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O Códex Chinês

Instituto Português de Naturologia


Curso de Naturopatia

Modalidade Fim de Semana


3º Ano – 1º Semestre

Disciplina: Farmacopeia Chinesa I

O Códex Chinês

Docente: Professora Margarida Simões

Aluna: Sara Paulino

Lisboa, 2024
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O Códex Chinês

Índice

1. Introdução... ................................................................................................................................................ 3

2. O Códex Chinês ..........................................................................................................................................4

2.1. Anamnese da Paciente I. .........................................................................................................................4

2.2. Utilização da Formula Escolhida ..............................................................................................................4

2.3. Resultados ............................................................................................................................................... 5

3. Conclusão ................................................................................................................................................... 6

4. Referências Bibliográficas ......................................................................................................................... 7


O Códex Chinês

1. Introdução
O presente trabalho de índole académica, realizado no âmbito da disciplina de Farmacopeia
Chinesa, do terceiro ano, do Instituto Português de Naturologia e lecionada pela professora Margarida
Simões, tem como objetivo geral a realização de um trabalho que servirá como instrumento de
avaliação continua da disciplina.
O tema escolhido para o nosso trabalho foi “Códex Chines”, no qual iremos analisar a formula
utilizada para a sintomatologia de uma pessoa à nossa escolha. O motivo da escolha deste título deve-
se ao fato de a farmacopeia para mim ser um mundo novo em forma de códex chines, no qual existem
imensas formulas chinesas onde podemos tratar patologias e que possamos também explorar os
desequilíbrios do organismo segundo um diagnóstico naturopático e holístico, tornando-o um tema
interessante de pesquisar tratar e analisar.
Com este trabalho, pretendemos atingir objetivos como:
 Aprofundar e aplicar conhecimentos teóricos previamente adquiridos na disciplina;
 Consolidar competências a nível da recolha, seleção e tratamento da literatura científica
fidedigna para uma melhor análise da informação relativa ao tema
De forma a alcançar os objetivos propostos, realizámos a pesquisa bibliográfica, na qual
selecionámos apenas os autores e documentos mais pertinentes dada a temática do trabalho, e
recorremos ainda a alguns apontamentos e orientações da disciplina.
No que diz respeito à estrutura do presente trabalho, encontra-se da seguinte forma: o primeiro
capítulo corresponde à introdução que abrange o tema do trabalho, a sua relevância, a metodologia, os
objetivos a que nos propusemos assim como a sua estrutura. O segundo capítulo é dedicado
primeiramente com uma anamnese sucinta da pessoa selecionada, depois optamos por definir alguns
conceitos e extrapolá-los para a fórmula que selecionamos para tratar a patologia da paciente, e
finalizando com os resultados obtidos da sua utilização. No último capítulo, a conclusão mencionamos
se os objetivos iniciais foram ou não alcançados, as dificuldades e facilidades da realização deste
trabalho e também referimos as aprendizagens e resultados do mesmo.
Este trabalho encontra-se estruturado segundo a Norma Portuguesa 405-1 e de acordo com o novo
acordo ortográfico.

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2. O Códex Chinês
Neste capítulo, iremos explorar a anamnese da paciente selecionada, incluindo a sua sintomatologia,
extrapolá-la para a Teoria Básica Chinesa, justificar a fórmula chinesa utilizada e relatar os resultados
obtidos.

2.1. Anamnese

A paciente I. é uma senhora do sexo feminino, com 23 anos, que mora em Palmela, que vive em
união de facto com o seu namorado, sem filhos, e encontra-se a tirar o curso de Psicologia pós-laboral
(em Lisboa) e a trabalhar, em part-time, como explicadora num centro de estudos, em Palmela, para
crianças dos 11 aos 15 anos. Desconhece o seu grupo sanguíneo.
Sobre o histórico familiar, a paciente descreve que a avó paterna faleceu com 68 anos (2008) com
doença oncológica óssea e metastização pulmonar e o avô paterna faleceu num acidente rodoviário
com 25 anos (1965); a avó materna tem hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2 e artroses e avô
materno fibrilhação auricular, hipertensão arterial, gota e artroses. O pai não tem antecedentes
pessoais e a mãe tem HTA. A irmã sofre de bipolaridade.
A paciente I. refere que não faz medicação, e que não tem hábitos alcoólicos, apenas socialmente e
que fuma também socialmente. Nega alergias. Não consome drogas. Não bebe café. Pratica exercício
físico com regularidade (2 vezes por semana), e entre os 7 e os 17 anos, praticou ginástica rítmica.
Em relação à tabela dos 5 elementos, nos sentimentos, sente mais afinidade com ansiedade, sobre
a estação, pelo outono e prefere o frio.
A sua queixa principal foi a gripe A, na qual iniciou-se com uma discreta dor de garganta com nariz
entupido com secreção amarelada, durante o dia, e à noite, agravou-se com um quadro de tosse
produtiva, febre (38,3ºC) e cefaleias, de forma tão intensa que deixou o seu humor deprimido, sem
energia e “de cama”, durante 6 dias.

2.2. Utilização da Fórmula Escolhida

Na Medicina Tradicional Chinesa, o clima é considerado, segundo ROSS (1985), como a mais
importante fonte externa de Fatores de Doença, sendo compostos por Vento, Frio, Calor, Humidade,
Secura e Calor de Verão. As suas oscilações dentro de limites razoáveis, fazem parte da naturalidade
de uma vida saudável. Ou seja, se o corpo encontra-se saudável e forte o Yin e o Yang estão em
equilíbrio, o Qi está num nível suficiente e o corpo não será afetado pelas alterações climáticas.
No entanto, segundo o mesmo autor, se existir uma desarmonia interna e o corpo, principalmente se
o Wei Qi permanecer enfraquecido, os Fatores Climáticos vão invadir o corpo, como Influências

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Perniciosas. Se a fraqueza do corpo do Wei Qi for leve, a disputa entre a “Influência Perniciosa” e o
Wei Qi, resulta na expulsão desse agente preservo e na recuperação do doente. Mas caso a
deficiência de Wei Qi for acentuada e o agente perverso for intenso, o Wei Qi não conseguirá expulsar
este agente perverso e então se aprofundará no corpo, causando doença.
Já sobre a Influência Perniciosa neste caso clínico, é o Vento pois, segundo ROSS (1985), pois pelo
facto do Vento ser leve e estar classificado como Yang, tende a afetar a parte alta do corpo, como a
cabeça, pescoço, e face. Sobre o nosso caso clínico, estamos perante um caso de Vento Calor pois tal
como descrito o inicio da sintomatologia é de instalação rápida e súbita, com febre alta, dor de cabeça,
rinorreia e inflamação da garganta, na qual a febre é a luta entre o Wei Qi e o Vento patológico. A
congestão nasal e a irritação da garganta são o Vento a tentar invadir o Pulmão que controla o nariz e
a garganta e a dor de cabeça é a invasão de Vento nos Canais da cabeça, dificultando a circulação de
Qi. (ROSS, 1985)
Segundo SIMÕES (2023), quando temos uma invasão de Vento-Calor ao nível da camada Wei
quando a agressão exterior é mais forte, penetrando em dois níveis, fazendo com que o Pulmão seja
afetado e o seu movimento impedido, logo a ação do Wei Qi encontra-se desorganizada. Por isso
selecionei para esta sintomatologia a fórmula Yin Qiao San, pois, segundo SCOTT (2005), trata gripe
com febre, dores de cabeça, garganta inflamada.

2.3. Resultados Obtidos

Como o quadro já anteriormente descrito se instalou de forma súbita e rápida, iniciamos a


administração da fórmula ao terceiro dia, com a toma de 2 comprimidos de 2/2horas, pois também foi
quando adquirimos a fórmula. Como segundo a indicação de SCOTT (2005) para a toma de medicação
até o alívio de sintomas, os resultados obtidos foram a sudorese intensa que a paciente I. sentiu,
quando este tratava os fatores patogénicos e eliminava a toxicidade pela pele, até a temperatura
estabilizar e baixar para os 37,6ºC.

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3. Conclusão

Este trabalho revelou-se de extrema importância pois como futuros profissionais de saúde, é
essencial a utilização da Farmacopeia na consulta de Naturopatia, para podermos ajudar os pacientes
a otimizarem a sua saúde.
Um outro aspeto a ressaltar neste trabalho, é o fato da importância de reconhecer a sintomatologia
do paciente segundo a Medicina Tradicional Chinesa e compreender através da mesma os
mecanismos que por detrás dos sintomas atuam.
Julgamos ter atingido os objetivos aos quais nos propusemos inicialmente, sendo que abordamos os
vários conceitos abordados na aula, a sua interpretação e correlação com a anamnese da paciente em
questão. Ainda conseguimos aprofundar e aplicar conhecimentos teóricos previamente adquiridos na
disciplina e consolidar competências a nível da recolha, seleção e tratamento da literatura científica
fidedigna para uma melhor análise da informação relativa ao tema.
No que diz respeito às dificuldades sentidas, consideramos que um aspeto dificultador da realização
deste trabalho é o fato de haver pouca informação disponível online sobre o tema em discussão, e
ainda a correlação da sintomatologia da paciente em questão e a sua anamnese, com a formula
utilizada, uma vez que o “Códex Chinês” é bastante vasto e diversificado.
Quanto à Naturopatia, aconselhei à paciente I. a ingestão de água, para manter a hidratação
adequada e manter os 1,5L de água, pois a água tem um papel muito importante para a pessoa urinar
mais e depurar as toxinas no corpo; também aconselhei uma infusão de limão, alho e gengibre, que
devido ao seu sabor, a paciente I. recusou.
E nunca esquecer e enfatizar que a paciente é responsável pelo sucesso do seu tratamento e que
tem de acreditar que consegue encontrar um caminho em direção à saúde, incutindo na paciente
esperança.
Em suma, a realização deste trabalho, foi bastante produtiva para a nossa formação académica e
enquanto futuros naturopatas, pois permitiu-nos adquirir conhecimentos na área da medicina natural.

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4. Referências Bibliográficas

 SCOTT, John – Golden Flowers Chinese Herbs. SEMT: 3ª edição, 2005.


 ROSS, Jeremy - ZANG-FU – Sistemas de Órgãos e Vísceras da Medicina Tradicional
Chinesa. ROCA: São Paulo 1985. ISBN: 978-85-7241-063-2
 SIMÕES, Margarida –Farmacopeia Chinesa Aula 4. Instituto Português de Naturopatia: 2023
[PowerPoint de apoio à disciplina de Farmacopeia Chinesa, lecionada no IPN - Lisboa]
 Imagem da capa - [Em linha] [Consult. 03 dez 2023]. Disponível em:
https://namu.com.br/portal/saude/medicina-integrativa/remedio-tradicional-chines-nova-regra/

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