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SC é segundo estado do País com

mais casos de estupro infantil


Perfil das vítimas
 37% das vítimas têm de 10 a 13 anos,
 26% são crianças de cinco a nove anos,
 23% de adolescentes de 14 a 19 anos,
 14% são de de zero a 4 anos.

Em Concórdia nesse ano de Janeiro até Março foram registrados 14 abusos, 2


desses abusos foram registrados através do formulário, 12 foram revelados através
da escuta especializada, e 8 casos estão sendo investigados?
Oque é a lei da escuta especializada?
A escuta especializada é um procedimento de entrevista sobre uma possível situação
de violência contra criança ou adolescente, no intuito de garantir a proteção e o
cuidado da vitima. Pode ser realizada pelas instituições da rede de promoção e
proteção, formada por profissionais da educação e da saúde, conselhos tutelares,
serviços de assistência social, entre outros.
O depoimento especial é a oitiva da vítima, criança ou adolescente, perante a
autoridade policial ou judiciária. Tem caráter investigativo, no sentido de apurar
possíveis situações de violência sofridas. Todos os passos do procedimento estão
descritos no artigo 12o da Lei.
A lei também determina que ambos os procedimentos devem ser realizados em
ambiente acolhedor, que garanta a privacidade das vitimas ou testemunhas, devendo
resguardá-las de qualquer contato com o suposto agressor ou outra pessoa que lhes
represente ameaça ou constrangimento.

Antes da Lei n. 13.431, estudos demonstravam que crianças e adolescentes vítimas de


violência eram ouvidas de oito a dez vezes ao longo das investigações policiais, inclusive em
atendimentos da rede de proteção, que incluem o Conselho Tutelar, a saúde e a escola. Com a
instituição dos procedimentos do depoimento especial a da escuta especializada, ações
coordenadas passaram a reduzir estes números.

Veja o que diz a Lei:


Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017.
Da escuta especializada e do depoimento especial
Art. 7º Escuta especializada é o procedimento de entrevista sobre situação de
violência com criança ou adolescente perante órgão da rede de proteção,
limitado o relato estritamente ao necessário para o cumprimento de sua
finalidade.
Art. 8º Depoimento especial é o procedimento de oitiva de criança ou
adolescente vítima ou testemunha de violência perante autoridade policial ou
judiciária.
Art. 9º A criança ou o adolescente será resguardado de qualquer contato, ainda
que visual, com o suposto autor ou acusado, ou com outra pessoa que
represente ameaça, coação ou constrangimento.
Art. 10. A escuta especializada e o depoimento especial serão realizados em
local apropriado e acolhedor, com infraestrutura e espaço físico que garantam
a privacidade da criança ou do adolescente vítima ou testemunha de violência.
Art. 11. O depoimento especial reger-se-á por protocolos e, sempre que
possível, será realizado uma única vez, em sede de produção antecipada de
prova judicial, garantida a ampla defesa do investigado.
§ 1º O depoimento especial seguirá o rito cautelar de antecipação de prova:
I - quando a criança ou o adolescente tiver menos de 7 (sete) anos;
II - em caso de violência sexual.
§ 2º Não será admitida a tomada de novo depoimento especial, salvo quando
justificada a sua imprescindibilidade pela autoridade competente e houver a
concordância da vítima ou da testemunha, ou de seu representante legal.
Art. 12. O depoimento especial será colhido conforme o seguinte procedimento:
I - os profissionais especializados esclarecerão a criança ou o adolescente
sobre a tomada do depoimento especial, informando-lhe os seus direitos e os
procedimentos a serem adotados e planejando sua participação, sendo vedada
a leitura da denúncia ou de outras peças processuais;
II - é assegurada à criança ou ao adolescente a livre narrativa sobre a situação
de violência, podendo o profissional especializado intervir quando necessário,
utilizando técnicas que permitam a elucidação dos fatos;
III - no curso do processo judicial, o depoimento especial será transmitido em
tempo real para a sala de audiência, preservado o sigilo;
IV - findo o procedimento previsto no inciso II deste artigo, o juiz, após
consultar o Ministério Público, o defensor e os assistentes técnicos, avaliará a
pertinência de perguntas complementares, organizadas em bloco;
V - o profissional especializado poderá adaptar as perguntas à linguagem de
melhor compreensão da criança ou do adolescente;
VI - o depoimento especial será gravado em áudio e vídeo.
§ 1º À vítima ou testemunha de violência é garantido o direito de prestar
depoimento diretamente ao juiz, se assim o entender.
§ 2º O juiz tomará todas as medidas apropriadas para a preservação da
intimidade e da privacidade da vítima ou testemunha.
§ 3º O profissional especializado comunicará ao juiz se verificar que a
presença, na sala de audiência, do autor da violência pode prejudicar o
depoimento especial ou colocar o depoente em situação de risco, caso em que,
fazendo constar em termo, será autorizado o afastamento do imputado.
§ 4º Nas hipóteses em que houver risco à vida ou à integridade física da vítima
ou testemunha, o juiz tomará as medidas de proteção cabíveis, inclusive a
restrição do disposto nos incisos III e VI deste artigo.
§ 5º As condições de preservação e de segurança da mídia relativa ao
depoimento da criança ou do adolescente serão objeto de regulamentação, de
forma a garantir o direito à intimidade e à privacidade da vítima ou testemunha.
§ 6º O depoimento especial tramitará em segredo de justiça.

Em todas as faixas etárias, a maior parte dos crimes ocorrem na


residência da vítima.
De acordo com o Anuário, independente da idade, em 83% dos casos
os agressores são pessoas conhecidas da vítima.
"O problema é sociocultural. A gente precisa conscientizar as pessoas
e combater a sexualização precoce de crianças. É necessário mudar a
cultura porque na maioria dos casos o criminoso é alguém próximo da
vítima", reforça a delegada.
A pena para quem estupra um menor de 14 anos vai de oito a 15 anos
de prisão em regime fechado.
Estupro
O crime de estupro está previsto no artigo 213 do Código Penal, de
1940, e prevê pena de 6 a 10 anos de reclusão para quem
"constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique
outro ato libidinoso".
Se a vítima tem entre 14 e 18 anos de idade, a pena é aumentada,
chegando a até 12 anos de prisão.
Estupro de vulnerável
No caso de menores de 14 anos, o estupro é presumido pela lei,
independentemente do consentimento da criança ou do adolescente
para o ato sexual ou conduta libidinosa.
O crime está previsto no artigo 217-A do Código Penal e prevê pena
de 8 a 15 anos de prisão para quem faz sexo com menores de 14
anos.
Está sujeito à mesma pena quem pratica conjunção carnal com
pessoas com enfermidade ou deficiência mental que não tenham o
necessário discernimento para a prática do ato.

Como identificar uma vítima


10 sinais que ajudam a identificar possíveis casos de abuso sexual
infanto-juvenil.

 Mudanças de comportamento: O primeiro sinal é uma possível


mudança no padrão de comportamento da criança. Essa alteração
costuma ocorrer de maneira imediata e inesperada. Em algumas
situações a mudança de comportamento é em relação a uma
pessoa ou a uma atividade em específico.
 Proximidades excessivas: A violência costuma ser praticada por
pessoas da família ou próximas da família na maioria dos casos. O
abusador muitas vezes manipula emocionalmente a criança, que
não percebe estar sendo vítima e, com isso, costuma ganhar a
confiança fazendo com que ela se cale.
 Comportamentos infantis repentinos: Se o jovem voltar a ter
comportamentos infantis, os quais já abandonou anteriormente, é
um indicativo de que algo esteja errado.
 Silêncio predominante: Para manter a vítima em silêncio, o
abusador costuma fazer ameaças de violência física e mental, além
de chantagens. É normal também que usem presentes, dinheiro ou
outro tipo de material para construir uma boa relação com a vítima.
É essencial explicar à criança que nenhum adulto ou criança mais
velha deve manter segredos com ela que não possam ser
compartilhados com pessoas de confiança, como o pai e a mãe, por
exemplo.
 Mudanças de hábito súbitas: Uma criança vítima de violência,
abuso ou exploração também apresenta alterações de hábito
repentinas. O sono, falta de concentração, aparência descuidada,
entre outros, são indicativos de que algo está errado.
 Comportamentos sexuais: Crianças que apresentam um interesse
por questões sexuais ou que façam brincadeiras de cunho sexual e
usam palavras ou desenhos que se referem às partes íntimas
podem estar indicando uma situação de abuso.
 Traumatismos físicos: Os vestígios mais óbvios de violência
sexual em menores de idade são questões físicas como marcas de
agressão, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez. Essas
são as principais manifestações que podem ser usadas como
provas à Justiça.
 Enfermidades psicossomáticas: São problemas de saúde, sem
aparente causa clínica, como dor de cabeça, erupções na pele,
vômitos e dificuldades digestivas, que na realidade têm fundo
psicológico e emocional.
 Negligência: Muitas vezes, o abuso sexual vem acompanhado de
outros tipos de maus tratos que a vítima sofre em casa, como a
negligência. Uma criança que passa horas sem supervisão ou que
não tem o apoio emocional da família estará em situação de maior
vulnerabilidade.
 Frequência escolar: Observar queda injustificada na frequência
escolar ou baixo rendimento causado por dificuldade de
concentração e aprendizagem. Outro ponto a estar atento é a pouca
participação em atividades escolares e a tendência de isolamento
social.

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