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COVID19:

A BATALHA
DAS VACINAS

por Alessandro Loiola

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Com a sabedoria se edifica a casa,
e com o entendimento ela se estabelece.
(Provérbios 24:3).
Índice:

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 1 - ALGUNS CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE O INIMIGO..........1

CAPÍTULO 2 - PREPARANDO-SE PARA A BATALHA.............................................4

CAPÍTULO 3 - VACINAS DE VIRUS ATIVADO........................................................11

CAPÍTULO 4 - VACINAS DE VÍRUS INATIVADO....................................................13

CAPÍTULO 5 - VACINAS DE SUBUNIDADE PROTEICA.........................................24

CAPÍTULO 6 - VACINAS DE VETOR VIRAL ...........................................................29

CAPÍTULO 7 - VACINAS DE RNA MENSAGEIRO...................................................38

CAPÍTULO 8 - VACINAS DE DNA.............................................................................47

CAPÍTULO 9 - A PERFORMANCE DAS VACINAS NO MUNDO E NO BRASIL ....49

CAPÍTULO 10 - OS RISCOS QUE DESCONHECEMOS............................................86

CONCLUSÃO - ..........................................................................................................122

REFERÊNCIAS -.......................................................................................................128
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

INTRODUÇÃO

Desde a publicação de meu primeiro livro sobre a Pandemia no


começo de 2021 (Covid19: A Fraudemia, ManhoodBrasil Edições),
um volume imenso de novas informações surgiram, especialmente
com relação às vacinas, seus efeitos, eficácias e consequências.
Durante todo este tempo, concedi dezenas de entrevistas, escrevi
vários artigos e postei diversas informações sobre o tema, mas
percebi o quanto estas informações se apresentavam de maneira
fragmentada, dificultando um raciocínio mais integral do assunto.
Aliado a isto, veio a censura das mídias e redes sociais: apenas nos
primeiros 4 meses de 2021, meu Facebook permaneceu bloqueado
por mais de 60 dias. Meu Instagram foi colocado em shadowban e
meu nome, proibido de ser marcado em postagems. Meu canal no
Youtube (com mais de 70 mil seguidores) foi banido e a apelação
para que ele retornasse não surtiu qualquer efeito: segundo as
“diretrizes” da comunidade, eu apresentava informações “falsas”. Na
verdade, eu estava apresentando questionamentos e evidências que
iam contra as narrativas hegemônicas dos administradores da
plataforma. Independente dos argumentos sobre liberdade de
expressão e da pertinência de debater ideias em busca da Verdade, as
lives que realizei sobre Covid19 com autoridades como os Deputados
Daniel Silveira e Bia Kicis, e com jornalistas como Rodrigo
Constantino, Luís Ernesto Lacombe, Leda Nagle – dentre várias
outras personalidades de destaque – foram sumariamente retiradas
do Youtube.
Em um cenário tão caótico e arbitrário, com dados filtrados pelos
mecanismos de busca na Internet, rótulos difamatórios
generosamente distribuídos pela “grande mídia”, teatros de vaidades
farsantes no Parlamento e “cancelamentos sociais” promovidos sem
o menor constrangimento pela “academia brasileira” (o caso do
prestigiado e inteligentíssimo biólogo e virologista Paolo Marinho de
Andrade Zanotto, PhD, é um bom exemplo disso), encarei como uma
obrigação ética registrar os dados de minhas pesquisas no formato
de um livro. Este livro.
Cada capítulo desta obra é uma peça em um grande quebra-cabeças
que ainda estamos tentando montar. Não temos a figura completa,
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

mas uma observação atenta permite clarear um pouco mais a


imagem do episódio Covid19. E a Batalha das Vacinas representa um
dos componentes mais importantes deste evento como um todo.
Assim, no capítulo 1, apresentarei para você alguns conhecimentos
básicos do SARS-CoV-2, o vírus causador da doença Covid19.
No capítulo 2, você receberá informações gerais sobre como as
vacinas funcionam e são avaliadas. Leia este capítulo com grande
atenção: ele será fundamental para o seu entendimento dos dados e
raciocínios apresentados nos capítulos posteriores.
Nos capítulos 3 a 8, você terá uma visão panorâmica e bem
fundamentada em evidências sobre as principais vacinas contra
Covid19, os resultados de seus testes clínicos e as pesquisas em
andamento.
No capítulo 9, os resultados de desempenho das vacinas em 2021 são
comparados aos dados da Pandemia em 2020, no período pré-
vacina, segundo o número de mortes “oficialmente divulgados” em
dezenas de países e em todos os estados do Brasil. Acredito que você
terá algumas surpresas quanto a isto.
Finalmente, no capítulo 10, utilizo todas as informações
apresentadas para construir alguns questionamentos relevantes
sobre a aventura repleta de incertezas na qual estamos nos metendo.
Muitos raciocínios apresentados neste livro são de alguma forma
continuações daqueles expostos na obra “Covid19: A Fraudemia”.
Por isso, para um entendimento mais completo de “Covid19: A
Batalha das Vacinas”, recomendo fortemente que leia também o
livro anterior, ainda que isto não seja imprescindível.
Espero que os resultados das investigações e das deduções expostos
aqui sejam úteis para que você tome decisões mais conscientes ou,
pelo menos, diminua sua ansiedade e seu senso de impotência frente
a tudo que está ocorrendo. Agradeço antecipadamente à minha
esposa, Lígia, pela paciência demonstrada durante a elaboração
deste livro, e a todos que de alguma maneira incentivaram e
permitiram que este trabalho fosse realizado.

Que Deus abençoe todos vocês.

Alessandro Loiola, agosto de 2021.


––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

CAPÍTULO 1

ALGUNS CONHECIMENTOS BÁSICOS


SOBRE O INIMIGO

No final de 2019, pela terceira vez neste século, um betacoronavírus


com potencial significativo de letalidade atingiu os humanos.
Contudo, ao contrário das outras duas vezes, esta nova onda atingiu
proporções globais, resultando na perda de milhões de vidas
(segundo estatísticas oficiais) e causando crises político-econômicas
com impactos consideráveis.
Os Coronavírus, vírus envelopados contendo uma fita única de RNA,
são divididos em 4 gêneros: alfa, beta, delta e gama. O SARS-CoV-2 é
do tipo beta – o mesmo grupo do coronavírus da síndrome
respiratória aguda severa (SARS-CoV-1, surgido na China em 2003 e
com letalidade média estimada em 15%) e do Coronavírus da
síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV, surgido na
Arábia Saudita em 2012 e com taxa de letalidade média estimada em
35%)1,2.
Especificamente com relação ao SARS-CoV-2, o vírus apresenta em
seu envelope externo uma glicoproteína chamada Proteína Spike (ou
Proteína S), que por sua vez é composta de duas subunidades
principais: a parte S1, que controla o acoplamento do vírus aos
receptores da célula-alvo; e a parte S2, que controla a fusão do
envelope do vírus à membrana celular. Segundo os cientistas, a
sequência genética da Proteína S do SARS-CoV-2 é 44% semelhante
à Proteína S observada no SARS-CoV1 e o MERS-CoV – sendo que a
principal diferença está na configuração da subunidade S1.
Quando o SARS-CoV-2 entra eu seu organismo, o sistema imune
inicia um trabalho de reconhecimento e de produção de anticorpos
para livrar-se do invasor. Estes anticorpos, especialmente
imunoglobulinas do tipo A (IgA), M (IgM) e G (IgG), são
direcionados sobretudo contra a Proteína S do SARS-CoV-2. Os
níveis circulantes de anticorpos do tipo IgM e IgA se tornam
detectáveis no sangue após 5-7 dias de infecção; os anticorpos do

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––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

tipo IgG, responsáveis pela imunidade de mais longa duração, se


tornam detectáveis por volta do dia 7-10.
Quanto mais severa a infecção, mais o sistema imune é ativado e a
maior a chance de que seu corpo desenvolva uma “memória” mais
durável do ataque: após uma infecção natural por SARS-CoV-2, os
níveis de IgG continuam positivos após 6 meses e provavelmente se
estendem para muito além. Para que você tenha uma ideia mais
exata, saiba que após uma infecção pelo SARS-CoV do tipo 1 – um
primo próximo do SARS-CoV-2 –, os anticorpos protetores
permanecem circulando por 3 anos ou mais7,8,9.
Cerca de 70% das pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2 apresentam
anticorpos e células de defesa ativos contra o vírus. Curiosamente,
34% das pessoas não-infectadas também apresentam defesas
imunes capazes de responder a uma invasão pelo SARS-CoV-2,
sugerindo um “condicionamento prévio” do sistema imunológico
após contato com outros betacoronavírus – algo que os médicos
chamam de Imunidade Cruzada3,4.
Como ocorre com outros vírus patogênicos, o SARS-CoV-2 acumula
mutações devido à sua evolução natural e às pressões imunes. Como
consequência, vimos algumas variantes surgirem e se espalharem
pelo mundo: em 19 de dezembro de 2020, o governo britânico impôs
medidas mais severas de lockdown em algumas partes da Inglaterra
devido a disseminação da variante 20I/501Y.V1 (linhagem B.1.1.7,
conhecida como variante Alpha). A variante britânica é definida
por múltiplas alterações na Proteína S (deleção 69-70, deleção 145,
N501Y, A570D, D614G, P681H, T716I, S982A, D1118H).
Também em dezembro de 2020, a variante 20H/501Y.V2 (linhagem
B.1.351, conhecida como variante Beta) surgiu na África do Sul,
apresentando 8 mutações envolvendo a Proteína S (L18F, D80A,
D215G, R246I, K417N, E484K, N501Y, e A701V).
Ainda em dezembro de 2020, a linhagem B.1.617.2 (conhecida como
variante Delta) foi detectada na Índia. Esta variante caracteriza-se
pelas mutações 19R, (G142D), 156del, 157del, R158G, L452R, T478K,
D614G, P681R e D950N na Proteína S.
Em janeiro de 2021, a variante 20J/501Y.V3 (linhagem P.1, um ramo
da linhagem B.1.1.28 e conhecida como variante Gama) apareceu
no Brasil. Esta variante caracteriza-se por 3 mutações na Proteína S

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––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

em comum com a variante da áfrica do Sul (a saber: E484K, K417N e


N501Y).
Até o momento, já foram descritos 12 ramos principais de variações
do SARS-CoV-2 e boa parte destas mutações afetam de maneira
direta a eficácia das vacinas que desenvolvemos4,5,10.
Finalmente, preciso que você saiba disso: os coronavírus que
atingem os humanos possuem 2/3 de seu genoma codificando
proteínas não-estruturais envolvidas na replicação viral e na síntese
de RNA. O 1/3 restante do genoma codifica proteínas estruturais
como Spike (S), envelope (E), membrana (M) e proteínas do
nucleocapsídeo (N). As proteínas S do SARS-CoV-2 contêm 27
aminoácidos diferentes daqueles encontrados na proteína S do
SARS-CoV-1. A despeito dessas diferenças, ambos os vírus
empregam a Proteína S para utilizar os receptores para enzima
conversora de angiotensina 2 (ECA2) como porta de entrada nas
células humanas. Devido ao papel central da Proteína S na
infectividade do vírus, esta substância se tornou o principal alvo para
o desenvolvimento das vacinas contra Covid19 – algo que será
comentado com mais detalhes no próximo capítulo6.

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CAPÍTULO 2

PREPARANDO-SE PARA A BATALHA

Apesar de terem eficácias mais que comprovadas, o tratamento


precoce e a profilaxia farmacológica com medicamentos antigos e
baratos foram sistematicamente negados na maioria dos países. Os
interesses por trás disso foram expostos de maneira extensa no livro
“Covid19: A Fraudemia” (ManhoodBrasil Edições, 2020) e fogem ao
escopo da presente obra. Para além destes recursos, nenhuma das
medidas adotadas se mostrou eficaz para conter a marcha da
Covid19: máscaras, uso de álcool gel, fechamentos de escolas,
isolamento, distanciamento social, lockdowns… nada disso pareceu
ter qualquer efeito para que o vírus se “acalmasse”. Assim, no front
de combate, algumas tentativas mais sofisticadas foram investigadas,
como a Terapia com Anticorpos Monoclonais e Terapia de Plasma
Convalescente.
Em meados de 2021, dois Anticorpos Monoclonais contra SARS-
CoV-2 estavam liberados para uso nos EUA: o LY-CoV555 (do
laboratório Lilly) e o REGN-COV2 (do laboratório Regeneron).
Outros 11 anticorpos monoclonais estavam em diferentes fases de
testes clínicos13,14,15,16,17.
Resultados preliminares apresentados pelos laboratórios Lilly e
Regeneron mostraram que os anticorpos monoclonais eram capazes
de reduzir a incidência e o tempo de hospitalização em pessoas com
quadros leves a moderados de Covid19, mas pouco úteis nos casos
mais graves – e ainda menos úteis contra cepas diferentes do vírus
que emergiram no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil. Isto
levou ao desenvolvimento e uso emergencial de um segundo tipo
sofisticado de tratamento contra a Covid19: a Terapia de Plasma
Convalescente (ou TPC).
A TPC é conhecida da medicina há mais de 100 anos. Seu histórico
de emprego incluiu o combate de doenças como raiva, sarampo,
HIV/AIDS, SARS-CoV-1, Influenza, Chikungunya e Ebola, entre
outros18.

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––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

No decurso da pandemia de Covid19, estudos clínicos mostraram


que a TPC, quando utilizada nas primeiras 72 horas do início dos
sintomas, era capaz de reduzir a incidência de formas graves da
doença em idosos. Contudo, similarmente à Terapia com Anticorpos
Monoclonais, a TPC é um tratamento caro e necessita de centros
especializados para aplicação1,19,20,21.
Estes “insucessos” – aliados ao inacreditável desprezo pela eficiência
comprovada do tratamento precoce e da profilaxia com
medicamentos conhecidos há décadas – levaram as nações a apostar
todas as suas fichas na ideia de que as vacinas seriam a única saída
para a pandemia. E nada particularmente contra isso: a vacinação é o
meio mais eficaz que conhecemos para evitar doenças
infectocontagiosas.
A varíola foi oficialmente erradicada na década de 1980 graças à
implantação de um esquema vacinal global: após imunização, 95%
das pessoas desenvolviam anticorpos neutralizantes que duravam 10
anos ou mais, e isso foi suficiente para tirar a varíola das ruas e
colocá-la em uma prateleira no museu de nossas tragédias.
Poliomielite, sarampo, caxumba e rubéola são outros exemplos de
sucesso de campanhas de vacinação que abrandaram o fardo de
doenças que, até então, açoitavam a humanidade sem clemência: no
começo da década de 1980, por exemplo, mais de 3,5 milhões de
casos de sarampo eram registrados anualmente no mundo todo. No
começo da década de 2010, eram menos de 500 mil por ano. Mesmo
quando a erradicação de uma moléstia não é possível por meio da
vacinação, as vacinas certamente representam um recurso
valiosíssimo no combate aos microrganismos que nos caçam1,2,3.

Como as vacinas funcionam e são testadas?

As vacinas atuam ensinando seu sistema imune como reconhecer e


bloquear microrganismos infectantes, e conseguem isso agindo de
duas maneiras diferentes: ativando a defesa celular e a defesa
humoral.
Basicamente, a defesa celular consiste na defesa mediada por
células capazes de detectar os microrganismos e acionar o sistema
imune de maneira coordenada. Esta missão depende em grande
parte da atividade de células chamadas Linfócitos T, que agem

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––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

promovendo respostas inflamatórias, recrutando neutrófilos e


macrófagos (células capazes de literalmente “comer” o agente
invasor) e acionando a produção de anticorpos. Além disso, os
Linfócitos T são responsáveis por guardar uma memória do invasor,
facilitando seu reconhecimento e eliminação em futuras investidas.
A defesa humoral consiste na defesa mediada pelos anticorpos,
uma missão que cabe aos Linfócitos do tipo B. Quando recebem a
ordem dos linfócitos T auxiliares, os Linfócitos B iniciam a produção
de “venenos” capazes de “intoxicar” e matar patógenos invasores.
Vacinas eficientes, portanto, devem resultar tanto em uma boa
resposta humoral (seu organismo “solta os cachorros” para cima
do agente invasor) quanto em uma boa resposta celular (seus
cachorros atacam de maneira coordenada e o treinador guarda
consigo a foto do “inimigo” no bolso, caso o maldito resolva aparecer
de novo por aquelas bandas algum dia). Quando uma vacina faz isso,
ela produz uma defesa poderosa e prolongada.
Além de ser eficiente, uma boa vacina deve ser antes de tudo
segura, resultando em efeitos colaterais mínimos. Para completar, é
desejável que ela seja estável, fácil de produzir e de baixo custo.
Para atender a todos estes critérios, as vacinas são desenvolvidas em
etapas: Testes Pré-Clínicos (pesquisas laboratoriais e simulações
de computador) identificam antígenos sintéticos ou naturais que
podem ser utilizados como candidatos para uma vacina. Na
sequência, culturas celulares, tecidos e modelos animais são
empregados para testar a segurança da vacina e sua capacidade de
provocar uma boa resposta imune. Uma vez certificadas a segurança,
a imunogenicidade e a eficácia nos testes pré-clínicos, a vacina
avança para os testes em humanos. Este ciclo de Testes Clínicos
divide-se em 4 fases:
Fase 1: a vacina é administrada em um pequeno número de pessoas
saudáveis e avalia-se a segurança, a dose, a resposta imune e a
incidência de efeitos adversos.
Fase 2: a vacina é administrada em centenas de pessoas separadas
em diferentes grupos demográficos (por exemplo: idosos versus
jovens). Novamente, avalia-se a segurança, a dose, a resposta imune
e a incidência de efeitos adversos.
Fase 3: a vacina é administrada em milhares de pessoas para
determinar sua eficácia. Nesta etapa, verifica-se qual o nível de
redução na incidência da doença comparando-se grupos vacinados a

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––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

grupos não-vacinados. Após completadas todas as 3 fases de testes


em humanos, e determinada a segurança e a eficácia do imunizante,
a vacina é submetida para revisão e aprovação pelos organismos de
vigilância em saúde. Se aprovada, a campanha de vacinação em
massa pode ter início, mas as agências de vigilância devem
permanecer atentas para as etapas de produção e a eficácia da vacina
na população, registrando minuciosamente os efeitos adversos que
podem aparecer – o que nos leva à…
Fase 4: nesta etapa, a vacina é monitorada quanto à ocorrência de
efeitos colaterais que não foram detectados nas fases anteriores,
além de ter sua eficácia e segurança conferidas durante um período
de tempo maior e em situações do “mundo real”4.

Por causa de todos esses degraus e cuidados, as vacinas sempre


levaram vários anos para percorrer as etapas de pesquisa,
desenvolvimento e aprovação. Antes da Covid19, a vacina mais
rápida da história era a vacina contra Caxumba, que levou 4 anos
entre o conceito científico e sua aprovação em 1967. Outras vacinas
bem conhecidas tiveram progressos bem mais lentos4,5,6: vacina
contra Poliomielite = 7 anos (1948-1955); vacina contra Sarampo = 9
anos (1954-1963); vacina contra Catapora = 34 anos (1954-1988);
vacina contra HPV = 15 anos (1991-2006).
De um modo geral, o tempo médio para desenvolvimento de uma
vacina é de 10,7 anos. Contudo, o tempo entre o desenvolvimento e a
aprovação de uma vacina contra Coronavirus (Pfizer/BioNTech) foi
de apenas 11 meses! Como isso foi possível?

A Operação Warp Speed

A corrida por uma vacina contra a Covid19 envolveu parcerias entre


organizações internacionais como OMS, Coalition for Epidemic
Preparedness Innovations (CEPI), Aliança Gavi, Accelerating
COVID-19 Therapeutic Interventions and Vaccines (ACTIV) e Bill
and Melinda Gates Foundation (BMGF) – entre outros –, que
financiaram as pesquisas e coordenaram os esforços colaborativos.
Segundo estas entidades, o “esforço” tornou possível elaborar, testar,
produzir e oferecer imunizantes “seguros e eficazes” em um prazo
insólito de menos de 1 ano6 .

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––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Como eles fizeram realizaram esse prodígio?


Para início de conversa, os testes clínicos de Fase 1 e 2 – que testam a
segurança da vacina – foram “fundidos” em uma só etapa. As vacinas
também não passaram por todo o processo de avaliação nas fases de
testes em humanos antes de serem aprovadas em caráter
“emergencial” em muitos lugares. Nos EUA, este “caminho de
atalhos” para as vacinas contra Covid-19 foi chamado de Operation
Warp Speed e contou com mais de US$ 12 bilhões de investimento
por parte do Governo Federal norte-americano.
Como resultado, em agosto de 2020 – apenas 5 meses após a
Covid19 ter sido declarada uma Pandemia – já existiam quase 30
vacinas em diferentes fases de testes clínicos: 13 em Fase 1; 8 em
Fase 1 e 2; 2 em Fase 2; e 6 em Fase 3. Ao todo, 12 testes clínicos
envolviam técnicas tradicionais (5 testes com vírus inativado e 7
testes com subunidades virais) e 16 testes clínicos envolviam
plataformas modernas (6 testes com vetores virais, 6 testes com
RNAm e 4 testes com DNA – todos eles tendo como alvo a Proteína S
do SARS-CoV-2)6,7 .
Até agosto de 2021, os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento de
vacinas contra Covid19 haviam recebido mais de US$ 110 bilhões dos
governos de vários países, e estavam previstos investimentos
adicionais de US$ 53 bilhões para 2021, US$ 51 bilhões para 2022 e
pelo menos US$ 23 bilhões para 2023. Mais de 70% dos trabalhos
em pesquisas & desenvolvimento estavam nas mãos de empresas
privadas, envolvendo mais de 60 candidatos a vacina em vários
estágios de testes clínicos e mais de 170 candidatos em testes pré-
clínicos, abrangendo as mais diversas plataformas de
desenvolvimento – vírus vivo atenuado, vírus inativado, subunidades
proteicas, vetores virais, DNA e RNA mensageiro8,9,10,11,12.

O Caso da Proteína Spike

Apesar de estudos preliminares terem mostrado a necessidade de


uma vacina com eficácia maior que 70% para controlar o surto de
Covid19, até mesmo uma vacina com eficácia menor que 70% teria
um impacto significativo no curso da pandemia, reduzindo o número
de mortes ou, pelo menos, reduzindo a duração e a gravidade da
doença nas pessoas infectadas. Por isso, muitos centros de pesquisa e

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––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

órgãos reguladores aceitaram que uma vacina suficientemente “boa”


contra a Covid19 poderia apresentar uma eficácia de pelo menos 50%
contra doença sintomática (segundo o CDC, a vacina contra gripe
comum, por exemplo, apresenta apenas 40-60% de eficácia e,
mesmo assim, foi aprovada e segue sendo aplicada em campanhas
anuais o mundo todo)5.
As experiências com as epidemias de SARS-CoV-1 e MERS haviam
demonstrado que a Proteína S era o principal antígeno envolvido na
produção de anticorpos neutralizantes contra betacoronavírus, e esta
proteína foi escolhida como alvo principal por vários
desenvolvedores de vacinas.
A verdade é que o que detona seu organismo durante uma infecção
por SARS-CoV2 é justamente a Proteína S, uma proteína de
superfície utilizada pelo vírus para romper a porta de entrada nas
suas células. É justamente a Proteína S que causa uma inflamação
violenta no revestimento delicado dos vasos sanguíneos – algo que
os médicos chamam de Endotelite –, o que por sua vez resulta no
estreitamento o lúmen vascular e favorece a formação de
microtrombos.
Nos casos mais graves, a endotelite é o processo fisiopatológico
subjacente que conduz à insuficiência respiratória e necessidade de
intubação. Muitos dos remédios utilizados para combater a Covid19
têm justamente esta função: são substâncias anti-inflamatórias ou
com potencial de modular o sistema de defesa para não produzir
tanta inflamação. Dentre esses remédios, temos hidroxicloroquina,
prednisona, metilprednisolona e Vitamina D, entre outros. Quando
os trombos estão em formação (é possível verificar isto medindo-se a
elevação dos níveis sanguíneos de Dímero-D, por exemplo), indica-se
associar ainda o uso de heparinas de baixo peso molecular.
Devido ao papel central da Proteína S, induzir a formação de
anticorpos contra ela é considerada a estratégia mais eficaz para
combater a doença. Não por acaso, as vacinas de Vetores Virais e de
RNAm foram feitas para “programar” seu corpo para produzir
grandes quantidades de Proteína S. Isso “irritaria” seu sistema de
defesa, resultando em uma produção contínua de anticorpos contra a
proteína e, consequentemente, reduzindo ou mês eliminando o
impacto do vírus. Apesar disso ser inteligente do ponto de vista
teórico, estimular seu corpo a produzir altos níveis de Proteína S

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––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

pode não ser exatamente seguro do ponto de vista prático (algo que
abordarei com mais detalhes no Capítulo 10).
Existem várias tecnologias para produção de vacinas, e cada
plataforma tem sua própria vantagem e desvantagem em termos de
segurança, eficácia, capacidade de produzir uma resposta de defesa
(algo que os médicos chamam de imunogenicidade), e rapidez e
viabilidade de produção em larga escala. Nem todas as pesquisas de
vacinas contra Covid19 tiveram como alvo a Proteína S – mas a
maioria teve.
Nos próximos capítulos, apresentarei uma sequência didática das
principais tecnologias que vêm sendo empregadas no
desenvolvimento das vacinas contra Covid19, a saber: vacinas de
vírus vivo atenuado; vacinas de vírus inativados; vacinas de
subunidade proteica; vacinas de vetor viral; vacinas de RNAm, e
vacinas de DNA.
Adianto que, por motivos práticos, optei por apresentar apenas os
resultados dos estudos de maior relevância que foram cruciais para a
autorização do uso em massa de alguns imunizantes. Recomendo aos
leitores mais ávidos e curiosos que utilizem plataformas como
PubMed e Scielo para complementar seus próprios pontos de vista
sobre os demais testes clínicos realizados.

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––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

CAPÍTULO 3

VACINAS DE VÍRUS VIVO ATENUADO

As vacinas utilizando microrganismos vivos atenuados são velhas


conhecidas da humanidade: a vacina contra febre amarela é uma
vacina de vírus vivo atenuado. A vacina contra tuberculose – BCG – é
uma vacina de bactérias atenuadas. Portanto, vacinas com agentes
infecciosos atenuados representam uma tecnologia cujo domínio a
ciência possui há mais de um século. Estas vacinas produzem uma
resposta imune poderosa, envolvendo tanto linfócitos B quanto
linfócitos T, e são relativamente simples de produzir, mas não são
recomendadas para pessoas com sistemas imunes enfraquecidos –
nestes casos, a vacina pode resultar na própria doença que deveria
evitar.
Em janeiro de 2021, o Serum Institute (Índia) e a empresa de
biotecnologia Codagenix (EUA) iniciaram a Fase 1 de testes clínicos
de uma vacina intranasal de vírus vivo atenuado contra Covid19.
Envolvendo inicialmente 48 participantes, os estudos randomizados,
duplo-cego e placebo-controlados estão sendo realizados em
Londres1.
Em março de 2021, a empresa Meissa Vaccines, sediada na
Califórnia (EUA), deu início à Fase 1 de testes clínicos de uma vacina
intranasal de vírus vivo atenuado contra Covid19. A vacina foi
produzida a partir de uma plataforma que estava sendo utilizada
para desenvolver uma vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório. A
empresa espera apresentar seus resultados em outubro de 20222.
Outras vacinas contra Covid19 utilizando a plataforma de vírus vivo
atenuado estão em desenvolvimento. Elas possuem a vantagem de
não necessitar equipamentos muito sofisticados para armazenagem e
distribuição, mas, em meados de 2021, todas ainda se encontravam
em fases iniciais de pesquisa e avaliação, e nenhum exemplar estava
sendo empregado para campanhas de vacinação em massa. Por isso,
não há muito o que dizer sobre as vacinas contra Covid19 utilizando
esta tecnologia.

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––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Até agosto de 2021, nenhuma vacina de vírus vivo ativado contra


Covid19 possuía registro de testes clínicos de Fase 2 ou 33.

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––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

CAPÍTULO 4

VACINAS DE VÍRUS INATIVADO

As vacinas com vírus inativados são uma tecnologia bem conhecida:


é desta maneira que são produzidas algumas vacinas contra polio,
influenza, raiva e hepatite A. Uma vez que apresentam componentes
vivos, não oferecem o risco de desencadear a própria doença e
podem ser aplicadas em pessoas com sistemas imunes
enfraquecidos. São relativamente simples de produzir e estáveis para
transporte e armazenamento, porém a fabricação é lenta e doses de
reforço podem ser necessárias de tempos em tempos. Além disso,
essas vacinas não induzem uma boa produção de IgA nas vias
respiratórias superiores – um aspecto crucial para reduzir a
transmissibilidade do SARS-CoV-2.
Outro ponto relevante com relação às vacinas de Vírus Inativado é a
ocorrência de Anticorpos Intensificadores da Doença (AID), um
assunto que será abordado em maiores detalhes no Capítulo 10.
A despeito destas inconveniências, as vacinas de vírus inativado
contra Covid19 conferem proteção contra várias proteínas
estruturais do vírus, tornando a resposta de defesa mais
completa1,2.
Em meados de 2021, 7 vacinas de SARS-CoV-2 inativado estavam na
fase de estudos clínicos. Vamos examinar as 3 representantes
principais deste grupo: Coronavac, BBIBP-CorV (Sinopharma) e
Covaxin1.

CORONAVAC

Desenvolvedor: Sinovac Biotech Ltd


Nacionalidade: China
Custo por dose: em torno de US$ 10,008
Aprovação (até agosto/2021): 39 países30
Eficácia declarada: 50,38% a 98%

13
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Na fase de testes pré-clínicos, a CoronaVac mostrou ser capaz de


induzir uma imunidade potente em camundongos e ratos. Testes em
macacos mostraram que uma dose de 6 μg da vacina resultava em
boa proteção e parecia não produzir AID1.

Testes Clínicos de Fase 1 e 2

No Brasil, a CoronaVac foi desenvolvida em parceria com o Instituto


Butantan. Os primeiros resultados dos testes clínicos de Fase 1 e 2
foram anunciados em outubro de 2020 e sugeriam que a CoronaVac
era segura, mas ainda eram necessários mais estudos para
determinar sua eficácia. Entre os 9 mil voluntários que participaram
dos testes da CoronaVac no Brasil, 35% apresentaram efeitos
adversos. Os mais comuns foram dor, edema e inchaço no local da
aplicação, dor de cabeça e fadiga. Não foram detectados efeitos
colaterais graves7.
Em fevereiro de 2021, foram publicados os resultados de testes
clínicos de Fase 1 e 2 (randomizados, duplo-cegos e placebo-
controlados) realizados na província de Jiangsu, China, com adultos
entre 18 e 59 anos de idade. O critério de eficácia consistiu na
soroconversão (produção de anticorpos contra SARS-CoV-2) 28 dias
após o término do esquema de vacinação. A Fase 1 foi conduzida
entre 16 e 25 de abril de 2020, envolveu 144 participantes, e
encontrou uma eficácia de 83% no 28o dia após a aplicação de duas
doses de 3 μg da vacina. A Fase 2 foi conduzida entre 3 e 5 de maio
de 2020, envolveu 600 participantes e encontrou uma eficácia de
98% no 28o dia após a aplicação de duas doses de 6 μg da vacina. Os
autores da pesquisa concluíram que a Coronavac era segura e
apresentava boa imunogenicidade, com efeitos colaterais apenas
leves a moderados3.
No mesmo mês de fevereiro de 2021, o mesmo grupo chinês publicou
um segundo estudo semelhante ao relatado acima, desta vez
realizado na província de Hebei, China, e avaliando a segurança e
eficácia da Coronavac em adultos com 60 anos de idade ou mais. A
Fase 1 foi conduzida entre 22 de maio e 1o de junho de 2020,
envolvendo 72 participantes com idade média de 65,8 anos, e
encontrou uma eficácia de 100% utilizando doses de 3 μg da vacina.
A Fase 2 foi conduzida entre 12 e 15 de junho de 2020, envolvendo

14
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

350 participantes com idade média de 66,6 anos, e encontrou uma


eficácia de 99% utilizando doses de 6 μg da vacina. Mais uma vez, os
pesquisadores concluíram que a Coronavac era segura e apresentava
boa imunogenicidade, com efeitos colaterais apenas leves a
moderados e nenhum efeito colateral grave4.
É importante lembrar que nenhum destes estudos – e outros de igual
teor – analisaram adequadamente a imunidade celular promovida
por linfócitos T. Lembre-se que a resposta de linfócitos T é essencial
para determinar a imunidade de longo prazo e o risco de AID. Apesar
de os testes pré-clínicos não terem mostrado a ocorrência de AID,
testes pré-clínicos não são capazes de determinar se a ausência de
AID também vale para humanos5.
Em junho de 2021, outro teste clínico de Fase 2 foi publicado, desta
vez envolvendo pessoas com doenças autoimunes com idades
(média) entre 41 e 71 anos. Todos os participantes apresentavam
uma história negativa para Covid19. Amostras de sangue foram
colhidas pelo menos 21 dias após a 2a dose da vacina, e os níveis de
anticorpos anti-Proteína S foram medidos. A maioria dos vacinados
apresentava anticorpos anti-Proteína S detectáveis no sangue 21 dias
após a 2a dose da vacina6.
Em agosto de 2021, a Coronavac possuía registrados ao todo 3 testes
clínicos de Fase 1 e 4 testes clínicos de Fase 230.

Testes Clínicos de Fase 3

Em outubro de 2020, o Health Institutes da Turquia iniciou um teste


clínico de Fase 3 (randomizado, duplo-cego e placebo-controlado)
para avaliar a segurança, imunogenicidade e eficácia da Coronavac
em adultos saudáveis com idades entre 18-59 anos. O teste – ainda
em andamento – espera recrutar 13 mil participantes e os resultados
finais estão previstos para abril de 20229.
Em janeiro de 2021, testes adicionas mostraram que a Coronavac
apresentava uma eficácia de 50,38% – pouco acima do mínimo
exigido pela OMS e pela Anvisa. Segundo pesquisas realizadas pelo
Instituto Butantan, a vacina mostrou oferecer proteção total contra
casos graves e mortes pela doença: nenhum voluntário vacinado
necessitou internação hospitalar ou faleceu por Covid1910.
Em abril de 2021, foram publicados os resultados de um estudo
realizado em unidades de saúde em São Paulo, conduzido entre 17 de

15
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

janeir0 e 29 de abril de 2021, e envolvendo 43.774 adultos com idade


igual ou acima de 70 anos. Após a 2a dose, a eficácia da Coronavac
contra Covid19 sintomática foi de 18,2% nos primeiros 13 dias e de
41,6% o 14o dia em diante. Após 14 dias da 2a dose, a vacina
apresentou uma eficácia de 59% contra hospitalizações e de 71,4%
contra mortes11.
Finalmente, em julho de 2021, foram publicados os resultados de um
teste clínico de Fase 3 realizado na Turquia e financiado pela Turkish
Health Institutes Association, envolvendo 10.218 voluntários com
idade entre 18 e 59 anos recrutados entre 15 de setembro de 2020 e 6
de janeiro de 2021 (6.650 receberam a vacina e 3.568 formaram o
grupo controle não-vacinado). Os participantes possuíam idade
média de 45 anos, sendo 50,8% acima dos 45 anos de idade; 57,8%
eram homens; 36% eram profissionais da área de saúde; 15,6% eram
obesos; e 11,8% eram hipertensos. Efeitos colaterais sistêmicos foram
observados em 17,7% dos vacinados, incluindo fadiga, dores
musculares, calafrios e náuseas; e 0,1% dos vacinados apresentaram
efeitos colaterais graves. O estudo teve como desfecho primário a
incidência de Covid19 sintomática confirmada pelo menos 14 dias
após a 2a dose da vacina, o que significa que ele não avaliou a
capacidade da vacina em impedir a transmissibilidade do vírus. Os
pesquisadores concluíram que a Coronavac possuía uma eficácia
estimada de 83,5% após 14 ou mais depois da segunda dose, sem
fatalidades ou eventos adversos graves2.
Em agosto de 2021, a Coronavac possuía registrados ao todo 8 testes
clínicos de Fase 330.

Testes Clínicos de Fase 4

Dados inexistentes até agosto de 2021.


Não obstante, em fevereiro de 2021, o Instituto Butantan deu início a
um teste clínico de Fase 4 no município de São Paulo envolvendo
adultos com idade igual ou superior a 18 anos. O objetivo é testar a
imunogenicidade da vacina. Os resultados estão previstos para
fevereiro de 202212.
Em março de 2021, a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor
Vieira Dourado (Amazonas), em parceria com o Instituto Butantan,
iniciou um teste clínico de Fase 4 para avaliar a eficácia da
Coronavac entre professores e agentes de segurança pública com

16
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

fatores de risco em Manaus. O estudo intervencional e não-


randomizado recrutou 6.233 participantes. A publicação dos
resultados está prevista para março de 202213.
Outro teste clínico de Fase 4 da Coronavac está em andamento no
Instituto D'Or para Pesquisa e Educação (RJ), em parceria com o
Instituto Butantan. A pesquisa – com duração total estimada de 30
meses – avaliará o grau de proteção pós-vacinal ao longo de 2 anos.
A publicação dos resultados está prevista para junho de 202314.

Aprovação

A China aprovou o uso da Coronavac em junho de 2020 após os


resultados de testes de clínicos de Fase 1 e 2 terem mostrando boa
tolerância e imunogenicidade. Todavia, existem poucos dados
disponíveis sobre a eficácia da Coronavac naquele país.
Em janeiro de 2021, a Coronavac recebeu autorização para uso em
massa pelos governos do Brasil, Indonésia e Turquia. Os dados
preliminares apresentados nestes países colaboraram para que a
Coronavac recebesse o selo de “uso emergencial” da OMS em 10 de
junho de 2020. A despeito dos poucos dados sobre segurança e
eficácia de testes clínicos de Fase 3 (e da ausência completa de dados
de testes clínicos de Fase 4), até meados do segundo semestre de
2021 a Coronavac havia sido aprovada para uso emergencial em 39
países2.
A Coronavac pode ser mantida refrigerada entre 2ºC e 8ºC, o que lhe
confere uma enorme vantagem em termos de logística sobre a vacina
de RNA mensageiro da Pfizer–BioNTech, que deve ser mantida
armazenada em uma temperatura de −70ºC. Entretanto, faltam
dados conclusivos sobre a eficácia da Coronavac contra as novas
variantes de SARS-CoV-2, assim como faltam dados sobre o risco de
AID, sobre a duração da imunidade contra o vírus original, e sobre a
segurança da vacina em pessoas com determinadas comorbidades.
Várias outras vacinas contra Covid19 apresentam eficácia acima de
90%, ao passo que a eficácia média” da Coronavac é de 78% − e isto
se aplica apenas quando avaliamos quantas pessoas vacinadas
desenvolvem Covid19 com sintomas que necessitam atendimento
médico, e apenas 22% das pessoas vacinadas se encaixam neste
critério restrito15,16.

17
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

BBIBP-CorV

Desenvolvedores: Sinopharm Group / CDC chinês / Beijing


Institute of Biological Products
Nacionalidade: China
Custo por dose: US$ 32,00 a US$ 37,0017
Aprovação (até agosto/2021): 45 países21
Eficácia declarada: 85,7% a 100%

Em testes pré-clínicos, a vacina BBIBP-CorV mostrou ser capaz de


induzir uma boa formação de anticorpos em camundongos ratos,
porquinhos da índia, porcos e ratos após 1, 2 ou 3 aplicações. Testes
posteriores realizados em macacos mostraram que a vacina BBIBP-
CorV não estava associada à produção de AID1.

Testes Clínicos de Fase 1 e 2

Em setembro de 2020, foram publicados os resultados preliminares


de testes clínicos de Fase 1 e 2 da BBIBP-CorV18.
A Fase 1 envolveu 96 participantes entre 18 e 59 anos de idade,
distribuídos em grupos que receberam doses diferentes de BBIBP-
CorV (2,5 μg, 5 μg ou 10 μg) ou uma dose de placebo. Após 7 dias,
efeitos colaterais foram relatados por 20% dos participantes no
grupo de 2,5 μg; 16% dos participantes no grupo de 5 μg; 25% no
grupo de 10 μg, e 12% dos participantes no grupo placebo. Todos os
eventos foram considerados e de resolução espontânea. No 14o dia
após a vacinação, níveis de anticorpos contra SARS-CoV-2 estavam
presentes em 100% dos participantes nos grupos de 2,5 e 10 μg e
95,8% dos participantes no grupo de 5 μg.
A Fase 2 envolveu 224 participantes entre 18 e 59 anos de idade
foram distribuídos em 3 grupos de esquema vacinal: um grupo com
uma dose inicial e um reforço após 14 dias; outro grupo com uma
dose inicial e um reforço após 21 dias. Cada um desses grupos foi
acompanhado por um grupo-controle que recebeu doses de placebo.
No grupo de reforço após 14 dias, 6% dos participantes apresentaram
efeitos adversos contra 14% no grupo controle. O índice de
soroconversão foi de 85,7%. No grupo de reforço após 21 dias, 19%

18
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

dos participantes apresentaram efeitos adversos contra 17% no grupo


controle. O índice de soroconversão foi de 100%. Neste estudo, a
resposta de linfócitos T não foi avaliada. Portanto, a incidência de
AID não pode ser determinada.
Em janeiro de 2021, outro teste clínico de Fase 1 e 2 da vacina
BBIBP-CorV foi publicado19.
O estudo randomizado, duplo-cego e placebo-controlado, realizado
na província de Henan, China, envolveu duas doses de BBIBP-CorV
separadas por intervalos de 14, 21 e 28 dias. A Fase 1 recrutou 192
participantes saudáveis entre 18 e 80 anos de idade (média de 53,7
anos). Foram observados efeitos adversos em 29% dos vacinados,
todos eles leves a moderados. Nenhum efeito colateral grave foi
registrado até o 28o dia após o esquema vacinal completo. A eficácia,
definida no estudo como a presença de anticorpos detectáveis após
42 dias, foi de 87% nas pessoas entre 18 e 59 anos de idade e de 89%
das pessoas com 60 anos ou mais.
Na Fase 2, foram recrutados 448 participantes saudáveis entre 18 e
59 anos de idade (média de 41,7 anos); 23% deles apresentaram
efeitos adversos (todos considerados leves a moderados). Os níveis
de anticorpos detectáveis no 28o dia após o término do esquema
vacinal foram considerados adequados em todos os grupos e os
pesquisadores concluíram que a BBIBP-CorV apresentava bom perfil
de tolerabilidade e imunogenicidade com todas as doses avaliadas (2,
4 e 8 μg).

Testes Clínicos de Fase 3

Em agosto de 2021, ainda não existiam resultados de Testes Clínicos


de Fase 3 para a BBIBP-CorV, mas, segundo a OMS e a Organização
Pan-Americana de Saúde, havia previsão de estudos no Peru (Cov-
Peru, sob a coordenação da Universidade Peruana de Cayetano
Heredia, com estimativa de 6 mil recrutados com idade acima de 18
anos e resultados programados para setembro de 2021); no Bahrain,
Egito, Jordania e Emirados Árabes Unidos (todos estes sob a
coordenação da China National Biotec Group Company Limited,
com estimativa de recrutamento de 45 mil adultos saudáveis com
idade acima de 18 anos e resultados programados para setembro de
2021); na Argentina (coordenado pelo Laboratório Elea Phoenix S.A,

19
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

envolvendo 3 mil pessoas saudáveis com idade entre 18 e 85 anos, e


resultados programados para dezembro 2021); e na China
(coordenado pelo China National Biotec Group Co.Ltd, envolvendo
4,4 mil adultos saudáveis com idade superior a 18 anos e com
resultados programados para julho de 2021)20,21.
Em agosto de 2021, a BBIBP-CorV possuía registrados ao todo 5
testes clínicos de Fase 330.

Testes Clínicos de Fase 4

Dados inexistentes até agosto de 202130.

Aprovação

Em meados de 2020, a vacina da Sinopharm recebeu do governo da


China aprovação para uso emergencial. Em dezembro de 2020, após
anunciar uma eficácia de 86%, a vacina recebeu a mesma aprovação
pelo governo dos Emirados Árabes Unidos. Desde então, vários
outros países autorizaram o uso da vacina BBIBP-CorV – a Hungria
foi o primeiro país europeu a oferecer a BBIBP-CorV à sua
população. Em 7 maio de 2021, a BBIBP-CorV recebeu o selo da
OMS de “autorização para uso emergencial”1,22.
Até agosto de 2021, a BBIBP-CorV havia sido autorizada para uso em
adultos com mais de 18 anos em 45 países e mais de 65 milhões de
doses haviam sido aplicadas por meio de autorizações
emergenciais21.

Covaxin (BBV152)

Desenvolvedores: Bharat Biotech / Indian Council of Medical


Research / National Institute of Virology
Nacionalidade: Índia
Custo por dose: US$ 15,00 a US$ 20,0023
Aprovação (até agosto/2021): 9 países30
Eficácia Declarada: 63,6% a 93,4%

Em setembro de 2020, os primeiros testes pré-clínicos da BBV152


(Covaxin) realizados em camundongos, ratos e coelhos mostraram

20
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

que a vacina era capaz de produzir uma boa imunidade com um bom
perfil de segurança24.

Testes Clínicos de Fase 1 e 2

Em janeiro de 2021, pesquisadores indianos publicaram os


resultados de testes clínicos de Fase 1 e 2 da Covaxin. O estudo
multicêntrico, randomizado e duplo-cego, realizado entre 13 e 30 de
julho de 2020, envolveu 11 hospitais na Índia, recrutando 375
adultos saudáveis com idades entre 18 e 55 anos. Os grupos
receberam duas aplicações separadas por um intervalo de 14 dias, e
foram separados em subgrupos para doses de 3 e e de 6 μg da vacina.
Reações adversas e soroconversão foram adotados como desfechos
primário e secundário, respectivamente. Os efeitos colaterais foram
considerados leves e moderados, e ocorreram mais frequentemente
após a primeira dose (dor no local da aplicação, dor de cabeça, fadiga
febre, náuseas e vômitos). A soroconversão ocorreu em 82-91% dos
vacinados25.
Em março de 2021, os resultados dos testes clínicos de Fase 2 da
Covaxin foram publicados na revista Lancet. O estudo multicêntrico,
randomizado e duplo-cego, realizado entre 5 e 12 de setembro de
2020 e financiado pela Bharat Biotech International, avaliou a
segurança e a imunogenicidade de duas doses intramusculares da
vacina em 380 adultos saudáveis com idades entre 12 e 65 anos. A
dose de 6 μg da Covaxin foi considerada segura e eficaz, produzindo
boa imunidade humoral e celular26.

Testes Clínicos de Fase 3

Em março de 2021, o laboratório Bharat Biotech anunciou os


resultados preliminares de seus testes clínicos de Fase 3 envolvendo
25,8 mil participantes. Segundo os pesquisadores, a vacina
demonstrou uma eficácia de 81% na prevenção de Covid19
sintomática após a 2a dose27.
Em julho de 2021, a farmacêutica apresentou a análise final de seus
testes clínicos de Fase 3, afirmando que a Covaxin apresentava
eficácia de 63,6% contra Covid19 assintomática; 77,8% contra
Covid19 sintomática, e 93,4% contra formas graves da doença, com

21
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

uma incidência de menos de 0,5% de efeitos colaterais sérios. A


vacina apresentava ainda uma proteção de 65,2% contra a variante
Delta (B.1.617.2)28.

Testes Clínicos de Fase 4

Dados inexistentes até agosto de 202129,30.

Aprovação

Em agosto de 2021, a Covaxin encontrava-se aprovada para uso em


massa em 9 países: Guiana, Índia, Irã, Ilhas Maurício, México,
Nepal, Paraguai, Filipinas e Zimbábue30.
No primeiro semestre de 2021, a vacina protagonizou um escândalo
no Brasil quando documentos obtidos pela CPI do Covid mostram
que o valor contratado pelo governo brasileiro para aquisição da
Covaxin (US$ 15 por vacina) estava bem acima do preço inicialmente
previsto pela empresa Bharat Biotech (US$ 1,34 por dose). Segundo
veiculado na imprensa, a proposta previa a aquisição de 20 milhões
de doses de Covaxin em um contrato com valor de total R$1,6 bilhão.
A narrativa que se estabeleceu foi de que a compra não foi finalizada
pois o escândalo estourou antes. Em 23 de julho de 2021, a Anvisa
suspendeu os testes clínicos da Covaxin no Brasil. A vacina não
chegou a ser aplicada em voluntários31,32.

Outras Vacinas de Vírus Inativado

Existem várias outras vacinas de vírus inativado contra Covid19 em


fases diferentes de desenvolvimento. Para citar apenas alguns
exemplos: Tubitak (Turquia); TURKOVAC (Universidade Erciyes,
Turquia); Koçak (Koçak Pharma, Turquia); Fakharavac (Irã);
COVIran Barekat (Shifa Pharmed Industria Co., Irã); KD-414 (KM
Biologics, Japão); Vero Cells (Shenzhen Kangtai Biological Product,
China); VLA2001 (Valneva & Institute for Health Research, França e
Reino Unido) e QazVac (Casaquistão).
Até agosto de 2021, 3 vacinas contra Covid19 utilizando a plataforma
de vírus inativado possuíam registros de testes clínicos de Fase 2, e

22
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

onze apresentavam registros de testes clínicos de Fase 3. Apenas


duas vacinas haviam recebido autorização para uso emergencial pela
OMS: a Coronavac (produzida pela Sinovac) e a BBIBP-CorV
(produzida pela Sinopharm)30,33.

23
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

CAPÍTULO 5

VACINAS DE SUBUNIDADE PROTEICA

Ao invés de injetar um microrganismo inteiro para estimular uma


resposta imune – como ocorre nas vacinas de vírus vivo atenuado e
nas vacinas de vírus inativado –, pode-se utilizar “pedaços” daquele
microrganismo, fragmentos especialmente selecionados devido à
capacidade de “provocar” o sistema de defesa. Estas vacinas,
chamadas de “vacinas de subunidade proteica” ou “vacinas
acelulares”, são consideradas seguras, pois não são capazes de
provocar a própria doença, podendo ser utilizadas em pessoas com
sistemas imunes comprometidos.
Vacinas de subunidade proteica são utilizadas há décadas: vacinas
contra Hepatite B (primeira vacina de subunidade aprovada para uso
em humanos), coqueluche, influenza (gripe comum) e HPV são
vacinas de subunidade proteica. Estes imunizantes são relativamente
estáveis, fáceis de fabricar em larga escala, apresentam baixo risco de
reações colaterais graves e nenhum risco de interação ou integração
genética, mas podem necessitar doses de reforço para funcionar, pois
sua resposta imune tende a ser mais fraca que aquela produzida por
outros tipos de vacinas. Em geral, sua produção é mais cara que
vacinas sintetizadas em laboratório – como as vacinas de RNAm.
Neste capítulo, vou lhe apresentar duas candidatas de destaque desta
plataforma: a NVX-CoV2373 (da farmacêutica Novavax) e a CoV2
preS dTM (dos laboratórios SanofiPasteur/GSK).

NVX-CoV2373

Desenvolvedor: Novavax
Nacionalidade: EUA
Custo por dose: em torno de US$ 16,001
Aprovação (até agosto/2021): nenhuma2
Eficácia declarada: 51% a 85%

24
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

A vacina NVX-CoV2373 foi desenvolvida pela farmacêutica norte-


americana Novavax. A empresa, fundada em 1987, nunca havia
lançado um produto sequer no mercado, mas, ainda assim, recebeu o
maior financiamento da Coalition for Epidemic Preparedness
Innovations (CEPI), uma parceria global para o desenvolvimento de
vacinas lançada em 2017: até aqui, a CEPI doou à Novavax a humilde
bagatela de US$ 388 milhões para o desenvolvimento de sua vacina.
O Governo Federal dos EUA, por meio do programa Operation Warp
Speed, prometeu investimentos de outros US$ 1,6 bilhão3.
Em estudos pré-clínicos, a NVX-CoV2373 – administrada em duas
doses, com intervalo de 21 dias entre a 1a e a 2a aplicação – mostrou
ser segura, sem efeitos colaterais significativos e capaz de produzir
boa imunidade em macacos4.

Testes Clínicos de Fase 1 e 2

Em dezembro de 2020, foram publicados os resultados dos testes


clínicos de Fase 1 e 2 da NVX-CoV2373. O estudo randomizado e
placebo-controlado avaliou doses de 5 μg e 25 μg do imunizante para
determinar sua segurança e eficácia, e envolveu 108 participantes
vacinados e 25 participantes no grupo placebo. Nenhum efeito
colateral grave foi observado após 35 dias de acompanhamento, e a
defesa produzida foi considerada adequada – incluindo respostas por
linfócitos T5.
Em janeiro de 2021, a Novavax apresentou dados mostrando que sua
vacina era 85% eficaz contra as variantes de SARS-CoV-2 circulantes
no Reino Unido e 60% eficaz contra as variantes em circulação na
África do Sul6,7.
Em maio de 2021, foram publicados mais resultados de testes
clínicos de Fase 2. O estudo multicêntrico, randomizado e placebo
controlado realizado na África do Sul envolveu 4.387 pessoas
saudáveis entre 18 e 84 anos de idade, mas incluiu também
indivíduos soropositivos para HIV (aproximadamente 30% dos
participantes eram HIV+). As duas doses da vacina foram aplicadas
com um intervalo de 21 dias. A eficácia geral foi calculada em 60%
nos participantes HIV-negativos, com 51% de eficácia contra a
variante Sul Africana (B.1.351)8.

25
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Testes Clínicos de Fase 3

Em setembro de 2020, foi anunciado o início de um teste clínico de


Fase 3 no Reino Unido envolvendo 15 mil adultos com idades entre
18 e 84 anos. Em 02 de novembro de 2020, a Novavax, em parceria
com o Department of Health and Human Services (EUA), anunciou
o início de outro teste clínico de Fase 3 para a NVX-CoV2373. O
estudo randomizado e placebo-controlado pretende incluir 33 mil
participantes com 12 anos de idade ou mais para determinar a
imunogenicidade da vacina. Os resultados finais estão previstos para
junho de 2023. Resultados preliminares destes testes ainda não
haviam sido divulgados até agosto de 20219,10.
Em agosto de 2021, a Novavax possuía registrados ao todo 3 testes
clínicos de Fase 32.

Testes Clínicos de Fase 4

Dados inexistentes até agosto de 2021.

Aprovação

Até agosto de 2021, nenhum país havia aprovado o uso da vacina


NVX-CoV2373.

CoV2 preS Dtm

Desenvolvedores: Sanofi-Pasteur e GlaxoSmithKline


Nacionalidade: França e Reino Unido
Custo por dose: US$ 9,30 a US$ 10,5011
Aprovação (até agosto/2021): nenhuma2
Eficácia declarada: desconhecida

A vacina de subunidade viral contra Covid19 batizada de CoV2 preS


Dtm foi desenvolvida em uma parceria entre as farmacêuticas
Sanofi-Pasteur e GlaxoSmithKline utilizando como base a mesma
plataforma empregada pela Sanofi para criar a Flublok, uma vacina
aprovada contra Influenza.

26
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Testes Clínicos de Fase 1 e 2

Em abril de 2021, foram publicados os resultados dos primeiros


testes de Fase 1 e 2 realizados em humanos da vacina CoV2 preS
Dtm. O estudo randomizado e duplo-cego, realizado nos EUA entre 3
e 29 de setembro de 2020, recrutou 441 participantes (299 entre 18 e
49 anos de idade e 142 com mais de 50 anos), divididos em 11 grupos
diferentes de tratamento. Não foram observados efeitos colaterais
graves. Em dose única, a vacina não foi capaz de estimular uma boa
produção de anticorpos. Na versão com duas doses, os resultados
foram um pouco melhores, mas ainda assim considerados
insatisfatórios, especialmente em pessoas com mais de 50 anos de
idade12.
Em fevereiro de 2021, foi iniciado outro teste clínico randomizado de
Fase 2 prevendo o recrutamento de 722 participantes, com data
estimada de conclusão em 15 de dezembro de 2022. Os resultados
preliminares deste estudo ainda não foram divulgados13.

Testes Clínicos de Fase 3

Em 27 de março de 2021, os laboratórios Sanofi-Pasteur e


GlaxoSmithKline iniciaram o recrutamento para um teste clínico de
Fase 3. O estudo pretende avaliar a segurança, a eficácia e a
imunogenicidade da vacina CoV2 preS Dtm em 37.430 participantes
nos EUA. A conclusão está prevista para janeiro de 2023. Nenhum
resultado preliminar foi divulgado14.
Em agosto de 2021, a vacina CoV2 preS Dtm possuía registrados
apenas 2 testes clínicos de Fase 32.

Testes Clínicos de Fase 4

Dados inexistentes até agosto de 2021.

Aprovação

Até agosto de 2021, nenhum país havia aprovado o uso da vacina


CoV2 preS Dtm.

27
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Outras Vacinas de Subunidade Proteica

Até a metade de 2021, vacinas de subunidade viral estavam em


avaliação em 16 testes clínicos e em 56 testes pré-clínicos. Estas
vacinas estão sendo as mais pesquisadas no momento, pois são fáceis
de produzir. A lista (extensa) inclui4,15: CoV2-OGEN1 (uma vacina
que pode ser tomada por via oral, desenvolvida pela farmacêutica
norteamericana Vaxform); SpFN, do Walter Reed Army Institute of
Research (EUA); UB-612, do laboratório Vaxxinity (EUA); CoVepiT,
do laboratório OSE Immunotherapeutics (França); ReCOV, do
laboratório Jiangsu Rec-Biotechnology (China); CHO Cell, do
National Vaccine and Serum Institute (China); NBP2001, do
laboratório SK Bioscience (Coreia do Sul); EuCorVac-19, do
laboratório EuBiologics (Coreia do Sul); Noora, da Baqiyatallah
University of Medical Sciences (Irã); Razi Cov-Pars, do laboratório
Razi Vaccine and Serum Research Institute (Irã); Adimmune, do
laboratório do mesmo nome (Taiwan); QazCoVac-P, do Research
Institute for Biological Safety Problems (Casaquistão); BECOV2, do
laboratório Biological e Ltda (Índia); Soberana Plus, do laboratório
Finlay Vaccine Institute (Cuba); Mambisa, do Center for Genetic
Engineering and Biotechnology (Cuba); Abdala, do Center for
Genetic Engineering and Biotechnology (Cuba); SpikoGen, do
laboratório Vaxine (Austrália); COVID-19 S-Trimer, de uma parceria
entre os laboratórios Clover Biopharmaceuticals, GSK e Dynavax
(Austrália); Nanocovax, do laboratório Nanogen Pharmaceutical
Biotechnology (Vietnã), e EpiVacCorona, do Vector Institute
(Rússia).
Até agosto de 2021, 22 vacinas de subunidade proteica contra
COvid19 possuíam registros de testes clínicos de Fase 2 e 12
apresentavam registros de testes clínicos de Fase 32.

28
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

CAPÍTULO 6

VACINAS DE VETOR VIRAL

As vacinas de vetor viral diferem das vacinas “convencionais” por


não possuírem antígenos “de verdade”: elas utilizam o próprio
organismo para produzir esses antígenos, empregando um vírus
modificado (um vetor) que entrega um código genético (uma
“receita”) para que suas células produzam uma substância
imunogênica.
No caso da Covid19, a “receita” escolhida pela maioria das vacinas foi
o código para produção de Proteínas Spike. Quando o vetor “infecta”
as células, ele passa a informação para que elas produzam grandes
quantidades de Proteína S, simulando o que ocorreria durante uma
infecção natural e desencadeando uma forte resposta celular por
parte dos linfócitos T, assim como a produção de anticorpos pelos
linfócitos B.
Além de seu funcionamento relativamente complexo, as vacinas de
vetor viral são complicadas de fabricar. Ademais, a imunidade prévia
contra o vetor pode comprometer a eficácia dessas vacinas: se você já
tem células de defesa e anticorpos “treinados” contra um
determinado adenovírus, injetar este adenovírus como um “vetor”
provocará uma reação intensa contra ele, diminuindo as chances de
que a “receita” consiga atingir o “endereço” certo. Foi por isso que
muitas vacinas que utilizam a plataforma de vetor viral optaram por
empregar como vetor adenovírus de chimpanzé.
Antes do emprego amplo de vacinas de vetor viral contra a Covid19,
outras vacinas com a mesma plataforma foram testadas de maneira
experimental contra Zika, Influenza, HIV, malária, vírus sincicial
respiratório e o temível vírus Ebola11,12,13.
Neste capítulo, vamos explorar alguns detalhes das principais
vacinas de Vetor Viral em uso no mundo: AZD1222 (AstraZeneca /
Oxford); Janssen / Johnson & Johnson; Sputnik V e Ad26.COV2.S
(Cansino).

29
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

AZD1222

Desenvolvedores: AstraZeneca / Universidade de Oxford


Nacionalidade: EUA e Reino Unido
Custo por dose: US$ 2,15 a US$ 5,251
Aprovação (até agosto/2021): 119 países2
Eficácia declarada: 70% a 99%

A Universidade de Oxford (EUA) fez uma parceria com a


farmacêutica britânica AstraZeneca para desenvolver um vetor não-
replicante baseado em adenovírus de chimpanzés. A vacina,
inicialmente batizada de ChAdOx1, foi nomeada oficialmente
AZD1222 e também participou da iniciativa Operation Warp Speed.
Até agosto de 2021, a vacina AZD1222 contava com 33 estudos
realizados e/ou em andamento em 19 países (7 testes clínicos de Fase
1, 18 testes clínicos de Fase 2 e 8 testes clínicos de Fase 3).

Testes Clínicos de Fase 1 e 2

Testes clínicos de Fase 1 e 2 com a vacina da AstraZeneca realizados


entre dezembro de 2019 e janeiro de 2021 mostraram respostas
imunes promissoras, com índices de soroconversão acima de 99%
após uma única dose, sem eventos adversos significativos e com
imunogenicidade similar entre as faixas etárias avaliadas (18-55, 56-
69, e ≥70 anos). Em termos de eficácia, o esquema vacinal completo
com 2 doses resultou 90% de proteção contra doença
sintomática3,4,5.

Testes Clínicos de Fase 3

Em nota para a imprensa divulgada em março de 2021, a


AstraZeneca comunicou os resultados dos testes clínicos
randomizados de Fase 3 da AZD1222 envolvendo 32.449
participantes distribuídos em 88 centros de pesquisa nos EUA, no
Peru e no Chile. Aproximadamente 20% dos pacientes possuíam 64
anos de idade ou mais, e 60% apresentavam comorbidades como
diabetes, obesidade severa ou doença cardíaca. Os pesquisadores
afirmaram que os estudos haviam mostrado 79% de eficácia da
vacina em evitar Covid19 sintomática (com 80% de eficácia em

30
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

pessoas com mais de 65 anos de idade), e 100% de eficácia contra


doença grave e hospitalização, com um perfil de segurança favorável.
Segundo a empresa, auditores externos independentes realizaram
uma avaliação do risco de trombose e não encontraram qualquer
aumento da ameaça entre os 21.583 recrutados que haviam tomado
pelo menos uma dose da vacina6.
Um teste clínico de Fase 2 e 3 foi iniciado em 28 de março de 2020 e
encontra-se atualmente em curso para determinar a segurança,
eficácia e imunogenicidade em 12.390 voluntários saudáveis no
Reino Unido. Os resultados estão previstos para setembro de 2021.
Resultados preliminares não haviam sido publicados até agosto de
20217.
Outro teste clínico de Fase 3 foi iniciado em 28 de agosto de 2020 e
encontra-se atualmente em curso para determinar a segurança,
eficácia e imunogenicidade em 32.459 voluntários adultos. Os
resultados estão previstos para fevereiro de 2023. Resultados
preliminares não haviam sido publicados até agosto de 20218.
Em agosto de 2021, a AZD1222 possuía registrados ao todo 8 testes
clínicos de Fase Fase 3, com eficácia média em torno de 70%2,30.

Testes Clínicos de Fase 4

Dados inexistentes até agosto de 2021.

Aprovação

Em dezembro de 2020, o Reino Unido e a Argentina foram os


primeiros países a conceder autorização para uso emergencial da
vacina da AZD1222. Na sequência, a vacina foi autorizada na Índia,
Brasil, México e Paquistão, e recebeu inclusive liberação da Agência
Médica Europeia. Em 15 de fevereiro de 2021, a OMS concedeu o
selo de autorização para “uso emergencial”. Em agosto de 2021, a
AZD1222 encontrava-se aprovada em 119 países2,30.
Uma das grandes vantagens da AZD1222 está no fato de poder ser
armazenada e transportada em refrigeradores comuns, com
temperaturas entre 2oC e 8oC, dispensando qualquer tipo de
preparação especial por parte das unidades de saúde existentes6.

31
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

A AZD1222 apresenta eficácia um pouco menor que as vacinas da


Moderna e da Pfizer, e em fevereiro de 2021 pesquisadores
sugeriram que a vacina seria ineficaz contra variantes do SARS-CoV-
2. Contudo, em março de 2021, estudos afirmaram que a vacina de
adenovírus da AstraZeneca havia demonstrado eficácia contra a
variante B.1.1.7 (variante do Reino Unido) em testes in vitro9,10.

Ad26.COV2.S

Desenvolvedores: Janssen / Johnson & Johson


Nacionalidade: Bélgica / EUA
Custo por dose: US$ 8,50 a US$ 10,001,14
Aprovação (até agosto/2021): 56 países2
Eficácia declarada: 57% a 100%

A vacina da Janssen / J&J utiliza como vetor um adenovírus sorotipo


26 (Ad26), contra o qual os humanos não possuem muita defesa. Isto
torna o Ad26 um excelente vetor viral. A vacina, batizada de
Ad26.COV2.S, demonstrou boa produção de anticorpos
neutralizantes após 28 dias de vacinação, mas a resposta de
linfócitos T foi notadamente ruim. Apesar desta limitação, a
Ad26.COV2.S foi capaz de eliminar o RNA do SARS-CoV-2 em testes
em animais e avançou para a fase de testes em humanos. Ela é
aplicada em dose única intramuscular15.

Testes Clínicos de Fase 1 e 2

Foram realizados ao todo quatro testes clínicos de Fase 1 e quatro


testes clínicos de Fase 2 com a vacina Ad26.COV2.S. Em janeiro de
2021, os pesquisadores anunciaram que a vacina apresentava uma
eficácia de 66% na América Latina, 57% na África do Sul e 72% nos
Estados Unidos, com 100% de eficácia contra formas graves da
doença2,16,17,18.

Testes Clínicos de Fase 3

32
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Um teste clínico de Fase 3 da Ad26.COV2.S foi iniciado em 7 de


setembro de 2020 e encontra-se atualmente em curso para
determinar a segurança, a eficácia e a imunogenicidade em 44.325
voluntários saudáveis com mais de 18 anos de idade. Os países
participantes incluem Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México,
Peru, Filipinas, África do Sul, Ucrânia e EUA. Os resultados estão
previstos para janeiro de 202319.
Outro teste clínico randomizado de Fase 3 foi iniciado em 16 de
novembro de 2020, com previsão de 31.836 participantes, todos
adultos com idade a partir de 18 anos e recrutados na Bélgica,
Colômbia, França, Alemanha, Filipinas, África do Sul, Espanha,
Reino Unido e EUA. O término deste estudo está estimado para 31 de
maio de 202320.
Finalmente, um terceiro teste clínico de Fase 3 da Ad26.COV2.S foi
iniciado na África do Sul em 18 de fevereiro de 2021, com previsão de
500 mil participantes e conclusão estimada para 31 de março de
202221.
Até agosto de 2021, nenhum destes testes havia divulgado resultados
preliminares.

Testes Clínicos de Fase 4

Em junho de 2021, os testes clínicos de Fase 4 com vacina da Jansen


/ J&J foram iniciados na Holanda. Os resultados preliminares ainda
não foram divulgados18.

Aprovação

Em 25 de fevereiro de 2021, o Bahrain se torou o primeiro país a


autorizar o uso emergencial da vacina. Em 27 de fevereiro, o FDA fez
o mesmo, tornando a vacina da Johnson & Johnson a terceira vacina
contra Covid19 disponível nos EUA – e a primeira vacina de dose
única aprovada naquele país. Em 11 de março, a vacina recebeu
autorização da Agência Europeia de Medicina. No dia seguinte, a
OMS concedeu autorização de uso emergencial. Em agosto de 2021,
a vacina encontrava-se autorizada em 56 países2,9.

Gam-COVID-Vac (Sputnik V)

33
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Desenvolvedor: Instituto de Pesquisas Gamaleya


Nacionalidade: Rússia
Custo por dose: em torno de US$ 10,0022
Aprovação (até agosto/2021): 70 países2
Eficácia declarada: em torno de 91%

A Gam-COVID-Vac – popularmente conhecida como Sputnik V – é


uma vacina de vetor viral desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas
Gamaleya, na Rússia. Ela combina dois adenovírus recombinantes
(rAd26 e rAd5) carregando uma programação genética para
produção da Proteína S do SARS-CoV-2.

Testes Clínicos de Fase 1 e 2

Os testes clínicos de Fase 1 e 2, avaliando a segurança e a


imunogenicidade da Sputnik V, foram realizados entre 18 de junho e
3 de agosto de 2020 e envolveram 76 participantes (36 em cada fase
do estudo). Os resultados foram publicados em setembro de 2020: a
Fase 1 envolveu voluntários entre 18 e 60 anos de idade que
receberam uma dose intramuscular da vacina no dia 0 e uma dose de
rAd26-S ou uma dose de rAd5-S após 28 dias. a Fase 2, iniciada nos
primeiros 5 dias após o término da Fase 1, consistiu em uma dose de
reforço de rAd26-S aplicada no dia 0 e de uma dose de reforço de
rAd5-S no dia 21. Todos os efeitos colaterais observados foram
considerados leves a moderados e incluíram dor no local da injeção,
febre, dor de cabeça, e dores musculares e articulares. Todos os
participantes produziram níveis adequados de anticorpos e
apresentaram uma boa resposta imune celular (boa ativação de
linfócitos T). Os estudos concluíram que a Sputnik V era uma vacina
segura e eficaz23.
Ao todo, até agosto de 2021, a Suputnik V possuía registrados ao
todo 4 testes clínicos de Fase 1 e 9 testes clínicos de Fase 22.

Testes Clínicos de Fase 3

Um teste clínico de Fase 3 (randomizado, duplo-cego e placebo-


controlado) foi realizado entre 7 de setembro e 24 de novembro de
2020 e envolveu 25 hospitais e policlínicas em Moscou. Ao todo,

34
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

participaram 21.977 adultos com idade igual ou superior a 18 anos. O


estudo concluiu que a Sputnik V apresentava 91,6% de eficácia
contra Covid1924.
Ao todo, até agosto de 2021, haviam sido registrados 6 testes clínicos
de Fase 3 para a Sputnik V2.

Autorização

Em 22 de dezembro, a Bielorrússia se tornou o primeiro país fora da


Rússia a conceder autorização para uso da Sputnik V. Em agosto de
2021, a vacina estava autorizada para uso em 70 países2.

Ad5-nCoV

Desenvolvedores: CanSino Biologics / Instituto de Biotecnologia


da Academia Militar de Ciências
Nacionalidade: China
Custo por dose: em torno de US$ 14,6425
Aprovação (até agosto/2021): 8 países2
Eficácia declarada: 91% a 96%

A vacina Ad5-nCoV da Cansino Biologics utiliza a mesma plataforma


empregada anteriormente pela empresa para desenvolver uma
vacina contra Ebola. A Ad5-nCoV consiste de um adenovírus
humano recombinante tipo 5 (Ad5) não-replicante projetado para
expressar a Proteína S do SARS-CoV-2. Contudo, a ampla imunidade
preexistente contra do Ad5 na população compromete sua
imunogenicidade: entre março e abril de 2020, pesquisadores
mostraram que uma aplicação única de doses mais altas de Ad5-
nCOV causava efeitos colaterais consideráveis. A aplicação única de
doses menores resultava na produção de anticorpos neutralizantes
após 14-28 dias da aplicação, mas o efeito era observado em apenas
50% dos vacinados26.

Testes Clínicos de Fase 1 e 2

35
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Os testes clínicos de Fase 1 foram realizados entre 16 e 27 de março


de 2020 em Wuhan, China, envolvendo 195 participantes entre 18 e
60 anos de idade. A vacina foi considerada segura; os efeitos
colaterais, leves a moderados; e a imunidade humoral (anticorpos) e
celular (resposta de linfócitos T), satisfatória, atingindo um pico 28
dias após a vacinação27.
Os testes clínicos de Fase 2 foram realizados em um único centro de
pesquisa em Wuhan, China, entre 11 e 16 de abril de 2020. O estudo
randomizado, duplo-cego e placebo-controlado envolveu 508
participantes com idade igual ou superior a 18 anos. Os pacientes
foram reavaliados 28 dias após aplicação do esquema vacinal de dose
única e a eficácia da vacina foi estimada em 96%. A despeito de
efeitos colaterais graves terem sido registrados em 9% dos vacinados,
os pesquisadores consideraram a Ad5-nCoV segura e eficaz28.

Testes Clínicos de Fase 3

Em agosto de 2021, testes clínicos de Fase 3 para Ad5-nCOV estavam


em andamento na Argentina, no Chile, no México, no Paquistão e na
Rússia. Os resultados preliminares da Fase 3 no Paquistão sugeriam
uma eficácia de 91% para a vacina15,29.

Testes Clínicos de Fase 4

Em maio de 2021, os testes clínicos de fase 4 foram iniciados com


400 adultos. Até agosto de 2021, os resultados preliminares deste
estudo ainda não haviam sido publicados26.

Aprovação

Em 25 de junho de 2020, antes que os testes clínicos de Fase 2


fossem concluídos, as Forças Armadas da China concederam uma
aprovação emergencial de 1 ano para a Ad5-nCoV26.
Em agosto de 2021, a Ad5-nCoV possuía autorização para uso na
China (aprovada para aplicação em massa em fevereiro de 2021), na

36
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Hungria (março de 2021) e na Argentina (junho de 2021), além de


Equador, Hungria, Malásia, México e Paquistão2,26.

Outras Vacinas de Vetor Viral

Em 2021, 14 vacinas de vetor viral contra Covid19 estavam na fase de


testes clínicos, utilizando como vetores vírus de estomatite vesicular,
vírus influenza, adenovírus e outros. Além das vacinas citadas neste
capítulo, podemos listar ainda15: SC-Ad6-1, Tetherex
Pharmaceuticals Corporation (EUA); VBI-2902a, VBI Vaccines Inc
(EUA); BBV154, Bharat Biotech (Índia); COVID-19 aAPC, Shenzhen
Geno-Immune (China); COVIVAC, Institute of Vaccines and Medical
Biologicals (Vietnã); NDV-HXP-S, Universidade de Mahidol /
Governo da Tailândia e GRAd-COV2, ReiThera (Itália).
Até agosto de 2021, 9 vacinas de vetor viral contra Covid19 possuíam
registros de testes clínicos de Fase 2 e 13 apresentavam registros de
testes clínicos de Fase 32.

37
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

CAPÍTULO 7

VACINAS DE RNA MENSAGEIRO

O genoma do SARS-CoV-2 foi isolado e publicado em 11 de janeiro de


2020 – menos de 1 mês após a documentação dos primeiros casos
em Wuhan, China. De posse desta informação, laboratórios de
pesquisa e empresas de biotecnologia iniciaram uma corrida para
produzir uma vacina eficaz contra o vírus. Grandes laboratórios
concentraram suas pesquisas em vacinas de RNA mensageiro
(RNAm) e estas terminaram sendo as primeiras vacinas a avançar
com sucesso nos testes clínicos de Fase 2 e 3. Antes da Covid19, uma
vacina de RNAm jamais havia sido autorizada para uso em
humanos8.
De acordo com os pesquisadores, as vacinas de RNAm não acessam o
núcleo da célula: ao ser injetada, a substância concentra-se no
cit0plasma celular, onde sofre degradação natural. Isso significa que
vacinas de RNAm não apresentam o risco de se integrar diretamente
ao seu genoma – ao contrário do descrito para as vacinas de vetor
viral e de DNA4,5,6,7.
Em agosto de 2021, 6 vacinas de RNAm encontravam-se em testes
clínicos de Fase 32. Neste capítulo, vou abordar com mais detalhes as
duas mais conhecidas: a BNT162b2, dos laboratórios BioNTech /
Pfizer, e a m-RNA-1273, do laboratório Moderna.

BNT162b2

Desenvolvedores: BioNTech / Pfizer


Nacionalidade: Alemanha e EUA
Custo por dose: US$ 14,70 a US$ 19,501
Aprovação (até agosto/2021): 97 países2
Eficácia declarada: 60% a 95%

Em janeiro de 2020, a Pfizer (norte-americana) iniciou suas


pesquisas para uma vacina de RNAm contra o SARS-CoV-2. A

38
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

BNT162b2 atua enviando uma mensagem para as células do seu


corpo para que elas produzam grandes quantidades de Proteína
Spike, que por sua vez estimula a resposta do sistema imune,
conferindo proteção contra o vírus.
A Pfizer relata ter investido US$ 2 bilhões no desenvolvimento do
imunizante. Como recompensa, fechou com o governo dos EUA um
contrato de US$ 1,95 bilhão para fornecer 100 milhões de doses da
substância. A BionTech (alemã) por sua vez obteve um empréstimo
de 100 milhões de euros junto ao European Investment Bank para
ampliar a produção e a distribuição de sua vacina na Europa. A
vacina produzida em conjunto pelas duas empresas fez parte o
programa Operation Warp Speed, dos EUA8.
Em novembro de 2020, a farmacêutica afirmou que seus testes
haviam revelado uma eficácia de 90% para a BNT162b2.

Testes Clínicos de Fase 1 e 2

Os testes clínicos de Fase 1 e 2 envolveram 45 voluntários nos EUA


com idades entre 18 e 55 anos, divididos em grupos segundo doses
diferentes (10, 30 e 100 μg) e um grupo de 9 participantes recebendo
placebo. O grupo com doses de 10 e 30 μg receberam duas aplicações
com 20 dias de intervalo entre a primeira e a segunda dose; o grupo
de 100 μg recebeu apenas uma dose, sem aplicação de reforço.
Observou-se um aumento nos níveis de IgG com um pico 7 dias após
a segunda dose, que permaneceu elevado até 14 dias após a segunda
dose, sem aumentar a partir daí. Naqueles que receberam a dose de
100 μg, os níveis de IgG atingiram um pico 21 dias após a aplicação.
Ao final, os resultados não mostraram diferenças significativas na
resposta imune após uma dose de 30 e 100 μg, sugerindo que as
doses de 10 e 30 μg eram melhores candidatas. Os efeitos adversos
mais comumente observados foram dor leve a moderada no local da
injeção, e estes sintomas estavam relacionados à dose aplicada
(menos intensos no grupo de 10 μg e mais intensos no grupo de 100
μg). Alguns pacientes relataram febre após a primeira e a segunda
dose, com resolução espontânea em 24 horas. Alguns pacientes
relataram distúrbios no sono. Os exames laboratoriais não foram
muito diferentes entre os grupos, mas algumas pessoas

39
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

apresentaram uma redução na contagem de linfócitos e neutrófilos,


que retornou ao normal 6-8 dias após a vacinação10,11.
Até agosto de 2021, haviam sido registrados ao todo cinco testes
clínicos de Fase 1 e treze testes clínicos de Fase 2 para a vacina
BNT162b2, envolvendo países como Alemanha, EUA, Japão,
Argentina, África do Sul, Turquia, Reino Unido, Espanha, China,
França Áustria e Brasil2.

Testes Clínicos de Fase 3

Em julho de 2020, foi anunciado o início de um teste clínico de Fase


3 para a BNT162b2 envolvendo 30 mil voluntários nos EUA, na
Argentina, na Alemanha e no Brasil – entre outros países. Em
novembro de 2020, o laboratório anunciou os resultados
preliminares do estudo, afirmando que a vacina apresentava uma
eficácia de 95% (mesmo em adultos com mais de 60 anos de idade)3.
Em dezembro de 2020, foram publicados os resultados preliminares
dos testes clínicos randomizados de Fase 3 analisando duas doses da
vacina BNT162 aplicadas com 21 dias de diferença entre a 1a e a 2a
dose (30 μg por dose). O objetivo primário consistia verificar a
segurança e eficácia da vacina contra o diagnóstico de Covid19
confirmado laboratorialmente. Para tanto, 43.448 participantes
saudáveis receberam a vacina e 21.728 participantes receberam
placebo. Durante um acompanhamento médio de 2 meses, os
pesquisadores registraram 10 casos graves de Covid19 após a 1a dose
da vacina, sendo 9 casos no grupo placebo e apenas 1 caso no grupo
vacinado. A incidência de eventos adversos graves foi baixo e similar
em ambos os grupos (vacina e placebo). O estudo – iniciado em 29
de abril de 2020 e com término previsto para 2 de maio de 2023 –
concluiu que um esquema de duas doses da vacina BNT162 era
seguro e 95% eficaz para prevenir Covid1912,13.
Em abril de 2021, resultados preliminares de testes clínicos de Fase 3
realizados entre profissionais de saúde no Reino Unido mostraram
que a vacina Pfizer-BioNTech apresenta uma eficácia de 72% após a

40
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

1a dose contra infecção confirmada por PCR. Testes clínicos


similares realizados em Israel mostraram uma eficácia de 60%14.
Até agosto de 2021, haviam sido registrados 6 testes clínicos de Fase
3 para a vacina BNT162b2, envolvendo países como Bélgica,
Argentina, Brasil, Alemanha, África do Sul, EUA, Turquia e Suíça2.

Testes Clínicos de Fase 4

Em fevereiro de 2021, foi iniciado um teste clínico de Fase 4 em


parceria com o Ministério do Interior e da Saúde da Dinamarca3.
Resultados preliminares deste teste não haviam sido publicados até
agosto de 2021.

Aprovação

Em 11 de dezembro de 2020, a vacina BNT162b2 da Pfizer se tornou


a primeira vacina a ser aprovada para uso emergencial nos EUA. Em
31 de dezembro de 2020, a vacina recebeu da OMS o selo para “uso
emergencial”8,23.
Em 10 de maio de 2021, o FDA (EUA) ampliou a autorização
emergencial da BNT162b2 para incluir adolescentes entre 12 e 15
anos de idade. No mês seguinte, em 25 de junho de 2021, o FDA
emitiu uma nota alertando sobre o maior risco de miocardite
(inflamação do músculo cardíaco) e pericardite (inflamação da
membrana que envolve o coração) – especialmente em pessoas mais
jovens – associado ao uso da vacina da Pfizer8.
Em agosto de 2021, a vacina BNT162b2 possuía aprovação para uso
em 97 países. A Pfizer possui outra vacina de RNAm – BNT162b1 –
com histórico de um teste clínico de Fase 1 (registrado na China); um
teste clínico de Fase 2, e um teste clínico de Fase 3 (ambos
registrados para Argentina, Brasil, Alemanha, África do Sul, Turquia
e EUA). A BNT162b1 ainda não foi aprovada em qualquer país2.

mRNA-1273

Desenvolvedores: Moderna

41
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Nacionalidade: EUA
Custo por dose: US$ 15,00 a US$ 18,0015
Aprovação (até agosto/2021): 64 países2
Eficácia declarada: em torno de 94%

A vacina mRNA-1273, da farmacêutica Moderna, foi desenvolvida em


Cambridge, Massachusetts, e financiada pelo National Institute of
Allergy and Infectious Diseases (NIAID), que é parte do National
Institutes of Health – um conglomerado de centros de pesquisa que
formam a agência governamental de pesquisa biomédica do
departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos. As
pesquisas foram iniciadas 2 meses após o sequenciamento do
genoma do SARS-CoV-2 e receberam um investimento de US$ 6
bilhões do Governo Federal dos EUA com parte do programa
Operation Warp Speed 16.
A vacina mRNA-1273 da Moderna age de maneira idêntica à vacina
de sua concorrente BioNTech/Pfizer: consiste de um RNA
mensageiro de Proteína S sintetizada in vitro e coberta com
nanopartículas lipídicas. Assim como a vacina de RNAm da Pfizer, a
vacina de RNAm da Moderna precisa ser mantida em temperaturas
ultra-geladas”3,8,10,20.
Até o surgimento da pandemia, a Moderna nunca havia produzido
uma vacina eficaz, mas, mesmo assim, conseguiu avançar com seu
imunizante até a fase de testes clínicos em humanos3,8,10.
Em outubro de 2020, foram publicados os resultados dos testes pré-
clínicos mRNA-1273 realizados em macacos. O estudo afirmou que a
vacina da Moderna induzia uma resposta imune celular e humoral
rápida e robusta21. Outros testes da m-RNA-1273 realizados em
camundongos mostraram que uma dose de 1 μg da vacina era capaz
de produzir uma resposta imune intensa (incluindo uma boa
ativação dos linfócitos T citotóxicos), sem efeitos colaterais
significativos. Em termos proporcionais, em humanos esta dose
equivaleria a 100 μg – e esta foi a posologia escolhida para os testes
clínicos nas fases seguintes3,8,10,21.

Testes Clínicos de Fase 1

42
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Em novembro de 2020, foram publicados os resultados preliminares


dos testes clínicos de Fase 1 em humanos: 45 adultos saudáveis, com
idades entre 18 e 55 anos, receberam duas doses da vacina com
intervalo de 28 dias entre a 1a e a 2a aplicação. As doses estudadas
foram de 25 μg, 100 μg e 250 μg, com 15 participantes em cada um
desses grupos. Após a primeira aplicação, os níveis de anticorpos
foram maiores no grupo 250 μg. Após a segunda dose, todos os
recrutados apresentam níveis de anticorpos circulantes detectáveis.
Os efeitos colaterais mais comuns após a 1a e a 2a dose foram fadiga,
calafrios, dor de cabeça, dor muscular e dor no local da aplicação.
Após a 2a dose, 3 participantes (21%) o grupo 250 μg apresentaram
um ou mais efeitos colaterais graves. Ainda assim, o estudo concluiu
que a vacina mRNA-1273 era segura e eficaz17.
Em dezembro de 2020, foram publicados os resultados de um teste
clínico de Fase 1. O estudo incluiu adultos com mais de 40 anos de
idade, que receberam duas doses da vacina (25 μg ou 100 μg)
administradas com um intervalo de 28 dias. Os efeitos colaterais
mais comuns foram (novamente) fadiga, calafrios, dor de cabeça, dor
muscular e dor no local da aplicação, sendo mais comuns após a
segunda dose da vacina. Os pesquisadores concluíram que a dose de
100 μg era boa, segura e eficaz18.
Até agosto de 2021, a vacina mRNA-1273 possuía registrados 5 testes
clínicos de Fase 1, todos nos EUA2.

Testes Clínicos de Fase 2

Em maio de 2021, foram publicados os resultados preliminares de


um teste clínico de Fase 2, randomizado e placebo-controlado,
realizado nos EUA com 600 adultos saudáveis com idade igual ou
superior a 18 anos. O estudo foi conduzido entre 29 de maio e 8 de
julho de 2020 e avaliou um esquema vacinal de duas doses da vacina
(50 µg e 100 µg) administradas com um intervalo de 28 dias entre a
1a e a 2a aplicação. Após análise dos dados, os pesquisadores
concluíram que ambos os esquemas apresentam perfis de segurança
e eficácia aceitáveis.
Até agosto de 2021, a mRNA-1273 possuía registrados nove testes
clínicos de Fase 2 – a maioria deles nos EUA e Canadá2.

Testes Clínicos de Fase 3

43
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Em fevereiro de 2021, foram publicados os resultados preliminares


de um teste clínico de Fase 3, randomizado e placebo-controlado,
realizado em 99 centros de pesquisa nos EUA. Os participantes
receberam duas aplicações intramusculares de 100 μg de mRNA-
1273 separadas por um intervalo de 28 dias ou placebo. O estudo
recrutou 30.420 participantes. Ao longo do período de
acompanhamento, detectou-se Covid19 sintomática em 185
participantes no grupo placebo (30 deles com idade igual ou superior
a 65 anos) e em apenas 11 participantes no grupo vacina. Após
análise dos dados, os pesquisadores concluíram que o esquema
vacinal de duas doses de 100 μg de mRNA-1273 era seguro e
apresentava eficácia de 94,1% contra Covid19 sintomática, incluindo
formas graves da doença.
Até agosto de 2021, a vacina mRNA-1273 possuía registrados sete
testes clínicos de Fase 3, envolvendo Suíça, EUA e Canadá2.

Testes Clínicos de Fase 4

Em fevereiro de 2021, um teste clínico de Fase 4 foi lançado como


parte de um estudo acional em colaboração com o Ministério do
Interior e da Saúde da Dinamarca. Outro teste clínico de Fase 4 para
a vacina mRNA-1273 teve em junho de 2021, na Bélgica3. Até agosto
de 2021, não haviam sido publicados resultados preliminares destes
estudos.

Aprovação

Em 18 de dezembro de 2020 a mRNA-1273 se tornou a segunda


vacina autorizada pelo FDA (EUA). Em 30 de abril de 2021, a
mRNA-1273 se tornou a 5a vacina a receber o selo de “uso
emergencial” da OMS. Em agosto de 2021, encontrava-se autorizada
para uso em 64 países2,3,8. Também em agosto de 2021, a Moderna
estava testando uma segunda vacina de RNAm contra Covid, desta
vez mirando na variante Beta detectada na África do Sul. Batizada de
mRNA-1273.351, a vacina será avaliada isoladamente,
sequencialmente ou em associação à mRNA-12733,8,10. Até a

44
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

publicação deste livro, os resultados preliminares destes testes não


haviam sido publicados.

Outras Vacinas de RNAm

Outras vacinas de RNAm em fase de pesquisa incluem: LNP-nCOV


saRNA-02, MRC/UVRI e Unidade de Pesquisa LSHTM (Uganda) e
Imperial College (Reino Unido); CoV-2 SAM (LNP),
GlaxoSmithKline (Reino Unido); HDT-301, SENAI CIMATEC
(Brasil); PTX-COVID19-B, Providence Therapeutics (Canadá);
ChulaCOv19, Centro de Pesquisas em Vacinas Chula (Tailândia);
EXG-5003, Elixirgen Therapeutics (EUA); DS-5670a, Daiichi Sankyo
Co e Universidade de Tóquio (Japão), e ARCoV, Suzhou Abogen
Biosciences / Walvax Biotechnology / Academia Militar de Ciências
Médicas (China). Todavia, estas vacinas se encontram a milhares de
quilômetros de distância em termos de testes clínicos quando
comparadas às vacinas da BioNTech/Pfizer e Moderna. Atualmente,
existem inclusive estudos de equivalência entre estas duas vacinas
“mais famosas”:
Em abril de 2021, foram publicados os resultados de um teste clínico
direcionado para verificar a eficácia das duas principais vacinas de
RNAm (Pfizer-BioNTech e Moderna) na prevenção de infecções
sintomáticas de SARS-CoV-2. O estudo, realizado entre 14 de
dezembro de 2020 e 13 de março de 2021, envolveu 3.950
profissionais de saúde (62,1% mulheres, 71,0% com idade entre 18 e
49 anos, e 68,9% sem comorbidades crônicas): 2.479 (62,8%)
receberam o esquema vacinal recomendado (duas de BNT162 ou
duas doses de mRNA-1273) e 477 (12,1%) receberam apenas uma
dose de uma das vacinas; os restantes (não-vacinados) compuseram
o grupo controle. A imunização parcial (mais de 14 dias após a
primeira dose, porém antes da segunda dose) mostrou ter uma
eficácia de 80%. Nos participantes que desenvolveram Covid19,
10,7% destes tiveram infecção não-sintomática. Dentre os
participantes vacinados que apresentaram infecção confirmada por
RT-PCR, 22,9% necessitaram atendimento médico e dois deles foram
hospitalizados. Nenhuma morte ocorreu. Após a conclusão dos

45
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

testes, os pesquisadores determinaram que o esquema de duas doses


com vacinas de RNAm confere uma imunização de 90%14.
Finalmente, em 15 de junho de 2021, foi publicado um estudo
prospectivo de coorte avaliando gestantes e mulheres lactantes
vacinadas com mRNA-1273 (Moderna) ou BNT162b (Pfizer-
BioNTech). O estudo, realizado entre dezembro de 2020 e março de
2021, envolveu 103 mulheres com idades de 18 a 45 anos, sendo 30
gestantes, 16 lactantes; 57 mulheres vacinadas, porém não-grávidas e
não-lactantes; 22 mulheres grávidas não vacinadas, e 6 mulheres
não-grávidas e não-vacinadas. A resposta imune humoral e celular
foi determinada contra o SARS-CoV-2 original e as variantes B.1.1.7 e
B.1.351. Após a segunda dose da vacina, observou-se febre em 4
gestantes (14%), em 7 lactantes (44%) e em 27 mulheres não-
grávidas (52%). A resposta imune foi detectada em toda as mulheres
vacinadas e considerada adequada, inclusive contra as variantes22.
Até agosto de 2021, 11 vacinas de RNAm contra COvid19 possuíam
registros de testes clínicos de Fase 2 e 6 apresentavam registros de
testes clínicos de Fase 32.

46
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

CAPÍTULO 8

VACINAS DE DNA

As vacinas de DNA foram uma grande sensação no começo dos anos


1990 e o conceito passou a ser aplicado contra uma ampla gama de
patógenos e antígenos tumorais. Em teoria, seriam um método
inédito, seguro e eficaz para induzir boas respostas no sistema imune
– inclusive sobre os linfócitos T, essenciais para uma imunidade de
longo prazo.
Vacinas genéticas consistem em sequências de genes na forma de
plasmídeos de DNA ou RNA mensageiro (RNAm). Uma vez injetada
no corpo, a informação genética entra nos miócitos, onde é “lida”
pelo maquinário produtor de proteínas da própria célula, que passa a
fabricar antígenos que “provocam” o sistema de defesa, estimulando
a produção de anticorpos (mais ou menos como ocorre com as
vacinas de vetor viral).
A principal vantagem das vacinas de DNA está na possibilidade de
mirar em antígenos “copiados” do próprio agente infeccioso. Isto
torna o processo relativamente rápido e “potencialmente” de baixo
risco, pois exclui a injeção de proteínas potencialmente agressivas.
Todavia, desde a apresentação das vacinas genéticas, nunca houve
uma vacina deste tipo aprovada para uso em humanos. Os obstáculos
para o desenvolvimento de vacinas genéticas foram superados com o
desenvolvimento de novos polímeros, nanolipídeos, adjuvantes
moleculares e outros produtos.
O primeiro teste clínico de Fase 1 em humanos com uma vacina de
DNA foi realizado contra o HIV-1. Outros testes foram conduzidos
para avaliar a eficácia desta plataforma imunizante contra câncer,
influenza, raiva, malária, herpes e hepatite B. Desde então, várias
vacinas de DNA foram autorizadas para uso em massa em animais,
incluindo cavalos, salmões, porcos e cães1,2.
A vacina intradérmica de DNA contra Covid19 INO-4800, da
empresa norte-americana Inovio, iniciou seus testes clínicos em
2020. Dados preliminares de 36 pacientes mostraram que 94% deles
(34) desenvolveram uma boa resposta imune após 6 semanas.

47
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Infelizmente, o número de participantes nas fases 1 e 2 é insuficiente


para determinar a real eficácia da vacina e menos ainda sua
segurança3.
Outras vacinas de DNA contra Covid19 em desenvolvimento incluem
exemplos como Covigen (BioNet-Asia e Universidade de Sydney,
Austrália); Covigenix VAX-001 (Entos Pharmaceuticals, Canadá), e
COVID-eVax (Takis e Rottapharm Biotech, Itália).
Como mencionado anteriormente, vacinas de DNA possuem alta
especificidade, porém podem induzir a formação de autoanticorpos e
(mais preocupante) apresentam o risco de integração genômica,
levando potencialmente a mutagênese e oncogênese – e isto é válido
inclusive para as vacinas de DNA em desenvolvimento contra
Covid19. Além destes riscos, existe a preocupação de que vacinas de
DNA levem a uma disseminação de materiais genéticos
desconhecidos pelo meio ambiente, afetando e modificando a
microflora natural4,5,6,7,8.
Até agosto de 2021, 3 vacinas de DNA contra Covid19 encontravam-
se em estágios diferentes de testes clínicos, mas nenhuma delas
possuía autorização para uso em massa em humanos. A bem da
verdade, nunca houve uma vacina de DNA autorizada para uso em
massa em humanos1,2,9.

48
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

CAPÍTULO 9

A PERFORMANCE DAS VACINAS


NO MUNDO E NO BRASIL

Ainda que a Covid19 não possua uma letalidade tão elevada quanto a
“grande imprensa” espera que você acredite, é inegável que o vírus
existe e pode matar. Para aqueles que perderam entes queridos para
a Pandemia ou tornaram-se paranoicos com o medo de morrer pela
doença, não adianta muito dissertar sobre o fato de que 99,5% dos
humanos vivos no começo de 2020 sobreviveram à passagem do
SARS-CoV-2. O sentimento de terror e desespero frente a ameaça da
Covid19 – que classifico sem o menor mal-estar como sendo uma das
maiores histerias coletivas que já testemunhamos na história – levou
a uma corrida radical em busca de uma salvação. E esta corrida,
repleta de interesses escusos, intenções de controle absoluto e
agendas nada humanitárias, rapidamente entronizou o “bezerro de
ouro” das vacinas como o ídolo-maior da esperança coletiva.
As vacinas traziam consigo a promessa de dias sem lockdowns,
distanciamento social e máscaras. Dias em que seria possível viver
sem o medo da morte e retomar a “normalidade” perdida. Mas
poucos atentaram para o discurso antecipado dos especialistas que
insistiam que o apavoramento era saudável e a “normalidade”
continuaria distante a despeito das vacinas: em entrevista para o
jornal eletrônico da prestigiada Cleveland Clinic, a infectologista
Kristin Englund afirmou que “tomar a vacina não significa que você
pode retornar instantaneamente à vida de antes. Até que tenhamos
atingido algum nível de imunidade de rebanho, a vacina será nada
além de mais uma camada de proteção contra a Covid19”. Em julho
de 2021, o CDC os EUA reiterou esta posição, anunciando que as
vacinas não eram suficientes para eliminar o medo e restaurar a
“normalidade”1,2.
Não obstante, a batalha das vacinas seguiu em frente. Afinal, antes
fazer alguma coisa que fazer nada, certo? Portanto… “vacinem-se!”,
proclamaram as autoridades sanitárias. E a humanidade vacinou-se

49
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

em massa, voluntaria ou coercitivamente: até julho de 2021, cerca de


3 bilhões de doses de vacinas contra Covid19 já haviam sido
aplicadas em todo o mundo3.
Mas qual foi exatamente o efeito das vacinas? Qual foi seu impacto
sobre vírus terrível? Elas cumpriram a promessa e retardaram o
avanço das mortes por Covid19 no planeta?Responder estas
perguntas não é tarefa fácil, mas é possível levantar alguns dados e
fazer um esforço honesto para observar objetivamente o efeito das
vacinas no meio do caos da Pandemia.
Por exemplo: poderíamos analisar os registros comparativos de
cobertura vacinal e as médias de mortes anotadas na conta do
Covid19 em diversos países, dos mais ricos aos mais pobres.
O raciocínio é bem simples: se, em julho 2020, antes que
qualquer vacina estivesse disponível, um país X apresentava
uma média semanal de X mortes por Covid19, como teria ficado esta
média semanal em julho de 2021, após a aplicação em massa de
vacinas contra a doença?
Ainda que muitos possam considerar este raciocínio “ingênuo e
reducionista”, ele certamente é interessante e pertinente. E o
resultado dele é o que você verá a seguir.

O caso dos 50 maiores IDHs do mundo

Segundo a ONU, os 50 maiores Índices de Desenvolvimento do


Humano (IDHs) do mundo pertencem aos seguintes países: Noruega
(0,957), Irlanda (0,955), Suíça (0,955), Hong Kong (0,949), Islândia
(0,949), Alemanha (0,947), Suécia (0,945), Austrália (0,944),
Holanda (0,944), Dinamarca (0,940), Finlândia (0,938), Singapura
(0,938), Reino Unido (0,932), Bélgica (0,931), Canadá (0,929), EUA
(0,926), Áustria (0,922), Israel (0,919), Japão (0,919), Liechtenstein
(0,919), Eslovênia (0,917), Coreia do Sul (0,916), Luxemburgo
(0,916), Espanha (0,904), França (0,901), República Tcheca (0,900),
Malta (0,895), Estônia (0,892), Itália (0,892), Emirados Árabes
Unidos (0,890), Grécia (0,888), Chipre (0,887), Lituânia (0,882),
Polônia (0,880), Andorra (0,868), Letônia (0,866), Portugal (0,864),
Eslováquia (0,860), Hungria (0,854), Arábia Saudita (0,854), Barein
(0,852), Chile (0.851), Croácia (0,851), Catar (0,848), Argentina
(0,845), Brunei (0,838), Montenegro (0,829), Romênia (0,828),
Palau (0,826) e Cazaquistão (0,825).

50
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Considerando que estas nações não enfrentam grandes problemas


com relação à organização de suas sociedades e à capacidade de
investir bem seu dinheiro, como será que elas se saíram com relação
às vacinas e às mortes por Covid19? Como estavam as médias
semanais de mortes por Covid19 nestes países em julho de 2020
(antes das vacinas) e na última semana julho de 2021 (depois
das vacinas)?
Utilizando ferramentas de livre acesso como Google e bases de dados
como OurWorldInData.org e Worldometers.info, os números em 01
de agosto de 2021 eram os seguintes:

1) Noruega
Média de mortes por milhão de habitantes: 146
População vacinada com pelo menos uma dose: 66,9%
População completamente vacinada: 33,8%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

2) Irlanda
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.006
População vacinada com pelo menos uma dose: 67,1%
População completamente vacinada: 56%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100%

3) Suíça
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1,250
População vacinada com pelo menos uma dose: 54,5%
População completamente vacinada: 48,2%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100%

4) Hong Kong
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 28
População vacinada com pelo menos uma dose: 42,6%
População completamente vacinada: 30%

51
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0


Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

5) Islândia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 87
População vacinada com pelo menos uma dose: 75,4%
População completamente vacinada: 71,3%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

6) Alemanha
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.095
População vacinada com pelo menos uma dose: 61,7%
População completamente vacinada: 52,1%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 3
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 35
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 1.166%

7) Suécia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.438
População vacinada com pelo menos uma dose: 62,5%
População completamente vacinada: 40,8%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 8
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 800%

8) Austrália
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 36
População vacinada com pelo menos uma dose: 32,6%
População completamente vacinada: 14,7%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100%

9) Holanda
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.037
População vacinada com pelo menos uma dose: 68,6%

52
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

População completamente vacinada: 50,1%


Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 4
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 400%

10) Dinamarca
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 438
População vacinada com pelo menos uma dose: 72,1%
População completamente vacinada: 54,1%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100%

11) Finlândia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 176
População vacinada com pelo menos uma dose: 66,8%
População completamente vacinada: 34,9%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100%

12) Singapura
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 6
População vacinada com pelo menos uma dose: 75,2%
População completamente vacinada: 57,2%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021 (depois
das vacinas): 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

13) Reino Unido


Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.892
População vacinada com pelo menos uma dose: 70,1%
População completamente vacinada: 56,7%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 15
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 77
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 513%

14) Bélgica

53
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Média geral de mortes por milhão de habitantes: 2.167


População vacinada com pelo menos uma dose: 69,8%
População completamente vacinada: 57,9%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 2
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 3
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 50%

15) Canadá
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 697
População vacinada com pelo menos uma dose: 71,7%
População completamente vacinada: 58,8%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 5
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 8
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 160%

16) EUA
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.883
População vacinada com pelo menos uma dose: 58,0%
População completamente vacinada: 50%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 547
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 354
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 64%

17) Áustria
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.185
População vacinada com pelo menos uma dose: 59,7%
População completamente vacinada: 51,5%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100%

18) Israel
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 693
População vacinada com pelo menos uma dose: 63,9%
População completamente vacinada: 59,3%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 2
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 2
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

54
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

19) Japão
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 120
População vacinada com pelo menos uma dose: 38,7%
População completamente vacinada: 27,8%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 10
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 1000%

20) Liechtenstein
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.543
População vacinada com pelo menos uma dose: 53,8%
População completamente vacinada: 49,1%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

21) Eslovênia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 2.130
População vacinada com pelo menos uma dose: 44,1%
População completamente vacinada: 38,9%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

22) Coreia do Sul


Média geral de mortes por milhão de habitantes: 41
População vacinada com pelo menos uma dose: 26,2%
População completamente vacinada: 13,7%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 3
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 300%

23) Luxemburgo
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.291
População vacinada com pelo menos uma dose: 63,9%
População completamente vacinada: 50,4%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

55
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

24) Espanha
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.737
População vacinada com pelo menos uma dose: 67,9%
População completamente vacinada: 57,4%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 2
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 38
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 1900%

25) França
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.707
População vacinada com pelo menos uma dose: 62,1%
População completamente vacinada: 47,5%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 9
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 29
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 322%

26) República Tcheca


Média geral de mortes por milhão de habitantes: 2.830
População vacinada com pelo menos uma dose: 52,9%
População completamente vacinada: 45,2%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 2
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 200%

27) Malta
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 951
População vacinada com pelo menos uma dose: 79,4%
População completamente vacinada: 75,8%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

28) Estônia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 957
População vacinada com pelo menos uma dose: 48,1%
População completamente vacinada: 37,3%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0

56
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

29) Itália
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 2.120
População vacinada com pelo menos uma dose: 63,5%
População completamente vacinada: 51,7%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 6
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 16
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 266%

30) Emirados Árabes Unidos


Média geral de mortes por milhão de habitantes: 193
População vacinada com pelo menos uma dose: 79,3%
População completamente vacinada: 70,8%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 1
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 4
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 400%

31) Grécia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.242
População vacinada com pelo menos uma dose: 53,1%
População completamente vacinada: 47,7%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 9
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 900%

32) Chipre
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 332
População vacinada com pelo menos uma dose: 60,6%
População completamente vacinada: 51,3%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 3
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 300%

33) Lituânia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.645
População vacinada com pelo menos uma dose: 50,5%
População completamente vacinada: 44,4%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0

57
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1


Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100%

34) Polônia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.991
População vacinada com pelo menos uma dose: 48,2%
População completamente vacinada: 45,8%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 6
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 3
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 200%

35) Andorra
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.641
População vacinada com pelo menos uma dose: 62,8%
População completamente vacinada: 44%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

36) Letônia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.369
População vacinada com pelo menos uma dose: 39,9%
População completamente vacinada: 35,5%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100%

37) Portugal
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.703
População vacinada com pelo menos uma dose: 67,9%
População completamente vacinada: 54,7%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 3
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 11
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 366%

38) Eslováquia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 2.295
População vacinada com pelo menos uma dose: 41,4%
População completamente vacinada: 36%

58
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0


Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

39) Hungria
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 3.116
População vacinada com pelo menos uma dose: 57,5%
População completamente vacinada: 55,6%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

40) Arábia Saudita


Média geral de mortes por milhão de habitantes: 231
População vacinada com pelo menos uma dose: 54,5%
População completamente vacinada: 23%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 28
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 12
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 233%

41) Barein
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 784
População vacinada com pelo menos uma dose: 67,5%
População completamente vacinada: 64,1%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 1
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 100%

42) Chile
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.820
População vacinada com pelo menos uma dose: 72,9%
População completamente vacinada: 64,2%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 77
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 70
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 10%

43) Croácia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 2.022
População vacinada com pelo menos uma dose: 40,3%

59
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

População completamente vacinada: 35%


Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100%

44) Catar
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 214
População vacinada com pelo menos uma dose: 72,4%
População completamente vacinada: 60,9%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 1
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 100%

45) Argentina
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 2.281
População vacinada com pelo menos uma dose: 55,1%
População completamente vacinada: 14,9%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 34
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 318
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 935%

46) Brunei
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 7
População vacinada com pelo menos uma dose: 29,1%
População completamente vacinada: 5,6%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

47) Montenegro
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 2.590
População vacinada com pelo menos uma dose: 28,1%
População completamente vacinada: 24,6%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100%

48) Romênia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.794

60
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

População vacinada com pelo menos uma dose: 25,7%


População completamente vacinada: 25%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 16
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 2
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 800%

49) Palau
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 0
População vacinada com pelo menos uma dose: desconhecido
População completamente vacinada: desconhecido
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

50) Cazaquistão
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 291
População vacinada com pelo menos uma dose: 28,7%
População completamente vacinada: 19,6%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 89
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 890%

Vamos a uma análise rápida resumindo os números dos países com


maior IDH do mundo:

1. Até agosto de 2021, a média geral de mortes por milhão nos países
com os 50 maiores IDHs do mundo era de 1.141 óbitos. Da população
dos 49 países com informação sobre o status vacinal (os dados não
estavam disponíveis para Palau), 56,% havia tomado pelo menos
uma dose da vacina e 44,7% haviam recebido a vacinação completa.

2. Dos 49 países com os maiores IDHs do mundo e que


apresentavam dados vacinais disponíveis, 27 (55%) apresentaram
aumento na média de mortes semanais quando comparamos a
menor média semanal de julho de 2020 (sem vacina) à média
semanal da última semana de julho de 2021 (com vacina). Nestes
países, 55% da população havia recebido pelo menos 1 dose da vacina
e 43% havia recebido a vacinação completa. Na comparação das duas

61
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

médias aferidas, os óbitos semanais apresentaram um aumento


médio de 409%.

3. Dos 49 países com os maiores IDHs do mundo e que


apresentavam dados vacinais disponíveis, apenas 8 (16%)
apresentaram redução na média de mortes semanais quando
comparamos a menor média semanal de julho de 2020 (sem vacina)
à média semanal da última semana de julho de 2021 (com vacina).
Nestes países, 58% da população havia recebido pelo menos 1 dose
da vacina e 47% havia recebido a vacinação completa. Na
comparação das duas médias aferidas, os óbitos semanais
apresentaram uma redução média de 288%.

4. Dos 49 países com os maiores IDHs do mundo e que


apresentavam dados vacinais disponíveis, 14 (29%) não
apresentaram alterações na média de mortes semanais quando
comparamos a menor média semanal de julho de 2020 (sem vacina)
à média semanal da última semana de julho de 2021 (com vacina).
Nestes países, 57% da população havia recebido pelo menos 1 dose
da vacina e 46% havia recebido a vacinação completa.

5. Aparentemente, nos 49 países com os maiores IDHs do mundo e


que apresentavam dados vacinais disponíveis, em algum ponto entre
57-58% da população com pelo menos uma dose da vacina (ou em
algum ponto entre 46-47% da população com vacinação completa),
algum benefício das vacinas pode existir. Todavia, como explicar o
caso da Romênia, que apresentou uma redução de 800% na média
semanal de mortes de julho de 2020 comparada a julho de 2021
tendo apenas 25,7% da população vacinada com pelo menos uma
dose e apenas 25% da população completamente vacinada?

6. Indo um pouco além: nos 49 países com os maiores IDHs do


mundo e que apresentavam dados vacinais disponíveis, se o ponto de
57% da população com pelo menos uma dose da vacina significa que
efeitos positivos da vacinação em massa começam a ser percebidos,
então como explicar o aumento na média semanal de mortes de julho
de 2020 comparada a julho de 2021 nos 15 países que ultrapassaram
este limiar de imunização? Os 15 países com mais de 57% da
população com pelo menos uma dose da vacina (a saber:

62
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Irlanda, Alemanha, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Reino Unido,


Bélgica, Canadá, Áustria, Espanha, França, Itália, Emirados Árabes
Unidos, Chipre e Portugal) apresentavam uma média de 67% da
população com pelo menos uma dose da vacina e, mesmo assim,
exibiam um aumento médio de 416% no número de óbitos por
Covid19 na comparação entre os dois períodos citados.

7. Nos 49 países com os maiores IDHs do mundo e que


apresentavam dados vacinais disponíveis, se o ponto de 46% da
população com vacinação completa significa que efeitos positivos da
vacinação em massa começam a ser percebidos, então como explicar
o aumento na média semanal de mortes de julho de 2020 comparada
a julho de 2021 nos 16 países que ultrapassaram este limiar de
imunização? Os 16 países com mais de 46% da população
completamente imunizada (a saber: Irlanda, Suíça, Alemanha,
Holanda, Dinamarca, Reino Unido, Bélgica, Canadá, Áustria,
Espanha, França, Itália, Emirados Árabes Unidos, Grécia, Chipre e
Portugal) apresentavam uma média de 54% da população
completamente vacinada e, mesmo assim, exibiam um aumento
médio de 446% no número de óbitos por Covid19 na comparação
entre os dois períodos citados.

8. Finalmente, em 01 de agosto de 2021, Malta, o país mais vacinado


do mundo, apresentava 79,4% de sua população vacinada com pelo
menos uma dose e 75,8% com vacinação completa. Os Emirados
Árabes Unidos (o 2o país mais vacinado do mundo na mesma data)
apresentavam 79,3% de sua população vacinada com pelo menos
uma dose e 70,8% com vacinação completa. Porém, com relação à
comparação entre a menor média semanal de mortes por Covid19 em
julho de 2020 (sem vacina) versus a média semanal de mortes por
Covid19 na última semana de julho de 2021 (com vacina), Malta
apresentava 0% de aumento e os Emirados Árabes Unidos
apresentavam um aumento de 400%.

Poderíamos dizer que as explicações para estas discrepâncias entre


percentuais de vacinação e médias de mortes estariam nos tipos de
vacinas utilizadas, na predominância das cepas circulantes, na
densidade demográfica, na distribuição de faixas etárias, na
prevalência de comorbidades e em vários outros fatores. Entretanto,

63
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

até agosto de 2021, nenhuma autoridade sanitária do mundo havia


oferecido respostas lógicas e fundamentadas para as 8 observações
listadas aqui.

O caso dos países mais pobres do mundo

De acordo com a ONU, os 46 países mais pobres do mundo incluem


Afeganistão, Angola, Bangladesh, Benin Butão, Burquina Faso,
Burundi, Cambodja, República Centro Africana, Chade, Comores,
República Democrática do Congo, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Gâmbia,
Guiné, Guiné-Bissau, Haiti, Kiribati, Laos, Lesoto Libéria,
Madagascar, Malawi, Mali, Mauritânia, Moçambique, Myanmar,
Nepal, Níger, Ruanda, São Tome e Príncipe, Senegal, Serra Leoa,
Ilhas Salomão, Somália, Sudão, Sudão do Sul, Timor-Leste, Togo,
Tuvalu, Uganda, Tanzânia, Iêmen e Zâmbia5.
Considerando que estas nações enfrentam grandes problemas com
relação à organização de suas sociedades e à capacidade de investir
bem seu dinheiro, como será que elas se saíram com relação às
vacinas e às mortes por Covid19? Como estavam as médias semanais
de mortes por Covid19 nestes países em julho de 2020 (antes das
vacinas) e na última semana julho de 2021 (depois das vacinas)?

Utilizando ferramentas de livre acesso como Google e bases de dados


como OurWorldInData.org e Worldometers.info, os números em 01
de agosto de 2021 eram os seguintes:

1) Afeganistão
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 169
População vacinada com pelo menos uma dose: 2%
População completamente vacinada: 0,6%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 8
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 46
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 575%

2) Angola
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 30
População vacinada com pelo menos uma dose: 3%
População completamente vacinada: 2%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0

64
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 4


Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 400%

3) Bangladesh
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 124
População vacinada com pelo menos uma dose: 5,2%
População completamente vacinada: 2,7%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 37
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 234
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 632%

4) Benin
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 9
População vacinada com pelo menos uma dose: 0,4%
População completamente vacinada: 0,1%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

5) Butão
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 3
População vacinada com pelo menos uma dose: 63,7%
População completamente vacinada: 62,5%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

6) Burquina Faso
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 8
População vacinada com pelo menos uma dose: 0,2%
População completamente vacinada: 0%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

7) Burundi
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 0,7
População vacinada com pelo menos uma dose: indeterminado
População completamente vacinada: indeterminado

65
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0


Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

8) Cambodja
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 84
População vacinada com pelo menos uma dose: 43,3%
População completamente vacinada: 28,3%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 20
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 2000%

9) República Centro-Africana
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 20
População vacinada com pelo menos uma dose: 1,8%
População completamente vacinada: 0,2%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações

10) Chade
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 10
População vacinada com pelo menos uma dose: 0,1%
População completamente vacinada: 0%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações

11) Comores
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 165
População vacinada com pelo menos uma dose: 10%
População completamente vacinada: 4,8%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações

12) Congo
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 31
População vacinada com pelo menos uma dose: 0,1%

66
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

População completamente vacinada: 0%


Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 1
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 2
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100%

13) Djibuti
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 155
População vacinada com pelo menos uma dose: indeterminado
População completamente vacinada: indeterminado
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: indeterminado
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021:
indeterminado
Comparação das médias semanais de mortes: indeterminado

14) Eritreia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 10
População vacinada com pelo menos uma dose: indeterminado
População completamente vacinada: indeterminado
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: indeterminado
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021:
indeterminado
Comparação das médias semanais de mortes: indeterminado

15) Etiópia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 37
População vacinada com pelo menos uma dose: 1,9%
População completamente vacinada: indeterminado
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 3
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 300%

16) Gâmbia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 85
População vacinada com pelo menos uma dose: 1,3%
População completamente vacinada: 0,5%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 2
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 200%

67
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

17) Guiné
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 17
População vacinada com pelo menos uma dose: 4%
População completamente vacinada: 2,2%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 3
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 300%

18) Guiné-Bissau
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 38
População vacinada com pelo menos uma dose: indeterminado
População completamente vacinada: indeterminado
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações

19) Haiti
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 48
População vacinada com pelo menos uma dose: 0,1%
População completamente vacinada: 0%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 1
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 3
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 300%

20) Kiribati
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 0
População vacinada com pelo menos uma dose: indeterminado
População completamente vacinada: indeterminado
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações

21) Laos
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 0,9
População vacinada com pelo menos uma dose: 14,8%
População completamente vacinada: 11,6%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações

68
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

22) Lesoto
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 173
População vacinada com pelo menos uma dose: indeterminado
População completamente vacinada: 1,7%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 2
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 200%

23) Libéria
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 29
População vacinada com pelo menos uma dose: 1,7%
População completamente vacinada: 0,2%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações

24) Madagascar
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 33
População vacinada com pelo menos uma dose: 0,73%
População completamente vacinada: indeterminado
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 1
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1
Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações

25) Malawi
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 83
População vacinada com pelo menos uma dose: 2,2%
População completamente vacinada: 0,5%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 25
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 2500%

26) Mali
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 25
População vacinada com pelo menos uma dose: 0,7%
População completamente vacinada: 0,3%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0

69
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações

27) Mauritânia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 118
População vacinada com pelo menos uma dose: 3,9%
População completamente vacinada: 0,3%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 1
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 5
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 500%

28) Moçambique
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 45
População vacinada com pelo menos uma dose: 1,2%
População completamente vacinada: 1,1%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 25
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 2500%

29) Myanmar
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 170
População vacinada com pelo menos uma dose: 3,4%
População completamente vacinada: 2,8%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 368
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 3680%

30) Nepal
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 332
População vacinada com pelo menos uma dose: 13,8%
População completamente vacinada: 6,1%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 22
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 2200%

31) Níger
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 8
População vacinada com pelo menos uma dose: 1,6%
População completamente vacinada: 0,3%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0

70
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0


Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações

32) Ruanda
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 61
População vacinada com pelo menos uma dose: 3,4%
População completamente vacinada: 2%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 12
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 1200%

33) São Tomé e Príncipe


Média geral de mortes por milhão de habitantes: 166
População vacinada com pelo menos uma dose: 14,9%
População completamente vacinada: 5,5%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações

34) Senegal
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 79
População vacinada com pelo menos uma dose: 3,9%
População completamente vacinada: 1,6%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 2
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 12
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 600%

35) Serra Leoa


Média geral de mortes por milhão de habitantes: 15
População vacinada com pelo menos uma dose: 1,1%
População completamente vacinada: 0,2%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações

36) Ilhas Salomão


Média geral de mortes por milhão de habitantes: 0
População vacinada com pelo menos uma dose: 5,3%
População completamente vacinada: 1,5%

71
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0


Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

37) Somália
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 50
População vacinada com pelo menos uma dose: 1,1%
População completamente vacinada: 0,6%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 4
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 400%

38) Sudão do Sul


Média geral de mortes por milhão de habitantes: 10
População vacinada com pelo menos uma dose: 0,5%
População completamente vacinada: 0%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações

39) Sudão
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 62
População vacinada com pelo menos uma dose: 1,5%
População completamente vacinada: 0,4%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 2
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 200%

40) Timor-Leste
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 19
População vacinada com pelo menos uma dose: 21,4%
População completamente vacinada: 6,7%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações

41) Togo
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 18
População vacinada com pelo menos uma dose: 3,8%

72
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

População completamente vacinada: 1,9%


Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100%

42) Tuvalu
Média geral de mortes por milhão de habitantes: indeterminado
População vacinada com pelo menos uma dose: indeterminado
População completamente vacinada: indeterminado
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: indeterminado
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021:
indeterminado
Comparação das médias semanais de mortes: indeterminado

43) Uganda
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 57
População vacinada com pelo menos uma dose: 2,6%
População completamente vacinada: 0%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 23
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 2300%

44) Tanzânia
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 0,3
População vacinada com pelo menos uma dose: indeterminado
População completamente vacinada: indeterminado
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações

45) Iêmen
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 45
População vacinada com pelo menos uma dose: 1%
População completamente vacinada: 0%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 3
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 300%

46) Zâmbia

73
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Média geral de mortes por milhão de habitantes: 179


População vacinada com pelo menos uma dose: 1,6%
População completamente vacinada: 0,8%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 20
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 2000%

Vamos a uma análise rápida dos números dos países mais pobres do
mundo, fazendo algumas comparações puntuais com os números dos
50 países com os maiores IDHs do planeta:

1. Até agosto de 2021, a média geral de mortes por milhão nos países
mais pobres do mundo era de 60 (surpreendentemente, 19 vezes
menor que a média encontrada nos 50 países com os
maiores IDHs!).

2. Da população dos 38 países com informação sobre o status de pelo


menos uma dose da vacina, uma média de 6,4% havia tomado pelo
menos uma dose da vacina.

3. Da população dos 37 países com informação sobre o status de


vacinação completa, uma média de 4,7% havia recebido vacinação
completa.

4. Dos 38 países mais pobres e que apresentavam dados vacinais


disponíveis sobre pelo menos 1 dose da vacina, 20 (52%)
apresentaram aumento na média de mortes semanais quando
comparamos a menor média semanal de julho de 2020 (sem vacina)
à média semanal da última semana de julho de 2021 (com vacina).
Nestes países, 5% da população havia recebido pelo menos 1 dose da
vacina, e, na comparação dos dois períodos citados, observamos um
aumento de 1.139% na média semanal (respectivamente 11 vezes
menor e 2,7 vezes maior que o observado nos países com maior
IDH). Isso pode parecer uma crueldade com os países mais pobres,
entretanto...

5. Dos 38 países mais pobres que apresentavam dados vacinais


disponíveis sobre pelo menos 1 dose da vacina, apenas 2
(aproximadamente 5%) apresentavam redução na média de

74
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

mortes semanais quando comparamos a menor média semanal de


julho de 2020 (sem vacina) à média semanal da última semana de
julho de 2021 (com vacina): Sudão e Iêmen.

6. O Sudão apresentava uma redução de 200% (comparável à da


Polônia), porém com somente 1,5% de vacinados com pelo menos
uma dose (32 vezes menos que a Polônia). De certa maneira, isso
significa que a campanha de vacinação com pelo menos uma dose no
Sudão tem sido 3.200% mais eficaz que a campanha na Polônia. Os
sudaneses bem que poderiam contar o segredo deste sucesso para os
poloneses…

7. O Iêmen apresentava uma redução de 300% (4,6 vezes maior que


a dos EUA), porém com somente 1% de vacinados com pelo menos
uma dose (50 vezes menos que os EUA). De certa maneira, isso
significa que a campanha de vacinação com pelo menos uma dose no
Iêmen tem sido 2.300% mais eficaz que a campanha dos
estadunidenses. Será que uma missão diplomática dos EUA foi
enviada para o Iêmen em busca de consultoria?

8. Dos 38 países mais pobres e que apresentavam dados vacinais


disponíveis sobre pelo menos 1 dose da vacina, 16
(aproximadamente 43%) não apresentavam alterações na
média de mortes semanais quando comparamos a menor média
semanal de julho de 2020 à média semanal da última semana de
julho de 2021 (contra 29% no grupo dos 50 países com maior IDH).
Nos países mais pobres, apenas 8% da população havia tomado pelo
menos uma dose da vacina (contra 57% no grupo dos 50 países com
maior IDH). De certa maneira, podemos dizer que aplicar pelo
menos uma dose da vacina nos países mais pobres foi 997% mais
eficaz que aplicar pelo menos uma dose da vacina nos países mais
ricos.

9. Dos 46 países mais pobres do mundo, 30 (65%) haviam vacinado


completamente pelo menos uma fração de sua população: em média,
4,7% da população destas nações havia sido completamente vacinada
(contra 44,7% no grupo dos 50 países com maior IDH). Comparando
a menor média semanal de julho de 2020 à média semanal da última
semana de julho de 2021 deste grupo, vemos que 20 países (66%)

75
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

apresentaram um aumento de 1.134% na média de mortes, com uma


média de 4% da população completamente vacinada; e apenas 2
países apresentavam redução na média de mortes (os citados Sudão
e Iêmen).

10. Todavia, dos 30 países pobres que fizeram pelo menos alguma
vacinação completa, 15 (50%) não apresentaram alteração na
média de mortes na comparação entre a menor média semanal de
julho de 2020 (sem vacina) à média semanal da última semana de
julho de 2021 (com vacina). Se considerarmos que estes 15 países
vacinaram “completamente” em média apenas 4% de sua população
(contra 46% de cobertura vacinal completa no grupo dos países mais
ricos que não apresentaram alterações nas médias semanais de
óbitos nos períodos citados), poderíamos dizer que, de certa
maneira, uma vacinação completa em um país pobre é 1.150% mais
eficaz que uma vacinação completa em um país rico.

Nenhum país pobre atingiu o ponto de 57% da população vacinada


com pelo menos uma dose da vacina ou de 46% da população
vacinada completamente – que seriam os pontos a partir de onde
observamos efeitos positivos da imunização nos países ricos. Sem
embargo, em alguns aspectos bem importantes, os países mais
pobres não tiveram um desempenho tão pior assim.
Novamente, poderíamos dizer que as explicações para estas
discrepâncias estariam nos tipos de vacinas utilizadas, na
predominância das cepas circulantes, na densidade demográfica, na
distribuição de faixas etárias, na prevalência de comorbidades e em
vários outros fatores – incluindo a precariedade dos registros nos
sistemas de saúde, a baixa realização de testes diagnósticos e a
subnotificação geral dos casos de Covid19 nos países mais pobres do
mundo. Entretanto, até agosto de 2021, nenhuma autoridade
sanitária do havia oferecido respostas lógicas e fundamentadas para
as 10 observações listadas aqui.

O caso da Índia

Dado o tamanho de sua população e sua importância no cenário


geopolítico, a Índia – que não foi citada nas avaliações anteriores –
merece uma observação à parte. Em 16 de janeiro de 2021, a Índia

76
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

iniciou sua campanha nacional de vacinação contra o Covid19. Em 16


de julho de 2021, a Índia havia administrado mais de 390 milhões de
doses de vacinas9.
Os dados da Índia são os seguintes:
Média geral de mortes por milhão de habitantes: 305
População vacinada com pelo menos uma dose: 26,3%
População completamente vacinada: 7,3%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 368
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 543
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 147%

O caso dos estados Brasileiros

As informações a seguir foram levantadas junto a bases de dados do


Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Saúde em 01 de
agosto de 20216,7:

1) Acre
Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 204,0
População vacinada com pelo menos uma dose: 41,4%
População completamente vacinada: 14,5%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 3
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 9
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 300%

2) Alagoas
Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 174,1
População vacinada com pelo menos uma dose: 38,4%
População completamente vacinada: 15,5%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 14
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 12
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 15%

3) Amapá
Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 225,5
População vacinada com pelo menos uma dose: 33,4%
População completamente vacinada: 11%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 2

77
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 2


Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração

4) Amazonas
Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 326,4
População vacinada com pelo menos uma dose: 45,7%
População completamente vacinada: 16,0%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 8
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 7
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 12,5%

5) Bahia
Média geral de Mortes por 100 mil habitantes: 173,1
População vacinada com pelo menos uma dose: 42,2%
População completamente vacinada: 18,5%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 48
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 38
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 20,8%

6) Ceará
Média geral de Mortes por 100 mil habitantes: 257,5
População vacinada com pelo menos uma dose: 41,6%
População completamente vacinada: 17,5%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 34
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 22
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 35,2%

7) Distrito Federal
Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 319,0
População vacinada com pelo menos uma dose: 42,6%
População completamente vacinada: 18,4%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 16
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 10
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 37,5%

8) Espírito Santo
Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 295,8
População vacinada com pelo menos uma dose: 48,4%
População completamente vacinada: 20,9%

78
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 25


Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 12
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 52%

9) Goiás
Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 318,3
População vacinada com pelo menos uma dose: 42,5%
População completamente vacinada: 16,4%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 20
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 46
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 230%

10) Maranhão
Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 136,2
População vacinada com pelo menos uma dose: 40,3%
População completamente vacinada: 14,3%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 20
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 13
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 35%

11) Mato Grosso


Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 360,1
População vacinada com pelo menos uma dose: 41,7%
População completamente vacinada: 15,5%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 27
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 22
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 18,5%

12) Mato Grosso do Sul


Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 321,6
População vacinada com pelo menos uma dose: 49,3%
População completamente vacinada: 32,8%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 4
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 17
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 425%

13) Minas Gerais


Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 238,4
População vacinada com pelo menos uma dose: 46,4%

79
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

População completamente vacinada: 18,4%


Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 34
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 112
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 329%

14) Pará
Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 186,5
População vacinada com pelo menos uma dose: 35,3%
População completamente vacinada: 16,9%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 17
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 13
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 23,5%

15) Paraíba
Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 223,7
População vacinada com pelo menos uma dose: 43,1%
População completamente vacinada: 17,1%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 22
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 8
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 63,6%

16) Paraná
Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 308,1
População vacinada com pelo menos uma dose: 49,6%
População completamente vacinada: 19,7%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 20
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 138
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 690%

17) Pernambuco
Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 195,5
População vacinada com pelo menos uma dose: 44%
População completamente vacinada: 16,8%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 46
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 26
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 43,4%

18) Piauí
Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 208,8

80
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

População vacinada com pelo menos uma dose: 41,1%


População completamente vacinada: 16,9%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 16
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 7
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 56,2%

19) Rio de Janeiro


Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 343,3
População vacinada com pelo menos uma dose: 44,2%
População completamente vacinada: 18,9%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 73
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 130
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 178%

20) Rio Grande do Norte


Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 202,3
População vacinada com pelo menos uma dose: 43,9%
População completamente vacinada: 16,6%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 13
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 6
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 53,8%

21) Rio Grande do Sul


Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 293,0
População vacinada com pelo menos uma dose: 54,0%
População completamente vacinada: 26,5%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 19
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 42
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 221%

22) Rondônia
Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 358,3
População vacinada com pelo menos uma dose: 40,4%
População completamente vacinada: 14,1%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 8
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 5
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 37,5%

23) Roraima

81
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 306,2


População vacinada com pelo menos uma dose: 37,4%
População completamente vacinada: 12,5%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 2
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 4
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 200%

24) Santa Catarina


Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 250,9
População vacinada com pelo menos uma dose: 49,6%
População completamente vacinada: 19,9%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 10
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 30
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 300%

25) São Paulo


Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 302,7
População vacinada com pelo menos uma dose: 57%
População completamente vacinada: 22,2%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 215
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 255
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 118%

26) Sergipe
Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 257,1
População vacinada com pelo menos uma dose: 44,2%
População completamente vacinada: 15,9%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 20
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 3
Comparação das médias semanais de mortes: redução de 85%

27) Tocantins
Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 223,3
População vacinada com pelo menos uma dose: 38,5%
População completamente vacinada: 14,1%
Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 3
Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 8
Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 266%

82
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Vamos a uma análise rápida dos números dos estados brasileiros:

1. Até agosto de 2021, a média geral de mortes por milhão nos Brasil
era de 2.596 óbitos, o que nos colocava na 9a posição mundial entre
os países com maior número de mortes por Covid19 por milhão de
habitantes, atrás de Peru (5.867), Hungria (3.117), Bósnia e
Herzegovina (2.973), República Tcheca (2.831), Gibraltar (2.971),
San Marino (2.646), Bulgária (2.643) e Macedônia do Norte (2.637),
e quase empatados com Montenegro (2.595).

2. Em média, o Brasil (84o lugar no ranking mundial de IDH10)


apresenta 43% da população vacinada com pelo menos uma dose da
vacina e 17% com vacinação completa. Para efeito de comparação,
considere que a Coreia do Sul (o 22a país com maior IDH do mundo)
possui 26,2% e 13,7%, respectivamente. Grosso modo, não estamos
mal na fita, certo?

3. Quando comparamos a menor média semanal de julho de 2020


(sem vacina) com a média semanal da última semana de julho de
2021 (com vacina), vemos que os óbitos por Covid19 no Brasil
aumentaram 1% (972 em 1o de julho de 2020 versus 989 em 31 de
julho de 2021). No mesmo período, a Coreia do Sul apresentou um
aumento de 300% na média semanal de mortes.

4. Das 27 unidades da federação brasileira, 11 (40,7%)


apresentaram aumento na média de mortes semanais por
Covid19. Nestes estados, 46,4% da população havia recebido pelo
menos 1 dose da vacina e 19,6% havia recebido a vacinação completa.
Na comparação das duas médias aferidas, os óbitos semanais
apresentaram um aumento médio de 296%.

5. O Amapá, onde 33,4% da população havia recebido pelo menos 1


dose da vacina e 11% havia recebido a vacinação completa, não
houve alteração entre a menor média semanal de julho de 2020
(sem vacina) e a média semanal da última semana de julho de 2021
(com vacina).

6. Ao todo, 15 estados brasileiros (55,5%) apresentaram


redução na média de mortes semanais por Covid19. Nestes estados,

83
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

42,2% da população havia recebido pelo menos 1 dose da vacina e


15,9% havia recebido a vacinação completa. Na comparação das duas
médias aferidas, os óbitos semanais apresentaram uma redução
média de 39,3%.

7. Caso ainda se recorde da avaliação dos dados do grupo dos países


com os maiores IDHs do mundo, parecia existir algum efeito positivo
das vacinas sobre as médias de julho de 2020 e julho de 2021 quando
o status vacinal alcançava 57% da população com pelo menos uma
dose da vacina. Nenhum estado brasileiro chegou próximo disso: em
01 de agosto de 2021, os três estados com maior percentual de pelo
menos uma dose de vacina aplicada eram Paraná e Santa Catarina
(ambos com 49,6%), e Mato Grosso do Sul (49,3%), e todos eles
apresentaram aumentos nas comparação das médias semanais
(respectivamente 690%, 300% e 425%).

8. E se sua memória for realmente boa, você também lembrará que,


na avaliação dos dados do grupo dos países com os maiores IDHs do
mundo, parecia existir algum efeito positivo das vacinas sobre as
médias de julho de 2020 e julho de 2021 quando o status “vacinação
completa” alcançava 46% da população. Nenhum estado brasileiro
chegou próximo disso: em 01 de agosto de 2021, os três estados com
maior percentual de vacinação completa eram Mato Grosso do Sul
(32,8%), Rio Grande do Sul (26,5%) e São Paulo (22,2%), e nenhum
deles apresentou redução nas médias semanais aferidas.

9. Porém, curiosamente, os 3 estados com a maior redução na


comparação das médias semanais de mortes por Covid19 aferidas
sequer chegavam perto de metade da linha de corte percentual de
46% de vacinação completa: Sergipe, com 15,9% da população
completamente vacinada, apresentou uma redução de 85%. A
Paraíba, com 17,1% da população completamente vacinada,
apresentou uma redução de 63,6%. E o Piauí, com apenas 16,9% da
população completamente vacinada, apresentou uma redução de
56,2%. Para efeito de comparação, saiba que o Chile, que possui
64,2% de sua população completamente vacinada, apresentou uma
redução de apenas 10%. Se os estados brasileiros sequer chegaram
perto da linha de corte definida pela OMS como necessária para
desenvolver imunidade rebanho (cerca de 70% da população

84
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

completamente vacinada), e tampouco se aproximaram da linha de


corte observada no grupo dos países mais ricos, de que maneira
podemos creditar suas reduções nos índices semanais de morte por
Covid19 à vacinação?

Como sempre, alguns especialistas dirão que as explicações para


estas discrepâncias entre percentuais de vacinação e médias
semanais de mortes por Covid19 podem estar nos tipos de vacinas
utilizadas, na predominância das cepas circulantes, na densidade
demográfica, na distribuição de faixas etárias, na prevalência de
comorbidades, na proporção de testes diagnósticos realizados e nos
desempenhos dos sistemas de saúde de cada estado, entre vários
outros fatores. Entretanto, até agosto de 2021, nenhuma autoridade
sanitária brasileira havia oferecido respostas lógicas e
fundamentadas para as 9 observações listadas aqui.
A menor média semanal mundial de mortes por Covid19 no mês de
julho de 2020 (4.632 óbitos) ocorreu no dia 06/07/2020. Em 30 de
julho de 2021, mais de 6 meses após o advento das vacinações em
massa pelo planeta, a média semanal era de 9.023 – um aumento
de 194%.

No próximo capítulo, faremos um grande tour por dezenas de


dúvidas que cercam as vacinas contra Covid19. Porém, antes de
enveredarmos por lá, creio que lhe devo uma observação: talvez você
esteja sentindo falta de uma análise pormenorizada dos dados da
China neste segmento do livro. Eu explico: omiti propositadamente
esta avaliação. E os motivos são bem simples: em um país comunista
que ocupa umas das 5 últimas posições em termos liberdade de
imprensa8, e onde o Big Brother do Estado totalitário monitora
absolutamente tudo que entra e sai (inclusive e especialmente
informações que podem denunciar a incompetência mastodôntica do
próprio Estado), é uma ingenuidade sem tamanho acreditar que os
dados estatísticos fornecidos pelo Partido Comunista Chinês possam
ser levados a sério.

85
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

CAPÍTULO 10

OS RISCOS QUE NÃO CONHECEMOS

Depois de entender como o Sars-CoV-2 funciona (e especialmente o


risco que a Proteína S apresenta), de assimilar como as vacinas são
desenvolvidas e testadas, e depois de conhecer as principais
substâncias “imunizantes” em utilização contra o Covid19 no mundo
e conferir o desempenho das campanhas de vacinação em dezenas de
países diferentes, tenho certeza de que sua cabeça deve estar
fervilhando com questionamentos sobre os riscos que essas vacinas
podem oferecer. A minha estaria.
Acredito que muitas dessas dúvidas podem ser sanadas revendo os
dados e raciocínios apresentados até aqui. Mesmo assim, reuni neste
capítulo respostas para 50 perguntas que recebo com mais
frequência por e-mail e nas diversas redes sociais. Espero que esses
esclarecimentos sejam úteis para você.
Para facilitar sua consulta, separei os questionamentos em quatro
grupos: dúvidas sobre Segurança; dúvidas sobre Eficácia; dúvidas
sobre Passaporte Sanitário, e dúvidas sobre Teorias Conspiratórias.

DÚVIDAS SOBRE SEGURANÇA

1. Existe alguma vacina realmente segura contra


Covid19?

Impossível determinar neste momento (agosto de 2021). Boa parte


das vacinas em uso não apresenta resultados de testes clínicos de
Fase 3 e 4. Sem saber quais os seus efeitos adversos no médio e no
longo prazo, é nada mais que um chute dizer que a vacina X é mais
segura ou mais eficaz que a vacina Y.
Dito isto, e com base em tudo que foi descrito neste livro, considero
as vacinas de Vírus Inativado e de Subunidade Proteica as menos
“arriscadas” (para mais informações, favor reler os Capítulos 4 e 5),

86
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

mas entenda que isto não significa que eu recomende estas


vacinas. Entre “menos arriscado” e “risco aceitável” existe uma
diferença brutal.

2. Vacinas de DNA e RNAm são seguras?

Vacinas de DNA e RNAm oferecem algumas vantagens durante uma


pandemia: por serem produzidas a partir de sequências genéticas do
vírus elas não necessitam das técnicas de cultura empregadas em
outras vacinas; teoricamente, elas produziriam uma resposta imune
mais robusta; e, finalmente, elas podem ser produzidas em uma
escala maior que vacinas que utilizam tecnologias tradicionais.
Todavia, sabemos que as vacinas de RNAm são potencialmente
tóxicas devido à sua natureza intrinsecamente inflamatória. E
sabemos também que vacinas de DNA apresentam o risco de
integração genômica, produção de autoanticorpos e efeitos adversos
relacionados ao estímulo molecular – problemas que não podem ser
investigados por completo em estudos pré-clínicos ou em estudos
clínicos em populações restritas14,16.
O pulo do gato aqui é simples: vacinas de DNA e RNA, nunca
foram autorizadas para uso em humanos no passado16.
Como determinar a segurança de longo prazo de algo que nunca foi
testado antes?

3. Alguma vacina pode afetar meu próprio DNA?

Vacinas de vetor viral e de DNA podem levar à integração dos genes


da vacina ao genoma da pessoa vacinada, causando doenças como
câncer, por exemplo21. Para informações adicionais, favor consultar
os Capítulos 6 e 8 deste livro.

4. Vacinas de Vírus Inativado como a Coronavac podem


aumentar meu risco de ter formas mais graves de
Covid19?

87
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Nos capítulos 1 e 2, falei bastante sobre a importância dos


anticorpos. Apesar de serem importantes, os anticorpos podem
apresentar várias propriedades diferentes no organismo humano –
por exemplo: a presença de anticorpos contra a substância ou o vetor
de uma vacina terminam atrapalhando a eficácia da vacina. Em
alguns casos, invés de combater o vírus, os anticorpos podem
facilitar a entrada do microrganismo em suas células. A estes
anticorpos damos o nome de Anticorpos Intensificadores da Doença,
ou AID.
Os AID foram descritos em crianças que receberam vacinas
inativadas de Vírus Sincicial Respiratório na década de 1960;
durante a pandemia de Influenza H1N1 em 2009; e em pessoas
vacinadas experimentalmente contra Dengue a partir de 2016, nas
Filipinas. A ocorrência destas substâncias depende da antigenicidade
dos vírus circulantes, de alguns mecanismos intrínsecos de infecção
do próprio vírus, da presença de imunidade preexistente, de
infecções repetidas por diferentes variantes daquele microrganismo,
da baixa eficácia da vacina contra variantes, e da incapacidade da
vacina em induzir uma boa resposta imune celular.
Testes in vitro e em animais não são capazes de prever o risco de AID
associado às vacinas de vírus inativado. Por isso, antes de aplicarmos
estas vacinas em massa, deveríamos ter em mãos dados sólidos de
testes clínicos de Fase 3 e 4 para garantir a segurança desta forma de
imunização com relação à produção de AID. Infelizmente, não temos
isso ainda12,16.

5. A vacina de vetor viral da AstraZeneca (AZD1222) causa


trombose?

Em abril de 2021, foi realizado um estudo randomizado com 1.012


participantes para avaliar a incidência de efeitos colaterais das
vacinas contra Covid19. Dos participantes no estudo, 60,2% eram
homens e 84% apresentaram sintomas após a vacinação. Os
principais fatores associados à ocorrência de sintomas pós-vacinais
incluíram idade jovem, sexo feminino, história pregressa de Covid19,
presença de comorbidades e imunização por AstraZeneca. Reações
alérgicas ocorreram em 0,1% dos participantes que tomaram
AstraZeneca e em 0,7% dos vacinados com Pfizer. Cerca de 2,7% das

88
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

pessoas “imunizadas” contra Covid19 com a vacina da AstraZeneca


apresentam elevação dos níveis sanguíneos de Dímero-D – um
excelente marcador para detectar a presença de tromboembolismo
venoso. Boa parte destes problemas decorrem do desenvolvimento
de trombocitopenia autoimune mediada por anticorpos contra o
fator plaquetário 4.
Em agosto de 2021, mais de 20 países já haviam relatado transtornos
de coagulação associados à AZD1222 e a vacina havia sido suspensa
de maneira temporária ou permanente mais de 20 países
(Dinamarca, Noruega, Islândia, Bulgária, Congo, Irlanda, Holanda,
Indonésia, Alemanha, França, Itália, Espanha, Chipre, Portugal,
Lituânia, Eslovênia, Suécia, Luxemburgo, Tailândia, Áustria e
Estônia)10,11.
Um lembrete: a vacina da Janssen / Johnson & Jhonson também
apresenta um alerta para o risco de formação de coágulos em pessoas
com menos de 50 anos de idade30.

6. As vacinas de RNAm podem ser utilizadas com


segurança em crianças e adolescentes?

Dentre as duas vacinas de RNAm autorizadas para uso emergencial,


a BNT162b2 (BioNTech / Pfizer) possui autorização para uso em
indivíduos com 16 anos ou mais e está sendo avaliada para pessoas
entre 12 e 15 anos de idade. A vacina mRNA-1273 está autorizada
para uso em pessoas com 18 anos ou mais e está sendo avaliada para
pessoas entre 12-17 anos de idade14. Lembre-se que, entre algo “ter
autorização para uso em crianças e adolescentes” e “ser seguro para
crianças e adolescentes” há um abismo de incertezas que apenas
estudos realizados ao longo dos próximos anos serão capazes de
esclarecer.
Em 30 de julho de 2021, o CDC dos EUA publicou uma nota técnica
sobre o desempenho da vacina da BioNTech / Pfizer em adolescentes
entre 12 e 17 anos de idade. Até 16 de julho de 2021,
aproximadamente 8,9 milhões de norteamericanos nesta faixa etária
haviam sido vacinados com BNT162b2. Efeitos adversos graves
foram observados em 9,3%, incluindo uma incidência de 4,3% de
miocardite. Por mais incrível que possa parecer, o CDC manteve a

89
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

indicação da vacina, a despeito da ocorrência inaceitável de quase


10% de “efeitos adversos graves” em crianças e adolescentes até
então saudáveis24.

7. Qual o risco de engravidar após tomar uma vacina


contra Covid19?

Em 09 de fevereiro de 2021, o prestigiado grupo Johns Hopkins


Medicine publicou uma nota técnica em que afirmava que as vacinas
contra Covid19 emergencialmente autorizadas pela OMS não
ofereciam riscos específicos para mulheres que desejassem
engravidar. O mesmo parecer foi divulgado em maio de 2021 por
pesquisadores da Universidade Médica de Chicago (EUA) e em julho
de 2021 pelo Royal College of Obstetricians & Gynaecologists, do
Reino Unido29,30,31.

8. As vacinas contra Covid19 podem ser utilizadas com


segurança em mulheres que estão grávidas?

Impossível determinar neste momento: até meados de 2021,


nenhum dos testes clínicos de fase 3 havia incluído gestantes em
suas avaliações. Ainda assim, em 29 de janeiro de 2021, a OMS
atualizou suas recomendações de vacinação, sugerindo que gestantes
deveriam ser vacinadas “dependendo do risco de contrair o vírus”.
Em 09 de fevereiro de 2021, este posicionamento foi reforçado por
uma nota técnica do Johns Hopkins Medicine que declarava que as
vacinas contra Covid19 emergencialmente autorizadas pela OMS
não ofereciam riscos específicos para mulheres grávidas14,29,30.
Em 16 de abril de 2021, o Joint Committee on Vaccination and
Immunisation do Reino Unido recomendou que todas as mulheres
gestantes deveriam ser vacinadas contra Covid19, preferencialmente
com as vacinas de RNAm31.
Em maio de 2021, pesquisadores da McGovern Medical School
(Houston, EUA) analisaram os dados de 1.062 mulheres grávidas e
9.815 mulheres não-grávidas com idades entre 15 e 45 anos que
haviam sido hospitalizadas devido Covid19 e pneumonia viral. A
doença foi letal em 0,8% das grávidas – contra 3,5% de óbitos

90
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

registrados entre não-grávidas. Em um subgrupo de pacientes


admitidos na UTI, 3,5% das 255 grávidas morreram – contra 14%
das 1.898 nã0-grávidas. Naquelas que necessitaram ventilação
mecânica, 8,6% das grávidas morreram – contra 31,4% das 937 não-
grávidas. O estudo concluiu que grávidas não apresentam um
risco maior de morte por Covid1927.
Simultaneamente, em 12 de maio de 2021, pesquisadores da
Universidade de Medicina de Chicago, afirmaram que atualmente
não existem riscos conhecidos para gestantes que tomaram
vacinas contra Covid1930. Não obstante, em junho de 2021, um
estudo avaliando 35,691 gestantes nos EUA que receberam vacinas
de RNAm verificou que 13,9% das mulheres haviam perdido seus
bebês, 9,4% apresentaram parto prematuro e 3,2% dos bebês
nasceram com baixo peso25. (Um dado curioso: neste estudo, os
pesquisadores se referiram às gestantes como “pessoas grávidas”.
“Pessoas”? Fiquei intrigado com isso. Por que não se referiram
especificamente a “mulheres grávidas”? Até onde minha medicina
alcança, homens não engravidam. O progressismo é uma praga
mesmo).
Em 19 de julho de 2021, o Royal College of Obstetricians &
Gynaecologists (Reino Unido) emitiu uma nota em que
recomendava a vacinação contra Covid19 em gestantes31.
Apesar da escassez de testes clínicos de Fase 3 e 4 avaliando a
segurança de vacinas contra Covid19 em gestantes e seus bebês, e
apesar de a doença ser leve em mais de 90% das gestantes, as
agências reguladoras do Reino Unido, da União Europeia e dos EUA
mantêm a recomendação de que grávidas devem ser vacinadas
“quando os benefícios superam os riscos potenciais”26,28.
Exatamente como eles calculam estas situações com a devida
margem de segurança para mães e bebês ainda é um mistério para
mim.

9. Eu fui vacinada e estou amamentando. Existe algum


risco para o meu bebê?

91
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Em 29 de janeiro de 2021, a OMS afirmou que mulheres que estejam


amamentando devem manter o aleitamento materno, pois não
existem riscos conhecidos para o bebê – ainda que dados específicos
para fazer esta afirmação com o devido grau de certeza não
estivessem disponíveis30.
Em 09 de fevereiro de 2021, o prestigiado grupo médico Johns
Hopkins Medicine publicou uma nota técnica em que afirmava que
as vacinas contra Covid19 emergencialmente autorizadas pela
OMS não ofereciam riscos específicos para mulheres que estivessem
amamentando. “Com base nos dados disponíveis até aqui, parece
seguro vacinar contra Covid19 caso você esteja amamentando um
bebê”, proclamava a nota. Uma opinião idêntica foi emitida em julho
de 2021 pelo Royal College of Obstetricians & Gynaecologists, do
Reino Unido29,31.
Peço que observe atentamente os termos “emergencialmente
autorizadas” e “parece seguro”.

10. As vacinas contra Covid19 podem ser utilizadas com


segurança por idosos e pessoas com comorbidades?

Os grupos mais vulneráveis da população, tais como pessoas idosas,


imunocomprometidas e/ou com comorbidades, não foram incluídos
de maneira significativa na maioria dos estudos clínicos de vacinas
contra Covid19. Por isso, a verdadeira segurança (e eficácia) das
vacinas e o risco de efeitos colaterais para esses subgrupos
permanece desonhecido16.

11. Estou com sintomas de Covid19. Posso tomar a vacina


com segurança?

Em alguns estudos clínicos, pessoas saudáveis são deliberadamente


infectadas com um microrganismo para monitorar sua resposta à
vacinação. Isso não foi feito com o Covid19, e a segurança (e a
eficácia) das vacinas em pessoas infectadas é uma incógnita16.

92
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

12. Vacinas de RNAm pode causar modificações no meu


DNA?

Ainda não existem dados de testes clínicos com tempo de seguimento


por tempo suficiente responder a isto. Os RNAm “engenheirados em
laboratório” aparentemente se concentram no citoplasma celular e
não entram no núcleo da célula (onde está seu material genético).
Então, em teoria, não existe contato do RNAm das vacinas com seu
DNA. Entretanto, ninguém ainda respondeu com o devido grau de
certeza e evidências a questão se esse RNAm artificial concentrado
no citoplasma pode afetar a expressão de genes no núcleo por meio
de mecanismos de biofeedbacks intracelulares que não conhecemos
ainda.
Por exemplo: estudos publicados em 2005 mostravam que terapias
de interferência de RNA atuavam regulando processos de expressão
genética, silenciando ou mesmo deletando partes do DNA32. Até que
ponto isso também pode ocorrer com as vacinas de RNAm é uma
dúvida que apenas o tempo e uma quantidade imensa de pesquisas
sinceras poderão revelar. Neste momento, qualquer afirmação
categórica favorável ou contrária a esta possibilidade não passa de
um chute – como tantos outros envolvendo declarações relacionadas
à segurança das vacinas contra Covid19.

13. Pessoas vacinadas representam algum tipo de risco


para pessoas não-vacinadas?

Até 40% das transmissões de SARS-CoV-2 parecem ocorrer a partir


de pessoas assintomáticas ou pré-sintomáticas. Portanto, para
reduzir a transmissibilidade do vírus, as vacinas deveriam ser
capazes de evitar completamente a infecção22.
Sabemos que as vacinas conseguem induzir respostas no sistema
imune levando à formação de anticorpos, mas ainda não se sabe
ainda qual o nível de anticorpos necessários para evitar a
transmissão. Experiências com outros vírus respiratórios sugerem
que a imunidade de mucosa mediada por Imunoglobulinas do tipo A
(IgA) é estratégica para isto, mas dados específicos sobre a
capacidade de as vacinas “autorizadas emergencialmente” em
produzir este tipo de resposta imune ainda não foram publicados22.

93
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Portanto, pessoas não vacinadas apresentam o risco de transmitir o


vírus para pessoas vacinadas, mas pessoas vacinadas também
apresentam o risco de transmitir o vírus para pessoas não-vacinadas.
Isso leva a questionamentos extremamente relevantes sobre a ética
dos passaportes sanitários, como veremos mais adiante neste
capítulo.

14. Quem não toma a vacina coloca os demais em risco?

Como mencionado na resposta anterior, pessoas não-vacinadas


podem transmitir o vírus para outras pessoas – inclusive para
pessoas vacinadas. Porém, se as vacinas realmente são eficazes em
evitar casos graves de Covid19 (como insistentemente anunciado
pelas autoridades sanitárias e por vários veículos de mídia), a
situação real é que pessoas não-vacinadas são aquelas em risco.
Considere a seguinte premissa: “uma criança não-vacinada contra
Poliomielite deve ser impedida de frequentar a escola, pois coloca
as crianças vacinadas contra Polio em risco”. Quando foi que você
viu algo assim acontecer? Como as vacinas contra Polio apresentam
uma eficácia de quase 100%, as crianças vacinadas contra Polio estão
seguras na escola. Quem está em perigo é justamente a criança não-
vacinada33,34.
Dizer que “pessoas não-vacinadas representam um risco de infecção
para pessoas vacinadas” faz tanto sentido quanto afirmar que uma
pessoa desarmada representa uma ameaça para um destacamento de
tanques de guerra municiados até os dentes.

15. Quem está morrendo mais por Covid19: pessoas


vacinadas ou pessoas não-vacinadas?

Dados do Public Health England (PHE) mostraram que, entre 01 de


fevereiro e 22 de junho de 2021, foram registrados 92.029 casos de
Covid19 causados pela variante Delta na Inglaterra. Destes, 58%
eram pessoas não-vacinadas e 8% eram pessoas completamente
vacinadas – mas nada foi dito com relação ao status vacinal dos 34%
das pessoas restantes. Das 117 mortes notificadas, 43% eram pessoas

94
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

completamente vacinadas. Em 02 de agosto de 2021, um estudo da


Kaiser Family Foundation (KFF) mostrou que mais de 90% das
mortes por Covid19 haviam ocorrido entre pessoas não-
vacinadas35,36.
Ou seja: segundo diversas fontes noticiosas “oficiais”, a maior parte
das mortes está ocorrendo em pessoas não-vacinadas – mas isto não
diz muita coisa. Raciocine comigo:
Quantos ruivos de olhos verdes morrem por mês no Congo?
Provavelmente não muitos: o Congo não é exatamente um país com
abundância de pessoas ruivas e de olhos verdes.
Similarmente, nos países mais ricos do planeta, a taxa média de
vacinação completa é de 44% da população. Nos países mais pobres,
esta taxa é de apenas 5,8% (vide Capítulo 9). Pessoas
“completamente vacinadas no mundo” são tão minoria na Terra
quanto ruivos de olhos verdes são no Congo.
Como ainda temos mais “pessoas não-completamente vacinadas”
que pessoas “completamente vacinadas”, é evidente que os
porcentuais de óbitos por Covid19 serão dominados pelo primeiro
grupo e não pelo segundo, por uma simples questão de amostragem.
O que precisamos são de estudos comparando as taxas de óbito entre
as pessoas completamente vacinadas com as taxas de óbito entre as
pessoas não-vacinadas, e não umas contras outras.
Qual é a taxa de mortalidade por Covid19 no grupo das pessoas
parcialmente vacinadas? E o grupo das pessoas completamente
vacinadas? Estas taxas são maiores ou menores que aquelas
observadas no grupo das pessoas não-vacinadas? Infelizmente, ainda
é mais fácil encontrar um ruivo de olhos verdes no Congo que
esbarrar com um estudo desses por aí.

16. Quais são os maiores riscos a longo prazo das vacinas?

Considerando que todas as vacinas são consideraras


experimentais e foram autorizadas emergencialmente pelos
órgãos reguladores de saúde em todo o mundo, os “maiores riscos”
ainda são desconhecidos. Muitos efeitos adversos graves poderão
levar meses ou anos para surgir – e ainda mais tempo para serem
admitidos publicamente.

95
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

17. Quanto tempo precisamos para termos a certeza que


uma vacina é segura?

Provavelmente, o tempo suficiente para que testes clínicos de Fase 4


sejam publicados em número suficiente – cerca de 3 ou 5 anos, no
mínimo.

18. Qual será o cenário futuro das doações de sangue


entre vacinados e não vacinados?

Indeterminado, uma vez que estamos tratando de substâncias


experimentais. Se não fossem experimentais, a OMS não teria
necessidade de aprovar estas vacinas sob o rótulo de “autorização
emergencial”, teria? Elas seriam aprovadas na Lista Modelo de
Medicamentos Essenciais, o cardápio da OMS que contém os
medicamentos considerados mais eficazes e seguros para atender às
necessidades mais importantes de um sistema de saúde. Até agosto
de 2021, nenhuma das vacinas contra Covid19 constava lá. Nem
mesmo “emergencialmente”37.
Pensa em um pessoal “liso”...

19. Qual a relação entre as vacinas e a Síndrome de


Guillain-Barré?

A Síndrome de Guillain-Barré é uma doença rara onde seu


organismo forma anticorpos que atacam as células nervosas,
causando dor, dormência, fraqueza muscular e paralisia geral (nos
casos mais severos). Casos de SGB já haviam sido relatados no
passado em associação a outras vacinas, como aquelas contra
Influenza e Herpes.
Em 13 de julho de 2021, o FDA dos EUA publicou alertas sobre o
aumento do risco de SGB associado ao uso da vacina Janssen /
Johnson & Johnson: após 1,25 milhão de doses administradas, foram
registrados 100 episódios de SGB, sendo 95 deles graves e com
necessidade de hospitalização e uma morte38.

96
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Em 22 de julho de 2021, foi a vez da European Medicines Agency


(EMA) publicar uma nota abordando a preocupação sobre a
associação entre a vacina Janssen / Johnson & Johnson e casos de
SGB. Mesmo assim, a EMA continuou afirmando que os benefícios
da vacina da Janssen superavam os riscos39.
Em 26 de julho de 2021, a OMS realizou uma videoconferência para
debater o risco de SGB e decidiu que um alerta deveria ser
adicionado ao uso das vacinas da Janssen e AstraZeneca, mas
manteve a autorização emergencial da substância40. Antes que o mês
terminasse, a Anvisa já havia recebido 27 notificações de casos
suspeitos de SGB pós-AstraZeneca, 4 notificações pós-Coronavac e 3
notificações pós-Janssen.
Sim, coisas inesperadas podem acontecer na vida e coisas
inesperadas podem acontecer na ciência. E coisas inesperadas
podem acontecer com vacinas também.

20. Quais as consequências da multiplicação no corpo da


Proteína Spike desencadeada pelas vacinas?

Alguns estudos demonstraram que a Proteína Spike (sendo parte


constituinte do SARS-CoV-2 ou isoladamente) pode causar danos às
células que revestem os vasos sanguíneos, contribuindo para os
fenômenos de hipercoagulação que vemos em algumas pessoas com
Covid19. Além disso, a Proteína S é capaz de cruzar a barreira
hematoencefálica e parece estar envolvida em muitos sintomas do
Sistema Nervoso Central produzidos pelo SARS-CoV-2, tendo
inclusive o potencial de desencadear alterações neurodegenerativas
no cérebro42,43,44,45.
Ou seja, para todos os termos práticos, a Proteína Spike em si tem
jeito de toxina, age como uma toxina e tem consequências de toxina.
Agora considere que algumas vacinas de vetor viral e RNAm (na
verdade, a maioria delas) fazem com que seu corpo produza altos
níveis de Proteína S (vide Capítulos 6 e 7). Quais poderiam ser os
efeitos colaterais possíveis? Eu pensaria em fenômenos trombóticos
no curto e médio prazo, e alterações neurodegenerativas e demência
no longo prazo.
Alguns especialistas sugerem que estes riscos podem ser
desconsiderados, pois a produção de Proteína S estimulada pelas

97
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

vacinas se restringe ao interior das células, não caindo na circulação


geral. Todavia, se a Proteína S não circula, por que pessoas que
receberam vacinas de RNAm apresentam picos plasmáticos (ou seja:
volumes circulantes) de Proteína S nos 14 dias pós-imunização?
Então né… Em 30 de julho de 2021, ao postar este mesmo raciocínio
no Instagram, fui advertido pelos “cientistas administradores” da
plataforma que minha conta seria deletada por divulgar ideias sem
fundamentação que “violavam as diretrizes da comunidade”. Quando
eu crescer, quero ser inteligente como o pessoal que escreve as
diretrizes da comunidade do Instagram.

21. As vacinas contra Covid19 contêm alumínio em


excesso?

Algumas vacinas precisam da presença de substâncias adjuvantes


para melhorar a resposta imune e produzir mais anticorpos. O
alumínio é uma dessas substâncias, e vem sendo utilizado para
potencializar vacinas desde a década de 1930. Atualmente, ele é o
adjuvante vacinal mais comumente utilizado no planeta, sendo
encontrado na maioria dos imunizantes, incluindo as vacinas contra
difteria, tétano, coqueluche, Hepatite A, Hepatite B e meningite,
entre outras. Ou seja: a segurança do alumínio em vacinas vem
sendo testada há quase 100 anos47 e neste período de tempo a
humanidade aumentou de 2 bilhões de pessoas em 1900 para 7,7
bilhões em 2021. Ao contrário do que defendem alguns antivax
absolutistas, o alumínio não parece ter sido muito eficiente como
projeto para extinção da raça humana.
Segundo os fabricantes e as autoridades sanitárias, nenhuma das
vacinas contra Covid19 autorizadas para uso emergencial nos EUA
contém qualquer traço de alumínio48.
Com tanta coisa mais importante para se preocupar sobre a
Pandemia, eu deixaria a paranoia com alumínio no final da fila e olhe
lá.

22. Existe alguma possibilidade de causar disfunção


erétil?

98
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Indeterminado. Vide a questão 16 neste segmento.

23. Como definir se um efeito colateral foi decorrência da


vacina ou não?

Este é um problema. As agências reguladoras, as indústrias


farmacêuticas e os governos que investiram bilhões de dólares na
Pandemia parecem ter acertado entre si que áreas bem delimitadas
de dúvidas são o mesmo que áreas bem delimitadas de certezas: se
antes toda morte era uma morte por Covid19 até prova em contrário,
agora nenhuma morte pós-vacina é uma complicação das vacinas até
prova em contrário49. Isso torna incrivelmente difícil manter a
vigilância sobre os efeitos adversos, indo desde a subnotificação dos
eventos até o descarte de eventos notificados como sendo “de baixa
relevância”.
No final, tudo depende das definições. E as definições para alertas,
registros e comunicações dos efeitos adversos das vacinas contra
Covid19 não parecem estar exatamente alinhadas a um processo
transparente favorável à saúde pública. Se isso é incompetência ou
ardileza, deixo para você decidir, mas peço que lembre-se sempre do
Princípio da Navalha de Hanlon: “nunca atribua à malícia algo que
pode ser adequadamente explicado pela burrice – e vice-versa”.

DÚVIDAS SOBRE EFICÁCIA

1. Quanto tempo dura a imunidade produzida por uma


vacina contra Covid19?

As vacinas contra Covid19 deveriam produzir uma resposta imune


humoral e celular, e, assim, induzir uma imunidade protetora e
durável. Porém, poucas vacinas avaliaram a resposta dos linfócitos T
(principal responsável pela imunidade mais prolongada), e ainda não
temos dados de longo prazo suficiente para determinar exatamente
quanto tempo dura a imunidade pós-vacina – ou mesmo se algumas
vacinas “aprovadas” são capazes de produzir alguma imunidade que
preste. Lembre-se que boa parte dos testes têm sido realizados em

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––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

populações com idade média de 45 anos, relativamente saudáveis e


com baixa prevalência de doenças crônicas – e nenhum desses testes
apresentou dados sólidos sobre a magnitude da resposta dos
linfócitos T13.
Em 15 de julho de 2021, um estudo envolvendo 605 adultos que
receberam vacinas de vetor viral ou RNAm mostrou que os níveis de
anticorpos induzidos caíam para níveis de “quase vulnerabilidade
clínica” em 50% das pessoas completamente vacinadas após 70 dias.
Boa parte dos índices de eficácia relatados nos testes clínicos de Fase
3 em andamento baseiam-se em períodos de acompanhamento de
apenas cerca de 2 meses, o que é insuficiente para determinar quanto
tempo dura a imunidade produzida pelas vacinas contra Covid1950,51.
Para completar, ainda temos o problema das variantes: em Israel,
por exemplo, a vacinação completa com a substância da Pfizer
mostrou ser apenas 39% eficaz contra a variante Delta. Na soma de
todas estas ocorrências, é provável que as vacinas produzam alguma
imunidade. É provável que esta imunidade diminua
significativamente ao longo dos meses. E é provável que você entre
em um longo carrossel de doses de reforço da mesma vacina ou de
novas vacinas direcionadas contra as novas variantes circulantes52,53.

2. Eu já tive Covid19. Estou protegido contra novas


infecções ou preciso tomar a vacina?

Um estudo publicado em outubro de 2020 mostrou que, até aquela


data, não existiam evidências de casos de reinfecção por SARS-CoV-
2, sugerindo que a imunidade adquirida oferecia uma proteção mais
que suficiente15.
Em março de 2021, um estudo de 36 pessoas que estavam se
recuperando de um quadro de Covid19 leve a moderado descobriu
que todas elas apresentavam níveis elevados de linfócitos T ativos
contra várias regiões da proteína do nucleocapsídeo (N) do SARS-
CoV-2. O mesmo estudo examinou os linfócitos T em 23 pessoas que
haviam sofrido de SARS em 2003 e descobriu que, 17 anos depois da
infecção, estas pessoas ainda apresentavam linfócitos T com
memória suficiente para atacar e neutralizar a Proteína N do SARS-
CoV-1 – e também do SARS-CoV-2! Estudos subsequentes
mostraram que, ainda que esta memória celular contra o SARS-CoV-

100
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

1 não fosse suficiente para evitar uma infecção pelo SARS-CoV-2, ela
era suficiente para evitar quadros mais graves de Covid1914.
Em julho de 2021, uma extensa revisão sistemática abordou a
questão da duração da imunidade adquirida contra Covid19.
Novamente, observou-se que quanto mais sintomático o episódio de
Covid19 em uma pessoa, maior a quantidade de anticorpos
neutralizantes que ela produz: de um modo geral, mais de 6 meses
após a infecção, 95% das pessoas apresentam “memória
imunológica” contra o SARS-CoV-2 – porém os pesquisadores não
conseguiram determinar exatamente a eficácia desta proteção22.
Finalmente, após acompanharem mais de 254 pacientes com
sintomas leves a moderados de Covid19 por um período de mais de 8
meses, os pesquisadores descobriram que a resposta imune contra o
vírus persistia forte e durável. Curiosamente, esta imunidade era
ainda mais potente em pessoas mais velhas em comparação às
pessoas mais jovens. O estudo foi realizado na Universidade Emory
(EUA) e publicado em 14 de julho de 202123.

3, As vacinas diminuem o risco de você ser reinfectado?

Antes de tudo, você deve entender que, em algumas pessoas com


Covid19 pouco sintomático, o SARS-CoV-2 pode permanecer
“dormente” no organismo e pode ocorrer um relapso da doença
alguns dias ou semanas mais tarde. Isso não significa “reinfecção”. É
apenas a mesma infecção original que foi mal curada e resolveu
reaparecer no seu corpo por algum motivo1,2.
Dito isto, vale mencionar que um estudo retrospectivo de coorte
publicado em março de 2021 avaliou os registros médicos de 8.845
pacientes que haviam testado positivo para Covid19 entre 12 de
março e 30 de agosto de 2020. Exames realizados 90 dias após a
resolução clínico-laboratorial da doença mostraram um índice de
reinfecção em torno de 4,8%. Os pesquisadores determinaram que
um episódio de Covid19 sintomática confere até 84,5% de
proteção contra reinfecção – uma proteção que, provavelmente,
durava vários meses3. Isso deveria ser levado em conta antes de
propor vacinações em massa de maneira indiscriminada. Mas não
foi.

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––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Ainda em março de 2021, um estudo dinamarquês estimou o risco de


reinfecção em 0,65%, e calculou que um episódio de Covid19
sintomática conferia uma proteção de 80,5% contra reinfecção4,5.
Finalmente, uma revisão realizada por cientistas da Universidade de
Marselha (França) em maio de 2021, envolvendo 6.771 pacientes
com Covid19 encontrou, um índice de reinfecção de apenas 0,47%.

4. A imunidade natural do organismo é melhor que aquela


provocada pela vacina?

Aparentemente, sim. Vide resposta da pergunta anterior.

5. As vacinas protegem contra variantes?

Estudos publicados em julho de 2021 mostraram a seguinte eficácia


de uma única dose das vacinas BNT162b2 (BioNTech/Pfizer) e
AZD1222 (AstraZeneca) contra duas variantes comuns7:
- Eficácia de 1 dose de contra a variante Alpha: 48,7%
- Eficácia de 1 dose contra a variante Delta: 30,7%
Duas doses da vacina BNT162b2 (BioNTech/Pfizer) apresentam a
seguinte eficácia:
- Contra a variante Alpha: 93,7%
- Contra a variante Delta: 88%
Duas doses da vacina AZD1222 (AstraZeneca) apresentam a seguinte
eficácia:
- Contra a variante Alpha: 74,5%
- Contra a variante Delta: 67%
Outras vacinas podem ter eficácias melhores ou piores, mas não
houve tempo ainda para determinar isso com o devido grau de
certeza.

6. Se eu misturar vacinas diferentes, vou ter mais


proteção?

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––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Em julho de 2021, o governo de Quebec (Canadá) ofereceu uma dose


extra de vacina RNAm para pessoas que haviam tomado a vacina
AstraZeneca na província e que tencionavam viajar para locais que
não reconheciam a validade do imunizante da AstraZeneca.
Ocorrências similares têm sido observadas em outros locais no
mundo todo, inclusive no Brasil: além de pessoas que viraram
zumbis em pânico por causa de um vírus, temos também pessoas que
viraram gourmets de vacinas. Na incerteza se essa ou aquela irá
funcionar, tomam todas que encontram pela frente, ou tomam
reforços da mesma vacina ou misturam vacinas ao próprio gosto.
Pergunto: quantos testes clínicos de Fase 2 e 3 foram feitos para
analisar a eficácia e segurança deste tipo de conduta? Será que
essas pessoas acreditam que vacinas são como sabores diferentes de
pipocas que você pode combinar em uma tigela sem qualquer
problema?
A segurança de misturar vacinas diferentes está sendo investigada
por testes clínicos em andamento no Reino (ComCov trial), mas
resultados preliminares deste estudo ainda não foram publicados31.

7. Se eu tomar mais doses da mesma vacina por minha


conta, vou ter mais imunidade?

Como mencionado anteriormente, os níveis de anticorpos parecem


diminuir ao longo dos meses após a vacinação e, a cada dia, mais e
mais episódios de Covid19 são relatados em pessoas completamente
vacinadas. A estratégia de administrar mais doses de uma mesma
vacina para reforçar a imunidade está sendo avaliada por vários
centros de pesquisa, mas ainda não está bem claro quem deve ser re-
vacinado ou quando22.

8. Existe mesmo a tal imunidade de rebanho para o caso


de um vírus?

Sim, existe, mas ainda não se sabe qual o porcentual de pessoas em


uma determinada localidade devem ter tido contato com o SARS-
CoV-2 ou vacinadas contra ele para que a barreira da Imunidade de
Rebanho se erga55,56,57,58,59.

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––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

9. Se as vacinas são imprescindíveis para evitar o


Covid19, por que muitas pessoas que não foram vacinados
até o momento não contraíram a doença?

O equívoco está na premissa da pergunta: e quem disse que as


vacinas são imprescindíveis para evitar o Covid19? Lembre-se que
até 87,4% das pessoas que entram em contato com vírus não
apresentam qualquer sintoma – e muitas destas chegam a
desenvolver uma imunidade robusta contra o Covid1960,61,62.

10. Existe algum exame para saber se a vacina fez efeito


em mim?

A medição dos níveis de anticorpos é utilizada para avaliar a eficácia


de vacinas contra Influenza e hepatite54. No caso do Covid19,
existem, sim, testes para saber se você desenvolveu uma imunidade
competente.
Em fevereiro de 2021, pesquisadores na Tailândia avaliaram um
teste de neutralização substituto do vírus (surrogate viral
neutralization assay ou simplesmente sVNT) para o SARS-CoV-2. O
sVNT se mostrou útil tanto para auxiliar no diagnóstico precoce
(especialmente nos casos em que os resultados de RT-PCR eram
inconclusivos) quanto para determinar a resposta imune protetora
após um episódio de Covid19.
Ainda em fevereiro de 2021, cientistas chineses publicaram um
estudo mostrando que os níveis de IgG e IgM anti-Proteína S eram
bons marcadores para determinar o nível de imunidade contra o
SARS-CoV-2: estes anticorpos “aparecem” a partir do 14o de
evolução dos sintomas (o que não torna o exame muito útil para
fazer diagnósticos precoces), mas mais de 90% dos pacientes
avaliados na pesquisa e que se recuperaram bem exibiam altos níveis
de IgG e IgM anti-proteína S64. Atualmente, este exame se encontra
disponível no Brasil sob o nome de ImunoSCoV.
Finalmente, em abril de 2021, pesquisadores do Equador publicaram
uma avaliação do ensaio de liberação de interferon-gama

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––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

(Interferon-Gamma Release Assay ou IGRA) como um método para


determinar a atividade dos linfócitos T contra o SARS-CoV-2 –
essencial para medir a defesa imune de longo prazo. O teste IGRA –
rápido e barato – passou no teste. Curiosamente, 44% dos pacientes
do grupo controle (que apresentavam sorologias negativas para
SARS-CoV-2) apresentaram resposta imunes de linfócitos T
fortemente específicas e positivas para o teste IGRA Covid19,
sugerindo uma defesa protetora já presente em seus organismos.
Não obstante todos estes estudos – e muitos outros –, a Anvisa
alertou em seu site que testes de Covid19 não comprovam proteção e
que “estes testes não devem ser usados para medir o nível de
proteção contra o coronavírus após as pessoas se vacinarem”.
Quando li isso, não pude evitar de pensar aqui com meus botões que
talvez o pessoal técnico da Anvisa ande fazendo estágios com aqueles
cientistas do Instagram…

11. Por que não há consenso entre a classe médica em


relação à segurança e a eficácia das vacinas contra
Covid19?

A Covid19 é uma doença nova. Muito foi aprendido sobre ela desde
que o SARS-CoV-2 foi declarado uma Pandemia em 11 de março de
2020, mas quanto mais se sabe, mais perguntas são feitas, e mais as
dúvidas crescem. Se existe algo que você pode estar 100% certo sobre
a Ciência é de que ela nunca está 100% certa sobre muitas coisas
importantes.

DÚVIDAS SOBRE PASSAPORTE SANITÁRIO

1. O passaporte sanitário, separando pessoas vacinadas de


pessoas não-vacinadas, é uma medida válida para ajudar a
controlar a Pandemia?

Vamos lá: segundo o Ministério da Saúde de Israel, a vacina da Pfizer


apresenta 39% de eficácia contra infecção sintomática e apenas 16%

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––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

das pessoas "imunizadas" em janeiro de 2021 apresentam alguma


proteção satisfatória em julho de 202167.
De acordo com um parecer emitido pelo U.S. Food and Drug
Administration (FDA) em 25 de junho de 2021, "não existe uma
vacina aprovada pelo FDA para prevenir a COVID19"68.
Finalmente, segundo os instagrammers da Anvisa, a presença de
anticorpos contra o SARS-Cov-2 no organismo não significa proteção
contra infecção ou reinfecção ou formas graves da doença69.
Então: (A) se pessoas imunizadas deixam de ter proteção satisfatória
em menos de 6 meses; (B) se não existem vacinas aprovadas capazes
de prevenir a Covid19; e (C) se nenhum exame pode mostrar quem
está protegido ou não, exatamente como vamos separar
racionalmente as pessoas “vulneráveis” das pessoas
“resguardadas”? Vai ser por par ou ímpar, adedonha ou bingo?

2. Pessoas alérgicas podem negar a aplicação da vacina


por receio das reações?

Sim, podem, mas isso não significa que elas estejam imunes à
coerção social ou amputação de seus direitos civis. Agradeça isto à lei
13.979 de 2020. Se ainda não conhece esta peça, recomendo que tire
o atraso e a folheie com atenção redobrada.

3. Não quero tomar a vacina, mas estou sendo


pressionado no meu trabalho. Se não tomar, posso ser
mandado embora. O que fazer?

Infelizmente, a justiça brasileira não está a seu favor. Se seu


empregador exigir o bendito certificado e você não entregar, você
poderá ser mandado embora por justa causa. Caso apresente um
atestado dizendo que você não pode ser vacinado por algum motivo,
terá a satisfação de ser mandado embora do mesmo jeito, mas pelo
menos irá acompanhado do tal atestado70,71.
Segundo o entendimento dos nossos “magistrados”, seu interesse
individual não pode ser colocado à frente do interesse coletivo. Fico
imaginando aqui: o interesse coletivo de 20 homens ansiosos por
satisfazer seus desejos fisiológicos por sexo também deve prevalecer

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––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

sobre o interesse individual de uma mulher em não ser estuprada


coletivamente por eles em um beco? Se o interesse coletivo de um
grupo supremacista em um ônibus determinar que a presença de um
não-branco no mesmo veículo é uma ameaça à saúde de seu
puritanismo, o sujeito pode ser jogado para fora do automóvel?
Nada menos que 90% das interpretações esdrúxulas da legislação
brasileira são uma piada ruim. Os outros 10% nem para piada
servem.

4. Falsificar comprovante de vacina para conseguir um


Passaporte Sanitário pode ser considerado um crime?

Sim, pode ser tipificado como falsidade ideológica. Segundo o Artigo


299 do Código Penal, é crime “Omitir, em documento público ou
particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer
inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim
de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante”.
Lembra da Lei 13.979/2020? Então.

5. Quais os problemas de adotar um Passaporte


Sanitário?

Ainda bem cedo, enquanto a Pandemia engatinhava, os Passaportes


Sanitários foram propostos como a saída para permitir que as
pessoas retornassem ao trabalho e às escolas, e voltassem a viajar e
frequentar eventos culturais, shoppings, etc. Estes documentos
seriam emitidos a favor das pessoas que comprovassem imunidade
contra o SARS-CoV-2 ou de que estavam devidamente vacinadas
contra o vírus.
Além de ser uma aberração científica – ainda não sabemos
exatamente como a imunidade contra o Covid19 funciona e não
temos como determinar com 100% de certeza quem pode
transmitir o vírus ou não –, a ideia de passaportes sanitários é
eticamente perigosa, sórdida e condenável por vários aspectos:
Primeiro, ela viola diversos preceitos de privacidade. E se eu não
quiser que as pessoas saibam de meu status de Covid19, ou de HIV,

107
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

ou de gravidez? O Estado deve ter autorização para atropelar minha


vida íntima e exigir que eu ande mostrando meus exames por aí ao
Deus dará?
Segundo, este tipo de imbecilidade abre margem para que, logo mais,
exijam passaportes mostrando que você também não tem
tuberculose, gripe comum, pneumonia, resfriado, diarreia,
conjuntivite, impetigo, molusco contagioso, micoses cutâneas,
erisipela, piolho, sarna, pulgas... Afinal, se é para evitar a
disseminação de doenças infectocontagiosas na comunidade, por que
restringir-se a uma só, certo?
Terceiro e mais importante: Passaportes Sanitários acentuarão ainda
mais as iniquidades sociais existentes, criando castas dentro de
castas dentro de castas: você será da classe que tem vacina, mas não
tem anticorpos; ou será da classe que tem anticorpos, mas não tem
vacinas; ou será da classe que não tem anticorpos nem vacinas; ou
será da classe cujo passaporte tem mais de 6 meses ou menos de 6
meses; ou será…
Se quer entender o que começa com a ideia dos Passaportes
Sanitários, recomendo que estude sobre as Leis de Jim Crow nos
EUA ou as Pass Law da África do Sul que vigoraram nos séculos XIX
e XX. Depois disso, caso ainda tenha estômago, estude sobre o artigo
58 do Código Penal da antiga República Socialista Federativa
Soviética Russa. O famigerado artigo entrou em vigor em 25 de
fevereiro de 1927 para prender os suspeitos de atividades contra-
revolucionárias. Mas lembre-se de trocar “suspeito de atividades
contra-revolucionárias” por “suspeito de não-vacinado”.

DÚVIDAS ENVOLVENDO TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

1. As vacinas contra Covid19 já estavam prontas antes de


a doença surgir?

O foco na Proteína S como um alvo para as vacinas contra


coronaviroses já havia sido objeto de testes pré-clínicos durante as
epidemias de SARS-CoV (2002–2003) e de MERS-CoV (2012).
Por exemplo: a patente US9193780B2 apresentada por Abylinx NV
em 05 de junho de 2009 e publicada em 24 de novembro de 2015,

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––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

previa uma “sequência de aminoácidos direcionados contra ou que


podem se ligar com a proteína do envelope de certos vírus,
impedindo a entrada do agente nas células e neutralizando,
modulando ou inibindo sua infectividade”. Especificamente com
relação ao SARS-CoV, a sequência de aminoácidos e polipetídeos
apresentada pela empresa Abylinx apresentava como alvo a proteína
S1 do vírus (exatamente a mesma parte da proteína Spike presente
no SARS-CoV2 responsável pela ligação do vírus aos receptores
ACE2). Para administração de seu composto de nano-anticorpos
multivalentes, a Abylinx – uma subsidiária da gigante farmacêutica
Sanofi – apresentava como opções aerossóis, comprimidos, cremes
tópicos, adesivos transdérmicos e injeções de nanopartículas72 .
Em 28 de janeiro de 2000, a Pfizer apresentou a patente
US6372224B1, com ““sequências de aminoácidos e nucleotídeos
para um gene Spike do Coronavírus Canino (CCV), e compostos
contendo um ou mais dos genes Spike e seus polipetídeos
codificados, para profilaxia, diagnóstico e tratamento de infecções
por CCV”73.
Contudo, desde então, poucas vacinas em desenvolvimento
avançaram até as fases de testes clínicos e nenhuma foi licenciada
para uso em humanos22,72. Tudo mudou com a chegada da Covid19.
Em 31 de dezembro de 2020, a OMS emitiu a primeira autorização
de uso emergencial para uma vacina anti-Covid19: a vacina de
RNAm da BioNTec/Pfizer74.

2. As vacinas contra Covid19 foram responsáveis pelo


surgimento dessas variantes que andam circulando por
aí?

Esta é a típica pergunta no estilo “quem veio primeiro: o ovo ou a


galinha?”
Primeiro: Apesar de a diversidade genética observada no SARS-CoV-
2 ser baixa, o fato de estarmos em uma pandemia oferece um cenário
ideal para que a seleção natural opere sua parcela de mutações.
Algumas dessas mutações – como a mutação D614G na Proteína
Spike do vírus original em Wuhan, que produziu uma variante
europeia – aumentam a infectividade do vírus e podem ter impacto
na eficácia das vacinas16.

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––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Segundo: Em teoria, assim como o uso indiscriminado de


antimicrobianos ou o uso de antimicrobianos de eficácia limitada
levaram ao surgimento de bactérias multirresistentes17,18,19,20, é de se
considerar a possibilidade de que o uso indiscriminado de vacinas de
eficácia limitada possa atuar na seleção de variantes virais resistentes
às vacinas sendo empregadas.
Por último: algumas vacinas – como as vacinas de Vetor Viral – de
fato apresentam o risco de resultar em microrganismos
geneticamente modificados mais agressivos que a versão original21.
Ou seja, em resumo: vírus novos podem tornar as vacinas inúteis e
vacinas inúteis podem tornar os vírus “novos”.

3. Vacinas de RNAm são Príons?

Os Príons são moléculas de proteínas “anormais” com capacidade de


replicação e de causar doenças (a Doença da Vaca Louca é a mais
famosa delas). Basicamente, Príons são proteínas “dobradas” de um
jeito estranho que possuem a habilidade de fazer com que outras
proteínas se dobrem de modo igualmente estranho.
Para entender isso melhor, pense em uma folha de papel e um
origami. Se você amassar a folha de papel, rasgá-la ou rabiscar nela,
ela será nada além de uma folha de papel amassada, rasgada ou
rabiscada. Contudo, se você dobrá-la de uma certa maneira em uma
sequência determinada, ela se torna um origami. É mais ou menos
assim que os Príons funcionam, com a diferença de que eles são
como origamis capazes de influenciar outras folhas para que elas se
dobrem na forma de mais origamis e daí por diante75.
Apesar de serem infectantes, os Príons não possuem ácidos nucleicos
(DNA e RNA). Eles apresentam um período de incubação longo mas,
uma vez que se manifestam, o quadro de perda neuronal tende a ser
rapidamente progressivo e quase sempre fatal76.
Em julho de 2020, alguns pesquisadores da Divisão de Biociências
Moleculares e Celulares da National Science Foundation e do
Institudo Santa Fe (ambos nos EUA) e do Instituto de Biologia
Integrativa de Sistemas da Universidade de Valência (Espanha)
propuseram que a definição de Príons deveria ser expandida para
incluir alguns transtornos mediados por RNA invés de apenas
proteínas: de acordo com eles, alguns RNAs naturais – tais como

110
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

ribozimas, viroides e pequenos RNAs não-codificante (chamados


PIWI-interacting RNAs) – apresentariam as mesmas características
e propriedades de um Príon77.
Uma vez que os Príons ainda são proteínas um tanto misteriosas, que
recentemente foram associados a certas formas de RNA, e
considerando que as vacinas de RNAm jamais haviam sido utilizadas
em humanos antes – e menos ainda em tão larga escala –, não
demorou muito para que os pontos fossem ligados e vacinas de
RNAm fossem consideradas “Príons feitos em laboratório”. Para
piorar a história, é sabido que algumas moléculas de RNA estão
envolvidas na patogênese das doenças causadas pelos Príons78.
Apesar de muitos especialistas afirmarem que vacinas de RNAm não
apresentam o risco de se comportarem como “origamis”, outros
especialistas afirmam exatamente o contrário75. Antes de tomar
qualquer partido sobre quem está ou não está com a razão nesta
teoria, o mais honesto seria admitir simplesmente que não temos a
menor ideia a respeito, pois não existem dados suficientes de
acompanhamento sobre como as vacinas de RNAm se comportarão
no longo prazo.

4. Quais as possibilidades de as vacinas terem alguma


ligação com os sinais 5G?

Em 11 de janeiro de 2013, o programador italiano Alberto Brandolini


tuítou dizendo que “a quantidade de energia necessária para
refutar besteiras é uma ordem de magnitude maior que a energia
necessária para produzi-las”, e este princípio se tornou conhecido
como Lei de Brandolini79.
Basicamente, Brandolini estava resumindo o comportamento de
mais de 90% das pessoas na Internet, que produzem ou disseminam
com a velocidade de um raio qualquer tipo de notícia que lhes
permita lacrar ou parecer “antenadas” sem muita necessidade de
estudo ou pesquisa. Na sequência, pedem (“pedem”, não: ordenam)
que você dedique horas, dias, semanas de pesquisa para refutar com
1 mol de evidências aquilo que elas, emocional e epidermicamente,
jogaram no ventilador.
Existem tantas coisas mais incômodas com relação à Pandemia…

111
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Quando as atividades econômicas e as aulas retornarão ao “normal”?

Quando o tratamento precoce e a profilaxia serão legitimadas?


Quando os dados sobre as taxas de eventos adversos e de letalidade
em pessoas vacinadas serão tornados transparentes?
Quando as pessoas acordarão para o fato de que passaportes
sanitários são uma atrocidade muito pior e de consequências
muito mais imediatas e preocupantes que urnas eletrônicas?
Perder tempo com pessoas operando sob a Lei de Brandolini é nada
além disso mesmo: uma perda de tempo.

5. Por que algumas pessoas vacinadas desenvolvem uma


espécie de magnetismo e atraem metais?

Pode ser que o magnetismo exista, pode ser que não exista. Nenhum
estudo sério foi conduzido sobre o tema, ainda que seja
absurdamente simples fazer isso. Tudo que temos são algumas
dezenas (ou centenas?) de vídeos em redes como Rumble, Odysee,
Cos.TV, Twitter e em grupos do Telegram mostrando o “fenômeno”,
e especialistas concedendo entrevistas na televisão informando que
nada daquilo está acontecendo. Entre uns e outros, fico com a Lei de
Brandolini e o último parágrafo da resposta anterior.

6. Existe algum método paliativo para minimizar os


efeitos da vacina?

“Tomar carvão vegetal ativado em cápsulas limpa o organismo das


toxinas produzidas pelas vacinas”, “fazer um enema de chá de boldo
com folhas de menta resolve”, “peregrine 10 km com uma fita de
Santa Rita amarrada no pulso”… Sério? Qualquer que tenha sido o
motivo, você injetou uma substância experimental no seu corpo que
possui sabe-se lá quantos e quais efeitos colaterais desconhecidos
(por isso mesmo são chamadas “experimentais”) e agora, remoído de
culpa e medo, quer uma solução para a sua apreensão que seja tão
rápida quanto um miojo instantâneo.
É o seguinte: não tomar as vacinas tem consequências. Tomá-las
também tem. Escolhas trazem consequências. Seja um adulto e

112
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

assuma a responsabilidade sobre as suas. Depois leia o tuíte do


Alberto Brandolini umas 100 vezes.

7. As vacinas podem dar um “reset” na nossa imunidade,


aumentando o risco de pegar novamente doenças como
catapora?

Como mencionado diversas vezes neste livro, as chamadas “vacinas”


contra o Covid19 são substâncias experimentais. Nunca foram
testadas antes e muitas utilizam tecnologias de aplicação sem
precedentes em seres humanos. Ninguém sabe determinar se essas
coisas produzem imunidade, ou quanto de imunidade, ou por quanto
tempo essa imunidade dura, ou se são capazes de impedir a
transmissão do vírus, ou quais efeitos adversos possuem, etc. De
todas as implicações possíveis em um cenário assim, minha menor
preocupação seria ter catapora novamente.

8. As vacinas contra Covid19 causam esterilidade ou


infertilidade?

Em 09 de fevereiro de 2021, o grupo Johns Hopkins Medicine


publicou uma nota técnica em que afirmava que as vacinas contra
Covid19 emergencialmente autorizadas pela OMS não ofereciam
riscos específicos relacionados à fertilidade. Em 19 de julho de 2021,
o Royal College of Obstetricians & Gynaecologists (Reino Unido)
emitiu uma nota afirmando o mesmo29,31. Sinceramente, é muito
cedo para afirmar se estas vacinas causam ou não causam problemas
de fertilidade. Mas peço que mantenha algo em sua mente:
substâncias experimentais.
Repita comigo: substâncias experimentais.
Substâncias experimentais.
Acho que você entendeu.

9. Vacinas contra Covid19 utilizam células de feto


humano?

113
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Não exatamente, mas sim. Vou explicar:


Muitas vacinas, como aquelas contra catapora, rubéola, polio,
hepatite A e uma versão da vacina contra raiva, utilizam em seu
desenvolvimento uma etapa de cultura de vírus em células
(fibroblastos) fetais80.
Para o desenvolvimento de algumas das vacinas contra Covid19, as
principais linhagens de células fetais utilizadas foram: HEK-293
(uma linhagem de células renais isoladas de um feto de origem
indeterminada em 1973), PER.C6 (uma linhagem de células da
retina isoladas de um feto abortado em 1985), e MRC-5 (uma
linhagem de fibroblastos, desenvolvida originalmente a partir do
tecido pulmonar de um feto masculino caucasiano abortado de 14
semanas).
Segundo os fabricantes, as vacinas de RNAm contra Covid19 não
necessitam do uso de culturas de células fetais para serem fabricadas
(mas isso não é exatamente 100% da verdade, como você poderá
conferir ao final desta resposta).
A linhagem PER.C6 foi empregada na produção da vacina da
Janssen / Johnson & Johnson81.
Por causa do imbróglio do uso de células originadas de fetos na
elaboração de vacinas, a AstraZeneca se meteu em um jogo bizarro
de palavras junto aos “checadores de fatos” e à opinião pública:
segundo uma nota técnica da própria empresa, o Grupo AstraZeneca,
em raras circunstâncias, utiliza tecidos de fetos humanos para seus
trabalhos de pesquisa e desenvolvimento em biotecnologia.
Após ser denunciada pelo uso de “tecidos fetais” na produção da
vacina AZD1222, a AstraZeneca declarou à Reuters (via e-mail) que
não havia utilizado a linhagem MRC-5 para fazer sua vacina.
Segundo a farmacêutica, a vacina havia sido testada por um “grupo
independente” na Universidade de Bristol – e estes cientistas
“independentes”, sim, teriam realizado testes da AZD1222 em
linhagens de MR-583.
Existem dois “nós” nessa história:
O primeiro nó está no fato de que um desses “estudos
independentes”, publicado na revista Genome Medicine em 15 de
março de 2021, tinha como uma das autoras a Dra. Sarah Gilbert, da
Universidade de Oxford, e a Sra. Gilbert não é exatamente uma
“cientista independente’: ela é cofundadora da empresa Vaccitech

114
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

(que por sua vez é uma das inventoras da vacina da AstraZeneca) e é


também uma das inventoras de uma patente cobrindo o uso das
vacinas de vetor viral ChAdOx1 contra o SARS-CoV-2.
Abreviando: a Sra. Gilbert trabalha com e para a AstraZeneca. Isso
não é exatamente uma “cientista independente”84.
O segundo nó está no fato de que um artigo publicado na revista
Nature alguns meses antes, em outubro de 2020, mostrava que a
AstraZeneca havia utilizado a linhagem HEK-293 em um estágio de
desenvolvimento da ChAdOx1 nCoV-19 (que mais tarde foi batizada
de AZD1222).
“Bem, nós utilizamos algumas linhagens de células fetais para
desenvolver nossas vacinas, mas isso não significa que tenhamos
utilizado fetos ou que estas células estejam presentes dentro dos
frascos de vacina”. Tudo bem, de fato não estão. Mas a ginástica da
AstraZeneca para desconstruir a narrativa (verdadeira) de que foram
utilizadas linhagens celulares de bebês para desenvolver a vacina
AZD1222 foi digna de uma medalha Olímpica.
Segundo levantamento realizado pelo Charlotte Lozier Institute (uma
entidade participante da Susan B. Anthony List, uma organização
sem fins lucrativos que busca reduzir e acabar com o aborto nos
EUA), outras vacinas contra Covid19 que utilizaram linhagens
celulares de fetos incluem:

- Sinovac / Coronavac (utilizou HEK-293 na fase de testes


laboratoriais).

- Altimmune (utilizou PER.C6 nas fases de desenvolvimento,


produção e testes laboratoriais).

- Cansino / Ad5-nCoV (utilizou HEK-293 nas fases de


desenvolvimento, produção e testes laboratoriais).

- Gamaleya / Sputnik V (utilizou HEK-293 nas fases de


desenvolvimento, produção e testes laboratoriais).

- Instituto Pasteur / Merck (utilizou HEK-293 nas fases de


desenvolvimento e testes laboratoriais).

115
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

- Covaxx / United Biomedical (utilizou HEK-293 nas fases de testes


laboratoriais).

- Novavax (utilizou HEK-293 nas fases de testes laboratoriais).

- Sanofi / GSK (utilizou HEK-293 nas fases de testes laboratoriais).

- Moderna (utilizou HEK-293 nas fases de testes laboratoriais).

- Pfizer (utilizou HEK-293 nas fases de testes laboratoriais).

Um adendo curioso: a Igreja Católica e a comissão de ética e


religiosidade da Igreja Batista declararam que receber uma vacina
que utiliza linhagens celulares de fetos em sua produção é
moralmente aceitável81.

10. As vacinas contra Covid19 contêm óxido de grafeno?

Vacinas contendo nanopartículas de óxido de grafeno existem –


basta ver, por exemplo, o pedido de patente número CN112220919A,
da empresa chinesa Shanghai National Engineering Research
Center for Nanotechnology Co Ltd87. Mas não são apenas patentes:
Em fevereiro de 2016, pesquisadores chineses publicaram um
trabalho relatando seu sucesso em combinar óxido de grafeno com
polietilenoglicol (PEG) e vários tipos de polietilenoimina para o
desenvolvimento de vacinas88.
Em janeiro de 2019, pesquisadores chineses publicaram um trabalho
relatando seu sucesso em combinar nanopartículas de óxido de
grafeno com alumínio para produzir vacinas contra câncer90.
Em agosto de 2020, pesquisadores chineses publicaram um trabalho
relatando os progressos nas estratégias de modificação para
melhorar a biocompatibilidade do óxido de grafeno, tornando-o um
adjuvante capaz de melhorar a ativação das respostas imune e celular
quando utilizando em vacinas89.
Em março de 2020, pesquisadores chineses (sim, novamente
chineses) publicaram um trabalho relatando seu sucesso no
progresso para o desenvolvimento de uma vacina contra câncer

116
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

combinando nanopartículas de óxido de grafeno, polietilenoimina e


RNAm92.
Finalmente, em maio de 2021, pesquisadores da Universidade
Estadual da Geórgia e da Universidade Emory (ambas nos EUA) e
publicaram um trabalho relatando seu sucesso em combinar
nanopartículas de óxido de grafeno com polietilenoimina na
produção de uma vacina intranasal contra gripe comum91.
A despeito de várias “notícias” na internet em 2021, a vacina de
RNAm da Pfizer não lista “óxido de grafeno” como uma das
substâncias de sua composição68. Na verdade, nenhuma das vacinas
lista “óxido de grafeno” como uma das substâncias de sua
composição. Mas, depois das ginásticas para escapar das acusações
de utilização de linhagens de células fetais, é bem difícil acreditar no
que esses laboratórios falam.

11. Existem algum fundamento nas teorias de conspiração


sobre controle social envolvendo as vacinas contra
Covid19?

Bem, se é para ir fundo nas Teorias de Conspiração, que tal tomar


um fôlego e aproveitar a última pergunta deste capítulo para
mergulhar nas profundezas da distopia mais maluca possível? Já
aviso: não será um raciocínio leve, mas talvez essa “viagem na
maionese” seja elucidadora. Se você topa, prepare seus neurônios e
siga o fio:
Em 2001, cientistas dos EUA demonstraram que era possível utilizar
terapias genéticas para alterar comportamentos animais, incluindo a
tendência para abuso de drogas; tornar ratos poligâmicos em
monogâmicos; e alterar a capacidade de memória e aprendizado de
roedores. Na época, o problema consistia em encontrar uma maneira
de inserir os genes terapêuticos e seus vetores no cérebro humano
sem injetá-los através do crânio (naqueles tempos, esta era a única
maneira viável para administrar o tratamento). Os pesquisadores
esperavam encontrar uma solução que tornasse possível injetar o
material na corrente sanguínea e fazê-lo chegar, por meio da
circulação, até seus alvos no cérebro. Para isso, eles estavam
desenvolvendo vírus híbridos capazes de atravessar a barreira
hematoencefálica. “Quando estes obstáculos forem superados, a

117
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

terapia genética se tornará viável para tratar vários transtornos


psiquiátricos”, afirmou Robert Sapolsky, Ph.D., professor do
Departamento de Ciências Biológicas da Universidade de Stanford
(EUA) e um dos responsáveis pelos estudos93.
Em 2003, o mesmo Sapolsky afirmou que “já possuímos
conhecimento suficiente sobre o funcionamento do sistema límbico
para manipular experimentalmente comportamentos ancorados
neste sistema. Ainda que estas manipulações tenham
tradicionalmente envolvido lesões, estimulação ou abordagens
farmacológicas, se tornou plausível utilizar tecnologias de
transferência genética para alterar padrões de expressão genética
no sistema nervoso”. No trabalho publicado na revista Physiology &
Behavior, Sapolsky apresentou as maneiras através dos quais a
transferência de genes foi empregada para alterar a função límbica,
incluindo (a) cognição, (b) as propriedades de recompensa de
substâncias “viciantes”, (c) padrões de afiliação social e (d) respostas
ao estresse94.
Em 2008, já existiam estudos em animais mostrando que é possível
reduzir a ingestão de álcool em pessoas alcoólatras por meio da
terapia genética. Ainda em 2008, estudos em ratos mostraram que a
terapia genética utilizando vetores virais também é capaz de reduzir
a atividade de enzimas que resultam em lesões cerebrais associadas à
Doença de Alzheimer95,96. Eu pergunto: seria possível faz o inverso e
estimular a atividade dessas enzimas, acelerando o processo de
demência?
Em 2010, verificou-se que a proteína p11 (codificada pelo gene
S100A10 em humanos) estava envolvida na regulação da atividade
no núcleo accumbens, e pesquisadores demonstraram que a deleção
da p11 resulta em comportamentos tipo-depressão. Ao utilizarem
terapia genética (interferência de RNA mediada por vetores
adenovirais), os cientistas foram capazes de produzir
comportamentos depressivos em ratos praticamente idênticos
àqueles observados em animais com ausência completa da p11.
Seguindo em frente, um dos grandes obstáculos para a terapia
genética sempre foi “como fazer com que os genes cheguem aonde
devem chegar?”. Um dos recursos encontrados em 2013 foi o uso de
nanopartículas superparamagnéticas de óxido de ferro
(Superparamagnetic Iron Oxide Nanoparticles, ou SPIONs).

118
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Os SPIONs são um “sistema de entrega turbinado”: por meio deles,


as “mensagens” enviadas são retidas nas células-alvo, permitindo
que a programação genética seja incorporada e atue de modo
prolongado – por exemplo, determinando a expressão de alguns
genes e interferindo na atividade do RNA. Vetores virais – como os
adenovírus – podem ser preparados com SPIONS e, uma vez
injetados, podem ser direcionados para os locais desejados por meio
de campos magnéticos. Este processo (uso de campos magnéticos
para concentrar partículas contendo ácido nucleico nas células-alvo)
é chamado de Magnetofecção. A soma de SPIONS e magnetofecção
tornou as vacinas genéticas não apenas mais viáveis, mas também de
ação bem mais rápida98.
Em 2016, pesquisadores nos EUA desenvolveram um método
inovador para controlar os circuitos cerebrais associados a
comportamentos completos, utilizando engenharia genética para
criar uma proteína magnetizada que ativa à distância grupos
específicos de células nervosas. A ferramenta mais poderosa neste
campo é chamada de Optogenética: ela permite que os pesquisadores
liguem e desliguem “bandos” de neurônios conectados em uma
escala de milissegundos utilizando pulsos de laser (o problema é que
a Optogenética exige que fibras ópticas sejam inseridas no cérebro,
para permitir que a luz penetre de maneira eficaz no tecido
neuronal). Outro avanço, chamado de Quimiogenética, utiliza
proteínas “geneticamente engenheiradas” que podem ser
direcionadas para tipos celulares específicos e ativadas por meio de
medicamentos.
Vários estudos mostraram que as proteínas das células nervosas
podem ser modificadas geneticamente, tornando possível sua
ativação por meio de ondas de rádio e campos magnéticos: tudo que
é preciso é anexar a elas uma proteína chamada ferritina ou
partículas paramagnéticas inorgânicas. Esta tecnologia inclusive já
foi utilizada para regular os níveis sanguíneos de açúcar em ratos.
Proteínas magnetizadas foram objeto de estudo em peixes-zebra: os
cientistas inseriram sequências específicas de DNA em um vírus e
então administraram a solução a larvas de peixes-zebra, tendo como
alvos neurônios no tronco e na cauda que controlavam a resposta de
“fuga”. Quando as larvas eram colocadas em um aquário
magnetizado, a simples exposição ao campo magnético resultava em
movimentos similares aos observados em reações de fuga.

119
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

Finalmente, proteínas magnetizadas foram injetadas no cérebro de


camundongos, em uma região associada a sensações de recompensa
e motivação. Quando eram colocados em um reservatório contendo
seções magnetizadas e não-magnetizadas, os animais “tratados”
passavam muito mais tempo nas áreas magnetizadas que os animais
“não-tratados”, pois a expressão da proteína lhes dava uma sensação
de prazer prolongada. Isso demonstrou de que maneira a terapia
genética pode controlar de maneira remota comportamentos animais
complexos99.
Em 2019, SPIONS eram utilizados em contrastes para exames de
imagem de ressonância magnética. O fato de os SPIONs não
possuírem magnetismo residual na ausência de campos magnéticos
externos permite que as partículas sejam concentradas exatamente
onde se deseja, bastando expor o indivíduo a um campo magnético
direcionado. Por meio deste recurso, os SPIONs “teleguiados”
tornam-se capazes de penetrar até mesmo nas células do cérebro100.
Apesar de todos os avanços ocorridos no desenvolvimento de
nanomateriais, as vacinas de DNA ainda apresentavam um
desempenho ruim nos testes clínicos realizados em humanos até
2020. A principal razão estava no fato de que os estudos pré-clínicos
eram realizados em animais pequenos (como ratos e camundongos),
que frequentemente não predizem com a devida acurácia a resposta
que seria observada em humanos. O emprego de animais de maior
porte poderia resolver este problema, mas isto suscitaria problemas
éticos, de logística e de financiamento. No começo de 2020, os
cientistas ainda acreditavam que os modelos utilizados tornavam
difícil avançar ao ponto de permitir que as vacinas de DNA fossem
empregadas em seres humanos em um futuro próximo101. Todavia...
Em junho de 2020, durante a pandemia de covid19, o papel da
nanotecnologia voltou à tona: e se fosse possível criar em laboratório
nanovetores capazes de bloquear a ação da proteína S do vírus e
interromper sua reprodução? A terapia com nanovetores foi
amplamente discutida pelos cientistas como uma das principais
estratégias “futuras” para acabar com a pandemia102.
Todavia, ainda que a estabilidade e a imunogenicidade do RNAm
tivessem sido aprimoradas, outros melhoramentos seriam
necessários para tornar a terapia com RNAm viável103. Acima de
tudo, seria necessário uma amostragem maior para realizar os testes
clínicos. Em Novembro de 2020, cientistas começaram a defender

120
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

que a manipulação por nanomedicina magnética era a melhor aposta


para erradicar permanentemente o SARS-CoV-2 “sem causar efeitos
colaterais”104...
Agora vou deixar você respirar um pouco e juntar pacientemente
todos estes pontos. Mas vou dar uma pista da sequência:
nanovetores, SPIONS teleguiados por magnetofecção até os
neurônios, proteínas “engenheiradas” direcionadas para tipos
celulares específicos e ativadas por meio de medicamentos, controle
de comportamento límbico através de terapia genética, grandes
populações, e a desculpa perfeita: uma “pandemia aterrorizante”...
O desenlace é assustador, não?

121
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

CONCLUSÃO

O vírus existe, ele causa doença e esta doença pode matar. Isso é
indiscutível. O que é discutível é exatamente qual a agenda que pode
estar por trás de tudo que está acontecendo, e a batalha pela
panaceia das vacinas representa apenas uma pequena ponta de um
imenso iceberg possível.
Os imunizantes contra Covid19 foram disponibilizadas para emprego
em massa após uma estranha combinação entre “aceleração de fases
importantes de pesquisa e desenvolvimento” (comprometimento da
segurança) e “testes clínicos envolvendo grupos pequenos de
pessoas” (comprometimento da eficácia). Apesar de as autoridades
sanitárias terem afirmado que uma vacina jamais seria liberada para
uso em massa antes que todos os testes de segurança e eficácia
fossem realizados de maneira adequada, isso não foi exatamente o
que ocorreu na prática. Por exemplo: a vacina russa Sputnik V deu
início aos testes de fase 3 em mais de 40 mil pessoas antes que seus
resultados de segurança e imunogenicidade fossem publicados. Algo
semelhante ocorreu na China, com o silêncio ensurdecedor dos
justiceiros sociais e demais vacinalovers incondicionais.
Muitos pesquisadores e médicos consideraram que o
desenvolvimento de vacinas contra o SARS-CoV-2 em 15 meses após
o relato dos primeiros casos de Covid19 foi um “sucesso estrondoso”
da ciência e uma prova da “excelente capacidade de resposta e
adaptação inovadora das parcerias público-privadas”. Eu considero
essa rapidez uma das maiores temeridades que nossa civilização já
produziu: amassar em um sanduíche apressado as várias fases de
testes de segurança e eficácia para o desenvolvimento de uma vacina
a ser aplicada a bilhões de pessoas e chamar isso de “sucesso” é uma
prova de falta de bom-senso, não de excelência ou “adaptação
inovadora”.
Em várias entrevistas ao longo de 2020 e 2021, questionei a
legitimidade das vacinas que estão sendo oferecidas contra a
Covid19. A doença existe, mas sua letalidade real corresponde a
menos de 1 décimo da percepção emocional coletiva propagada pelo
terrorismo dos mega-conglomerados de mídia em nosso planeta.

122
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

Sim, vacinas são um recurso valioso para o controle de várias


doenças: graças a elas, não sofremos mais com a maldição da
Varíola, e moléstias como sarampo, tétano e paralisia infantil não
possuem consequências tão devastadoras quanto no começo do
século XX. Vacinas são preciosas. Todavia, elas precisam ser, antes
de qualquer coisa, seguras.
Ao contrário das avaliações de eficácia – que podem ser realizadas
em questão de meses –, avaliações de segurança demoram anos.
Abrir mão dessas avaliações – ou deixá-las para um “segundo
momento” – poderia custar ainda mais vidas. Até mesmo vacinas
bem conhecidas, como a vacina contra Gripe Comum, estão
suscetíveis a graves problemas de segurança: em outubro de 2020,
Singapura suspendeu temporariamente a campanha de vacinação
contra Influenza após 48 mortes terem sido registradas na Coreia do
Sul. Por isso, antes de determinar a obrigatoriedade das vacinas
contra Covid19, seria no mínimo ético garantir sua segurança e
concentrar a aplicação nos grupos de maior risco para a doença.
Considere por um momento que as vacinas são realmente seguras.
Segundo dados do CDC (EUA), no intervalo de 1 ano, pessoas de 0 a
19 anos de idade têm 20 vezes mais chance de morrer por
qualquer causa que morrer por Covid19. Pessoas de 20 a 49 anos
de idade têm 10 vezes mais chance de morrer por qualquer causa
que morrer por Covid19. Pessoas de 50 a 69 anos de idade têm duas
vezes mais chance de morrer por qualquer causa que morrer por
Covid19. Apenas pessoas com mais de 70 anos de idade têm mais
chances de morrer por Covid19 que morrer por qualquer outra causa
em 12 meses2, e esta é a população de risco, que deveria receber
proteção (suplementação de Zinco e Vitamina D + profilaxia com
Ivermectina, por exemplo) e que ser o público-alvo das campanhas
com vacinas seguras. É simplesmente uma imoralidade tornar
obrigatório em todas as faixas etárias o uso de substâncias
cujos dados de segurança e de efeitos adversos não foram analisados
no longo prazo e tornados 100% transparentes.
É evidente que o resultado desta corrida maluca será uma coletânea
de efeitos adversos desconhecidos (muitos deles potencialmente
letais) que afetarão milhões de pessoas sabe-se lá por quanto tempo
– especialmente pessoas representadas de maneira insuficiente nas
fases de estudos clínicos, como jovens, crianças, idosos, gestantes e
pessoas com doenças diversas. Afinal, quando permitimos que

123
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

desenvolvimento de uma vacina avance de uma fase para a seguinte


com base em testes clínicos realizados em um número relativamente
pequeno de pessoas, corremos o risco de “comer mosca” em muitos
efeitos colaterais potencialmente graves: grupos pequenos de testes
clínicos são insuficientes para avaliar o efeito de uma vacina em
subgrupos significativos como raça, idade e pessoas com diferentes
comorbidades. E muitas incertezas com relação à segurança só
podem ser esclarecidas – insisto! – com o Tempo, não com a
afobação. É triste pensar que, mesmo quando a pandemia de Covid19
for uma nota nos livros de história do futuro, é provável que os erros
que comentemos na pressa do presente ainda estarão cobrando seus
preços.
Indiferentes à questão da segurança, várias agências reguladoras no
mundo todo se declararam dispostas a autorizar vacinas contra
Covid19 com eficácia abaixo de 50% contra doença sintomática e sem
eficácia conhecida contra transmissão. Foi no mínimo curioso
perceber como a maioria dos estudos de eficácia das vacinas optou
por definir “eficácia” como sendo um desfecho primário que consiste
em “ausência de Covid19 sintomática” ou “ausência de
hospitalizações por Covid19”. Desconhecendo a quantidade
necessária de anticorpos para conferir imunidade, desconhecendo a
taxa de proteção de transmissibilidade e, principalmente,
desconhecendo os efeitos de médio e longo prazo das vacinas, como
separar as “boas intenções dos laboratórios farmacêuticos” de nossas
tendências para teorias de conspiração? Sem possibilidade de
debates abertos sobre as vacinas contra Covid19, de que maneira
podemos confiar em tudo que as “autoridades” nos dizem?
A falta de confiança na eficácia das vacinas pode ser vista em alguns
números que insistem em emergir por debaixo do véu das narrativas
hegemônicas de credulidade: pesquisas realizadas nos EUA mostram
que entre 14-23% dos norte-americanos não pretendiam se vacinar
de maneira alguma contra a Covid19, e apenas 49% estavam
dispostos a se vacinar imediatamente assim que uma vacina estivesse
disponível. Um fenômeno semelhante pode ser observado em vários
países, como Alemanha e Austrália1.
A despeito da pressão dos governos, da mídia e de uma parcela
significativa da sociedade a favor das vacinas, devemos considerar o
fato de que milhões de pessoas no mundo se recusarão a tomá-las.
Como este problema será resolvido? Deixaremos essas pessoas em

124
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

paz, respeitando suas opiniões, ou iremos massacrá-las com todo


tipo de coerções legais, incluindo restrições de direitos civis e
ameaças de prisão?

No capítulo 36 do livro de Microbiologia Médica e Imunologia de


Warren Levinson (13a Ed. McGrawHill, 2016), mais exatamente na
página 277, lê-se:
"A imunidade de rebanho (também conhecida como imunidade de
grupo) ocorre quando uma porcentagem suficientemente alta da
população (o rebanho) é imunizada, a fim de que um indivíduo não
imunizado esteja protegido. Para a imunidade de rebanho
ocorrer, a vacina precisa impedir a transmissão do vírus,
assim como impede a doença. Por exemplo: a vacina viva
atenuada de pólio consegue fornecer boa imunidade de rebanho
porque induz a secreção de IgA intestinal, o que impede o poliovirus
de se replicar no trato gastrintestinal e ser transmitido para outros.
Entretanto, a vacina inativada de polio não induz imunidade de
rebanho, uma vez que a IgA produzida não é secretada, e
indivíduos imunizados (apesar de protegidos contra a poliomielite)
ainda podem servir de fonte de poliovirus para outros”.
Os governos, as agências reguladoras, os gestores de saúde pública e
os minimamente alfabetizados em medicina sabem muito bem que
as vacinas contra Covid19 não cumprem os critérios mais básicos de
eficácia.
É por isso que, quando você pergunta:
– Se eu for vacinado, posso parar de usar máscaras?, as
autoridades de saúde dizem: não.

É por isso que, quando você pergunta:


– Se eu for vacinado, restaurantes, escolas, academias e outros
estabelecimentos declarados como “atividades não essenciais” vão
reabrir e as pessoas poderão voltar a trabalhar e frequentar estes
lugares normalmente?, as autoridades de saúde dizem: não.

É por isso que, quando você pergunta:


– Se eu for vacinado, vou ter imunidade contra o covid-19?, as
autoridades de saúde dizem: talvez, mas nós não temos 100% de
certeza, então provavelmente não.

125
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

É por isso que, quando você pergunta:


– Se eu for vacinado, pelo menos não vou mais ser capaz de passar
a doença para outras pessoas, certo?, as autoridades de saúde
dizem: não, não temos como garantir que as vacinas irão parar a
transmissão.

É por isso que, quando você pergunta:


– Se eu for vacinado, quanto tempo durará minha proteção?, as
autoridades de saúde dizem: ninguém sabe.

É por isso que, quando você pergunta:


– Se eu for vacinado, posso parar com o distanciamento social?, as
autoridades de saúde dizem: não.

É por isso que, quando você pergunta:


– Qual o benefício em ser vacinado contra Covid19?, as autoridades
de saúde dizem: esperamos que a vacina impeça o vírus de matar
você.

Porém, quando você pergunta:


– Mas vocês têm certeza que a vacina não representa um risco para
minha saúde?, as autoridades de saúde dizem: não temos como
garantir isso também com 100% de certeza.

É por isso que, quando você pergunta:


– Se estatisticamente a chance de sobreviver ao vírus é de 99,97%,
por que eu deveria tomar esta vacina?, As autoridades de saúde
dizem: para proteger outras pessoas.

E é por isso que, quando você pergunta:


– Então, se eu for vacinado, irei proteger 100% das pessoas que
entrarem em contato comigo?, as autoridades de saúde dizem: não.

Em resumo, as vacinas contra Covid19:


- NÃO garantem imunidade
- NÃO têm garantia de segurança
- NÃO eliminam o risco de morte
- NÃO impedem que você transmita
Ã

126
––––– COVID 19: A BATALHA DAS VACINAS –––––

- NÃO eliminam a necessidade de máscaras


- NÃO eliminam o distanciamento social
- NÃO permite o retorno às atividades normais
- NÃO eliminam a necessidade de lockdown

Todas estas perguntas e respostas deveriam estar sendo discutidas


de maneira bem clara e compreensível pelas autoridades sanitárias e
pela grande mídia no mundo todo. Mas não estão. Por isso, se você
tem vocação para ser um rato de laboratório e se injetar com
substâncias experimentais, aprovadas emergencialmente, que
apresenta zero garantias, apresentam benefícios questionáveis e
ainda oferecem riscos desconhecidos para sua saúde, faça isso por
sua conta. E não reclame por não ter sido avisado o suficiente.

127
––––––––––– ALESSANDRO LOIOLA –––––––––––

REFERÊNCIAS

Capítulo 1

1. CIDRAP - Center for Infectious Disease Research and


Policy. "Estimates of SARS death rates revised upward". Acessado
em https://www.cidrap.umn.edu/news-
perspective/2003/05/estimates-sars-death-rates-revised-upward
2. Organização Mundial de Saúde. "Middle East respiratory
syndrome coronavirus (MERS-CoV)". Acessado em
https://www.who.int/health-topics/middle-east-respiratory-
syndrome-coronavirus-mers#tab=tab_1
3. Sharma O et al. A Review of the Progress and Challenges of
Developing a Vaccine for COVID-19. Front Immunol. 2020; 11:
585354. Published online 2020 Oct 14. doi:
10.3389/fimmu.2020.585354
4. Fergie J, Srivastava A. Immunity to SARS-CoV-2: Lessons
Learned. Front Immunol. 2021; 12: 654165. Published online 2021
Mar 19. doi: 10.3389/fimmu.2021.654165
5. Kathy Katella / Yale Medicine. 5 Things To Know About the
Delta Variant. Publicado em 27/07/2021. Acessado em
https://www.yalemedicine.org/news/5-things-to-know-delta-
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6. Case JB et al. On the road to ending the COVID-19 pandemic:
Are we there yet? Virology. 2021 May; 557: 70–85. Published online
2021 Feb 26. doi: 10.1016/j.virol.2021.02.003
7. Gaebler C et al. Evolution of antibody immunity to SARS-CoV-
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8. Chia WN et al. Dynamics of SARS-CoV-2 neutralising antibody
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Capítulo 6

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