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Coplas para o meu rio

A tarde morrendo aos poucos


Reflete o sol no Uruguai
Quase na boca da noite
Mais um dia que se vai
Trazendo um silêncio largo
Onde meu canto se esvai

Junto à barranca do rio


Me chegam coplas sentidas
Cantando as coisas da terra
Contemplo a várzea estendia
Onde meus sonhos costeiros
Navegam no rio da vida

Meu canto ecoa liberto


Junto ao meu mundo costeiro
Herdei das águas por certo
O gosto chamameceiro
Ouvindo o murmúrio suave
Do velho rio caminheiro

Mirando estrelas cadentes


Minha alma se reconforta
E a lua tranqueando calma
No ermo da noite morta
Vem alumbrar o meu rancho
Por entre as frinchas da porta

Assim eu sigo meu rumo


Sem mágoa nem ilusão
Cantando coplas ao rio
Nas horas de solidão
Parceiro da liberdade
Que habita meu coração

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