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Matemática Discreta

5. Cardinalidades e Contagens

Laura Azevedo e Sónia Carvalho


Outline

1. Aplicações

2.Princı́pio do Pombal

2. Cardinalidade

3. Problemas básicos de contagem


::: Aplicações
Definição
Sejam A e B dois conjuntos. Uma aplicação f de A para B,
indica-se f : A → B, é uma correspondência que a cada elemento
a ∈ A faz corresponder um e um só elemento f (a) pertencente a
B.
::: Aplicações
Definição
Sejam A e B dois conjuntos. Uma aplicação f de A para B,
indica-se f : A → B, é uma correspondência que a cada elemento
a ∈ A faz corresponder um e um só elemento f (a) pertencente a
B. O elemento f (a) ∈ B diz-se a imagem de a por f .
::: Aplicações
Definição
Sejam A e B dois conjuntos. Uma aplicação f de A para B,
indica-se f : A → B, é uma correspondência que a cada elemento
a ∈ A faz corresponder um e um só elemento f (a) pertencente a
B. O elemento f (a) ∈ B diz-se a imagem de a por f .
::: Exemplos

Aplicação: Sim ou Não.

I Sem usar diagramas de Venn.Para m/n ∈ Q, n 6= 0 definimos

f (m/n) = m + n.
::: Exemplos

Aplicação: Sim ou Não.

I Sem usar diagramas de Venn.Para m/n ∈ Q, n 6= 0 definimos

f (m/n) = m + n.

I A relação binária que a cada aluno do ISEL faz corresponder a


marca do seu telemóvel.
::: Exemplos

Aplicação: Sim ou Não.

I Sem usar diagramas de Venn.Para m/n ∈ Q, n 6= 0 definimos

f (m/n) = m + n.

I A relação binária que a cada aluno do ISEL faz corresponder a


marca do seu telemóvel.
I A correpondência que a cada 2 naturais m, n faz corresponder
o seu mı́nimo múltiplo comum.
::: Exemplos

Aplicação: Sim ou Não.

I Sem usar diagramas de Venn.Para m/n ∈ Q, n 6= 0 definimos

f (m/n) = m + n.

I A relação binária que a cada aluno do ISEL faz corresponder a


marca do seu telemóvel.
I A correpondência que a cada 2 naturais m, n faz corresponder
o seu mı́nimo múltiplo comum.
I A correspondência que a cada digrafo faz corresponder o
número de vértices.
::: Exemplos

Aplicação: Sim ou Não.

I Sem usar diagramas de Venn.Para m/n ∈ Q, n 6= 0 definimos

f (m/n) = m + n.

I A relação binária que a cada aluno do ISEL faz corresponder a


marca do seu telemóvel.
I A correpondência que a cada 2 naturais m, n faz corresponder
o seu mı́nimo múltiplo comum.
I A correspondência que a cada digrafo faz corresponder o
número de vértices.
Obs:Uma aplicação é um caso particular de uma relação binária em
A × B.
::: Recordar: Injetiva e Sobrejetiva

Definição
Uma aplicacação f : A → B diz-se:

Recordem que uma aplicação bijetiva f admite inversa f −1 .

Iremos ver neste tema, que contar é o mesmo que estabelecer


bijeções entre conjuntos!
::: Recordar: Injetiva e Sobrejetiva

Definição
Uma aplicacação f : A → B diz-se:
I injetiva se elementos diferentes de A têm imagens diferentes
em B.

Recordem que uma aplicação bijetiva f admite inversa f −1 .

Iremos ver neste tema, que contar é o mesmo que estabelecer


bijeções entre conjuntos!
::: Recordar: Injetiva e Sobrejetiva

Definição
Uma aplicacação f : A → B diz-se:
I injetiva se elementos diferentes de A têm imagens diferentes
em B.
I sobrejetiva se todos os elementos de B são imagem de
algum elemento de A.

Recordem que uma aplicação bijetiva f admite inversa f −1 .

Iremos ver neste tema, que contar é o mesmo que estabelecer


bijeções entre conjuntos!
::: Recordar: Injetiva e Sobrejetiva

Definição
Uma aplicacação f : A → B diz-se:
I injetiva se elementos diferentes de A têm imagens diferentes
em B.
I sobrejetiva se todos os elementos de B são imagem de
algum elemento de A.
I bijetiva ou uma bijeção se é injetiva e sobrejetiva.
::: Recordar: Injetiva e Sobrejetiva

Definição
Uma aplicacação f : A → B diz-se:
I injetiva se elementos diferentes de A têm imagens diferentes
em B.
I sobrejetiva se todos os elementos de B são imagem de
algum elemento de A.
I bijetiva ou uma bijeção se é injetiva e sobrejetiva.

Recordem que uma aplicação bijetiva f admite inversa f −1 .


::: Recordar: Injetiva e Sobrejetiva

Definição
Uma aplicacação f : A → B diz-se:
I injetiva se elementos diferentes de A têm imagens diferentes
em B.
I sobrejetiva se todos os elementos de B são imagem de
algum elemento de A.
I bijetiva ou uma bijeção se é injetiva e sobrejetiva.

Recordem que uma aplicação bijetiva f admite inversa f −1 .

Iremos ver neste tema, que contar é o mesmo que estabelecer


bijeções entre conjuntos!
::: Exemplos: Injetividade e Sobrejetividade
::: Exemplos: Injetividade e Sobrejetividade

TPC: Arranjar exemplos de funções reais de variável real para as 4


situações distintas
:::Princı́pio do Pombal
:::Princı́pio do Pombal

Enunciamos a seguir um princı́pio, conhecido por vários nomes.


:::Princı́pio do Pombal

Enunciamos a seguir um princı́pio, conhecido por vários nomes.


Princı́pio de Dirichlet, dos cacifos ou do pombal Sejam m e n
dois naturais, com m > n. Então não existe nenhuma aplicação
injetiva f : [m] → [n].
:::Princı́pio do Pombal

Enunciamos a seguir um princı́pio, conhecido por vários nomes.


Princı́pio de Dirichlet, dos cacifos ou do pombal Sejam m e n
dois naturais, com m > n. Então não existe nenhuma aplicação
injetiva f : [m] → [n].
:::Pombos, cartas, meias, cabelos, objetos...

Tomemos dois números m maior do que n.


:::Pombos, cartas, meias, cabelos, objetos...

Tomemos dois números m maior do que n.


I Se um carteiro faz a distribuição diária numa rua onde há n
caixas de correio (ou cacifos), e levar m cartas , então alguma
das caixas de correio receberá pelo menos duas cartas.
:::Pombos, cartas, meias, cabelos, objetos...

Tomemos dois números m maior do que n.


I Se um carteiro faz a distribuição diária numa rua onde há n
caixas de correio (ou cacifos), e levar m cartas , então alguma
das caixas de correio receberá pelo menos duas cartas.
I Se houver m pombos que se querem instalar num pombal com
n casinhas , necessariamente terá de haver uma casinha com
mais do que um pombo.
:::Pombos, cartas, meias, cabelos, objetos...

Tomemos dois números m maior do que n.


I Se um carteiro faz a distribuição diária numa rua onde há n
caixas de correio (ou cacifos), e levar m cartas , então alguma
das caixas de correio receberá pelo menos duas cartas.
I Se houver m pombos que se querem instalar num pombal com
n casinhas , necessariamente terá de haver uma casinha com
mais do que um pombo.

Se existirem n+1 t-shirts para


arrumar em n gavetas , há
gavetas com mais do que uma
t-shirt.
:::Pombos, cartas, meias, cabelos, objetos...

Tomemos dois números m maior do que n.


I Se um carteiro faz a distribuição diária numa rua onde há n
caixas de correio (ou cacifos), e levar m cartas , então alguma
das caixas de correio receberá pelo menos duas cartas.
I Se houver m pombos que se querem instalar num pombal com
n casinhas , necessariamente terá de haver uma casinha com
mais do que um pombo.

Se existirem n+1 t-shirts para


arrumar em n gavetas , há
gavetas com mais do que uma
t-shirt.
:::Exemplos

1. Sabiam que em Lisboa existem pelo menos 2 pessoas que


têm exatamente a mesma quantidade de cabelos na cabeça?

Em cada um destes exemplos o que são os pombos (objetos)? O


que são as casinhas (imagens)?
Dica importante: Em Lisboa tem cerca de 550 mil habitantes (fora
a população que entra em Lisboa todos os dias) e ninguém tem
mais de 500 mil cabelos na cabeça.
:::Exemplos

1. Sabiam que em Lisboa existem pelo menos 2 pessoas que


têm exatamente a mesma quantidade de cabelos na cabeça?
2. Que nesta turma há dois alunos nasceram no mesmo mês e
2 alunos têm o mesmo signo.

Em cada um destes exemplos o que são os pombos (objetos)? O


que são as casinhas (imagens)?
Dica importante: Em Lisboa tem cerca de 550 mil habitantes (fora
a população que entra em Lisboa todos os dias) e ninguém tem
mais de 500 mil cabelos na cabeça.
:::Exemplos

1. Sabiam que em Lisboa existem pelo menos 2 pessoas que


têm exatamente a mesma quantidade de cabelos na cabeça?
2. Que nesta turma há dois alunos nasceram no mesmo mês e
2 alunos têm o mesmo signo.
3. Se lançar um dado 7 vezes, existem pelo menos 2
lançamentos em que o número de pintas foi igual.
:::Exemplos

1. Sabiam que em Lisboa existem pelo menos 2 pessoas que


têm exatamente a mesma quantidade de cabelos na cabeça?
2. Que nesta turma há dois alunos nasceram no mesmo mês e
2 alunos têm o mesmo signo.
3. Se lançar um dado 7 vezes, existem pelo menos 2
lançamentos em que o número de pintas foi igual.

Em cada um destes exemplos o que são os pombos (objetos)? O


que são as casinhas (imagens)?
:::Exemplos

1. Sabiam que em Lisboa existem pelo menos 2 pessoas que


têm exatamente a mesma quantidade de cabelos na cabeça?
2. Que nesta turma há dois alunos nasceram no mesmo mês e
2 alunos têm o mesmo signo.
3. Se lançar um dado 7 vezes, existem pelo menos 2
lançamentos em que o número de pintas foi igual.

Em cada um destes exemplos o que são os pombos (objetos)? O


que são as casinhas (imagens)?
Dica importante: Em Lisboa tem cerca de 550 mil habitantes (fora
a população que entra em Lisboa todos os dias) e ninguém tem
mais de 500 mil cabelos na cabeça.
::: Atenção: nem tudo se pode concluir!

Voltando aos exemplos já dados.. Não podemos tirar conclusões


sobre:
::: Atenção: nem tudo se pode concluir!

Voltando aos exemplos já dados.. Não podemos tirar conclusões


sobre:
I Quais são os alunos ou qual o mês/meses que se repetem.
Nem mesmo se são 2 ou mais!
::: Atenção: nem tudo se pode concluir!

Voltando aos exemplos já dados.. Não podemos tirar conclusões


sobre:
I Quais são os alunos ou qual o mês/meses que se repetem.
Nem mesmo se são 2 ou mais!
I Qual o número de pintas repetido? Em que lançamentos
houve repetição?
::: Atenção: nem tudo se pode concluir!

Voltando aos exemplos já dados.. Não podemos tirar conclusões


sobre:
I Quais são os alunos ou qual o mês/meses que se repetem.
Nem mesmo se são 2 ou mais!
I Qual o número de pintas repetido? Em que lançamentos
houve repetição?
I Quantos pombos ficam na mesma casinha?
::: Atenção: nem tudo se pode concluir!

Voltando aos exemplos já dados.. Não podemos tirar conclusões


sobre:
I Quais são os alunos ou qual o mês/meses que se repetem.
Nem mesmo se são 2 ou mais!
I Qual o número de pintas repetido? Em que lançamentos
houve repetição?
I Quantos pombos ficam na mesma casinha?
I Quantas cartas ficam na mesma morada?Qual a morada?
::: Atenção: nem tudo se pode concluir!

Voltando aos exemplos já dados.. Não podemos tirar conclusões


sobre:
I Quais são os alunos ou qual o mês/meses que se repetem.
Nem mesmo se são 2 ou mais!
I Qual o número de pintas repetido? Em que lançamentos
houve repetição?
I Quantos pombos ficam na mesma casinha?
I Quantas cartas ficam na mesma morada?Qual a morada?
::: Princı́pio do Pombal generalizado

Se m for suficientemente grande podemos tirar (melhores) outras


conclusões.
::: Princı́pio do Pombal generalizado

Se m for suficientemente grande podemos tirar (melhores) outras


conclusões.

Generalizando... Sejam m, n e k números naturais, com m > kn.

Confuso?
::: Princı́pio do Pombal generalizado

Se m for suficientemente grande podemos tirar (melhores) outras


conclusões.

Generalizando... Sejam m, n e k números naturais, com m > kn.


Então não existe nenhuma aplicação injetiva f : [m] → [n]. Para
além disso, podemos concluir que existem pelo menos k +1 objetos
com a mesma imagem.
::: Princı́pio do Pombal generalizado

Se m for suficientemente grande podemos tirar (melhores) outras


conclusões.

Generalizando... Sejam m, n e k números naturais, com m > kn.


Então não existe nenhuma aplicação injetiva f : [m] → [n]. Para
além disso, podemos concluir que existem pelo menos k +1 objetos
com a mesma imagem.

Confuso?
::: Princı́pio do Pombal generalizado-exemplo
Numa mão de 10 cartas existem pelo menos 3 cartas do mesmo
naipe!
::: Princı́pio do Pombal generalizado-exemplo
Numa mão de 10 cartas existem pelo menos 3 cartas do mesmo
naipe!
Neste exemplo temos uma aplicação que a cada carta (m = 10)
faz corresponder o seu naipe (n = 4).

f : [10] 7−→ [4].


::: Princı́pio do Pombal generalizado-exemplo
Numa mão de 10 cartas existem pelo menos 3 cartas do mesmo
naipe!
Neste exemplo temos uma aplicação que a cada carta (m = 10)
faz corresponder o seu naipe (n = 4).

f : [10] 7−→ [4].


Ora, 10 > 4 × 2. Ou seja k = 2.
::: Princı́pio do Pombal generalizado-exemplo
Numa mão de 10 cartas existem pelo menos 3 cartas do mesmo
naipe!
Neste exemplo temos uma aplicação que a cada carta (m = 10)
faz corresponder o seu naipe (n = 4).

f : [10] 7−→ [4].


Ora, 10 > 4 × 2. Ou seja k = 2. Aplicando a generalização do
princı́pio do pombal, podemos concluir que existe pelo menos
k + 1 = 3 cartas com o mesmo naipe!
Agora com um desenho...
::: Princı́pio do Pombal generalizado-exemplo
Numa mão de 10 cartas existem pelo menos 3 cartas do mesmo
naipe!
Neste exemplo temos uma aplicação que a cada carta (m = 10)
faz corresponder o seu naipe (n = 4).

f : [10] 7−→ [4].


Ora, 10 > 4 × 2. Ou seja k = 2. Aplicando a generalização do
princı́pio do pombal, podemos concluir que existe pelo menos
k + 1 = 3 cartas com o mesmo naipe!
Agora com um desenho...
::: Problemas e mais problemas
I Vamos pintar 100 casas com 9 cores. No mı́nimo, quantas
casas terão a mesma cor?
I Quantas cartas devemos tirar do baralho para garantir que
pelo menos 6 são do mesmo naipe?
I Prove que numa turma de 41 alunos:
1. Pelo menos 4 nasceram no mesmo mês.
2. Existem 2 em que o nome começa pela mesma letra.
3. Pelo menos 11 preferem a mesma estação do ano.
::: Cardinal

Este princı́pio permite-nos definir conjunto finito, e a sua


cardinalidade, usando o conjunto [n] como modelo.
::: Cardinal

Este princı́pio permite-nos definir conjunto finito, e a sua


cardinalidade, usando o conjunto [n] como modelo.

Definição
Um conjunto A diz-se finito se existir algum n tal que há uma
bijeção A → [n]. Neste caso, A tem n elementos, e dizemos que
A tem cardinalidade n, denotando

|A| = n ou #A = n.
::: Cardinal

Este princı́pio permite-nos definir conjunto finito, e a sua


cardinalidade, usando o conjunto [n] como modelo.

Definição
Um conjunto A diz-se finito se existir algum n tal que há uma
bijeção A → [n]. Neste caso, A tem n elementos, e dizemos que
A tem cardinalidade n, denotando

|A| = n ou #A = n.

Theorem
Dois conjuntos finitos têm a mesma cardinalidade se houver entre
eles uma bijeção.
::: Vamos contar

Contar é a arte de estabelecer bijeções.


::: Vamos contar

Contar é a arte de estabelecer bijeções.

Com efeito os problemas de contagem podem reduzir-se muitas


vezes a estabelecer uma bijeção entre dois conjuntos:
um conjunto A cujos elementos queremos contar e
um conjunto B que sabemos quantos elementos tem.
::: Vamos contar

Contar é a arte de estabelecer bijeções.

Com efeito os problemas de contagem podem reduzir-se muitas


vezes a estabelecer uma bijeção entre dois conjuntos:
um conjunto A cujos elementos queremos contar e
um conjunto B que sabemos quantos elementos tem.
::: Problemas básicos de contagens

Relembramos que o produto cartesiano dos conjuntos A e B é o


conjunto formado por todos os pares ordenados em que o primeiro
elemento pertence a A e o segundo pertence a B.

A × B = {(a, b) : a ∈ A, b ∈ B}.
::: Problemas básicos de contagens

Relembramos que o produto cartesiano dos conjuntos A e B é o


conjunto formado por todos os pares ordenados em que o primeiro
elemento pertence a A e o segundo pertence a B.

A × B = {(a, b) : a ∈ A, b ∈ B}.

A união disjunta será denotada por A t B ou A ] B.

Proposição
Sejam A e B conjuntos finitos.
::: Problemas básicos de contagens

Relembramos que o produto cartesiano dos conjuntos A e B é o


conjunto formado por todos os pares ordenados em que o primeiro
elemento pertence a A e o segundo pertence a B.

A × B = {(a, b) : a ∈ A, b ∈ B}.

A união disjunta será denotada por A t B ou A ] B.

Proposição
Sejam A e B conjuntos finitos.
I Se A e B forem disjuntos, então |A t B| = |A| + |B|.
::: Problemas básicos de contagens

Relembramos que o produto cartesiano dos conjuntos A e B é o


conjunto formado por todos os pares ordenados em que o primeiro
elemento pertence a A e o segundo pertence a B.

A × B = {(a, b) : a ∈ A, b ∈ B}.

A união disjunta será denotada por A t B ou A ] B.

Proposição
Sejam A e B conjuntos finitos.
I Se A e B forem disjuntos, então |A t B| = |A| + |B|.
I |A × B| = |A| × |B|.
::: Arranjos simples e completos
Vamos notar n! = n × (n − 1) × (n − 2) × . . . × 3 × 2. Por
convenção, tomamos 0! = 1.
::: Arranjos simples e completos
Vamos notar n! = n × (n − 1) × (n − 2) × . . . × 3 × 2. Por
convenção, tomamos 0! = 1.

Proposição
Seja A um conjunto finito com n elementos.
Chamamos arranjos completos ou com repetição às listas
ordenadas de k elementos de A, isto é, aos elementos de Ak . O
seu número é
n 0
Ak = nk
::: Arranjos simples e completos
Vamos notar n! = n × (n − 1) × (n − 2) × . . . × 3 × 2. Por
convenção, tomamos 0! = 1.

Proposição
Seja A um conjunto finito com n elementos.
Chamamos arranjos completos ou com repetição às listas
ordenadas de k elementos de A, isto é, aos elementos de Ak . O
seu número é
n 0
Ak = nk
Chamamos arranjos simples ou sem repetição às listas
ordenadas de elementos de A, sem repetições. O seu número é

n n!
Ak = n(n − 1)(n − 2) . . . (n − k + 1) =
(n − k)!
::: Arranjos simples e completos
Vamos notar n! = n × (n − 1) × (n − 2) × . . . × 3 × 2. Por
convenção, tomamos 0! = 1.

Proposição
Seja A um conjunto finito com n elementos.
Chamamos arranjos completos ou com repetição às listas
ordenadas de k elementos de A, isto é, aos elementos de Ak . O
seu número é
n 0
Ak = nk
Chamamos arranjos simples ou sem repetição às listas
ordenadas de elementos de A, sem repetições. O seu número é

n n!
Ak = n(n − 1)(n − 2) . . . (n − k + 1) =
(n − k)!

Se n = k estes arranjos chamam-se permutações dos elementos


de A, e o seu número é n!.
::: Vamos praticar!

Consideremos o conjunto dos números não negativos menores que


10000.
::: Vamos praticar!

Consideremos o conjunto dos números não negativos menores que


10000.
1. Quantos destes números têm exatamente um 5?
A resposta é 4 × 9 × 9 × 9 = 4 × 93 .
::: Vamos praticar!

Consideremos o conjunto dos números não negativos menores que


10000.
1. Quantos destes números têm exatamente um 5?
A resposta é 4 × 9 × 9 × 9 = 4 × 93 .
2. E quantos destes números têm pelo menos um cinco? Apa-
rentemente, bastaria substituir os números 9 por 10 na questão
anterior, para possibilitar a escolha do 5 nas restantes posições, e
a resposta seria 5 × 103 — mas esta resposta está errada!
::: Vamos praticar!

Consideremos o conjunto dos números não negativos menores que


10000.
1. Quantos destes números têm exatamente um 5?
A resposta é 4 × 9 × 9 × 9 = 4 × 93 .
2. E quantos destes números têm pelo menos um cinco? Apa-
rentemente, bastaria substituir os números 9 por 10 na questão
anterior, para possibilitar a escolha do 5 nas restantes posições, e
a resposta seria 5 × 103 — mas esta resposta está errada!
Sugestão: Passar ao complementar!
::: Voltando às partes de A
Já vimos que P(A) é o conjunto dos subconjuntos de A, também
chamado o conjunto das partes de A e que o seu cardinal é igual a
P(A) = 2#A .
::: Voltando às partes de A
Já vimos que P(A) é o conjunto dos subconjuntos de A, também
chamado o conjunto das partes de A e que o seu cardinal é igual a
P(A) = 2#A .

Para k ≤ n, notamos por Pk (A) o conjunto dos subconjuntos de


A que têm k elementos.
::: Voltando às partes de A
Já vimos que P(A) é o conjunto dos subconjuntos de A, também
chamado o conjunto das partes de A e que o seu cardinal é igual a
P(A) = 2#A .

Para k ≤ n, notamos por Pk (A) o conjunto dos subconjuntos de


A que têm k elementos.

Exemplo. Se A = [3], então


P([3]) = {∅, {1}, {2}, {3}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, {1, 2, 3}}
::: Voltando às partes de A
Já vimos que P(A) é o conjunto dos subconjuntos de A, também
chamado o conjunto das partes de A e que o seu cardinal é igual a
P(A) = 2#A .

Para k ≤ n, notamos por Pk (A) o conjunto dos subconjuntos de


A que têm k elementos.

Exemplo. Se A = [3], então


P([3]) = {∅, {1}, {2}, {3}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, {1, 2, 3}}

P0 ([3]) = {∅} P1 (A) = {{1}, {2}, {3}}


::: Voltando às partes de A
Já vimos que P(A) é o conjunto dos subconjuntos de A, também
chamado o conjunto das partes de A e que o seu cardinal é igual a
P(A) = 2#A .

Para k ≤ n, notamos por Pk (A) o conjunto dos subconjuntos de


A que têm k elementos.

Exemplo. Se A = [3], então


P([3]) = {∅, {1}, {2}, {3}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, {1, 2, 3}}

P0 ([3]) = {∅} P1 (A) = {{1}, {2}, {3}}

P2 ([3]) = {{1, 2}, {1, 3}, {2, 3}} P3 ([3]) = {{1, 2, 3}}
::: Voltando às partes de A
Já vimos que P(A) é o conjunto dos subconjuntos de A, também
chamado o conjunto das partes de A e que o seu cardinal é igual a
P(A) = 2#A .

Para k ≤ n, notamos por Pk (A) o conjunto dos subconjuntos de


A que têm k elementos.

Exemplo. Se A = [3], então


P([3]) = {∅, {1}, {2}, {3}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, {1, 2, 3}}

P0 ([3]) = {∅} P1 (A) = {{1}, {2}, {3}}

P2 ([3]) = {{1, 2}, {1, 3}, {2, 3}} P3 ([3]) = {{1, 2, 3}}
::: Triângulo de Pascal
::: Subconjuntos e números binomiais

Proposição (Subconjuntos e números binomiais)


Seja A um conjunto com n elementos. Então o número de
combinações de k elementos de A, isto é, o número de
subconjuntos de A com k elementos é
 
n n n!
Ck = = |Pk (A)| =
k k!(n − k)!
::: Subconjuntos e números binomiais

Proposição (Subconjuntos e números binomiais)


Seja A um conjunto com n elementos. Então o número de
combinações de k elementos de A, isto é, o número de
subconjuntos de A com k elementos é
 
n n n!
Ck = = |Pk (A)| =
k k!(n − k)!
::: Exercı́cios

Sejam A e B dois conjuntos.


Sabendo que |A| = 4 e |B| = 7, o que podemos dizer sobre...
::: Exercı́cios

Sejam A e B dois conjuntos.


Sabendo que |A| = 4 e |B| = 7, o que podemos dizer sobre...

1. |A2 | e |A × B|.
2. O número de subconjuntos do conjunto A com 2 elementos?
E do conjunto B?
3. O número de sequências do conjunto A com comprimento 7.
4. |P(A)|.
5. |A ∪ B| e |A ∩ B|.
::: Subconjuntos vs. sequências

Notamos que sequências com os mesmos elementos ordenados de


maneira diferente são diferentes : (1, 2, 2) 6= (2, 1, 1) e
(1, 2, 3) 6= (3, 2, 1). Isto é: nas sequências a ordem é importante,
podendo haver repetições ou não.
::: Subconjuntos vs. sequências

Notamos que sequências com os mesmos elementos ordenados de


maneira diferente são diferentes : (1, 2, 2) 6= (2, 1, 1) e
(1, 2, 3) 6= (3, 2, 1). Isto é: nas sequências a ordem é importante,
podendo haver repetições ou não.
I matrı́culas
::: Subconjuntos vs. sequências

Notamos que sequências com os mesmos elementos ordenados de


maneira diferente são diferentes : (1, 2, 2) 6= (2, 1, 1) e
(1, 2, 3) 6= (3, 2, 1). Isto é: nas sequências a ordem é importante,
podendo haver repetições ou não.
I matrı́culas
I posar para um fotografia
::: Subconjuntos vs. sequências

Notamos que sequências com os mesmos elementos ordenados de


maneira diferente são diferentes : (1, 2, 2) 6= (2, 1, 1) e
(1, 2, 3) 6= (3, 2, 1). Isto é: nas sequências a ordem é importante,
podendo haver repetições ou não.
I matrı́culas
I posar para um fotografia
I sucessivamente
::: Subconjuntos vs. sequências

Notamos que sequências com os mesmos elementos ordenados de


maneira diferente são diferentes : (1, 2, 2) 6= (2, 1, 1) e
(1, 2, 3) 6= (3, 2, 1). Isto é: nas sequências a ordem é importante,
podendo haver repetições ou não.
I matrı́culas
I posar para um fotografia
I sucessivamente
No caso dos subconjuntos, a ordem não importa e não há
repetições. Por exemplo, {1, 2, 3} = {3, 2, 1} = {1, 3, 2}.
::: Subconjuntos vs. sequências

Notamos que sequências com os mesmos elementos ordenados de


maneira diferente são diferentes : (1, 2, 2) 6= (2, 1, 1) e
(1, 2, 3) 6= (3, 2, 1). Isto é: nas sequências a ordem é importante,
podendo haver repetições ou não.
I matrı́culas
I posar para um fotografia
I sucessivamente
No caso dos subconjuntos, a ordem não importa e não há
repetições. Por exemplo, {1, 2, 3} = {3, 2, 1} = {1, 3, 2}.
I comissões/grupos (sem cargos distintos)
::: Subconjuntos vs. sequências

Notamos que sequências com os mesmos elementos ordenados de


maneira diferente são diferentes : (1, 2, 2) 6= (2, 1, 1) e
(1, 2, 3) 6= (3, 2, 1). Isto é: nas sequências a ordem é importante,
podendo haver repetições ou não.
I matrı́culas
I posar para um fotografia
I sucessivamente
No caso dos subconjuntos, a ordem não importa e não há
repetições. Por exemplo, {1, 2, 3} = {3, 2, 1} = {1, 3, 2}.
I comissões/grupos (sem cargos distintos)
I mãos de cartas
::: Subconjuntos vs. sequências

Notamos que sequências com os mesmos elementos ordenados de


maneira diferente são diferentes : (1, 2, 2) 6= (2, 1, 1) e
(1, 2, 3) 6= (3, 2, 1). Isto é: nas sequências a ordem é importante,
podendo haver repetições ou não.
I matrı́culas
I posar para um fotografia
I sucessivamente
No caso dos subconjuntos, a ordem não importa e não há
repetições. Por exemplo, {1, 2, 3} = {3, 2, 1} = {1, 3, 2}.
I comissões/grupos (sem cargos distintos)
I mãos de cartas
I simultaneamente
::: Exemplo: contar aplicações

Seja f : [7] 7−→ [10] queremos contar quantas aplicações existem


nestas condições.
::: Exemplo: contar aplicações

Seja f : [7] 7−→ [10] queremos contar quantas aplicações existem


nestas condições.
Para cada um dos 7 objetos temos que escolher uma das 10
imagens disponı́veis. Contar aplicações é o mesmo que contar
sequências.

I sem restrições: 107


::: Exemplo: contar aplicações

Seja f : [7] 7−→ [10] queremos contar quantas aplicações existem


nestas condições.
Para cada um dos 7 objetos temos que escolher uma das 10
imagens disponı́veis. Contar aplicações é o mesmo que contar
sequências.

I sem restrições: 107


I injetivas: 10 × 9 × 8 × 7 × 6 × 5 × 4
::: Exemplo: contar aplicações

Seja f : [7] 7−→ [10] queremos contar quantas aplicações existem


nestas condições.
Para cada um dos 7 objetos temos que escolher uma das 10
imagens disponı́veis. Contar aplicações é o mesmo que contar
sequências.

I sem restrições: 107


I injetivas: 10 × 9 × 8 × 7 × 6 × 5 × 4
I sobrejetivas : 0
::: Exemplo: contar aplicações

Seja f : [7] 7−→ [10] queremos contar quantas aplicações existem


nestas condições.
Para cada um dos 7 objetos temos que escolher uma das 10
imagens disponı́veis. Contar aplicações é o mesmo que contar
sequências.

I sem restrições: 107


I injetivas: 10 × 9 × 8 × 7 × 6 × 5 × 4
I sobrejetivas : 0
:TPC: E se f : [10] 7−→ [7] e g : [7] 7−→ [7] ?
::: Anagramas
Anagrama é uma palavra ou frase que é construı́da através da
mudança de posição de TODAS as letras de uma outra palavra ou
frase. Com origem no grego, o prefixo ana indica regressar ou
repetir e gramma significa palavra.
::: Anagramas
Anagrama é uma palavra ou frase que é construı́da através da
mudança de posição de TODAS as letras de uma outra palavra ou
frase. Com origem no grego, o prefixo ana indica regressar ou
repetir e gramma significa palavra.
::: Anagramas
Anagrama é uma palavra ou frase que é construı́da através da
mudança de posição de TODAS as letras de uma outra palavra ou
frase. Com origem no grego, o prefixo ana indica regressar ou
repetir e gramma significa palavra.
Contar anagramas

Quantos anagramas tem a palavra?


Contar anagramas

Quantos anagramas tem a palavra?

1. PORTUGAL R: 8!
Contar anagramas

Quantos anagramas tem a palavra?

1. PORTUGAL R: 8!
2. 1111111111111 ou AAAAAAAAAAAAAA R:1
Contar anagramas

Quantos anagramas tem a palavra?

1. PORTUGAL R: 8!
2. 1111111111111 ou AAAAAAAAAAAAAA R:1
3. MATEMATICA repetições=sobrecontagem
Contar anagramas

Quantos anagramas tem a palavra?

1. PORTUGAL R: 8!
2. 1111111111111 ou AAAAAAAAAAAAAA R:1
3. MATEMATICA repetições=sobrecontagem
A forma de eliminar os casos em que contamos mais do que uma
vez a mesma palavra é divindo pelo fatorial das repetições
10!
2!2!3!
2−M 2−T 3 − A.
::: Contar anagramas

Proposição (Anagramas e números multinomiais)


Considere-se x, uma sequência de comprimento n cujas entradas
são os elementos do conjunto {x1 , . . . , xk }. Para cada i, seja ni o
número de vezes que xi aparece na sequência x.
::: Contar anagramas

Proposição (Anagramas e números multinomiais)


Considere-se x, uma sequência de comprimento n cujas entradas
são os elementos do conjunto {x1 , . . . , xk }. Para cada i, seja ni o
número de vezes que xi aparece na sequência x.Definimos
 
n
n1 , n2 , . . . , nk

como sendo o número de sequências de comprimento n com os


mesmos elementos de x (anagramas da sequência x). Então:
::: Contar anagramas

Proposição (Anagramas e números multinomiais)


Considere-se x, uma sequência de comprimento n cujas entradas
são os elementos do conjunto {x1 , . . . , xk }. Para cada i, seja ni o
número de vezes que xi aparece na sequência x.Definimos
 
n
n1 , n2 , . . . , nk

como sendo o número de sequências de comprimento n com os


mesmos elementos de x (anagramas da sequência x). Então:
       
n n n − n1 n − n1 − n2 nk
= ...
n1 , n2 , . . . , nk n1 n2 n3 nk
n!
=
n1 !n2 ! . . . nk !

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