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Metodologias de Investigação/Seminário
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Nome: RLRdS
Número: - Ano letivo: 2023-2024
1. Tema do projeto:
A classificação da informação enquanto mecanismo fundamental para a gestão e segurança
da informação organizacional
4. Objetivos
O desenvolvimento deste tema, pela sua atualidade, tem como fundamento a necessidade de
conhecer a realidade das organizações forma como lida com informação e de que forma a
gestão intervém no sentido de ser consciente no tratamento e proteção de toda a informação
pela qual é responsável. A informação tem vindo a tornar-se no ativo mais relevante para uma
organização, no entanto, para que seja possível oferecer a devida proteção, é necessária a
existência de critérios que justifiquem o grau de importância atribuído. Assim, existe hoje a
constante necessidade de adaptação e desenvolvimento de meios apropriados que assegurem
a segurança da informação armazenada pelas organizações, face aos riscos que hoje se
apresentam, por serem ativos fundamentais (Bergström et al., 2020).
Considerando a extensa revisão de literatura sistemática conduzida em diferentes momentos
por Bergström et. al (2012 e 2014 e 2020), verifica-se a existência de uma falha de produção
científica por parte da comunidade de investigação, no que concerne o estudo do papel da
gestão para a classificação da informação e a sua independência da tecnologia, criando um
vácuo que sustenta os objetivos supra enunciados, quanto à necessidade de criação de diálogo
entre as organizações responsáveis e gestores de topo.
5. Metodologia preconizada
Na sequência da revisão de literatura efetuada, enquanto enquadramento teórico da
investigação a desenvolver a posteriori, será agora indiciada a metodologia de investigação
mais adequada para a análise da questão colocada.
No presente caso, a metodologia seguida será a qualitativa que, de acordo com Creswell
(2009), tem como finalidade a obtenção de dados, a análise documental, visa a exploração da
temática de modo a compreender a visão do participante e da realidade em que este está
inserido de modo que seja possível obter uma interpretação própria dos dados recolhidos.
Esta metodologia será conduzida através de estudo de caso, que se configura como estratégia
para obtenção de dados relativamente a uma atividade, processo ou atores que possibilitam
o estudo aprofundado de determinada temática, de acordo com a própria perspetiva e
interpretação do investigador (Stake, 2012). No caso concreto, a investigação terá como
propósito compreender os métodos utilizados e os mecanismos existentes para a classificação
da informação, num âmbito mais alargado do que somente o estudo de um caso particular e,
segundo Stake (2012) revestirá a forma de estudo de caso instrumental. O estudo de caso
promove a investigação num âmbito em que se pressupõe o interesse em conhecer as
interrelações, procura compreender as narrativas dos diferentes atores para “o leitor obter
uma compreensão experiencial do caso” (Stake, 2012). Devido ao largo espectro de questões
que influenciam a classificação da informação em ambientes organizacionais, para o estudo
de caso e, de acordo com Stake (2012), terá de ser considerada uma abordagem holística para
que estes estejam contemplados e que a sua interpretação não seja indevidamente limitada
a critérios que restrinjam a verdadeira caracterização da questão em estudo, levando a que o
contexto relevante seja considerado.
O estudo de caso a ser desenvolvido no decurso do trabalho de fim de mestrado, incidirá sobre
um Instituto Público e pretende-se, através da atuação deste, aprofundar a importância da
utilização de um modelo de classificação da informação. Como foi mencionado anteriormente,
tem-se como objetivo uma interpretação holística dos factos que serão obtidos direcionando-
os para percecionar o tema numa dimensão menos limitadora. No que concerne a recolha de
dados, entende-se que esta começa quando o investigador se aproxima da sua questão de
estudo (Stake, 2012), e embora esta recolha possa começar a ser desenvolvida de um modo
informal terá influência numa fase embrionária do estudo que impenderá sobre as questões
de investigação.
Como técnica de investigação qualitativa adaptada ao estudo de caso seguindo uma corrente
empírica, este trabalho também passará pela organização e realização de grupos focais. O
estudo de Morgan et. al (1984) descreve o grupo focal como um método qualitativo para
constituir um corpus de informação relevante para a temática em estudo. Indica que este
modelo cria uma oportunidade para encorajar a triangulação de dados na investigação e poder
avaliar a mesma questão sob diferentes prismas. Creswell (2009) salienta que a triangulação
de dados tem como propósito a validade da informação recolhida e que será posteriormente
analisada para a produção científica do investigador.
Morgan et. al (1984) refere que o grupo focal poderá ser considerado o método ideal para
realizar estudos onde não exista quantidade significativa de estudos realizados ou cuja
qualidade se revela insuficiente, sendo que permite a quebra de paradigmas metodológicos
por ser um método aliado importante para utilizar em consonância com outro método de
coleta de dados. Os autores destacam como fator diferenciador e importante, a possibilidade
de debate que o grupo focal oferece. A possibilidade de observar as interações baseadas em
conhecimentos e experiências pessoais e profissionais que se consubstanciam em aspetos
relevantes para o investigador. Porém, as interações se não forem devidamente guiadas e
orientadas (Gundumogula, 2021), podem ser prejudiciais e remeter para a necessidade de
sujeitar os intervenientes a possíveis entrevistas para conseguir obter clareza na questão que
se pretende ver respondida.
Gundumogula (2021) reforça a ideia de Morgan et. al (1984) quanto à inobservância de
estudos correntes em que o grupo focal seja o método escolhido para obter informação. A
autora refere grupo focal é definido como uma entrevista mais alargada na qual se reúne um
conjunto de pessoas para explorar com alguma profundidade determinado tópico, guiados
por um moderador que irá conduzir o debate de uma forma estruturada e organizada. Os
indivíduos escolhidos devem ter algum conhecimento técnico ou académico ou experiência
profissional sobre o tema a abordar, pois devem acrescentar valor para o estudo. O grupo
focal deverá ter uma dimensão apropriada tendo em conta o seu objetivo e poderá ter o
número de sessões que for relevante para a investigação, considerando que Creswell (2009)
sugere que o número ideal de participantes centra-se entre os seis a oito, por grupo focal.
Neste caso em concreto, o grupo focal será dinamizado com o intuito de juntar alguns
elementos da academia e gestores de topo das organizações que participam no
desenvolvimento de normas relativas à necessidade da classificação da informação, com o
objetivo de criar uma ponte entre os estudos desenvolvidos academicamente e a prática que
é proposta para as organizações. Noutra perspetiva, sendo que o estudo será realizado
abordando a realidade de um Instituto Público, seria oportuno criar espaço de debate entre
gestores intermédios no que concerne às atuais práticas de classificação de informação e de
que modo estas podem ser melhoradas. Uma terceira possível abordagem, seria proporcionar
o diálogo entre a gestão de topo e as organizações encarregues pela criação das normas a
aplicar neste âmbito, facilitando o conhecimento da realidade quanto à aplicabilidade destas,
e para a gestão verificar se a estratégia de aplicação e de governance organizacional está
coerente com os objetivos. Os indivíduos que serão intervenientes dos grupos focais fazem
parte da amostra não causal, selecionados através do método da amostragem por
conveniência, conforme definido por Hill et al (1998), sendo que são aqueles que estão mais
próximos para realizar a investigação.
Na impossibilidade de poder realizar os grupos focais ou na insuficiência dos dados recolhidos
no decurso dos mesmos, como método de recolha de dados complementar será utilizada a
entrevista semi-estruturada ou semidiretiva, como refere Bardin (2011). A autora indica que
as entrevistas têm algum grau de rigidez e devem ser gravadas para posterior análise e
transcrição. No entanto, o método de análise de conteúdo será semelhante para ambos os
métodos de recolha de dados.
Bardin (2011) alerta que a análise da metodologia qualitativa pode levar à mudança de rumo
de investigação devido às interpretações efetuadas ao longo do seu estudo, criando uma
instabilidade no processo sendo que o investigador terá de atentar para as perspetivas e
contextos dos dados recolhidos, para proceder do modo que lhe seja mais conveniente.
6. Cronograma:
2023 2024
Actividades Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out
Pesquisa bibliográfica inicial X X
Entrevistas exploratórias X X
Pesquisa bibliográfica X X X X
7. Referências bibliográficas