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Broken heart – Dividida

CAPÍTULO 1 – Passado

Flashback on

- Arlie querido, vou dar uma volta com a Candice. Vamos levar o Jacob para conhecer a reserva .
Já está na hora – falou Tess para o marido.
- Está bom, mas não voltem muito tarde – respondeu.
- Tudo bem.
Tess foi ao encontro de Candy que estava brincando com Jake .
- Vamos, Candice. Já sei que os nossos homens vão fazer a farra sem nós por perto. Hoje tem
futebol.
- Vamos, sim. Jake está ansioso para conhecer um pouco mais da reserva , né, filho? - perguntou
Candice para o filho que estava sentado num pedaço de madeira.
- Sim, mamãe. Quero muito conhece a reserva. Mamãe, posso mergulhar na cachoeira?
- Tudo bem, querido, mas tem que ser rapidinho, pois seu pai e seu tio podem ficar chateados.
- Está bom – falou o rapaz com um enorme sorriso.

Perto da cachoeira, Jake cai e Candy ajuda o menino a se levantar. Enquanto isso, Tess continua
pela trilha. Ela ouve um choro de criança perto da cachoeira e vai até lá para saber quem estava
ali. Quando chega, encontra uma menina coberta de sangue e com as roupas todas rasgadas.
Tess tenta procurar por alguém ou por algum animal e, quando percebe que estão em segurança,
aproxima-se da menina. Logo atrás, Candice chegava com Jake no colo.
- O que se está passando, Teresa? Quem é essa menina?
- Não sei, Candy, mas não é lá da tribo.
- Ela está toda ensangüentada – falou preocupada.
- Sim, porém não tem nenhum arranhão. Acho melhor a levarmos de volta. Com tanto sangue ela
pode atrair os… Outros… Você sabe.
- Vamos logo.
- Mas, mamãe, você prometeu que me deixaria mergulhar na cachoeira.
- Eu sei, querido, contudo hoje não vai dar, não – disse, acariciando o filho. – Vamos logo, Tess.
Sinto-os cada vez mais perto. Já devem ter sentido todo esse cheiro de sangue – as duas
mulheres começaram a correr com as duas crianças no colo.

- Arlie, Billy! – gritou Candice. – Rápido. Venham logo - os dois homens vieram correndo e se
assustaram ao ver Teresa com a roupa ensangüentada e com uma menina no colo toda cheia de
sangue também.
- O que é que está acontecendo? Foram atacadas? Quem é essa criança? – perguntou Arlie
assustado.
- Calma. Está tudo bem… - Candice explicou o que havia acontecido enquanto Teresa levava a
pobre menina para dentro de casa para trocar de roupa e lavá-la.

- Tess, temos que descobrir quem são e onde estão os pais dessa criança. Ela pode ter sido
raptada… - falou Arlie para a mulher que fechava a porta do seu quarto, onde tinha deixado a
menina dormir.
- Arlie, eles podem estar mortos. Aquele sangue todo pode ser dos pais dela.
- Só saberemos se investigarmos. Eles podem estar apenas feridos… Tess, só lhe peço uma coisa
– falou, segurando as mãos dela.
- O que, Arlie?
- Não se apegue a essa menina. Não vai resultar.
- Arlie eu…
- Vamos conseguir ter um filho, Tess, mas não essa criança.
- Não preciso ouvir isso. Eu sei – falou Tess magoada. Ela não conseguia ter filhos e viu na menina
a oportunidade de ter um.

Arlie e Billy seguiram o rastro do sangue que a menina havia deixado. Os corpos foram
encontrados do lado que ultrapassava a fronteira da floresta e eles entenderam que só podiam ter
sido os vampiros. Decidiram entregar o caso ao chefe da polícia. Este descobriu que um casal com
uma criança pequena havia desaparecido. Os moradores do lado de lá da fronteira garantiram que
não tinham nada a ver com o sumiço deles. Sem provas, o chefe da polícia encerrou o caso.
A pequena criança estava órfã e só ela sabia da verdade.
- Arlie, o que vamos fazer com ela? – perguntou Teresa.
- Eu sei no que você está pensando, porém ela não pode ficar conosco. Com certeza deve ter
família…
- Sei que não tem! Você sabe que ela está sozinha no mundo. O chefe Phill disse que não tinha
encontrado nenhum familiar da menina. Por favor, Arlie. Até já escolhi um nome para ela… - falou
entusiasmada.
- Pare, Tess. Essa menina já tem um nome. Ela se chama Anne Wilson e com certeza tem algum
familiar nesse mundo.
- Por que você está fazendo isso comigo? Por quê? – falou chorando.
- Por favor, não chore. Deixe-me investigar mais um pouco e juro que, se não encontrar nada,
podemos ficar com ela.
- Você jura? – ele fez que sim com a cabeça. – Obrigada. Você não sabe o quanto o amo – falou
entusiasmada e esperançosa, abraçando o marido.
- Sei sim, mas não tanto quanto eu amo você.

As investigações não serviram de nada e Tess conseguiu o que tanto queria. Batizou a menina
de Hadassa Black. Ela tinha apenas três anos. Os seus cabelos eram cacheados cor de chocolate e
os olhos eram verdes.

Anos mais tarde, Tess adoeceu e Candice esperava outro rapaz. Com a doença de Tess, foi Candy
quem teve que cuidar de Hadassa, que agora tinha cinco anos, enquanto Jake tinha seis.
Jacob era um menino travesso de cabelos negros e uma pele muito morena. Ele brincava muito
com a prima. Eram quase como irmãos. Ela era a única menina no grupo e era tratada como uma
princesa.
Candice entrou em trabalho de parto. Um parto muito complicado. O bebê estava atravessado
na barriga com o cordão umbilical na garganta. Demoraram quarenta e oito horas para
conseguirem tirar o bebê que já estava morto. Candice também não resistiu e acabou por morrer.
Foi uma grande perda para Billy que agora teria que cuidar de Jake e do sobrinho de Candice,
Conrad, dois anos mais velho que Jacob.
Anos mais tarde, Tess também morreu, quando Dassa estava com onze anos. E nesse mesmo
ano, chegou uma família à Reserva: a família Hunt, constituída por Benny e Brenda, os pais,
Aaron, da idade de Jake, e Greg, um ano mais novo que Dassa. Assim formaram um novo grupo
de amigos, onde desde sempre Dassa era a única menina.

Flashback off

CAPÍTULO 2 – Acampamento.

Dassa’s POV

- Por favor, Jake. Deixe-me ir acampar com vocês.


- Já falei que não.
- Mas que droga. Por que é que não nasci menino?
- Dassa, não ia fazer sentido você vir. Isso é um acampamento só para meninos. Vamos fazer
coisas de meninos, falar de meninas. Ia se muito chato para você.
- Mais chato vai ser ficar aqui solitária. Não acredito que você vai me deixar aqui sozinha.
Prometeu que nunca me iria abandonar – esta tática nunca falhava. Mas qual é a deles de me
excluírem sempre de tudo? Fiz a minha melhor cara de cachorro abandonado e botei mais lenha. –
Vá lá, Jake. Finja que sou um rapaz. Até me visto de rapaz se você quiser, porém me deixe ir.
- Dassa, isso não depende de mim…
- Então ‘ta. Eu vou.
- Dassa, os outros também têm que decidir.
- Jake, você não sabe fazer de conta não? Reprovou a matemática, foi?
- Como assim?
- Jake do céu, olhe só. O Aaron adora quando participo nas suas coisas. O Greg não vai dizer que
não porque quando estou no grupo vocês deixam de pegar no pé dele e passam a pegar no meu.
Se você me deixar ir, o Conrad fica em desvantagem e só tem mais que aceitar que eu participe.
Está tudo em suas mãos, Jake – já está no papo. Ele não me vai negar isso.
- Ok, ok. Agora é você que vai ter que aturar o Conrad…
- Eu sabia. Vou já pegar minhas coisas.

Jake’s POV

Era impressionante como ela conseguia tudo de mim. Não sei se é aquela voz doce ou se são
aqueles olhos lindos. Só sei que ela me enfeitiça e consegue sempre tudo o quer.
-Jake, já estou pronta.
-Vamos logo. Eles já estão nos esperando.
Quando chegamos perto deles, Conrad começou logo a brigar comigo.
-Jake, por que você trouxe a Dassa? Pensei que era um programa só para homens – ele carregou
bem na palavra “homens”, mas como sempre a Dassa tinha resposta para tudo.
-Então, Conrad, você não está vendo, não? Está me confundido com um boiola? Sou eu, Samuel –
ela falou num tom mais forte. Se não a conhecêssemos, podíamos jurar que era mesmo um rapaz.
Estava usando umas roupas minhas e seu cabelo estava preso e escondido por debaixo de um
chapéu. Aquela imagem me fez rir, mas o olhar assassino de Conrad me dizia que era melhor eu
parar.
-Haha, que gracinha, Dassa. Mas você não me engana, não. Sei muito bem que é você.
-Mas qual é a sua, cara? Deixe-a participar no programa. Está mesmo parecida com um rapaz.
Nem vamos notá-la com a gente – falou Aaron com seu jeito gozador, sem ligar para o irritado
Conrad.
-Pois é, Conrad. Você é o único que não me quer aqui. Vá lá, primo. Não seja tão machista. Não
tenho culpa alguma de ter nascido menina – agora ela já falava com a sua voz doce e melódica.
-Porra, Dassa. Você é mesmo irritante. Consegue sempre tudo o que quer. Só sabe arruinar
nossos planos – isso magoou muito Dassa. Ela até estava para desistir de vir com a gente, mas eu
e o Conrad a convencemos a vir.
-Pô, cara, você podia ter pegado leve.
-Não tenho culpa de ela ser insistente. Depois ouve o que não quer. Ela nem sequer é do nosso
sangue. Se essa menina não existisse, estaríamos aqui numa boa – Dassa estava ouvindo tudo e
saiu ainda mais magoada.
-Agora você passou dos limites, Conrad - eu estava muito furioso e pronto para brigar com ele, se
não fosse o fato de Dassa ter corrido floresta adentro.
Corri com Aaron atrás dela. Quando a alcancei, segurei-a. Ela chorava.

Dassa’s POV

Eu odiava que Jake me visse chorando. Não queria mostra meu lado mais fraco, principalmente
para ele, o homem que eu amava. Não queria que ele sentisse pena de mim.
-Deixe-me. Jake. Quero ficar sozinha.
-Ele não falou por mal, Dassa.
-Sei que era mesmo isso o que ele queria falar. E isso não me afeta, não.
-Então por que está chorando?
-Ela não está chorando, idiota. Você ainda não percebeu que entrou poeira no olho dela, não?
Aquele palhaço do Aaron conseguiu me fazer sorrir com as suas bobagens. Era por isso que eu
gostava tanto dele.
-É isso aí. Você está vendo como fala as coisas certas quando deve?
-Claro que sei. Sou o mestre da oportunidade.
-E da babaquice também – falou Jake divertido, mas ainda preocupado comigo.

-Vamos dar um mergulho na cachoeira. A noite está quente – sugeriu Aaron.


-Isso mesmo. Vamos lá. O último a chegar prepara o jantar – gritei, já correndo.
Eles correram atrás de mim que nem doidos e o Aaron foi o último a chegar.
Jake permitiu que eu ganhasse. Não precisava da pena dele e essa atitude me irritou muito. Gosto
de ganhar as coisas por meu próprio mérito e não por caridade alheia.
Quando cheguei à cachoeira, me sentei em uma pedra para recuperar o fôlego. Na pedra havia
uma mancha vermelha. Parecia sangue, de animal talvez. Como se um imã me puxasse, pus a
mão sobre a mancha e uma visão bem forte passou pela minha cabeça naquele instante.
Uma mulher corria muito assustada pela floresta com uma criança bem pequena no colo. Havia
um homem atrás dela, também apavorado, que tinha sido alcançado por outro. O olhar daquele
homem me deu medo, apesar de saber que não poderia me fazer mal algum. O outro cara se
debatia para fugir e, quando percebeu que não tinha mais jeito, gritou para a mulher “corra,
corra, corra”. Depois do grito não vi mais nada. Sentia-me zonza. Muito zonza. Jake e Aaron já
haviam chegado e estavam brincando de bater um no outro. Jake quando percebeu que eu não
estava bem veio ao meu encontro.
-Você está se sentindo bem? Está pálida!
-Estou um pouco zonza, mas vai passar.
-Acho melhor voltarmos para o acampamento. Venha – disse, me agarrando pela cintura.
Aquelas imagens não saíram de minha cabeça a noite toda e tive até pesadelos com aquelas
pessoas.

Jake’s POV

Estou começando a ficar muito preocupado com a Dassa. Depois da discussão com o Conrad, ela
passou mal e agora anda estranha, assustada. Acordou de noite aos gritos. Fui correndo ao seu
encontro porque pensei que estava sendo atacada por qualquer animal. Quando cheguei à
sua tenda , ela estava chorando e só pedia que eu a abraçasse muito. Não quis me falar o que
tinha acontecido.
A noite mal passada por todos só irritou mais Conrad e Dassa decidiu deixar o acampamento mais
cedo e voltar para a Reserva. Passei uma noite sem ela, mas não agüentei mais de preocupação.
Precisava vê-la, queria saber como a garota estava. Decidi voltar.
-Pronto. O acampamento já está arruinado. Eu sabia, eu sabia que aquela pirralha não deveria de
ter vindo. Ia estragar tudo e estragou.
Aquele discurso já não me afetava mais. Os meus pensamentos estavam todos em Dassa e desta
vez foi Aaron quem brigou com Conrad.
-Você já reparou que é o único que não gosta dela? Qual é o seu problema, hein, cara? Sente-se
trocado, ignorado por Dassa ter todas as atenções da família? Veja se cresce, cara – aquelas
foram as palavras que calaram Conrad por algum tempo. Quem diria que um cara todo descolado
e alegre, que detesta uma briga, iria falar uma coisa dessas para alguém, principalmente para
Conrad, o mais destemido?
Acabamos todos por voltar. Logo que chegamos, fui procurar Hadassa. Adentrei o quarto dela.
Estava mais calada do que o normal. Logo ela, a tagarela de serviço.
-Você está bem?
-Aham.
-Passou bem a noite?
-Aham.
-Teve pesadelo esta noite?
O silêncio reinou no quarto. Isso era um sim?
Que tipo de sonhos eram esses que a deixavam nesse estado?

Dassa’s POV

Jake não me deixou à tarde. Eu apenas ficava deitada em minha cama em silêncio. Tinha medo de
dormir e ver de novo aquela mulher. Mas foi o que aconteceu. Adormeci e acordei de novo com o
grito desesperante daquele homem. “Corra, corra, corra”. Desde que toquei naquela mancha,
minha vida virou de cabeça para baixo. Vivo assustada, com medo de tudo. Decidi voltar à
cachoeira no meio da noite. Nada mais me importava do que acabar de vez com essas visões.
Talvez se eu voltasse a tocar naquela pedra tudo desaparecesse do mesmo jeito que apareceu. Eu
não agüentaria mais uma noite de pesadelos com Jake do meu lado.
Quando cheguei à cachoeira, sentei-me na pedra. Fechei meus olhos por segundos, friccionei-os e
respirei fundo. Deixei minha mão cair de leve sobre a pedra. Abri os olhos para alcançar a mancha
e um turbilhão de imagens veio em seguida. Tirei minha mão dali o mais rápido possível.
Levantei-me assustada. Estava me sentindo novamente zonza. Arrastei-me pela cachoeira e a
certa altura já não tinha mais a noção de onde estava nem para onde ia. Corri meio que aos ésses
até que me deparei com sete pessoas cheias de sangue em suas bocas. Um deles se dirigiu a
mim. Era uma menina lindíssima. Parecia um anjo, de tão perfeita e bela, se não fosse o seu olhar
ameaçador. De repente tudo ficou turvo.

CAPÍTULO 3 - Os Cullens.

Ed’s POV

Estávamos caçando quando uma intrusa veio correndo meio doida até nós. Quando olhou para
nós, ficou apavorada e desmaiou. Carlisle decidiu trazê-la para nossa casa até que ela
recuperasse.
Era quase de manhã quando a estranha humana acordou. Alice passou a noite toda do lado dela.
A moça levou um susto ao ver Ali bem perto dela.
-Você está bem? Lembra-se do que aconteceu ontem de noite? – perguntou Ali.
A menina parecia confusa. Tentei ler sua mente, mas havia apenas um espaço vazio nela. Não que
não conseguisse ler nem que ela estivesse bloqueando, mas era como se não houvesse mesmo
nada ali.
-Como você se chama? – perguntou de novo Ali.
-Eu…eu… No me lembro. Quem são vocês? Quem sou eu? – estava muito assustada. Será que ao
desmaiar havia batido com a cabeça? A moça começou a se desesperar e em sua mente apenas se
ouvia a mesma questão: “quem sou eu?”.
Jasper finalmente havia chegado para acalmá-la. Agora mais calma, ela nos olhava e pensava
quem nós éramos. Decidi me apresentar.
-Meu nome é Edward. Essa é minha irmã Alice e esse é meu irmão Jasper – falei apontando
primeiro para Ali e depois para Jazz. – Somos filhos do médico da cidade, o soutor Cullen. Carlisle
Cullen.
-Cidade? Em que cidade estamos? Vocês sabem que eu sou?
-Você está em Forks,e pelos visto se chama Hadassa – falou Jazz, apontando para o colar que ela
trazia com o seu nome.
Ela pensou em um nome como uma breve memória.
-Hadassa? Não… Não me lembro. Mas sei que esse não é o meu nome. Wilson…Wilson é o meu
nome.
-Isso é no máximo um sobrenome – falou Emmett que entrava em casa.
-Não sei... Não me recordo de meu nome… Mas sei que Hadassa não é! Não me identifico.
-Então como quer ser chamada? Wilson é muito formal. Que tal Willy? – falou Emm brincando. Ela
sorriu.
-Tudo bem. Podem me chamar de Hadassa. Alguma hora vou ter que me lembrar do meu nome.
Espero. Com ajuda de seu pai. Ele é médico. E você? – perguntou, apontando com a cabeça para
Emm. – Você também é da família?
-Sim. Sou irmão deles também. Meu nome é Emmett, mas pode me chamar de gostosão,
desconhecida anônima.
-Desconhecida e anônima são sinônimos, ô, idiota! – falou Rose, descendo as escadas e dando um
tapa na testa de Emm.
-Essa é a Rosalie, também nossa irmã e minha namorada. Tal como a Ali é namorada do Jazz.
-Como? Mas… Vocês… Não são… Irmãos? – gaguejou atônita.
-Adotados. Somos todos adotados. Quer dizer, Rose e Jazz são irmãos gêmeos e sobrinhos de
Carlisle, mas ficaram órfãos quando crianças e Carlisle os adotou. Eu e Ali fomos adotado por
Esme, nossa mãe, e Emm foi adotado mais tarde pelos dois – esclareci.
-Não ligue para Emm. Ele é meio atrasado – sussurrou Ali para a moça, fazendo-a crer que
ninguém havia escutado. Emm emburrou e foi puxado por Rose dali antes de revidar com a irmã
caçula.

Dassa’s POV

Podia não saber quem era ou quem era aquela família, mas estar ali com eles estava sendo muito
divertido. Rose era definitivamente a mais bela. Uma deusa comparada a ela não era nada. Seus
cabelos loiros iluminavam a face perfeitamente delineada e cálida. Ali era igualmente bela, mas
tinha um tipo de beleza totalmente diferente. Ela se assemelhava a uma fada, tanto pela beleza
como pela estatura e estrutura corporal. Emm era mesmo o par ideal para Rosalie. Era bastante
musculoso e alto. De certa forma me lembrava Hércules, da mitologia grega. Jazz tinha uma
expressão em sua cara bastante incomodativa, porém por debaixo de sua aparência incômoda
estava um homem lindo, com um corpo bem feito. Não era musculoso como Emm, mas exibia
umas curvas musculosas muito bem definidas. Via isso pelo suéter colado ao corpo que ele trazia
vestido. Ed parecia o mais distante de todos. Não pela presença, mas pelo seu olhar. Seu corpo
era muito bem desenhado. Era alto, espadaúdo e aquilino. Seu corpo era bastante musculoso,
mas não tanto como o de Emmett. Edward me fazia lembrar o perfil de um príncipe ou de um
cavaleiro da Idade Média.
Eram seres tão perfeitos que chegavam a parecer sobrenaturais. Quem me dera ter metade da
beleza que eles tinham. Um décimo bastava perfeitamente. A beleza deles me absorvia por
completo e o seu cheiro era completamente anormal, de tão gostoso que era.
Perto da hora do jantar chegou um homem e uma mulher que aparentavam ser um pouco mais
velhos que os cinco irmãos. Os dois eram tão belos quanto os outros Cullens. A mulher
transparecia um sentimento de maternidade e simpatia. Pela primeira vez me senti parte daquela
família de verdade. O homem transmitia segurança e proteção. Era tão loiro quanto Rosalie e
Jasper. Via-se mesmo que eram da mesma família. Até mesmo pela cor indefinida dos olhos:
dourado. Aliás, reparando melhor, todos os sete tinham a mesma cor de olhos. Estranho… Será
que usam todos lentes? É provável. Com uma cor tão esquisita, só pode.
-Olá, minha querida. O meu nome é Esme e sou a mãe deles – apresentou-se, me tirando dos
meus devaneios
-Eu sou Carlisle. Sou médico. Os meus filhos já devem ter lhe falado. Eles me telefonaram
avisando que você acordou sem memória. Como se sente?
-Bem… - falei embasbacada. Papai, me acuda. Como é que uma família consegue ser tão
maravilhosa… E cheirosa. Tão… Perfeita?! Senti-me insignificante perto deles. Esme e Carlisle
combinavam perfeitamente. Foram literalmente feitos um para o outro.
A certa altura meu estômago roncou.
-Está me parecendo que você está com fome – falou Esme com um olhar terno. – Vou preparar
algo para você comer.
-Vocês jantam comigo? – perguntei.
-Não. Já comemos – acrescentou Ali.
Achei aquilo estranho, pois tínhamos passado a tarde toda juntos e nunca me dei conta de vê-los
comendo. Devo ter ficado tão entretida e absorvida que nem reparei se eles comiam ou deixavam
de comer.

Cada dia passado com eles era mais divertido. Emm era definitivamente o palhaço da família.
Fazia-me lembrar alguém que não conseguia recordar. Jazz era o mais misterioso e Ed, o mais
ponderado. Ali e Ed eram os que mais falavam comigo. Esme e Carlisle cuidavam de mim como se
eu realmente fizesse parte da família. Rose não gostava muito de minha presença. Falava sempre
que eu era um problema. Nunca entendi muito bem o porquê.
Mas até agora eu continuava sem memória, sem saber quem eu era. Por quanto tempo isso ia
durar?
Ali’s POV

Ter Há por perto é muito legal. Ela é muito “fala-barato”, mas gosto disso nela. É uma pena não
saber quem é. Eu e Ed somos os que lhe fazem mais companhia. Jazz e Rose são demasiado
apreensivos quanto à presença dela em nossa casa. Emm tem vezes que fica ao lado de Rose.
Quando ela não está por muito perto, ele brinca muito com Há. Está sempre lhe pregando
partidas.
Ontem tive uma visão do futuro de Edward e Há juntos. Fiquei muito empolgada. Queria muito
mesmo que ela fosse minha cunhada. Ed me repreende sempre por ter pensamentos deles juntos
no futuro e cita sempre o mesmo discurso: “ela é uma humana!”. Eles fariam o par perfeito e
assim a família estaria completa.
Quero muito ajudá-la a se lembrar de quem ela é. Isso a faria muito feliz e quero muito que ela
seja feliz. Gosto muito dela. É quase como uma irmã para mim. É bem diferente da Rose. Com
essa menina posso confidenciar tudo. Bom, quase tudo. Queria contar para ela o que somos.
Talvez já saiba ou desconfie. Digo isso porque reparou muito em nossos movimentos. Faz sempre
notar o nosso tom de pele, a nossa baixíssima temperatura corporal, a nossa fala de apetite
permanente, as nossas escapadas noturnas, a nossa força… Mas é educada e respeita o nosso
silêncio, evitando fazer certas perguntas.
O Ed e ela estão nesse momento fazendo maratona de TV. Estão assistindo a todo o tipo de séries
como Dr. House, Supernatural, Heroes, Sarah Connor Chronicals, Grey´s Anatomy, Lost,
Desperate Housewives, Criminal Minds, Buffy, Angel, CSI, Ben´s Island, Cold Case, Prison Break,
Ugly Betty, Ghost Whisperer e outros tantos que eu não decorei.
-Então, Há, vai desistir:? Seus olhos começam a ceder ao cansaço - falou Ed irônico.
Ele estava fazendo batota e sabia disso perfeitamente. Nenhum de nós dorme! Não era justo fazer
esse tipo de aposta sabendo que iria ganhar com certeza.
-Edward Cullen, pare imediatamente com essa palhaçada. Isso é uma sandice e você sabe disso –
falei para que ele cedesse. Ele gargalhou e cutucou Há para que ela acordasse.
-Agora é que tem graça. Não é, Dassa?

Dassa’s POV

Meus sentidos acordaram todos e ficaram em estado de alerta quando Edward me chamou
de Dassa. Ele nunca havia me chamado de Dassa. Nunca ninguém havia me chamado de Dassa.
Então por que é que essa simples abreviatura me era tão familiar? Eu sabia que meu nome não
era Hadassa. Por isso eu não deveria de reconhecer meu nome como Dassa.
Dei-me por vencida daquela maratona.
-Ed, você ganhou… Estou mesmo cansada. Vou me deitar. Boa noite.
-Durma bem – falou ele, me dando um beijo na testa. Ali fez um mesmo dando um xoxo em
minha bochecha.
Deitei-me em minha cama e logo adormeci. Comecei sonhando com um garoto muito forte, com
cabelos negros e compridos pelos ombros e bastante moreno. O seu sorriso era magnífico e
enfeitiçava-me. Ele chamava por mim. “Dassa, Dassa… Pare de filmar. Assim fico encabulado”. Eu
apenas sorria boba para aquele garoto lindo em minha frente. “Vá lá, Jake. Quero ter uma
recordação sua e a câmara capta tudo”. “Para que você quer uma recordação minha se vai me ter
para sempre do seu lado?”. Aquelas palavras fizeram meu coração acelerar. Pousei a câmara em
um local para que continuasse filmando e fui lá com ele. “Promete-me que nunca vai sair da
minha vida? Não agüentaria perder você”. Ele me abraçou forte. “Por que está falando
isso, Dassa? Você sabe que nunca a abandonarei. Nunca, mas nunca mesmo vou deixar você.
Ok?”.
Apertou-me mais em seus braços e sentir todo o seu calor em meu corpo me fez estremecer.
Encostei minha cabeça ao seu peito musculoso e ouvi seu coração bater compassadamente em
contraste com o meu que batia freneticamente. Nesse momento fechei meus olhos para sentir
melhor aquele momento captado pela câmara. Queria recordar cada sentimento, cada cheiro, cada
movimento cada vez que visse aquele filme.
Quando os abri para o encarar estava em outro lugar, nos braços de um outro alguém. Não um
homem, mas uma mulher. Essa mulher estava apavorada e corria comigo nos braços. Um homem
que estava atrás de nós todo ensangüentado e gritava “corra, corra, corra”. Ela correu mais rápido
e, quando viu que não havia mais saída, me escondeu por entre as pedras da cachoeira. Apesar
de estar escondida consegui ver essa mulher lutar com alguém sem sucesso. Queria gritar, porém
nenhum som saía. Fiz tanta força que acordei gritando.
Todas as minhas memórias haviam voltado e agora eu sabia quem era. Sabia também quem era
esta família e que eu estava em apuros. Eu sou uma Quileute e eles são vampiros, os nossos
maiores inimigos. Eu sempre tinha escutado falar sobre cada um deles, sobre suas capacidades, e,
ao contrário do que eu imaginava, eles não eram perigosos nem assustadores. Agora só pensava
em como minha família deveria de estar preocupada comigo. Principalmente meu pai e Jake.
Precisava voltar. Agora que sei quem eles são. Sei que Ed lê mentes. Se ele me encontrar agora
vai descobrir tudo e vai me matar na hora. Desci as escadas tentando não pensar em nada, mas
era difícil. Então decidi pensar em comida. Verifiquei que não estava ninguém em casa para minha
sorte. Deveriam ter ido caçar como fazem todas as noites. Esse era o melhor momento para fugir
e assim o fiz antes que eles voltassem.

CAPÍTULO 4 - De volta.

Jake’s POV

O desaparecimento da Dassa me deixou desesperado e fez com que eu descontasse toda minha
raiva em Conrad. Foi uma briga feia mesmo e ele acabou por viajar por uns tempos pra longe da
Reserva. Procurei Dassa por todos os cantos, mas nem sinal dela. Desapareceu sem deixar rastro.
O medo se apoderou de mim. E se alguma coisa tivesse acontecido? Eu não iria me perdoar
nunca. Não devia ter adormecido que nem pedra naquela noite. Devia ter ficado sempre de tocaia
e percebido que ela precisava de mim mais que nunca. Idiota, idiota!
- JAKE, Jake. Rápido. Venha rápido – gritou Aaron do lado de fora de minha casa. – Ela voltou, ela
voltou!
Ela voltou? Só podia ser a minha Dassa. Ela voltou pra mim!
Desci as escadas de uma assentada só e corri até a praça da Reserva, onde estavam todos
reunidos. Ali estava ela, abraçada ao seu pai. Queria ser egoísta e ter sido o primeiro e único a
abraçá-la, mas ele era pai dela e precisava sentir que ela estava ali tanto quanto eu. Quando me
viu, seu olhar baixou e fitou o chão. Arlie percebeu minha presença e soltou-a.
- Vá ter com ele, Dassa. Ele também precisa de você.
-Dassa – chamei-a em um fio de voz.
- Jake – respondeu baixinho enquanto caminhava em minha direção.
Não resisti à distância e corri para seus braços. Não queria largá-la nunca mais.
- Hadassa, onde você esteve? Estivemos doidos procurando você.
- Eu… Não sei. Não me lembro de nada.
- Como assim? Onde você esteve esse tempo todo? - perguntei assustado.
- Já falei que não lembro, poxa. É como se houvesse um branco em minha cabeça – falou ríspida.

Dassa’s POV

Menti com quantos dentes tinha. Não podia falar que esse tempo todo estive morando com o
inimigo. Ele ficou bem preocupado com essa falta de memória, tal como meu pai. Meu tio além de
preocupado ficou desconfiado, como se soubesse de algo.
- Não se lembra de nada mesmo? – questionou meu tio.
- Não! Não sei… Sei lá, tio. Recordo vagamente de estar andando na floresta e de ter desmaiado.
Depois é como se tivesse dormido esse tempo todo. Quando dei por mim, estava chegando aqui.
- Estranho isso. Você não está suja nem amarrotada. Está com roupas que nem são suas!
- Deixe-a em paz, pai. Se pressionarmos, aí é que ela não vai lembrar mesmo – falou Jake.
- É isso aí. Vamos falar de coisas boas. Temos que pôr a Dassa a par das novidades – falou Aaron
bem sorridente.
-Novidades? Que novidades? – perguntei animada.
O que terá acontecido em minha ausência? Nem um mês fiquei fora e já há novidades para além
do meu desaparecimento.
- Então é assim. Primeiro o Conrad foi embora da Reserva. Você já pode respirar de alívio. Ele não
vai implicar mais com você.
- Foi embora? Por quê? – perguntei admirada.
- Bem, Jake o culpou por você ter sumido. Então esses dois declararam guerra e o Conrad acabou
por se retirar em sinal de derrota.
- Mas ele não teve culpa de nada. Ninguém teve.
- Eu sei, mas o que se vai fazer? Eles são cabeça dura.
- Tudo bem. Conte-me mais.
- Gregory Hunt, meu adorado irmão caçula, se apaixonou por uma guria da cidade. E quer saber
mais…? Eles estão namorando e tudo.
- Como é que é? O Gregg está namorando mesmo? Mas isso é demais. Já anda pulando a cerca,
hein, Gregory?
- Caçula o escambau. Já sou bem crescidinho, ta? E não sou só eu que ando de quatro pelas
garotas de Forks. O mano aí anda babando pelos cantos por uma garota muito metida à besta –
falou Gregg.
- Veja lá como fala dela. Ela só ainda não aprendeu a lidar com gente mais… Normal.
- Normal? Pobre você quis dizer…? - pegou Gregg. Aaron deu um baita tapa na nuca do irmão.
- Estou gostando de ver que o pessoal aqui está bem animado. Foi só eu sumir por umas semanas
e o pessoal já está todo “in Love”. Tenho que sumir mais vezes. Assim quando eu voltar vocês já
vão estar casados – brinquei.
- NUNCA MAIS DIGA UMA COISA DESSAS! OUVIU?! NUNCA! – Jake gritou, se levantando do
banquinho da praça em que nós estávamos. Ele estava alterado e muito irritado.
- Calma, Jake. Eu só estava brincando – falei assustada.
Nunca havia o visto assim dessa maneira. Ele nunca foi de gritar. Muito menos gritar comigo.
- Desculpe-me, me desculpe – falou, passando as mãos pelo seu cabelo, nervoso. Sentou-se ao
meu lado e com um olhar suplicante falo: – Só não quero voltar a perder você de vista. É muito
especial pra mim, como um irmão que perdi junto com minha mãe. E só de pensar em voltar a
perder o que mais amo no mundo, fico doido.
Uma irmã… Era isso o que eu era para ele: uma irmã. Ele não me ama do mesmo jeito que eu o
amo.

Ed’s POV

- Há, chegamos – gritei da sala para que ela ouvisse.


- Vou lá no quarto dela ver como ela está. Quando foi dormir parecia um pouco assustada – falou
Alice, subindo a escada.
- Tudo bem.
Estar com a Há se tornava cada vez mais imprescindível. Ela já fazia parte dessa família, fazia
parte de cada um de nós. Principalmente de mim. Aquela garota estava me enfeitiçando. Quem
diria... Uma simples humana enfeitiçando um vampiro e não o contrário, como é normal.
- Ed, ela não está no quarto, não – falou assustada.
- Deve ter ido ao banheiro – falei com descaso. Essa minha irmã se preocupa demais.
- Ed, ela não está lugar algum… Não está nessa casa – falou. Agora eu também estava
preocupado.
Fechei meus olhos para poder sentir melhor o seu cheiro, assim poderia encontrá-la mais rápido,
porém não senti nada. Apenas um leve rastro do seu cheiro permanecia no ar.
- Aonde essa menina deve ter ido a uma hora dessas? Ainda é muito cedo. Nem amanheceu
direito – falou Esme preocupada também.
Alice tomou um foco e se concentrou.
- Não consigo ver onde ela está. Entretanto sinto que ela está em segurança. Foi embora pelo
próprio pé - falou.
- Como não consegue ver? Ela mal sabe quem é. E não conhece a floresta. Pode estar em
perigo…
- Ela pode ter se recordado de tudo – falou Carl, interrompendo meu raciocínio.
- Ou simplesmente se tocou de que não faz parte dessa família - falou Rose.
- Quer parar de ser grossa? – repreendeu Ali.
- Só falo o que penso – falou, fulminando Ali.
- Ok, gatinha, mas tente ser menos rude. Às vezes faz bem guardar nossos pensamentos para nós
mesmos. Ou então faça como eu... Não pense. Não combina muito com você – falou Emmett.
Claro que Rose pegou um vaso e tacou na cabeça dele. Como se pudesse machucá-lo.
- Bom, se ela saiu mesmo pelo próprio pé e não deixou recado, talvez não queira que a
procuremos. Então vamos respeitar a sua decisão – falou Jazz.
Todos concordamos, contudo eu não deixava de pensar em onde ela poderia estar. Acreditava que
pudesse estar bem, se Ali disse, mas não deixava de me preocupar com aquela garota misteriosa.

CAPÍTULO 5 - A verdade.

Dassa’s POV

Os meses passaram rápido e o meu aniversário estava chegando. Havia poucos dias que Conrad
tinha regressado à Reserva. Logo que ele chegou, o garoto e Jake se encararam, mas acabaram
por declarar paz com um aperto de mão. Quando Conrad olhou para mim, pensei que fosse logo
pegar no meu pé e falar algo do tipo “já vi que vou ter que continuar aturando você, garota
irritante”, mas ele não falou nada disso. Pelo contrário, disse:
- Já sentia saudades suas, garota. Não agüentava mais passar um dia sem ouvir essa sua vozinha
irritante – falou sorridente e me abraçando forte.
Que merda é essa? Esse é mesmo o Conrad? Estou achando que ele foi abduzido por aliens que
fizeram lavagem no cérebro dele ou então mandaram clonar por verem que ele não tinha jeito
não.
- Você está falando comigo? – perguntei, olhando em volta par ter certeza de que aquelas
palavras eram mesmo dele.
- Claro que estou. Com quem mais estaria falando? Que eu saiba você é a única guria irritante da
tribo! – ufa, parece que voltou ao estado normal.
Deve ter só entrado em transe e ter sido possuído por alguma alma extremamente bondosa.
- Também tive saudades suas. Mais ninguém implica comigo aqui na tribo – estava mentindo. Um
pouquinho só.
- Sério? – perguntou admirado. – Pensei que estava feliz por se ter visto livre de mim.
- Feliz? Você faz parte do grupo. Quando se foi, foi como se faltasse um pedaço de cada um de
nós – aquilo que falei deve ter surpreendido-o mais do que quando falei que tive saudades. Até a
mim me surpreendeu. – Somos uma família. Não somos?
Ele sorriu um sorriso completo .
- Claro que somos, Dassa – abraçou-me forte mais uma vez com nunca havia feito.

Meu aniversário chegou e, como sempre, meu pai preparou uma festinha só para os amigos. Com
a ajuda da Brenda, é claro. Quando chegou a hora de abrir os presentes fiquei muito ansiosa. Meu
pai me deu um colar que pertenceu à minha mãe. Era muito lindo. Meu tio Billy deu dois bilhetes
de concerto para assistir ao Nickelback, minha banda de rock preferida. Conrad me deu um
presente também, para meu espanto. Ofereceu uma moldura com uma foto nossa, de quando
éramos crianças, e eu estava montada nas costas dele. Nem me lembrava mais dessa foto. Gregg
me deu uma saia jeans muito linda. Ele falou que foi a namorada que o ajudou a escolher o
presente. Só podia. Do Aaron eu só poderia esperar o pior. Todos os anos ele me oferecia algo
bem ridículo só para pegar no meu pé. Mas dessa vez ele se superou da melhor das maneiras.
Ofereceu-me um caça-sonhos feito por ele com fotos de todos nós. Era realmente lindo.
Emocionei-me muito. O tio Benny e a tia Brenda ofereceram uma caixa com pingentes e miçangas
para fazer minhas próprias jóias.
Por fim veio o presente de Jake, o presente que mais contava para mim por vir de uma pessoa
muito especial para mim. Abri o embrulho. Dentro dele estava uma caixinha de madeira preta com
linhas de desenho em rosa. No meio dela estava cravejado a ouro o meu nome. Abri a caixa e
dentro estavam dois bonecos abraçados um no outro que rodavam ao som de uma música calma
e romântica.
- Essa é a Pocahontas – falou. – E aquele… Bem, o boneco não sei quem é, mas não é o Jonh
Smith - todos gargalhamos com a sua constatação. – A Pocahontas representa você. E o boneco
agarrado a ela pode ser quem você quiser.
É claro que eu queria que o boneco representasse o Jake porém não falei. Fiquei escutando a
música melódica e observando os bonecos rodarem através do reflexo deles no espelho que tinha
no interior da tampa.
Sem eu contar, veio uma imagem forte em minha mente. Era aquele casal de novo e aquela
criança. Estavam cantando os parabéns para ela. Chamei meu pai de lado enquanto todos
conversavam.
- Pai, preciso falar com você.
- Fale, filha. Está acontecendo alguma coisa?
- Quem eram os meus pais verdadeiros?
- Que pergunta é essa, Dassa?
- Preciso saber mais sobre o meu passado.
- Por que isso agora, depois de tantos anos? Pensei que já tivesse se esquecido dessa história e
que nos tivesse aceitado como sua verdadeira família.
- E aceitei, pai. Vocês são tudo o que tenho no mundo e não os trocaria por nada.
- Então por que quer falar sobre o seu passado?
- Tenho sonhado muito com um casal fugindo de algo com uma criança no colo. Essa criança sou
eu, pai? Eles são meus pais? Como é que eles morreram?
- Hadassa, se você quer mesmo saber o que foi que aconteceu, você precisa ser forte.
- Forte? A perseguição foi real?
- Essa deve ter sido a última recordação que você guardou deles, Dassa.
- Por que não me lembro deles em outra ocasião?
- Porque esse acontecimento foi o mais forte e que marcou você. É por isso que não se esqueceu
dele.
- Fale logo como eles morreram… O que os matou? Como eles se chamavam?
- Sua mãe se chamava Constance e seu pai, Spencer.
- Wilson?
- Como você sabe do sobrenome?
-É a única coisa que consigo me lembrar direito. E eu? Como eu era chamada por eles?
- Anne. Você se chamava Anne. Mas a Tess quis lhe dar outro nome.
- Como eles morreram, pai?
- Não sei se devo contar.
- Por favor, pai. Preciso.
- Vampiros.
- O quê?
- Eles foram mortos por vampiros.
- Não é verdade!
- Eu me recordo muito bem de ver os corpos deles sem vestígio de sangue e com marcas de dente
de vampiro no pescoço.
Entrei em choque. Não esperava ouvir isso. Corri para o meu quarto e me tranquei lá. A única
palavra que vinha em minha mente depois do que eu ouvi era “Cullens”. Não podiam ter sido eles.
Eu não queria acreditar nisso, contudo não restavam dúvidas. Foram eles.
Fiquei roxa de raiva. Queria vingar a morte dos meus pais e eu o faria. E iria fazer isso agora
mesmo.

Jake’s POV

Na verdade eu queria ser o par da Pocahontas. Depois que a Dassa sumira, eu havia me tocado o
quanto a amava. E ela que só olhava para mim como um irmão, o primo, o melhor amigo. Não
podia perdê-la mais uma vez. Tinha que dizer o quanto a amava, mesmo que ela depois me desse
um fora. Ganhei coragem e voltei à casa dela.
Quando cheguei, vi-a saindo de casa e caminhando floresta adentro. O que ela ira fazer a uma
hora dessas na floresta? Decidi segui-la sem me denunciar. Estava nervosa e irritada. Se eu
aparecesse era bem capaz de me proibir de segui-la e eu precisava protegê-la. Parou na cachoeira
e ficou olhando para aquela rocha que tinha sangue de animal. Cerrou os punhos e gritou. Pensei
em me aproximar dela para acalmá-la, mas, quando dei por mim, ela já estava correndo para o
outro lado da cachoeira e se dirigindo para fora da fronteira.
Mas o que é que deu nela? Ela não sabe que está saindo da Reserva? Está querendo morrer? Pelo
jeito que ela corre parece mesmo… Porém não vou deixar.
Corri atrás dela e, quando passei a fronteira, senti um calafrio percorrer minhas costas. Ela era
rápida e tinha bastante avanço sobre mim. Podia transformar-me em lobo, mas achei melhor não.
Podia chamar mais a atenção do inimigo e não era o que eu queria. Queria alcançá-la e arrastá-la
dali.
Quando me dei conta, percebi que estávamos em frente à casa do inimigo. Aproximei-me mais um
pouco e a vi adentrando a casa sem bater. Ela queria mesmo morrer! Não sabia o que fazer. Se eu
entrasse lá agora, poderíamos morrer os dois. Precisava de reforços. Transformei-me na hora e
corri o mais rápido que pude.
Quando cheguei à praça, nem liguei para o fato de não ter roupa e comecei a chamar por todos
bem alto. Em poucos segundos vieram ver o que houve.
- O que é que se está passando? Por que toda essa gritaria? – perguntou meu pai.
- Rápido. Transformem-se – falei.
- O que é que está acontecendo? – perguntou Benny.
- É a Hadassa. Ela corre perigo de vida – alertei.
- Perigo?
- Vida?
Falaram Conrad e Aaron ao mesmo tempo.
- Onde está minha filha? – perguntou meu tio.
- Ela está na casa dos Cullens de refém.
- Refém? Como foi isso acontecer? – Benny disse.
- Como eles ousaram transpor nossa fronteira! – falou meu pai.
- Agora não há tempo para explicações. Precisamos ir o mais rápido possível – falei.
-Vamos! – gritaram todos em coro, correndo para a floresta e tirando as roupa para se
transformarem.
Corri para minha casa para pegar uma roupa e voltei para a floresta para me transformar.

CAPÍTULO 6 - O confronto.

Ed’s POV

Quando ela adentrou nossa casa atacando Rose, pensei que não fosse a mesma pessoa que viveu
com a gente meses atrás. Rose a atirou para o outro lado da sala quando Há saltou em cima dela.
Tentei ajudá-la, mas ouvir os pensamentos dela não me deixou nada satisfeito.
“Assassinos! Vou acabar com todos vocês. Está ouvindo, Edward?! Vou honrar o nome da minha
família. Eu sou uma Black!”
Quem ela pensa que é para nos ameaçar? Em dois tempos, Rose acabava com ela, se não fosse
Emmett a segurando. E como assim ela é uma Black? Ela sabe de meus poderes? Será que
sempre soube e conseguiu nos enganar esse tempo todo? Não. Era impossível… Alguma hora ela
ia ter um deslize!
- Calma, Há. Você tem que se acalmar – pediu Alice.
- Não sou Há. Para vocês sou Hadassa Black – gritou furiosa.
- Como é que é? Você é uma Black? Ah, é agora que a mato – falou Rose, tentando
atacar Hadassa de novo. Carlisle e Emmett a impediram.
Eu também estava revoltado. Também queria atacá-la. Esme percebeu minhas intenções e se
colocou em minha frente.
- Agora não, Edward. Vamos tentar falar com ela primeiro – falou.
- Ela merece morrer, Esme. Ela merece – falei, tentando passar por ela. Jazz veio ajudar mamãe
me agarrando e Alice ficou em posição de defesa junto de Hadassa. Esme foi até ela e tentou
conversar.
- Querida, você tem que se acalmar. Fale com a gente. O que está acontecendo?
- Soltem-me. Não sou sua querida. Vocês são meus inimigos. São assassinos. Assassinos!
- Hadassa, sei que devíamos ter contado para você antes o que éramos, mas não queríamos
assustá-la. Agora que recuperou sua memória podemos falar mais calmamente – Esme disse.
-E nós somos vampiros diferentes. Não bebemos sangue humano. Só animal – explicou-se Alice.
- Assassinos sim. Vocês mataram meus pais. Foram vocês. Eu sei – começou, chorando
desesperadamente.
Em sua mente vinha uma imagem de um casal cantando os parabéns a uma menina pequena.
Pelo aspecto, a menina era a Hadassa, mas os pais eu nunca os havia visto antes. E nem pareciam
da tribo dos Quilotes de tão brancos que eram. A mãe até era loira e o pai, apesar dos cabelos
castanhos, tinha pele muito clara. Como ela podia ser uma Black?
- Que eram os seus pais? – perguntei.
- Não se faça de desentendido. Meu pai e minha mãe eram aquele casal que vocês mataram
catorze anos atrás. Constance e Spencer Wilson. Está lembrado agora ou os mortos foram tantos
que nem fizeram questão de decorar os nomes e as caras?
- O casal Wilson? Mas, papai, esse não era o casal que foi morto perto da fronteira e que até o
xerife da época veio nos interrogar com suspeitas de que éramos os assassinos? – recordou Alice.
- Hadassa, juro por tudo o que é mais sagrado no mundo que não fomos nós que matamos seus
pais – falou Carlisle.
- É verdade, querida. Acredite em nós – implorou Esme.
- Por favor, Há. Lembre-se de tudo o que passamos juntas. Você acha que qualquer um de nós
seria capaz de cometer uma atrocidade dessas? – Alice falou.
- Então… Se não foram vocês… Por favor, me ajudem a encontrar os verdadeiros culpados.
Ajudem-me a vingar a morte de meus pai. – pediu desesperada entre soluços.
- Prometemos – falei sem sequer saber a opinião dos outros.
Precisava ajudá-la. Tinha essa necessidade, como se um imã me puxasse para essa vingança,
como se fosse vingar a morte de meus próprios pais.
- Edward – repreenderam Rose, Jazz e Esme.
- Eles são vampiros. Disso tenho certeza. Porém não sabemos quem eles são, quantos são e quão
perigosos podem ser. Não podemos nos arriscar dessa maneira – avisou Jazz.
- Concordo com ele, meu filho. Não podemos pôr nossa família assim em risco por algo incerto –
falou Esme.
- Ela não é nada nossa. Não lhe devemos nada – falou Rose ríspida.
- Ela é sim. É minha amiga, minha irmã. E vou ajudar ela junto com Edward – falou Alice.
- Devemos pensar sobre o assunto com calma. Temos que avaliar a situação – falou Carlisle.
- Minha decisão já está tomada – falei seguro.
Há olhou para mim, em agradecendo em pensamento. De repente todos sentimos o cheiro de
lobos se aproximando.
- Eles são sete – falou Jazz.
- Deve ser minha família. Saí no meio da noite sem avisar ninguém. Meu pai deve ter percebido
meu sumiço – falou ela amedrontada com a possibilidade de haver uma briga feia.
Logo eles entraram em casa em forma de lobos, querendo nos atacar.
“Dassa”, pensou um deles.
“Minha filha.”
“Ela parece bem.”
“Ela está machucada. Atacaram-na. Vou acabar com eles.”
“Como ousam tocar em minha prima?”
Percebi que queriam atacar, então me adiantei.

- Calma. Não fizemos mal algum a Hadassa. O que aconteceu foi um acidente.
“Vocês raptaram uma de nós. Tem que pagar por isso”, falou um deles que reconheci na hora.
Billy Black.
“Papai, eles não a raptaram. Ela veio até eles pelo próprio pé.”
“Como é que é?”
“Por que ela faria isso?”
“Quis vingar a morte dos pais. Contei a ela como os seus pais morreram. Com certeza pensou que
foram eles que os mataram.”
- Mas não fomos. Fizemos um acordo e não seriamos capaz de quebrá-lo. Não queríamos ser
expostos a esse ponto. Quem fez isso nunca mais regressou. Porém estamos dispostos a ajudá-la
a descobrir – falei.
“E por que raios você quer ajudar alguém que nem conhece?”
- Porque somos amigos dela.
“Como é que é?”, falaram os sete em coro.
Olhei para Há. Ela não havia contado onde esteve quando desapareceu? Pela cara dela, não
mesmo.
- Posso explicar… - falou, olhando para os sete lobos.
Eles saíram de casa para se transformarem e voltaram já vestidos .
- Que história é essa de você ser amiga dos Cullens? – Billy disse.
- Não é o que você está pensando, tio.
- Você nos traiu? – alguém pensou o nome dele. Conrad.
- Não! Só omiti coisas… Que devia ter contado antes.
- O que foi que você escondeu de nós? – reconheci esse como o Benny.
Já havia os visto antes. O pai da Há era irmão de Billy, Arlie. Depois tinha os filhos de Benny,
Gregg e Aaron. E o filho de Arlie, Jacob. O outro não sabia quem era. Nunca o tinha visto antes,
mas agora sabia que se chamava Conrad.
- Fale logo, Hadassa – exigiu Billy.
- Menti quando disse que não me lembrava de nada quando desapareci – falou cabisbaixa.
- Ela esteve aqui conosco. Realmente esteve sem memória. Por isso cuidamos dela até que sumiu
sem deixar recado – falou Carlisle para ajudá-la.
- Você esteve esse tempo todo escondendo isso da gente?! Que confraternizou com nosso maior
inimigo?!
- Eu estava sem memória! – tentou se explicar.
- Você sabia que podia ter morrido vindo aqui sem nos avisar? Fiquei muito preocupado vendo
você entrando feito louca por essa porta. Não sabe o quanto me esgoelei correndo mata afora
para buscar ajuda, me culpando por deixar você sozinha aqui, no meio dos seus amiguinhos –
Jake falou cheio de raiva.
- Desculpe. Eu não sabia que você estava me seguindo.

CAPÍTULO 7- Pedido de ajuda.

Dassa’s POV

- O que você veio fazer aqui afinal filha, se você é amiga deles? – perguntou meu pai.
-Quando você me contou que meus pais verdadeiros tinham sido mortos por vampiros, realmente
acreditei que tinham sido eles. Então vim aqui para me vingar. Mas eles me fizeram ver que não
era verdade. Então agora estou aqui para pedir ajuda – expliquei.
- Ah, nem pensem que vou mover um dedo para ajudar essa aí. Não vou acabar com minhas
lindas unhas e meu maravilhoso cabelo em outra batalha. Já me bastou as quase guerras que tive
que enfrentar para ter um pouco de paz na minha eternidade. E nunca que eu iria me juntar a um
cachorro. Quanto mais a uma matilha inteira – falou Rose.
- Devo concordar com a Rosalie… Não pelo fato dos cabelos e das unhas… Mas não quero
enfrentar inimigos que desconheço – falou Jazz.
- Também acho perigoso – Esme.
- Você pode contar com minha ajuda, Hadassa – falou Carl.
- Para mim nem precisa pedir. É minha obrigação ajudar minha melhor amiga – Alice se
pronunciou.
- Emmett? – perguntou Ed para o irmão com cara de quem diz “preciso de você!”.
- Vejo que precisam de mim… Já sabem que estou sempre pronto para uma boa briga – falou
sorridente.
- EMMETT! – gritou Rose.
- Desculpe, gatinha, mas Ed é meu brother e a gata Há precisa da ajuda do gostosão aqui – falou,
apontando para seus bíceps.
- Você me paga – emburrou Rose.
Carlisle olhou para Esme e Jazz, pedindo um veredicto.
- Se você quer ajudar, também ajudo, meu amor – falou Esme.
- E você, Jasper? – perguntou Carl para ele.
- Sei, não.
- Por favor, querido… - pediu Esme.
- Vamos lá, amor. Depois recompenso você muito bem – falou Alice marotamente.
- Tudo bom, tudo bom. Eu ajudo – Alice guinchou e saltou para o colo dele.
- Rose? – Esme disse.
- Já tomei minha decisão! Mas… Como vocês decidiram todos ajudar… Só não me responsabilizo
pelas mortes! – cedeu por fim.
- É isso aí, gata linda. Venha aqui com seu tigrão… - falou Emm ,rosnando feito tigre para ela.
- Obrigada a todos por me ajudarem.

Jake’s POV

Saímos todos daquela casa por fim. Só queria voltar para meu lar e pôr minha garota em
segurança.
- Você não precisa da ajuda deles, Dassa. Seu pais já estão mortos – Conrad disse.
- Quero me vingar da morte deles – falou firme.
- Estamos aqui. Somos sua família. Por que não pediu nossa ajuda? – meu pai falou.
- Porque sei que eles podem me ajudar. E eu não podia arriscar as vossas vidas. Sei que vocês
são fortes, porém não são imortais como eles. E quem melhor pra matar vampiro que outro
vampiro? – falou determinada.
- Por que você confia tanto neles? Como pode ter tanta certeza de que não estão enganando
você? – perguntei com raiva.
- Eles me mostraram que tudo o que dizem a respeito deles é mentira. São pessoas maravilhosas
e sociáveis. Eu os adoro. Tornei-me grande amiga de todos eles. Em especial da Ali e do Ed – Ed?
Que confiança é essa?
Como ela pode ser amiga de um sanguessuga?
- Como pode dizer isso? Você conviveu com eles nem duas semanas! - falei enraivecido.
- Mas foi o suficiente para perceber que fariam tudo por mim e que os quero como amigos para
toda a minha vida – falou irritada.
Amigos!? A maneira como ela os defendia, principalmente ele, demonstrava algo mais que
amizade. Ela não poderia estar gostando de um sanguessuga, de um inimigo. Não podia!
Voltei o caminho todo em silêncio. Não suportava a idéia de eles serem amigos. O pior: não me
saía da cabeça que ela pudesse estar gostando daquele Cullen. Maldito!

Os dias passavam rápido e ela passava mais tempo na casa do inimigo do que com sua própria
família. Nunca mais falei com ela depois de nossa discussão e a menina também me evitava
sempre.
Às vezes notava que chegava triste e chorando e, pelo que meu tio falou, ela disse que custava
muito recordar os pais. Carlisle a ajudava com um método psicológico para fazê-la se recordar de
acontecimentos passados. Acho que esse troço se chama hipnose . Queria ajudá-la, protegê-la e
dar todo o meu apoio, mas sempre que olho para ela só consigo sentir raiva por ser amiga dele e
vergonha por me ter afastado desse jeito. Já não passava uma noite sem pensar nela e, quando
pensava, as lágrimas inundavam minha face.

Meu maior medo se confirmou essa tarde, quando ela anunciou a seu pai a sua união com Edward.
Estava chegando à casa dela quando ouvi a discussão. Os dois pareciam revoltados. Titio porque
ela estava nos traindo, e ela pelo pai não a apoiar.
- Como é que você pôde fazer isso com a gente?! Você está namorando um dos nossos maiores
inimigos! – gritou Arlie.
- O pai falou direito. Seus inimigos. Não meus! – revidou.
- Você é uma Black, Hadassa! Eles são seus inimigos também.
- Não sou uma Black – falou sem pensar.
Titio levantou uma mão para bater nela por ter dito aquilo. Dentro de casa já estava meu pai e
Conrad também. Papai agarrou o braço do irmão, impedindo de descer a mão nela.
- Saia daqui e não volte nunca mais – falou meu tio.
- Papai… Desculpe… Eu… Não queria… - tentou falar ela.
- Essa não é mais a sua família, como você mesma disse. Agora saia! – meu tio exigiu furioso.
- Se é assim que você quer… Tudo bem. Não volto nunca mais! – falou chorando.
Dassa virou costas e saiu. Ela o escolheu. Aquele sanguessuga dos diabos! Preferiu enfrentar o pai
e trair toda a família a deixar aquele Cullen.
Ela o preferiu a mim.

CAPÍTULO 8 – Primeira vez.

N/A: Capítulo não recomendado a menores de dezoito anos. Aqui fica o aviso. Por isso, se é
sensível ou impressionável e recatada, não leia. Tem cena de sexo.

Ed’s POV

Há voltou para nós pedindo abrigo. Pude ler em sua mente o que havia acontecido. Nunca pensei
que seu pai fosse expulsá-la de casa, apesar de saber que ele iria ficar contra. Pedi a ela que não
falasse nada agora para seu pai, mas a menina insistiu. Talvez pensasse que, apesar de poder
ficar zangado com ela, acabaria por nos aceitar. Eu não queria que a garota se afastasse dos que
a amam agora que ela está mais precisando. Precisa do apoio de todos eles e estes não
compreenderam isso. Simplesmente viraram-lhe as costas. Mas, por outro lado, agora poderei tê-
la só pra mim.
Toda a noite, sempre que vou cantar a canção de ninar que compus para ela, recordo sempre de
como começamos a namorar.

FLASHBACK ON

Mais uma vez ela acordou gritando. Os sonhos que a atormentavam eram no mínimo assombrosos
para uma humana. Eu próprio me ponho pensando, se eu sonhasse constantemente com meus
pais sendo mortos, se ficaria assim. Tudo bem que não me recordo de minha vida humana, mas
se isso acontecesse com Esme e Carlisle e toda a noite eu visse essas imagens como se estivesse
presenciando tudo de novo, eu ficaria louco. Ela consegue ser tão forte que isso só me faz admirá-
la ainda mais.
Corri para o quarto dela em questão de segundos, abracei-a e retornei a cantar a sua canção de
ninar. Ela chorava agarrada a mim.
- Edward – chamou quando finalmente se acalmou.
- Fale, minha pequena.
- Conte-me mais uma vez por que você fez essa canção pra mim – pediu quase adormecendo.
Nunca contei o real motivo. Talvez por nem eu saber qual era. Simplesmente naquele dia a vi
sorrindo e, como que uma luz incandescente iluminasse meu coração, a música veio.
- Estava num dia de inspiração. Então olhei para você e a música surgiu – inventei.
- Conte-me a verdadeira história, Ed. Posso ver em seus olhos que está faltando conto – exigiu.
Mesmo sem ler minha mente a menina sabia tudo de mim. Olhei para ela e vi que não dava para
esconder mais.
- Você entrou em meu coração e criou essa linda canção.
- Você me ama? – perguntou, voltando a fechar seus olhinhos para voltar a dormir. Falava comigo
como se pedisse que lhe contasse uma história de embalar.
- Sabe, Há... Nem eu sei ao certo o que sinto. Apenas sei que é muito bom e que quero sentir isso
pra minha eternidade.
- Você quer ficar comigo? – perguntou.
- Está me pedindo em namoro?
- Não. Estou perguntando se VOCÊ vai me pedir em namoro.
- Sim – sorri. Ela falava comigo como se não estivéssemos falando de nós, de nossos
sentimentos.
- Então…
- Então… - enrolei.
- Edward Cullen! – esbravejou.
- Está bom, está bom.
- Quero um pedido bem bonito – exigiu.
- Menina Hadassa Black, me concede a sua mão para namorar?
- E o resto? – falou, pondo as mãos em sua linda cintura.
- Que resto? – perguntei confuso.
- Só vai pedir a mão? Só vai namorar a mão, é? Que taradice é essa? – gargalhei muito. Essa
menina é muito bobinha.
- Pedir a mão é uma maneira de falar, boba. É óbvio que vou querer o resto – falei isso, puxando-
a para mim.
Nossas bocas estavam a milímetros. Acariciei seus cabelos e sua pele. Meus olhos estavam fixados
em seus lábios carnudos e rosados. Eles eram tão apetecíveis. De leve pousei minha boca na sua.
Esta se entreabriu, permitindo que minha língua invadisse sua boca e percorresse cada centímetro
dela. Seu sabor era maravilhoso e indescritível, fazendo-me não querer nunca cessar esse beijo.
Mas tive que fazê-lo. Ela começava a ofegar. “Vá com calma, Edward. Ela é uma humana. Nunca
se esqueça disso. Ela é muito quebrável. Controle-se”, pensei.

FLASHBACK OFF

Nessa tarde não estava ninguém em casa. Teríamos nosso momento a sós. Esses últimos dias
quase que transamos, mas eu a evitava sempre. Tinha medo de machucá-la. Meu autocontrole
não está tão bom assim.
Subi atrás dela. Ela estava recordando da discussão que teve com o pai e com certeza estava
precisando de apoio. Parei na porta de seu quarto, que estava aberta, e fiquei olhando-a deitada
fitando o teto. Logo percebeu minha presença.
- Você estava aí? Não o vi quando entrei.
- Estava na garagem.
- Vai ficar aí de pé? – sorri para ela e a menina devolveu o sorriso, aquele sorriso que me fez ser
seu.
Caminhei até ela e me deitei do seu lado. Deitou sua cabeça em meu peito e me abraçou.
- Gostaria de ouvir seu coração bater – falou pra mim.
- Por que queria isso? – perguntei constrangido.
- Queria saber como ele bateria só de sentir minha presença.
- Com certeza bem descompassado. Nesse momento quase saltando da boca pra fora – falei.
- Como posso ter a certeza de que não está mentindo? – desafiou-me, erguendo a cabeça para
olhar em meus olhos.
- Está duvidando de mim? Do que sinto por você? – perguntei nervoso.
- Não – murmurou. – Perdoe-me – falou, baixando seu olhar do meu.
- Ei, psiu. Não fique assim. O que você quer para acreditar que gosto mesmo de você?
Não foi preciso nem responder. Sua mente falou por si. “Ame-me”. Dei um sorriso maroto e ela
corou muito. Então voltou a pensar. “Droga, não deveria ler mentes alheia. Viu só? Agora estou
encabulada”. Beijei sua face, segurando seu rosto em minhas mãos. “Ame-me”, voltou a pensar.
Mas agora ela me encarava como se estivesse exigindo. Voltei a beijá-la, agora com mais desejo e
intensidade. Rolei nossos corpos na cama, me deitando por cima dela.
Apoiei meu corpo em um de meus braços para não pesar sobre ela e com o outro comecei a tirar
sua blusa. A menina fez o mesmo e começou desabotoando minha camisa. Nosso beijo tornava-se
mais quente e desesperador, sempre em busca de mais. Sem nem mesmo me dar conta, nossas
roupas estavam jogadas no chão, espalhadas pelo quarto. Enxerguei seu corpo agora nu e pensei
estar vislumbrando uma deusa. Era mais que perfeito, com as curvas mais delicadas e femininas
que alguma vez vi. Ela era branca, mas não tanto quanto eu. Seu corpo, em contraste com o meu,
estava fervendo. A diferença de temperatura de nossos corpos fez o seu estremecer, porém era
algo gostoso. Mesmo assim, continuávamos fervendo de desejo. Entrei dentro dela a primeira vez
tomando o cuidado para não machucá-la.
Fui deslizando meu corpo pra dentro dela tão lentamente quanto eu podia. Parei dentro da garota
e esperei-a se acostumar comigo ali. Depois voltei a sair devagar. Percorri minhas mãos pelo seu
corpo e rosto a acariciando, tanto para deixar mais no clima como para relaxar. Comecei fazendo
minhas investidas nela, tomando todo o cuidado para não exagerar e machucá-la. Prendi a
respiração, pois o cheiro do sangue dela estava delicioso demais agora que estava se excitando.
Seus primeiros gemidos foram de dor e saí de dentro dela o mais suave possível para voltar a
entrar com mais calma. Beijei aquela boca e aqueles seios pequenos, mas deliciosos, tanto quanto
pude no meu autocontrole. Contudo havia momentos que nem mais sabia o que estava fazendo.
Investi com mais rapidez. Sabia que nossos corpos estavam chegando ao auge e, quando
consegui fazê-la chegar ao ponto, me deixei libertar. No fim nossos corpos vibraram com o prazer
que estava nos invadindo.
Ouvi-a gritar meu nome um monte de vezes, tanto em sua voz como em pensamento, e isso era
muito excitante, me fazendo querê-la mais e mais.
Quando terminou, saí de dentro dela e me deitei em seu lado. Ela não parava de pensar “oh, meu
Deus, Deus do céu. Como foi maravilho!”. Sorri de alegria. Minha pequena estava feliz. Não havia
machucado-a e ainda lhe tinha proporcionado o prazer que ela nunca antes havia sentido.
Percebendo que eu estaria lendo a sua mente, ela tapou seu rosto com suas lindas mãozinhas
delicadas.
- Puxa, Edward, assim não dá. Você ainda me mata de vergonha – gargalhei de novo e a abracei
ela, enchendo-a de beijos.

Dassa’s POV

Meu Deus, que vergonha. Por que é que ele tem que ler mentes? Sei que é útil em certas
ocasiões, mas em outras, como essa, se torna bem embaraçoso. Porém não dá para esconder,
não. Foi tão, mas tão maravilhoso. Tão mesmo.
Ele saiu da cama e foi ao banheiro. Ouvi água correndo. Por que ele vai tomar banho se ele nem
sua?
- É para você. Eles estão chegando. Tem cinco minutos para se vestir antes que cheguem –
respondeu ao meu pensamento.
- Meu Deus, tenho que arrumar esse quarto! – falei preocupada e envergonhada, me levantando
da cama e apanhando as coisas jogadas no chão.
- Deixe que eu arrumo. Vá tomar banho logo – falou, me apressando.
Obedeci. Tomei uma ducha rápida e relaxante e, quando saí do banho, meu quarto estava todo
arrumado. Entrei em meu closet e escolhi uma roupa pra vestir.
- Há, estamos muito perto – falou Ali, entrando em meu quarto e me assustando. – Arrume-se
logo e desça. Carlisle está nos esperando na sala de jantar . Temos reunião.
Logo estava pronta e desci a passos largos que quase rolei escada abaixo. Sorte que Emmett
estava passando e conseguiu me agarrar a tempo de eu não me estatelar inteirinha no chão.
- Cuidado, gata. Não vá quebrar seu lindo narizinho. Iria ser um desperdício. Ele é muito bonitinho
– falou, lançando um olhar maroto.
- EMMETT CULLEN! – exasperaram-se Rose e Ed.
- Tudo nos conformes? Só estava salvando a gata Há. Eu agora sou SHVEC dela.
- O quê? – perguntei.
- SHVEC. São as iniciais de Super Herói Vampiro Emmett Cullen. Gostou? Criei agora só para
você.
- EMMETT! – rosnaram Ed e Rose de novo. Se ele não me soltasse, era bem capaz de acabar
desmembrando.
Dirigimo-nos todos para a sala de jantar e nos sentamos. Do lado esquerdo ficaram Jazz, Rose,
Emm e Esme. Do lado direito ficaram eu, Ed e Ali e Carl ficou na cabeceira.
- Já sabemos quem eles são – começou Carlisle falando para mim.
- São o clã Whitehead e são os vampiros mais desumanos que conheci em toda a minha existência
– comentou Jazz.
- Que nome mais…Próprio – riu Emm (N/A: para quem não sabe, Whitehead significa em
português “cabeça branca”).
- Há, minha querida, agora que sabemos quem eles são, o que você pretende fazer? – perguntou
Esme.
Queria me certificar primeiro de que eles não iriam correr riscos desnecessários e que poderiam
sair em segurança.
- Quantos eles são? – perguntei.
- São apenas cinco. O chefe se chama Ignácio. Sua mulher se chama Adele e seus filhos, Kent e
Cynthia – esclareceu Jazz.
- Mas eles não são cinco? Quem é o quinto? – perguntei.
- A quinta é uma garota chamada Isabella. Pelo que consegui apurar, ela era filha de um dos
casais vítimas desse clã. Sempre atacavam casais – falou Carlisle.
Ouvir aquilo me deu uma repulsa e um ódio enorme, mas depois senti uma enorme paz. Jasper.
Agradeci a ele com um olhar.
- Vocês acham que conseguem acabar com eles? – perguntei.
- Fico com a Cynthia. Não a suporto – falou Rose.
- Jasper e eu atacamos Ignácio – falou Carlisle.
- Acabo com o Kent, o marido da Barbie – falou Emm.
- Mas esse não era o Ken? – perguntei.
- Não importa. É tudo da mesma laia – falou, dando socos no ar como se já estivesse lutando com
ele.
- Alice você fica com a tal de Isabella. Fico com a Adele. Esme, você fica aqui em casa com
a Hadassa – falou Ed.
- Não. Quero ir com vocês! – exclamei.
- Isso é muito perigoso, Há – falou Ali.
- Vou estar lá com ela. Não se preocupem. Estaremos bem afastadas de vocês – falou Esme.
-Não sei se é aconselhável – falou Ed.
- Por favor, Ed. Preciso mesmo estar lá. Preciso ver com meus próprios olhos o fim deles – pedi.
Ele olhou bem em meus olhos e assentiu.
- Tudo bem, mas não saia de perto de Esme em momento algum! – exigiu.
- Prometo – falei, beijando-o carinhosamente. Ouvi Emmett pigarrear e rir às gargalhadas. Corei
instantaneamente.
- Temos casamento – falou Ali, batendo palmas.

CAPÍTULO 9 – Vingança.

Ali’s POV

Os dias passaram correndo e logo descobrimos o paradeiro do clã Whitehead. Pusemo-nos todos a
caminho do seu esconderijo. Ed carregou Há em suas costas para chegarmos mais rápido. Alguns
de nós iam para essa guerra sem realmente querer, mas somos todos uma família e agora a Há
faz parte dela. Se ela quer mesmo essa vingança, nós lhe daremos. Se fosse comigo, faria
exatamente igual ao que ela fez. Ou talvez não teria tanta coragem para abandonar minha família
para os proteger. Foi uma decisão muito difícil para ela ter que escolher entre nós e sua família.
Vejo isso em cada ação dela.
Atacaremos o Clã de surpresa. Já montamos armadilha. Roubamos roupa de um casal humano e
Rose e Jazz as vestiram. Assim que sentissem o cheiro de humano por perto, não hesitariam em
atacar. A fogueira já estava pronta a ser ateada. Esse seria o trabalho da Há e de minha mamãe:
atear o fogo assim que puséssemos as mãos neles. Rose e Jazz fingiram estar dormindo enquanto
o resto de nós estava escondido.
Comecei ouvindo vozes. Eram eles.
- Venha logo, Kent. Largue-a. Você sabe que ela se recusa a beber sangue humano. Prefere
morrer de fome – reconheci a voz de Cynthia.
- Venha sim, filho. Ainda não entendi por que você quer essa menina para namorar. Ela é muito
sem sal. Deveria botar os olhos em sua irmã. Assim ficávamos todos em família – falou Adele.
- Calem-se todos. Sintam isto? Tem humano na área – falou Ignácio.
- Mas que cheiro é esse? É muito bom. Vou querer pegar primeiro – falou Kent correndo.
Em questão de segundos estava ao pé de Rose, observando o rosto dela. Os outros logo
chegaram. Rose abriu seus olhos e se levantou. Jazz fez o mesmo.
- São vampiros! – alertou Cynthia.
- O que vocês querem aqui? – perguntou Ignácio, encarando os dois. Logo todos os cercamos.
- Vão nos atacar? Pensei que vampiros não se atacavam! – comentou Adele com descaso.
- Somos caçadores de vampiros – falou Emm – Tipo Buffy e Blade – caçoou.
Eles se puseram em posição de ataque e iniciamos o combate. Emm atacou logo Kent. Ele
aparentava ser osso duro de roer, mas na verdade não passava de um maricas. Logo minha mãe
ateou a fogueira e os pedaços de Kent foram jogados lá enquanto Emm brincava de malabarismo.
Em seguida foi a vez de Cynthia. Rose estava com muita raiva dela. As duas se odiavam. Aliás,
Rose odiava de morte Cynthia. Antes de dela se juntar aos Whitehead e Rose conhecer Emm, as
duas eram amigas e partilhavam tudo. Até que Peter apareceu na vida de Rose. Eles ficaram
juntos até que Rose o apanhou com Cynthia na cama. Só não a matou na hora porque Carlisle a
impediu. Porém agora podia e iria acabar com ela. Em três tempos Rose se juntou a Emm,
queimando os restos dos irmãos.
Percebi que a batalha estava sendo bem difícil para Ed.
- Algum deles está bloqueando os pensamentos – falou para mim.
Eu estava atacando a tal de Isabella. Ela dava muita luta, contudo não parecia se importar nem
um pouco com a morte dos outros. Na verdade, quando ela viu Kent e Cynthia serem mortos, juro
que havia certo brilho de felicidade em seus olhos. Fartei de brincar à guerrinha e parti para a
destruição. Mas Há gritou para mim, me impedindo.
- NÃO! PARE, ALICE! – essa distração custou a fuga dessa Isabella.
Mas o pior veio a seguir. Edward tinha sido derrubado por Adele e esta agora estava
desmembrando Esme. Carlisle correu em seu socorro enquanto Ed e Jazz foram acabar de destruir
Adele.
Ignácio se preparava para fugir, mas foi surpreendido por Isabella que sem dó nem piedade o
desmembrou e o tacou no fogo. Carlisle juntava as partes que haviam sido arrancadas de Esme
enquanto os restos dos outros vampiros eram transformados em cinzas.
Há foi se aproximando da vampira sobrevivente. Esta se colocou em posição de ataque, corri o
máximo que pude para proteger Há.
- Espere, Alice. Preciso de falar com ela – falou Há.
- O que você quer de mim? O que uma humana faz no meio de vampiros? – falou ríspida.
- Você é Isabella? – perguntou Há.
- O que isso lhe interessa?
- Seus pais foram mortos pelos Whiteheads como os meus foram?
- Como você sabe? Como…? Você sobreviveu? Eles nunca deixaram filhote de casal nenhum para
trás, além de mim. Preferia ter morrido junto com meus pais – falou mais à vontade com a gente,
mas ainda assim apreensiva.
- Nós duas fomos a exceção.
- Quem eram seus pais? Depois que fui transformada fiz questão de decorar o nome de todas as
vítimas deles, talvez para algum dia ganhar coragem para acabar com eles.
- Meus pais eram os Wilsons.
- Constance e Spencer.
- É, eles mesmos.
- Você é a Anne. Todos pensamos que sua mãe havia jogado você cachoeira abaixo e que tinha se
afogado.
- Não. Ela me escondeu por entre as pedras. E meu nome agora é Hadassa.
- Eles também não ficaram para se certificar se você tinha morrido mesmo porque sentiram cheiro
de lobos por perto.
- Você estava lá? Viu meus pais serem mortos?
- Estava – falou triste. – Porém, desde que fui transformada, sempre me recusei a beber sangue
humano. Quase morri de sede. Mas Kent me queria a todo o custo e então me ofereceu animais
para me alimentar. Desde então sou vegetariana.
- Também somos vegetarianos – falei divertida.
Agora sabia que podia confiar nessa vampira. Ela era apenas mais uma vítima que não teve a
mesma sorte de Há nem o mesmo azar que outras crianças.
- Desculpe, Bella… Posso chamar você assim? Essa é Alice Cullen.
- Pode. Cullen? Ouvi falar muito de vocês. Prazer.
- O prazer é todo meu – falei.
Esme já estava recuperada e minha família se juntava a nós.
- Ainda temos uma sobrevivente? Por que ainda não acabaram com ela? – falou Rose furiosa.
- Ela não é nossa inimiga, Rose.
- Você é a Isabella Swan. Certo? – perguntou Carlisle.
- Sim.
- Vi quando você acabou sem esforço com Ignácio. Fez o que eu e meu filho tentamos desde o
começo fazer.
- É. Só consegui porque estava com muita raiva dele e também porque o conhecia muito bem e
sabia quais eram seus pontos fracos – explicou.
- Realmente isso foi de grande ajuda – falou Esme.
- Para onde você vai agora que eles morreram? – perguntei.
- Não sei… Vaguear por aí.
- Por que não vem conosco? Em nossa casa há sempre espaço para mais um – sugeriu Esme.
- Não sei se…
- Isso. Venha com a gente. Vai ser muito bom – falei, impedindo-a de falar. – E não aceito um não
– falei séria e ao mesmo tempo fazendo olhinhos de cachorro molhado.
- Isso vai expor vocês aos humanos. Já são um clã bem numeroso – falou.
- Isso não é um problema. Não se preocupe. Aceite – falou Carl.
- Aceite, por favor – pediu Há também.
- Não confio nela! – pronunciou-se Ed.
- Por que não, Ed? – Há perguntou.
- Ela bloqueia sua mente. Se o faz é porque está escondendo algo – falou com raiva.
- Perdoe-me. Esqueci disso. Não fiz por mal. Eu juro! – desculpou-se. – Pronto. Esttá
desbloqueada.
- Está mais tranqüilo, Ed? – perguntei. – Ela já pode vir com a gente?
Ele fez silêncio por um tempo, talvez lendo os pensamentos dela para confirmar se era de
confiança.
- Pode.
- E nossa opinião não conta! – exasperou-se Rose, falando pelo irmão e pelo namorado.
- Por mim não há problema, Rose – adiantou-se Jazz.
- Por mim também não. Agora é que a casa vai ficar cheia de “totosas”! Emmettesão vai fazer a
festa.
- Emmett Cullen, se você não calar essa sua boca suja, pode ter a certeza de que desmembro
você todinho e tranco seus pedaços em um baú por um mês inteiro. Melhor. Dou de comer a ursos
e tubarões.
- Ih, é melhor ficar calado mesmo.
Todos nós rimos da situação e começamos nosso percurso para casa.

CAPÍTULO 10 - Gravidez?

Dassa’s POV

Ter a companhia de Bella tem me feito muito bem. Compreendemos muito bem o que cada uma
sente. Conversamos sem parar. Ela sabia tudo de mim, de meus sentimentos, das minhas
inquietações, medos e alegrias. Agora eu, Ali e Bella nos tornamos inseparáveis, as melhores
amigas.
Sentia muita falta de minha família. De meu pai, de meus amigos, de meus primos.
Principalmente de Jake. Depois que ele me disse que eu era como uma irmã para ele, eu e Ed nos
aproximamos mais e um sentimento muito puro cresceu em nós. Não o amo como amei Jake, mas
é amor também. Um amor diferente.
Esses últimos dias, antes e depois da guerra com os Whiteheads, tenho passado mal. Ando
sempre enjoada e sonolenta. Estava na varanda de meu quarto olhando o céu. Nessa noite não
estava conseguindo pegar no sono.
- Ainda acordada? – perguntou Bella, adentrando meu quarto.
- Estava pensando.
- Em quê?
- Em minha família.
- Você sente muita falta deles?
- Sinto sim – virei-me para entrar no quarto, porém senti uma tontura que quase me fez cair.
Bella logo me socorreu.
- Então, o que está acontecendo com você? Sente-se bem? – falou preocupada.
- Foi só uma tontura.
- Você anda passando mal nos últimos dias. Deveríamos falar com Carlisle.
- Não é necessário.
- É sim, senhora. E vamos é agora. Vou chamá-lo – e saiu.
Deitei-me em minha cama e fechei meus olhos. Pouco depoi,s Ed, Carlisle e Bella estavam em
meu quarto.
- O que é que você está sentindo, Há? – perguntou Ed.
- Só um pouco zonza. Mais nada – falei.
- Isso é mentira. Ultimamente você tem estado enjoada e sonolenta – denunciou Bella.
- Não me esconda nada, Hadassa. Quanto mais rápido você disser o que sente, mais rápido posso
saber o que tem – Carlisle me repreendeu.
- Tenho estado um pouco sensível e com azia, porém acho que isso é porque minha menstruação
está para descer – falei. Bem, na verdade minha menstruação está atrasada… Contudo acho que
isso é por causa dos últimos acontecimentos.
- Isso também pode ser importante – falou Ed, lendo meus pensamentos.
- O que você estava pensando? – perguntou Carl.
- Que minha menstruação está atrasada – falei.
Ed fez uma cara de assustado, olhando para o pai quando falei isso. Que Carl terá pensando? Será
que é grave?
- Não pode ser, Carlisle! – exclamou Ed.
Carlisle falou para ele rápido e bem baixo para eu não escutar. Bella ouvia tudo e olhou para mim
boquiaberta.
- Teremos que fazer exames para confirmar. Não é nada certo, Ed – Carl disse.
- Mas como isso é possível? – perguntou Bella.
- É bem raro, porém já vi dois casos em toda a minha existência – respondeu Carl.
- Do que vocês estão falando? Estou ficando assustada. O que é que tenho? É grave? – perguntei
realmente preocupada.
Ed se sentou na cabeceira de minha cama e agarrou minhas duas mãos.
- Carlisle desconfia… Que… Você… Possa estar… Grávida – falou bem devagar.
Na hora entrei em choque. Grávida? Não! Não é possível. Levantei-me da cama e fui caminhando
para fora de casa.
- Aonde você vai? – perguntou Ed.
- Eu… Preciso estar… Sozinha… Por favor, Edward – falei sem olhar para ele.
Adentrei a floresta e caminhei sem rumo. Pensei em tudo o que mudou em minha vida desde que
comecei a sonhar com a morte de meus pais. Minha vida tinha virado de cabeça para baixo.
Quando dei por mim, estava na cachoeira. E ele estava lá, o meu Jake. Eu precisava dele mais do
que nunca agora. Só ele poderia me ajudar, me consolar. Ele percebeu minha presença e minhas
lágrimas e veio correndo me abraçar, sem nem me cumprimentar e nem perguntar o porquê de eu
estar naquele estado. Como ele me conhecia bem.
- O que você tem, Dassa?
- Estou com medo.
- Medo de quê? Não precisa mais ter medo. Agora estou aqui para proteger você.
- Cometi um erro enorme. E agora estou pagando por ele.
- Do que está falando? Se fala de seus pais, só fez o que achava correto. Agora está tudo bem.
Acalme-se.
- Edward… Ele foi o erro – falei em choro.
- O que ele fez com você? Fale que vou lá e acabo com ele.
- Eu… Eu… E-estou… G-grá-vi-da – falei, soluçando.
- COMO É QUE É?! – falou perplexo e com ódio no olhar.
- Acho que estou…
- Nem precisa terminar! Como é que esse canalha foi capaz de fazer uma coisa dessas com você?
Vou matá-lo! – ele saiu disparado e fui atrás dele.
Não queria que ele machucasse Ed ou até mesmo que se machucasse. Só que depois não consegui
correr mais. Senti-me mal de novo.
- Dassa! – falou Jake, correndo para me amparar. – O que você tem? O que sente? Fale-me.
- Só passei um pouco mal. Já vai passar.
- Venha Vou levar você para casa.
- Minha casa é agora a casa dos Cullen. Carlisle é médico. Vai me ajudar.
- Tudo bem – falou, correndo comigo no colo.
Mal acabei de falar e uma enorme escuridão tomou conta de mim. Deixei de ver.

Ed’s POV

Pensar que Há poderia estar grávida me assustou muito. Eu gostava muito dela, porém nesse
momento eu estava dividido. Não sei como isso aconteceu, mas desde que Bella entrou nessa casa
minha vida mudou. Sinto como se a conhecesse desde sempre, como se ela fizesse parte de meu
passado. Sempre que estou na presença dela, meu comportamento muda, fico encabulado e sem
saber o que falar. E quando estou com a Há e a Bella está por perto, me sinto um lixo por não
conseguir deixar de olhar para ela e de pensar na garota. Amo a Há, porém o que sinto por Bella é
diferente. Mais forte. Não dá para esconder mais. Amo Bella e agora a Há está grávida! Meu Deus,
o que vou fazer? Vou fazer o que é correto. Vou ficar com a minha Há. Vou cuidar dela e de nosso
bebê. Quando ele nascer, vou casar com ela.
É apenas isso o que devo fazer. Devo me esquecer de Bella e afastá-la de meus pensamentos e de
meu coração. Minha eternidade será apenas ao lado de Hadassa. Então por que eu mesmo não
acredito nisso? Como não consigo aceitar essa verdade? Não posso fazer isso com Há. Ela não
merece.
Estava na varanda de casa esperando por ela. Consegui cheirá-la chegando, mas não vinha só.
Um lobo vinha com ela. Consegui constatar que era Jake quando eles estavam mais perto. Ele a
carregava no colo. Percebi que havia passado mal pelos pensamentos dele. Logo fui buscar
Carlisle.
- Pouse-a aqui no sofá – falou Carl para Jake. Ele assim o fez. Carlisle começou a examiná-la.
- Como ela está? – perguntei.
- Como poderia estar depois do que você fez com ela? – Jake falou pronto para se transformar.
- Ela está acordando – falou Carl, nos chamando a atenção.
- Jake – murmurou ela.
- Estou aqui – falou, se aproximando dela.
- Por favor, não conte nada para meu pai. Não quero que ele me odeie mais – pediu.
- Não conto. Pode ficar sossegada. Só quero saber se você vai ficar bem – falou, olhando para
Carl.
- Vai sim. Vou levá-la agora para fazer alguns exames.
- Vou com vocês – falou.
- Não. Volte para a Reserva. Vou ficar bem – falou. Em sua mente apenas sentia vergonha e medo
que ele a odiasse.
- Quero ir com você – insistiu.
- Já falei que não. Não quero que você vá. Volte para casa, por favor – falou séria.
- Tudo bem – falou, me fulminado. Ele queria acabar comigo. Consegui perceber que ele não
sentia só raiva. Sentia ciúme e mágoa . Ele amava a Há demais. Ele queria ficar com ela.
Logo ele saiu. Eu, Há, Carlisle e Bella fomos de carro até o hospital. Só estávamos nós em casa.
Os outros haviam ido caçar e só voltavam dia seguinte.

CAPÍTULO 11 – Luz.

Dassa’s POV

Chegamos ao hospital e pedi a Bella para entrar comigo para fazer os exames.
- Vai correr tudo bem – tentou me acalmar.
- Eu vou acabar perdendo-o – murmurei.
- Quem?
- O amor de minha vida. Eu não podia estar grávida.
- Ainda não há certeza de nada,Há.
- Não queria magoar nenhum dos dois. Gosto tanto de Edward, mas é Jacob o homem que quero
para mim, para ser meu marido, pai dos meus filhos. Nunca pensei que isso chegasse a essas
proporções. O que é que eu faço? – falei chorando e escondendo o rosto em minhas mãos.
- Acalme-se. Em primeiro lugar, vamos saber o resultado desse exame. Depois você terá que falar
com Edward e dizer o que sente. Você precisa esclarecer tudo.
- Bella, você é muito especial. Se ele não gostasse de mim… Se eu não estivesse grávida… Você
seria capaz de gostar dele? – perguntei com medo.
- Hadassa, não vá por esse caminho. Não importa o que sinto ou poderei sentir. Mas não é correto
você tentar me empurrar para Edward só para poder ficar com Jake.
- Desculpe-me… Mas… Você falou “o que eu sinto”… Gosta dele? – perguntei.
Senti um fundo de esperança. Queria que os dois fossem felizes. E se ficassem juntos seria
maravilhoso. São os dois perfeitos um para o outro.
- Eu… Eu… Não quero magoar você… Nem trair você…
- Não seja boba, Bella. Você não me iria magoar e juro que não me sentirei traída. Mas me fale…
Você o ama?
- Muito… Perdoe-me, porém o amo desde o primeiro momento! – confessou.
- Não se preocupe. Não me sinto ofendida. Amar é algo tão natural – falei num largo sorriso para
acalmá-la. - Como fui burra em não ter lutado por quem amo. Não cometa o mesmo erro que eu!
Lute pelo que é seu – falei firmemente.
- Aqui está o resultado do exame – falou Carl.
Meu coração disparou a um ritmo alucinante. O medo se apoderou de mim. Acariciei minha
barriga, já esperando por um resultado positivo. Edward se sentou ao meu lado, segurando
minhas mãos.
- Está tudo bem, Há. Se você estiver grávida, assumirei esse filho e iremos nos casar – falou,
acariciando minha face.
Eu conhecia bem Ed e a última coisa que ele queria era casar. Notei-o olhando Bella. Ela estava
triste e receosa com o resultado e notei que esse exame iria acabar com o futuro dos dois. Eu
conseguia ver bem nos seus olhos dourados que Ed que amava Bella tanto quanto ela o amava.
Senti-me destruindo um amor. Ele olhou para mim, lendo meus pensamentos, e baixou seu olhar
envergonhado e sentindo que estava me traindo.
Carlisle abriu o envelope que continha o maldito resultado. Logo a expressão de Ed mudou de
preocupado para pensativo.
- E então? Eu estou… Grávida? – murmurei.
- O resultado deu negativo, Hadassa. Você não está grávida – informou Carlisle.
Uma onda de felicidade me invadiu. Eu agora só pensava em contar isso a Jake, ao amor de
minha vida. Pensei isso perto da pessoa errada. Ed me olhou confuso e magoado.
- Gostaria de falar com Edward a sós – falei.
- Tudo bem – Carl e Bella saíram, nos deixando a sós.
- Perdoe-me, Ed… Eu não queria ter pensado isso perto de você.
- Compreendo… Só não pensei que você… Ficasse tão feliz por não estar grávida.
- Mas estou… - falei, baixando o meu olhar. – Tudo o que eu queria era que nosso amor desse
certo, mas Jake já estava em meu coração há bem mais tempo e esse afastamento só me fez
perceber que não dava mais para ficar longe dele, que tenho que lutar por ele... Pela minha
felicidade.
- E é só isso que quero para você: sua felicidade.
- Perdoe-me por ter iludido você com um amor que não era verdadeiro.
- Mas era um sentimento puro, que nós dois construímos. Também me senti meio que traindo
você…
- É Bella, não é?
- Como você sabe? – sorri. – O que você não sabe de mim? Somos tão ligados um ao outro.
- Talvez confundimos esse sentimento de enorme amizade e carinho com amor. Eu estava
precisando ser amada e você correspondia aos meus sentimentos.
- Se ele e ela não existissem, teríamos dado certo.
- Se eles não existissem, eu iria querer ter você para a eternidade, Ed. Só queria que ele me
amasse um pouco.
- Se você olhar bem, vai ver que ele ama muito você.
- Não. Ele mesmo me disse que me amava muito, mas apenas como irmã. Porém agora não
vamos falar de mim. Vamos falar de você. O que vai fazer?
- Em relação ao quê?
- A ela?
- Não sei… Não sei se ela sente alguma coisa por mim.
- Um passarinho verde me contou que ela ama muito você desde o primeiro olhar.
- Ela falou mesmo isso? – perguntou animado.
- Falou sim, agorinha mesmo. Vá lutar por essa mulher. Vá e encontre a sua luz. Vou procurar
pela minha – incentivei-o, dando um forte abraço nele e me sentindo a melhor pessoa do mundo
por meu irmãozinho, sim, Ed era um irmão, e minha irmãzinha, Bella, assumirem um amor e
poderem finalmente ser felizes... Coisa que eu não soube fazer.

CAPÍTULO 12 – Erros.

Logo Carl me deu alta e decidi voltar para a Reserva. Quando cheguei cheia de malas, meu pai me
abriu os braços. Larguei tudo no chão e corri para ele. Senti tanto a falta do seu amor e do seu
carinho, de chamá-lo de pai.
- Meu pai. Você é o meu único pai. Só você. Eu o amo tanto. Perdoe-me, papai.
- Perdôo sim. Como não poderia perdoar? Você é tudo que mais amo nesse mundo, Hadassa .
- Que bom, papai. Tive tanto medo de que você me odiasse e não me quisesse mais de volta. Não
agüentaria viver sem você me amando. Não agüentaria, pai.
- Agora está tudo bem. Você está de volta. Perdoe-me por não ter apoiado você quando mais
precisou.
- Não sabe o quanto pensei em você e mamãe quando os vi queimando na fogueira... Os
assassinos.
- Vamos. Venha cumprimentar seus tios e seus primos que têm sentido muito sua falta – fomos
caminhando para fora de casa.
Quando parei na frente da casa de Jake, meu coração quase parou. Ele estava sentado no sofá-
baloiço com uma garota muito linda ao seu lado. Os dois sorriam e conversavam animados. Meu
chão quase caiu. Estaria ele apaixonado por ela? Não, não poderia. Eu o perdi? Havia parado de
caminhar, contudo meu pai continuou indo ao encontro deles. Jake olhou para mim e seu sorriso
sumiu. Seu olhar era bem triste.
- Venha cá, Dassa . Deixe-me lhe apresentar essa linda garota – falou meu pai. Caminhei a
contragosto. Nem sei bem como minhas pernas se mexeram. Sentia que a cada momento poderia
desabar.
- Oi – cumprimentou a garota.
Fixei meu olhar nela. Sua pele era morena como a de Jake. Seus cabelos negros e bem compridos
ondulavam com o vento. Seus olhos tinham um brilho intenso e eram castanhos escuros. Jake não
falou uma única palavra.
- Essa é a Aisha, sobrinha de Brenda – falou, me apresentando ela. Cumprimentei-a com a cabeça
e ela deu um enorme sorriso, deitando toda a minha esperança por terra. – Para quando é o
casamento? – perguntou meu pai.
- Para breve. Só depende dele – falou, apontando com a mão para Jake.
Eu quase desmaiei na hora. Ele iria se casar? Casar com ela?

Jake’s POV

Ver Dassa de volta me deixou muito feliz, mas aí me lembrei de que ela estava grávida. Grávida
dele. Meu sorriso logo sumiu. Meu tio apresentou Aisha para ela. Dassa ficou olhando para ela com
certa tristeza no olhar.
- Para quando é o casamento? – perguntou meu tio.
- Para breve. Só depende dele – Aisha falou, apontando para mim.
Eu seria padrinho da cerimônia. Aisha é noiva de Conrad. Eles queriam marcar logo essa data,
porém ainda faltava a madrinha. Eles me pediram pra arranjar uma parceira para fazer de
madrinha. Queria que fosse Dassa , contudo ela agora era comprometida. E grávida. Essa
informação não me saía da mente.
Olhei para Dassa, tentando acreditar que tudo não passava de um sonho. Seus olhos estavam
cobertos de água. Parecia que lhe haviam dado a pior das notícias.
- Dassa , você está se sentindo bem? – perguntou meu tio. Ela mordeu seu lábio com tamanha
força que pensei que fosse rebentá-lo.
- SÓ ESPERO QUE SEJAM MUITO FELIZES! – falou alto, deixando as lágrimas rolarem por seu
rosto.
Aisha ficou perplexa com a reação de Dassa.
- Filha, por que você está chorando? Não está feliz por ela e Con…? - não deixou seu pai acabar de
falar e saiu correndo. – O que deu nessa menina?
- Anda sensível – lembrei-me da gravidez. – Deve ter ficado bastante emocionada com o fato de
Conrad casar.
- É, deve ter sido isso – meu tio falou.

Já havia anoitecido e Dassa ainda não tinha voltado. Fiquei preocupado e fui falar com meu tio.
- Ela já voltou? – perguntei.
- Ela telefonou de casa dos Cullens dizendo que iria ficar lá dormindo porque uma tal de Bella
queria muito falar com ela, que era urgente.
- E o tio deixou?
- Eles são amigos dela e a ajudaram muito. Não que eu concorde, mas tenho mais é que aceitar –
falou, voltando a ler seu jornal.
Ela deve ter ido procurar seu namoradinho e preparar seu casamento e seu futuro junto dele e do
filhinho que vão ter. Que futuro ele pode dar a ela? Terá que matá-la para poderem ficar juntos
para sempre. Que amor é esse que envolve perigos e morte? Como essa gravidez poderá resultar
sendo ele um vampiro? Que tipo de bebê sairá de dentro dela? E se o bebê beber todo o seu
sangue?
Não deveria mais me importar com ela. Foi ela própria quem escolheu seu caminho, seu futuro.
Ela o escolheu.

Ed’s POV

Quando Há saiu daqui em direção à casa, Carlisle voltou a sair. Meus irmãos e minha mãe ainda
não haviam chegado. Só estava eu e Bella em casa, os dois sozinhos, sentados no sofá assistindo
à TV. Eu queria falar algo para ela, mas minhas palavras não saíam. Tremia por todos os lados.
Senti-me feito um bobo apaixonado. Eu deveria fazer como Há me falou: lutar por ela. Graças a
ela, agora sabia que meu amor era correspondido. Mas então por que ainda não tinha coragem
para falar com Bella?
Como que soubesse o que pensava, Bella tomou a iniciativa e falou.
- Você… Ficou… Triste… Por ela… Ter ido… Embora? – falou pausadamente.
- Um pouco – falei muito sorridente, entretanto meu sorriso era de nervoso.
- Você irá superar… Vai ver que logo encontra… Um novo… Amor. Você… Ainda… Vai ser… Feliz –
falou de novo bem devagar.
- Novo amor? – gargalhei, de novo de nervoso. Queria dizer que ela era meu novo amor.
- Do que você está rindo? Não acredita que vai amar de novo? Ou não quer amar mais ninguém?
– falou, elevando um pouco a voz. Se eu não falasse logo que a amava, era bem capaz de ela
desistir de mim.
- NÃO! – exasperei.
- Não quer amar de novo?
- Quero… Quero, sim… Não é isso!
- Então?
- Então… É que… Eu… Eu… Também sinto… O mesmo… Que você – falei.
Se ela pudesse, teria corado e eu também.
- E o que você acha que sinto? – perguntou sem me olhar.
- Pelo o que um passarinho verde me contou, me ama desde a primeira vez que me viu. Acho que
isso também aconteceu comigo. Porém quis sempre esquecer por pensar que estava traindo Há,
então… - Bella não me deixou terminar a frase e saltou em mim, me beijando.
- EDWARD CULLEN! – ouvi Esme gritar.
- Você está traindo Há? – perguntou Jazz.
- Não!
- Você é fogo, hein, mano? Engravidou Házinha e agora está dando uns pegas na melhor amiga
dela. Quero ser como você quando crescer – falou Emm.
- Então isso é nunca! E ai de você de me trair. Arranco seu Emmettezinho à dentada. Está ouvindo
bem? – falou Rose, fulminando Emm com ódio.
- Emmettezinho? Desculpe-me discordar de você, mas meu bebê é bem grandão. Pensei que você
adorasse seu Ursão Júnior – falou, apontando para suas calças.
- Cale a boca, Emmett! Agora quem tem que explicar o que está acontecendo é Edward – falou
Esme.
- Posso explicar. Não passa tudo de um mal-entendido… - falou Bella.
- É… Um mal-entendido. Há sabe que estamos juntos e agora ela voltou para casa do pai.
- COMO É QUE É?! Você engravidou Há, traiu-a com Bella, falou para ela da sua traição, deixou-a
ir embora nesse estado e ainda fala isso com toda a sua naturalidade? Onde está seu bom senso?
Seu caráter? – gritou Ali prestes a pular em mim.
- Calma, gente. Não é nada disso. Vocês estão percebendo mal. Há não está grávida – tentei
explicar.
- E você acha que isso é justificativa para trai-la com a melhor amiga? Tudo bem que eu não
gostava dela mesmo, mas sei muito bem o que é ser traída pelo meu namorado e pela minha
melhor amiga. Digo uma coisa para vocês: se ela quiser fazer de vocês cinza, vou ter um enorme
prazer em ajudar! – vociferou Rose.
Ninguém estava me deixando falar e estavam entendendo tudo errado. Se não me deixassem
falar, era bem capaz de Bella e eu morrermos esturricados.
- DEIXEM-ME FALAR, PORRA! – todos me olharam admirados. Só assim podia prosseguir – Fomos
com a Há fazer o exame e deu negativo. Ela ficou aliviada e disse que ia lutar pelo amor de sua
vida: JACOB – entoei bem o nome para eles perceberem bem e logo prossegui. – Aí ela me disse
que Bella me amava e falei que eu também a amava, mas que tinha medo de trair ou magoar Há.
Então disse para eu lutar por Bella e ser feliz com ela. E depois voltou para a Reserva – consegui
por fim explicar.
Mal havia falado que ela tinha voltado para a Reserva e Há entrou em casa chorando e correndo
para seu quarto.
- Para quem havia voltado para casa, ela não deixa essa daqui! – exclamou Rose.
Eu, Bella e Ali subimos para seu quarto.
- Há, o que está acontecendo? Por que você está chorando? – perguntou minha irmã.
- Perdi-o, Bella. Eu o perdi – falou para Bella, chorando muito.
- Tente se acalmar. Assim você vai ofegar. Vou buscar Jasper – falou Ali.
- O que aconteceu? Por que você acha que o perdeu? – perguntou Bella.
- Ele vai se casar… Com outra! Ele não me ama. Eu o perdi! – falou, chorando muito e nos
abraçando.
Como isso poderia ser? Vi bem em sua mente o quanto ele amava Há. Por que vai se casar com
outra? Não posso deixar isso ficar assim! Hadassa não merece sofrer. Não merece.
Agora eu estava com muita raiva de Jacob. Não poderia permitir que ele se casasse com outra
amando Há. Decidi ir atrás dele. Só saí de casa quando Carlisle deu a ela um comprimido para
dormir e eu lhe cantei sua canção de ninar.

CAPÍTULO 13 – Pazes.

Jake’s POV

Eu, Conrad, Gregg e Aaron estávamos tomando banho de cachoeira quando sentimos cheiro de
vampiro se aproximando. Transformamo-nos na hora. Era Edward Cullen. Ficou parado do outro
lado da cachoeira olhando pra cada um de nós.
“O que você quer aqui? Se não quer morrer, vá embora”, falou Conrad.
- Vim para falar com Jake.
“Não há nada que tenhamos para falar. Vá embora, senão morrerá. E não quero deixar minha
prima viúva”, falei em pensamento.
- É sobre ela mesmo que vim falar. É importante, Jake.
Na hora saí. Fui me transformar e voltar vestido.
- Podem ir. Fico bem – os lobos assentiram com a cabeça e saíram correndo. – O que você quer?
- Como você pode estar fazendo isso com a Há? É um monstro! – ele me acusou e comecei a
tremelicar todo de raiva.
- Quem você pensa que é para falar assim comigo?! E está enganado. O único monstro aqui é
você. Foi você quem engravidou Dassa.
- Ela não está grávida!
- Como não? Ela mesma me falou – ele estava tentando tapar o sol com a peneira. Pior: ele
estava tirando o corpo fora. Ah, não. Agora que a engravidou, vai ter que casar. Por mais que me
doa!
- O exame deu negativo. Ela não está esperando filho nenhum. Deixou-me para vir correndo para
a sua felicidade, para o seu verdadeiro amor, e você está com outra. Vi no outro dia o quanto você
ama a Há. Como você pode estar fazendo-a sofrer tanto assim?
- Do que é que você está falando?
- Não se faça de bobo. Você vai casar. Vai se casar com uma mulher que não ama. Prefere ser
covarde a ter que lutar pelo amor de Hadassa.
- Quem falou que eu iria me casar? E o que é que importa a você se amo ou deixo de
amar Hadassa? Você não gosta dela?
- Ela ouviu muito bem sua noiva falar que a data do casamento dependia de você! E importa sim o
amor que você sente por ela, se isso a fará feliz. E não é o que sinto que está em jogo e sim a
felicidade de Há.
- Então ela percebeu tudo errado, pois não sou eu quem vai se casar.
- Como não?
- Aisha é noiva de meu primo Conrad.
- Então por que a data depende de você?
- Porque eu sou o padrinho e ainda não tenho par para ser a madrinha. Eu queria chamar Dassa,
mas ela estava com você e ainda por cima grávida.
- Então quer dizer que você continua solteiro e a amando?
- Claro. Tive um imprinting com Dassa logo que virei lobo e por isso vou amá-la para sempre.
Nunca poderei nem conseguirei amar outra mulher sem ser ela.
- Meu Deus, você tem que dizer isso para ela.
- Para quê? Ela não me ama do jeito que a amo. Eu para ela sou apenas um amigo, o melhor
amigo.
- Melhor amigo sou eu…
- CHEGA! Você já roubou o amor dela de mim. Não irá roubar sua amizade.
- Jake, ela ama você como nunca me amou. E não é amor de amigo, de irmão ou de família como
você está pensando. Ama você como uma mulher ama um homem. Ela quer você para ser seu
marido, pai dos filhos dela. Sempre amou você, sempre. E pensou sempre que você só a amava
como irmã. No sabe como ela está sofrendo, pensando que você vai casar com outra. Ela acha que
perdeu você pra sempre. Deixe de ser lento e vá atrás dela!
Aquelas palavras me fizeram acordar. Ela me amava como eu a amava! Como eu não havia
percebido isso antes? Que burro. Burro, estúpido, idiota…
- Sim. Você é isso tudo e muito mais, mas dá para ser isso depois que lutar por ela? Agora não dá
tempo. Quando saí de casa seus pensamentos não eram dos melhores.
- Como assim? – perguntei, realmente preocupado.
- Isso agora não importa. Vamos logo. Transforme-se para ser mais rápido.
E assim o fiz. Pus-me de trás de um tronco de árvore, tirei minhas roupas e me transformei.
Entreguei as roupas para Edward e logo começamos a correr.
Em pouco tempo estávamos em frente à casa dos Cullens. Escondi-me de novo por detrás de um
tronco de árvore e me vesti depois de ele me entregar as roupas. Adentrei a casa.
- Meu Deus, que cheiro de cachorro é esse? Morreu aqui alguém? – resmungou Rosalie. – Ah, não!
O que é que esse filhote de cachorro está fazendo aqui? Ele vai empestar a casa toda com seu
cheiro imundo.
- Cale a boca, Rose – Edward mandou.
- Eu é que não fico aqui suportando esse cheiro, não – falou Rosalie.
- Nem eu. Nada contra, bro, mas você cheira mal pra cacete! – reclamou Emm.
Mais nada me importava do que ver Dassa.
- Seu quarto é lá em cima, segunda porta à direita – informou-me Edward.
Subi correndo e logo estava na porta de seu quarto. Estava aberta. Ela estava deitada na cama
dormindo. Alice e outra vampira, que eu não conhecia, estavam ao pé dela a vendo dormir.
- Ainda bem que você chegou. Esclareça tudo com ela – falou a tal vampira.
Ela e Alice saíram do quarto, nos deixando a sós. Aproximei-me de beira da cama de Dassa e me
sentei do seu lado. Segurei uma de suas mãos e acariciei seus cabelos. Ela abriu seus olhos e
olhou para mim surpresa.
- Jake? É mesmo você? O que você está fazendo aqui? Como entrou? – encheu-me de perguntas.
- Vim desfazer um grande mal-entendido.
- Mal-entendido? Do que você está falando?
- Do casamento – ela baixou seus olhos e uma lágrima correu por sua face. Como eu não havia
percebido que ela me amava? – Ei, não chore. Você percebeu mal. Não sou eu quem vai se casar.
- Como não? – olhou-me séria.
- Apenas sou o padrinho. Aisha é noiva de Conrad. É com ele que ela vai casar.
- Jura? – perguntou animada, mas depois desfez seu sorriso.
- Juro sim, Dassa. Como eu poderia casar com alguém amando outra menina? – percebi que mais
uma vez ela havia entendido errado.
- Outra menina – repetiu ela bem baixinho.
- Sim. Uma menina linda e super maravilhosa que também me ama muito e eu nunca havia
percebido isso antes. Foi preciso vir alguém que quase a roubou de mim falar isso para eu acordar
e ver que não há mais nada que nos possa separar – ela escutava minhas palavras muito atenta e
confusa. – Ela é a menina que faz meu mundo rodar de felicidade, traz alegria para os meus dias e
minhas noites, ilumina meu coração quando ele está sombrio. É uma menina que só com o seu
sorriso me faz ficar bobo e voltar a ser uma criancinha pequena. Uma menina que entrou na
minha vida de um jeito triste, porém que permanece nele com muito amor e felicidade e que vai
ficar nele pra toda a vida. É a menina que quero para minha mulher e para mãe de meus filhos. E
essa menina é você, Hadassa – ela me deu seu sorriso mais belo e me abraçou forte. Agora
chorava de felicidade.
- Eu te amo tanto, Jacob. Tanto mesmo.
- E eu amo você... De um jeito que nem imagina.
- Finalmente vocês se resolveram. Estava pensando que teria que amarrar os dois numa cadeira e
torturá-los até confessarem um para o outro o quanto se amam – falou Alice entrando no quarto.
Nós dois rimos.
- Sim, fomos mesmo teimosos e cegos – falei.
- Cegos ao ponto de não vermos o quanto nos amávamos.- ela falou.
- Bota cegos nisso – comentou Alice.

Logo voltamos para a Reserva e contamos a novidade a nossos pais de que estávamos
namorando. Todos ficaram muito felizes e nos deram os parabéns.

CAPÍTULO 14 – Confissões.

Dassa’s POV

Eu estava realmente surpresa por Conrad casar. Nunca o vi com uma única garota que seja e
agora, de repente, ele aparece noivo! Aisha deve ser uma moça muito paciente e compreensiva
para aturar todo o mau-humor dele. Ou simplesmente sou sua única vítima. Há uns tempos atrás
cheguei pensando que ele era florzinha. Tive até medo de ele se apaixonar pelo Jake. Pronto.
Viajei na maionese. Agora até tinha certa curiosidade em conhecer essa noiva dele. Coitada. Deve
ter uma péssima impressão de mim. Não fui nada gentil com os meus olhares assassinos e
invejosos sobre ela.
Estava lendo um livro em meu quarto quando alguém bateu na porta.
- Entre.
- Posso?
- Conrad?
- Gostaria de conversar um pouco com você. Tudo bom?
- Sim, entre. Sente-se – pedi meio zonza. Ele se sentou em uma cadeira e eu em outra, bem na
frente dele.
- O que você quer falar comigo?
- É sobre meu casamento.
- Pois é, cara. Quando Jake me falou mal quis acreditar. Levei horas para digerir essa informação.
Mas agora sei que é verdade, apesar de achar que é um pouco impossível. Nunca vi você com
ninguém.
- Pois é. As coisas mudaram muito nestes últimos meses.
- Para você e para mim. E de que maneira.
- É, soube que você conseguiu exterminar os assassinos de seus pais.
- Não o fiz só por mim. Fiz por todas as famílias que perderam filhos, irmãos, netos, bisnetos… Fiz
por todos os casais vítimas deles e por seus filhos... Para honrar e vingar cada um deles.
- Eles devem estar agradecendo isso tudo lá no céu. E seus pais devem estar muito orgulhosos.
- Minha mãe também.
- Sim, com certeza Tess é a que está mais orgulhosa.
- Recordo-me de tudo que ela fez por mim. Guardo todas as recordações dela, fotos, cartas que
escrevíamos uma a outra…
- Bem, voltando ao meu assunto.
- Sim, desculpe.
- Não precisa. Vim aqui convidar você para ser minha madrinha de casamento.
- Como é que é? – perguntei atônita.
- É isso mesmo o que ouviu.
- Eu… Sua madrinha de casamento? Só pode estar brincando!
- Quem mais poderia ser?
- A tia Brenda, a Carolina, a Angélica. Qualquer uma menos eu.
- Por que não você? Mal falo com Carolina e Angélica. Elas são apenas as nossas vizinhas. E são
umas autênticas pirralhas. E tia Brenda… Bem, ainda não havia pensado nela. Mas é você quem
quero pra ser minha madrinha.
- Por que eu? Você sempre me tratou mal. Nunca gostou de mim. Não me convide para madrinha
só porque sou namorada de Jake e ele é seu melhor amigo.
- Bem, a história é bem mais complicada, Dassa. Há um motivo muito especifico para eu convidar
você pra ser minha madrinha. É um pouco complicado e difícil de acreditar, mas é a mais pura
verdade.
- Ok, já entendi. Estou aqui para escutar.
- Hadassa, o que vou lhe falar pode parecer realmente absurdo, ilógico, falso, impossível…
- Fale logo e deixe de botar adjetivo nessa história, poxa! - reclamei.
- Dassa, desde o dia em que me mudei para cá, quando eu tinha nove anos e você, sete… - fez
pausa para respirar fundo.
- Eita, suspense irritante. Fale logo!
- Isso custa, Hadassa. Revelar minha versão da história custa muito. Calma.
- Desculpe.
- Logo que vi você… Apaixonei-me – ri bem alto na cara dele. – Isso é sério, Hadassa! – gritou.
Logo cessei meu riso.
- Desculpe de novo – tentei de novo não rir, mas não consegui. Isso só o irritou mais.
- O fato de eu ter tratado mal você esses anos todos foi porque a amava! – exclamou exasperado.
Nesse instante quis encostar meu corpo sobre as costas da cadeira, mas esqueci que a cadeira
não tinha costas e acabei caindo redonda no chão. Logo ele me ajudou a erguer. – Você está
bem? Está muito pálida.
- Estou… Estou sim. Mas... Conte-me direito essa história. É que… Ainda não estou acreditando.
- Sei que parece mentira, Dassa, mas eu tratava você daquele jeito porque sabia que era errado
amá-la sabendo que meu melhor amigo também amava. Sentia-me como que o traindo por sentir
o que sentia. E quando ele virou lobo e teve o imprinting com você, meu amor virou ódio.
- Imprinting? Então ele teve imprinting comigo e escondeu isso esse tempo todo?! – perguntei
feliz e ao mesmo tempo com raiva.
- Você não sabia?
- Não.
- Agora já contei para você. Mas continuando. Quando você sumiu e me afastei daqui, vagando
pelo país, depois de um tempo acabei por ficar uns tempos na casa da irmã de Brenda…
- Você ainda me amava a essa altura? – perguntei espantada.
- Sim. Afastei-me por me sentir culpado com o seu desaparecimento. Senti raiva de mim por ter
dito coisas tão horríveis para você! Não queria falar aquilo realmente. Estava só cego de ciúme.
Quando conheci Aisha, nada dela me despertou a atenção. Só pensava em você. Estava
completamente confinado ao quarto e raramente falava com ela. Porém um dia ela entrou em
meu quarto, pois eu estava tendo pesadelo, e veio me acordar. Quando tocou em mim, tive um
imprinting com ela – falou, jorrando um enorme sorriso. – E como que por magia, me senti livre
desse amor, desse ódio por você. Só tinha olhos para ela. E nesse mesmo instante a pedi em
casamento.
- Bem, ela deve ter ficado assustada.
- Um pouquinho, contudo depois expliquei tudo para ela e Aisha acabou dizendo sim ao meu
pedido.
- Que bom. Fico tão contente por vocês, Conrad.
- Obrigado. Só quero pedir a você um milhão de desculpas por tudo que a fiz passar, por tudo que
falei e pela maneira como tratei você.
- Desculpas aceitas.
- E então, agora que já sabe meus motivos, aceita ser minha madrinha de casamento?
- Claro que aceito – falei, abraçando-o.

CAPÍTULO 15 - A festa.

Jake’s POV

Já era dia do casamento de Conrad e todos os homens estavam reunidos em minha casa enquanto
as moças estavam em casa de tia Brenda e tio Benny. O casamento ia ser feito na praia da
Reserva, que estava toda decorada para a cerimônia. Todos nos vestimos o mais informal
possível. Nossa praia não são os fatinhos e também esse tipo de roupa não é muito próprio pra
um casamento na praia.
Saí de casa primeiro para ir buscar minha Dassa na casa dos Hunt, pois éramos os padrinhos e
deveríamos chegar junto com o noivo. Bati na porto e logo fui atendido por Vanessa, a namorada
de Gregg. Ela estava muito bonita, com um vestido amarelo rodado e seu cabelo liso e
parcialmente preso por uma flor. Alguns fios de cabelo estavam soltos e pendiam sobre a sua
face, dando a ela um ar mais leve e fresco. Sorriu para mim e me observou de alto abaixo.
- Hadassa! – gritou,olhando por cima do ombro. – Jake está aqui! – gritou, ainda me olhando de
cima abaixo.
Logo, minha Dassa apareceu.
- Até daqui a pouco, Van – falou ela.
Como ela estava linda, Nossa Senhora. Vestia um vestido azul bem justo que lhe batia pelos
joelhos. Seu cabelo estava bastante ondulado e preso de um dos lados com uma flor azul com
tons de roxo. Babei nela completamente. Não resisti e a agarrei pela cintura, puxando-o para
mim. Suas mãos tocaram meu peito para manter o equilíbrio e a distância na qual eu não
agüentava estar.
- Ei, Jake, vá com calma. ‘Ta? Assim amassa meu vestido – falou brava. Como ficava linda brava.
- É que… Você está… Tão… Linda! – falei pausadamente.
- Você também está um gato – falou, piscando seu olho e sorrindo marotamente. – Mas agora
faça o favor de me soltar. Temos que partir logo. Se você continuar assim agarrado a mim só
chegamos à praia quando eles estiverem dizendo o sim.
- Depois do casamento você não me escapa – falei bem sedutoramente, porém ela pareceu se
assustar com o que falei. Se calhar estou indo rápido demais. – Desculpe – falei, soltando-a e
passando a mão no cabelo envergonhado.
- Tudo bem. Vamos logo – falou, se adiantando na minha frente.
Fomos no carro do noivo que meu pai dirigia. Logo chegamos à praia que estava lotada com todos
nossos familiares e amigos da Reserva. Eu, Conrad e Dassa fomos caminhando pelo tapete rosa
até ao altar. A escolha das cores tinha sido de tia Brenda: branco e Rosa.
Eu não conseguia tirar os olhos de minha garota. Estava completamente enfeitiçado com a sua
beleza. Nenhuma mulher ali presente estava tão bela como ela. Aliás, havia alguma mulher ali
para além dela? Acho que não. Não havia ninguém naquela praia para além de nós dois. Logo ela
olhou para mim, vendo minha cara de bobo.
- Pare de olhar assim para mim, Jake. O que é que os convidados vão falar? Ainda pensam que é
você quem quer casar! – falou só para eu escutar.
- E quero – respondi. Ela olhou para mim admirada e corou no mesmo instante. Logo desviou sua
cara para esconder a vergonha.
Logo a noiva chegou muito linda também. Trazia um vestido bem soltinho cor de creme,que
assentava muito bem em seu tom de pele moreno. Entretanto mesmo assim Hadassa conseguia
estar mais linda. O que o amor nos faz...? Cega-nos de tal modo que nada e nem ninguém
consegue ser melhor que nosso parceiro. Mas essa cegueira é tão boa. Quero ser cego pra sempre
e tê-la sempre ao meu lado, sendo minha mulher, minha amiga, minha companheira. Meu futuro,
meu tudo. É isso o que ela é: minha vida, meu ar, minha felicidade.
- E eu vos declaro marido e mulher. O noivo pode beijar a noiva – falou o padre.
Meu Deus, nem percebi o tempo passar. Só queria ser o noivo e beijar minha noiva. Não a Aisha,
e sim a Hadassa . Minha noiva! É isso o que preciso fazer. Torná-la minha noiva.
Estávamos na pracinha da Reserva onde decorria a festa. O noivo fez seu discurso e logo apontou
pra mim.
- O padrinho deseja dizer algumas palavras? – perguntou Conrad. Logo aproveitei esse momento
pra dar meu showzinho.
- Claro que tenho, mas lamento que essas palavrinhas não sejam dirigidas aos noivos. Perdoem-
me desviar suas atenções, mas agora é minha vez de brilhar – falei brincando.
Todos riram, mas ninguém realmente imaginava o que iria fazer. Levantei-me da mesa dos
noivos, peguei na mão de minha Dassa e nos encaminhei até ao centro da praça, onde estava um
pequeno palco para a dança dos noivos.
- O que é que você pensa que está fazendo, Jacob? Saia já daí. Os primeiros a dançar são os
noivos – falou meu pai furioso.
- Quem falou que vim dançar? – falei, olhando para Dassa que ainda não tinha percebido minhas
intenções.
Ajoelhei-me diante dela e todos fizeram sons de surpresa.
- O que é que você está fazendo, Jake? – murmurou minha rainha nervosa e envergonhada.
Coloquei minha mão no bolso das calças e tirei de lá uma caixinha. Demorei algum tempo pra
abri-la. Gostava de fazer mistério. Logo a mostrei já aberta pra ela e retirei de lá o anel que
pertencera à minha mãe.
- Hadassa , você aceita se casar comigo? – perguntei num fio de voz.
- Ei, Jake. Ninguém escutou o que você disse. Dá pra repetir mais alto? – gozou Aaron. Fulminei-
o, porém pela minha Dassa eu era capaz de gritar isso até num microfone.
- Você quer ser minha mulher, Hadassa? – perguntei de novo.
Lágrimas rolavam em sua linda face. Ajoelhou-se também e me beijou.
- Isso é um sim? – provocou Aaron.
- SIM! – gritou ela.
Todos bateram palmas e a ergui pela cintura. Comecei a girar nossos corpos pelo palco.
- EU TE AMO, HADASSA! – gritei.
- Eu também te amo, Jake – falou num tom normal, mas que todos podiam ouvir.
Meu tio veio ao nosso encontro nos felicitando.
- Tenho a certeza de que fará minha filha muito feliz. Entrego-a a você sem restrições – felicitou,
me abraçando.
A festa continuou normalmente, mas eu não agüentava mais estar ali. Só que não sabia pra onde
levá-la. Logo uma idéia me surgiu.
- Alô, Alice?! Queria pedir um favor a você.
- Fale, Jake – incentivou-me.
- Bem, é que eu queria pedir emprestado aquela casinha que vocês têm na sua floresta que é…
- Nem precisa falar mais nada, Jake. Pode ir pra lá daqui a meia hora. Vou caprichar na decoração
– falou sem nem me deixar explicar para o que era.
- Nossa, como você sabe para o que quero a casa? – perguntei admirado.
- Tenho um sexto sentido – falou.
- Mas pensei que você não podia ver o futuro dos lobos e dos que estão perto deles. Então como
você soube?
- E não posso. Simplesmente soube. Porém isso agora não importa. Daqui a meia hora você vai
poder ira para lá. Adeus. E divirta-se – falou, desligando o celular na minha cara.
- Com quem você estava falando? – perguntou Dassa.
- Nada… Era engano – disfarcei. – Venha dançar.
Ficamos dançando meia hora. Quando esse tempo passou, me esgueirei com Hadassa pela
floresta.
- Aonde está me levando, Jake? – perguntou curiosa.
- A um lugar especial. Logo você verá. Espere-me aqui. Vou me transformar – saí de sua beira e
me escondi por detrás de uma árvore, tirando minha roupa e me transformando. Saí de trás da
árvore e entreguei a ela minhas roupas. Olhei para a menina e indiquei com a cabeça para ela
subir nas minhas costas. Assim o fez. Comecei a correr floresta adentro até chegar à casinha de
campo dos Cullens. Peguei minhas roupas com a boca e me escondi atrás da casa pra me
transformar de volta.

CAPÍTULO 16 - Aquela noite.


(N/A: Capítulo não recomendado a menores de dezoito anos. Aqui fica o aviso. Por isso se é
sensível ou impressionável e recatada, não leia. Tem cena de sexo.)

Dassa’s POV

- Onde estamos? – perguntei, assim que ele apareceu vestido de trás da casa.
- Estamos numa casa que pertence aos Cullens – falou.
- O quê? Mas eles vão matar você se souberem que invadiu a casa deles – falei amedrontada.
- Não se preocupe. Essa invasão… É do conhecimento deles – falou calmo e divertido, me guiando
para dentro de casa.
O interior da casa estava completamente decorado com velas e pétalas de rosas espalhadas pelo
chão. Todos os móveis tinham sido deslocados do lugar e encostados às paredes, dando à sala um
espaço mais amplo. Na parede em frente à entrada tinha um sofá com estofados brancos com
uma manta vermelha por cima. Na parede lateral estava uma mesa baixa repleta de comidas e
sucos. No centro da sala existia um tapete enorme, branco e felpudo com um monte de pétalas
vermelhas espalhadas por ele. Na parede da entrada existia uma aparelhagem bem cara tocando
músicas calmas e românticas num som bem baixinho, como música de fundo de um filme de
amor. Corei um pouco e olhei envergonhada para Jake que admirava espantado para aquela
decoração.
- Você sabia disto? – perguntei confusa.
- Bem… Não propriamente. Sabia que ela iria decorar a casa, porém nunca imaginei que decorasse
dessa maneira – falou impressionado num sussurro que mal pude ouvir.
- Ela quem? – perguntei desconfiada e curiosa.
- Alice – ele falou, me olhando envergonhado e passando a mão no cabelo curto.
- Então você anda falando com ela escondido! – acusei. - Por um acaso você anda me trocando
por ela? – falei brincando, mas ele não apreciou minha brincadeirinha e me olhou sério e bem
chateado.
- Não fale uma coisa dessas nem brincando, Hadassa. Nunca faria uma sacanagem dessas com
você. E Alice também não. É sua melhor amiga. Além do quê… Ela fede – finalizou brincando e me
fazendo gargalhar.
- Perdoe-me. Foi sem intenção. Sei que nenhum dos dois faria uma coisa dessas comigo – falei
também séria.
- Está perdoada, mas terá que me compensar com um monte de beijos - falou marotamente.
- Fechado – assenti, mordendo o lábio.
Ele me puxou pela mão até ao sofá e começou comendo. Esse homem come pra caramba, puxa.
Ele comeu muito na festa e aqui está comendo como se nunca tivesse visto comida antes. “Coisas
de lobo”, como meu pai diz.
- Você quer um pedacinho? – falou, estendendo uma fatia de bolo.
- Não. Obrigada. Comi o bastante na festa – esclareci.
- Puxa, você se alimenta que nem um passarinho – ele bicou, arremessando para dentro da boca
mais uma enorme fatia de bolo.
- Você é que se alimenta por um batalhão – acusei e ele me olhou surpreso. – Não que eu me
importe com isso. Só fico pensando que ou vou ter que botar meu umbigo no fogão o dia inteiro
ou contratar uma cozinheira. Mas você pode comer à vontade – incentivei e ele largou o bolo que
ainda restava comer.
- A comida pode esperar – falou, se encostando ao sofá. – Estou esperando os beijos que a
senhorita está me devendo – olhou-me com a sobrancelha erguida, me fazendo corar
instantaneamente.
Lentamente me aproximei dele, beijando-o de leve. Foi um beijo tímido e calmo, porém logo ele
começou a exigir mais com sua língua. Afastei-o bruscamente de mim, um pouco desconcertada.
- Que foi? – perguntou confuso.
- Nada – falei nervosa e me xingando mentalmente por o ter afastado.
- Desculpe se estou indo rápido demais – pediu, se ajeitando no sofá pra me olhar melhor. - Não
faremos nada que você não queira – falou, segurando minha face em suas mãos e me olhando
nos olhos.
- Eu sei – falei, sorrindo tímido.
- Vamos lá fora. Vamos ver as estrelas – disse, se levantando do sofá e me puxando, caminhando
em direção à porta da varanda que ficava do lado da aparelhagem.
Na varanda tinha um sofá-baloiço de madeira com um acolchoado verde. Sentamo-nos ali e deitei
minha cabeça na curva do seu pescoço. Ele passou o braço por meus ombros, me apertando mais
contra ele. Seu cheiro era maravilhoso, me entorpecendo e fazendo-me cair numa moleza
profunda.
A noite estava realmente bela. Completamente estrelada e com a lua cheia sobre nossas cabeças,
sendo testemunha do nosso amor. Nenhum momento podia ser mais perfeito do que aquele. Ele
era o meu sonho.
Acabei adormecendo ali abraçada a ele. Quando acordei, percebi que ele me havia me trazido para
o sofá da sala e me coberto com a manta vermelha. Ele estava em pé, junto à varanda, ainda
olhando as estrelas. Levantei-me sorrateira e fui até ele. Abracei-o pelas costas, fazendo-o dar um
saltinho de susto.
- Acordou, minha Rainha do Universo? (N/A: essa é pra você, Inês, minha BBFF. Amo você.) –
perguntou, se virando pra mim sem desfazer o abraço e beijando minha nuca.
- Sim. Senti sua falta ao meu lado – murmurei com a voz meio rouca de sono, porém sono era a
última coisa que eu tinha no momento.
Desfiz o abraço e o puxei pra nos sentarmos no chão sobre o tapete felpudo.
- Você é tão linda, Hadassa – falou com os olhos brilhando de amor e me acariciando o rosto.
Beijei-o com ternura e paixão. Suas mãos percorriam o meu corpo com tamanha delicadeza e ao
mesmo tempo desejo que me senti desejando-o cada vez mais. Nosso beijo foi pedindo mais. Sem
eu perceber, ele estava urgente e necessitado, tirando de nós todo o ar que precisávamos psra
viver. Mas esse beijo era tão bom que nenhum de nós dois quis parti-lo para respirar. Com as
mãos trêmulas, passei-as em busca dos botões de sua camisa e lentamente comecei a desabotoá-
los. Ele cessou o beijou muito a custo e me estudou.
- Temos todo o tempo do mundo, Dassa – falou preocupado, me dando certezas de que não
faríamos o que eu não quisesse.
- Quero esse tempo agora – falei, me colocando de pé e descendo o zípper do meu vestido,
deixando-o cair sobre meu corpo até o chão.
Ele ficou por instantes incontáveis me admirando com a boca entreaberta. Cuidava cada parte do
meu corpo com atenção extrema. Rastejou lentamente até mim e me puxou para deitar em seus
braços. Enquanto ele beijava o meu rosto e meu pescoço, desabotoei sua camisa, jogando-a no
chão assim que ele me permitiu tirá-la de seu belo e másculo tronco. Levantei-me e o empurrei
pra deitar no chão, me sentando sobre ele.
Seus olhos miravam o meu corpo com desejo e cobiça e me senti tão feliz por ele me desejar com
toda essa intensidade. Suas mãos subiram desde minhas coxas, passando pela lateral do meu
corpo, até chegar aos meus seios. Aí ele os massajou com vontade e senti um alto bater perto de
minha bunda. Gemi com esse contato do sexo dele, demasiado coberto, em mim. Saí de cima dele
e dediquei minha atenção a tirar as calças dele. Deliciei-me ao ver aquelas lindas pernas, grossas
e viris.
Em um gesto imperceptível, ele me girou pra ficar debaixo dele. Beijou com vontade minha boca,
prendendo delicadamente meus lábios em seus dentes de vez em quando. Tão lentamente ele me
tocava como estava tirando nossas roupas finais. Assim que terminou de me despir
completamente, corei brutamente ao ver todo o desejo que ele sentia ao olhar meu corpo
desnudo.
Seus beijos desceram de minha boca para meus seios, me fazendo sentir um desejo imensurável.
Minhas unhas arranhavam suas costas enquanto eu trincava seu lóbulo. Esse foi como o incentivo
final para ele me consumir. O prazer que ele tinha ao entrar em mim foi tamanho que o fez gemer
bem alto. Gemi de volta, pois seu grito me havia excitado muito mais do que eu já estava. Nossos
gemidos nos estimulavam cada vez mais, nossos corpos a ondular ao sabor do nosso amor. Com
ele, o auge foi mais perfeito do que alguma vez provei. Foi intensamente intenso, profundamente
delicioso e extremamente excitante e revigorante.

Amamo-nos sob a luz da lua, nossa única testemunha. Minto. Ela não era nossa única
testemunha. Toda a noite, toda a natureza era testemunha do tamanho do nosso amor. E eles
escutavam atentos todos os nossos movimentos, todos os nossos gritos de prazer e desejo.
Não queria que essa noite terminasse nunca. Se não fosse pelo cansaço que nos consumia, com
certeza não haveríamos terminado tão cedo, porque ter ele dentro de mim era a coisa mais
maravilhosa, magnífica e apaixonante que eu podia querer.
Dormimos envolvidos um no outro. Eu vestia sua camisa que tresandava ao maravilhoso cheiro do
seu corpo e ele, apenas suas boxers.
Logo amanheceu e alguém batia na porta freneticamente. Assustamo-nos com as batidas.
- Quem será? – perguntei sonolenta e atordoada.
- Cheira a vampiro. Fique aqui. Vou lá – falou cauteloso e caminhando lentamente para a porta.
- Cuidado, Jacob, por favor – pedi amedrontada.
- Quem é? – perguntou alto num tom grosso e autoritário.
- É Alice, cachorro. Abra logo a droga dessa porta! – falou resmunguenta.
Ele abriu a porta e logo ela foi adentrando, se dirigindo a mim com um sorriso largo e ao mesmo
tempo malicioso.
- Alice? Você aqui? Aconteceu alguma coisa? Nossos pais estão nos procurando? – perguntei de
rajada.
- Que idéia mais boba. Vim aqui tratar dos preparativos do casamento – falou, se sentando no
sofá. Não sem antes jogar minha calcinha no chão, o que me fez corar brutamente.
- Casamento? Que casamento? – perguntei abobalhada.
- Oras, do seu! Não só seu. Seu e da Bella e Ed. Não acham magnífico a idéia de fazer dois
casamentos num só? – falou entusiasmada, batendo palminhas.
- Mas, Alice, nós ainda nem marcamos a data…
- Nem é preciso. Já está marcada pra daqui a duas semanas. Temos muito pouco tempo, crianças
– falou apressada.
- DUAS SEMANAS?! – eu e Jake perguntamos incrédulos.
- Sim, sim, gente. Para que esperar mais? Vocês se amam, estão juntos, estão noivos…
- Mas… - tentei falar.
- Mas nada. Não há mas nem meio mas. Não quero ouvir um não da sua parte – falou, apontando
para mim e para Jake com um ar extremamente sério. - Não é todo o dia que há casamento e
quero que esse seja maravilhoso. Minha melhor amiga e meu irmão vão se casar. É a melhor coisa
que me poderia acontecer – falou segura de si. – Agora vá se vestir, senhorita. Tem roupa no meu
quarto pra você. Despache-se, que tem gente nos esperando! – falou, me empurrando pra porta
do seu quarto. – E você, cachorro, volte imediatamente para a sua casa avisar seus convidados
que o casamento é daqui a duas semanas – empurrou-o também.
- Minhas roupas – ele tentou argumentar.
- Para que quer as roupas? Você vai ter que tirá-las – ela falou, fechando a porta na cara dele.

Ainda me custava a acreditar que a louca da Alice tinha nos convencido, ou melhor, obrigado a
casar dentro de duas semanas. Sim, era tudo o que eu mais queria na vida casar com Jacob,
mas… Tão rápido? Nem deu para namorar direito (N/A: Pervertida. Sei que tipo de namoro ela
queria!).
Saímos da cabana e fomos direto para a casa dos Cullens, onde todos nos esperavam.
Principalmente Bella, que estava tão nervosa e ansiosa que nem eu.
- Ela também a obrigou a casar em cima da hora? – Bella me perguntou sussurrando.
- Sim – assenti, roubando uma gargalhada escandalosa de Emmett.
- Agora vocês que são as manequins de Alice. Cuidado que a pintora de rodapés é uma mini-
diabrete. Ela vai deixar vocês velhas em três tempos – Emm caçoou, fazendo Alice botar a língua
de fora para ele.

CAPÍTULO 17 – Casamento.

Ali’s POV

Preparar um casamento não é nada fácil. Dois então é quase um recorde. Mas sendo o casamento
de duas das pessoas que mais amo será um sacrifício merecido.
Preparei a cerimônia e a festa na clareira perto da cachoeira, bem na fronteira das duas florestas.
Estava mais que na hora de soltar bandeira branca para as brigas entre lobos e vampiros.
Estávamos todos reunidos aqui em casa, a minha família e a família de Dassa. Iríamos fazer a
escolha dos padrinhos.
- E então, Bella? Quem vai escolher como seus padrinhos de casamento? – perguntei animada.
- Eu e Ed decidimos que os padrinhos ideais seriam Esme e Carlisle – falou sorridente.
Minha mãe fez cara de quem chora de felicidade, mas nenhuma lágrima caiu.
- Ótima escolha. E você, Há? Vocês já escolheram?
- Bem, ainda não decidimos – falou.
- O padrinho será Aaron – adiantou-se Jake.
- Mas e Conrad? – perguntou Dassa nervosa.
- Ele será padrinho de nossos filhos. Acalme-se – falou, dando um xoxo em sua face.
- E para madrinha? Quem vocês escolhem? – perguntou Bella. Dassa olhou pra mim e sorriu.
- Alice, é claro – corri pra ela e a abracei, pois era mesmo uma surpresa pra mim. Mesmo eu
podendo ter uma pequena (grande) desconfiança em relação ao assunto, não podia prever o
futuro quando lobos estavam envolvidos.

~~*~~
Estávamos no shopping escolhendo os vestidos para a cerimônia. Os rapazes estavam todos em
uma loja experimentando as roupas que eu havia separado. Pois é, eles pediram minha ajuda, já
que não sabiam o que escolher. Escolhi roupas bem diferentes. Para os convidados de Jake,
escolhi algo mais leve e despojado. Para Jacob um fato bem informal, mas com um toque bem
chique e masculino. Minha família não precisou de mim. Eles têm bom gosto para escolher. Pelo
que eu soube, Emm escolheu o mesmo estilo dos lobinhos. Bem cara dele, para falar a verdade.
Os vestidos das damas de honra, que são Aisha, Camy, Van e Rose, foram todos escolhidos por
Rose. Ela escolheu vestidos de tom lilás. O meu era um pouco chamativo demais, então tive que
optar por outro, a muito desgosto meu. Peguei um cor salmão com uma espécie de jóia bordada
em dourado e cheia de brilhantes. Estava bom para o gasto. Esme escolheu um em vários tons de
verde e com folhos na saia. Os vestidos das noivas fui eu quem sugeriu, claro. Quem mais haveria
de ser? E nem eu o permitiria a tal.
O de Bella era um de seda branco aos pés, sem costas, apenas ligados por dois fios de tecido que
cruzavam nas costas. Já para Dassa escolhi um vestido com um corte grego e todo plissado que
dava pelo joelho. Ai, como elas ficavam lindas.
A tenda pra festa estava toda decorada com o branco como predominante, mas com vermelho e
roxo espalhados. Vermelho porque é a cor do buquê da Dassabuquê de Bella, orquídeas
Phaleonopsis, num enfeite em cascata.
Mandei construir uma trilha em madeira desde a reserva até a tenda e da tenda até minha casa.
Assim os convidados poderiam caminhar mais à vontade. Especialmente as senhoras por causa de
seus saltos altos. Nossos convidados eram poucos. Alguns amigos da escola de Forks e o clã
Denali.
O casamento era já na manhã seguinte e foi difícil fazer a escolha de onde os noivos iriam passar
a noite. Ficou finalmente decidido que todos os homens da casa Cullen iram ficar na Reserva e que
as damas de honra e as madrinhas, além das noivas, ficariam aqui em nossa casa. Aqui era
melhor para elas se arrumarem e para nós as arumarmos. Confesso que não ia passar bem a
noite se no dia seguinte chegasse ao casamento fedendo a cachorro, mas isso fica só entre nós, e
Ed, que leu minha mente e brigou feio comigo. Mas quem importa? Consigo sempre o que quero.

Ficamos a noite toda conversando e pensando nas maquiagens e penteados a fazer. Só por volta
das 23h30min é que Há, Aisha, Van e Camy foram dormir. O resto de nós ficou passando o tempo
jogando cartas ou vendo TV. Por volta das sete da manhã eu e Esme fomos preparar o pequeno
almoço para as humanas, enquanto o resto começou a se arrumar para o casamento e ajudar
Bella a se vestir.
Acordamos elas por volta das oito para fazer tudo com calma. As humanas desceram para comer,
mas certa hora Há desistiu de comer, pois estava muito nervosa para conseguir engolir a comida.
Eu e Rose fomos ajudá-la a se vestir. Eu a maquiei enquanto Rose fez seu penteado. Por fim ela
calçou suas sandálias de tiras e colocou suas jóias - um colar bem simples e brincos. Os sapatos
de Bella eram fechados e faziam bico na ponta do sapato. As suas jóias eram apenas os brincos e
uma pulseira de diamante.
Pusemo-nos a caminho da tenda por volta das onze. Mas como ainda era um caminho longo e
custava para as humanas andarem, acabamos carregando-as. Chegamos com uma hora de
atraso, como planejado, e os impacientes noivos já faziam cara de funeral.
Bella e Há tinham feito um esquema qualquer entre elas que nem eu mesma sabia. Só sabia, pela
cara do Ed, que Bella estava bloqueando a mente de Há. Elas caminharam juntas até o pequeno
altar e deram risinhos histéricos. Sabia que por aí vinha bosta e Ed, ao ler meu pensamento, não
ficou nada tranquilo. Bella tomou o caminho em direção a Jake e os dois noivos se olharam
alarmados. Jacob fazia sinais a Bella indicando que aquele não era o lugar dela, porém a menina
nem ligou e se sentou ao seu lado na mesma.Há fez o mesmo e sentou do lado de Ed.
- O que foi? – Há perguntou pra Ed, mas nem esperou resposta e se virou para a frente.
Todos os convidados ficaram confusos com aquela troca e um burburinho nervoso começou por
toda a tenda. Bella e Há olharam uma para a outra e, não segurando mais o riso, gargalharam em
alto e bom som, se levantando dos lugares que haviam sentado erradamente.
- Numa outra vida talvez – sussurrou Hadassa
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para Edward, beijando sua face.
- Eu não iria suportar seu cheiro mesmo – disse Bella, dando um enorme sorriso carinhoso pra
Jake.
Os dois suaram de alívio e acabaram por rir também. Tal como todos os convidados quando
perceberam que era tudo fingimento das duas noivas loucas.
- Devolvo o seu noivo – falou Bella, se dirigindo a Dassa.
- Cuide bem de Ed. Ele é muito precioso – falou Dassa, segurando as mãos de Bella. Em seguida
cada uma se dirigiu para seus respetivos noivos. E assim a cerimônia iniciou com a ladainha do
padre amigo da família e de Carlisle que sabia do nosso segredo por alto.
- Jacob Black, aceita por sua esposa Hadassa Wilson e promete amá-la, respeitá-la, ser-lhe fiel e
companheiro, nas boas horas e nas más, por toda a sua vida? – perguntou por fim o padre.
- Sim, aceito – respondeu prontamente.
- Edward Cullen, aceita por sua esposa Isabella Swan, promete amá-la e respeitá-la, ser-lhe fiel e
companheiro, nas boas horas e nas más, por toda a sua… Como vou dizer isso…? - sussurrou,
olhando o céu como se falasse com Deus. – Por toda a sua… Eternidade? – falou um pouco
indeciso.
- Sim – Ed respondeu, rindo do pobre homem.
- Hadassa Wilson, aceita por seu esposo Jacob Black, promete amá-lo e respeitá-lo, ser-lhe fiel e
companheira, nas boas horas e nas más, por toda a sua vida? – Dassa olhou pra Bella e falou.
- Será que devo? – perguntou brincando.
- Ser casado não deve ser grande coisa. Que tal fugirmos e sermos eternas solteiras? Com certeza
Rose e Alice iriam achar boa idéia – falou, piscando o olho para a gente. Jazz, Emm, Jake e Ed
ficaram bem assustados e zangados. Mas logo Dassa os tranqüilizou, respondendo:
- Sim, aceito. Nunca que iria querer ficar longe do meu amor – falou pra Jake, acalmando-o.
- Isabella Swan, aceita por seu esposo Edward Culle, promete amá-lo e respeitá-lo, ser-lhe fiel e
companheira, nas boas horas e nas más, por TODA a sua eternidade? – falou com tédio a palavra
toda.
Bella olhou de novo para mim e Rose e piscamos o olho pra ela.
- Depois de casada ainda tem jeito de fugir – Rose falou.
- Não se preocupe que posso prever uma altura em que eles não nos apanhem – eu entrei na
brincadeira.
Bella olhou para Edward e lhe sorriu.
- Não se preocupe, Ed. Não pretendo fugir – falou, sorrindo. – Sim, eu aceito – falou para o
padre.
- Então eu vos declaro aos quatro maridos e mulheres… Não todos juntos… É claro… Cada um com
cada qual… Vocês entendem… Jacob com Hadassa… E Edward com Isabella – mais uma vez todos
nós rimos do padre. Eita, homem complicado.
As alianças foram trocadas e a hora de serem jogados os buquês havia chegado. Bella e Há se
puseram de costas pra todas aquelas solteironas. Eu e Rose também tivemos que ir. Ia ser muita
bandeira se não fôssemos.
As duas jogaram os buquês ao mesmo tempo. Camila apanhou o buquê de Bella e Vanessa, o
de Há. Aaron e Gregg se engasgaram com as bebidas que estavam tomando e ficaram vermelhos
de vergonha quando todos anunciaram que seriam os próximos a casar.
Não tinham mais jeito. Estavam enforcados para sempre.

EPÍLOGO

Cinco anos depois do casamento dos nossos queridinhos, Aaron e Camila e Gregory e Vanessa
também se casaram. Muitas crianças corriam agora pela casa, animando essa enorme família que
não impunha mais barreiras nem fazia diferenças entre “raças”. Éramos todos amigos e unidos...
Graças à Há.
O filho de Conrad e Aisha tem já cinco anos, o mais velho de todos os guris. Seu nome é Samuel,
um verdadeiro líder.
Meses mais tarde do nascimento de Samuel, Aaron e Camila tiveram gêmeos: Leah e Seth. Os
dois com quase cinco anos agora. Seth é o mais dócil, o mais puro, e Leah a mais mandona e mal-
humorada.
No ano seguinte ao casamento, nasceu Brandon, filho de Jake e Dassa. Ele é um verdadeiro
protetor e muito amigo de todos.
Bella e Ed adotaram ano passado uma menina e a chamaram de Emily. Ela agora tem três anos e
é a criatura mais linda da face da Terra, depois da minha garotinha, é claro.
Eu e Jazz entramos também na onda de meu irmão e adotamos uma menina, Penélope, uma
autêntica princesinha e igualzinha a mim e Rose no quesito vaidade.
Rose havia ido comigo ver as criancinhas e acabou se apaixonando por um belo menino. Logo foi
exigir a Emm que adotassem o garoto. Ele não queria muito, mas quando o viu logo disse “esse é
dos meus. ‘Bora levá-lo!”. Chamaram-no de Garrett, um terrorista em ponto miniatura. Vive
perturbando Emily e Penny. Ele e minha menina têm agora dois anos.
Van teve há poucos meses uma menina também, Christine, uma sabichona que só vendo. Tão
pequenina e já tão atenta e interativa.
Agora entre nós: vou contar um segredo que mais ninguém ainda sabe. Ok, estou mentindo. Todo
mundo já desconfia, sim, mas só eu tenho certeza. O futuro dessas crianças já estava traçado e
como que por magia eu o conseguia ver perfeitamente, sem qualquer desvio ou suposição, claro
como a água. Todas estas lindas crianças já tinham o destino e futuro traçado. Seus corações já
tinham donos e, mesmo ainda muito jovens para baterem por alguém, eles o sentiam e não
tinham medo de demonstrar.
Sempre que Brandon (filho de Jake e Dassa) estava perto de Emily (filha de Ed e Bella), ele a
tratava com tanto carinho e proteção que era impossível não perceber que gostavam um do
outro.
Com Samuel (filho de Conrad e Aisha) e Leah (filha de Aaron e Camy) foi a mesma coisa. Eles
brigavam muito, se batiam, mas quando se uniam, não havia pai pra ninguém. Eram tão fiéis e
amigos um do outro que fazia até inveja.
Garrett (filho de Rose e Emm) perto de Christine (filha de Gregg e Van) virava um verdadeiro
cachorrinho, fazendo todas as suas vontades e a mimando muito, não só por ela ser a mais nova.
Igual a Emm com Rose.
E por fim Seth (filho de Aaron e Camy) e Penélope (minha bebê e de Jazz). Eles ainda não
notaram, mas quando estão juntos coram tanto que chega até ser engraçado de tão
constrangedor que é para os dois.
E, bom, acho que não tenho mais nada a dizer. Esse é o final que todo mundo queria: feliz e
repleto de amor.

FIM

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