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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES
CENTRO DE DOUTRINA DO EXÉRCITO

Nota de Coordenação Doutrinária Nr ___/2015, de ______de dezembro de 2015.


AS ESTRUTURAS DE ENGENHARIA NO TEATRO DE OPERAÇÕES

1 FINALIDADE
Orientar a organização das estruturas de Engenharia no Teatro de Operações (TO).

2 OBJETIVO
Apresentar uma visão atualizada das estruturas de Engenharia no TO, à luz da Doutrina Militar
Terrestre, subsidiando exploração do assunto: nas Escolas Militares, no planejamento e execução
de Exercícios Militares, nos planejamentos operacionais e táticos para Emprego da Força
Terrestre.

3 REFERÊNCIAS
____. Doutrina de Operações Conjuntas - MD30-M-01, 2011.
____. Doutrina de Logística Militar - MD42-M-02,
____. Glossário das Forças Armadas - MD35-G-01, 2007.
____. Operações: EB20-MF-10.103, 2014.
____. Força Terrestre Componente - EB20-MC-10.202, 2014.
____. A Força Terrestre Componente nas Operações - EB20-MC-10-301, 2014.
____. Movimento e Manobra - EB20-MC-10.203, 2015
____. Logística - EB20-MC-10.204, 2014
____. Proteção - EB20-MC-10.208, 2015
____. Geoinformação - EB20-MC-10.209, 2014
____. Doutrina Militar Terrestre - EB20-MF-10.102-1, 2014
____. Emprego de Engenharia - C 5-1, 1999

4 INTRODUÇÃO
4.1 A Doutrina do Exército Brasileiro, em particular a doutrina de emprego da Arma de
Engenharia, vive em constante evolução, requerendo atualizações periódicas em função da
introdução de novos conceitos, novos equipamentos e mesmo da observação do emprego de da
Arma, nos mais variados conflitos.

(Nota de Coordenação Doutrinária Nr ____/2015 – C Dout Ex/COTER, de ____ DEZ de 2015......Fl 1/8)
4.2 A recente edição de uma nova série de manuais doutrinários, tanto pelo Ministério da Defesa
(MD), quanto pelo Estado-Maior do Exército (EME), indicou a necessidade de uma atualização do
Manual de Campanha C 5-1 (Emprego de Engenharia, edição de 1999).

5 ORGANIZAÇÃO DA ENGENHARIA
5.1 Uma vez que a Engenharia exerce sua atividade sobre um fator sempre presente - o terreno -
deve haver, em cada escalão, uma Engenharia capaz de modificar as condições do mesmo, de
acordo com a manobra adotada.
5.2 A organização da Engenharia tem por base a centralização dos meios nos escalões mais
elevados, permitindo que os mesmos possam suprir as deficiências de Engenharia dos escalões
subordinados, em face das necessidades específicas de cada situação e, ainda, atender ao apoio
em profundidade, de modo a liberar os escalões subordinados de encargos na retaguarda.
5.3 Uma ação coordenadora do escalão superior de engenharia sobre os escalões subordinados
se faz necessária e é realizada por meio dos canais técnicos de engenharia.
5.4 O funcionamento adequado desses canais técnicos constitui-se em dos principais fatores
para a eficiência do apoio, permitindo que os escalões subordinados possam, em tempo útil,
articular seus meios, tomar as providências necessárias e receber apoio adicional do escalão
superior, quando for o caso.
5.5 A Engenharia é organizada no TO nos seguintes escalões: Engenharia do Comando Logístico
do Teatro de Operações (Eng/CLTO), Comando de Engenharia da Força Terrestre Componente
(CEFTC), Engenharia Divisionária (ED) e Engenharia de Brigada (E Bda).
5.6 Os escalões de Engenharia são constituídos pelos seguintes elementos de emprego: pelotões
de engenharia (Pel Eng), companhias de engenharia (Cia Eng), batalhões de engenharia (Btl Eng)
e grupamentos de engenharia (Gpt E), além das tropas de engenharia especializadas.
5.7 As tropas de engenharia especializadas oferecem capacidades diferenciadas de engenharia,
em razão de possuírem pessoal e equipamentos específicos. Quando possuem valor igual ou
menor que subunidade, costumam ser chamadas genericamente de “módulos especializados”.
5.8 São exemplos de módulos especializados: Companhia de Engenharia de Camuflagem,
Equipe de Mergulho, Grupo de Construção Horizontal, Turma de Patrimônio Imobiliário, etc.
5.9 O anexo “A” apresenta os escalonamentos da Engenharia no TO e os organogramas das
estruturas básicas de Engenharia, segundo as situações de emprego da FTC da Doutrina Militar
Terrestre.

6 A ENGENHARIA NA ZONA DE ADMINISTRAÇÃO


6.1 Na Zona de Administração (ZA) encontra-se:
6.1.1 uma estrutura de Engenharia que integra o Comando Logístico do Teatro de Operações
(CLTO), denominada de Eng/CLTO, de forma a apoiar as atividades daquele comando,
particularmente no planejamento e execução de obras e de serviços de Engenharia.

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6.1.2 quando houver necessidade de se apoiar de forma mais cerrada a uma F Cte, a Eng/CLTO
poderá organizar, a partir dos seus meios, um Grupo-Tarefa Logístico de Engenharia (GT Log
Eng), que poderá enquadrar unidades de engenharia de combate, construção, geoinformação,
meio ambiente, patrimônio imobiliário e outros.
6.2 A Eng/CLTO será constituída conforme as necessidades de trabalhos técnicos e atividades
logísticas de Engenharia. O valor e a natureza da tropa dependem mais das características, da
magnitude e das necessidades de desenvolvimento da infraestrutura do ambiente operacional do
que das forças a serem apoiadas.
6.3 Na ZA, prioriza-se a exploração dos recursos mobilizados e contratados. Em consequência, é
normal a existência de empresas civis especializadas e enquadradas pela estrutura militar.
6.4 As atividades de engenharia executadas com maior frequência na ZA são as de apoio geral
de engenharia, englobando os trabalhos de estradas, pontes, instalações, geoinformação,
manutenção e suprimento, que exigem grande capacidade técnica e meios especializados nesse
escalão.
6.5 Considerando o grande volume e complexidade de tarefas na ZA, é conveniente que as
forças de Engenharia integrantes da Eng/CLTO sejam enquadradas por Grupamento(s) de
Engenharia, possuindo particularmente estruturas de Engenharia de Construção, de Meio
Ambiente e de Patrimônio Imobiliário, entre outras que se fizerem necessárias.

7 A ENGENHARIA NA ZONA DE COMBATE


7.1 Na Zona de Combate (ZC) encontram-se:
7.1.1 Estruturas de Engenharia da Força Terrestre Componente (FTC) e de Divisão(ões) de
Exército (DE), com meios para atender às necessidades próprias do escalão e aumentar o apoio
aos escalões subordinados, inclusive assumindo encargos nas áreas de retaguarda destes, de
modo a liberar suas engenharias para o apoio cerrado aos elementos de combate;
7.1.2 A Engenharia orgânica das Brigadas, com meios para atender às necessidades mínimas e
imediatas do escalão e mais diretamente ligadas ao combate.
7.2 A Engenharia da FTC
7.2.1 A FTC constitui o escalão essencial para o emprego da engenharia por ser o grande
comando operativo que executa operações estratégicas e que planeja e conduz operações táticas
dos seus elementos subordinados. Tem, assim, uma visão ampla do terreno e da situação para
poder julgar as necessidades gerais em apoio e em trabalhos, conceber o esquema geral de apoio
de engenharia e exercer, efetivamente, uma coordenação dos escalões subordinados.
7.2.2 O apoio de engenharia a uma FTC abrange uma diversidade de trabalhos em apoio
adicional à mobilidade e à contramobilidade dos elementos de primeiro escalão. Abrange,
também, o apoio à proteção de tropas e instalações e o apoio geral de engenharia em toda a sua
área de atuação.

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7.2.3 Uma FTC é estruturada para atender a um planejamento operacional específico, não
possuindo, portanto, uma organização fixa. A Doutrina Militar Terrestre admite, para fim de
planejamento, diversos tipos de FTC, cujos apoios de Engenharia serão organizados de acordo
com as constituições destas.
7.2.4 O apoio de Engenharia a uma FTC é prestado por uma estrutura denominada de Comando
de Engenharia da FTC (CEFTC), a qual possui, como principais elementos operativos, os
grupamentos de engenharia (Gpt E) ou batalhões de engenharia (Btl Eng).
7.2.5 Os escalonamentos e organogramas dos diversos tipos de CEFTC são apresentados no
Anexo “A”.
7.3 O Grupamento de Engenharia
7.3.1 O Gpt E controla, coordena e supervisiona as tarefas de engenharia executadas pelos
batalhões e módulos especializados subordinados, sendo a estrutura natural para enquadrar U e
SU de Engenharia.
7.3.2 Basicamente, o Gpt E é composto pelo Cmdo, EM, pela Cia C Ap e por U e SU de
Engenharia. Possui capacidade de enquadrar até cinco batalhões. Considera-se, para fim de
planejamento, que cinco módulos especializados equivalem a uma U.
7.4 A Engenharia Divisionária
7.4.1 As ações que se desenrolam no escalão DE são de natureza nitidamente tática e, em
consequência, sua engenharia opera em um ambiente no qual o combate é o elemento
preponderante.
7.4.2 O apoio de Engenharia a uma DE é prestado por uma estrutura denominada Engenharia
Divisionária (ED).
7.4.3 Em função da missão da DE apoiada e da(s) hipótese(s) de conflito planejada(s), a ED pode
ser organizada com constituição variável, desde um BE Cmb até um Gpt E, além dos módulos de
engenharia especializados e dos reforços que forem necessários.
7.4.4 A ED apoia, basicamente, a mobilidade e a contramobilidade dos elementos de manobra da
divisão. Realiza, também, o apoio à proteção de tropas e instalações e o apoio geral de
engenharia em toda a zona de ação divisionária, suplementando o apoio prestado pelas E Bda.
7.4.5 O escalonamento da ED é apresentado no anexo A.
7.5 A Engenharia de Brigada (E Bda)
7.5.1 A E Bda constitui o escalão de engenharia mais avançado na ZC. Nele, as necessidades de
apoio dos elementos de combate são sentidas com mais intensidade, o que exige o
posicionamento dos meios o mais à frente possível.
7.5.2 Dentro da característica de apoio em profundidade, a E Bda é organizada com meios para
atender às necessidades mínimas e mais imediatas da frente de combate, e realiza trabalhos
sumários e rápidos. Assim, quando ocorre uma deficiência de meios em pessoal ou material, a E
Bda depende do apoio do escalão superior de engenharia para suplementá-la e/ou reforçá-la.
7.5.3 A Engenharia de Brigada é composta, basicamente, por:

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7.5.3.1 Um BE Cmb orgânico, nas Brigadas de Infantaria Blindada (Bda Inf Bld), de Infantaria
Mecanizada (Bda Inf Mec) e de Cavalaria Blindada (Bda C Bld). Neste caso, o BE Cmb possuirá
duas Cia E Cmb, a quatro Pel E Cmb, cada uma.
7.5.3.2 Uma Cia E Cmb orgânica, nas demais brigadas. Neste caso, a Cia possuirá três Pel E
Cmb.
7.5.3.3 A natureza das unidades de Engenharia de Combate de Brigada será a mesma da brigada
apoiada.

8 GERAÇÃO DE FORÇAS
8.1 A Concepção Estratégica do Exército (CEE) oferece diretrizes importantes para a organização
e destinação das Forças, incluindo-se as tropas de Engenharia, particularmente as orgânicas das
Brigadas, em decorrência das diversas Hipóteses de Emprego (HE).
8.2 O preparo, prontidão e emprego da Força Terrestre são regulados por meio do Sistema
Operacional Militar Terrestre (SISOMT).
8.3 A adjudicação de meios, inclusive os de Engenharia, é proposta pelo Plano Estratégico de
Emprego Conjunto das Forças Armadas (PEECFA) (elaborado pelo EMCFA), que identifica a
Estrutura Militar e a composição dos meios a serem empregados. A adjudicação é confirmada e
complementada pelo(s) Plano(s) Operacional(ais), confeccionados pelos Comandos Operacionais.
8.4 A adjudicação de meios é de fundamental importância para o processo de geração de forças.
Normalmente as Eng Bda orgânicas das GU seguem o previsto para a respectiva Bda. Já os Gpt
E, existentes desde o tempo de normalidade, possuem estruturas importantes a considerar na
adjudicação de meios, quer seja para a realização de trabalhos na ZI (particularmente para as Op
Eng, Obras Militares, Meio Ambiente e Patrimônio); quer seja na organização ou mesmo na
evolução de sua estrutura para as seguintes forças: Eng/CLTO, CEFTC, Gpt E/CEFTC e ED.

(Nota de Coordenação Doutrinária Nr ____/2015 – C Dout Ex/COTER, de ____ DEZ de 2015......Fl 5/8)
ANEXO A - ESCALONAMENTOS DA ENGENHARIA NO TO E
ORGANOGRAMAS DAS ESTRUTURAS BÁSICAS DE ENGENHARIA,
SEGUNDO AS SITUAÇÕES DE EMPREGO DA FTC

1 FTC organizada com mais de um G Cmdo operativo (1º caso)


1.1 Escalonamento

Figura 1 - Exemplo de Escalonamento da Engenharia em FTC com mais de um G Cmdo operativo

1.2 Organograma do CEFTC

CEFTC

EM
(1)

Gpt E Módulos
Cia C Ap Cia Geoinformação
(2) Especializados (3)

Legenda:
(1) Possui Centro de Operações de Engenharia e poderá incluir estrutura de Meio
Ambiente e Patrimônio Imobiliário
(2) Possui Nr variável de Gpt E (no mínimo 1), que enquadram Btl Eng e os Módulos
Especializados
(3) Nr variável de Módulos Especializados
Figura 2 - Exemplo de organograma da CEFTC de FTC organizada com mais de um G Cmdo operativo

(Nota de Coordenação Doutrinária Nr ____/2015 – C Dout Ex/COTER, de ____ DEZ de 2015......Fl 6/8)
1.3 Organograma de um Gpt E

Gpt E

EM

Btl Eng Módulos Especializados


Cia C Ap
(1) (2)

Legenda:

(1) Possui capacidade de enquadrar de dois a cinco Btl Eng (Cmb ou Cnst). Considera-se,
para fim de planejamento, que cinco módulos especializados equivalem a um Btl Eng
(2) Nr variável de Módulos Especializados
Figura 3 - Organograma de um Grupamento de Engenharia

2 FTC organizada com mais de uma GU operativa (2º caso)


2.1 Escalonamento

Figura 5 - Exemplo de Escalonamento da Engenharia EM FTC com mais de um GU operativa

(Nota de Coordenação Doutrinária Nr ____/2015 – C Dout Ex/COTER, de ____ DEZ de 2015......Fl 7/8)
2.2 Organograma do CEFTC

CEFTC

EM
(1)

Módulos
Btl Eng
Cia C Ap Cia Geoinformação Especializados
(2)
(3)

Legenda:

(1) Possui Centro de Operações de Engenharia e poderá incluir estrutura de Meio Ambiente
e Patrimônio Imobiliário
(2) Normalmente, dois Btl Eng (Cmb ou Cnst), podendo chegar a cinco
(3) Nr variável de Módulos Especializados
Figura 6 - Exemplo de organograma da CEFTC de FTC organizada com mais de um G Unidade operativa

3 FTC é organizada com uma GU operativa (3º caso)


Neste caso, o CEFTC será constituído pela Unidade ou Subunidade orgânica da GU, podendo
receber meios adicionais.

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