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NORMA COMENTADA – ABNT NBR

13755:2017 – REVESTIMENTOS CERÂMICOS


DE FACHADAS E PAREDES EXTERNAS COM
UTILIZAÇÃO DE ARGAMASSA COLANTE

A norma tornou-se um guia para profissionais que desejam ter acesso


facilitado e sanar suas dúvidas
Em 2017, a atualização da norma ABNT NBR 13755:2017 – Revestimentos
cerâmicos de fachadas e paredes externas com utilização de argamassa
colante – Projeto, execução, inspeção e aceitação – Procedimento reuniu
um comitê para que aspectos importantes e consagrados no meio técnico
pudessem ser atualizados para o maior aproveitamento da sua utilização. 
A norma tornou-se um guia para profissionais que desejam ter acesso facilitado
e sanar as suas dúvidas no âmbito da utilização de argamassa colante para
revestimentos cerâmicos de fachadas e paredes externas. O texto da norma foi
elaborado para auxiliar que os projetos resultantes de forma
homogênea pudessem ser comparados e compilados no futuro, o que
proporcionará a evolução do conhecimento técnico e também o aumento da
vida útil de fachadas cerâmicas.
De acordo com o diretor técnico da Tecomat Engenharia, professor da
Universidade de Pernambuco e da Universidade Católica de Pernambuco,
Angelo Just, essa norma é destinada a edificações em execução que
utilizam revestimento cerâmico de fachada assentado com argamassa
colante. Assim, não está no escopo da norma, casos de placas cerâmicas
colocadas diretamente sobre a base, isto é, sem a colocação de chapisco e
emboço, e também as obras de recuperação de fachada. Por outro lado, ao
contrário da versão anterior, não há restrição quanto ao tamanho das placas
cerâmicas que, naquele caso, tinham de ser iguais ou inferiores a 400 cm². A
ausência de uma norma específica para obras de recuperação de fachada
(edifícios antigos) é uma grande lacuna, embora a maioria dos consultores
utilize essa própria normativa, na ausência de uma específica. 
Especificações da norma: ABNT NBR 13755:2017
Segundo Larissa Regina Gonçalves J. de Oliveira, professora e coordenadora
do curso de engenharia civil da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), esta
normalização é considerada relativamente “nova” no mercado da construção
civil, no entanto, seus requisitos já eram de certa forma, mesmo antes mesmo
de sua publicação “oficial”, considerados essenciais para assegurar a
qualidade dos revestimentos externos.
Sua publicação foi fruto de uma ampla discussão técnica e é considerada um
enorme ganho ao mercado, pois formaliza requisitos e critérios fundamentais e
assegura a qualidade mínima esperada pelos revestimentos externos, apoiada,
também, na NBR 15575 – Norma de Desempenho de Edificações, de 2013. Ela
tem o objetivo de estabelecer condições exigíveis para: projeto, execução,
inspeção e aceitação de revestimentos internos de paredes externas e
fachadas cerâmicas ou pastilhas assentadas com argamassa colante,
conforme definido pela própria NBR13755 (2017). 
A NBR 13755 se aplica a paredes constituídas pelos materiais relacionados
abaixo e revestidas com chapisco seguido de uma ou múltiplas camadas de
argamassa:
a) Concreto moldado in loco;
b) Concreto pré-moldado;
c) Alvenaria de tijolos maciços;
d) Alvenaria de blocos cerâmicos;
e) Alvenaria de blocos de concreto;
f) Alvenaria de blocos de concreto celular;
g) Alvenaria de blocos sílico-calcáreos.
O revestimento com placas cerâmicas deve ser executado em condições
climáticas médias, verificadas no local da obra. De acordo com a NBR 13755,
ao executar o assentamento das placas cerâmicas, devem-se manter
espaçamentos ou juntas entre elas, para preencher as seguintes funções:
1. compensar a variação de bitola das placas cerâmicas, facilitando o
alinhamento;
2. atender a estética, harmonizando o tamanho das placas e as dimensões
do pano a revestir com a largura das juntas entre as placas cerâmicas;
3. oferecer relativo poder de acomodação às movimentações da base e
das placas cerâmica;
4. facilitar o perfeito preenchimento, garantindo a completa vedação da
junta;
5. facilitar a troca de placas cerâmicas.
Ainda de acordo com a coordenadora, o principal cuidado para garantir que a
aplicação e a execução de forma geral sejam feitas de forma correta é
assegurar que a mão de obra seja bem capacitada. “A maior complexidade da
execução dos revestimentos de fachada é que se trata de um dos processos
construtivos o qual ainda se depende, e muito, do fator humano”, ressalta.
Desde o recebimento e inspeção dos materiais, passando pela
execução/elaboração das argamassas (respeitando os traços e proporções),
até a aplicação em si e, posteriormente, à inspeção desta. Por isso, o ponto de
maior atenção é a capacitação dos profissionais que realizam tal processo para
garantir a qualidade final da edificação. 
O que muda na nova norma?
A principal alteração, segundo Just, foi a indicação para uso de argamassa
colante do tipo ACIII em todos os casos, exceto para prédios com altura inferior
a 15 metros, desde que tenha a anuência do projetista. Ainda quanto à
argamassa colante, há agora uma exigência para o emprego de misturadores
mecânicos para a sua preparação. “Nada mais acertado, afinal, se trata de uma
mistura “pesada” para se conseguir uma homogeneização correta
manualmente”, aponta. Quanto às placas cerâmicas, nessa versão se admite o
uso de peças de qualquer dimensão, porém, com algumas recomendações
quanto à técnica de execução, a depender do tamanho. 
Agora com a versão atualizada da ABNT NBR 13755:2017 é permitido que o
tardoz (verso) das placas possam estar impregnados com até 30% de engobe
de muratura (talco utilizado na fabricação das placas). Por fim, os rejuntes
devem ser do tipo ARII, com largura mínima de 5 mm, podendo ser diferente
apenas para o caso de pastilhas, onde valem também as recomendações do
fabricante. “O principal cuidado é quanto ao percentual de preenchimento do
tardoz das placas com argamassa colante. Isso sempre foi um senso comum,
porém agora se reforça com a descrição clara no texto normativo”, ressalta
Just. 

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