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INTRODUÇÃO
Cada vez mais, avançamos no desenvolvimento dos desenhos de moda e chegou, por fim, a
hora de você começar a desenvolver as peças de vestimenta, com todos os detalhes e
especificações necessárias para que o produto seja materializado.
Passando para a parte dos tecidos, você investigará texturas, peso, caimento e formas de
representar seus aspectos.
Ao final, você já possui uma série de trabalhos realizados na disciplina e irá organizá-los para
que se apresentem como um portfólio profissional.
PEÇAS DO VESTUÁRIO
Quando se está desenvolvendo uma coleção, é importante que você procure trabalhar em
uma grande variedade de tipos de modelos de peças do vestuário. Cada peça possui sua
maneira particular de ser construída e, para Nunnely (2012), é importante que elas sejam
analisadas por grupos divididos por tops, saias, calças, casacos e vestidos.
Tops
Vestem a parte superior do corpo e abrangem uma grande variedade de blusas, camisas,
batas, caftãs, corpetes, regatas, bodys e croppeds. Para Nunnely (2012), os tops não
representam um problema na ilustração de moda, pois é possível aplicar facilmente as linhas
estruturais a estas peças de roupas.
Bodys e corpetes devem ser bem ajustados ao corpo, destacando suas curvas. O busto pode
ser sustentado por bojos, e detalhes podem ser acrescentados para a valorização e
diferenciação das peças.
Saias
O desenho de uma saia sofrerá várias influências, dependendo do modelo que estiver criando,
por exemplo, uma saia reta e simples acompanha o formato das pernas; já uma saia ampla
será determinada pelo corte e pelo movimento da pose.
Observe como as aberturas e o abotoamento das saias variam conforme seus estilos.
Calças
A grande variedade de estilos e barras permitem que você ilustre diferentes combinações.
Observe que algumas calças caem soltas sobre as pernas, portanto, você deverá esboçar o
formato de cada perna e prestar atenção quanto à pose: se a perna estiver flexionada na altura
do joelho, por exemplo, devem haver dobras nesta região.
Casacos
Casacos são os tipos de peças que devem cair soltos sob a figura ou serem levemente
ajustados. Todas as linhas principais devem ser analisadas e as articulações devem ser
respeitadas em sua representação.
Repare que a linha da costura princesa é bastante explorada em casacos e blazers. Golas e
bolsos bem estruturados auxiliam a compor um bom modelo de alfaiataria. Preste atenção na
abertura e na linha mediana frontal para realizar o transpasse ou a abertura de forma
adequada. A barra geralmente acompanhará o ângulo do quadril.
Vestidos
Como no desenho das saias, o comprimento deverá ser levado em consideração. Um vestido
bem desenhado e formulado explora as formas do corpo, acentuando detalhes e indicando
balanço e caimento.
Segundo Trepton (2013), para criar coleções de moda, não basta saber desenhar. A
desenvoltura dos grandes criadores está constantemente agregada à precisão do trabalho e
somente o verdadeiro profissionalismo dá sustentação a todas as ousadias de estrutura e
elaboração. Um designer precisa ser habilidoso para pesquisar, organizar e inovar,
desenvolvendo respostas para problemas de funcionalidade e promovendo benefícios.
[...] detalhes como pences, são usadas para amoldar a roupa ao corpo. Outros, como as pregas
e os franzidos, para remodelar e até disfarçar o corpo. Alguns detalhes de natureza utilitária
[...] exigem um posicionamento estratégico. Certos detalhes são puramente decorativos,
enquanto outros cumprem as duas funções (BRYANT, 2012, p. 209).
Pregas
Pregas são empregadas quando a intenção é dar volume a um desenho de forma uniforme e
nada mais são que dobras de medidas exatas e retas costuradas na parte de cima e soltas na
parte de baixo. Podem ser utilizadas tanto na parte de cima do vestuário quanto na parte de
baixo, bem como estão divididas em pregas simples, pregas macho, plissados e nervuras.
Abaixo, você poderá ver melhor sua estruturação e como estas apresentam-se.
Figura 4.12 - Pregas
Fonte: Leite e Veloso (2011, p. 115).
Franzidos
Franzidos podem ser acrescentados no busto e na cintura para delimitar volumes com graça e
feminilidade.
Babados
Os babados podem ser obtidos dos franzidos, pelo corte enviesado do tecido ou pelo corte em
godê, o qual consiste em cortar a peça em circunferência. A diferença entre franzido e babado
é que o franzido pode ser feito em uma peça inteira, já o babado é uma aplicação que pode ser
sobreposta ou embutida na peça.
Seu efeito pode ser regular ou assimétrico, podendo ser pregado, também, em cascata. Para
desenhá-los, simule, primeiro, as suas ondas e, depois, trace as linhas do que sobem de seus
picos.
Drapeados
Drapeados criam uma estética suave de volumes e são constituídos do excesso de tecido que
cai a partir de um ou entre dois ou mais pontos de apoio, criando movimento na roupa. Os
drapeados podem ser utilizados em decotes, na cintura ou no quadril e, em cada tipo de
tecido, terá um comportamento diferente.
Figura 4.16 - Vestido com drapeado sobreposto
Fonte: Maryia Bahutskaya / 123RF.
Uma boa representação será constituída de traduzir os volumes obtidos dos drapeados com
recursos de luz e sombras. Repare que os traços curvam-se em direção aos pontos de apoio.
Recortes e pences
Os recortes nada mais são que os cortes nas peças geralmente utilizados de maneiras
estratégicas, podendo criar ilusões de ótica e evidenciar curvas, alongar formas e ajustar um
caimento. Também são ótimos quando a intenção é forrar apenas uma parte da peça,
melhorando seu acabamento. Já a pence é um pequeno ajuste, retirando sobras da peça,
quando esta está delimitando curvas e volumes. Geralmente, são utilizados na cintura e na
cava para contornar o volume do busto.
Recortes e pences são, geralmente, mais utilizados em peças de alfaiataria e tecidos planos.
Os tecidos existem desde os mais pesados e rústicos aos mais leves e delicados, características
estas que devem ser levadas em consideração para a criação de modelos em uma coleção.
Sentir o toque, a espessura, o peso e a elasticidade de uma amostra de tecido real auxiliará em
uma criação convincente e adequada.
A capacidade de desenhar tecidos de forma convincente é uma habilidade útil para qualquer
designer ou ilustrador de moda, ela é ensinada aos estudantes de moda como uma forma de
ampliar sua técnica de desenho e seu conhecimento sobre tecidos (HOPKINS, 2011, p .104).
O croqui deverá ser capaz de transmitir esses aspectos do tecido e seu comportamento sobre
o corpo. O ideal é que, com as técnicas de coloração ou representação digital, a proximidade
com o resultado final seja clara e realística.
Para Hopkins (2011), categorizar os tecidos em grupos, como lãs e tecidos texturizados, tecidos
brilhosos, tecidos translúcidos, malhas, padronagens e estampas, simplifica o processo para a
reprodução e entendimento destes.
Tecidos de lã e texturizados
Jeans
O Jeans possui uma textura áspera, portanto, seu peso, gramatura e textura devem ser
analisados na ilustração. Há uma variedade de cores e efeitos de lavanderia que podem ser
acrescentados ao seu aspecto. A ilustração do Jeans, para ter uma aparência mais realística,
deve ser feita em camadas.
Figura 4.19 - Representando Jeans
Fonte: Nunnely (2012, p. 138).
Observe que a primeira camada é aplicada de maneira desigual e com algumas áreas brancas
deixadas à mostra. A seguir, são acrescentadas linhas em diagonal, as quais delimitam as
tramas que possuem construções inclinadas de sarja. Para finalizar, é importante atentar-se a
detalhes com linhas pontilhadas representando os pespontos de uma cor aparente. Rebites e
botões darão o toque final.
Tecidos Brilhosos
Há uma infinidade de tecidos brilhosos, dentre eles, os mais finos, como tafetá e cetim, os
decorativos, feitos com fios de lurex em sua trama, trazendo um efeito lamê, bem como os
bordados com paetê e com couro, pele de répteis e brocados.
Para ilustrar tecidos brilhantes, observe como a fonte de luz incide na roupa. Uma
representação inteligente cria a ilusão de luz refletida. Para iluminar a roupa, desenhe uma
trêmula linha branca ou deixe que o branco da folha apareça sob o desenho (MORRIS, 2009, p.
89).
Tecidos Translúcidos
Os mais utilizados são o chiffon, o voil, o tule e algumas rendas. Caracterizados por suas
transparências, esses tecidos possibilitam que a pele seja vista por baixo deles, portanto, ao
desenhá-los, é aconselhável que se represente a pele primeiro, para depois aplicar a cor do
tecido com toques suaves. As rendas com padronagem floral podem ser representadas com
uma caneta de ponta fina, revelando, assim, os detalhes pequenos. No desenho digital, este
recurso fica facilitado com a aplicação da própria transparência sob a camada que representa o
tecido.
Padronagens e Estampas
Uma estampa é composta por motivos que adornam o tecido, sendo florais, geométricos,
animais, étnicos e/ou abstratos. Existem, também, os padrões clássicos, que são encontrados
nas padronagens, os quais podem ser representados, por exemplo, pelos xadrezes, listras,
cashmeres, riscas-de-giz e poás, que possuem sequências uniformes. A escala e a maneira
como se repetem são essenciais no design de uma estampa. Uma ampla variedade de técnicas
pode ser usada para representar uma estampa.
Como visto anteriormente, programas digitais auxiliam muito na hora de incluir uma estampa
ao desenho, pois você pode recolorir rapidamente e experimentar escalar maiores ou
menores, sem comprometer o seu desenho.
É comum que, em uma coleção, você crie uma família de peças com a mesma estampa,
podendo estas serem localizadas ou corridas.
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Aviamentos
Os aviamentos devem compor o design da peça e, muitas vezes, estes tornam-se o diferencial
do modelo, por isso, já no desenho, você deve selecioná-los e desenhá-los para uma melhor
visualização e detalhamento de como deverão ser colocados ou costurados, além de como
deverão comportar-se no resultado final da peça. Detalhes de pesponto, identificando
costuras, também são de suma importância em um desenho.
PORTFÓLIO
Como a moda está em constante mudança e evolução, devemos manter nossos portfólios
sempre atualizados, acompanhando as últimas tendências e mostrando sempre atenção ao
mercado. Hopkins (2011, p. 151) destaca que “podemos dizer com razoável certeza que, sem
um portfólio, seria praticamente impossível para um estudante de design conseguir um
emprego na indústria da moda”.
A escolha de uma pasta de apresentação ou fichário é uma opção individual tanto para os
alunos quanto para os designers. Jones (2011) sugere que os trabalhos de maior destaque
fiquem na página da direita, pois as pessoas tendem a prestar mais atenção deste lado, bem
como sugere que se comece pelo mais chamativo, seguido pelos bons em ordem decrescente
até o final, terminando com um trabalho que desperte a atenção e provoque comentários.