II CONGRESSO DE FISIOLOGIA E PATOLOGIA

12, 13 e 14 de setembro de 2023

Resumo

ASSOCIAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE CORTISOL CAPILAR E OBESIDADE NO ESTUDO

ELSA-BRASIL.

Autores: Karine Lino Rodrigues1, Patricia de Oliveira da Silva Scaranni2, Evelyn Nunes Goulart da Silva
Pereira1, Vivian Vieira Dias da Silva1, Raquel Rangel Silvares1, Beatriz Peres de Araújo1, Cristina
Castilho3, Maria Inês Schmidt4, Maria de Jesus Mendes da Fonseca5, Anissa Daliry1 e Rosane H Griep6.

Filiação institucional: 1 Laboratório de Fisiopatologia Clínica e Experimental, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de
Janeiro, Brasil; 2 Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, UNIRIO, Rio de Janeiro, Brasil; 3 Departamento de Saúde
Pública, UFRGS, Porto Alegre, Brasil; 4 Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, Brasil; 5 Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil; 6 Laboratório de
Educação em Ambiente e Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Corpo do resumo

Introdução: Nos últimos anos, evidências demonstraram que o estresse desempenha um papel
importante no desenvolvimento e manutenção da obesidade, dois problemas altamente prevalentes
enfrentados pela sociedade. Dentre os hormônios associados ao estresse crônico, destaca-se o cortisol,
que pode ser um preditor crítico do consumo alimentar não saudável que, por sua vez, influencia no
ganho de peso. Ao longo dos últimos anos, o cortisol capilar tem sido apontado como um marcador
promissor de avaliação da secreção crônica de cortisol, e marcador de atividade do eixo HPA
(HipotálamoPituitária-Adrenal). No entanto, se faz necessário mais estudos que demonstrem a relação
entre o cortisol capilar e a obesidade. Objetivo: Verificar a associação entre os níveis de cortisol capilar e
o estado nutricional (peso saudável vs sobrepeso, obesidade) entre participantes do ELSA-BRASIL.
Métodos: Trata-se de um estudo transversal com 2.499 participantes que compareceram à visita 3 de
acompanhamento (2017-2019) vinculados aos centros de pesquisa do Rio de Janeiro e do Rio Grande do
Sul. Amostras capilares foram coletadas e a análise dos níveis de cortisol capilar dos indivíduos foi
realizada usando um kit de ensaio imunoenzimático (ELISA). Os níveis de cortisol foram classificados em
cortisol capilar baixo < 40 pg/mg, médio entre 40–128 pg/mg e alto com > 128 pg/mg. Peso (Kg) e altura
(m²) foram mensurados com o uso de protocolos padronizados. Peso saudável foi definido como
IMC<25Kg/m², sobrepeso como 25kg/m²≤IMC<30kg/m² e obesidade como IMC≥30Kg/m². A distribuição
dos níveis de cortisol capilar foi investigada de acordo com as categorias de estado nutricional por meio
do teste de Kruskal-Wallis para variáveis contínuas e teste Qui-quadrado de Pearson para variáveis
categóricas. Análise de regressão logística multinomial foi usada para investigar a associação entre os
níveis de cortisol capilar (baixo, médio e alto) e estado nutricional (peso saudável vs sobrepeso,
obesidade) e valores de odds ratio (ORs) com respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) foram
estimados. Os ajustes foram realizados na seguinte ordem: modelo 1 (modelo bruto); modelo 2 (modelo
1 + faixa etária + sexo + raça + escolaridade + renda mensal familiar per capita); modelo 3 (modelo 2 +
consumo de álcool + tabagismo + atividade física) e modelo 4 (modelo 3 + diagnóstico de diabetes +
hipertrigliceridemia+ hipercolesterolemia). Foi adotado o nível de significância estatística de 5%. A análise
estatística foi realizada usando R versão 3.6.2 (R Project for Statistical Computing) e executada no R
Local: Auditório Emmanuel Dias, Pavilhão Arthur Neiva - Fiocruz. Av. Brasil, 4.365 - Manguinhos, Rio de Janeiro - RJ
Website: https://www.even3.com.br/fisiopat2023/ Instagram: @fisiopat.ioc
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 II CONGRESSO DE FISIOLOGIA E PATOLOGIA
12, 13 e 14 de setembro de 2023
Resumo
Studio (R Foundation for Statistical Computing, Viena, Áustria). Resultados: Dos 2499 indivíduos, 30%
apresentavam peso saudável, 40% sobrepeso e 30% obesidade. Entre os participantes com nível de
cortisol capilar alto, 41,2% foram classificados com sobrepeso e 34,2% com obesidade. Participantes
com níveis de cortisol alto tiveram 43% (OR =1,43; IC95%: 1.02-2.03) mais chance de apresentarem
sobrepeso e 72% (OR=1,72; IC95%:1,20-2,47) mais chance de apresentarem obesidade quando
comparados àqueles com nível de cortisol capilar baixo. Após ajuste por todas as covariáveis, o nível de
cortisol alto manteve-se associado à obesidade (OR= 1,54; IC95%:1,02-2,31), havendo perda de
significância estatística para a associação com o sobrepeso (OR=1,33; IC95%:0,91-1,94). Conclusão:
Níveis altos de cortisol capilar associaram-se à maior chance de presença de obesidade na população
ELSA-BRASIL.

Palavras-Chave: Cortisol capilar, obesidade, estresse crônico.

CEUA/CEP:
Financiamento: CAPES, FAPERJ, CNPq e FIOCRUZ.

Local: Auditório Emmanuel Dias, Pavilhão Arthur Neiva - Fiocruz. Av. Brasil, 4.365 - Manguinhos, Rio de Janeiro - RJ
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