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RESUMO
ABSTRACT
Traditionally rural georeferencing, as recommended by the Law 10.267 / 2001, as amended by Decree
No. 5.570 / 2005 is implemented in accordance with the "Technical Standard For georeferencing of
Rural Property" INCRA (National Institute of Colonization and Agrarian Reform). Professionals
active in the surveying work must go all the perimeter of the area to be demarcated even being in hard
1 INTRODUÇÃO
Nesse contexto, georreferenciar um imóvel rural, de acordo com critérios definidos pelo
INCRA, é descrever seus limites, suas características e realizar confrontações no globo terrestre,
estabelecendo um endereço para este imóvel que indique a regularidade deste no cadastro da
propriedade rural, mediante análise de memorial descritivo realizado por profissional habilitado pelo
CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura), seguindo o sistema geodésico brasileiro,
que é de responsabilidade do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Esses dados obtidos pelo georreferenciamento e que permitem a certificação dos imóveis
rurais são transmitidos, desde novembro de 2013, pelo Sistema de Gestão Fundiária do Incra (Sigef),
de forma eletrônica, permitindo a atualização dos dados e validação dos registros.
Por se tratar de uma norma recente observa-se que a grande maioria dos profissionais que
utilizam ARP para o cadastramento de propriedades rurais, tem encontrado bastante dificuldade para
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aplicar os nove artigos exigidos. Desta forma este artigo teve como principal meta detalhar
descritivamente a referida norma do INCRA de acordo com a aplicação experimental prática
executada no município de Novo Horizonte – SP.
O principal ponto motivador para o desenvolvimento deste trabalho foi aplicar e detalhar
cuidadosamente os nove artigos presentes na norma de execução do INCRA para cadastramento de
imóveis rurais utilizando ARP.
Na área da topografia torna-se essencial para a realização de diversos serviços, tais como:
mosaicos ortorretificados, modelos digitais do terreno, curvas de nível, direção de fluxos pluviais,
entre outros.
• Acidentadas;
• Difícil acesso;
• Alagados;
• Pantanosas.
Nota-se, pois, que é o profissional precisa percorrer toda a delimitação do imóvel rural para a
realização do serviço e em muitos casos precisa adentrar matas fechadas, atravessar córregos e rios,
assim como lagos e pântanos para a delimitação da área, conforme figuras 1 e 2.
Figura 2 – Dois profissionais coletando ponto artificial com água até os joelhos.
2. OBJETIVO GERAL
• Dispor os pontos de controle com GPS geodésico em solo de maneira homogenia sobre o
perímetro;
• Fornecer relatório completo com todas as exigências da Norma de execução com desvio
padrão de Shapiro Wilk e T-Student e RMS através do software Geopec 3.5.
3. METODOLOGIA E MATERIAIS
É essencial para a execução do mapeamento aéreo com Drone de imóveis rurais, os seguintes
equipamentos: GPS geodésico (RTX;RTK;L1/L2) e os Pontos de controle.
Neste artigo, apenas o levantamento por GPS geodésico e a aerofotogrametria com Drone
serão abordados.
Antes de explanar a nova norma de execução do INCRA é preciso destacar a diferença entre
um GPS de navegação e um GPS geodésico. O GPS de navegação utiliza o método da pseudodistância
(Wickstrom et al., 2002), o que lhe confere alguns metros de precisão. Esse modelo é muito utilizado
em celulares e em Drones.
Já o GPS geodésico que é utilizado para levantamento topográfico trabalha com a Fase de
Batimento da onda portadora (Logan Jr, 1998), o que lhe garante uma precisão de poucos centímetros
ou até mesmo milímetros. Na figura 3 é apresentada uma fotografia de um GPS geodésico:
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Os pontos de controle são utilizados para melhorar a precisão do ortomosaico que será gerado
a partir das imagens capturadas pelo ARP. Eles permitem a localização exata de onde o GPS
geodésico coletou os pontos mediante marcações em forma de X feitas no solo. Assim, quando as
imagens obtidas pela ARP forem processadas, essas coordenadas serão posicionadas no centro do X,
e com isso, o ortomosaico terá uma precisão de poucos centímetros, conforme figura 4.
3.4 DRONE
Para capturar as imagens necessárias para o cadastro de imóveis rurais torna-se necessário
adquirir uma ARP adequada para cada tipo de terreno e tamanho da área. Além disso, deve-se atentar
para as normas e legislações vigentes para a aquisição e voo.
O profissional precisará ter noções de voo para saber definir corretamente o perímetro da área
a ser mapeada, a altura máxima permitida assim como quais as sobreposições corretas para que o
trabalho fique aceitável.
Na figura a seguir será ilustrado o planejamento do voo a ser realizado por um ARP (Figura
7).
O artigo 2º adverte que o Georreferenciamentos de imóveis rurais com Drones só serão aceitos
se as divisas forem foto identificadas. Neste caso, a altitude da aeronave que capturará as imagens
deve ser compatível com a identificação das feições das cercas, conforme figura 8, onde pode-se
observar o final do vértice da divisa na área de interesse. Nesta situação emprega-se as coordenadas
encontradas por meio do processamento das imagens capturadas pela ARP, sem a necessidade de
marco do tipo “M”.
A figura 9 ilustra uma situação em que a coordenada obtida pelas imagens do ARP não
poderão ser utilizadas. Neste caso, o profissional em campo deverá instalar um marco do tipo “M” e
coletar a coordenada (modo tradicional de levantamento topográfico).
O mosaico ortorretificado gerado na aplicação prática com a ARP atingiu acurácia de três
centímetros, bem melhor que a exigida pelo INCRA de 7,5 cm.
Os testes estatísticos podem ser extraídos a partir do software GeoPEC 3.5, disponibilizado
pelo professor Afonso P. Santos da Universidade Federal de Viçosa.
Faz-se necessário empregar um software de GIS para encontrar o desvio entre a coordenada
real coletada pelo GPS geodésico e a coordenada no centro do marco colocado na área. O software
mais utilizado e gratuito é o Quantum Gis, nele é possível identificar o desvio posicional da
coordenada em relação ao centro do ponto de controle deixado em campo.
Como ilustrado na Figura 11, o ponto azul que representa a coordenada coletada pelo GPS
geodésico em campo. Para se encontrar o nível de acurácia do processamento da imagem, o X deve
estar na mesma posição do círculo azul, porém, observa-se uma pequena discrepância mostrada na
Figura 11.
O art. 6º da norma prevê materiais necessários para eventual auditoria pelo INCRA do trabalho
executado, caso necessário, que precisam estar em mãos do profissional autorizado pelo
georreferenciamento, sendo eles:
• Relatório do processamento;
• Relatório de controle de qualidade posicional;
• As imagens ortorretificadas;
• Licenças e homologações do ARP.
Normalmente o relatório do processamento é gerado pelo próprio software de processamento
das imagens. Existem dois softwares mais conhecidos são o Pix4d (Da Silva et al., 2014; Draeyer e
Strecha, 2014) e o Photoscan (Chen e Clarke, 2017).
O Relatório de controle de qualidade posicional pode ser gerado pelo software GeoPec através
do menu “Relatório”. Em sua biblioteca o referido software possui todas as informações exigidas
pelo INCRA.
As licenças e homologações são essenciais para a execução de qualquer serviço com as ARP’s.
Todas as informações necessárias para o licenciamento e homologação pode ser encontradas no site
do DECEA.
O artigo 7º determina que os valores posicionais devem ser preenchidos com os valores de
root mean square (RMS). Segundo (Do Carmo Assis e Elmiro, 2013) o RMS também conhecido com
O mesmo relatório emitido pelo Geopec 3.5 gera automaticamente o RMS, atendendo os
artigos 5º, 6º e 7º da norma de execução do INCRA para utilização de ARP’s.
𝑛
1
𝑅𝑀𝑆 = √ ∑(𝑑𝑖 − 𝑝𝑖 )2 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1
𝑛
𝑖=1
Por exemplo: Um perímetro de plantação de soja sem divisão de cerca e nenhuma marcação
definindo o perímetro. Neste caso será proibido uso de aerofogrametria. Para as demais situações
serão permitidas, desde que siga os artigos anteriores, em especial o artigo 2º da norma de execução
do INCRA referente às feições identificáveis.
• A definição da melhor altitude da ARP é fundamental para se obter as feições das divisas
em solo. Cada modelo de aeronave contém câmeras e sensores diferentes, em função disso, o piloto
precisa ter o conhecimento necessário para determinar a altitude correta para a identificação das
feições em solo.
• Para que o ortomosaico ortorretificado tenha uma qualidade aceitável é necessário que o
piloto compreenda qual a necessidade de sobreposição das imagens de acordo com cada perímetro
mapeado. Todavia cada área a ser mapeada contém uma necessidade diferente de sobreposição de
acordo com a densidade da vegetação ou ausência dela.
• A disposição dos pontos de controle com GPS geodésico em solo, de maneira homogênea,
sobre o perímetro a ser mapeado, conforme o artigo 5º da norma, define a acurácia do ortomosaico.
• A geração do ortomosaico é possível a partir das imagens capturadas pela ARP, que é
utilizado para extrair os pontos que serão enviados ao SIGEF.
• Após, tem-se que inserir as coordenadas capturadas pelo GPS geodésico e as extraídas do
Ortomosaico retificado para executar o software Geopec 3.5;
• Seguindo essas orientações, deve-se fornecer o relatório completo com todas as exigências
da Norma de execução com desvio padrão de Shapiro Wilk e T-Student e RMS pelo software Geopec
3.5.
DRAEYER, B.; STRECHA, C. White paper: How accurate are UAV surveying methods?: Pix4D
2014.
LOGAN JR, R. T. Remote millimeter-wave antenna fiber optic communication system using dual
optical signal with millimeter-wave beat frequency: Google Patents 1998.
SHAPIRO, S. S.; WILK, M. B. An analysis of variance test for normality (complete samples).
Biometrika, v. 52, n. 3/4, p. 591-611, 1965. ISSN 0006-3444.
WICKSTROM, D.; SOLVE, T.; JOLLEY, E. V. Systems and methods for resolving GPS pseudo-
range ambiguity: Google Patents 2002.