Você está na página 1de 33

Histórias e Tradições Mitológicas

Professora Thais Antonia

Mitologia
nórdica
Mitologia Nórdica
A mitologia nórdica se refere às
crenças religiosas do povo
escandinavo e das tribos germânicas
do norte, no período pré-cristão, que
refletem a maneira como essa cultura
enxergava o mundo, com grande foco
na destreza física e no poderio
militar.
Esses mitos foram transmitidos oralmente na forma de odes e
epopeias. O que se sabe deles é baseado principalmente em duas
coletâneas, Edda em prosa e Edda em verso, além de alguns textos
medievais, escritos durante e após a cristianização dos povos
nórdicos. A mitologia nórdica se espalhou pelos países da Escandinávia
muitos anos antes dos vikings surgirem, por volta dos séculos 8 e 9 e
passou a influenciar as populações da região, causando impactos até
hoje.
Os nove mundos
O mundo dos deuses nórdicos foi criado com “partes do corpo”.
Nele, existem nove mundos, todos conectados pela árvore gigante
Yggdrasil (“Cavalo de Odin”), considerada o “eixo do mundo”, a
“Árvore do Mundo”. No tronco Yggdrasil havia runas
feitas por três mulheres chamadas
Norns, que criaram o destino.
Essas runas continham os planos das
Norns para os Nove Mundos, que são
Asgard, Midgard, Alfheim,
Vanaheim, Jotunheim, Biflheim, Hel,
Svartalheim e Muspelheim.
Midgard é o mundo material dos humanos — localizado no tronco — e Asgard é
habitado pelos deuses do clã Aesir e posicionado na parte mais alta da
árvore.
Asgard podia ser alcançada atravessando Bifrost, uma ponte mágica de arco-
íris, guardada por Heimdall, o deus da vigilância, que podia ver e ouvir tudo.
Valhalla, o salão de Odin, localizado dentro de Asgard, pode ser visto como o
paraíso nórdico, pois é o local de descanso final para as almas dos maiores
guerreiros humanos. Para ganhar um lugar entre eles, era necessário que sua
bravura fosse observada pelas Valquírias, as mensageiras guerreiras de Odin.

A ponte Bifrost na franquia de filmes Thor, da Disney.

A Yggdrasil anuncia o Ragnarök, o fim do mundo nórdico. Ela resiste à


tempestade e gera um novo mundo: um homem chamado Liv e uma mulher
chamada Livtraser se abrigam sob seus galhos e começam a raça humana
novamente.
As divindades nórdicas
As divindades nórdicas são divididas em dois grupos: os Aesir,
guerreiros do céu, situados em Asgard; os Vanir, responsáveis pela
fertilidade da Terra, que viviam em Vanaheim, e os gigantes Jotun,
descritos como monstruosos, comparáveis ​a os Titãs gregos.
Os deuses nórdicos, ao contrário dos deuses já estudados, não são
imortais. Suas vidas são prolongadas pelas maçãs de Iduna para que
possam aguardar o fim, durante o Ragnarök.

Iduna, a guardiã das maçãs douradas da juventude e


imortalidade.
A cosmogonia nórdica
Antes de tudo isso existir, não havia nada além de um abismo vazio
chamado Ginnungagap. O espaço era ocupado por Niflheim e
Muspelheim, reinos do gelo e do fogo, que colidiram um com o outro
e formaram Ymir, um ser hermafrodita e a primeira criatura viva
do universo. Ymir foi o ancestral de todos os Jotun, raça dos
gigantes, e deu origem aos demais seres da mitologia.
Dentro das geleiras do abismo também surgiu Buri, o primeiro deus
do grupo dos Aesir. Gerações mais tarde, o deus Odin, que era meio
Aesir e meio gigante, nasceu ao lado dos irmãos Vili e Vé, que
juntos decidiram criar o “novo mundo”. Após matarem Ymir, eles
transformaram cada parte de seu corpo: a pele passou a ser a
Terra, seu crânio o céu, o cérebro virou as nuvens e o sangue
passou a ser o mar. Ossos e dentes, por sua vez, formaram as
rochas de todo o universo.
A cosmogonia nórdica é dividida em quatro fases: o processo em
que o mundo – e tudo nele – foi criado; a fase em que o tempo é
iniciado; a destruição do mundo no Ragnarök; e o recomeço.
O início: Völuspá
De acordo com a mitologia nórdica, o universo em seu estado
primordial, era um reino de fogo (Muspell) e gelo (Niflheim).
Quando o ar quente de Muspell atingiu o gelo frio de Niflheim,
um gigante (Ymir) e uma vaca (Audhumla) foram criados.

A vidente de Völuspá, Carl


Larsson, 1893.
Narrado por uma völva a Odin, Völuspá (A Profecia da Vidente) é o primeiro e mais conhecido
poema da Edda poética. Conta a história da criação e do final do mundo. É uma das principais
fontes primárias para o estudo da mitologia nórdica.
Enquanto Ymir dormia, o calor contínuo de Muspell o fez suar.
Do suor veio Surt, um gigante flamejante. Mais tarde, Ymir
acordou e bebeu o leite de Audhumla e cada gota de leite que
ele derramou tornou-se um deus: Odin, Vili e Ve, que passaram a
criar os mundos e seus habitantes.

Odin, o “pai de todos”, Vili, que deu à humanidade


os dons da emoção, sentimentos e pensamentos e
Ve, que deu à humanidade os dons da fala e da
palavra.
O fim: Ragnarök (destino dos deuses)
Os deuses nórdicos estão destinados à derrota e sempre
viveram com esse conhecimento, revelado no Edda.
No final, o clã Jotun, Loki e seus filhos monstruosos,
representando as forças do caos, supera os guardiões divinos e
heróis humanos. Os mortos partem de Hel para atacar os vivos.
Heimdall convoca os deuses com um toque de sua trompa, que
anuncia a batalha final.
Os deuses, mesmo cientes de que seu destino é a derrota, reúnem
seus melhores guerreiros de Valhalla. Os deuses e Asgard são
destruídos. Odin é engolido por Fenrir, o lobo gigantesco.
Jörmungandr, serpente que havia saído do mar, causa maremotos e
cospe veneno no mundo. Thor a mata, mas morre envenenado.
Loki, uma figura que incorpora tanto o caos quanto a ordem dos
deuses, é o último a morrer, depois de ter sofrido um ferimento de
Heimdall. Após essas batalhas a própria terra sucumbe. O gigante
do fogo Surt incendeia o céu com sua espada flamejante, as
estrelas caem e o mundo fica ardendo em chamas. No Ragnarök, a
geração mais antiga de deuses é destruída.
Algumas profecias anunciam a proximidade do fim: chega o
Fimbulvertr, um longo inverno de três anos. Os lobos gigantes Skoll
e Hati devoram o Sol e a Lua, deixando o mundo na escuridão.
Garm, o cão de guarda de Hel, deusa dos mortos, se liberta de suas
correntes para participar da batalha.
Dualidade
É importante ressaltar que, assim como outras religiões
politeístas, a mitologia nórdica não possui o dualismo bem contra
o mal, que costuma predominar em religiões monoteístas. Assim,
Odin, por exemplo, não é retratado como um ser puro e totalmente
benevolente; Loki não é um adversário dos deuses, embora ele se
divirta em fazer com que os planos de Thor deem errado. Da
mesma forma, os gigantes não são fundamentalmente maus,
apenas rudes, barulhentos e incivilizados. Dessa forma, o dualismo
na mitologia nórdica não é a oposição do bem contra o mal, mas da
ordem contra o caos.
Vanir e Æsir, clãs da mitologia nórdica.
Os Vanir eram doadores do poder gerador e fertilizador. Esse dom
da vida era indispensável para a sobrevivência, não bastavam a
vitória nas batalhas e a prudência nas negociações, pois, sem
colheitas e sem descendentes, a comunidade estaria fadada à
extinção.
Cada agrupamento ou tribo reconhecia e venerava esses deuses,
dedicando-lhes cerimônias, festividades, oferendas e sacrifícios,
cujo único propósito era criar e proteger a vida que, nas terras
por eles governadas, era permanentemente ameaçada por
intempéries. Na Yggdrasil moravam no reino de Vanaheim,
caracterizado pela paz, plenitude e prosperidade.
Foram também os Vanir que transmitiram aos homens a
habilidade de atingir, por meio das profetisas e sacerdotisas
oraculares, outros níveis de consciência em busca dos conselhos e
da sabedoria dos mortos, ancestrais e divindades.
Apenas após a invasão de tribos guerreiras e nômades, esses
valores foram substituídos por mitos e comportamentos,
baseados na ideologia e na mitologia dos conquistadores. Houve,
então, uma guerra entre os deuses. Os dois grupos lutaram, se
reconciliaram e, por fim, se uniram, dando início
à classe de deuses representados pelos Æsir, cuja morada é
Asgard.
Os Æsir, por sua vez, formam o panteão principal dos deuses na
mitologia nórdica. Eram deuses guerreiros, ligados à força e às
leis e liderados por Odin
Esses deuses eram agraciados com a juventude eterna enquanto
comessem as maçãs de Iduna.
Odin a lançar a sua lança para iniciar a Guerra de Aesir-Vanir
Æsir versus Vanir
A principal diferença entre os dois panteões nórdicos, de um
ponto de vista histórico, parece ser que os deuses Vanir eram
adorados principalmente na Suécia e nos outros países
escandinavos, enquanto o panteão Asgardiano era adorado tanto
nas sociedades germânicas como nas nórdicas.
A Guerra Æsir-Vanir funciona como a metáfora para a fusão dos
dois panteões, pois terminou com um tratado de paz após o qual
os deuses Vanir Freya e Freyr foram convidados a Asgard para
viverem como divindades honorárias Æsir.
Odin
Odin é criador do mundo nórdico, e também o deus da guerra, da
poesia, das runas, da magia e dos mortos.
Não é uma divindade onisciente e vagueia pelos mundos humano e
divino em busca de sabedoria. Para isso, chegou a sacrificar um
olho. Como pai dos deuses, Odin tinha o poder de vigiar todos os
nove reinos, com seu único olho que brilhava tanto quanto o sol — o
que explicava o movimento do astro no céu, e com a ajuda de seus
dois corvos, Huginn (do nórdico antigo "pensamento") e Muninn (do
nórdico antigo "memória"ou "mente".). Ele tinha uma forte ligação
com os mortos e os vencidos em campos de batalha.

Apesar de seus poderes sobrenaturais, Odin é um deus


diferente das outras divindades e está sempre em
busca de sabedoria, o que em mais de uma ocasião o
colocou em apuros.
A lança Gungnir nunca erra o alvo e
sempre volta para a mão de Odin.
Além disso, juramentos prestados
em nome de Gungnir são
inquebráveis. Foi também com ela
que o deus ficou atravessado nove
dias e nove noites na Yggdrasill,
árvore do mundo, para logo após
obter conhecimento sobre as runas.

Geri e Freki (do nórdico antigo, que


significam "o guloso" ou "o voraz")
são dois lobos que acompanham o
deus Odin. Após uma batalha bem
sucedida, Odin caminha sobre os
Odin entronizado e segurando sua lança Gungnir, cercado
por seus corvos, Huginn e Muninn, e lobos, Geri e Freki; corpos de seus adversários
ilustrado por Carl Emil Doepler em 1882 derrotados enquanto Geri e Freki
devoram os seus corpos.
Durante seus jantares, Odin dá
toda a carne aos lobos, pois este se
alimenta apenas de hidromel.
Representações de Odin na
atualidade:

O olho é um símbolo da percepção das


coisas, entendido como o elo entre o
mundo interior e o exterior – por
isso, também é ligado à clarividência.
Muitas doutrinas entendem que ele é
capaz de liberar energias positivas e
negativas; o “mau-olhado” e o “olho
gordo”, na cultura brasileira,
representam bem essa ideia.
Tyr, o deus da justiça, dos juramentos e o
“senhor de uma mão”
Filho de Odin, Tyr era o deus do combate e foi responsável por
prender o lobo Fenrir, que ameaçava destruir os nove mundos; por
isso, perdeu uma mão, sendo assim, representado por um homem
sem a mão direita.
Seu símbolo é a lança, na mitologia nórdica tanto uma arma como
um símbolo de justiça.
Thor, o deus do trovão
Filho mais velho de Odin e Jord (ou Frigg), Thor é considerado
um dos maiores símbolos da mitologia nórdica, ligado à força,
proteção, integridade e tradição.
O deus era invocado para garantir proteção pessoal em batalhas
ou longas viagens por mar e em preces que pediam boas
colheitas. O nome de Thor era utilizado para selar negócios e
casamentos. Possui um martelo chamado Mjölnir, que conseguia
enviar relâmpagos e derrubar montanhas.
Durante a Era Viking, tornou-se muito comum a utilização do
Mjölnir em pingentes, que se popularizaram entre os nórdicos
como uma demonstração de fé em resposta ao crescimento do
cristianismo. Outra atribuição do objeto era fazer parte das
cerimônias sagradas sobre nascimento e morte.
Os nórdicos também o chamavam de “senhor dos bodes” por conta
dos dois bodes que puxavam sua carruagem. Esses animais se
chamavam Tanngnjóstr ("aquele que range os dentes") e
Tanngrísnir ("aquele que tem espaços entre os dentes") e
ganharam fama porque poderiam ser sacrificados para servir de
alimento a Thor, pois, no outro dia, ressuscitariam.
Thor é vinculado ao deus greco-
romano Júpiter, porque ambos
comandam as chuvas, os raios e os
trovões e são protetores do mundo e
da comunidade. Os animais de ambos
deuses é o carneiro, o bode e a águia.
Thor sempre é apresentado com seu
martelo e Júpiter com seu cetro. O
historiador Tácito identificou Thor
com Hércules, por causa de seu
aspecto e força.
Thor lutando com os gigantes.

Thor combatendo a Serpente Jormungand por Henry Fuseli (1788).


Freya, a deusa do amor e da fertilidade
Freya (em nórdico antigo “Senhora”, “Mulher”) é a deusa mais
conhecida da mitologia nórdica.
Vive em Fólkvangr ('Campo do Povo'), anda em uma carruagem
puxada por gatos e está conectada não apenas com amor,
fertilidade e luxúria, mas também com riqueza, magia e morte,
escolhendo metade dos guerreiros destinados ao salão de Valhalla,
a escolha da outra metade cabe a Odin.
Diz a lenda que ela estava sempre
procurando, no céu e na terra, por
Odur, seu marido perdido, enquanto
derramava lágrimas que se
transformavam em ouro na terra e
âmbar no mar.
Usa um colar mágico de grande valor e beleza, o Brisingamen,
feito pelos anões: Eitri e Brokk. Ela também possui um manto de
penas de falcão, que a permite voar por todos os nove reinos.
Freya descobriu como poderiam lidas as runas e usou de todo o
conhecimento e sabedoria para influenciar o destino de Odin, que
sacrificou-se por nove dias na Árvore da Vida e depois doou um
dos seus olhos para a geração deste Oráculo.
Somente as sacerdotisas de Freya eram capazes de ler as runas no
começo do uso do Oráculo.

Freia, por Johannes Gehrts, 1901


Freyr, o deus da fertilidade
Freyr (“Senhor”) é associado à beleza, à prosperidade e à boa
colheita. Ele é filho de Njord, irmão gêmeo de Freya. Um dia,
Freyr, secretamente, usou o trono de Odin, do qual podia ver
todos os nove mundos e se apaixonou, à primeira vista, pela
gigante Gerda (ou Herdr), trocada com Gymir, seu pai, por uma
espada.
Era dono do Skidbladnir, um barco mágico que simbolizava as
nuvens, sendo o deus protetor das colheitas, proporcionador de
chuva e do bom tempo.
Como a maioria dos outros deuses Vanir, Freyr é uma divindade
amante da paz, que se abstém de batalhas e guerras
desnecessárias. Durante tempos de paz, os gêmeos eram adorados
como deuses da fertilidade sexual e agrícola, da paz e do amor. As
estatuetas com a imagem de Freyr eram na maioria das vezes
criadas em formas fálicas.
Na maioria dos mitos, diz-se
que Freyr casou com uma
jötunn (ou gigante) Gerðr,
depois de se juntar aos deuses
Æsir em Asgard. Para ganhar
a mão de Gerðr, no entanto,
pede-se a Freyr que desista
da sua espada - uma arma
mágica e poderosa que se
dizia ser capaz de lutar por si
só, se quem a usar for
sensato. Freyr entrega sua
espada e se casa com Gerðr,
com quem vive uma longa e
feliz vida.

Deus Freyr na Mitologia Nórdica.


Lok, o deus da trapaça
Podia ser chamado o Viajante do Céu e o Enganador, em
referência às suas características.
Tinha a capacidade de se metamorfosear em animais e de
mudar de sexo. Assim, foi mãe do cavalo de Odin e de Hel, da
Serpente de Midgard e do lobo Fenris. Associava-se à magia,
pela capacidade de mudança, e ao fogo, pelo seu poder
destrutivo.
Morava no Asgard, uma vez que pertencia aos Aesir, e estava
constantemente mostrando os defeitos, vícios e erros dos
deuses.
Teve como destino ser morto por Heimdall, no dia de Ragnarok.
Enquanto os cultos a Thor, Odin e Frey deixaram fontes
históricas palpáveis, como estatuetas e oferendas, Loki era
apenas representado apenas em lendas e ilustrações.
Parte dos mitos nórdicos foram compilados na Islândia entre o
século XIII e XIV, período em que o Cristianismo lutava para se
estabelecer na região, houve também uma tentativa de traçar
paralelos com o Diabo, uma espécie de Lúcifer pagão para se
opor a Odin, que seria um líder divino positivo.
Loki é filho de um gigante e de uma deusa. Entre os deuses,
ele era normalmente referido como Laufeyarson, o filho de
Laufey, para ressaltar seu sangue divino.
Os demais Aesir e Vanir eram lembrados pelo nome do pai. O
fato do Loki aparecer como filho da Deusa, colocava-o numa
condição especial.
Devido a essas condições incomuns de nascimento, os mitos
tinham o cuidado de se referir ao Deus da Trapaça como
sendo “contado entre os Aesir”, rejeitando seu pertencimento
à família por suas particularidades. Essa ambiguidade fazia
com que o vissem como um vira-casaca, visto que era difícil
saber com quem estava sua lealdade.
Alguns filhos de Loki têm relação com os eventos do Ragnarök,
mas apenas os mais agressivos costumam ganhar destaque.
Com sua esposa, a deusa Sigyn, ele tem o jötunn Narfi — morto
pelos deuses como punição às travessuras de Loki. Suas
entranhas são usadas para prender seu pai até a chegada do
grande conflito.
Com a giganta Angrboda, tem três filhos: Jörmungandr, a
serpente que circunda os universos; Fenrir, o algoz dos Deuses;
e Hel, a regente do mundo dos mortos. Com Svadilfari, Loki
gera a montaria de oito patas de Odin, Sleipnir.
Hel, a deusa da morte
Hel é vista como uma figura de transição entre a vida e a morte.
Ela é a guardiã dos mortos e é responsável por levar as almas dos
mortos para o reino dos mortos. Na mitologia nórdica, a morte não
é vista como um fim definitivo, mas como uma passagem para
outro mundo. A vida após a morte é dividida em três lugares
diferentes: Valhalla, onde os guerreiros que morrem em batalha
vão; Fólkvangr, o reino da deusa Freya, para onde vão os
guerreiros escolhidos por ela; e Helheim, para onde todos os
outros mortos. Enquanto Valhalla e Fólkvangr são vistos como
lugares de honra e glória, Helheim é visto como um lugar sombrio
e desolado. No entanto, é importante notar que Hel é vista como
uma figura justa, que leva as almas dos mortos para o reino que
elas merecem, independentemente de sua posição social ou de suas
conquistas na vida.
Outro simbolismo importante em Helheim é o da dualidade.
Assim como Hel é uma figura de transição entre a vida e a
morte, Helheim é um lugar de dualidade, onde as almas dos
mortos experimentam tanto o conforto quanto o sofrimento.
Isso é representado pela própria Hel, que tem metade do corpo
humano e metade do corpo esquelético, simbolizando a
dualidade da vida e da morte.
Além disso, Helheim é frequentemente descrito como um lugar
escuro e frio, simbolizando a escuridão e o desconhecido da
morte. No entanto, também há referências a Helheim como
sendo um lugar de paz e descanso, simbolizando a libertação do
sofrimento da vida terrena.
As Valkírias

A palavra original do Nórdico antigo, Valkyrja, significa “a que


escolhe os mortos”. Entidades sobrenaturais relacionadas
diretamente com marcialidade, a sua associação com o destino dos
guerreiros mortos na batalha remete a uma tradição mítica muito
anterior aos Vikings, vinculada aos antigos germanos. Possuem
aspectos relacionados à batalhas, ou seja, de entidades femininas
ligadas a conflitos.

Você também pode gostar