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9.

O debate sobre as novas polaridades

- Analisar o atual ordenamento internacional

LEGENDAS
xxxxx Ideias que o grupo considerou como ideia força
xxxxx Ideias que o barema considerou como Ideia força
xxxxx Ideias do branquinho atualizadas ou de acontecimento recente

ANTECEDENTES
- Queda do Muro de Berlim (1989).
- Publicação em 1989 do artigo de Francis Fukuyama “The End of History”.
- Teorias geopolíticas da Nova Ordem Mundial: Teoria dos Blocos de Broachard (1991),
Teoria dos Limes de Rufin (1991), Teoria da Incerteza de Lellouche (1992), Tríade de
Roma e o Choque das Civilizações de Huntington.
- Dissolução da URSS (1991).
- Ascensão da China para o 2º maior PIB mundial em 2010 (cerca de 12 trilhões de
dólares).

CONCEITOS GERAIS
- A expansão da circulação dos fluxos por redes pelos mais variados cantos do globo
relativiza o poder de controle e determinação do Estado sobre o seu território.
- A segurança energética assume um papel relevante na agenda internacional devido ao
alto crescimento do volume de produção mundial.
- Atualmente o grau de desenvolvimento econômico, tecnológico e social são cruciais
para os novos pólos de poder.
- A ação de grupos terroristas, do crime organizado e do narcotráfico tornaram-se
ameaças à estabilidade mundial, desafiando o poder estatal e exercendo influência em
todo o sistema político internacional.
- Organização Mundial do Comércio (OMC): iniciou suas atividades em 1995 e desde
então tem atuado como a principal instância para administrar o sistema multilateral de
comércio. A organização tem por objetivo estabelecer um marco institucional comum
para regular as relações comerciais entre os diversos membros que a compõem,
estabelecer um mecanismo de solução pacífica das controvérsias comerciais, tendo
como base os acordos comerciais atualmente em vigor, e criar um ambiente que
permita a negociação de novos acordos comerciais entre os Membros.
CONTEÚDO
a. EUA
- Maior império da história, alcançando supremacia nos campos econômico,
militar, político e mesmo cultural.
- Controlam bases militares ao redor do mundo (cerca de 730 em 50 países, Ex:
Okinawa-Japão).
- Possuem orçamento militar (730 bi) que beira 40% de todo gasto mundial com o
setor.
- Possui importantes universidades e o que mais registram patentes (MIT).
- Sede da maior parte das grandes multinacionais (Google, Apple, Ford).
- Exerce enorme influência sobre o sistema financeiro e o comércio de
commodities.
- A indústria cultural norte-americana produz grande parte dos filmes, programas
de televisão, produção musical (exportação de cultura e do “American Way of Life”).
- Exercem controle hegemônico por meio das armas, da inovação tecnológica e
da influência sobre os hábitos.
- Busca conter a Rússia (atritos na Síria) e China (Guerra Comercial - taxação do
aço chinês em 25%, contrapartida taxação de vários produtos norte americanos, pcp
agrícolas como a soja ).
- Pressão sobre Coreia do Norte e Irã por conta do desenvolvimento de artefatos
nucleares.
- Era Trump trouxe uma nova política externa norte-americana (America First e
Make America Great Again).
- Pressão sobre aliados da OTAN para aumentarem gastos militares.

b. China
- Segue a linha do Poder Humanista proposto por Yan Xuetong, em que a China
deve desenvolver-se baseada em preceitos filosóficos milenares ao radicar na
noção de autoridade moral e na virtude como ‘cimento’ agregador e catalisador
da legitimidade do poder político de um Estado, o qual deve ser conjugado
sinérgica, mas benevolamente, com o hard e o soft power – na linha do
preceituado pela ‘escola política’ chinesa do soft power. Se devidamente
conduzida, a ‘autoridade humanista’ poderá inspirar o resto do mundo.
- Desenvolvida em 1992, a teoria do Poder Nacional Abrangente é um conceito
político-estratégico de desenvolvimento do potencial econômico e do estatuto
internacional da China. O objetivo é transformar a China num país próspero, em
2050, reforçando, até lá, a base industrial e tecnológica inerente à necessidade
de construir forças armadas modernas e fortes. Englobando:
1) Poder Básico (localização geográfica, quantidade e qualidade educativa
da sua população, recursos naturais e espírito nacional);
2) Poder econômico (capacidade industrial, agrícola, comercial, financeira e
tecnológica);
3) Poder de segurança nacional (capacidade de defesa e dissuasão -
inclusive nuclear);
4) Poder diplomático (capacidade de influência chinesa nos assuntos
internacionais);
5) Poder organizacional e coordenador (capacidade de gerir recursos para
alcançar objetivos estratégicos);
6) Poder moral e cultural (atitudes políticas, crenças e caráter nacional);
7) Capacidade de tomada de decisões corretas (em termos de política
interna e externa, baseada num conhecimento dos problemas internos e
externos da China).
- Postura expansionista: avanço sobre o Mar do Sul da China (Ilhas Paracel, Ilhas
Spratley, ilhas Riukiu do Japão - divergência pela posse).
- Grande interesse: obter segurança energética (cerca de 70% das importações de
petróleo da China vêm do Oriente Médio e da África, todas transportadas pelo mar).
- A estratégia do "Colar de Pérolas": implantação de uma série de bases aéreas e navais,
portos comerciais e centros de inteligência estrategicamente posicionados para formar
um “cordão”, projetando o poder militar chinês e sua influência político-econômica no
Oceano Índico e no Pacífico asiático. Realiza o “estrangulamento” para obter o controle
absoluto das rotas petrolíferas.
- Os componentes relevantes para China são:
- base naval em Gwadar, no Paquistão (permite a intensificação dos fluxos
econômicos com aquele país, além de proporcionar o acesso aos mercados da
Ásia Central);
- a região do Sri Lanka (Porto de Hambantota), devido a sua proximidade com a
Índia e o Oceano Índico;
- Djibuti, localizado ao lado do Estreito de Bab el-Mandeb, crítico chokepoint
marítimo que dá acesso ao Mar Vermelho (Rota do Mar Mediterrâneo)
- região do Mar do Sul da China (rica em recursos minerais e naturais, permite o
controle do Estreito de Malacca - passagem de 40% do petróleo produzido no
mundo)
- Porto de Sittwe - Mianmar
- O Colar pode ser ainda a manifestação da grand strategy chinesa nos dias
atuais, uma vez que faz uso de meios e fins visando gerar condições propícias
para garantir sua própria segurança.
- Bangladesh (Porto de Chitagong) e Sri Lanka não permitiram o uso militar das
áreas cedidas.
c. Rússia
- Putin (ex-KGB) presidente desde 2000. Entre 2008 e 2012 era 1º Ministro de
Medvedev.
- Busca aumentar sua influência em regiões como Ásia Central, Oriente Médio e
América Latina.
- Anexação da Crimeia em 2014. Razões para a invasão: existência de povos
russos, acesso a águas quentes (saída para o mar), ao sul da Crimeia
(Sevastopol - porto de águas quentes - não congela) está uma das maiores
bases navais da Rússia, solo agricultável na região e o local é passagem de
gasodutos russos.
- A Europa como dependente de sua energia.
- Ainda conta com poderosas Forças Armadas. É capaz de produzir todo tipo de
armamentos, leves e pesados, incluindo armas nucleares.
- É um dos maiores vendedores de material bélico no mundo.
- Interesse estratégico em portos de água quente.
- Atualmente, está apoiando Bashar Al Assad nos conflitos na Síria. Um dos
motivos: A Síria abriga a base militar de Tartus, única estrutura da Rússia no Mar
Mediterrâneo.
- Apoia o Governo de Nicolás Maduro, na Venezuela.

d. UE
- Detentora de prestígio por ser berço das Civilizações Ocidentais.
- Ainda goza de grande poder econômico (2ª maior economia como bloco) e
influência geopolítica.
- UE trazendo vantagens pela grandeza e desvantagens pelo conflito de
interesses.
- Sofreu com a Crise do Euro, Crise de Refugiados (2015) e Brexit (2016-2020).
- Problema demográfico: apresenta um quadro de envelhecimento da população e
baixo crescimento populacional.
- Conflitos étnicos e nacionalistas.
- Avanço de partidos políticos de direita (Frente Nacional - Marine Le Pen).
- Superar os atentados terroristas.
- Buscar diminuir diferenças regionais - Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha
(PIIGS).
- Obter a segurança energética.

e. Oriente Médio
- Posição estratégica entre os Continentes asiático, europeu e africano.
- Concentra grandes produtores de petróleo do mundo.
- Origem das principais religiões monoteístas.
- Importantes atores regionais como Arábia Saudita, Irã, Turquia e Israel.
- Histórico de conflitos religiosos, inclusive entre o próprio Islã (Sunitas x Xiitas).
- Concentra o interesse de grandes potências que buscam aumentar a influência
na região.
- Atualmente, é um dos focos de extremismo religioso de onde se realiza ações de
terrorismo pelo mundo.
- Conflito na Síria: laboratório de grandes potências para conflitos de 4ª geração.
Maiores conflitos Allepo e Idlib.
- Curdos: maior povo sem estado. Abrange Turquia, Síria e Iraque. Foram aliados
dos EUA na região.
- Guerra do Yemen: Arábia Saudita x Hutis.

f. Índia
- Política externa marcada pelo “não-alinhamento” durante a Guerra Fria, apesar
dos acordos econômico e militar com a URSS e de possuir, durante o período,
um programa de desenvolvimento planificado. A política externa indiana tem por
tradição o não-alinhamento e uma repulsa pelo uso da violência.
- Possui dois partidos principais: BJP (Partido do Povo Indiano), de orientação
hinduísta e o CNI (Partido do Congresso Nacional Indiano). Ambos têm um
caráter nacionalista, realista e pragmático e não abrem mão do controle
estratégico estatal do desenvolvimento. O atual governo de Narendra Modi
enfatiza a necessidade de Investimento Estrangeiro Direto e maior participação
da iniciativa privada no desenvolvimento.
- O país não é signatário do Tratado de não-proliferação (TNP). Possuidor de
artefato nuclear, o país é uma das referências mundiais em desenvolvimento e
lançamento de mísseis balísticos.
- As relações multilaterais no nível Sul-Sul são relevantes quando se pensa em
uma ordem multipolar e no protagonismo que a Índia vem buscando ter no
Sistema Internacional (SI).
- O crescimento econômico torna-se peça central da geopolítica indiana.
Enquanto o país crescer e continuar a aprofundar as capacidades tecnológicas
nos campos sensíveis, como o de satélites e tecnologia da informação (TI) no
polo tecnológico de Bangalore, as respostas aos desafios imediatos de seu
entorno estratégico, leia-se, principalmente Paquistão e China, serão bem
conduzidas.
- 70% do comércio mundial de petróleo passa pelo Oceano Índico.
- Possui um Complexo Industrial Militar (CIM) em expansão. Gasta cerca de 2,5%
do PIB com defesa, sendo o maior importador mundial de armamento. O CIM é
formado majoritariamente por empresas estatais e visa a reduzir a importação de
armamentos.
- Os grandes projetos militares indianos vão desde navio-aeródromo (porta
aviões, com fabricação própria), submarino nuclear (Arihant), aviões de quarta e
quinta geração (parceria com a Rússia), mísseis balísticos supersônicos e
intercontinentais nucleares (Brahmos e Agni), além dos de longo alcance
lançados de submarino (K-4 e K-15), até os mais sofisticados satélites e
componentes digitais.
- Possui relações delicadas com os vizinhos Paquistão e China. Disputa territorial
na Caxemira e no Arunachal Pradesh. Os elementos de desestabilização
interna, como separatismo, pobreza e terrorismo islâmico são igualmente
relevantes para a segurança interna do país e ocupam lugar de destaque nas
estratégias de desenvolvimento do país.
- Baixo índice de desenvolvimento social. Elevado número de pessoas na pobreza
(60%), taxa de analfabetismo (25%) e população rural (60%). O grande desafio
econômico é o de sempre: incluir a massa de pobres no mundo do consumo e
da produção.
- Necessidade de garantir energia e alimentos por meio de uma política de
segurança. Inserção cada vez mais intensa de projetos de cooperação com
nações africanas, ricas em minérios, e nações médio-orientais, ricas em
petróleo. Este hidrocarboneto que representa 20% das importações totais do
país. Criação do Fórum Índia-África (FIA) em 2008.
- Governantes do século XXI: Manmohan Singh (2004-2014, Congresso Nacional
Indiano) e Narendra Modi (2014-dias atuais, Partido do Povo Indiano).
- Em 2006, foi criado um departamento de Diplomacia Pública no Ministério dos
Negócios Estrangeiros exatamente com o fito de explorar melhor o soft power do
país. Bollywood auxilia na expansão cultural.
- O país também busca financiar a “exportação de democracia” para seus
vizinhos, na forma de projetos sociais e políticos – exemplo disso é a ajuda
bilionária ao Afeganistão para a construção de barragens, rodovias e bolsas de
estudos - além de ser, até recentemente, o segundo país em doações ao Fundo
das Nações Unidas para a Democracia.
- A democracia indiana é um contraponto regional ao Comunismo da RPC.
- As negociações junto às Rodadas de Comércio são normalmente em conjunto
com os países emergentes, pois as chances de garantir seus interesses se torna
maior, uma vez que há convergência de temas como agricultura, propriedade
intelectual e serviços.
- Em 2015, a Índia participava com 1,7% das exportações e 2,2% das importações
mundiais. Os principais parceiros comerciais indianos são União Europeia,
Estados Unidos e China, seguidos dos países árabes.
- A Índia é aspirante a se tornar membro permanente do Conselho de Segurança
das Nações Unidas (CSNU) e forma com Brasil, Alemanha e Japão o G4, grupo
de países com a mesma reivindicação. Em tese, o país tem todos os requisitos
para ocupar tal posto, pois é uma potência militar com capacidade nuclear, é um
dos maiores participantes das missões de paz da ONU, além de ter uma tradição
militar por uma ordem mundial mais justa e equilibrada.
- Um grande desafio ao projeto de potência mundial indiano é a China, país que
ostenta capacidade de poder militar e econômico na região e que busca cercar a
Índia por meio de bases e parcerias estratégicas como com o Paquistão. Há
uma interpretação teórica no país de que a China busca criar um "colar de
pérolas" em seu entorno, de modo a restringir e debilitar as ações indianas. A
Índia opta pelo balanceamento do equilíbrio de poder na região ampliando as
parcerias com os Estados Unidos e o Japão.
- Programa Make in India: iniciativa do governo indiano a partir de 2014 para atrair
empresas para Índia e fazer com que produzam e gerem empregos no país.
- Projeto Mausam: Projeto econômico cultural que visa fortalecer os laços entre os
países da bacia do Índico e estabelecer um precedente para o surgimento de
novas pontes de cooperação e interações contínuas.
- Participação na SAARC - integração com demais países do sul asiático.
- Indian Ocean Rim Association (IORA): Grupo formado por países do Oceano
Índico criado com atividades focadas na facilitação do comércio, na promoção do
investimento e na cooperação econômica.
- SAGAR Yatra (Security and Grow for All in the Region, em hindi Sagar significa
mar e yatra uma viagem de peregrinação). Iniciativa diplomática do primeiro
ministro Narendra Modi que visitou três Estados insulares do índico: as ilhas
Seychelles, Ilhas Maurício e Sri Lanka visando intensificar a cooperação da Índia
com estados da região na área econômica e de segurança.

SÍNTESE
- Em síntese, o período pós-Guerra Fria caracteriza-se pelo crescimento de países que
buscam desafiar a hegemonia norte-americana.
- Em síntese, o período pós-Guerra Fria demonstra uma maior distribuição de poder
caracterizada pela multipolaridade.
RESUMO DO RJ

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Apresentar os principais temas que afetam as RI no mundo contemporâneo.

1. INTRODUÇÃO

- Definição das Relações Internacionais.

- Globalização. Diferentes atores. Esferas de cooperação.

2. DESENVOLVIMENTO

- Terrorismo internacional

- Crise dos refugiados.

- Segurança Energética.

- Multilateralismo.

- Recrudescimento do Nacionalismo. Brexit e Trump.

- Desemprego Estrutural. Conjuntural e Crise. Fruto da desconcentração Industrial.

- Imperialismo Russo. Nova Guerra Fria.

- Surgimento dos países emergentes. BRICS.

- China como potência mundial.

- Crise dos movimentos de esquerda.

- Aquecimento Global.
- Nuclearização.

- Conflito Árabe-Israelense.

- Pirataria Marítima. Biopirataria.

- Propriedade Intelectual.

- Segurança Alimentar. Fome e miséria.

- Intolerância religiosa.

- Direitos Humanos.

- Narcotráfico.

- Defesa de Minorias Étnicas.

- Crime Organizado.

- Desenvolvimento tecnológico. Internet das Coisas.

- Combate à epidemias. Ebola (RDC) e Coronavírus.

- Busca pela Paz Mundial.

- Igualdade de gêneros. Mulher.

- Sustentabilidade.

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