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BELÉM/2023
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BELÉM/2023
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Banca Examinadora
___________________________________________________________
Orientador(a): Prof. Dr. Jany Éric Queirós Ferreira
___________________________________________________________
Membro1: Profa. Dra. Ana Cleide Vieira Gomes Guimbal de Aquino
___________________________________________________________
Membro 2: Profa. Dra. Brayna Conceição dos Santos Cardoso
Belém – PA
2023
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Agradecimento.
Em primeiro lugar, а Deus (Olorum), fez com que meus objetivos fossem alcançados,
durante todos os meus anos de estudos.
Aos meus pais, irmãos, sobrinho e uma pessoa muito especial que me incentivaram nos
momentos difíceis e compreenderam a minha ausência enquanto eu me dedicava à realização
deste trabalho.
Eu gostaria de expressar minha profunda gratidão à comunidade quilombola por sua
generosidade e hospitalidade ao me permitir conduzir minha pesquisa em seus territórios. Sua
colaboração e compartilhamento de conhecimento foram essenciais para o sucesso deste estudo.
agradecimento por abrirem suas portas e corações, tornando possível a realização dessa
pesquisa. Espero que este trabalho contribua para preservar e valorizar sua cultura e história.
Muito obrigado."
Ao professor Jany Eric Q. Ferreira, por ser meu orientador e ter desempenhado tal
função com dedicação.
Aos meus colegas de curso, com quem convivi intensamente durante os últimos anos,
pelo companheirismo e pela troca de experiências que me permitiram crescer não só como
pessoa, mas também como formando.
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RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo apresentar as crenças e atitudes linguísticas de quilombolas
da comunidade Nossa Senhora das Graças da Vila do Cravo, em Concórdia do Pará, nordeste
paraense. O objetivo geral deste estudo é analisar as atitudes linguísticas da comunidade em
relação à sua própria língua e outras variedades, considerando sexo e idade. O objetivo
específico é investigar as influências cognitivas, conativas e afetivas na atitude linguística, além
de examinar o preconceito e o valor cultural da língua. Este trabalho pode trazer outros trabalhos
que podem auxiliar as comunidades quilombolas a serem reconhecidos e estimar a diversidade
linguística e cultural delas. Para a execução, o trabalho cataloga nas conjunturas teóricos-
metodológicos da sociolinguística e dos estudos sobre crenças e atitudes (LAMBERT;
LAMBERT,1972; LABOV, 1998). Qualifica como uma pesquisa quanti-qualitativa, que une a
descrição, classificação e a interpretação de informações baseadas em entrevistas. A pesquisa
prevê como amostra de 8 informantes, sendo 4 do sexo feminino e 4 do sexo masculino, com
faixas etária de 18 a 30 anos e acima de 50 anos, todos moradores da comunidade, filhos de pai
nativos. Como ferramentas de coletas de dados foram utilizados protocolos de entrevistas, com
utilização de um questionário de cunho qualitativo sobre crenças e atitudes linguísticas
(LABOV,1979). Espera-se que os dados apresentem uma frequência significativa de fenômenos
das variáveis típicos das variedades paraenses, bem como característico da comunidade de fala.
Além do mais, presume que devido ao sentimento de identidade quilombola a sua variedade
linguística, manifestando-se desse modo uma segurança linguística a sua variedade linguística,
cujo resultado é a manutenção de suas formas de uso da língua.
ABSTRACT
This research aims to present the beliefs and linguistic attitudes of quilombolas from the Nossa
Senhora das Graças da Vila do Cravo community, in Concórdia do Pará, northeast Pará. The
general objective of this study is to analyze the community's linguistic attitudes towards their
own language and other varieties, considering gender and age. The specific objective is to
investigate the cognitive, conative and affective influences on language attitudes, as well as to
examine prejudice and the cultural value of language. This work can lead to other studies that
can help quilombola communities to be recognized and to estimate their linguistic and cultural
diversity. To carry it out, the work draws on the theoretical and methodological frameworks of
sociolinguistics and studies on beliefs and attitudes (LAMBERT; LAMBERT, 1972; LABOV,
1998). It qualifies as a quantitative-qualitative study, which combines the description,
classification and interpretation of information based on interviews. The study included a
sample of 8 informants, 4 female and 4 male, aged between 18 and 30 and over 50, all residents
of the community and children of native parents. Interview protocols were used as data
collection tools, using a qualitative questionnaire on linguistic beliefs and attitudes (LABOV,
1979). It is expected that the data will show a significant frequency of variable phenomena
typical of Pará varieties, as well as characteristic of the speech community. Furthermore, it is
assumed that due to the Quilombola's sense of identity with their linguistic variety, they
manifest a linguistic security with their linguistic variety, the result of which is the maintenance
of their forms of language use.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- mapa de localização do município de concordia. .................................................... 21
Figura 2 organização espacial da comunidade quilombola nossa senhora das graças. ........... 22
Figura 3 questionário qualitativo de atitudes. (anexo a)......................................................... 24
Figura 4 questionário qualitativo de atitudes. (anexo a).......................................................... 25
Figura 5 crenças e atitudes linguísticas dos informantes sobre sua variedade linguística (anexo
A)....................................................................................................................................... 25
Figura 6- praça da comunidade quilombola nossa senhora das graças da vila do cravo. ........ 56
Figura 7- escola da comunidade quilombola ........................................................................... 57
Figura 8- igreja nossa senhora das graças da comunidade quilombola. .................................. 58
Figura 9- entrevista com um dos informantes; ........................................................................ 59
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1-definição de variação linguística. ............................................................................ 16
Quadro 2 informações dos participantes. ................................................................................ 23
Quadro 3 modelo de diferencial semântico. ............................................................................ 41
Quadro 4 atitudes linguísticas na variável “sexo” ................................................................... 42
Quadro 5 variável faixa etária quanto aos componentes (afetivo, cognitivo e conativo). ...... 43
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 122
INTRODUÇÃO
históricos, culturais e sociais, sobretudo, pelo fato de haver pouquíssimas pesquisas que tratem
da avaliação linguística, por isso, nosso interesse por essa investigação em uma comunidade
tradicional.
A justificativa da escolha da comunidade Nossa Senhora das Graças da Vila do Cravo
se deve ao fato de ser um lugar de identidade cultural e modelo de resistência histórica. A
comunidade quilombola preserva tradições, práticas culturais, diversidade linguísticas e formas
de expressão que são transmitidas de geração para geração.
Em virtude do nosso interesse pelo tema em uma comunidade tradicional, a pesquisa
investiga se as línguas faladas nas comunidades quilombolas não são valorizadas da mesma
forma que as línguas dominantes, o que pode levar à discriminação linguística e isso ocorre
quando os moradores da comunidade são discriminados por causa de sua língua ou sotaque.
Acredita-se que: (i)-podemos supor que os informantes da comunidade quilombola tendem
avaliar os dialetos mais positivamente; (ii)- os informantes do sexo feminino avaliam mais
positivamente a sua forma de falar e (iii)- enquanto os informantes com a idade acima dos 50
anos tendem de avaliar positivamente a forma de falar ao dialeto padrão.
Para alcançarmos as respostas possíveis da pesquisa, estabelecemos como o objetivo
geral investigar as atitudes e crenças linguísticas da comunidade quilombola sobre a sua
variedade linguística e sobre outras variedades, considerando as variáveis sexo e idade. O
objetivo específico é analisar as variáveis na perspectiva dos elementos cognitivo, conativo e
afetivo que compõem a atitude linguística, compreender o papel das variáveis sexo e idade, o
preconceito linguístico, o valor cultural e social da língua.
Este trabalho justifica-se socialmente pela escolha da comunidade Nossa Senhora das
Graças da Vila do Cravo por ser um espaço de identidade cultural e exemplo de resistência
histórica A comunidade quilombola Nossa Senhora das Graças preserva tradições, práticas
culturais, variedade linguística, formas de expressão que são transmitidas de geração a geração.
Conhecer essa identidade, crenças e atitudes linguísticas permite compreender como a
linguagem é construída e contribui como elemento essencial para construção e manutenção
dessa identidade cultural. Academicamente, o estudo das atitudes e crenças linguísticas em
comunidades quilombolas pode contribuir para a sociolinguística, ajudando a entender como as
línguas e as variações linguísticas ajudam um papel na construção da identidade cultural, bem
como nas interações sociais. Assim, sua contribuição para área será para enriquecer o campo
da sociolinguística ao analisar como as línguas e suas variações desempenham um papel
fundamental na construção da identidade cultural e nas interações sociais.
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1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 Sociolinguística
Portuguesa, a escola precisa livrar-se de alguns mitos: o de que existe uma única forma
“certa” de falar — a que se parece com a escrita — e o de que a escrita é o espelho da
fala — e, sendo assim, seria preciso “consertar” a fala do aluno para evitar que ele
escreva errado. [...] A questão não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de
fala utilizar, considerando as características do contexto de comunicação, ou seja,
saber adequar o registro às diferentes situações comunicativas. É saber coordenar
satisfatoriamente o que falar e como fazê-lo, considerando a quem e por que se diz
determinada coisa. É saber, portanto, quais variedades e registros da língua oral são
pertinentes em função da intenção comunicativa, do contexto e dos interlocutores a
quem o texto se dirige. A questão não é de correção da forma, mas de sua adequação
às circunstâncias de uso, ou seja, de utilização eficaz da linguagem: falar bem é falar
adequadamente, é produzir o efeito pretendido. (BRASIL, 1997, p. 26).
Para Barcelos (2007), a crença é tão antiga quanto nossa existência, pois, desde que o
homem começou a pensar, ele passou a acreditar em algo. A autora define crenças como:
... uma forma de pensamento, construções da realidade, maneiras de ver e perceber o
mundo e seus fenômenos, co-construídas em nossas experiências resultantes de um
processo interativo de interpretação e (re)significação. Como tal, crenças são sociais
(mas também individuais), dinâmicas, contextuais e paradoxais. (Barcelos, 2007,
p. 113).
A partir do conceito de Labov (2008 [1972]), a crença pode ser definida como um
conjunto homogêneo de atitudes que a grande maioria dos indivíduos na comunidade linguística
compartilha em relação ao uso da língua, seja ao empregar uma forma que é estigmatizada ou
prestigiada na língua em questão.
Com isso, o objetivo da crença linguística é analisar como as pessoas compreendem as
opiniões em relação à linguagem que influenciam o comportamento linguístico, ou seja, como
podem influenciar comportamento e a avaliação dos falantes em relação à língua.
As crenças linguísticas podem variar dependendo do contexto e do momento histórico em
que o falante está envolvido.
1.2.2 Atitude linguística
Atitude significa posição, postura; modo de proceder ou agir; comportamento,
procedimento; postura reveladora das disposições do ânimo para agir, reveladora dos
sentimentos; reação ou maneira de ser, em relação a determinada(s) pessoa(s), objeto(s),
situações etc. (Nascentes, 1981; Borba, 2004; Ferreira, 2009; Houaiss, 2009). Definir atitudes
não é uma tarefa fácil, pois está relacionada a diversas áreas, daí se ouvem expressões como
atitude positiva, atitude negativa, atitude preconceituosa etc.
A atitude linguística tem como base a psicologia social e a sociologia, no qual a
psicologia social estuda as atitudes (estereótipos linguísticos, o preconceito e percepção
baseada na linguagem). A sociologia estuda a compreensão mais ampla das atitudes linguística
em contexto sociais. Dentre os estudiosos, Lambert e Lambert (1968), apontam três elementos
fundamentais: o afetivo (sentimento/valoração), o cognitivo (saber ou crença), e o conativo
(conduta sociolinguística).
De acordo López Morales (1993), as atitudes são constituídas principalmente por
características comportamentais, ou seja, ações positivas ou negativas, enquanto as crenças são
formandas por componentes cognitivos.
O componente afetivo, diz respeito sobre as emoções e sentimentos pró ou contra um
objeto social e é considerado por alguns estudiosos como o único elemento característico das
atitudes sociais (Botassini, 2015). O componente afetivo desempenha um papel importante na
19
2 PERCURSO METODOLÓGICO
Para Gil (1999), o método científico é o conjunto de métodos intelectuais e técnicos
usados para adquirir conhecimento. É a ciência que estuda os métodos do trabalho científico e
aplica os métodos e técnicas para realizar uma pesquisa, ou seja, descrever as etapas pelas quais
uma pesquisa possa validar o conhecimento científico.
Esta seção discute os aspectos metodológicos utilizados: tipo de pesquisa quanto à
abordagem, à natureza, aos objetivos e procedimentos, e os métodos utilizados ao longo da
pesquisa que conduziu a monografia, a composição do corpus, contexto e processamento de
dados da pesquisa também faz parte desta seção.
Na pesquisa básica seu objetivo é criar conhecimentos uteis para o avanço da ciência
sem a aplicação prática esperada. Insto inclui a verdade e o interesse geral. Segundo Appolinário
(2011, p. 146), a pesquisa básica visa principal “o avanço do conhecimento científico, sem
nenhuma preocupação com a aplicabilidade imediata dos resultados a serem colhidos”.
A pesquisa descritiva exige que o pesquisador forneça uma variedade de informações
sobre o que está sendo investigado. O objetivo deste tipo de pesquisa é explicar certos fatos e
fenômenos da realidade (Triviños, 1987).
Quanto a abordagem a pesquisa é quanti-qualitativo. Para Minayo (2001), a pesquisa
qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e
atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos
fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. A pesquisa
quantitativa inclui qualquer estudo que utiliza dados quantitativos, ou seja, dados que podem
ser convertidos em números para classificação e análise.
Segundo Ruiz (1976, p. 50), “a pesquisa de campo consiste na observação dos fatos tal
como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados e no registro de variáveis presumivelmente
relevantes para ulteriores análises”. A pesquisa de campo caracteriza a pesquisa que coleta
dados de pessoas por meio de diversos tipos de pesquisa, além da pesquisa bibliográfica e/ou
documental.
Utilizamos teoria e metodologia sociolinguística na área de pesquisa sobre atitudes e
crenças (Lambert; Lambert. 1972; Labov, 2008; López Morales 1993; Moreno Fernandez,
1998). As pesquisas sociolinguísticas têm mostrado que não há necessidade de amostras tão
grandes, como as usadas em outras pesquisas de natureza social (de intenções de voto, por
exemplo), para se analisarem fenômenos variáveis, uma vez que o uso linguístico é mais
homogêneo do que o comportamento humano acerca de outros fatos, em virtude de não estar
21
tão sujeito à manipulação consciente (com a ressalva de que no caso dos estereótipos possa
haver algum grau de manipulação consciente).
Mediante uma série de perguntas, este estudo busca compreender como os informantes
se relacionam com a sua comunidade, como se expressam linguisticamente e se registram como
portadores de uma identidade cultural única. Através deste estudo poderemos compreender
melhor como as pessoas se relacionam com o local em que vivem e como essa identificação se
manifesta em sua maneira de falar e expressar.
2.1 Pesquisa de campo: comunidade quilombola Nossa Senhora das Graças da Vila do
Cravo
Senhora da Conceição Ipanema, Nossa Senhora das Graças da Vila do Cravo, Nossa Senhora
do Perpétuo Socorro, Nova Esperança, Santo Antônio, Timboteua Cravo e Velho Expedito.
A pesquisa ocorreu no quilombo Nossa Senhora das Graças da Vila do Cravo, no
município de Concórdia do Pará, está localizada na zona rural do município, tendo como via
principal de acesso a PA 140, no quilômetro 35. A organização comunitária iniciou com as
buscas de direitos nos remanescentes quilombolas, registradas em 13 de dezembro de 2006,
discutidas na ATA e registradas na procuradoria. Atualmente, a comunidade é avalizada pelo
CNPJ e pelo Certificado da Fundação Palmares.
Segundo Malcher (2011), o debate sobre o território quilombola na vila do cravo iniciou
na década de 1970, por meio de grupos de evangelização que atuavam na comunidade ligada a
paróquia de São Joaquim, no município de Bujaru. O Quilombo Nossa Senhora das Graças Vila
do Cravo, em Concórdia do Pará, foi certificado como remanescente de quilombo pela
Fundação Cultural Palmares no dia 16/11/2006 no processo 01420.002940/2006-59.
Em termos populacionais, a comunidade Nossa Senhora das Graças da Vila do Cravo
possui cerca de 200 (duzentas) famílias, sendo a composição das famílias formadas pelos
casamentos entre quilombolas, os moradores mais antigos, e quilombolas com pessoas externas
à comunidade, que vieram da cidade e se casaram com os quilombolas da comunidade. A figura
02 mostra a organização espacial da comunidade quilombola.
Figura 2 Organização espacial da comunidade quilombola Nossa Senhora das Graças.
Esta pesquisa pode contribuir para dar visibilidade as línguas faladas da comunidade
quilombola, obtidas pelo estudo de crenças e atitudes linguísticas que permite de maneira
ordenada e objetiva entender como os moradores quilombolas enxergam a fala no contexto
social.
2.2.1 Perfil dos informantes
A escolha dos informantes é um aspecto importante para garantir a representatividade e
validade dos resultados. Informantes são pessoas que fornecem informações sobre suas crenças,
atitudes e comportamentos relacionados à linguagem.
A pesquisa de campo na comunidade sucedeu nos dias 9 a 11 de janeiro de 2023 e 23 a
25 de fevereiro de 2023, com base em visitas, objetivo foi conhecer o espaço e contactar os
informantes
Ao entrar em contato com membros da comunidade quilombola para explicar os
objetivos da pesquisa e convidá-los a participar, alguma desconfiança foi expressa em relação
ao processo de seleção. Para solucionar tal problemática, foi estabelecido uma conversa
empática a fim de sanar as dúvidas sobre a entrevista e mostrando que as informações coletadas
estão sob forma de sigilo.
A pesquisa definiu o número de 08 informantes e o perfil do sexo (masculino e
feminino), idade (18 a 30 anos e 50 anos em diante) e os informantes são nativos da
comunidade. Cada informante foi identificado por código, por exemplo: IAM03
I: Informante;
A: A primeira letra do nome do informante;
M: Sexo;
03: Ordem da entrevista.
O quadro 2 mostra as informações dos informantes.
Quadro 2 Informações dos informantes.
FAIXA
CÓDIGO SEXO ESCOLARIDADE ATIVIDADE
ETÁRIA
IRF01 F 26 anos Graduação Psicóloga
ILM02 M 19 anos Ens. Médio completo Agricultor
IRF03 F 30 anos Graduação Assistente social
IRM04 M 30 anos 3º ano Ens. fundamental Agricultor
IAF05 F 70 anos 8º ano Ens. fundamental Aposentada/Agricultora
IJM06 M 64 anos Ens. Fundamental incompleto Aposentado/ Agricultor
IMF07 F 62 anos Ens. fundamental incompleto Aposentada
IMM08 M 75 anos Ens. fundamental incompleto Aposentada
Fonte: LEBREGO, 2023.
24
3 RESULTADO E DISCUSSÃO.
Nesta seção, apresentamos os resultados e análises relativos à pesquisa feita na
comunidade quilombola Nossa Senhora das Graças da Vila do Cravo do município de
Concórdia do Pará. Para melhor organização, estruturamos os resultados de acordo com as
questões aplicadas do Questionário (Anexo A). Assim, no primeiro bloco, apresentamos os
resultados das questões cujo objetivo era compreensão da relação dos informantes como
ambiente em que vivem, bem como de suas atitudes em relação à língua e cultura local; no
segundo bloco, apresentamos as respostas das questões que visaram fornecer informações sobre
como os informantes se sentiam em relação à língua, revelando atitudes linguísticas positivas
ou negativas; por sua vez no terceiro bloco, apresentamos as respostas sobre as atitudes
linguísticas dos informantes quilombolas em relação a sua própria variedade e a variedade dos
outros.
3.1 Bloco 1- Roteiro sociolinguístico
As questões do Bloco 1 – roteiro sociolinguístico, adaptado de Freitag (2017), como já
especificadas na metodologia, objetivaram aferir como os informantes identificavam-se com
lugar em que vive. Quanto mais identificados ao lugar, mais estariam ligados à sua cultura, à
língua e elementos específicos de sua comunidade. As questões analisadas desse bloco são as
de 01 a 13 a seguir.
As duas primeiras perguntas indagavam sobre o tempo de residência dos quilombolas
na comunidade e sobre seus sentimentos em relação a ela: Há quanto tempo mora neste local?
e Sempre morou aqui? (se não, por que veio morar aqui?) (se sim, gosta de morar aqui?).
Em resposta às perguntas, 100% dos informantes disseram morar desde o nascimento e
afirmaram gostar de morar na comunidade. Os excertos (1), (2), (3), (4) e (5) exemplificam
como foram as respostas desses informantes.
(1): eu moro a::: vinte... é a vinte seis é a vinte seis anos.[...] sim.. gosto de morar
(IRF01)
(2): moro aqui desdi que nasci. [...] sim...gostu muito de morar aqui (IJM02).
(3): Desde que eu nasci.[...] sim, gosto (IRF03)
(4): Desde criança. Desde quando eu nasci.[...] Foi legal.(IRM04)
(5): Desde quando eu nasci.[...] Sim, gosto muito de morar aqui (ILM05).
Como podemos verificar nas respostas, os informantes valorizam o local onde moram.
Isto significa que possuem forte sentimento de ligação afetiva com a comunidade onde
cresceram e passam a maior parte de sua vida. De acordo com Labov (1972), contribuiu para a
compreensão da relação entre linguagem e identidade social e cultural. Com isso, o sentimento
de identificação pode se revelar quando os indivíduos se identificam fortemente com o local
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onde vivem, muitas vezes adotam os valores, tradições e costumes da sua comunidade local,
mostrando um sentimento de pertence a esse lugar.
À terceira pergunta (Em caso positivo de morar desde a infância) como foi a sua
infância no bairro? Mudou muito em relação aos dias atuais? afirma ter havido muitas
mudanças na comunidade, entre elas cantigas de roda, a substituição de brincadeiras de infância
como pião, pular corda, bola de gude\ peteca, amarelinha e entre outros, por jogos mais atuais,
com isso perde nos traços culturais. Os excertos (3), (6)e (7) exemplificam o que disseram
alguns informantes.
(3) a::::: mudou bastante é:: eu acredito que antes não tinha é ::::não era tão evoluído
nosso plano como é hoje né transformou muita coisa cresceu né e através de muita
luta né é::::conquistou-se vários direitos nossos direitos né do Povo quilombola e:::
é:::: hoje temos aí na comunidade em benefício de toda comunidade. (IRF03)
(6): foi uma infância legal e hoje mudou muito principalmente com as crianças que
tinham brincadeiras boas. (IJM02),
(7): foi bom..mudou muito. (IMM06).
Em relação às repostas dos informantes podemos inferir uma atitude positiva sobre a
infância na comunidade, a qual envolve expressão de memórias e sentimentos positivos sobre
a experiência de crescer e viver. Esse sentimento, a sociolinguística fornece informações sobre
como as pessoas lidam com seu passado e como usam a linguagem para transmitir seus
sentimentos e experiências passadas.
Já a quarta pergunta, se tivesse oportunidade, moraria em outro lugar? objetivou
verificar o sentimento de pertencimento dos informantes quilombolas em relação à
comunidade, ou seja, sua lealdade. Dos informantes, 25% disseram que morariam em outro
lugar e 75% afirmaram que não morariam, conforme demostram o Gráfico a seguir.
Gráfico 1 - Respostas dos informantes para a pergunta “Se tivesse oportunidade, moraria em outro lugar?”
25%
Sim
Não
75%
Como podemos verificar, mesmo não sendo unânimes as repostas, podemos considerar
que os quilombolas tiveram uma atitude positiva, destacando o valor que eles atribuem à
comunidade e às pessoas, as quais são significativas para eles. É importante considerar a
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Segundo Mollica (2008), rendimento, bens materiais, trabalho são alguns dos
indicadores sociais. As respostas mostram a importância para entender como fatores
socioeconômicos estão relacionados com a linguagem e a identidade.
29
A sétima pergunta: O que você gosta mais de fazer aqui na comunidade? propôs saber
o que os sujeitos da pesquisa valorizam e apreciam na comunidade. Dos informantes, 50%
disseram que mais gostam de fazer na comunidade é lazer, ou seja, jogar futebol, ir ao igarapé
entre outros, 25% dos informantes gostam da agricultura e 25% ir ao culto/ igreja.
Gráfico 2 resposta sobre a questão: O que você gosta mais de fazer aqui na comunidade?
25%
Agricultura
50% Cultos/ igreja
Lazer
25%
37% Sim
Não
63%
Gráfico 4 respostas da questão: o que é atrativo para os moradores dessa localidade? (facilidade de transporte,
comércio, lazer, educação etc.)
25%
11%
22% Transporte
Drogas
33% Saneamento
34% Saúde
Gráfico 6 resposta da pergunta: Pedir para o informante avaliar a sua comunidade tem mais pontos positivos ou
negativos?
33% Positivo
Negativo
As respostas dependem do ponto de vista dos informantes, mas percebe-se que alguns
dos entrevistados acreditam que a comunidade apresenta uma mistura de aspectos positivos e
negativos, enquanto outros enfatizam os aspectos positivos. O objetivo da pergunta é analisar a
avaliação subjetiva, ou seja, refere a apreciação ou julgamento de algo com base nas opiniões
pessoais que os informantes fazem em relação a comunidade na perspectiva sociolinguística.
A décima terceira pergunta: Perguntar para o informante o que ele faria para
melhorar a sua comunidade. Visou envolver os informantes na identificação de problemas e
na procura de soluções da comunidade e promovendo oportunidades locais e contribuir para o
desenvolvimento comunitário. Nos excertos (1), (3) e (8) mostram o que os informantes
narraram.
(1): Eu traria projetos que trabalhassem, que pudessem trabalhar desde a infância, né?
Na educação dessas crianças e trazendo vários tipos de cursos, né? Artesanatos e
dança. No meio cultural mesmo, mas no meio da cultura, assim, sabe? Eu acho que
iria mudar bastante, iria tirar esse foco dessas pessoas, crescer com esse pensamento
de trilhar esse caminho das drogas, caminho da bebida, muitas vezes de outras coisas
ruins que atrapalham. Eu acho que partindo disso, iria mudar muito. (IRF01).
(3): O que eu melhoraria na minha comunidade é, assim, por exemplo, o que eu
poderia melhorar, trazer algum projeto aqui, Por exemplo, principalmente para o
projeto de educação, Trazer algum projeto aqui, por exemplo, principalmente para
trabalhar e incentivar os jovens, assim, principalmente para ter acesso na educação,
que a educação, ela liberta. (IRF03).
(8): Transporte, a saúde e palestras para as pessoas da comunidade (IMF08).
Gráfico 7 Respostas da pergunta: Você consegue identificar de onde veio a pessoa só pela sua maneira de falar?
Pode dar um exemplo?
12%
A segunda pergunta, você acha que as pessoas aqui da comunidade têm um jeito de
falar diferente das pessoas de outro lugar? Como seria? contribui inferir as atitudes
linguísticas dos informantes em relação à sua comunidade e à linguagem como parte da sua
identidade. Os resultados dessa questão estão expostos no Gráfico 8.
Gráfico 8 respostas da pergunta: Você acha que as pessoas aqui da comunidade têm um jeito de falar diferente
das pessoas de outro lugar? Como seria?
38% Sim
50% Não tem certeza
Não
12%
Gráfico 9 respostas da seguinte questão Você acha que aqui na comunidade as pessoas falam bem a língua
portuguesa? Por quê?
38%
Sim
Não
62%
(1) Não. Porque eu acho que o ensino ainda está muito abaixo de alcançar. Pelo fato
de muita gente não ser estimulada a estudar, a procurar alcançar, pelo menos, até
completar o ensino mesmo. Muitas pessoas aqui não completam nenhum
fundamental. Então essas pessoas têm dificuldade para se comunicar. Às vezes a
palavra, a forma de escrever, essas pessoas não conseguem desenvolver. (IRF01)
(3) Diretamente, vamos dizer que também tem muitos jovens que têm que se
capacitar e tudo, através desse processo eletivo que conseguiram uma graduação e
tudo, estão se formando, eu vejo uma diferença muito grande de antes para agora
também. Tem muitos profissionais da própria comunidade agora que estão dando
aula, na própria escola quilombola e tudo, enfim. Entendi. (IRF03)
(8) Falam, sim. Com certeza. (IMF08)
Na maioria das respostas dos informantes podemos observar atitudes que refletem a
complexidade das percepções dos informantes em relação à competência linguística na
comunidade, tendo em conta a educação formal, o sotaque local, a identidade linguística da
comunidade e entre outros. Essa percepção é influenciada pela experiência. Botassini (2015)
cita que em algumas comunidades ou sociedade é percebida como um fator que divide as
pessoas em diferentes classes sociais.
A quinta pergunta, você sente vergonha de falar na frente de pessoas que não são da
comunidade? Se sim, por quê? Se não, por quê? objetivou explorar as atitudes afetivas e
emocionais dos informantes em relação a sua própria língua e cultura no contexto de suas
interações com as pessoas de fora da comunidade. O gráfico 10 mostra que 63% dos
informantes não sentem vergonha em falar na frente de pessoas que não são da comunidade;
por outro lado, 25% dos informantes disseram que depende da situação e 12% disseram que
sentem vergonha.
Gráfico 10 respostas da questão: você sente vergonha de falar na frente de pessoas que não são da comunidade?
Se sim, por quê? Se não, por quê?
12%
25%
Sim
Não
Depende
63%
Para López Morales (1993), diz que as atitudes são comportamentos e ações
observáveis, enquanto as opiniões são aspectos mais internos relacionados a pensamentos e
sentimentos. É importante notar que alguns dos informantes indicam atitudes positivas e
expressam o orgulho e aceitação da sua diversidade linguística em relação à língua da
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comunidade, enquanto outros não fornecem detalhes suficientes para determinar em relação ao
preconceito linguístico.
(1): Não. Não mesmo. Porque é a minha raiz, é a minha cultura e é isso que eu carrego
comigo. E é isso que me descreve, eu sou assim e eu não vou mudar um momento só
porque outras pessoas falam de outra maneira. Porque em cada lugar existe sua
cultura e essa é a minha. (IRF01).
(4): Sim. Às vezes a pessoa se avexa, se intimida, mas assim, a gente vai aprendendo
ao dia a dia. Aprendendo com um, aprendendo com outro, é assim que a gente se
desenvolve, dessa forma. (IRM04).
(5): Depende...É, por exemplo, se for uma pessoa muito diferente. (ILM05).
A sexta pergunta: Quem você acha que fala melhor, as pessoas da comunidade ou as
pessoas que vivem na cidade? Por quê? objetivou a entender se os informantes acreditam que
a diversidade linguística da comunidade é igual ou superior a das pessoas que vivem na cidade.
No gráfico 11 mostra que 88% dos informantes disseram que independe do lugar fala melhor,
12% dos informantes disseram que as pessoas da cidade falam melhor devido ter um estudo
mais adequado e 0% dos informantes disseram que a comunidade fala melhor em relação às
pessoas da cidade.
Gráfico 11 respostas da questão: Quem você acha que fala melhor, as pessoas da comunidade ou as pessoas que
vivem na cidade? Por quê?
0%
12%
Comunidade
Cidade
Indenpende
88%
Nesta questão os informantes não souberam informa essa diferença dos padrões
linguísticos, porém o entrevistador observou que a forma de falar dos informantes foram todas
de variedade não padrão.
A oitava pergunta: Aqui na comunidade tem pessoas que você acha que falam melhor?
Como seria? objetivou compreender as percepções dos informantes sobre as competências
linguísticas dos indivíduos da comunidade. As respostas dos informantes são consideradas
como atitudes positivas que refletem uma visão valorizada a educação formal, essa atitude
promove a igualdade e respeita a diversidade linguística. Nos excertos (1), (2) e (5).
(2): sim, com seu nível de estudo (IJM02)
(5): sim, quando se tem estudo (ILM05)
(8): sim, pelo estudo adquirido (IMF08)
38%
Sim
Não
62%
A decima pergunta: quando você precisa conversar com outras pessoas que não da
comunidade (estando em viagem, a passeio em algum lugar fora de sua cidade) você procura
mudar a sua forma de falar? Pode dar um exemplo? essa pergunta propôs observar se há
conscientização por parte dos informantes sobre as diferenças linguísticas entre a sua
comunidade e outras localidades e se ajusta o seu modo de falar para facilitar a compreensão
quando interage com pessoa de fora da comunidade. No gráfico 13 mostra que 63% dos
informantes não mudam a forma de falar e 37% dos informantes disseram que muda a forma
de falar.
Gráfico 13 respostas da seguinte pergunta: quando você precisa conversar com outras pessoas que não da
comunidade (estando em viagem, a passeio em algum lugar fora de sua cidade) você procura mudar a sua forma
de falar? Pode dar um exemplo?
Em relação a decima segunda pergunta: Você acredita que o jeito de falar das pessoas
mais velhas da comunidade é diferente que as pessoas mais jovens? (se sim, qual seria?)
investigou as percepções dos informantes sobre a variação linguística na comunidade em
relação à idade. 100% responderam que o jeito de falar das pessoas mais velhas da comunidade
é diferente dos mais jovens. Os excertos (1), (3) e (4).
(1): sim.. Alguns herdam aquilo que aprendem e que pretendem levar futuramente
para os filhos, para os netos e outros querem se comparar às pessoas, por exemplo, da
cidade, falar igual a pessoa da cidade, porque não se aceita, porque às vezes não se
sente pertencente àquele lugar, e só pelo fato, mais pelo modo de querer ser igual ou
melhor. IRF01
(3): Sim, com certeza. É porque, assim, no caso, as pessoas antigas, como eu estou te
falando, é mais a parte de cultura deles. Eu não posso, por exemplo, chegar e consertar
uma pessoa que viveu todo o tempo aquele linguajar e porque eu vou não, não é assim,
desse jeito. Então a gente tem que respeitar, por exemplo, até como a pessoa fala, não
vou chegar e constranger ou xingar ou achar graça de uma pessoa que, enfim, é a
parte mesmo de respeito, né, que tem que prevalecer. IRF03
(5): É, é muito diferente. É assim, no caso, porque o jovem pensa diferente, e a pessoa
que é mais velha já pensa de outra forma, do tempo dele. O jovem, hoje em dia, tem
um pensamento diferente, entendeu? Porque, assim, porque tem uma diferença,
porque a pessoa que é mais antiga, só tem um objetivo, e a pessoa que é mais nova,
tem uma ideia melhor. IRM04
Características
Estética Bonita – Feia
Cantada – Não cantada
Chiada – Não chiada
Dialetais
Lenta – Rápida
Acaboclada – Não Acaboclada
Clara – Não clara
Estilísticas
Simples – Confusa
Conhecida – Não conhecida
Socioculturais
Importante – Não importante.
Fonte: Elaborado pelo Autor.
Quadro 5 Variável faixa etária quanto aos componentes (Afetivo, cognitivo e conativo).
Componentes Faixa Faixa
Características. Etária I Etária II
(18 a 30 anos) (50 anos em diante)
Estética “Bonita” 100% 100%
Acaboclada” 75% 100%
“Chiada” 100% 100%
Dialetais
“Cantada” 75% 100%
“Lenta” 100% 100%
“Conhecida” 100% 100%
Socioculturais
“Importante’ 100% 100%
“Clara” 50% 100%
Estilísticas
“Simples” 100% 100%
Fonte: Elaborado pelo autor.
44
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS:
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295p.
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BOTASSINI, Jacqueline Ortelan Maia. Crenças e atitudes linguísticas: um estudo dos róticos
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– Universidade.
FERREIRA, A.B. _ de H. Novo dicionário eletrônico Aurélio. 4.ed. Curitiba: Positivo, 2009.
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Caroline Cardoso. – São Paulo: Parábola, 2008 [1972].
LAMBERT, Wallace; LAMBERT, Willian. Psicologia Social. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar
Editores, 1972.
LOPES, Helena Theodoro; SIQUEIRA, José Jorge; NASCIMENTO, Beatriz. Negro e Cultura
Negra no Brasil: pequena enciclopédia da cultura brasileira. Rio de Janeiro:
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estudo sobre Crenças e atitudes linguísticas. Alfa, São Paulo, 58 (3): 703-723, 2014.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em
educação. São Paulo: Atlas, 1987.
48
ANEXOS:
QUESTIONÁRIO DE ENTREVISTA
Informante:_________________________________________ nº ______ Sexo____ Faixa
etária_____
Bloco 1 – roteiro sociolinguístico
(FREITAG, 2017)
Objetivo aferir como os informantes estão identificados ao lugar em que vive. Quando mais
identificados ao lugar, mais estarão ligados à sua cultura, língua etc.
1. Ha quanto tempo mora nesse lugar?
2. Sempre morou aqui? (se não, por que veio morar aqui?) (se sim, gosta de morar aqui?)
3. (se sim) Como foi a sua infância no bairro? Mudou muito em relação aos dias de hoje?
4. Se tivesse oportunidade, moraria em outro lugar?
5. Seus pais sempre moraram aqui? (se sim, eles também gostam de morar aqui? Pensam
em se mudar?) (se não, por que eles vieram morar aqui?)
6. Seus pais trabalham? Onde? (faca o informante falar sobre a profissão dos pais, local de
trabalho, se há deslocamento diário, semanal, etc.)
7. O que você mais gosta de fazer no local onde mora? (festas, atividades de lazer, opções
de gastronomia)
8. Você/Senhor vai para festas ou outras atividades de lazer fora da comunidade onde você
mora? (se sim, por quê?)
9. O que é atrativo para os moradores dessa localidade? (facilidades de transporte,
comercio, lazer, educação)
10. O que não é um atrativo para os moradores da comunidade? (falar de problemas da
comunidade: provavelmente o informante falara sobre violência, falta de infraestrutura,
saneamento básico, transportes públicos deficitários, etc.)
11. Pedir para o informante falar mais de um desses problemas apontados.
12. Pedir para o informante avaliar se a sua comunidade tem mais pontos positivos ou
negativos.
13. Perguntar para o informante o que ele faria para melhorar a sua comunidade.
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1. Você consegue identificar de onde veio uma pessoa só pela sua maneira de falar? Pode
dar um exemplo?
2. Você acha que as pessoas aqui da comunidade têm um jeito de falar diferente das
pessoas de outro lugar? Como seria?
3. Você poderia me dizer algumas palavras ou expressão que são típicas daqui da
comunidade?
4. Você acha que aqui na comunidade as pessoas falam bem a língua portuguesa? Por
quê?
5. Você sente vergonha de falar na frente de pessoas que não são da comunidade? (Se
sim, por quê? Se não, por quê?)
6. Quem você acha que fala melhor, as pessoas da comunidade ou as pessoas que vivem
na cidade? Por quê?
7. Como você acha que fala?
8. Aqui na comunidade tem pessoas que você acha que falam melhor? Como seria?
9. Você já passou por uma situação constrangedora relacionada ao seu modo de falar?
Como foi?
10. Quando você precisa conversar com outras pessoas que não são da comunidade (estando
em viagem, a passeio em algum lugar fora de sua cidade) você procura mudar a sua
forma de falar? Pode dar um exemplo?
11. Você sente orgulho da forma de falar da comunidade ou gostaria de mudar algo?
(Indagar)
12. Você acredita que o jeito de falar das pessoas mais velhas da comunidade é diferente
das pessoas mais jovens? (Se sim, qual seria?)
13. Quando você vai a outra localidade/cidade as pessoas percebem, pela sua maneira de
falar, que você não é de lá?
50
Prezado participante,
_____________________________ _________________________
Assinatura do Participante Assinatura do Pesquisador
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