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c3 Aula03
c3 Aula03
Portanto
S( f + g, P) S( f , P) + S(g, P) . (18.48)
ou seja,
I( f + g, P) I( f , P) + I(g, P) . (18.50)
616 Integrais de campos escalares
Consequentemente
Como f e g são integráveis, sabemos que para todo e > 0 existem partições P1 e
P2 tais que
e
S( f , P1 ) I( f , P1 ) < e (18.52)
2
e
S(g, P2 ) I(g, P2 ) < (18.53)
2
Seja P uma partição que refina P1 e P2 . Neste caso
e e
S( f +g, P) I( f +g, P) [S( f , P1 ) I( f , P1 )]+[S(g, P2 ) I(g, P2 )] < + = e ,
2 2
(18.54)
Como f é integrável em Q, para todo e > 0 existe alguma partição P de Q tal que
e
S( f , P) I( f , P) < . (18.65)
1 + |a|
Nesta partição temos que
e
S(a f , P) I(a f , P) < |a| <e, (18.66)
1 + |a|
o que prova que a f é integrável. A integral dupla é dada pelo limite de alguma
soma de Riemann,
¨ ¨
a f (x, y)dxdy = lim lim S(a f , P) = a f (x, y)dxdy (18.67)
n!• n!• Q
Seja P uma partição definida pela união das partições P1 e P2 , gerando assim
uma partição do retângulo Q. A soma superior de f sobre P pode ser escrita
como duas somatórias, uma que varre os sub-retângulos de P1 e outra que varre
os sub-retângulos de P2 . Portanto
S( f , P) = S( f , P1 ) + S( f , P2 ) . (18.71)
I( f , P) = I( f , P1 ) + I( f , P2 ) (18.72)
e
e e
S( f , P) I( f , P) = (S( f , P1 ) I( f , P1 )) + (S( f , P2 ) I( f , P2 )) < + =e.
2 2
(18.73)
c2
x
retângulo de [a1 , b1 ] ⇥ [c1 , d1 ] mais pró-
ximo do ponto (a, c) no qual a oscilação
a a2 b2 b
de f é maior ou igual a e0 .
Este processo pode ser repetido inúmeras vezes. A partição Pk é um refina-
mento da partição Pk 1 e em um destes retângulos, definido como [ak , bk ]⇥[ck , dk ],
a oscilação de f é maior ou igual a e0 . A área deste retângulo é Ak = (b a)(d 4n
c)
,
portanto é possível repetir este processo de modo que o retângulo [ak , bk ] ⇥ [ck , dk ]
seja arbitrariamente pequeno.
A sequência de retângulos [ak , bk ]⇥[ck , dk ] define uma sequência {a, a1 , a2 , a3 , . . .}
de números reais crescente, limitada superiormente por b e não vazia, portanto
existe um supremo a tal que k!•
lim ak = a. Temos também uma sequência {c, c1 , c2 , c3 , . . .}
620 Integrais de campos escalares
também crescente, limitada superiormente por d e não vazia, portanto existe outro
supremo g tal que k!•lim ck = g.
O ponto (a, g) é um elemento de Q. Se f é uma função contínua em Q, então
para todo e positivo existe alguma bola aberta B de raio d centrada em (a, g) tal
que
e
| f (x, y) f (a, g)| < (18.75)
2
para todo elemento (x, y) de Q pertencente a esta bola aberta. Podemos reescrever
esta desigualdade como
e e
f (a, g) < f (x, y) < f (a, g) + , (18.76)
2 2
portanto a oscilação de f nos elementos de Q contidos nesta bola aberta deve
satisfazer
⇣ e⌘ ⇣ e⌘
M( f , Q \ B) m( f , Q \ B) f (a, g) + f (a, g) = e . (18.77)
2 2
Para todo d > 0 é possível encontrar um
y
x
ou igual que um certo e0 .
a α b
No entanto este retângulo com oscilação maior ou igual a e0 está contido numa
bola aberta na qual a oscilação de f é menor que qualquer e positivo, o que é uma
contradição. Portanto a suposição de que para qualquer partiçãoo de Q existe
algum sub-retângulo no qual a oscilaçãoo é maior ou igual a e0 é falsa se a função
for contínua, demonstrando este teorema por contradição.
A consequência mais importante do teorema da continuidade uniforme é que
toda função contínua em um retângulo fechado é integrável.
Teorema 18.7. Se f : R2 ! R é contínua no retângulo fechado Q = [a, b] ⇥ [c, d],
então f é integrável em Q.
Demonstração. O teorema de Weierstrass (teorema 17.6) garante que f é limitada
em Q. Seja P uma partição qualquer de Q, Qi j um sub-retângulo qualquer de P.
Sejam Mi j e mi j os valores máximos e mínimos de f (x, y) em Qi j . A diferença
entre as somas de Riemann superior e inferior é dada por
n n n n
S( f , P) I( f , P) =   Mi j DxiDy j   mi j DxiDy j
i=1 j=1 i=1 j=1
n n
= ÂÂ Mi j mi j Dxi Dy j . (18.78)
i=1 j=1
18.3 Cálculo de integrais duplas 621
Pelo teorema da continuidade uniforme (teorema 18.6), para todo e > 0 existe
alguma partição P de Q tal que
e
Mi j mi j < (18.79)
(b a)(d c)
yj
[y j 1 , y j ]. Se o mínimo mi j ocorrer na
yj reta y = ȳ j , então
mij
caso contrário
mi j < min{ f (x, ȳ j ) | x 2 [xi 1 , xi ]} . (18.91)
624 Integrais de campos escalares
Os termos entre colchetes são a soma inferior e a soma superior de uma função de
uma única variável f (x, ȳ j ) no intervalo [a, b], temos então a seguinte desigualdade
m ⇥ ⇤ m ⇥ ⇤
I( f (x, y), P) Â Dy j I( f (x, ȳ j ), Px ) Â Dy j S( f (x, ȳ j ), Px ) S( f (x, y), P) .
j=1 j=1
(18.96)
Se a função f (x, ȳ j ) é integrável para todo ȳ j 2 [c, d], ou seja, se a condição im-
posta pela equação (18.84) no enunciado deste teorema for válida, então tomamos
o limite em que n ! • na desigualdade anterior e obtemos
m ⇥ ⇤
lim I( f (x, y), P)
n!•
 Dy j A(ȳ j ) lim S( f (x, y), P) .
n!•
(18.97)
j=1
p ✓ ◆ˆ p ✓ ◆ 2
1 1 p
¨ ˆ
2 2
f (x, y)dxdy = A(y)dy = e ydy = e . (18.103)
Q 0 e 0 e 8
p y= p2 ✓ ◆
y2 x p2 x
ˆ
2
x
A(x) = (x sen(y) ye )dy = x cos(y) e = x e ,
0 2 y=0 8
(18.104)
626 Integrais de campos escalares
1 ✓ ◆ 2 x=1 ✓ ◆ 2
p2 x x p2 x 1 p
¨ ˆ
f (x, y)dxdy = x e dx = e = e .
Q 1 8 2 2 x= 1 e 8
(18.105)
Como era de se esperar, o resultado é o mesmo não importa qual variável inte-
gramos primeiro. O resultado é negativo porque a função f (x, y) é negativa no
retângulo dado como pode ser visto na figura 18.8, e as somas de Riemann são
somas de elementos negativos.
2 ˆ 2✓ ◆
8
ˆ
2
V= A(y)dy = 32 4y dy
0 0 3
y=2
8 4 3 16 32
= 32y y y = 64 = 48 . (18.108)
3 3 y=0 3 3
Integrando primeiro em relação a y calculamos
ˆ 2 y=2
2 3 16
A(x) = (16 x 2y )dy = 16y x2 y
2 2
y = 32 2x2 , (18.109)
0 3 y=0 3
628 Integrais de campos escalares
ˆ 2✓ ◆ x=2
2 16 2 3 16 16 32
V= 32 2x dx = 32x x x = 64 = 48 .
0 3 3 3 x=0 3 3
(18.110)
x2 y2
Exemplo 18.7. Seja f (x, y) = (x2 +y2 )2
e Q = [0, 1] ⇥ [0, 1]. Integrando primeiro
em relação a x temos
1 x=1
x2 y2 x 1
ˆ
A(y) = dx = = . (18.111)
0 (x2 + y2 )2 x + y2
2
x=0 1 + y2
1
1 p
¨ ˆ
y=1
f (x, y)dxdy = dy = [ arctan(y)]y=0 = . (18.112)
Q 0 1 + y2 4
1
1 p
¨ ˆ
f (x, y)dxdy = dx = [arctan(x)]x=1
x=0 = . (18.114)
Q 0 1 + x2 4
Inicialmente parece que cometemos algum erro nas contas, pois chegamos
em resultados diferentes dependendo de qual variável integramos primeiro. O
erro neste caso foi utilizar ingenuamente o teorema de Fubini sem verificar se as
condições são válidas. Primeiro a função A(x) deve existir para todo x 2 [a, b].
Neste exemplo repetindo o cálculo de A(x) com mais cuidado temos
y=1
y 1 0
A(x) = = . (18.115)
x + y2
2
y=0 1 + x2 02 + x2
e esta função não é integrável neste intervalo. Mesmo a integral imprópria diverge.
18.3 Cálculo de integrais duplas 629