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de desempenho em edificacoes
N
este mês de julho, a norma ABNT NBR 15575:2013, que regula o
desempenho em edificações habitacionais, completa dois anos em vigor.
Dividido em seis partes, o texto da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) define parâmetros de desempenho gerais, requisitos para
os sistemas estruturais, de pisos, de vedações verticais internas e externas,
de coberturas e hidrossanitários.
Para especialistas do setor de construção civil, a norma não impôs
orientações difíceis de serem cumpridas, apenas regulou um setor que
carecia de definições mais objetivas. “Para aqueles que já vinham
praticando uma engenharia de qualidade, a norma de desempenho não
causou nenhuma surpresa significativa. Só veio a agregar conceitos que até
então não estavam muito claros. A partir desse processo, em que se
estabeleceram metodologias, critérios e requisitos, criaram-se parâmetros
para definir o que é o bom desempenho”, afirma José Maria Paula Soares,
presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil da Região
Noroeste do Paraná (Sinduscon Maringá), entidade associada à Câmara
Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Piso com Elastopave®, composto de poliuretano para pisos drenantes com até
87% de permeabilidade.
A indústria química é uma das fornecedoras de soluções ao mercado da
construção para atendimento aos requisitos da norma, principalmente nas
exigências referentes à resistência a impactos, segurança contra incêndio e
resistência ao fogo, ao desempenho térmico, à isolação sonora e
impermeabilidade. Além disso, a norma recomenda privilegiar as soluções
que minimizem o consumo de energia, água e matérias-primas. Como já
mostramos nas reportagens anteriores desta série publicada por Química e
Derivados, o uso de materiais como o poliuretano e o poliestireno expandido
(EPS) ajudam no controle térmico das edificações, reduzindo o consumo de
energia para refrigeração ou aquecimento do ambiente, além de minimizar o
desperdício de água no canteiro de obras. Segundo Flávia Ribeiro,
coordenadora de Estratégia para a Indústria da Construção da Basf,
microcápsulas aplicadas no dry wall podem reduzir em até 34% o uso do ar
condicionado. Também existem pigmentos para tintas com a função de
deixar as superfícies mais frias, placas de EPS que garantem até 40% de
economia de energia, hiperplastificantes que aumentam a hidratação do
cimento, reduzindo o uso de água em até 40%, e pisos drenantes com até
87% de permeabilidade, evitando o empoçamento e possibilitando o
aproveitamento da água da chuva. Ainda, a utilização de sistemas
construtivos mais leves, proporcionados pelas inovações da química, exige
menos matérias-primas para estruturar as edificações.
Ana Paula Freyre, responsável técnica pela área de Construction and
Coatings da Dow no Brasil, ressalta a participação da química na melhoria
do desempenho em durabilidade dos materiais utilizados nas edificações,
como aditivos e polímeros que deixam a argamassa mais forte e robusta.
Também já existem, no mercado de fabricação brasileira, tecnologias de
revestimento de alto desempenho, que apresentam resistência a produtos
agressivos, impactos e temperaturas extremas. Os parâmetros de
impermeabilidade determinados pela ABNT NBR 15575 também podem ser
alcançados com revestimentos desenvolvidos pela indústria química. Em
relação à segurança contra incêndios, produtos como o Basotect®
promovem o isolamento acústico com elevada resistência ao fogo. De
acordo com a coordenadora da Basf, Flávia Ribeiro, trata-se de uma
espuma orgânica que não emite fumaça escura e tóxica, não propagando
chamas em situações de incêndio, atende as normas de segurança ao fogo
determinadas pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo e não
oferece risco à saúde ou ao meio ambiente, além de ter ação fungistática e
bacteriostática.