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E.

E Profª Cynira Stocco Fausto

Ryan Ribeiro Lira 1°A N°39

Coletânea - Luís vaz de camões e Fernando Pessoa


E características de seus sonetos

São Paulo
2022
INTRODUÇÃO

Primeiro precisamos entender o conceito de quem foram esses autores poéticos literários.
Luís Vaz de Camões:
Luís Vaz de Camões foi um poeta nacional de Portugal, considerado uma das maiores
figuras da literatura lusófona e um dos grandes poetas da tradição ocidental. Pouco se sabe
com certeza sobre a sua vida. Aparentemente nasceu em Lisboa, de uma família da pequena
nobreza. Nascido em Lisboa dentro de 1524(alguns estudiosos afirmam que na verdade foi
em 1525) e morreu em 10 de junho de 1580. Acabou sendo muito conhecido por suas
centenas de obras criadas, mas a mais conhecida é “Os Lusíadas”.
Em dez cantos, subdivididos em estrofes de oito versos, Os Lusíadas trata das viagens dos
portugueses por “mares nunca dantes navegados” (Pág48. 1°Estrofe). Uma das
características da épica é a narração de episódios históricos ou lendários de heróis que
possuem qualidade superior.
Fernando Pessoa:
Fernando António Nogueira Pessoa foi um poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor,
publicitário, astrólogo, inventor, empresário, correspondente comercial, crítico literário e
comentarista político português. Fernando Pessoa é o mais universal poeta português.
Sua escrita é caracterizada pelo decadentismo, modernismo, futurismo, niilismo, intimismo
e pessimismo.
Sendo dono de uma vasta obra, ainda que tenha publicado somente 4 obras em vida.
Escreveu poesia e prosa em português, inglês e francês, além de ter trabalhado com
traduções e críticas.

Principais obras de Fernando Pessoa:


 Livro do desassossego(466.Pág)
 Ficções do interlúdio: para além do outro oceano(172.Pág)
 Por ele mesmo(151Pág.)
 O banqueiro anarquista(75.Pág)
 O marinheiro(60Pág.)
SONETO
Uma características entre esses dois é o soneto, então você pode está ser pergutando “o
que é soneto?”, muito simples.
Soneto:
é um poema de forma fixa que se apresenta com até 14 versos e quatro estrofes, sendo
dois quartetos e dois tercetos. De acordo com pesquisadores, o soneto foi criado pelo poeta
e humanista italiano Francesco Petrarca Nascido em 20 de julho de 1304.
Por exemplo um dos mais famosos sonetos de Luís de Camões:

“Amor é um fogo que arde sem se ver,( 12)


é ferida que dói, e não se sente; (12)
é um contentamento descontente, (12)
é dor que desatina sem doer.” (12)

Como podemos ver todas os versos tem 12 sílabas poéticas sendo assim verso
dodecassílabo.
SONETO DOS AUTORES
Podemos ter de belo exemplo muitos outros sonetos criados pelo próprio Luís de Camões e
Fernando Pessoa:

LUÍS DE CAMÕES:
1.
“Quem vê, Senhora, claro e manifesto
o lindo ser de vossos olhos belos,
se não perder a vista só em vê-los,
já não paga o que deve a vosso gesto.

Este me parecia preço honesto;


mas eu, por de vantagem merecê-los,
dei mais a vida e alma por querê-los,
donde já me não fica a mais de resto.

Assim que a vida e alma e esperança


e tudo quanto tenho, tudo é vosso,
e o proveito disso eu só o levo.
Porque é tamanha bem-aventurança
O dar-vos quanto tenho e quanto posso
Que, quanto mais vos pago, mais vos devo.”
(Livro Sonetos Luiz de Camões, Editor Martin Claret, 2003, página 31.)

2.
“Por que quereis, Senhora, que ofereça
a vida a tanto mal como padeço?
se vos nasce do pouco que mereço,
bem por nascer está quem vos mereça.
Sabei que, enfim, por muito que vos peça,
que posso merecer quanto vos peço;
que não consente Amor, que em baixo preço
tão alto pensamento se conheça.
Assi que a paga igual de minhas dores,
com nada se restaura, mas devei-ma,
por ser capaz de tantos desfavores.

E se o valor de vossos servidores


houver de ser igual convosco mesma,
vós só convosco mesma andai de amores.”
(Livro Sonetos Luiz de Camões, Editor Martin Claret, 2003, página 41.)

3.
“Ao desconcerto do Mundo
Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim,
Anda o Mundo concertado.”
(Camões, L. de. Esparsa ao desconcerto do mundo)

5.
“Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar me, e novas esquivanças;
que não pode tirar me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!


Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto


onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n'alma me tem posto


um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.”
(Camões, L. V. de. Sonetos. Lisboa)

Características:
nas obras do escritor, as seguintes características podem ser notadas:
versos regulares, amor e mulher idealizados, bucolismo, além de referências greco-latinas.

Fernado Pessoa:
1.
“O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente


Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela adivinhasse,


Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;


Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe


O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...”

2.
“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.”

3. AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,


Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

4. Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.


Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,


Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo


Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu?"
Deus sabe, porque o escreveu.

(Nota: eu me senti tão tocado com o poema e fiquei refletindo por tanto tempo que eu
acabei me sentindo obrigado botar seu significado que quem pensa não tem paz um novo
princípio de grande importância: é incompatível pensar e viver, ou se vive sem pensar ou se
pensa sem viver.)
5.
Quero ignorado, e calmo
Por ignorado, e próprio
Por calmo, encher meus dias
De não querer mais deles.

Aos que a riqueza toca


O ouro irrita a pele.
Aos que a fama bafeja
Embacia-se a vida.

Aos que a felicidade


É sol, virá a noite.
Mas ao que nada espera
Tudo que vem é grato.

Características:
A poesia de Pessoa, portanto, não é convencional, mas provocativa, irônica e irreverente. E,
como é comum em textos modernistas, ela é construída com liberdade formal. Desse modo,
o autor recorre aos versos livres para expressar seu nacionalismo crítico.
Biografia de Luís de Camões
Luís de Camões (1524-1580) foi um poeta português. Autor do poema Os Lusíadas, uma das
obras mais importantes da literatura portuguesa, que celebra os feitos marítimos e
guerreiros de Portugal. É o maior representante do Classicismo Português (movimento
artístico cultura).

Era filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá e Macedo, aparentada com a casa de
Vimioso, da alta nobreza portuguesa, e sobrinho de D. Bento de Camões, cônego da Igreja
de Santa Cruz de Coimbra.
Luís de Camões viveu sua infância na época das grandes descobertas marítimas e também
no início do Classicismo em Portugal. Foi aluno do colégio do convento de Santa Maria.
Tornando-se um profundo conhecedor de história, geografia e literatura.
Em 1537, D. João III transferiu a Universidade de Lisboa para Coimbra. Camões iniciou o
curso de Teologia, mas levava uma vida irrequieta, desordeira, além da fama de
conquistador, mostrando pouca vocação para a Igreja.
Em 1544, com 20 anos, deixou as aulas de teologia e ingressou no curso de filosofia. Já era
conhecido como poeta. Nessa época, compôs uma elegia à Paixão de Cristo, que ofereceu a
seu tio. Seus versos revelam que ele estudou os clássicos da Antiguidade e os humanistas
italianos. Em 1544, com 20 anos, encontra-se com D. Catarina de Ataíde, dama da rainha D.
Catarina da Áustria, esposa de D. João III e, desse encontro nasce uma ardente paixão, mais
tarde imortalizada pelo poeta, que se referia à dama do paço, com o anagrama “Natércia”.
Em um sarau, seguido de um torneio poético, o espanhol Juan Ramon, sobrinho de um
professor da Universidade, sentiu-se ofendido por causa dos versos de Camões. Seguiu-se
um duelo e o espanhol saiu ferido, o que terminou na prisão do poeta, sob o protesto dos
estudantes. No final de muitas discussões, Camões é perdoado, com a condição de ser
desterrado durante um ano em Lisboa. Posto em Liberdade, em 1554, Camões embarca
para as Índias. Esteve em Goa, e toma parte de várias outras expedições militares.

PERÍODO DOS LUSÍADAS:


Em 1569, Camões resolve voltar para Portugal e embarca na nau Santa Fé, levando consigo
um escravo, que lhe acompanhou até seus últimos dias. Chega a Cascais em 7 de abril de
1570. Depois de 16 anos, estava de volta à sua pátria. Em 1572, publica seu poema Os
Lusíadas. Que celebra os feitos marítimos e guerreiros de Portugal.
Camões faz do navegador uma espécie de símbolo da coletividade lusitana e exalta a glória
das conquistas, os novos reinos formados e o ideal de expansão da fé católica pelo mundo.
O poema é composto de dez cantos, cada canto é formado por estrofes de oito versos. Com
o sucesso, Camões recebe do rei D. Sebastião uma pensão anual, que mesmo assim não o
livrou da extrema pobreza em que vivia.
Inspirado em A Eneida, de Virgílio, Camões narra fatos heroicos da história de Portugal, em
particular a descoberta do caminho marítimo para as Índias por Vasco da Gama. No poema,
Camões mescla fatos da História Portuguesa a intrigas dos deuses gregos, que procuram
ajudar ou atrapalhar o navegador.
Biografia de Luís de Fernando Pessoa
Fernando Pessoa (1888-1935) foi um dos mais importantes poetas da língua portuguesa e
figura central do Modernismo português. Poeta lírico e nacionalista cultivou uma poesia
voltada aos temas tradicionais de Portugal e ao seu lirismo saudosista, que expressa
reflexões sobre seu “eu profundo”, suas inquietações, sua solidão e seu tédio.
Fernando Pessoa foi vários poetas ao mesmo tempo, criou heterônimos - poetas com
personalidades próprias que escreveram sua poesia e, com eles procurou detectar, sob
vários ângulos, os dramas do homem de seu tempo...

Fernando Antônio Nogueira Pessoa nasceu em Lisboa, Portugal, no dia 13 de junho de


1888. Era filho de Joaquim de Seabra Pessoa, natural de Lisboa, que era crítico musical, e de
Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa, natural dos Açores. Ficou órfão de pai aos 5
anos de idade.
Seu padrasto era o comandante militar João Miguel Rosa, que foi nomeado cônsul de
Portugal em Durban, na África do Sul. Acompanhando a família Fernando Pessoa seguiu
para a África do Sul, onde recebeu educação inglesa no colégio de freiras e na Durban High
Scholl.

Em 1901, Fernando Pessoa escreveu seus primeiros poemas em inglês. Com 16 anos já
havia lido os grandes autores da língua inglesa, como William Shakespeare, John Milton e
Allan Poe.
Em 1902 a família voltou para Lisboa. Em 1903 Fernando Pessoa retornou sozinho para a
África do Sul e frequentou a Universidade de Cape Town (Cabo da Boa Esperança).
Pessoa regressou a Lisboa em 1905 e matriculou-se na Faculdade de Letras, porém deixou o
curso no ano seguinte. A fim de dispor de tempo para Laer e escrever, recusou vários bons
empregos. Só em 1908 passou a trabalhar como tradutor autônomo em escritórios
comerciais.
Em 1912, Fernando Pessoa estreou como crítico literário na revista “Águia” e como poeta
em “A Renascença” (1914). A partir de 1915 liderou o grupo mentor da revista “Orpheu”,
entre eles, Mário de Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvo, Almada-Negreiros e o
brasileiro Ronald de Carvalho. A revista foi a porta-voz dos ideais de renovação futurista
desejados pelo grupo, defendendo a liberdade de expressão, numa época em que Portugal
atravessava uma profunda instabilidade político-social da primeira república. Nessa época,
criou seus heterônimos principais.
Fernando Pessoa é dono de uma vasta obra, ainda que tenha publicado somente 4 obras em vida.
Escreveu poesia e prosa em português, inglês e francês, além de ter trabalhado com traduções e
críticas.

Sua poesia é repleta de lirismo e subjetividade, voltada para a metalinguagem. Os temas explorados
pelo poeta são dos mais variados, embora tenha escrito muito sobre sua terra natal, Portugal.
BIBLÍOGRAFIA
Fontes:
1. Wiki do Luís de camões:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_de_Cam%C3%B5es

2. Wiki do Fernando Pessoa:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoa

3. Definição do soneto:
https://www.todamateria.com.br/soneto/

4. Um pouco mais sobre o soneto


https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/soneto

5.Livro “Os Lusíadas”


https://etecperuibe.com.br/wp-content/uploads/2020/07/Os-Lus
%C3%ADadas-Lu%C3%ADs-de-Cam%C3%B5es.pdf

6. Principais obras de Fernando Pessoa:


https://www.stoodi.com.br/blog/portugues/fernando-pessoa/

7.Melhores poemas de Fernando Pessoa:


https://www.revistabula.com/522-os-10-melhores-poemas-de-fernando-
pessoa-2/

8. Ficções do interlúdio, site que usei para ver:


https://www.estantevirtual.com.br/livros/fernando-pessoa/ficcoes-do-
interludio-2-3-odes-de-ricardo-reis-para-alem-do-o-/1303226507

9.Ele mesmo de Fernado Pessoa:


http://www.brasileiro.ru/e-Books/Fernando%20Pessoa/Fernando%20Pessoa
%20por%20ele%20mesmo/Fernando%20Pessoa%20por%20ele%20mesmo.pdf

10.Sonetos criados por Luís de Camões


https://www.portalraizes.com/camoes-sonetos/

11. Outros sonetos de Luís de Camões


https://www.pensador.com/sonetos_de_luis_de_camoes/
12. Outro soneto criado por Luís de Camões
https://www.pensador.com/frase/ODkxNDAw/

13. Estrutura do Soneto de Luís de Camões


https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/resumos-de-livros/analise-de-
sonetos-de-luis-de-camoes-1595.htm#:~:text=A%20estrutura%20do
%20Soneto%3A,contendo%2014%20versos%20no%20total.

14. Sobre a biografia do Luís de camões


https://www.ebiografia.com/luis_camoes/

15. Um pouco mais sobre a biografia do Luís de camões


https://www.todamateria.com.br/luis-de-camoes/

16. Sobre a biografia do Luís Fernando Pessoa


https://www.todamateria.com.br/fernando-pessoa/

17. Sobre a biografia do Luís Fernando Pessoa


https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/fernando-pessoa.htm

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