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O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA possui norma específica para o
georreferenciamento de imóveis rurais, em sua terceira edição, que exara as condições mínimas exigíveis para a
execução de serviços correlatos ao georreferenciamento em propriedades rurais públicas ou privadas. “O imóvel
rural a ser considerado nos serviços de georreferenciamento é aquele objeto do título de domínio, bem como
aquele passível de titulação.” (INCRA, 2013:2).
CAPÍTULO 1
A governança e o georreferenciamento
Todo o profissional que desenvolver trabalhos de georreferenciamento de imóveis rurais deverá ser credenciado
pelo INCRA, após envio de certidão específica expedida pelo CREA que tenha registro ou visto, assumindo a
responsabilidade técnica pelos serviços prestados, comprovado pela ART (anotação de responsabilidade
técnica) de execução. “[...] Somente está apto a ser credenciado o profissional habilitado pelo Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), para execução de serviços de georreferenciamento de imóveis
rurais.” (INCRA, 2013:4).
As coordenadas dos vértices definidores dos limites do imóvel devem ser referenciadas ao SGB, vigente na
época da submissão do trabalho. Atualmente adota-se o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas
(SIRGAS), em sua realização do ano 2000 (SIRGAS2000), conforme especificações constantes na resolução no
01, de 25 de fevereiro de 2005, do Presidente da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). [...] A determinação dos valores de coordenadas deve ser realizada em consonância com o Manual
Técnico de Posicionamento. (INCRA, 2013:3)
Quadro 4. Leis, Normas e Manuais.
<http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=MzQ0Mg==&filtro=9&Dat
a=>, sobre o georreferenciamento de imóveis rurais. Acessado em: 30/3/2016
Quais imóveis devem ser georreferenciados? Todos os imóveis rurais do Brasil sejam públicos ou privados.
O decreto no 4.449/2002 definiu o cronograma de enquadramento anual em
relação à área do imóvel rural. A partir de 31/10/2004 foram enquadrados
todos os imóveis com mais de 500 ha e, a partir de 31/10/2005 foram
enquadrados todos os imóveis rurais do Brasil. A partir do enquadramento, a
exigência do prévio georreferenciamento será manifestada pelo Oficial do
Qual a obrigatoriedade do georreferenciamento? Registro de Imóveis, quando o proprietário solicitar o registro de
desmembramento, fracionamento, remembramento ou qualquer caso de
transmissão do imóvel na respectiva matrícula do imóvel (art. 3o, lei no
10.267/2001).
A escrituração de um imóvel rural depende do As escriturações são realizadas nos cartórios e tabelionatos, sendo que a lei não
georreferenciamento? cria qualquer exigência para sua formalização.
Quais serviços estão envolvidos em um a)medição:efetivo transporte das coordenadas dos marcos do IBGE até cada vértice,
georreferenciamento de um imóvel rural? seguindo os métodos e precisões estabelecidos em norma.
a)relatório:
descrição dos trabalhos, resultados alcançados, geração dos produtos
(planta, memorial descritivo e arquivos de controle) e requerimento de certificação.
Fonte: <certificacao.incra.gov.br/certificação>.
Em <incra.gov.br/estrutura-fundiaria/regularizacao-fundiaria/certificacao> pode-se consultar as relações de
imóveis rurais certificados pelo órgão, por suas regionais ou por agentes cadastrados e autorizados pela
autarquia. Nesse mesmo caminho “URL” é possível acessar diversos arquivos em extensão “PDF”, a saber, os
principais manuais e normas técnicas para o georreferenciamento de imóveis rurais, como exemplo, a terceira
edição da norma para o georreferenciamento de imóveis rurais; o manual técnico de posicionamento; o
manual técnico de limites e confrontações; entre outros.
Na certificação do imóvel rural é emitido documento que valida e comprova o cadastramento, o CCIR –
certificado de cadastro de imóvel rural. De acordo com a autarquia, esse é indispensável para o
desmembramento de terra, para o arrendamento da propriedade, para hipotecar, vender ou prometer em
venda. É também indispensável para a homologação de partilha amigável ou judicial (sucessão causa mortis), e
para a concessão de crédito agrícola por bancos e agentes financeiros. Importante salientar que os dados
constantes nesse certificado são apenas cadastrais, esses não legitimam direitos de domínio e de posse.
Figura 17. Imóveis certificados – INCRA.
O Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF) é uma ferramenta eletrônica desenvolvida pelo Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA) para subsidiar a governança fundiária do território nacional. Por ele são efetuadas a
recepção, validação, organização, regularização e disponibilização das informações georreferenciadas
de limites de imóveis rurais, públicos e privados. O projeto SIGEF foi apresentado pela Câmara
Técnica de Ordenamento Territorial, Regularização Fundiária e Gestão Ambiental do Plano de
Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRS Xingu).
O desenvolvimento do projeto é coordenado pela SERFAL/MDA, com especificação em parceria com o INCRA,
que contribuiu com o conhecimento previamente acumulado para o projeto de certificação automatizada e-
Certifica. Por meio do SIGEF são realizadas a certificação de dados referentes a limites de imóveis rurais (§ 5o
do art. 176 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973) e a gestão de contratos de serviços de
georreferenciamento com a administração pública, compreendendo: a) Credenciamento de profissional apto a
requerer certificação; b) Autenticidade de usuários do sistema com certificação digital, seguindo padrões da
Infraestrutura de Chaves Públicas (ICP-Brasil); c) Recepção de dados georreferenciados padronizados, via
internet; d) Validação rápida, impessoal, automatizada e precisa, de acordo com os parâmetros técnicos
vigentes; e) Geração automática de peças técnicas (planta e memorial descritivo), com a possibilidade de
verificação de autenticidade online; f) Gerência eletrônica de requerimento relativos a parcelas: certificação,
registro, desmembramento, remembramento, retificação e cancelamento; g) Possibilidade de inclusão de
informações atualizadas do registro de imóveis...
(matrícula e proprietário) via internet, permitindo a efetiva sincronização entre os dados cadastrais e registrais;
h) Gestão de contratos de serviços de georreferenciamento com a administração pública, com acesso para
órgãos públicos, empresas, responsáveis técnicos e fiscais; i) Pesquisa pública de parcelas certificadas,
requerimento e credenciados. (SIGEF.INCRA.GOV.BR).
Figura 18. Entendendo o processo.
Fonte: <sigef.incra.gov.br>.
Outro aspecto importante a ser observado nos levantamentos de controle diz respeito às janelas de
observação, que é a determinação dos satélites que estarão visíveis (vide:
www.trimble.com/GNSSPlanningOnline) no período de captação de informações do levantamento. Essas
janelas de observações de satélites podem ser determinadas usando-se almanaques dos sistemas GNSS.
Figura 13. Janela de observação GNSS.
Fonte: <http://freegeographytools.com/2007/determining-local-gps-satellite-geometry-effects-on-position-accuracy>.
Estações de referência
A Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos sistemas GNSS - RBMC é necessária para se
alcançar a mais alta ordem de precisão no posicionamento dos levantamentos por satélites. Com
isso, os trabalhos topográficos e geodésicos possuem maior acurácia, agilidade e economicidade.
Fonte: <ibge.gov.br>.
O marco geodésico é a materialização física para os trabalhos geodésicos, permitindo a perenidade das
informações, subsidiando os profissionais nos levantamentos posteriores. Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, uma das suas ações desenvolvidas é o estabelecimento de um conjunto homogêneo
de marcos geodésico com altitudes de alta precisão para todo o território nacional, formalmente conhecido
como Rede Altimétrica de Alta Precisão (RAAP) do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB).
De acordo com o IBGE, a maior parte das altitudes da Rede Altimétrica de Alta Precisão– RAAP refere-se ao Datum
de Imbituba (ao nível médio do mar no Porto de Imbituba em SC) entre os anos de 1949 e1957.
Arede Maregráfica Permanente para Geodésica – RMPG tem a finalidade de determinação e acompanhamento
da evolução temporal e espacial dos dados altimétricos do Sistema Geodésico Brasileiro. Em operação
(Quadro 3), com observações convencionais e digitais, uma sexta estação maregráfica será instalada no
porto de Belém, região Norte do Brasil, permitindo que o nível médio do mar seja determinado em toda a
costa brasileira.
Figura 15. RMPG – Rede Maregráfica Permanente para Geodésia.
Fonte: <ibge.gov.br>.
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