maremotos criados por colapsos rochosos surgem num
ponto e produzem ondas concêntricas. Estima-se que as ondas terão chegado às restantes ilhas do
arquipélago de Cabo Verde, embora com diferentes efeitos em todas elas. Também é possível que
este maremoto, mais enfraquecido, tenha chegado à costa africana.
Fontes do texto e imagens:
R. S. Ramalho, G. Winckler, J. Madeira, G. R. Helffrich, A. Hipólito, R. Quartau, K.Adena,
J. M. Schaefer, Hazard potential of volcanic flank collapses raised by new megatsunami
evidence. Sci. Adv. 1, e1500456 (2015).
https://www.publico.pt/2015/10/03/ciencia/noticia/ha-73000-anos-um-megamaremoto-arrasou-cabo-verde-1709932
1. O colapso que ocorreu na caldeira da ilha do Fogo enquadra-se no pensamento geológico do tipo
(A) fixista. (B) mobilista.
(C) uniformitarista. (D) catastrofista.
BANCO DE EXERCÍCIOS 29
3. s blocos que se encontram na ilha de Santiago correspondem a rochas ________ que têm a
O
sua origem na cristalização do magma mais ________.
(A) plutónicas … à superfície (C) vulcânicas … em profundidade
(B) sedimentares … em profundidade (D) vulcânicas … à superfície
GEOLOGIA
4. A principal força responsável por este colapso da caldeira da ilha do Fogo é ________.
(A) a gravidade. (C) a deriva continental.
(B) o tectonismo. (D) o vulcanismo.
6. onda concêntrica gerada na costa leste da ilha do Fogo resultou do desabamento de uma
A
massa rochosa que entrou numa área ocupada por água. Esta onda propagou-se em círculos
cada vez ________ e de ________ altura.
(A) menores …. maior (C) maiores … maior
(B) maiores … menor (D) menores … menor
8. tualmente, a ilha de Santiago possui mais de 250 000 habitantes. Explique de que forma o
A
estudo e a divulgação de fenómenos idênticos ao que ocorreu no arquipélago de Cabo Verde,
há 73 000 anos, pode ser aplicado na prevenção de catástrofes na atualidade.
Grupo XIII
O vulcão Etna é o mais ativo da Europa havendo registo da mesma desde 1500 a.C.
Conhecido pelas suas frequentes erupções, o Etna é um vulcão ativo em constante crescimento
tendo, na atualidade, 3330 metros de altitude no seu ponto mais alto.
A sua formação teve início no Pleistocénico tardio e no Holocénico e, atualmente, na sua cúpula
existem quatro crateras: a Voragine e a Bocca Nuova, formadas em 1945 e 1968, respetivamente; a
Cratera do Nordeste que existe desde 1911 e é, atualmente, o ponto mais alto do Etna; e a Cratera do
Sudeste, formada em 1971 e que, recentemente, tem sido a mais ativa das quatro. Esta geomorfologia
contrasta com a que ocorreu há um século, quando no cume do Etna havia apenas uma cratera, a
Cratera Central.
Os episódios eruptivos do Etna ocorrem não só nestas crateras, mas também ao longo de fissuras
dos seus flancos.
Este complexo vulcânico apresenta dois estilos de atividade eruptiva que, por vezes, ocorrem em
simultâneo. Fluxos históricos de lava de composição basáltica cobrem grande parte da superfície
30 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
deste imenso vulcão e, atualmente, erupções explosivas persistentes, às vezes com pequenas emis-
sões de lava, ocorrem em uma ou mais crateras. Nos seus flancos, através do sistema de fissuras,
ocorrem taxas de efusão altas, embora menos frequentes. Os fluxos de lava do flanco sudeste esten-
dem-se até ao sopé do vulcão, atingindo o mar.
No dia 24 de dezembro de 2018, o Etna “despertou” eram 7h50 da manhã em Lisboa (mais uma
hora em Itália) e, nas primeiras cinco horas de intensa atividade vulcânica, foram registados mais de
200 abalos sísmicos, sendo que o abalo mais forte atingiu a magnitude de 4,0. De uma nova fissura
lateral foi libertada lava e do seu cume uma nuvem de cinzas levou ao encerramento temporário, na
véspera de Natal, do espaço aéreo da Sicília.
Na madrugada do dia 26 de dezembro de 2018, um sismo de magnitude 4,8, com foco a 1 km de
profundidade, feriu 28 pessoas e provocou a derrocada de inúmeros edifícios na Catânia.
Messina
Monte Etna
A
Epicentro
(26 de dezembro 2018)
Catânia
B
Siracusa
Limite tectónico 0 30 km
A Monte Etna B
GEOLOGIA
(C) ocorreu a extinção K-T.
(D) os primeiros hominídeos já deambulavam pela Terra.
5. endo presente os dados fornecidos, fundamente a afirmação: “A altitude do vulcão Etna tem
T
aumentado progressivamente”.
8. As ondas sísmicas
(A) primárias são longitudinais de grande amplitude que se propagam em meio sólido e líquido.
(B) secundárias são transversais de baixa amplitude e velocidade constante.
(C) Love têm origem no foco e propagam-se perpendicularmente à direção de propagação da
frente de onda.
(D) Rayleigh resultam da interferência das ondas P e S e são as que se propagam com menor
velocidade.
32 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
9. xplique por que razão a monitorização da atividade sísmica associada ao Etna permite
E
acompanhar, de forma indireta, o trajeto na chaminé do magma gerador da nuvem de cinzas.
10. limite tectónico África-Eurásia é complexo e deve-se ao fecho do Mar de Tétis que se iniciou
O
há cerca de 50 milhões de anos. O Mar Mediterrâneo é o que atualmente resta do Mar de Tétis.
Grupo XIV
No Irão, os grandes terramotos causam normalmente um grande número de vítimas. Por exemplo,
os terramotos de Rudbar, com magnitude 7,4, em 1990, e o de Bam, com magnitude 6,6, em 2003,
causaram um total de 55 mil vítimas mortais. Com uma magnitude de 7,3, o terramoto de Sarpol-e-
-Zahab foi comparável em magnitude aos de 1990 e 2003, mas, contudo, o número de vítimas foi
substancialmente menor.
Este sismo foi precedido por um evento de magnitude 4,3 que alertou a população que, de ime-
diato, abandonou os edifícios. Foram também registadas mais de 200 réplicas, oito delas com magni-
tude superior a 4.
Na sua origem está um sistema de falhas oblíquas, que afeta a litosfera até uma profundidade de
cerca de 25 km, associado ao limite tectónico entre a placa arábica e a placa euroasiática (figura 1). Ao
longo dos tempos geológicos, da relação dinâmica entre estas duas placas litosféricas resultou a for-
mação das montanhas Zagros, no Irão.
Adaptado de European-Mediterranean Seismological Centre (https://www.emsc-csem.org/).
Epicentro
Turquia Sistema
de falhas
Irão Falha
Mo
Bagdad nta
nh Placa
ISRAEL Iraque as
Za Euroasiática
gr
Cairo Placa os
Arábica
Egito
Arábia Omã
Saudita
Placa
Africana
0 500 km
Etiópia
Somália
1. s sismos não são um fenómeno exclusivo do planeta Terra. Durante a Missão Apollo, foram
O
colocados quatro sismógrafos na superfície lunar e os dados por eles recolhidos revelam
(A) que os sismos lunares são de baixa intensidade, no máximo até grau III.
(B) que as rochas lunares ainda evidenciam um comportamento dúctil.
(C) pormenores da estrutura interna da Lua.
(D) que na Lua, tal como na Terra, os sismos são manifestações ativas da geodinâmica interna
dos planetas telúricos.
GEOLOGIA
(A) é um subsistema da geosfera.
(B) é constituída apenas por silício, alumínio e magnésio.
(C) é mais recente do que a astenosfera, de acordo com o princípio da sobreposição.
(D) corresponde, no modelo químico, à crusta oceânica e à crusta continental.
GFBF10DP-BANCOEXER-03
34 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
9. endo por base a dinâmica dos terramotos, explique por que razão o sismo de Sarpol e Zahab
T
teve um menor número de vítimas, por comparação com os terramotos de Bam e de Rudbar.
Grupo XV
O vulcão submarino Bogoslof das ilhas Aleutas (Alasca, Estados Unidos da América) terminou o
ano de 2016 em fase eruptiva. Dos seus 1500 m medidos a partir do fundo oceânico, o Bogoslof
emerge 150 metros acima do nível do mar de Bering.
Atualmente, a parte emersa deste vulcão corresponde a uma ilha com uma área de 0,70 km2. A
primeira emergência conhecida deste vulcão, acima do nível do mar, foi registada durante uma erup-
ção subaquática em 1796. Desde então, partes da ilha foram sucessivamente adicionadas, e erodidas,
por sucessivos episódios eruptivos que ocorreram até 1992.
O Bogoslof é um dos muitos vulcões que constituem o arco insular aleuta (figura 1), sendo classifi-
cado como um estratovulcão, em que lava alterna com tefra.
No dia 20 de dezembro de 2016, o Bogoslof entrou de novo em erupção. Segundo o Alaska Vol-
cano Observatory (AVO), o evento foi testemunhado por pilotos que avistaram uma nuvem de cinzas,
que atingiu cerca de 10 km de altitude tendo progredido para norte.
Placa
Placa Norte-americana
Euro-asiática Juan Fuca
Placa
das
Filipinas Placa N
Placa do Pacífico de Cocos
EUA
Placa
Placa de Spurr
Indo-australiana Nazca Redoubt
Iliamna
Augustine
Mar de Bering Novarupta
Mageik Katmai
Martin Trident
Ukinrek Peulik
Aniakchak
Veniaminof Chigniagak
Makushin Dutton
Isanotski Pavlof
Placa Antártida Kiska Gareloi Kasatochi Bogoslof Fisher
Kagamil Shishaldin
Westdahl
Subducção Tanaga Korovin Carlsile Akutan
Okmok Oceano Pacífico
Little Sitkin Kanaga Vsevidof
Seguam Cleveland
Cerberus Great Sitkin 0 250 km
Amukta Yunaska
Entretanto, o AVO confirmou a ocorrência de uma breve explosão no dia 22 de dezembro. Desta
vez, o evento eruptivo desta ilha vulcânica inabitada foi detetado através da análise de dados sísmicos
e por equipamento de infra-sons instalados em ilhas vizinhas, e parece ter durado cerca de 30 minu-
tos. No entanto, o AVO e o United States Geological Survey (USGS) emitiram um alerta vermelho para
a aviação nesta área.
No dia 29 de dezembro ocorreu outra erupção, precedida de atividade sísmica, com libertação de
uma pluma de cinzas que se estima ter atingido os 6 km de altitude.
Devido à imprevisibilidade da situação, o Bogoslof findou o ano de 2016 em alerta vermelho para a
aviação e para a sua potencial atividade eruptiva.
GEOLOGIA
Adaptado de Instituto de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos
(http://www.cvarg.azores.gov.pt/Paginas/home-cvarg.aspx):
United States Geological Survey (https://www.usgs.gov/);
Volcano Discovery (https://www.volcanodiscovery.com/).
1. e acordo com os dados fornecidos, ao longo da sua história geológica, o Bogoslof tem
D
manifestado erupções
(A) explosivas.
(B) efusivas.
(C) explosivas e mistas.
(D) efusivas e mistas.
5. Na região das ilhas Aleutas ocorre um movimento ________ de placas litosféricas ________.
(A) divergente … sobre a astenosfera elástica
(B) divergente … oceânicas
(C) convergente … oceânicas
(D) convergente … sobre a astenosfera elástica
7. endo por referência a Teoria da Tectónia de placas, explique a formação das ilhas do arco
T
insular das Aleutas representado na figura 1.
36 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
8. s afirmações seguintes são relativas à atividade vulcânica em geral. Selecione a afirmação que
A
as classifica corretamente.
I. rupções vulcânicas podem provocar mudanças climáticas pois a concentração de poeiras
E
e os gases vulcânicos na atmosfera superior pode interferir com a reflexão e absorção da
radiação solar.
II. A
s manifestações de vulcanismo secundário estão relacionadas com a energia térmica emi-
tida por corpos magmáticos quentes não muito profundos.
III. O
vapor de água, o dióxido de carbono, o dióxido de enxofre e o metano são os principais
constituintes da fração magmática da astenosfera.
10. aça corresponder cada uma das manifestações de vulcanismo expressas na coluna A, à
F
respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Rocha magmática caracterizada por um baixo teor em sílica e baixa
viscosidade. 1. Chaminé vulcânica
(b) Medida da massa total de rocha extruída durante uma erupção vulcânica, 2. Aparelho vulcânico
geralmente expressa em kg. 3. Magnitude eruptiva
(c) Forma resultante da extrusão de lava com elevada viscosidade, que se 4. Basalto
instala sobre o centro eruptivo. 5. Riolito
(d) Abertura pontual (cratera) ou linear (fissura) através da qual o material 6. Piroclasto
vulcânico irrompe à superfície da Terra. 7. Domo lávico
(e) Conduta de saída do magma desde a câmara magmática até à superfície, 8. Agulha vulcânica
num vulcão.
Grupo XVI
No dia 13 de novembro de 2016, um sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter abalou a ilha sul
da Nova Zelândia, com registo de duas vítimas mortais. Nas doze horas que se seguiram foram regis-
tadas mais de 250 réplicas que foram diminuindo progressivamente de magnitude (de M = 6 a M = 3).
Situada no chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, a Nova Zelândia é frequentemente abalada por
sismos violentos. O último grande terramoto, de 7,1 de magnitude, aconteceu no mês de setembro do
mesmo ano a nordeste de Gisborne, na ilha norte.
De acordo com o Instituto Geológico dos Estados Unidos da América, o epicentro foi localizado a
55 quilómetros de Amberley e a cerca de 95 quilómetros de Christchurch, a 22 quilómetros de profun-
didade. Habitantes de outras zonas do país, como Dunedin, a mais de 300 quilómetros de Christ-
church, e Auckland, na ilha norte do país, relataram ter sentido o abalo (figura 1).
A capital, Wellington, também foi duramente atingida, com danos nos edifícios e estradas. Várias
pessoas fugiram das suas casas devido à ameaça de tsunami, fenómeno que não se veio a verificar.
BANCO DE EXERCÍCIOS 37
O Centro de Tsunamis do Pacífico considerou não haver perigo da formação de um tsunami, mas a
Proteção Civil neozelandesa lançou um aviso para toda a costa este da ilha e para as Ilhas Chatham,
divulgando a carta de risco de tsunami (figura 2). A autoridade civil lembrou, após esta ocorrência sís-
mica, que “a primeira onda pode não ser a maior” e aconselhou os neozelandeses a manterem-se
afastados da costa e a procurarem abrigo num ponto alto pois “as ondas podem continuar a formar-se
durante as próximas horas”.
Christchurch, a maior cidade da ilha sul e a terceira mais populosa da Nova Zelândia, foi abalada
em 2011 por um forte sismo que provocou a morte de mais 185 pessoas. Apesar da magnitude mais
baixa (6,3 na escala de Richter), a intensidade e violência do tremor provocaram maior destruição,
nomeadamente de uma parte do centro da localidade, tendo a famosa catedral da cidade, construída
GEOLOGIA
no final do século XIX, ficado gravemente danificada.
epicentral
Zon
M a r d a Ta s m â n i a
M a r d a Ta s m â n i a
Wellington 41 mm /ano Wellington
Placa 41 mm /ano
Indoaustraliana Sismo Oceano Pacífico
13 de novembro
41 mm
Amberley 2016 Amberley
no
/ano Christchurch
/a
B
na Christchurch
m
m
Placa Pacífica
Ilha Sul
C
na Ilhas Chattam Ilhas Chattam
Zo Dunedin Dunedin
Oceano Pacífico 0 200 km 0 200 km
Figura 1 – Localização geotectónica do sismo de 13 de Figura 2 – Níveis de ameaça de tsunami para as ilhas
novembro de 2016 e distribuição dos focos de sismos da Nova Zelândia, em 13 de novembro de 2016.
ocorridos com magnitude ≥7 (Nova Zelândia). Fontes
(adaptado): U.S. Geological
Survey em https://earthquake.usgs.gov/earthquakes/eqarchives/poster/2016/20161113.php)
Adaptado do jornal digital Observador.
6. A vibração sísmica que se propaga do foco ao epicentro é originada pelas ondas internas
(A) P. (C) P e S.
(B) S. (D) P, S, Rayleigh e Love.
9. s afirmações I, II e III são relativas ao sismo de 13 de novembro de 2016 que ocorreu na Nova
A
Zelândia. Selecione a afirmação que as classifica corretamente.
I. O maior risco de tsunami no território neozelandês limitou-se à área epicentral deste sismo.
II. Em Auckland, o risco de tsunami foi baixo porque esta região não é afetada por sismos.
III. O comprimento e a velocidade de deslocação dos tsunamis são diretamente proporcionais à
profundidade do oceano.
10. xplique a distribuição da atividade sísmica nas ilhas norte e sul da Nova Zelândia, em função
E
da profundidade do foco de sismos com magnitude superior ou igual a 7, de acordo com os
dados geotectónicos da figura 1.
Grupo XVII
Três satélites gémeos, lançados em 2013 pela Agência Espacial Europeia (ESA), no âmbito da mis-
são Swarm, têm observado o campo magnético terrestre nos últimos três anos (figura 1). Com os
dados recolhidos por esta missão espacial, a ESA elabora modelos do campo geomagnético que
permitem identificar fenómenos que ocorrem no interior da Terra (figura 2). A compilação destes dados
GEOLOGIA
permitiu uma descoberta surpreendente: a cerca de 3000 km de profundidade, sob a Sibéria e o
Alasca, está a correr um rio de ferro líquido.
Este rio tem cerca de 420 km de largura, estende-se por 7000 km de comprimento e é provável que
atinja os 5000 km de profundidade. A sua velocidade estimada é de 5 m/hora e terá triplicado nos últi-
mos 15 anos. Esta corrente pode parecer muito lenta “mas nunca vimos nada mover-se tão depressa
no interior da Terra”, sublinha Christopher Finlay “e pode ser importante no dínamo que gera o campo
magnético da Terra. Também pode estar a causar mudanças na taxa de rotação do núcleo interno da
Terra”.
Para a formação do campo magnético terrestre contribuem várias fontes: o núcleo externo, rochas
magnetizadas presentes na crusta terrestre e a ionosfera, uma das camadas exteriores da atmosfera.
“As medições precisas dos satélites da constelação Swarm vão permitir separar as diferentes fontes de
magnetismo, tornando mais claro o contributo do núcleo”, explica a ESA.
“É provável que haja mais surpresas”, antevê Rune Floberghagen, responsável da ESA pela missão
Swarm. “O campo magnético está sempre a mudar, o que até pode levar a corrente de ferro derretido
a mudar de direção.”
Adaptado de:
Jornal Público [https://www.publico.pt/2016/12/27/ciencia/noticia/
ha-um-rio-de-ferro-que-corre-cada-vez-mais-depressa-no-interior-da-terra-1756178]
Livermore, P., Hollerbach, R. & Finlay, C. An accelerating high-latitude jet in Earth’s core. Nature Geoscience.
Figura 2 – Modelo geomagnético da Terra registado entre janeiro e junho de 2014 (missão Swarm, ESA).
Unidade de medida da intensidade do campo geomagnético – nanoTesla (nT)
(D) A inversão dos pólos geomagnéticos e geográficos ocorre ciclicamente ao longo do tempo
geológico.
(E) De acordo com os dados da missão Swarm, o aumento da intensidade do campo magnético
numa determinada região do globo permite inferir um aumento da intensidade do fluxo de
material no núcleo externo sob essa região.
(F) N
a litosfera existem rochas com minerais magnéticos na sua composição – como a magne-
tite, a pirrotite e o quartzo – que preservam a direção do campo geomagnético vigente
aquando da sua formação.
(G) Entre janeiro e junho de 2014, a intensidade do campo geomagnético em Portugal Continen-
tal e nos Arquipélago dos Açores foi de cerca de 44 000 nT e menor no Arquipélago da
GEOLOGIA
Madeira.
(H) O campo magnético terrestre protege a Terra de forma homogénea.
4. As anomalias magnéticas
(A) constituem uma evidência indireta da inversão da polaridade do campo magnético terrestre
ao longo do tempo geológico.
(B) positivas ocorrem em zonas geológicas que se formaram em período de polaridade inversa.
(C) negativas ocorrem em zonas geológicas que se formaram em período de polaridade
normal.
(D) ocorrem nos pólos magnéticos da geosfera, pois são zonas de fraqueza do campo magné-
tico, formando auroras polares.
7. ara a definição dos modelos físico e químico da estrutura interna da Terra concorrem diversas
P
áreas científicas. Faça corresponder cada uma das afirmações relativas às diferentes camadas
estruturais da geosfera expressas na coluna A, à respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
10. geodinâmica interna e a externa modelam a geosfera desde a sua formação até à atualidade.
A
São considerados, respetivamente, agentes modeladores internos e externos da geosfera
(A) a erosão e o intemperismo.
(B) os glaciares e o vento.
(C) o vulcanismo e o tectonismo.
(D) o tectonismo e o intemperismo.
Grupo XVIII
Um sismo, com a magnitude de 6,2, atingiu no dia 24 de agosto, o centro de Itália, provocando um
rasto de destruição e vítimas. A cidade de Amatrice, na região italiana de Lácio, província de Rieti, foi
das mais atingidas pelo forte sismo.
No Instituto Geofísico da Universidade do Porto (IGUP) foi obtido o registo deste sismo através dos
sismómetros da estação sísmica de longo período do sistema WWSSN (World Wide Standard Seismo-
graph Network).
As ondas primárias, ondas P, foram registadas no IGUP cerca das 2:40, 1:40 UTC, ou seja 4 minutos
depois da ocorrência do sismo. Seguiram-se as ondas secundárias, as ondas S, e depois as ondas
superficiais de maior amplitude.
Veneza
Milão Pó Golfo
de
Veneza
Florença
Amatrice
Tib
Ma
rA
re
dr
iá
Roma tic
o
Nápoles
Sardenha M a r Ti r r e n o
Mar Mediterrâneo
Sicília
0 125 km
12,0
9,6
7,2
4,8
2,4
W ?
2,4 P S
4,8
7,2
GEOLOGIA
9,6
12,0
01:36:11
01:37:11
01:39:11
01:40:11
01:42:11
01:43:11
01:45:11
01:46:11
01:48:11
01:49:11
01:51:11
01:52:11
01:54:11
01:55:11
01:57:11
01:58:11
Figura 2 – Sismograma obtido pelos sismómetros da estação sísmica de longo período do sistema WWSSN;
assinala-se o momento de chegada das ondas P (Primárias) e das ondas S (Secundárias).
Esta zona de Itália é afetada por uma confluência de placas tectónicas, pelo que é considerada
uma zona de elevada sismicidade. Geologicamente, este sismo ocorreu como resultado de um movi-
mento confluente entre as placas tectónicas Adriática e Euroasiática, num processo designado por
subducção. Este movimento provocou um deslocamento semelhante entre a placa Euroasiática e a
placa Africana.
Nas últimas décadas, a ocorrência de sismos em Itália provocou um número de vítimas da ordem
da dezena de milhar. Pergunta-se: porquê Itália? Será que os geólogos não conseguem prever a ocor-
rência dos sismos?
Os geólogos não conseguem prever o momento em que o sismo irá ocorrer, mas podem calcular a
probabilidade de ocorrência de sismos no futuro. Quanto mais eles compreendem as forças tectónicas
que existem na Terra, maior é o conhecimento sobre o momento de ocorrência de um sismo.
Adaptado de notícia publicada pelo Instituto Geofísico da Universidade do Porto
Serra do Pilar, Vila Nova de Gaia
1. ocorrência deste sismo em Itália é um argumento a favor do ________ defendido por Wegener
A
e dos que defendiam o ________ como pensamento geológico dominante.
(A) mobilismo … catastrofismo
(B) fixismo … catastrofismo
(C) catastrofismo … mobilismo
(D) fixismo … uniformitarismo
5. estudo sísmico é um método que permite investigar o interior da ________ porque os geólogos
O
________.
(A) geosfera … não podem aceder ao seu interior de outra forma
(B) geosfera … podem recolher dados sobre a natureza das rochas atravessadas pelas ondas
sísmicas
(C) hidrosfera … podem calcular a velocidade de propagação das ondas sísmicas superficiais
(D) biosfera … podem identificar as rochas que constituem o seu interior
6. s métodos usados pelos geólogos permitiram que, desde os meados do século XVIII até aos
O
nossos dias, o conhecimento sobre o funcionamento da Terra fosse cada vez maior. Explique de
que forma o sismo de Amatrice se enquadra no neocatastrofismo.
Grupo XIX
O campo magnético terreste, CMT, é variável no tempo e no espaço e resulta da conjugação de três
fontes geradoras: o núcleo, a crusta e a própria magnetosfera.
A SAMA (South Atlantic Magnetic Anomaly) é uma anomalia magnética que se regista no Atlântico
Sul. Em 2009, G. A. Hartmann e I. G. Pacca, investigadores da Universidade de S. Paulo, Brasil, publi-
caram um artigo sobre esta anomalia.
De acordo com os dados recolhidos por estes investigadores, a SAMA é uma área em que a inten-
sidade magnética é cerca de metade da esperada para regiões a esta latitude. Medições geomagné-
ticas revelam que, na geosfera, as intensidades mais elevadas se localizam nos pólos, sendo aí da
ordem dos 60 x 103 nT (nanoTesla, unidade de intensidade do campo magnético terrestre utilizada em
Geofísica) e as mais baixas ao nível do equador, na ordem dos 30,5 x 103 nT.
Qual a causa desta anomalia? E quais as suas consequências?
A morfologia e a localização desta anomalia (figura 1), bem como a variação ao longo do tempo da
intensidade do campo geomagnético a ela associado (tabela 1) resultam de processos magnetodinâ-
micos que ocorrem no núcleo externo da Terra. Segundo Hartmann e Pacca, a SAMA pode estar rela-
cionada com a inversão de fluxos no núcleo externo, sob a região do Atlântico Sul, ao nível da fronteira
manto núcleo, isto é, na CMB (core-mantle boundary). Atualmente, a América do Sul está praticamente
toda abrangida pela SAMA, cujo centro se localiza no Paraguai.
As áreas geomagnéticas de muito baixa intensidade comportam-se como janelas na tela magnética
que protege a Terra do fluxo de partículas solares. Consequentemente, nestas regiões há maior proba-
bilidade de ocorrerem interferências ao nível das comunicações via rádio e satélite, assim como pro-
blemas no processo de transmissão de energia elétrica.
Segundo Hartmann e Pacca, uma melhor compreensão deste e de outros fenómenos magnéticos
só será possível através do aprofundamento do conhecimento do geomagnetismo e da interação dinâ-
mica que se estabelece na CMB, isto é, na fronteira manto-núcleo.
Tal como no Atlântico Sul, em zonas continentais também se registam intensas anomalias magnéti-
cas. É o caso de Kursk, na Rússia, à latitude de 51°, onde se concentram 3/5 das reservas de minério
de ferro conhecidas neste país, quase 4% das reservas comprovadas do planeta. O magnetismo anor-
malmente elevado desta região foi detetado pela primeira vez por geógrafos russos em 1770; no
entanto, o primeiro poço para a extração de minério de ferro foi aberto somente em 1923.
Adaptado de: HARTMANN e PACCA, Time evolution of the South Atlantic Magnetic Anomaly,
Anais da Academia Brasileira de Ciências (2009) 81(2): 243-255.
BANCO DE EXERCÍCIOS 45
GEOLOGIA
Figura 1 – SAMA entre 1950 e 2005, por aplicação de modelos teóricos, antes de 1840, e por medição direta da inten-
sidade magnética, após 1840. O triângulo vermelho representa o centro da SAMA (Hartmann e I. G. Pacca, 2009).
Tabela 1
Registo da variação da intensidade magnética no centro da SAMA (nT/ano)
Ano nT
1590 - 1640 - 3,7
1640 - 1690 - 7,4
1690 - 1740 - 3,9
1740 - 1790 - 17,8
1790 - 1840 - 30,4
1840 - 1890 - 48,5
1890 - 1940 - 14,3
1940 - 1990 - 34,6
Média (nT/ano) - 20,1
46 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
Grupo XX
Para os primeiros estudos da estrutura interna da Terra contribuíram os grandes sismos, que permi-
tiram estabelecer, entre 1906 e 1936, um modelo base em camadas concêntricas – a crusta, o manto
e o núcleo.
Mais tarde, as ondas sísmicas geradas por ensaios nucleares e pelas bombas atómicas permitiram
definir com mais precisão a estrutura do modelo, dado permitirem conhecer, com rigor, o foco e a
quantidade de energia libertada.
GEOLOGIA
da estrutura da crusta e do manto superior. Estes métodos baseiam-se na produção de sismos artifi-
ciais, cujas ondas são detetadas por geofones.
Por si só, estes métodos não permitem o conhecimento da toda a estrutura interna da Terra, na
medida em que as ondas geradas artificialmente para a sua aplicação apenas permitem o estudo dos
níveis estruturais superficiais, dado serem ondas de baixa energia e, portanto, com baixa capacidade
de penetração no globo terrestre. Já os sismos naturais de grande magnitude produzem ondas com
energia suficiente para atravessar todo o planeta, o qual reage vibrando como um todo. A representa-
ção gráfica dos tempos de trajeto das ondas sísmicas, às respetivas distâncias dos sismógrafos,
designa-se curva tempo-distância ou, abreviadamente, curva t-x (figura 1).
Fonte: GUIMARÃES, P., 2000, Estrutura Interna da Terra – contributos da sismologia
45
LQ
40
LR SS SP
SK
35 ? ? S
KK
SK
30 KS
KK
Tempo (min.)
S
S SKS
PP
25 S PKS
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20
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S PP PKP
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15 ta da)
ifra
Pc s P (d
P
P
PP
10 PcP
LP
5
P
0
20 40 60 80 100 120 140 160 180
103 142
Distância epicentral (º)
Figura 1
2. s ondas sísmicas P geradas por grandes sismos naturais atravessam todo o planeta porque
A
são
(A) de grande magnitude.
(B) elásticas.
(C) de elevada intensidade.
(D) longitudinais.
5. aça corresponder V (afirmação verdadeira) ou F (afirmação falsa) a cada uma das letras das
F
afirmações que se seguem, relativas à estrutura interna da geosfera.
(A) A pressão aumenta com a profundidade gerando um gradiente geobárico.
(B) A astenosfera – zona de baixa velocidade sísmica – localiza-se no manto inferior.
(C) A velocidade de propagação das ondas sísmicas diminui em profundidade função do
aumento da densidade.
(D) O estudo da composição de alguns meteoritos apoia a hipótese de uma composição ferroni-
quélica para o núcleo.
(E) A propagação das ondas sísmicas internas atinge a sua velocidade máxima no manto.
(F) A litosfera é a camada da geosfera constituída pela crusta e pelo manto superior.
(G) A velocidade de propagação das ondas sísmicas superficiais, a partir do foco sísmico, é
sensivelmente constante.
(H) A análise comparativa da densidade média do planeta e da crusta indicia a existência, no
interior da geosfera, de materiais muito densos.
6. om base nos dados da curva t-x da figura 1, explique a ausência de atividade sísmica
C
expressiva na zona de sombra.
BANCO DE EXERCÍCIOS 49
GEOLOGIA
5. Opção D.
3.º Dobramento dos arenitos (1) e dos calcários (2).
6. Opção A.
4.º Fase erosiva.
7. Opção A.
5.º Deposição e deformação dos calcários e das margas (3).
8. Opção B.
6.º Fase erosiva.
9. Tópicos de resposta:
7.º Formação dos argilitos (4) e dos calcários cretácicos
• Referência à deposição lenta de sedimentos (cerca de 1 (5).
centímetro / 1000 anos).
8.º Esforços tectónicos com formação de uma falha.
• Referência ao princípio do gradualismo, da perspetiva
9.º Fase erosiva atual e deposição do cascalho e areias
uniformitarista, que defende que os processos
(6).
geológicos são lentos e graduais.
1. Opção C.
• Relação entre a deposição de sedimentos e a perspetiva
uniformitarista. 2. Opção A.
10.1. Q
uanto mais elevada a quantidade de 18O identificada nos 3. Opção D.
sedimentos do fundo oceânico, mais baixa a temperatura 4. Opção B.
global/ Quanto menor a quantidade de 18O identificada 5. B– D– A– E–C
nos sedimentos do fundo oceânico, mais alta é a
6. Tópicos de resposta:
temperatura global. De acordo com os dados do gráfico,
para valores de 18O de (–2) regista-se um período de • Segundo o Princípio do Atualismo, que defende que o
hothouse e para valores de entre (+4) a (+6), presente é a chave do passado, as leis naturais são
aproximadamente, regista-se um período de coolhouse a constantes no tempo e no espaço.
icehouse. • Assim, fenómenos geológicos que ocorreram no
10.2. Tópicos de resposta: passado podem ser interpretados e explicados com
base em observações efetuadas na atualidade pois as
• Referência à libertação de CO2 para a atmosfera, por
causas desses fenómenos passados são idênticas às
queima de combustíveis fósseis.
que provocam o mesmo tipo de fenómeno no presente.
• Relação entre a manutenção das emissões de CO2 para
7. orque as rochas sedimentares e as metamórficas
P
a atmosfera e a passagem para um estado warmhouse
formam-se a partir de rochas preexistentes cuja idade é
ou hothouse devido ao agravamento do efeito estufa.
anterior à diagénese e ao metamorfismo.
• Relação entre um estado climático hothouse e a
8. (A), (B) e (C) são falsas; (D) é verdadeira.
ausência de glaciares continentais devido ao degelo
induzido pelo aquecimento global. 9. Opção A.
Grupo II Grupo IV
1. Opção C. 1. C–E–A–D–B
3. Opção B. 7. Opção A.
GEOLOGIA
3. Opção C. refração) permite radiografá-lo sismicamente e, assim,
4. Opção C. acompanhar a sua progressão.
5. Opção B. 10. s afirmações (A) e (B) são verdadeiras e as afirmações
A
(C) e (D) são falsas.
6. Opção A.
7. Tópicos de resposta: Grupo XIV
• A atividade eruptiva atual do Agung, do tipo explosivo, 1. Opção C.
caracteriza-se por intensa libertação de gases e de
2. Opção A.
cinzas vulcânicas.
• Em regime de precipitação intensa, estas cinzas 3. Opção D.
misturam-se com a água da chuva, originando fluxos 4. Opção B.
de lama. E =10(2,4*M-1,2) joules
• A emissão destes alertas é importante pois, à medida
E = 10(2,4*7,3-1,2) joules
que os fluxos de lama descem as encostas do monte
Agung, com uma altitude de 3142 m, crescem em E = 1016 joules
volume e em velocidade, aumentando o seu poder 5. Opção D.
destrutivo. 6. Opção B.
destrutivo que resulta da convergência das placas • O armazenamento destes barris em depósitos
Pacífica e Norte-americana. geológicos gera, dada a sua composição metálica,
• A subducção da placa mais densa/placa Pacífica é a anomalias magnéticas positivas, o que permite a
acompanhada de um aumento de pressão e de localização geográfica.
temperatura, o que induz a sua desidratação. 7. (a) – 3; (b) – 6; (c) – 7; (d) – 8; (e) – 5.
• A migração/ascensão destes fluidos de elevadas
8. Opção D.
temperaturas permite a diminuição da temperatura de
fusão das rochas por onde circula com formação de 9. Opção C.
magmas. 10. Opção D.
• Os limites tectónicos com movimentos convergentes
são zonas de tensão sísmica com formação de fraturas Grupo XVIII
e falhas que permitem ascensão destes magmas e a 1. Opção A.
formação das ilhas vulcânicas. 2. Opção C.
8. Opção A. 3. Opção A.
9. Opção B. 4. Opção C.
10. (a) – 4; (b) – 3; (c) – 7; (d) – 2; (e) – 1. 5. Opção B.
8. Opção B. 1. Opção C.
9. Opção D. 2. Opção A.
1. A Biosfera
1.1. Diversidade biológica ✗ ✗ ✗
1.2. Níveis de organização biológica ✗ ✗ ✗ ✗ ✗
1.3. Extinção e conservação de espécies ✗
2. A célula
2.1. Unidade estrutural e funcional ✗ ✗ ✗
2.2. Constituintes básicos ✗ ✗ ✗ ✗
Domínio 2: Obtenção de matéria
1. Obtenção de matéria pelos seres heterotróficos
1.1. Importância da membrana na obtenção de matéria ✗ ✗ ✗ ✗ ✗ ✗
1.2. Ingestão, digestão e absorção ✗ ✗ ✗
2. Obtenção de matéria pelos seres autotróficos
2.1. Fotossíntese ✗ ✗ ✗
Domínio 3: Distribuição da matéria
1. O transporte nas plantas
1.1. Absorção de água e de sais minerais pela raiz ✗
1.2. Transporte no xilema ✗ ✗ ✗ ✗ ✗
1.3. Transporte no floema ✗ ✗ ✗ ✗ ✗ ✗
2. O transporte nos animais
2.1. Sistemas de transporte ✗ ✗ ✗
2.2. Fluidos circulantes ✗ ✗ ✗ ✗
Domínio 4: Transporte e utilização de energia pelos seres vivos
1. Obtenção de energia
1.1. Respiração aeróbia ✗ ✗ ✗ ✗
1.2. Fermentação ✗ ✗
2. Trocas gasosas em seres multicelulares
2.1. Trocas gasosas nas plantas ✗ ✗ ✗ ✗
BANCO DE EXERCÍCIOS
BIOLOGIA
54 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
Grupo I
As condições para a existência de vida e as particularidades da Terra geram uma dinâmica externa e
interna que originam uma grande variedade de ambientes, cruciais para a existência de uma enorme
diversidade de seres vivos.
Ao longo da história da Terra sempre houve extinção de espécies e perdas acentuadas de biodiversi-
dade. Normalmente, estas extinções em massa estiveram associadas a grandes catástrofes naturais
provocadas, em parte, por alterações climáticas, geológicas, entre outras. Atualmente, a investigação
científica tem vindo a divulgar resultados alarmantes sobre o estado de conservação da biodiversidade a
nível global, evidenciando os principais constrangimentos e fatores de perturbação, revelando que a bio-
diversidade se encontra cada vez mais ameaçada devido não só a causas naturais, como no passado,
mas principalmente devido a causas antropogénicas.
Adaptado de Estela Silva, Tese de Doutoramento “Biodiversidade, serviços de ecossistema, ecologia
da paisagem: transposição didática e conceções do corpo docente e discente.”
*
Estocástico – diz-se dos processos que não estão submetidos senão a leis do acaso.
1. As principais causas, expressas no texto, que na atualidade levam à perda de biodiversidade são
(A) as perturbações geológicas.
(B) as perturbações climáticas.
(C) as causas naturais.
(D) as causas antropogénicas.
Transcreva para a folha de respostas cada uma das letras, seguida do número que corresponde
à opção selecionada. A cada letra corresponde um só número.
No Nordeste de Portugal, os afloramentos de rochas ultrabásicas constituem o(a) ___(a)___ das
bocas-de-lobo-de-Trás-os-Montes pertencentes a uma ___(b)___. Encontram-se em ___(c)___,
pois existem cerca de 250 indivíduos maduros. Pertencem ao reino Plantae, pois são ___(d)___ e
___(e)___.
4. acumulação de poluentes como o pesticida DDT, presente em cadeias alimentares das quais
A
fazem parte a espécie Antirrhinum rothmaleri, é maior em ________. Este processo é designado
________.
(A) aves, como a águia … bioampliação
(B) herbívoros, como o coelho … bioampliação
BIOLOGIA
(C) aves, como a águia … biorremediação
(D) herbívoros, como o coelho … biorremediação
7. aça corresponder a cada uma das afirmações expressa na coluna A, o respetivo nível de
F
organização biológica que consta da coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) C
onjunto de fatores químicos e físicos do ambiente em que vive a 1. Biocenose
comunidade. 2. Ecossistema
(b)
Engloba as diferentes populações que vivem na mesma região e as 3. Biótopo
relações que estabelecem entre si. 4. Tecido
(c)
Conjunto de células semelhantes com uma mesma função. 5. Órgão
Grupo II
As células, consideradas as menores unidades dos organismos vivos, são constituídas por muitos
elementos ainda menores, sendo cada um deles dotado de uma função própria. O tamanho das célu-
las humanas é sempre microscópico, embora possa variar um pouco. Até a maior célula, o óvulo
fecundado, é tão pequena que não é visível a olho nu.
As células humanas encontram-se envoltas por uma membrana superficial que sustenta o seu con-
teúdo. Contudo, essa membrana não é apenas um saco. Ela apresenta recetores que identificam a
célula para outras células. Além disso, esses recetores reagem na presença de substâncias produzi-
das no organismo e na presença de medicamentos introduzidos nele; por meio desta característica,
podem selecionar as substâncias ou os medicamentos que entram ou saem da célula. As reações
produzidas nos recetores alteram ou controlam frequentemente as funções celulares. Exemplo disto é
a insulina, que é uma proteína que adere aos recetores da membrana celular para manter níveis ade-
quados de açúcar no sangue, permitindo assim a entrada de glicose nas células.
Adaptado de https://www.msdmanuals.com
Invólucro nuclear
Núcleo
Poro nuclear
Membrana
plasmática
Nucléolo
Mitocôndria
Retículo
endoplasmático
Centríolos
Lisossoma
Complexo de Golgi
Citoplasma
Vacúolo
Ribossomas
Figura 1
4. s células ovo podem ser observadas ao microscópio ótico composto. Considere as seguintes
A
afirmações, referentes à microscopia ótica.
Quanto menor é a ampliação, maior é o campo de observação.
I.
II. A imagem é simétrica e invertida em relação ao objeto.
III. A primeira focagem deve ser feita utilizando o parafuso micrométrico.
(A) I e III são verdadeiras; II é falsa.
(B) III é verdadeira; I e II são falsas.
(C) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(D) II é verdadeira; I e III são falsas.
BIOLOGIA
5. Através das reações de hidrólise, os monómeros de um polímero,
(A) como a glicose, juntam-se.
(B) como a insulina, juntam-se.
(C) como a insulina, separam-se.
(D) como a glicose, separam-se.
6. aça corresponder cada uma das afirmações da coluna A, ao respetivo termo que consta na
F
coluna B.
Coluna A Coluna B
1. Peptidoglicano
(a) Polissacarídeo estrutural presente nas bactérias.
2. Lisossomas
(b) Organelo responsável pela síntese de moléculas lipídicas da célula.
3. Celulose
(c) Organito que participa em fenómenos de autofagia.
4. Retículo endoplasmático liso
Grupo III
C NH2
N
O C
O P O N O
O O
A O
NH
N G
O OH NH2
6 CH2OH
N
5C O P O N
O
H H O H2N
H O
4C 1C NH
N A
OH OH H OH O OH NH2
2
3C C N
O P O N
H OH O
O O
NH
O OH U
B
O P O N O
O O
O
H H
OH OH
Figura 1 – Biomoléculas.
4. s mioglobinas são moléculas pertencentes ao grupo representado pela letra ________ na figura
A
1. São compostos ________.
(A) D … quaternários, constituídos por menos de cinquenta monómeros
(B) D … quaternários e apresentam nitrogénio na sua constituição molecular
(C) A … ternários e não apresentam nitrogénio na sua constituição molecular
(D) A … ternários, constituídos por mais de cem monómeros
6. aça corresponder a cada uma das afirmações expressas na coluna A, o respetivo conceito,
F
referido na coluna B.
Coluna A Coluna B
1. Maltose
(a) Ose constituída por seis carbonos. 2. Glicose
(b) Ligação entre a glutamina e a histidina. 3. Água
(c) Molécula cujos monómeros podem ser constituídos por um grupo 4. Ribose
fosfato, um uracilo e uma pentose. 5. Ligação peptídica
(d) Composto inorgânico que intervém no metabolismo celular. 6. DNA
(e) Dissacarídeo constituído por dois monómeros de glicose. 7. Ligação éster
8. RNA
BIOLOGIA
Explique, recorrendo aos dados fornecidos, se se poderá afirmar que as duas proteínas em aná-
lise são iguais.
Grupo IV
De forma a avaliar o efeito inibitório do Auphen no transporte de água e glicerol em estirpes de leve-
duras, as células inicialmente equilibradas em solução isotónica de sorbitol 1,4 M e incubadas com o
inibidor durante 30 min à temperatura ambiente, foram sujeitas ao mesmo tipo de choques
hiperosmóticos.
A B
Sem
6,0 6,0 inibição
Ps × 10-6 (cm/s)
Pf × 10-4 (cm/s)
27% 34%
Inibição
4,0 4,0 Figura 1 – Efeito Auphen
com
Auphen 100 µM, a 23 ºC e a pH 7,4,
2,0 2,0 93% 84% na permeabilidade à água
(A) e na permeabilidade ao
0,0 0,0 glicerol (B) das várias
pUG35 AQP3 AQP7 pUG35 AQP3 AQP7 estirpes de leveduras.
Notas: Pf – Coeficiente de permeabilidade à água (cm.s –1); Ps – Coeficiente de permeabilidade ao soluto (cm.s –1);
AQP3 e AQP7– aquagliceroporinas.
Adaptado de https://run.unl.pt/bitstream/10362/11102/1/Mosca_2013.pd
60 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
7. aça corresponder a cada um dos tipos de transporte transmembranar, que constam da coluna
F
A, o termo ou expressão que as identifica, expresso na coluna B. Utilize cada letra e cada
número apenas uma vez.
Coluna A Coluna B
1. Transporte ativo
(a) Passagem de oxigénio através da membrana celular. 2. Difusão facilitada
(b)
Passagem de substâncias com intervenção de uma proteína 3. Difusão simples
transportadora e sem gasto de ATP.
4. Endocitose
(c)
Processo utilizado pela célula para englobar partículas sólidas, que
lhe irão servir de alimento. 5. Pinocitose
6. Fagocitose
8. Indique o sentido preferencial do movimento da água num adipócito cujo meio intracelular
apresenta uma diminuição da pressão osmótica.
BANCO DE EXERCÍCIOS 61
9. eduzir os níveis de semimetais tóxicos, como o arsénio (As) presente no arroz é uma questão
R
de saúde pública. Os níveis e as formas de As variam muito em solos de cultivo de arroz em
diferentes regiões. As aquaporinas possuem a habilidade de transportar semimetais.
Explique em que medida a presença de outras espécies de plantas que apresentam elevados
níveis de aquaporinas em zonas de cultivo de arroz contaminadas poderá ter vantagens para a
saúde pública.
Grupo V
Dictyostelium discoidieum podia entrar na lista dos seres vivos mais estranhos. Esta amiba micros-
cópica, quando lhe falta comida, agrega-se a mais uns milhares de irmãos-amibas para se transformar
num corpo parecido com uma lesma de meio centímetro: é capaz de recolher bactérias para levar
para outros locais onde não haja alimento.
BIOLOGIA
Figura 1 – Colónia de Dictyostelium discoidieum com bactérias, quando
está na forma de pedúnculo, pronto para lançar esporos de amiba.
A descoberta foi feita por Debra Brock, da Universidade Rice, em Houston, no Texas (EUA). Era a
primeira vez que a cientista olhava para os esporos de uma amiba selvagem, explicou a Science que
noticiou a descoberta.
Depois das amibas se juntarem para formar a tal “lesma social” que se comporta como um único
indivíduo, esta lesma movimenta-se até encontrar uma nova zona com comida e toma a forma de um
pedúnculo com um corpo redondo na extremidade. Lá dentro, muitas amibas multiplicam-se, transfor-
mam-se em esporos e libertam-se para recuperar a sua vida individual.
Foi nesta fase que Debra Brock viu bactérias a saírem deste corpo redondo. A equipa testou se
todas as amibas transportavam bactérias e descobriu que só cerca de um terço é que tinha essa
capacidade. A equipa descobriu que as amibas “agricultoras” mantinham o comportamento mesmo
depois dos cientistas matarem as bactérias e colocarem as amibas em culturas sem bactérias. As ami-
bas multiplicavam-se e os descendentes, na presença de novas bactérias, repetiam o cultivo. De
alguma forma, mantinham uma memória genética desta capacidade. As bactérias transportadas eram
de várias espécies, mas cerca de metade não servia como alimento das amibas, o que à partida não
parece trazer benefícios. A equipa tentou compreender isto e verificou que as amibas não comem
todas as bactérias que existem no meio para conseguirem armazenar algumas, ao contrário das ami-
bas que não fazem o cultivo e comem todas as bactérias. Mais, as “agricultoras” só andam cerca de
1,5 centímetros quando se transformam na versão “lesma social”, enquanto as outras movem-se mais
de três centímetros.
Mas quando estas amibas vão colonizar novos territórios sem comida, as bactérias que trazem aca-
bam por multiplicar-se e transformam-se em alimento. Aqui, as “agricultoras” prosperam. Há mais
exemplos na natureza de outras espécies que fazem agricultura. Há formigas e térmitas que cultivam
fungos, mas vão mais longe: tratam da terra onde colocam os fungos e matam quaisquer predadores
que possam diminuir o rendimento da cultura. Nestes casos, a simbiose chegou ao extremo, já que
estes fungos não existem na natureza no estado selvagem e dependem das formigas para
sobreviverem.
Adaptado de https://www.publico.pt/2011/01/20/ciencia/
noticia/a-amiba-e-a-bacteria-uma-historia-de-agricultura-microscopica-1476152
62 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
7. amiba, quando se encontra em água destilada, aumenta o ritmo de contração dos seus
A
vacúolos, verificando-se que
(A) o interior das células é isotónico em relação ao meio extracelular.
(B) a água foi transportada ativamente para o interior das células.
(C) a pressão osmótica no exterior das células é superior à do meio intracelular.
(D) a pressão osmótica do meio intracelular é superior à pressão osmótica do meio extracelular.
9. “ Há formigas e térmitas que cultivam fungos, mas vão mais longe: tratam da terra onde colocam
os fungos e matam quaisquer predadores que possam diminuir o rendimento da cultura.”
Explique a função dos fungos mencionados nos ecossistemas.
BANCO DE EXERCÍCIOS 63
Grupo VI
As membranas celulares têm características e funções comuns a todos os seres vivos e, por isso, a
sua estrutura básica é fundamentalmente a mesma em todas as células. No entanto, a sua composição
pode variar quer em diferentes seres vivos, quer em diferentes tipos de células do mesmo ser vivo.
Podem também ter variações de composição como resposta a condições de stress ambiental a que as
células são sujeitas. Numa experiência levada a cabo por Raimundo Júnior e seus colaboradores foram
analisadas as membranas de células de folhas de feijoeiro (Phaseolus vulgaris) sujeitos a diferentes situa-
ções de stress hídrico (falta de água). Na figura 1 estão representados os resultados obtidos para o teor
em ácidos gordos saturados e insaturados nas diferentes condições experimentais testadas.
2,5
2,0
Índice de insaturação
1,5
1,0
BIOLOGIA
0,5
0,0
Controlo S1 S2 R1 R2
Figura 1 – Índice de insaturação (percentagem de ácidos gordos insaturados no total de ácidos gordos das mem-
branas) em lípidos da membrana de folhas de Phaseolus vulgaris em condições controlo (Controlo); stress mode-
rado – 20 dias de desidratação (S1); stress severo – 45 dias de desidratação (S2); plantas re-hidratadas durante 2
dias (R1) e plantas re-hidratadas durante 6 dias (R2).
Martins Júnior R. R., Oliveira M. S. C., Baccache M. A., & Paula F. M. (2008). Effects of water deficit and rehydration on the
polar lipid and membranes resistance leaves of Phaseolus vulgaris L. cv. Pérola. Brazilian Archives of Biology and Techno-
logy, 51(2), 361-367.
1. Indique qual a hipótese que poderá estar na base da experiência cujos resultados estão
apresentados no gráfico.
3. Nas membranas e nas paredes das células do feijoeiro, podemos encontrar, respetivamente,
(A) fosfolípidos e celulose. (C) ácidos gordos e fosfolípidos.
(B) fosfolípidos e ácidos gordos. (D) amido e celulose.
7. s células possuem, nas suas membranas, aquaporinas, que são ________ capazes de
A
reabsorver água por difusão ________.
(A) fosfolípidos … simples (B) proteínas … facilitada
(C) fosfolípidos … facilitada (D) proteínas … simples
Relacione o índice de insaturação das membranas celulares com a maior ou menor facilidade
das células efetuarem processos de exocitose.
GRUPO VII
As células humanas recorrem a um mecanismo de endocitose mediada por recetor para incorpora-
rem colesterol nas suas membranas e para sintetizarem outros esteroides.
O colesterol pode ser transportado na corrente sanguínea sob a forma de partículas designadas
lipoproteínas de baixa densidade (LDL), que são um complexo formado por lípidos (triglicerídeos, fos-
folípidos e colesterol) e uma proteína. Os complexos LDL ligam-se a recetores LDL da membrana e
entram na célula por endocitose.
A hipercolesterolemia familiar é uma doença hereditária que se caracteriza por uma elevada concen-
tração de colesterol no sangue, resultante da incapacidade de os complexos de LDL entrarem nas célu-
las devido a defeitos ou à ausência das proteínas recetoras. Em consequência, o colesterol acumula-se
no sangue, contribuindo para o desenvolvimento precoce de aterosclerose, resultante da acumulação de
depósitos lipídicos nas paredes das artérias. Esta progressiva acumulação de lípidos diminui o calibre
dos vasos, dificultando o fluxo sanguíneo, podendo conduzir a enfarte do miocárdio e a AVC.
Notas: LDL do inglês Low-density lipoproteins AVC – Acidente vascular cerebral
Baseado em Campbell et al. (2018). Biology – A global approach. Pearson. New York.
5. transporte de iões sódio (Na+) e potássio (K+) através da membrana celular contra o gradiente
O
de concentração ________ o consumo de energia e contribui para um ________ das concentrações
entre o meio intracelular e o meio extracelular.
(A) implica … equilíbrio (B) não implica … equilíbrio
(C) não implica … desequilíbrio (D) implica … desequilíbrio
BIOLOGIA
6. m diversos organismos unicelulares e em alguns multicelulares, a endocitose é um processo
E
que permite a obtenção de alimento. Nestes casos a formação de ________ é precedida pela
fusão de vesículas de endocitose com ________.
(A) vacúolos digestivos … lisossomas
(B) vesículas golgianas … lisossomas
(C) vesículas de transporte do RER … vacúolos digestivos
(D) lisossomas … vacúolos digestivos
7. s seres unicelulares que realizam fagocitose para obtenção de alimento são classificados
O
como seres
(A) heterotróficos por ingestão, realizando com digestão extracelular.
(B) autotróficos por absorção, realizando com digestão extracelular.
(C) heterotróficos por ingestão, realizando digestão intracelular.
(D) heterotróficos por absorção, realizando digestão intracelular.
8. aça corresponder cada uma das descrições relativas ao movimento de substâncias expressas
F
na coluna A à respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) A velocidade de movimento dos solutos é diretamente proporcional ao (1) Transporte ativo
gradiente de concentrações. (2) Difusão simples
(b) A água movimenta-se de um meio hipotónico para um meio hipertónico. (3) Difusão facilitada
(c) O movimento do soluto realiza-se através de permeases a favor do (4) Osmose
gradiente de concentração. (5) Pinocitose
9. Indivíduos que apresentam valores elevados de LDL, mas que não sofrem de hipercolesterolemia
familiar, apresentam valores da concentração de LDL mais baixa após a prática de exercício físico.
Foi colocada a hipótese de indivíduos com hipercolesterolemia familiar apresentarem uma maior
resistência à diminuição da concentração de LDL associada à prática de exercício físico quando
comparada com os outros indivíduos.
Explique a fundamentação da hipótese apresentada.
GFBF10DP-BANCOEXER-05
66 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
Grupo VIII
A RuBP carboxilase-oxigenase (rubisco) é a enzima que permite a fixação de CO2 no ciclo de Cal-
vin. No entanto, esta enzima também é capaz de usar O2 como substrato e, neste caso, ocorre a perda
do CO2 anteriormente fixado. A este fenómeno chama-se fotorrespiração.
O que determina se a rubisco se liga ao CO2 ou ao O2 são as concentrações relativas destes dois
gases e a temperatura. Em condições normais, a rubisco usa o CO2 como substrato, no entanto,
quando há uma acumulação de O2 nas células das folhas, verifica-se um aumento de ligações ao O2
devido à sua maior proporção relativamente ao CO2.
Por outro lado, com temperaturas amenas, a afinidade (tendência para se ligar) da rubisco para o
CO2 é cerca de 80 vezes maior do que a sua afinidade para o O2. Contudo, à medida que a tempera-
tura aumenta, a rubisco capta O2 com mais frequência.
2. Quando a rubisco se liga ao O2 irá ocorrer ________ da produção de ________ no ciclo de Calvin.
(A) um aumento … glicose
(B) uma diminuição … glicose
(C) um aumento … ATP
(D) uma diminuição … ATP
7. Imediatamente após a entrada dos compostos orgânicos da seiva floémica nas células dos
tecidos de reserva ocorre
(A) síntese de polímeros com consumo de moléculas de água.
(B) síntese de polímeros com libertação de moléculas de água.
(C) hidrólise de polímeros com consumo de moléculas de água.
(D) hidrólise de polímeros com libertação de moléculas de água.
BIOLOGIA
E – Oxidação de NADPH
9. xplique em que medida situações de falta de água no solo poderão ser responsáveis por um
E
aumento da fotorrespiração.
Grupo IX
Na escuridão da noite nas florestas das Caraíbas, a galinha-da-montanha – uma das maiores rãs do
mundo – foi surpreendida a comer tarântulas e serpentes.
No mundo animal, as tarântulas e as serpentes estão entre os maiores predadores das rãs. Mas,
desta vez, a história acontece ao contrário. Gonçalo M. Rosa, do Centro de Biologia Ambiental da
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e outros investigadores que trabalharam na ilha de
Montserrat, no mar das Caraíbas, em 2009, descobriram grandes rãs de tons acastanhados – as gali-
nhas-da-montanha (Leptodactylus fallax) – a comer tarântulas-de-montserrat (Cyrtopholis femoralis),
espécie endémica daquela ilha. Na verdade, aquela rã é o primeiro predador confirmado da tarântula-
-de-montserrat, dizem os autores do estudo publicado esta semana na revista Tropical Zoology.
A rã de hábitos noturnos, que passa o dia escondida em buracos e reentrâncias nas rochas, ali-
menta-se sobretudo de pequenos grilos e pequenas aranhas que encontra no chão da floresta. Mas o
seu menu é mais diversificado.
Segundo Gonçalo M. Rosa, “as rãs não serão propriamente imunes ao veneno das tarântulas. Mas
as rãs abocanham, mordem e mastigam as tarântulas de tal forma que não lhes dão oportunidade de
espalhar o veneno”, explicou. Mais tarde, em outubro de 2011 e na ilha de Dominica, investigadores
encontraram restos de serpente-de-julia (Liophis juliae) nas fezes da mesma espécie de rã. Na opinião
do biólogo, este estudo “dá-nos uma perspetiva que não é tão usual: a maioria dos relatos de interação
de rãs e tarântulas mostram estes aracnídeos como predadores vorazes das indefesas rãs. Aqui assis-
timos ao oposto: uma rã a ingerir sem problemas uma tarântula”.
68 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
Além disso, a rã apresenta uma dieta da qual também fazem parte serpentes. Contudo, as capaci-
dades predatórias da rã não lhe garantem a sobrevivência. Hoje, a galinha-da-montanha está classifi-
cada como Criticamente Ameaçada pela União Mundial de Conservação da Natureza (UICN). Esta
espécie existia em pelo menos seis ilhas das Caraíbas mas hoje já só existe em duas: Montserrat e
Dominica. Segundo os investigadores, o declínio deste anfíbio deve-se à perda de habitat, sobrecaça
para consumo e espécies exóticas invasoras. “A recente introdução do fungo Batrachochytrium den-
drobatidis naquelas duas ilhas causou um declínio dramático nas populações que ainda restavam",
acrescentam os investigadores. A população de Dominica foi quase extirpada na sua totalidade e a de
Montserrat foi afetada pelo fungo mais tarde. Em muitos ribeiros da ilha, os números baixaram também
drasticamente. Vários programas têm juntado esforços para proteger esta espécie de outro obstáculo
à rã – o vulcão da ilha de Montserrat. Este tem tido uma atividade muito intensa e um terço da ilha está
inacessível, sob as cinzas. Muitas áreas de floresta desapareceram.
Fonte: Público, 22 de setembro de 2012 (adaptado)
6. xplique em que medida a atividade do vulcão da ilha de Montserrat contribui para a ameaça à
E
sobrevivência das galinhas-da-montanha (Leptodactylus fallax).
7. aça corresponder cada uma das descrições relativas a processos envolvidos na nutrição dos
F
vertebrados expressos na coluna A à respetiva designação, presente na coluna B.
Coluna A Coluna B
BIOLOGIA
Grupo X
As medidas descritas abaixo foram coletadas em dias claros nos meses de janeiro (21 e 22), março
(10 e 11) e julho (7 e 8).
O potencial da água nas folhas (Y f) foi determinado às 7h00 e às 14h00, com três repetições para
cada tratamento. As folhas utilizadas foram as localizadas do lado oposto àquelas utilizadas nas medi-
das de trocas gasosas.
As taxas de fotossíntese (A) e de transpiração (E) e a condutância estomática (g) foram medidas.
As medidas de trocas gasosas foram feitas no período da manhã, entre 9h00 e 11h00, e no período da
tarde, entre 13h00 e 15h00. Somente foram considerados os dados medidos quando o fluxo fotossin-
tético de fotões (FFF) era maior que 700 mmol m –2 s–1, isto é, quando em níveis saturantes para a fotos-
síntese em citrus. As folhas utilizadas nas diferentes épocas de medidas tinham idade aproximada-
mente iguais, isto é, ao redor de seis meses.
O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com seis repetições. Médias e desvio padrão
foram calculados para os dados mensais e diários. As comparações de A, g, E e de Y f entre período
da manhã e da tarde e entre meses. Os resultados encontram-se expressos na figura 1.
70 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
12 12
janeiro março julho
Taxa de fotossíntese
9 9
μmol.m-2.s-1
6 6
3 3
0 0
Manhã Tarde Manhã Tarde Manhã Tarde
0,3 0,3
janeiro março julho
Condutância
mol.m-2.s-1
0,2 0,2
0,1 0,1
0,0 0,0
Manhã Tarde Manhã Tarde Manhã Tarde
4 4
2 2
0 0
Manhã Tarde Manhã Tarde Manhã Tarde
Adaptado de https://doi.org/10.1590/S0103-90162002000100007
1. taxa da fotossíntese no período da ________, nos meses ________, foi ________ do que no
A
período ________.
(A) … manhã … janeiro e março … menor … tarde
(B) … tarde … janeiro e março … menor … manhã
(C) … tarde … janeiro e julho … menor … manhã
(D) … manhã … janeiro e julho … maior … tarde
BIOLOGIA
E – Redução da pressão osmótica do conteúdo celular.
7. lgumas plantas, tais como catos, estão adaptadas a ambientes secos e usam a via do
A
metabolismo ácido das crassuláceas (CAM). Nestas plantas, as reações dependentes da luz e o
uso de CO2 no ciclo de Calvin estão separadas temporalmente. Só à noite é que as plantas CAM
abrem os seus estomas, permitindo a difusão de CO2 para o interior das folhas.
Explique em que medida o comportamento descrito contribui para a adaptação das plantas
CAM a ambientes secos.
GRUPO XI
A espécie Pinus sylvestris L. é uma planta que se distribui pela Ásia, norte e centro da Europa e
alguns sistemas montanhosos da Europa mediterrânica. Ocorre em altitudes compreendidas entre os
200 m e os 2100 m, embora, em Portugal, só prospere em encostas serranas acima dos 700 m. Em
Portugal, é cultivada com frequência nos andares montano e altimontano das serras do norte e centro,
onde regenera facilmente. Muito plantado a partir do final do século XIX (Gerês, Cabreira, Marão,
Nogueira, entre outras) e sobretudo com o Plano de Povoamento Florestal, onde ocupou lugar de des-
taque no leque de espécies utilizadas.
A descoberta de uma população de Pinus sylvestris L. na serra do Gerês, nos finais do século XIX,
abriu desde logo um debate sobre o carácter autóctone desta espécie em Portugal.
É indiferente ao pH do solo. É uma espécie maioritariamente de sombra, embora suporte bem a luz.
Requer precipitações médias anuais entre 400 mm e 800 mm, temperaturas ótimas entre 0 ºC e 20 ºC.
Tolera a poluição atmosférica e a exposição marítima e a seca. Costumam produzir híbridos com
outras espécies do mesmo género.
As árvores são facilmente mortas pelos fogos, não conseguindo regenerar pelas raízes. Constitui
uma fonte de alimento para larvas de lepidópteros(1) e está associada a mais de 50 insetos. As folhas
produzem secreções que inibem o crescimento de plantas sob a copa da árvore.
Adaptado de http://museuvirtual.activa-manteigas.com/index.php/places/arvores/pinheiro-silvestre-pinus-sylvestris-l/
5. aça corresponder cada uma das designações expressas na coluna A ao conceito expresso na
F
coluna B. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.
Coluna A Coluna B
(a) Tecido complexo constituído por células maioritariamente mortas, que (1) Xilema
têm como função transportar a seiva lenhosa. (2) Floema
(b) Eliminação de água no estado líquido em locais específicos da folha. (3) Gutação
(c) Formação de bolhas de ar no xilema, que criam uma zona de (4) Cavitação
descontinuidade que impede o transporte da seiva. (5) Exsudação
6. m muitas plantas no início da manhã, quando o ar está húmido, observa-se nas pontas e nas
E
extremidades das folhas gotículas de água. Ordene as letras de A a E, de modo a traduzirem a
sequência correta dos acontecimentos relacionados com o fenómeno observado, segundo uma
relação de causa-efeito.
A – São transportados iões do solo para a raiz por transporte ativo.
B – A água desloca-se por osmose do solo para a raiz.
C – Saída de gotas de água pelos estomas aquíferos ao nível das folhas.
D – Aumento da pressão radicular.
E – Aumento da pressão no interior dos vasos xilémicos e ascensão da seiva xilémica.
BANCO DE EXERCÍCIOS 73
Grupo XII
Na cultura da soja, dezenas de doenças são causadas por fungos, bactérias, nematoides e vírus.
De entre as doenças, o oídio, causado pelo fungo Erysiphe diffusa, requer, em algumas condições, a
utilização de fungicidas para garantir a produção, caso contrário as perdas podem atingir até 40%. O
oídio da soja, causado por Erysiphe diffusa, é considerado uma doença esporádica podendo ocasio-
nar perdas quando atinge proporções epidémicas. No contexto da procura de tratamentos alternati-
vos, foi realizado um estudo em ambiente de estufa, tendo-se utilizado uma variedade de soja suscetí-
vel de ser infetada pelo oídio. Em vasos de plástico de 5 litros de volume, contendo uma mistura de
solo vermelho e substrato de casca de pinheiro (80%:20%, respetivamente), foram semeadas quatro
sementes, mas deixando desenvolver apenas duas plantas por vaso. Foram realizados seis tratamen-
tos diferentes com cinco repetições, totalizando 30 vasos. As plantas foram mantidas na estufa e no
30.° dia foi realizada a primeira aplicação dos produtos. Os tratamentos semanais consistiram na pul-
verização das plantas com concentrações de 0%, 0,25%, 0,50%, 0,75% e 1% (p/v) de bicarbonato de
potássio, princípio ativo do produto Kaligreen®, e um fungicida (piraclostrobina + epoxiconazole) na
dosagem recomendada.
BIOLOGIA
A inoculação do oídio foi feita através de dispersão, colocando na estufa plantas já infetadas, sobre
as quais foi aplicada ventilação forçada. As avaliações da severidade da doença foram realizadas
semanalmente, antes das pulverizações, sempre no período da manhã. Paralelamente, verificou-se
que as plantas que receberam 0,5%, 0,75% e 1% do produto apresentaram sinais de fitotoxicidade,
traduzidos pelo reduzido desenvolvimento e alteração morfológica da área foliar (Tabela 1).
Tabela 1 – Efeito do bicarbonato de potássio (Kaligreen®) sobre a percentagem de área afetada por Erysiphe diffusa em
plantas de soja mantidas em estufa.
1.a avaliação 2.a avaliação 3.a avaliação 4.a avaliação 5.a avaliação
Tratamento
30 dias após 38 dias após 44 dias após 51 dias após 58 dias após
20,85* a D 31,50 a C 41,67 a B 86,25 a A 84,17 a A
0
9,08 b B 11,30 b B 23,25 b A 23,08 b A 31,33 b A
0,25‰
3,43 b A 4,65 b A 10,75 c A 7,43 c A 10,55 c A
0,50‰
4,22 b A 5,23 b A 2,50 c A 2,75 c A 0,60 d A
0,75‰
2,98 b A 4,12 b A 6,33 c A 0,62 c A 0,10 d A
1,00‰
0,98 b A 0,95 b A 2,21 c A 2,63 c A 1,63 d A
*Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e pela mesma letra maiúscula na linha não diferem estatistica-
mente. A primeira avaliação foi realizada no 30.º dia após a emergência e as demais no 38.º, 44.º, 51.º e 58.º dia após
a emergência.
Figura 3 – Efeito do bicarbonato de potássio (Kaligreen®) nas concentrações de 0,25% (A), 0,5% (B), 0,75% (C) e 1%
(D) no controle de Erysiphe diffusa de soja. Fonte: Medice, R.; Bettiol, W.; Altéa, U.Q.M. Efeito de bicarbonato de potás-
sio sobre a severidade do oídio em plantas de soja. Summa Phytopathologica, v.39, n.1, p.35-39, 2013. (adaptado)
74 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
5. m situações de stress hídrico (carência de água), nas células estomáticas das plantas de soja,
E
ocorre
(A) diminuição do volume dos vacúolos.
(B) aumento da pressão de turgescência.
(C) entrada de iões K+.
(D) aumento do volume dos vacúolos.
6. s fungos do género Fusicoccum produzem uma toxina – a fusicocina – que tem a capacidade
O
de estimular as bombas de protões, presentes nas membranas celulares, a bombear iões H+
para o interior das células. Em condições extremas, as plantas morrem por desidratação.
Explique o processo que provoca a morte das plantas quando as células-de-guarda são infeta-
das por este fungo.
BANCO DE EXERCÍCIOS 75
Grupo XIII
Quercus robur L., carvalho-alvarinho, pertence ao género Quercus e à família Fagaceae, é uma
árvore de folha caduca, que pode atingir uma altura de 30-40 metros. De copa bastante ramificada,
possui tronco e ramos de casca lisa quando jovens, tornando-se grossa e fendida com a idade. O
sistema radicular forma raízes secundárias bastante profundas que lhe conferem grande capacidade
de resistência ao vento.
Os carvalhais de carvalho-alvarinho estão entre os ecossistemas cuja riqueza faunística é mais ele-
vada em Portugal continental, possuindo uma grande importância no que respeita à conservação da
natureza. Estes carvalhais representam uma importante fonte de alimento, albergando uma grande
biodiversidade de flora e fauna. Desenvolve-se idealmente em climas húmidos, oceânicos, onde se
sinta pouco a secura estival, e necessita de muita água e solos com boa retenção de água, apresen-
tando baixa tolerância a frios intensos ou geadas. Ocorre em bosques caducifólios mistos, mas tam-
bém pode formar bosques onde é a espécie principal.
Adaptado de https://gulbenkian.pt/jardim/garden-flora/carvalho-alvarinho/
BIOLOGIA
1. Na maioria das plantas, o movimento ascendente da seiva bruta é causado principalmente por
(A) evapotranspiração nas folhas.
(B) transporte mediado e com gasto de energia.
(C) um gradiente de concentração de sacarose.
(D) difusão facilitada.
2. lguns insetos, como os pulgões, introduzem os estiletes nas nervuras das folhas para se
A
alimentarem de seiva elaborada. Para a obtenção dessa seiva, o(s) tecido(s) vegetal(ais) que
deve(m) ser atingido(s) pelo aparelho bucal desses insetos é(são) o(os) ________ e este(s)
________ energia metabólica para que ocorra ingestão da seiva.
(A) xilema … dispendem
(B) floema … não dispendem
(C) xilema e floema … não dispendem
(D) floema … dispendem
Refira o tecido de transporte que seria afetado e faça uma previsão das consequências desta
remoção.
Grupo XIV
Nos Osteichthyes, peixes ósseos, encontra-se uma linhagem ancestral que chama atenção: os pei-
xes pulmonados. Estes animais são caracterizados pela presença de um ou dois pulmões primitivos na
sua estrutura corporal, os quais podem ser responsáveis pela sua respiração total ou parcial, que com-
plementa a respiração branquial.
Em geral, os peixes pulmonados respiram por brânquias durante a fase jovem de seu ciclo de vida,
especialmente durante o estágio larval, as quais são perdidas, na maioria das espécies, de acordo
com o desenvolvimento do peixe. Desta forma, estes peixes passam a respirar através dos seus pul-
mões primitivos. A formação pulmonar dá-se através da ligação entre o trato alimentar e a bexiga nata-
tória, que é revestida por inúmeros vasos sanguíneos. Para respirar, os dipnoicos posicionam o seu
focinho acima da superfície da água, abrindo a boca para sugar o ar ao redor, produzindo um som
característico. Todas as espécies realizam este procedimento, com exceção do peixe-pulmonado-
-australiano (Neoceratodus forsteri), que inala o ar através das narinas e respira durante a maior parte
do tempo pelas brânquias, quando a água está bem oxigenada; por outro lado, quando os níveis de
oxigénio encontram-se reduzidos, esta espécie utiliza o seu pulmão primitivo para complementar a sua
taxa respiratória. Assim como nos vertebrados terrestres, as trocas gasosas dos peixes pulmonados
ocorre em pequenas vesículas situadas dentro do saco pulmonar.
Além da perda ou inutilização parcial das brânquias, os peixes pulmonados também apresentam
dentes que se fundem formando placas dentárias, utilizadas para mastigar o alimento. Estes animais
são omnívoros e consomem peixes, caranguejos e lagostas, podendo atuar também como canibais.
Adaptado de https://www.infoescola.com/biologia/peixes-pulmonados/
BIOLOGIA
(D) três cavidades com a inexistência de septo ventricular.
8. elacione o tipo de ambiente onde vivem a hidra e a planária com a simplicidade da estratégia
R
que esses animais utilizam para assegurar o transporte de substâncias entre as células e o meio.
78 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
Grupo XV
Documento 1
Documento 2
Capilares sanguíneos
Linfa
intersticial Célula
Espaço intercelular
Capilar linfático
Arteríola
Vénula
Vaso linfático
Linfa
circulante
BIOLOGIA
6. stabeleça a correspondência entre as afirmações presentes na coluna A ao conceito expresso
E
na coluna B. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.
Coluna A Coluna B
(1) Plaquetas sanguíneas
(a) Proteína com ferro associado às hemácias. (2) Leucócitos
(b) Intervêm na coagulação sanguínea. (3) Hemocianina
(c) Transporta algum dióxido de carbono. (4) Hemoglobina
(5) Hemácias
Grupo XVI
O cardiologista John Kheir, do Hospital Infantil de Boston (EUA), liderou um estudo com coelhos em
que se verificou que os coelhos com a traqueia bloqueada sobreviveram até 15 minutos sem respira-
ção natural, apenas por meio de injeção de oxigénio na corrente sanguínea. A técnica poderá prevenir
a paragem cardíaca e os danos cerebrais induzidos pela privação de oxigénio, além de evitar a para-
lisia cerebral quando há comprometimento de oxigenação fetal.
Adaptado da Revista Quanta, ano 2, n.° 6, agosto e setembro de 2012, p. 19
80 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
5. s células musculares dos coelhos em situações de esforço físico, podem obter energia, ATP,
A
através da fermentação. Neste processo verifica-se
(A) alto rendimento energético, por oxidação incompleta de uma molécula de glicose.
(B) a libertação de CO2 e ocorre a oxidação incompleta de uma molécula de piruvato.
(C) a produção de ácido acético e ocorre a oxidação incompleta de uma molécula de piruvato.
(D) baixo rendimento energético, por oxidação incompleta de uma molécula de glicose.
7. xplique em que medida a técnica utilizada nos coelhos e descrita no texto supracitado é
E
importante para prevenir problemas como os danos cerebrais causados pela privação de
oxigénio nos neurónios.
BANCO DE EXERCÍCIOS 81
Grupo XVII
A qualidade dos produtos alimentares e a sua influência na nutrição e na saúde humana tem vindo
a ter um lugar de destaque nos meios científicos. Essa preocupação deve-se ao grande número de
produtos alimentares existentes e à tendência atual de se ingerir produtos naturais. Dentro desses pro-
dutos destaca-se o iogurte. A qualidade deste produto é uma consequência, das condições de fabri-
cação, da qualidade, dos aspetos microbiológicos e do tratamento térmico do leite, da cultura láctica
utilizada, uma vez que, da sua ação sobre os componentes do leite, resultarão as características dese-
jáveis no produto. Um dos grandes problemas, que tem contribuído para a perda do consumo do
produto, é a contaminação por fungos e leveduras que podem causar alterações de sabor, cor e alte-
rações nas embalagens. Em face disto, foi desenvolvida um estudo com o objetivo de verificar a quali-
dade química de diferentes marcas de iogurte.
MATERIAL E MÉTODOS
– Obtenção das amostras de iogurte: foram utilizadas quatro marcas de diferentes iogurtes, com
e sem adição de polpa de frutas, totalizando seis tratamentos. As amostras são oriundas de lotes
de fabricação diferentes e foram recolhidas mensalmente em diferentes estabelecimentos ao
longo de três meses. As amostras foram transportadas em caixas de material isotérmico contendo
cubos de gelo, sempre à mesma temperatura e transportadas imediatamente para o Laboratório
BIOLOGIA
de Microbiologia do Departamento de Biologia.
– Preparação das amostras: cada amostra foi prontamente identificada por números. A homoge-
neização das amostras foi efetuada na própria embalagem e após a abertura das mesmas,
observou-se a aparência do produto. Em condições asséticas, prepararam-se as amostras.
– D eterminação de pH: o pH foi determinado pela medida direta com um pHmétro da marca
Hanna Instruments, introduzindo-se o elétrodo diretamente nas amostras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Setenta e duas amostras de iogurtes foram analisadas quanto às características químicas, em três
diferentes lotes de fabricação (abril, maio e junho) em supermercados.
LOTES
Tratamento I II III
1 (sem sabor) 4,39 4,25 4,29
2 (com sabor) 3,76 4,25 3,81
3 (com sabor) 4,00 4,17 3,81
4 (com sabor) 4,10 4,27 4,35
5 (com sabor) 4,11 4,21 4,19
6 (com sabor) 3,95 3,98 4,03
2. O iogurte que manteve os valores de pH em torno do valor desejável nos três lotes foi
(A) o iogurte 1.
(B) o iogurte 2.
(C) o iogurte 3.
(D) o iogurte 4.
(A) 2ATP
(B) 2ADP
(C) C6H12O6
(D) 2Pi
(E) 2C3H6O3
Grupo XVIII
As doenças transmissíveis por insetos acometem milhões de pessoas em todo o mundo, causando
milhares de mortes. Mosquitos são vetores de doenças para cerca de 700 milhões de habitantes ao
ano, especialmente em países tropicais e subtropicais. A leishmaniose é uma dessas doenças e está
presente mundialmente em áreas dispersas. A doença humana é causada por Leishmania sp. Os
mosquitos-pólvora (Phlebotomus sp. e Lutzomyia sp.) transmitem a doença a hospedeiros vertebrados
como o ser humano.
O diagnóstico é feito pela demonstração de parasitas em amostras ou culturas e, cada vez mais,
por ensaios baseados em PCR. A sorologia pode também ser útil no diagnóstico da leishmaniose vis-
ceral, mas não da forma cutânea. O tratamento da doença é variável e passa pela utilização de
antibióticos.
A prevenção da doença passa pelas medidas protetoras pessoais incluindo aplicação de repelen-
tes contra insetos à pele exposta e roupas protetoras, e pelo controle dos reservatórios não humanos.
Os repelentes fazem com que os insetos, principalmente os mosquitos, não encontrem o ser
humano. Para isso, na produção de repelentes, usam-se substâncias que têm a capacidade de entupir
BIOLOGIA
os microscópicos poros das antenas desses animais quando eles se aproximam de nós. É que os
mosquitos usam as antenas para cheirar as coisas e saber onde elas estão. Como nós respiramos e
transpiramos o tempo todo, não paramos de libertar cheiros que atraem os insetos. Com o repelente,
os insetos ficam sem saber onde picar. Porém, a eficiência dos repelentes ainda enfrenta alguns pro-
blemas, porque os organismos humanos libertam 340 substâncias químicas e ninguém tem certeza
sobre quais são as que atraem os insetos. Por outro lado, existem 2500 espécies de mosquitos e não
há repelente que consiga “atrapalhar” as antenas de todos. Por isso, não existe um produto totalmente
eficaz.
Adaptado de https://www.msdmanuals.com e https://super.abril.com.br/
7. A quitina faz parte do exoesqueleto dos insetos e da constituição das traqueias dos insetos.
Justifique a importância das traqueias serem constituídas por este polissacarídeo estrutural.
Grupo XIX
A fasciolíase hepática é uma doença causada por Fasciola hepatica, verme achatado e de corpo
foliáceo. No estado adulto este animal hermafrodita não apresenta sistema circulatório, nem respirató-
rio, o tubo digestivo é incompleto, ocorrendo digestão intra e extracelular.
F. hepatica é um parasita que pode ser encontrado no fígado e canais biliares de diversos animais
homeotérmicos, ocorrendo em ovinos, caprinos, bovinos, suínos e em seres humanos.
F. hepatica é um tremátode digenético, isto é, necessita de um hospedeiro intermediário para com-
pletar seu desenvolvimento. Os ovos produzidos pelo parasita nos canais biliares acumulam-se na
vesícula biliar e através do canal colédoco passam para os intestinos delgado e grosso. Os ovos che-
gam ao ambiente juntamente com as fezes e desenvolvem-se em lugares húmidos com temperaturas
acima de 10 °C. O tempo necessário para eclosão depende das condições ambientais. Na época do
verão, a eclosão ocorre em aproximadamente 21 dias. No inverno, esse período pode chegar a mais
de 90 dias. A eclosão liberta do ovo uma larva denominada de miracídio, que é extremamente ágil em
meio aquoso. O miracídio procura o hospedeiro intermediário, que neste caso é um molusco do género
Lymnaea (caramujo). A larva, após penetrar no molusco, sofre algumas alterações. Transforma-se em
esporocisto e logo a seguir em rédias. No interior das rédias formam-se as cercárias, formas infetantes
do parasita. As cercárias abandonam o molusco e nadam até se prenderem nas folhas da vegetação
aquática, onde enquistam formando as metacercárias, que são formas de resistência ao ambiente,
onde podem sobreviver por muitas semanas. O ciclo no molusco pode durar de dois a três meses,
conforme as condições ambientais.
A população de moluscos aumenta durante as estações chuvosas e diminui com temperaturas bai-
xas e nos períodos de seca. Os moluscos sobrevivem na lama seca durante vários meses e resistem,
também, às baixas temperaturas. Moluscos desse género produzem cerca de 3000 ovos/mês. A pro-
dução de uma nova geração de moluscos leva aproximadamente um mês, em condições
adequadas.
BANCO DE EXERCÍCIOS 85
A epidemiologia da fasciolíase é influenciada pelo tipo de pastagem realizado pelos animais. A pas-
tagem em áreas alagadas, lugares onde os moluscos têm o seu habitat, facilita a continuação do ciclo
biológico do parasita.
O ser humano pode-se infetar por meio da ingestão de água e hortícolas contendo a forma infetante
do parasita (metacercárias).
adaptado de: Moda de Oliveira S. & Spósito Filha E. Fasciolose hepatica
in http://www.biologico.sp.gov.br/artigos_ok.php?id_artigo=67
4a 4b 4c
5 Cercárias 6 Metacercárias em planta aquática
Esporocistos Rédeas Cercárias ingerida por humanos ou porcos
nadando
livremente causando infeção
i
no tecido do caramujo
BIOLOGIA
4
Caramujo
7 Desenquista
no duodeno
3
Os miracídios eclodem, 7
penetram no caramujo 8
8 Adultos no
intestino
delgado
2
i = Estágio Infecioso d
Ovos
d = Estágio Diagnóstico embrionados
1 Ovos não
na água
embrionados
nas fezes
3. contração dos músculos do tubo digestivo do porco ocorre quando há libertação de ________
A
na placa motora, o que é ________ pela propagação do impulso nervoso.
(A) hormonas … precedido
(B) hormonas … sucedido
(C) neurotransmissores … sucedido
(D) neurotransmissores … precedido
7. drenagem das áreas de pastagens tem sido apontado como uma forma de controlar a
A
fasciolíase.
Explique de que forma estas medidas poderão contribuir para diminuir a ocorrência desta
parasitose.
Grupo XX
A perda da capacidade de produzir hemácias e hemoglobina terá ocorrido durante a evolução des-
tes peixes, quando as temperaturas das águas do Antártico começaram a descer, o que permitiu que
a concentração de oxigénio dissolvido na água aumentasse consideravelmente.
1. o peixe-gelo ocorre uma difusão ________ dos gases respiratórios, ________ a proteínas
N
transportadoras.
(A) direta … recorrendo (C) direta … não recorrendo
(B) indireta … recorrendo (D) indireta … não recorrendo
4. s reações ________ que ocorrem mitocôndrias dos peixes permitem obter energia a partir da
A
BIOLOGIA
________ da glicose.
(A) anabólicas … oxidação incompleta
(B) catabólicas … oxidação completa
(C) anabólicas … oxidação completa
(D) catabólicas … oxidação incompleta
6. O sistema circulatório dos peixes é ________ e, por isso, estes ________ hemocélio.
(A) fechado … apresentam
(B) aberto … apresentam
(C) fechado … não apresentam
(D) aberto … não apresentam
Explique em que medida essas alterações das condições do meio permitiram a sobrevivência
dos peixes que perderam a capacidade de produzir hemácias e hemoglobina.
88 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
Grupo XXI
Foi realizada uma investigação com o objetivo de avaliar a condutância estomática (medida do grau
de abertura estomática) em plantas de Jatropha curcas L. As plantas de Jatropha curcas L. utilizadas
na investigação tinham aproximadamente 9 meses de idade, oriundas de sementes e cultivadas em
vasos de 15 kg, foram mantidas em estufa por forma a se desenvolverem adequadamente. Antes do
início do ensaio foram efetuadas regas em dias alternados, por forma a manter o solo à capacidade de
campo. A água a ser reposta foi estimada a partir do cálculo da evapotranspiração potencial. Foram
feitas adubações regulares de macro e micronutrientes, de modo a manter as plantas num bom nível
nutricional. Efetuaram-se também tratamentos fitossanitários para evitar infestações de pragas e
doenças.
O delineamento experimental foi conduzido com quatro modalidades, cada uma com cinco repeti-
ções. No grupo de controlo, o solo foi sempre mantido à capacidade de campo (quando todos os
microporos do solo estão ocupados com água) e os grupos de quatro, oito e dezoito dias de supres-
são de rega, S4, S8 e S18, respetivamente. Após esse período, a humidade do solo foi restabelecida e
as plantas foram assim mantidas por, pelo menos, uma semana, de modo a recuperarem.
0,6
C
0,5
S4
0,4 S8
gs (mol.m-2.s-1)
S18
0,3
0,2
0,1
0
30 - maio
1 - junho
3 - junho
5 - junho
7 - junho
9 - junho
11 - junho
13 - junho
15 - junho
17 - junho
19 - junho
21 - junho
23 - junho
25 - junho
27 - junho
Adaptado de: Respostas de Jatropha curcas L. ao défice hídrico, Caracterização bioquímica e ecofisiológica.
Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Agronómica. Disponível em: www.repository.utl.pt
5. ________ de oxigénio em Jatropha curcas através dos estomas das folhas ocorre quando a
A
pressão de turgescência das células-guarda é ________.
(A) fixação … elevada (C) fixação … reduzida
(B) libertação … reduzida (D) libertação … elevada
BIOLOGIA
6. stabeleça a correspondência entre as afirmações presentes na coluna A ao conceito expresso
E
na coluna B. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.
Coluna A Coluna B
(1) Estomas
(a) Estruturas que permitem as trocas gasosas com o
(2) Tracoides
exterior nas folhas.
(3) Gutação
(b) Eliminação de água pelas folhas, no estado líquido.
(4) Exsudação
(c) Entrada de água ao nível da raiz.
(5) Absorção radicular
7. m estudos efetuados com plantas, sob condições de défice hídrico, tem sido demonstrada a
E
relação direta entre o fecho dos estomas e a redução da concentração intercelular de CO2 .
Explique, tendo em conta os resultados destes estudos, em que medida o decréscimo na assi-
milação do CO2 intervêm na atividade fotossintética.
Grupo XXII
A mandioca é uma das plantas de cultivo agrícola mais importante a nível mundial. Contudo, a sua utili-
zação na alimentação humana pode constituir um desafio, dado que os tecidos destas plantas quando
sofrem lesões produzem glicosídeos cianogénicos (GC), os quais podem originar cianeto altamente tóxico.
Os GC desempenham um papel importante na defesa destas plantas em relação aos animais que dela
se alimentam, incluindo os seres humanos. Assim, para evitar o envenenamento, é necessário sujeitar
a mandioca a um processamento muito cuidadoso. Contudo, estes métodos de processamento dimi-
nuem consideravelmente o valor nutritivo destas plantas. Foi realizado um trabalho de investigação
com o objetivo de compreender como é que os GC eram produzidos e conduzidos até à zona subter-
rânea da planta (parte utilizada na alimentação humana).
Procedimento:
1. Plantas geneticamente iguais (clones) cresceram em estufa com condições controladas e
idênticas.
2. Após 9 semanas de crescimento, um grupo de plantas foi sujeita à remoção do floema
caulinar abaixo da 5.ª folha, enquanto outro grupo foi deixado intacto.
90 DOSSIÊ DO PROFESSOR – BioGeoFOCO 10
Resultados:
Primeiro pecíolo
2
1
Ápice caulinar
3
4
Terceiro pecíolo
6 7
I II
Figura 1 – Esquema representativo da planta (I) e da intervenção feita no caule para remoção do floema (II).
(Os algarismos representam o número da folha.)
25
GC (μmol) por g de peso fresco
A
20
15
10
0
8
GC (μmol) por parte da planta
7 B
6
5
4
3
2
1
0
Ápice 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7
Nº. da folha Nº. do pecíolo Nº. do entrenó
Figura 2 – Níveis de GCs em diferentes zonas das plantas com o caule intacto (A) e com o floema removido
abaixo da 5.ª folha (B).
Baseado em Jørgensen, K. et al. (2005). Cassava Plants with a Depleted Cyanogenic Glucoside Content in Leaves and
Tubers. Distribution of Cyanogenic Glucosides, Their Site of Synthesis and Transport, and Blockage of the Biosynthesis by
RNA Interference Technology. Plant Physiology. 139: 363-374
4. a mandioca, os glícidos são transportados desde o local de síntese até aos locais de
N
armazenamento subterrâneo
(A) exclusivamente ao longo de células vivas.
(B) sem necessidade de consumo de ATP.
(C) exclusivamente ao longo de células mortas.
(D) devido a forças de tensão geradas nas folhas resultantes da transpiração.
BIOLOGIA
(A) da entrada de iões potássio (K+) para as células-guarda.
(B) do aumento da pressão de turgescência nas células-guarda.
(C) da diminuição da pressão osmótica nas células-guarda.
(D) da entrada de água para as células estomáticas.
8. cianeto é capaz de bloquear a cadeia respiratória, uma vez que inibe uma enzima responsável
O
pela transferência de eletrões para o oxigénio.
Explique em que medida a produção de glicosídeos cianogénicos constitui uma estratégia efi-
caz de defesa das plantas que, como a mandioca, são capazes de produzir estes compostos.
Grupo IV
PROPOSTA DE SOLUÇÕES 1. Opção A.
2. Opção C.
Grupo I
3. Opção D.
1. Opção D.
4. Opção B.
2. Opção A.
5. Opção C.
3. (a) – 2; (b) – 1; (c) – 3; (d) – 1; (e) – 3.
6. Opção C.
4. Opção A.
7. (a) – 3; (b) – 2; (c) – 6.
5. Opção B.
8. eferência ao facto de a água se deslocar para o meio
R
6. Opção B.
onde a pressão osmótica é elevada, que no caso
7. a – 3; b – 1; c – 4. mencionado será para o exterior dos adipócitos, meio
hipertónico.
8. Tópicos de resposta:
• Referência ao facto de o ser humano modificar os 9. Tópicos de resposta:
habitats, levando à destruição da biodiversidade neles • Referência às aquaporinas/proteínas intrínsecas
existente. presentes nas membranas celulares transportarem
• Relação entre a interferência do ser humano nos semimetais para o interior das células.
habitats e a exposição a agentes infeciosos, como o • Referência ao facto de a presença destas proteínas em
vírus SARS-CoV-2. determinadas plantas, em solos contaminados com
• Relação entre a exposição a agentes infeciosos, como substâncias tóxicas, como os semimetais, ser uma
os vírus/ vírus SARS-CoV-2 e o aparecimento de medida de fitorremediação.
doenças como a Covid-19.
Grupo V
Grupo II 1. Opção D.
1. Opção B. 2. Opção C.
2. Opção D. 3. Opção B.
3. Opção C. 4. Opção C.
4. Opção C. 5. Opção D.
5. Opção C. 6. Opção A.
6. (a) – 1; (b) – 4; (c) – 2. 7. Opção D.
7. D–C–B–E–A 8. A–C–B–E–D
8. Tópicos de resposta: 9. Tópicos de resposta:
• Referência ao facto de a decomposição ser o processo • Referência ao facto de os fungos viverem em simbiose
pelo qual a matéria orgânica é transformada em matéria com as formigas e as térmitas.
mineral/inorgânica.
• Referência ao facto de os fungos reciclarem os
• Referência ao facto de este processo permitir devolver a materiais do solo/decompositores na natureza.
matéria mineral ao meio e reduzir a acumulação de
matéria orgânica/contribuir para a reciclagem dos Grupo VI
ecossistemas naturais. 1. O stress hídrico influencia a quantidade de ácidos gordos
Grupo III saturados e insaturados presentes na membrana.
OU Em resposta ao stress hídrico há variação na
1. A – Glicose/monossacarídeo; B – Água; C – RNA;
proporção de ácidos gordos saturados e insaturados.
D – Proteína.
2. Opção D.
2. Opção A.
3. Opção A.
3. Opção B.
4. Opção C.
4. Opção B.
5. Opção A.
5. Opção A.
6. Opção C.
6. (a) – 2; (b) – 5; (c) – 8; (d) – 3; (e) – 1.
7. Opção B.
7. Tópicos de resposta:
• Referência ao facto de com base nos dados fornecidos 8. Tópicos de resposta:
não se poder afirmar com toda a certeza que as duas • Referência aos processos de exocitose que envolvem
proteínas são iguais, apesar de possuírem o mesmo movimentos da membrana plasmática.
número de aminoácidos, os mesmos tipos de • Relação entre o índice de insaturação e a mobilidade da
aminoácidos e nas mesmas proporções; membrana plasmática.
• Referência ao facto de a sequência desses aminoácidos • Relação entre a mobilidade e os processos de
podere ser diferente e, nesse caso, as proteínas serão exocitose.
também diferentes.
BANCO DE EXERCÍCIOS 93
BIOLOGIA
6. A–B–D–E–C
2. Opção B.
7. Tópicos de resposta:
3. Opção D.
• Referência ao facto de a presença de cutina na
4. Opção C. epiderme das folhas impermeabilizar as células
5. Opção C. epidérmicas.
• Relação entre a impermeabilização das células
6. Opção D.
epidérmicas das folhas e a menor perda de água para o
7. Opção B. exterior, o que favorece a sobrevivência das plantas em
8. C–D–B–E–A ambientes xéricos (com falta de água).
BIOLOGIA
hemoglobina para a sobrevivência.
Grupo XXI
1. Opção A.
2. Opção A.
3. Opção C.
4. Opção B.
5. Opção D.
6. (a) – 1; (b) – 3; (c) – 5.
7. Tópicos de resposta:
• Referência aos estomas controlarem as trocas gasosas
entre a planta e o meio exterior, abrindo ou fechando o
ostíolo.
• Relação entre o stress hídrico e o fecho dos estomas.
• Relação entre o fecho dos estomas e a menor entrada
de CO2 pelos ostíolos o que condiciona a taxa
fotossintética.
Grupo XXII
1. Opção B.
2. Opção A.
3. Opção D.
4. Opção A.
5. Opção C.
6. Opção B.
7. E–A–B–D–C
8. Tópicos de resposta:
• Os GC podem conduzir à produção de cianeto.
• O cianeto, ao bloquear a cadeia respiratória, impede a
formação de ATP em quantidade elevada/suficiente para
a manutenção do metabolismo celular, o que justifica a
morte dos animais que ingerem estas plantas.
• Relação entre a morte dos animais e a diminuição do
consumo das plantas.
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