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REFERÊNCIAS DOS ANOS 90 E 2000 NO STYLING DE OLÍVIA RODRIGO:

UMA ANÁLISE DE TENDÊNCIA

REFERENCES TO THE 90S AND 2000S IN OLIVIA RODRIGO'S STYLING


A TREND ANALYSIS.

Maria Eduarda de Castro Costa


Vitória Oliveira Alves
Universidade Federal do Ceará - UFC
mdjp0801@hotmail.com
vitoriaolialves@alu.ufc.br

Emanuelle Kelly Ribeiro da Silva


Universidade Federal do Ceará - UFC
Emanuelle.silva@ufc.br

RESUMO
O isolamento social aumentou a dependência da tecnologia, levando à ampla disseminação de
informações via internet. Na moda, esse fenômeno acelerou a cadeia produtiva e difusão de
novas estéticas. O retorno das tendências dos anos 90 e 2000 é consequência disso e pode
ser percebido especialmente entre os jovens. Este artigo analisa a influência dessas décadas
na cantora Olívia Rodrigo, refletindo sobre o ciclo da moda. Por meio de pesquisas
bibliográficas e documentais, os resultados identificam um fortalecimento das tendências na
era digital, uma forte influência dos anos 90 e 2000 na estética da cantora, e ressalta também a
repetição cíclica da moda.

Palavras-chave: Moda. Tendência. Anos 90. Anos 2000. Olívia Rodrigo.

ABSTRACT
Social isolation has increased dependence on technology, leading to the widespread
dissemination of information via the internet. In the field of fashion, this phenomenon has
accelerated the production chain and diffusion of new aesthetics. The resurgence of 90s and
2000s trends is a consequence of this and can be particularly observed among young people.
This article analyzes the influence of these decades on singer Olivia Rodrigo, reflecting on the
fashion cycle. Through bibliographic and documentary research, the findings highlight a
strengthening of trends in the digital era, a strong influence of the 90s and 2000s on the singer's
aesthetics, and also emphasize the cyclical repetition of fashion.

KeyWords: Fashion. Trend. 90s. 2000s. Olivia Rodrigo.

INTRODUÇÃO
As tendências de moda sempre vão e voltam, isso se dá pela sua
característica cíclica que busca renovar o que um dia foi moda para um novo
conceito, como forma de revisitar o passado para novas criações.

Precisamos compreender que a moda é cíclica, pois a cada tendência


revivemos e renovamos algo que um dia já foi tendência,
reformulando algo para satisfazer os anseios do público atual, pois o
que estava na moda nos anos 80 já era ‘brega’ nos anos 90, e hoje
pode voltar aos holofotes, as tendências não tem um começo, meio e
fim, isso é o que define a moda cíclica, um exemplo disso tudo são as
ombreiras, muito utilizadas nos anos 80, condenadas na década
seguinte e hoje está ressurgindo, e por trás dela vem o
empoderamento feminino e a resistência que também está em alta
(PRETTY NEWS, 2019)

A partir disso, é importante compreender as referências que se


destacam e o significado por trás delas, pois cada peça envolve um significado.
As tendências são idealizadas anos antes de entrarem em vigor, na cadeia
produtiva escolas técnicas e universidades trabalham diretamente no cerne
dessa estrutura, idealizando pesquisas de mercado, desenvolvendo e
trabalhando com a implementação progressiva da idealização do novo estilo
que entrará no mercado.
As tendências são o denominador comum da moda, elas são o inicio
de tudo, é o vértice iniciativo da cadeia têxtil, e as empresas que
desenvolvem fibras e fiações são as primeiras a desfrutarem dessas
pesquisas (PALOMINO, 2003).

A importância delas pra moda se apoia no fato de que elas são a própria
moda, o que hoje é visto popularmente sendo usado pela maioria é tendência.
É interessante pensar nelas como algo efêmero, que não permanece por
muito tempo, no passado a mudança das estéticas acontecia de 10 em 10
anos, é possível analisar isso no decorrer do século 20 que foi palco de
grandes mudanças, mas hoje, essas mudanças são mais rápidas e se repetem,
exatamente como na volta dos anos 90 e 2000.

Embora a moda desta virada de século seja marcada por uma


relação constante com o passado, a tendência, como lhe é próprio,
aponta sempre para o futuro. Mas o tempo da tendência é um
horizonte de curto prazo. O que a mídia apresenta hoje como
tendência estará nas vitrines das lojas e vestindo as pessoas em
pouco tempo, e durará pouquíssimo tempo. Assim, a tendência
projeta um futuro que também é permanentemente presentificado. No
reino da obsolescência e da difusão instantâneas, a tendência não
tem tempo de amadurecer e de transformar-se em moda, a tendência
já é a própria moda. (CALDAS, 2004, p. 3).

De maneira análoga à isso, vê-se uma forte influência da aplicação


desse conceito na sociedade com a cantora Olívia Rodrigo, que exprime
através das suas roupas fortes referências as décadas de 90 e 2000, a artista
representa milhares de jovens pelo mundo que se inspiram e formam a massa
dirigida pelo mercado, neles o efeito da aceleração da cadeia se torna mais
perceptível pois tem mais contato direto com o mundo digital e com a validação
social que advém do pretexto de “estar na moda”.
Com o imediatismo das novas gerações, a juventude celebra e
descarta tendências em uma velocidade nunca vista antes e, depois
das tantas reinterpretações do passado, já era hora da estética da
primeira década do século 21 dar as caras novamente. Das mais legais
até as mais questionáveis, todas as peças determinantes para a moda
dos anos 2000 estão ressurgindo. (ELLE, 2021)

QUEM É OLÍVIA RODRIGO?


“[…] é a nova aposta do pop mundial. “ (STEAL THE LOOK, 2021).
Olívia Rodrigo, ou Olivia Isabel Rodrigo, nasceu na Califórnia em 20 de
fevereiro de 2003 (20 anos). Ela é uma cantora e atriz que sempre demonstrou
afeto pelo campo das artes, teve sua estreia em televisão em um comercial da
marca norte americana Old Navy, e conseguiu seu primeiro grande papel em
2015, com 12 anos, quando estrelou o filme “A Receita para o Sucesso”,
começou a ser mais exposta na mídia na série Bizaardvark, do Disney
Channel, onde foi protagonista por três temporadas. Em 2019 estrelou High
School Musical: The Musical: The Series, alavancando sua carreira como atriz
mas principalmente no mundo da música com as faixas “all I want” e “just for a
moment”. Em 2021, ela lançou seu primeiro single “driver’s license” que atingiu
o topo da Billboard, parada norte-americana, em sua estreia. Alguns meses
depois lançou “deja vu” e “good for you”, ambos bem sucedidos. No mesmo
ano lançou “Sour”, aclamado pela crítica, batendo recorde com 8 músicas no
top 10 dos charts. Em 2022 foi indicada a sete categorias no Grammy e
ganhou em três, como “new artist”, “pop solo performance” e “Pop vocal
album”. No mesmo ano foi reconhecida como “Mulher do Ano” pela Billboard.
Recentemente lançou seu mais novo single “vampire” que foi reconhecido
como a maior estreia de uma artista no Spotify em 2023.
Na moda, Olívia sempre foi vista em tapetes vermelhos demonstrando
um estilo mais jovem e descolado, a artista teve alguns outfits virais na internet
como o look para a Casa Branca usando um Chanel Vintage da primavera de
1995. O sucesso no vestuário da atriz tem como responsáveis as irmãs Chloe e
Chenelle Delgadillo, “it sisters do estilo” (OFFICE, 2021, tradução nossa).
Seu estilo tem referências vintage e é possível encontrar inspirações
diretas da década de 90 e dos polêmicos anos 2000. Coturnos,
vestidos românticos, bolsas de ombro e o all star de cano médio são
algumas das peças que não saem das suas produções. (STEAL THE
LOOK, 2021)

A MODA NOS ANOS 90


“A moda dos anos 90 se posicionou como uma oposição à estética
excessiva da década de 80” (DIGITALE TÊXTIL, 2019).
Na década de 1990, o novo padrão de beleza para as passarelas
surgiu como contra tendência ao anterior, que privilegiava o biótipo
sexy-poderosa. A silhueta ideal passou a ser a da adolescente
magérrima, pálida e frágil. (Holzmeister, 2010, p. 48)

Além disso, Oliveira (2008, p.75) acentua que na moda de 1990 criou-se
o corpo perfeito para “desfilar” a roupa. Este necessita dimensões especificas
e, recentemente, o termo anorexia tomou as manchetes dos jornais
internacionais, pois o corpo perfeito para desfilar a moda precisa seguir um
padrão determinado pela lei do “estilo”. Está claro, portanto, que o conceito de
“moda” está intimamente ligado ao “padrão”, modelo que pode ou até,
preferencialmente, deve ser seguido. “O fenômeno das top models sem dúvida
substituiu o da pin-up dos anos 50 e veio preencher certa falta de glamour das
atrizes” (BAUDOT, 2002, p.319).
As perspectivas de habito ao vestuário não-ocidentais tomaram muitas
formas na década de 1990. Elementos chineses e japoneses
inspiraram os cortes e as ornamentações de grandes modelos como os
de: Valentino, Alexander McQueen e John Galliano. O ícone Versace
adaptou o sári; O inusitado Romeu Gigli criou fantasias orientais à
maneira dos balés russos, e Rifat Oazbek implementou interpretações
românticas das vestes na Turquia, onde ali nasceu. (MENDES V,
HAYE A, 2003, p.261)

Desta forma, Moutinho (2000, p. 285) afirma que “a simplicidade das


vestimentas e dos interesses pela praticidade se acentuaram naquele período.
A sensualidade foi engrandecida, e as formas aerodinâmicas das
roupagens esportivas se instituem.”

Acompanha-se mais o estado de espirito do que as tendências


abordadas por grandes nomes da moda, e acaba chegando fim do
autoritarismo da ditadura dos estilos: a moda é, cada vez mais, plural.
É impossível fazer um inventario completo de tudo que as mulheres e
os homens vestiram na década de 90. Podemos apenas constatar que
a moda usada pela sociedade preocupou-se, sobretudo, em ser
prática, leve, versátil e colorida. (MOUTINHO M, 2000, p.292)
Largura, tecidos e silhueta variaram. Desta forma, Montinho (2000,
p.294) confirma que “nos anos 90, houve uma expressão mais personalizada
na escolha de roupas para sair.”
Jardineiras e salopettes (espécie de vestido-avental) conviveram com
tubinhos; a fuseaux com blusas de linganete e parkas; vestidos
esvoaçantes e decotados substituíram, à noite, o jeans com a blusa
“segunda pele” ou tops. (MOUTINHO M, 2000, p.294)

Assim, é notória a contraposição entre os estilos do século 20, que


reafirma a grande diversidade nas mudanças da época no tocante as
vestimentas, e exemplifica o funcionamento da cadeia produtiva da moda em
um período regado por inovações

Os comprimentos variaram durante à década e, até hoje, é possível a


convivência da mini, da midi e da maxi, algumas inspiradas na moda
das últimas 3 décadas. Tecidos mais ricos foram revalorizados à noite,
enquanto de dia preferiu-se o linho, as malhas, as microfibras e alguns
tipos de crepe. Quanto à silhueta, a tendência geral foi a de mostrar as
curvas do corpo. (MOUTINHO M, 2000, p.295)

Steele (2013, p. 465) relembra os benefícios da imaginação,


abertamente sexuais e com raízes da dolce vita italiana dos anos de 1950, os
designers Roberto Cavalli com o atratío fascílio por peles de animais, Gianni
Versace com suas peças vistosas e Dolce & Gabanna com sua tendência
siciliana comemoravam a volta do estilo da moda de alta tensão durante os
anos dourados. Evocaram e transcenderam as impressões da sexualidade
exagerada e luxuosa, mostrando o poder do designer de moda no último
século.
Ademias, Mendes e Haye (2003, p. 276) afirmam que a onda de
referências com modelos simples, discretos e despojados, resvalando sobre o
corpo, “encaminhou consigo entendimentos dos trajes de oficio militares e do
vestuário informal esportivo: trajes acolchoados com capuzes e fechos de zíper
ou velcro que poderiam ser vistos em numerosas coleções.” O talhe requintado
e discreto de alta-costura parisiense na década de 50, em particular, modelos
como por exemplo, da marca Balenciaga, que supriram de inspiração para
diversas marcas, os quais mostravam os ombros com capas e linhas finas e
distintas no estilo dessa época.
Portanto, a moda no final do século XX, estendeu-se a ser uma indústria
antes de mão-de-obra exorbitante, do que de capital intensivo. Na ponta mais
especifica do mercado, os costureiros exigiram as competências artesanais
mais refinadas, confusas e demoradas na criação de seu produto.
“Desenvolvimentos tecnológicos como o desenho e produção, acudidos
por sistemas no computador, foram um presente para as indústrias de
produção em massa e de design dê em larga escala” (MENDES V, HAYE A,
2003, p.264)
A moda prêt-à-porter cresce e ganha maior popularidade, embora a
alta costura continue para uma sociedade mais abastada e que agora
conta também com celebridades como modelos, atores e atrizes. As
marcas que cresceram nesse período foram: Gucci (Tom Ford), Gianni
Versace, Dolce & Gabbana, Alexander Mcqueen, Jean-Paul Gaultier e
Christian Louboutin. (COSTA, 2014, p.43)

A MODA NOS ANOS 2000


Os anos 2000 vieram do fruto de diversas mudanças políticas,
econômicas e sociais, com isso, é fácil entender como essas mudanças
afetaram diretamente a sociedade e, consequentemente, a forma como se
expressam através das vestimentas.

Surge o conceito de metrossexual, os emos, os indies, as


raves, a diversidade. A masculinidade mudou seus paradigmas
de contestação, o alternativo tornou-se pop, o retrô atual e a
globalização um fato.[…] Rappers, como Jay-Z e Eminem,
trazem as correntes masculinas como acessórios da vez, assim
como as calças mais largas e usadas no meio do quadril. Já
Jennifer Lopez e Beyoncé trouxeram um corpo mais musculoso
e torneado para os holofotes, enaltecendo as curvas com
calças jeans coladas, saias lápis e saltos do tipo meia-pata.
(COSTA, 2014).

O surgimento de tendências como bandanas, miçangas e tiaras marcam


os tapetes vermelhos e eventos de moda, com o aceleramento da difusão de
estilos, o crescimento das fast fashions e a influência da televisão, o início do
século 21 apresenta um guarda-roupa repleto de cores, sobreposições,
liberdade criativa e juventude.

A moda dos anos 2000 tem a total liberdade para ser e causar
o efeito que quiser nas pessoas, não existe mais um padrão
seguido por todos, mas sim somente tendências que não são
necessariamente influência pra toda população, exatamente
por essa liberdade de transformar a roupa, como uma
identidade de estilo próprio caracterizada em signos. O período
na moda demonstra que o status na sociedade não é mais usar
tal peça para classificar alguém, mas sim que as etiquetas são
quem dá o status às pessoas. A influência agora já não mais é
pelo inovador, mas sim por grandes nomes que ditam a
moda.(SILVA; ZOTARELI, s.d.)

Costa (2014) afirma que novos comportamentos de moda e de consumo


nessa época foram fortemente influenciados principalmente pela ascensão das
fast fashions, como Gap, H&M e Zara no exterior, e no Brasil, Riachuelo,
Marisa e Renner.

[…] a harmonia nos looks não era tão cobrada e, cada


excesso era muito bem-vindo. Lenços, camisetas com
estampas infantis e a tão criticada cintura-baixa são o marco
dos anos. O novo movimento despertou estímulos até então
desconhecidos e, em pouco tempo diversas pessoas já haviam
mergulhado na nova onda. Tudo colaborava para que a década
fosse marcada pelo excesso. Na música, Britney Spears e
Christina Aguilera dominavam as paradas e, nos cinemas,
Meninas Malvadas e O Diabo Veste Prada esgotando
ingressos. Cada uma das referências alimentava a estética,
influenciando novos comportamentos de consumo. (MOTA,
2021, pg.12-13)

Segundo (ELLE) 2021, a moda dos anos 2000 é lida como caótica onde saias
ficam mais curtas, cinturas mais baixas, e tops menores, características de
uma época despojada da harmonia e com muitos excessos.

ANÁLISE DE TENDÊNCIA NAS ROUPAS DE OLÍVIA RODRIGO

De forma geral, Olívia expressa sua juventude através de suas roupas,


estando sempre por dentro de tendências, explorando diversas áreas, por
exemplo, na música e no cinema , onde busca referências que são claras nos
looks do dia a dia e nas suas produções artísticas. “As tendências mais
recentes vivem no guarda-roupa da jovem, que consegue se manter
atual sem criar visuais exagerados ou sem sua personalidade.”
(HARPERS BAZAR, 2021) .

Dentro do estilo da cantora, percebe-se uma forte


predominância dos anos 90 e 2000, ela consegue mesclar as duas
épocas com muita autênticidade e um toque especial de geração z,
construindo combinações que cativam o público jovem.
“Apaixonada pelas referências aos anos 1990 e 2000. Ou seja, o estilo
da Olivia é nostálgico, vintage, mas totalmente conectado com o mundo atual.”
(BELEZA TECH, 2021).

A saia plissada (figura 1) foi peça clássica nos anos 90, além de remeter
a essa época também faz referência aos anos 2000, visto que, foi largamente
utilizada devido à influência do cinema com os filmes de patricinha que
promoveram essa peça. Além da estrutura, a estampa xadrez também revisita
o estilo grunge de 1990. A altura do top é constante no guarda roupa de Olívia
rodrigo, o comprimento mini revitaliza essa tendência do Y2K (anos 2000)
juntamente com a combinação de cores da saia.

Apesar de ser uma peça clássica dos anos 1990, a saia


plissada (ou colegial ou tenista) foi revisitada nos 2000 graças
às protagonistas de “Meninas Malvadas” e até das
bonecas Bratz. Agora, a minissaia virou de novo item de
desejo. (ZZMALL, 2022).

Figura 1 – Imagem, fotografia

Fonte:

https://www.zzmall.com.br/magazzine/style/os-anos-2000-estao-de-volta

Os penteados elaborados e bagunçados são extremamente presentes


nas composições da cantora (figura 2). No auge dos anos 2000, os penteados
foram peças chaves nas composições, sendo muitas vezes, mais chamativos
que as próprias roupas, eles eram compostos por tranças, amarrados por
elásticos e enfeitados com presilhas. As presilhas estão sempre presentes no
dia a dia da cantora (figura 2). No cabelo, nota-se presente uma grande
influência dos filmes juvenis como “Lizzie McGuire” de 2003, onde a
protagonista está sempre andando com presilhas em acrílico de diversas
formas, podendo ser flores, borboletas,, mas que independente do formato,
carregam muito estilo. No videoclipe de “Good for you” Olivia traz um
sentimento nostálgico com o cabelo repartido ao meio e o uso de florzinhas
prendendo a franja.

Nos anos 2000, embora os lisos e compridos seguissem firmes,


os penteados semi-presos começaram a ganhar espaço e, com
eles, as presilhas, os tic tacs e as piranhas. E aos poucos,
todos estão de volta. (CORREIO BRAZILIENSE, 2022).

Figura 2 – Imagem, fotografia

Fonte:

https://stealthelook.com.br/5-penteados-da-olivia-rodrigo-inspirados-nos-anos-2000-para-voce-copiar/

As Baby Tees (figura 3) também são grandes aliadas da cantora, são


camisas curtas e de modelagem mais justa que eram tipicamente usadas nos
anos 2000, principalmente, com saias e calças de cintura baixa. As Baby Tees
costumam ficar acima do umbigo e ter estampas e frases que, geralmente,
retratam uma banda ou figuras em geral que são comuns entre os jovens,
como corações, carros, ursos e estrelas.

Figura 3 – Imagem, fotografia

Fonte:

https://capricho.abril.com.br/moda/os-segredos-dos-looks-de-rua-fashionistas-da-olivia-rodrigo/

A sobreposição é um clássico dos anos 90, acredita-se que popularizado


pelo filme As Patricinhas de Beverly Hills (1995), e tem sido revivido
atualmente. Segundo o que relata a Revista Vogue (2019), a combinação não
só de vestido e camiseta (figura 4), mas também de camisetas sobrepostas a
tops, tem sido um sucesso não só entre a moda de rua, mas também entre as
celebridades.

Usar a t-shirt branca por dentro do vestido ou da blusa de


alcinha era uma tendência muito comum nos anos 2000, usada
por pessoas de todas as idades. O sucesso era tanto que
muitas peças eram vendidas trazendo o falso efeito de
sobreposição. (FAROL DA BAHIA, 2020)

“Esta é uma das tendências dos anos 90 e 2000 que também


aparecem muito nos looks de Olivia. Sobreposições nada óbvias,
inclusive. Mas vestido com uma t-shirt é quase a marca registrada
dela.” (GAROTA TE CONTO TUDO, 2021).
Figura 4 – Imagem, fotografia

Fonte:

https://garotatecontotudo.com.br/2021/09/08/estilo-de -olivia-rodrigo/

A transparência é outro clássico que está de volta (figura 5), isso porque
as blusas longas em telinhas e os vestidos que mais parecem sobrepostos a
uma roupa íntima estão cada vez mais comuns no mundo da moda, e
consequentemente, no guarda-roupa de Olívia Rodrigo. Isso reforça, mais uma
vez, a ideia de Oliveira no prefácio de Castilho (2009) de que uma das
possibilidades da moda é a de recuperar tendências.

Figura 5 – Imagem, fotografia

Fonte:

https://www.instagram.com/p/CoVejxNSmOR/
CONCLUSÃO

Diante dessa análise, mais uma vez, é possível notar o ciclo acelerado
de tendências, a forte influência do meio digital sob a cadeia produtiva da moda
e, por consequência, a volta das estéticas vintage, como por exemplo, os anos
90 e 2000.

É natural que exista essa confusão entre a moda do


passado e a do presente, especialmente porque esse
movimento acelerado de produção que é empregado
pelas marcas do chamado fast fashion limita as
possibilidades criativas e gera a necessidade de
revisitar o passado. (JORNALISMO JÚNIOR, 2022).

Ademais, como representante dos jovens da geração z, a cantora Olívia


Rodrigo demonstra um forte apreço pelo uso do “Y2K” com seu guarda roupa
diversificado e cheio de referências, ela usa muito bem a estética a seu favor,
construindo através do conjunto de suas músicas e seu estilo um efeito
nostálgico no público, alcançando todas as idades, mas principalmente os
adolescentes que a veem como referência de estilo.

Ao analisar o contexto histórico das referências


icônicas dos anos 2000, é difícil não sentir um calor no
coração e saudades de tempos estáveis e
esperançosos. É por isso que esse período tem a
cultura tão explorada e permanecerá trazendo novas
lembranças. (VERSATILLE, 2021).
REFERÊNCIAS

A BELEZA Olivia Rodrigo: o estilo de maquiagem da nova estrela da música pop. [S. l.],
12 jun. 2021. Disponível em: https://www.bebelezatech.com.br/post/beleza-olivia-
rodrigo. Acesso em: 30 jun. 2023.

A HISTÓRIA DA MODA INFLUENCIANDO AS TENDÊNCIAS. 2014. ESPECIALIZAÇÃO EM


ESTÉTICA E GESTÃO DE MODA (ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES) - Especialista em
Gestão e Estética em Moda, do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Estética e
Gestão em Moda, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.,
[S. l.], 2014. Disponível em:
file:///C:/Users/mirte/Downloads/Bruna%20Emmanuele_t.02%20(1).pdf. Acesso em: 2
jul. 2023.

A MODA DE 1990: UMA ANÁLISE SEMIÓTICA DO FIGURINO DA SÉRIE AMERICAN CRIME


STORY – O ASSASSINATO DE GIANNI VERSACE. 2018. Projeto de Trabalho de Conclusão
de Curso (Superior de Tecnologia em Design de Moda) - Universidade do Sul de Santa
Catarina, [S. l.], 2018

A MODA DOS ANOS 2000 FOI CAÓTICA E, POR ISSO, TÃO LEGAL. [S. l.], 13 abr. 2021.
Disponível em: https://elle.com.br/moda/a-moda-dos-anos-2000-foi-caotica-e-por-
isso-tao-legal. Acesso em: 29 jun. 2023.

AS BABY TEENS são a tendência Y2K perfeita para montar looks estilosos. [S. l.], 7 dez.
2021. Disponível em: https://capricho.abril.com.br/moda/as-baby-tees-sao-a-
tendencia-y2k-perfeita-para-montar-looks-estilosos/. Acesso em: 29 jun. 2023.

A VOLTA da moda anos 2000: fique por dentro das tendências. [S. l.], 24 out. 2022.
Disponível em: https://blog.stz.com.br/moda/moda-dos-anos-2000. Acesso em: 1 jul.
2023.

A VOLTA dos anos 2000: a influência da tendência Y2K sobre o jovem. [S. l.], 24 ago.
2022. Disponível em: https://jornalismojunior.com.br/a-volta-dos-anos-2000-a-
influencia-da-tendencia-y2k/. Acesso em: 1 jul. 2023.

CHLOE and Chenelle are the “It” Sisters of Style. [S. l.], 10 dez. 2021. Disponível em:
http://officemagazine.net/chloe-and-chenelle-are-it-sisters-style. Acesso em: 2 jul.
2023.

CICLOS de tendências #6: a moda feminina dos anos 90. [S. l.], 27 nov. 2019. Disponível
em: https://www.digitaletextil.com.br/blog/moda-feminina-dos-anos-90/. Acesso em:
1 jul. 2023.
ESTILO de Olivia Rodrigo – o ícone da Geração Z!. [S. l.], 8 set. 2021. Disponível em:
https://garotatecontotudo.com.br/2021/09/08/estilo-de-olivia-rodrigo/. Acesso em:
28 jun. 2023.

ESTILO DE OLIVIA RODRIGO RESGATA O MELHOR DOS ANOS 2000. [S. l.], 27 maio
2021. Disponível em: https://harpersbazaar.uol.com.br/moda/estilo-de-olivia-rodrigo-
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MENDES, Valerie – DE LA HAYE, Amy. A moda do século XX. São Paulo: Martins Fontes,
2003.

MISTURANDO épocas, Olivia Rodrigo dá toques de Geração Z à clássicos do guarda-


roupa dos anos 90. [S. l.], 28 out. 2021. Disponível em:
https://www.manequim.com.br/moda/misturando-epocas-olivia-rodrigo-da-toques-
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2023.

MOUTINHO, Maria. A moda no século XX. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 2000.

O ESTILO urbano e cool de Olivia Rodrigo. [S. l.], 16 fev. 2021. Disponível em:
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OLIVEIRA, Ana Cláudia – CASTILHO, Kathia. Corpo e moda por uma compreensão do
contemporâneo. Barueri SP: Estações das Letras e Cores Editora, 2008.

OS ANOS 2000 ESTÃO DE VOLTA. [S. l.], 30 ago. 2022. Disponível em:
https://www.zzmall.com.br/magazzine/style/os-anos-2000-estao-de-volta. Acesso em:
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OS SEGREDOS dos looks de rua fashionistas da Olivia Rodrigo. [S. l.], 27 mar. 2022.
Disponível em: https://capricho.abril.com.br/moda/os-segredos-dos-looks-de-rua-
fashionistas-da-olivia-rodrigo/amp/. Acesso em: 1 jul. 2023.

O SIGNIFICADO por trás do look viral de Olivia Rodrigo para a Casa Branca. [S. l.], 19 jul.
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QUEM raios é Olivia Rodrigo?. [S. l.], 30 jun. 2021. Disponível em:
https://www.omelete.com.br/musica/quem-raios-e-olivia-rodrigo. Acesso em: 2 jul.
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STEELE, Valerie. Tudo sobre moda. Botafogo RJ: GMT Editores Ltda., 2013.
5 PENTEADOS DA OLIVIA RODRIGO INSPIRADOS NOS ANOS 2000 PARA VOCÊ COPIAR.
[S. l.], 21 ago. 2021. Disponível em: https://stealthelook.com.br/5-penteados-da-olivia-
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