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Botânica - Quando uma espécie for descoberta e registrada, e depois corrigida, o - Metodologia em trabalhos de sistemática – dar subsídios para

1. Código de Nomenclatura e Sistemas de Classificação nome do autor original deve ser mantido, entretanto o novo autor identificação de uma espécie.
- A nomenclatura serve para classificar universalmente espécies, também será mencionado. Ex: Guateria calix (1º Autor) 2º Autor - Florística – saber a espécie de uma área (levantamento geral).
portanto é feita em latim, pois é uma língua morta e não sofrerá *Epíteto é o basinômio, ou seja, se mantem se o gênero mudar. - Flora – saber as espécies de um determinado grupo em um local
alterações. O código da botânica é exclusivo para plantas e possui *Para botar a subespécie precisa de ssp. ou var. antes. Ex.: ssp. Mariae (mais especifico).
diferenças em relação ao de zoologia, por exemplo. - Biodiversidade ou diversidade biológica – engloba todas as espécies -Monografia – chave e descrição das espécies com identificação.
Obs1: Seu epíteto não pode ser o mesmo nome do gênero. Ex: de todos os seres vivos, dos ecossistemas e processos ecológicos dos
Guateria guateria não é permitido na nomenclatura botânica. quais estas espécies fazem parte. 2. Filogenia
Obs2: Gêneros e epítetos são sempre escritos em itálico, e os outros É considerada em 3 níveis - A sistemática filogenética serve para organização das espécies em
grupos (ordem, família, etc.) são escritos normalmente. 1) DIVERSIDADE GENÉTICA - toda informação contida no gene grupos que busca refletir a história evolutiva dos grupos taxonômicos.
Obs3: Apenas os epítetos específicos e varietais começam em letra dos indivíduos de plantas, animais e microrganismos. - Todos os organismos, mesmo os já extintos, possuem um ancestral
minúscula, os nomes dos grupos taxonômicos começam com letra 2) DIVERSIDADE DE ESPÉCIES – variedade de organismos vivos muito antigo em comum.
maiúscula. na Terra, que estima-se entre 5 e 30 milhões ou mais, embora somente - O ancestral comum é sempre hipotético e extinto, devido às
- O nome da espécie é um binômio, ou seja, é formado por dois cerca de 1,4 milhão tenha sido descrito (especificada e publicada em mutações constantes.
nomes, seu gênero e um epíteto específico. Ex: Guateria calix. periódico). - Há como comparar duas espécies diferentes, entretanto não há como
Guateria é o gênero e calix seu epíteto específico. 3) DIVERSIDADE DE ECOSSISTEMAS - variedade de habitats, dizer se são muito ou pouco aparentadas se não possuir um referencial.
- Quando é um trinômio, é referente a uma subespécie, portanto será comunidades biológicas e processos ecológicos. - Grupos-irmãos são grupos derivados do mesmo ancestral mais
Gênero + epíteto específico + epíteto varietal (ou subespecífico). - Diversidade atual – representa 1% da diversidade produzida na recente.
Entretanto se estiver com três nomes e os dois últimos ligados por um história biológica com milhões de espécies extintas. - Determinar grau de parentesco não é fácil e existem muitas
hífen, é uma espécie e não uma subespécie. - BOTANICA – estuda e classifica os vegetais considerando a forma, organizações diferentes possíveis.
Divisão ou filo: -phyta estrutura, fisiologia e composição. - Homologia: estruturas com diferentes funções vindas de um mesmo
Classe: -opsidae ou -atae - Agrupa os vegetais em categorias de acordo com as suas ancestral. Ex: braço humano, asa de morcego, pata de cavalo e
Ordem: -ales características semelhantes e evolutivas. nadadeira de baleia. Em condições homólogas: Condição mais antiga
Tribo: -eae - SISTEMÁTICA – estuda a diversidade biológica, sua origem e = plesiomorfia. Condição modificada = apomorfia
Família: -aceae história evolutiva. - Analogia: estruturas com a mesma função com origens diferentes.
- Quando uma planta nova é descoberta, depois de vários processos de Envolve a descoberta, descrição e interpretação da diversidade Ex: Asa da mosca, asa de morcego e asa de gaivota.
identificação, para saber se a planta já foi descrita ou não, deve-se biológica. Síntese da informação sobre a diversidade biológica na - Caráter é um atributo reconhecível como cor de pétalas, grossura do
publicar sobre ela. Publicação efetiva é aquela que se publica apenas forma de sistemas de classificação. caule. Estado do caráter é pétala azul e caule fino.
como uma matéria para botânicos em geral. A publicação válida *Caráter dinâmico (toda hora descobre-se novos elementos e as - Plesiomorfias compartilhadas por pelo menos dois grupos são
(baseônimo) é aquela em que se diagnostica e descreve a planta, espécies são reposicionadas). simplesiomorfias.
encontra a qual táxon pertence, relata seu Tipus nomenclatural, dá um • Ramos sistemáticos - Apomorfias compartilhadas por pelo menos dois grupos são
nome em latim e então a publica para botânicos e faz exsicatas em - Classificação cientifica – é como agrupam e categorizam as espécies sinapomorfias.
herbários pelo mundo inteiro. de seres vivos, extintos e atuais. - Apomorfias presentes em apenas um grupo são autapomorfias.
Obs4: Tipus nomenclatural é o elemento no qual o táxon está - Sistema de classificação – diferentes critérios de organização em - Politomia é quando grupos estão juntos e não há um mais basal. Ex:
permanentemente ligado, uma ou mais característica que foi utilizada categorias que geram diferentes sistemas de classificação. Obs1: Mais basal não é mais primitivo. Estabelece-se a basalidade de
para descrevê-lo. É a exsicata primeira. - Taxonomia – elabora as regras da classificação, trata dos princípios e um indivíduo a partir de suas simplesiomorfias.
Tipos de tupus nomenclatural normas dos sistemas de classificação. Obs2: O que é plesiomórfico e apomórfico é o caráter, não a espécie
- Holotipo: exsicata primeira e base. Inclui a coleta, preservação, identificação e nomenclatura. ou táxon.
- Isotipo: a duplicata da holotipo. - Identificação – processo para se conseguir denominação de uma - Homoplasia é um estado de caráter semelhante de origens diferentes,
- Quando o nome da espécie for escrita pela primeira vez em um texto, planta, reconhecendo-se que ela já é idêntica ou quase idêntica a outra ou seja, os grupos onde surgiram não tem ligação.
é necessário colocar o nome do autor logo após. Ex: Byrsonima planta já descrita anteriormente. A partir da classificação dos táxons, forma-se grupos.
sericea Juss. Quando dois autores a descobriram e descreveram juntas, - Nomenclatura – atribuição de nomes a organismos e as categorias Tais grupos podem ter diferentes classificações:
seus nomes aparecem ligados por um "et" ou "&". nos quais são classificados. O nome cientifico é aceito em todas as Grupo monofilético é aquele que junta todos descendentes do ancestral
- O princípio da prioridade é uma abordagem para dar os devidos línguas, e cada nome aplica-se somente a uma espécie. mais recente, todos os grupos-irmãos gerados do ancestral comum.
créditos ao autor que descobriu primeiro. Pode ocorrer de um - Taxa – sistema hierárquico de categorias Sinônimo: clado.
pesquisador procurar registros de uma planta, não achar e descrevê-la - Categorias (REFICOFAGE) Grupo parafilético é aquele que junta descendentes do ancestral mais
achando que foi o primeiro. Entretanto se um autor já tivesse a - Espécie – população de indivíduos geneticamente semelhantes que recente, entretanto não inclui todos eles. Sinônimo: grado.
descrito e registrado, o princípio da prioridade faz com que o primeiro potencialmente cruzam entre si. Obs3: Para montar um cladograma é utilizado o Princípio da
nome e autor seja mantido. Quando as populações de uma espécie são muito diferentes Parcimônia, que assegura a escolha e organização de grupos com o
Obs5: Caso um nome dado para uma planta já descrita e nomeada for morfologicamente, são chamadas de subespécies, racas ou variedades. menor número de passos evolutivos possível.
utilizado por mais de um autor, vira um sinônimo. Não deve ser Trabalho de sistemata é entender quem é quem, ondes estão e como
utilizado como o correto e deve ser mencionado o nome "real" do estão relacionadas entre si. De um modo geral lidam com a descrição
mesmo. de espécies novas, identificação de espécies endêmicas, raras,
ameaçadas de extinção.
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO Um sistema artificial importante foi o do professor Karl Von Lineé, da A vitória final das ideias evolucionistas coube a Charles Darwin (1809
Na Biologia, classificar também é importante, e esse processo já vem Suécia (1707 -1775). O sistema lineano é baseado na morfologia da -1882) com a publicação do seu famoso trabalho sobre a origem das
sendo feito desde os tempos de Aristóteles. Esse importante flor, principalmente na estrutura e número de estames e pistilos. espécies.
pesquisador classificava, por exemplo, os animais em organismos que Lineu estabeleceu classes e ordens de plantas. As classes em número A teoria de descendência e de desenvolvimento evolutivo de formas
possuíam sangue e aqueles que não possuíam. Claro que essa de 24 se fundamentavam em caracteres apresentados pelo aparelho mais complexas e perfeitas a partir de formas mais antigas e primitivas
classificação não era adequada, mas já mostrava um processo de reprodutor. fornecem um sólido alicerce em que poderia ser construído um
sistematização que facilitaria, e muito, a vida de todos os cientistas.Resumo: verdadeiro sistema filogenético, isto é, sequência de organismos pela
Não tem preocupação principal de mostrar afinidades naturais. afinidade de origem, sua sucessão e como nos parece, a marcha do
BASEADO EM HÁBITO Sistema precisa ser de fácil utilização, estável, de fácil memorização, processo evolutivo a partir de organismo unicelular até o mais
A Botânica é tão antiga como a própria humanidade, se bem que não preditivo e conciso. perfeito.
como uma ciência sistematizada, mas antes em forma de observações Baseados em poucos caracteres. A maioria dos sistemas desta época (Sistemas filogenéticos)
acumuladas sobre aparência de certas plantas, e efeitos que exercem Principal representante: Carl F. Linnaeus (Linné) (1707-1778) – fundamentam-se nas teorias de Darwin. Merecem ser destacados o
sobre o organismo, seja do Homem ou do animal. Conforme se iam “Species Plantarum” (1753) que ficou conhecida como o “sistema Sistema de Engler e mais recentemente o Sistema de Arthur Cronquist.
acumulando conhecimentos empíricos surgia a necessidade de pô-los sexual”. Foram considerados caracteres essenciais e secundários, sem deixar de
em alguma ordem e legá-los às gerações futuras, assim surgiram as ser reconhecido que, muitas vezes, tais caracteres não apresentavam
primeiras anotações, sobre vegetais, que encontramos nos escritos da SISTEMAS NATURAIS valor absoluto. Foi admitido que no desenvolvimento diverso das
antiguidade. Abandonou-se o uso de um único caráter para classificar plantas e a flores, dos frutos e das sementes, existe, até certo grau, uma
Minuciosas descrições de plantas e suas virtudes são encontradas nos seleção (escolha) de caracteres baseada em teorias, em favor da prática progressão que corresponde ao desenvolvimento filogenético.
‘livros’ dos templos egípcios. No Talmude hebraico existe uma e da experimentação. As classificações passaram a tentar refletir Em 1964, foram propostas modificações na sequência e na posição de
extensa divisão dedicada ao estudo das plantas, suas propriedades, uso relações naturais e que, simultaneamente, pudessem ser usadas na diversos grupos, à luz de novos conhecimentos derivados da anatomia,
e cultura. identificação. O sistema natural tentava refletir e expressar o "plano de da química, da embriologia e de outros campos da ciência.
Nas primeiras épocas da história europeia foram os gregos, a deixarem criação de Deus" e não linhagens evolutivas. Arthur Cronquist (Estados Unidos), ocupou-se da sistemática das
anotadas as observações que podem ser consideradas como início da Com o incremento dos conhecimentos sobre a flora mundial veio a Angiospermas. Apresentou uma versão do seu sistema em 1968,
ciência. Foram também os gregos que fizeram a primeira tentativa de verificação da existência de maiores afinidades naturais entre plantas depois em 1981, com alterações em 1988. Foi o maior responsável
sistematizar o material empírico acumulado, baseando-se nos do que as indicadas pelo ‘sistema sexual’ de Lineu. Os novos sistemas pela nova classificação das Angiospermas. O Sistema de Cronquist é
caracteres que mais saltam à vista. Assim, o primeiro sistema que organizam plantas em grupos afins, pela existência de muitos dividido em duas classes amplas, mono e dicotiledôneas. As ordens
conhecemos, criado por Aristóteles e Teofrasto (384 -284 a.C.) dividia caracteres morfológicos e anatômicos comuns. Em rigor, não relacionadas estão colocadas em subclasses. O sistema, como descrito
o reino vegetal em árvores, arbustos e ervas, distinguindo formas poderiam ser ‘naturais’ por não se compatibilizarem com a ideia da em 1981, tem 321 famílias e 64 ordens.
caducifólias e sempre verdes. Esta classificação ficou em uso durante evolução, o que só ocorreu com os atuais sistemas filogenéticos,
a maior parte da Idade Média. também chamados naturais modernos. Resumo:
Resumo: Dos muitos sistemas que se seguiram, mais um que merece ser Levantavam hipóteses a partir de características presentes nos fósseis.
Teofrasto (370-285 a.c.) – Pai da Botânica. mencionado é o de Antoine Jussieu (1748-1836, Paris). É um sistema Não utilizavam metodologia. Não reproduzível.
Acreditavam que o hábito das plantas refletia afinidades naturais. que fica entre o artificial e o natural. É artificial, porém baseado num Principais representantes Cronquist e Dalgreen
Durou até metade do séc. XVIII maior conjunto de caracteres morfológicos. Este sistema tenta agrupar
os organismos numa sequência partindo dos mais primitivos e simples OS FILOGENÉTICOS
SISTEMAS ARTIFICIAIS aos mais complexos morfologicamente (já pensa em refletir o mundo OS CLADISTAS
Em contato com a ciência oriental durante a invasão árabe, do século natural). Esta disposição aproxima-se aos princípios de sistemas Em relação às Angiospermas, modernamente, análises cladísticas
IX a XII, os europeus adquiriram conhecimentos sobre plantas, na naturais ou aos filogenéticos. Uma inovação feliz de Jussieu foi baseadas principalmente em caracteres moleculares não confirmam a
época desconhecidas. Foram também enriquecidas as coleções já empregar na definição das classes de fanerógamas o número de tradicional divisão das angiospermas em monocotiledôneas e
existentes na Europa. Do século XV em diante, a necessidade de pôr cotilédones (reparem que são poucos caracteres para definir um dicotiledôneas; as monocotiledôneas constituem um grupo
alguma ordem no material acumulado, tornou-se inadiável. grupo): Monocotiledôneas: plantas com uma folha germinal e monofilético, ou seja, possuem um ancestral comum mais recente
Na base dos sistemas de Aristóteles, Teofrasto, Plínio e Dioscórides, Dicotiledôneas: plantas com duas folhas germinais. exclusivo, enquanto que as dicotiledôneas formam um complexo
inicia-se a criação de numerosos sistemas novos, alguns bastante Por mais que Jussieu e contemporâneos, instintivamente se parafilético. Entretanto, um grande número de espécies consideradas
lógicos e adaptados às exigências da época, uns, porém, mais confusos aproximavam à ideia de um sistema natural ou evolutivo, não podiam ‘dicotiledôneas’ constituem um bem suportado clado-tricolpadas (que
que os antigos. formulá-lo antes de formulada a própria teoria da evolução. apresentam grão de pólen tricolpados) ou eudicotiledôneas. Assim,
Esses sistemas destinavam-se ao reconhecimento da planta e foram Resumo: temos hoje, nas angiospermas o grupo das monocotiledôneas, o grupo
baseados na morfologia externa, anotação sucinta de caracteres, Procuravam expressar o relacionamento “natural” (plano divino) entre das tricolpadas (eudicotiledôneas) e resta um grupo ainda carente de
permitindo a comparação de material localizado em diversas e as espécies. relacionamento filogenético, denominado basal que inclue
distantes coleções (Período de sistematização). Tinham Utilizavam grande número de caracteres. Nymphaeales, Ceratophyllales, Piperales e Aristolochiales (paleoervas
fundamentação morfológica, recebendo, porém, ainda a influência das Durou até o surgimento do Darwinismo e teoria da evolução. ou não monocotiledôneas) e Magnoliales, Laurales e Illiciales
premissas filosóficas relativas ao princípio de imutabilidade das (complexo Magnoliides).
espécies. OS FILOGENÉTICOS Resumo:
OS GRADISTAS Uso da metodologia - cladística. Reproduzível.
Grupos precisam ser monofiléticos
Principal sistema de classificação: APG

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