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Referência: Joel 2.

12-17

A misericórdia do Senhor - A restauração do povo de Deus

INTRODUÇÃO

Domingo passado começamos a exposição do livro do profeta Joel, ele se


encontra nos livros denominados de profetas menores

São chamados assim por serem mais resumidos em seu conteúdo...

Os profetas menores são absolutamente relevantes para nossa época.

Sua mensagem é oportuna é urgentíssima e contundente...

Embora o seu registro tenha mais de 2500 anos, esses registros são
atemporais, se aplica a qualquer época

A mensagem do profeta Joel nos traz a exortação de Deus para o seu


povo, para sua igreja.

Vimos no primeiro capítulo que o profeta chama o povo de Deus ao


arrependimento para que possa escapar do juízo.

e desfrutar das bênçãos trazidas com a chegada do Dia do Senhor.

O profeta Joel, é identificado apenas como Joel filho de Petuel, (1.1) o


livro não dá nenhuma outra informação sobre ele.

Em toda a Bíblia só encontramos 2 registros do profeta, Joel 1.1 e Atos


2.16

O nome Joel significa o Senhor é Deus. Seu nome é uma confissão de fé


dada pelos seus pais.

Na cultura hebraica os nomes eram escolhidos pelo significado espiritual.

O seu nome demostra o Deus da aliança...

Joel pertence a classe sacerdotal, vimos em sua mensagem de juízo e


convocação da nação ao arrependimento.

Ele exerceu o seu ministério em Jerusalém. É a essa cidade que ele se


dirige
A igreja é tão diferente do mundo como a luz é diferente das trevas.

A igreja não foi chamada para ser influenciada pelo mundo. Ela não foi
chamada para imitar o mundo.

O pecado atrai a ira santa de Deus. O pecado provoca o juízo de Deus.

No capítulo 1º Joel toca as trombetas de alarme para avisar o povo sobre


o exército destruidor de gafanhotos

A mensagem de Joel cresce da calamidade nacional, a invasão da praga de


gafanhotos, junto com a terrível seca,

a combinação dos dois eventos trouxe escassez absoluta a terra.

O profeta tem uma mensagem para o povo de Judá, pois viu nessas
calamidades a mão disciplinadora do Senhor por causa dos pecados do
povo.

O profeta Joel está tocando a trombeta do juízo de Deus pela 2ª vez aqui
no capítulo 2

Os gafanhotos, a seca, a fome e os exércitos invasores estão assolando


Israel. Essa trombeta fala do juízo de Deus.

Dessa vez para chamar a congregação ao jejum, à oração e à confissão dos


pecados.

E isso não é para ser um mero rasgar de roupas exterior, mas antes, um
rasgar do coração. Como nos diz o verso 13

No primeiro capítulo 1.13, Joel chamou apenas os sacerdotes à oração;


agora no capitulo 2.16, ele convoca todos a jejuar.

Sem dúvida lembra da profecia de 2 Crônicas 7.14

“se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me
buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos
céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”. 2 Crônicas 7:14

O arrependimento é o único caminho da restauração.


Tema: A misericórdia do Senhor - A restauração do povo de Deus

1º lugar - A RESTAURAÇÃO COMEÇA COM A CONSCIÊNCIA DA CRISE


QUE NOS CERCA – 2.12

O profeta Joel entende que a crise é resultado do pecado do povo e do


juízo de Deus contra o pecado.

O arrependimento é o único caminho da restauração.

O vs 12 “... diz o Senhor: Convertei-vos a mim”

Encontramos aqui o verdadeiro milagre da graça, pois o ofendido (Deus)


é aquele que busca a restauração do ofensor;

O ofendido é quem convida o transgressor a renunciar sua


desobediência...

A expressão convertei evoca o relacionamento pactual. O povo de Deus é


como o filho pródigo que precisa voltar ao lar do Pai celestial

não basta cair em si, é preciso voltar para casa. Não basta ter convicção
do pecado, é preciso voltar para Deus...

não há restauração espiritual sem volta para Deus, não é apenas um


retorno aos rituais do templo, mas a uma relação pessoal com Deus.

O povo judeu tinha uma relação mística com o templo, fizeram dele um
ídolo como nos diz o profeta Jeremias (Jr 7.1-5)
“Palavra que da parte do Senhor foi dita a Jeremias: Põe-te à porta da
Casa do Senhor, e proclama ali esta palavra, e dize: Ouvi a palavra do
Senhor, todos de Judá, vós, os que entrais por estas portas, para
adorardes ao Senhor. Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel:
Emendai os vossos caminhos e as vossas obras, e eu vos farei habitar
neste lugar. Não confieis em palavras falsas, dizendo: Templo do Senhor,
templo do Senhor, templo do Senhor é este; Mas, se deveras emendardes
os vossos caminhos e as vossas obras, se deveras praticardes a justiça,
cada um com o seu próximo”.

A confiança deles estava no templo e não no Senhor do templo.

O povo havia substituído o relacionamento pessoal com Deus pelos rituais


religiosos.

Hoje, semelhantemente, muitas vezes, substituímos Deus, pelas obras...


Vida aos pés de Deus, precede trabalho para Deus. Há muito ativismo e
pouco quebrantamento e busca sincera do Senhor...

Deus não se impressiona com formas, com programas, com ritos, com
cerimônias.

Ele busca um povo santo, piedosos, fiel.

2º lugar - A RESTAURAÇÃO VEM COMO RESULTADO DE UMA VOLTA


PARA DEUS – v. 12-17
Qual é o processo dessa volta para Deus?

É uma volta para uma relação pessoal com Deus – v. 12 “Convertei-vos a


mim, de todo o vosso coração”
v.13
“Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao
Senhor, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio
em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.”

O povo de Judá estava endurecido e indiferente à voz de Deus. Como


ébrios(bêbados), eles faziam troça das advertências de Deus.

Viviam para os seus prazeres, e não se importavam com as exortações do


Senhor.

O caminho da restauração é aberto quando voltamos as costas para o


pecado e a face para Deus. O Salmo 51:15-18

“Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará os teus


louvores. Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria;
e não te agradas de holocaustos. Sacrifícios agradáveis a Deus são o
espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o
desprezarás, ó Deus. Faze bem a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica
os muros de Jerusalém”.

Não é apenas um retorno à igreja, à doutrina, a uma vida moral pura, mas
uma volta para uma relação pessoal com Deus.

Os fariseus amavam mais a religião do que a Deus. Eles estavam mais


apegados aos costumes religiosos do que a comunhão com o SENHOR.

A maior prioridade da nossa vida é Deus. Fomos criados para glorificarmos


a Deus e desfrutarmos da sua intimidade.
Temos muita religiosidade e muito pouca intimidade com Deus.
Conhecemos muito acerca de Deus, e muito pouco a Deus.

Há muitos que promete o que não deseja cumprir.

Honra a Deus apenas com os lábios, nega-o com sua vida, e, não entrega a
ele o coração.

Muitos se voltam para Deus na hora que as coisas apertam. Só lembram


do Senhor na hora da dificuldade...

A isso chamamos de fé utilitarista... a motivação da busca não está em


Deus, mas neles mesmos e no que podem receber...

v. 12 “Convertei-vos a mim, de todo o vosso coração”


É uma volta com sinceridade para Deus

O amor deles é como o orvalho, logo se dissipa.

Cantamos hinos de consagração, mas não nos consagramos ao Senhor.

Cantamos “tudo a ti Jesus entrego, tudo, tudo entregarei”

Honramos a Deus com os nossos lábios, mas o negamos com as nossas


obras.

Deus não aceita apenas uma religião formal, um verniz espiritual.


“Rasgai o vosso coração... e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus... ele é
misericordioso, e compassivo...

3º lugar - A RESTAURAÇÃO VEM COM QUEBRANTAMENTO PARA


DEUS
Vs 14-15“Quem sabe se não se voltará, e se arrependerá, e deixará após
si uma bênção, uma oferta de manjares e libação para o Senhor, vosso
Deus?
Tocai a trombeta em Sião, promulgai um santo jejum, proclamai uma
assembleia solene.”

Jejum não é greve de fome, não é regime para emagrecer, não é uma
disciplina de autocontrole.

O jejum é instrumento de mudança. Ele muda a nós, não a Deus.

Para Deus não é suficiente apenas estar na igreja, ter um culto animado.
É preciso ter um coração rasgado, quebrantado, arrependido e
transformado.

Devemos jejuar para reconhecermos a falência dos nossos recursos.

Devemos jejuar para buscarmos o socorro de Deus.

Como é triste ver pessoas que passam a vida toda na igreja e nunca foram
quebrantadas.

Fazem alarde da sinceridade, mas interiormente são hipócritas. Advogam


fidelidade, mas no íntimo são infiéis.

Quem jejua está ansioso por ver a intervenção Divina.

Josafá convocou a nação de Judá para jejuar e Deus libertou o seu povo
das mãos do adversário.

Nínive jejuou e Deus lhe concedeu libertação/salvação.

Ester jejuou com o seu povo e Deus poupou a nação de um holocausto.

O povo de Deus precisa derramar lágrimas. “com choro e com pranto” se


quebrantar... Não choramos porque estamos endurecidos.

Temos chorado como Pedro por causa do nosso próprio pecado de negar
o Senhor?

Temos chorado como Jesus ao ver a impenitência do povo ao chegar na


cidade de Jerusalém (Lc 19:41)?

O tempo de nos voltarmos para Deus é agora. A restauração é para hoje.

O profeta Joel ordena: “Tocai a trombeta em Sião” (2:15). A trombeta só


era tocada em época de emergência.

Mas a trombeta é tocada em Sião e não no mundo. O juízo começa pela


casa de Deus, como disse Pedro(1 Pe 4.17-17).

“Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora,


se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao
evangelho de Deus? E, se é com dificuldade que o justo é salvo, onde vai
comparecer o ímpio, sim, o pecador?”

A restauração começa na igreja e pela igreja e ela atinge o mundo.


Concluindo:
A RESTAURAÇÃO VEM COMO RESPOSTA DA BENIGNIDADE DE DEUS
V. 16-17
“Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, reuni os
filhinhos e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva, do seu
aposento. Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o pórtico e o
altar, e orem: Poupa o teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança
ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele. Por que hão de dizer
entre os povos: Onde está o seu Deus?”

A restauração é resposta da misericórdia de Deus – v. 13 “porque ele é


misericordioso…”

Podemos esperar um tempo de restauração da parte do Senhor porque


ele é infinitamente misericordioso.

Ele tem prazer em perdoar. Ele tem prazer em restaurar. Na ira ele se
lembra da sua misericórdia. Ele volta o seu rosto para nós.

A esperança da restauração está fundamentada no gracioso caráter de


Deus.

Deus é misericordioso. Ele é compassivo. Ele é tardio em irar-se. Ele é


grande em benignidade. Ele se arrepende do mal.

Quando Joel diz que Deus se arrepende do mal v 13, está usando uma
figura de linguagem.

Isto é uma antropopatia, atribuir a Deus um sentimento humano.

Deus é imutável, não é Deus quem muda, mas o homem.

Os anciãos devem se voltar para Deus – v. 16 “ajuntai os anciãos”

Os líderes são os primeiros a acertarem suas vidas com Deus. Os anciãos


são os primeiros a colocarem o rosto em terra.

Os jovens devem se voltar para Deus – v. 16 “reuni os filhinhos”

Precisamos de jovens como José que preferem a prisão do que o pecado.

Precisamos de jovens como Daniel que resolvem firmemente não se


contaminarem.
Precisamos de jovens como Timóteo que permanece nas Sagradas letras.

As crianças devem se voltar para Deus – v. 16 “reuni os que mamam”


Até mesmo as nossas crianças precisam ser desafiadas a se voltarem para
Deus.

Precisamos trazer os nossos filhos à Casa de Deus e ensiná-los a buscarem


ao Senhor.

Os ministros devem se voltar para Deus – v. 17 “Chorem os sacerdotes,


ministros do Senhor… e orem: Poupa o teu povo, ó Senhor…”

Tivemos o soar da trombeta e a assembleia; e temos a resposta do


Senhor...

Deus promete afastar o exército de gafanhotos e restaurar as pastagens,

na verdade, ele lhes dá “colheita tão abundante” que são mais que
recompensados pelos anos destruídos pelos gafanhotos.

O Senhor faz isso não porque eles merecem, mas para que eles e as
nações pagãs saibam que ele é o Senhor. V27

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