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2022
LUCAS ALVES DE PÁDUA
Primeiramente dedicamos esse trabalho a, Deus, sem ele não teríamos a capacidade para
desenvolver este trabalho.
Dedicamos este trabalho a nossos pais, pois graças a seus esforços tivemos o privilégio de
sermos guiados da melhor forma possível ao longo desses anos, para concluirmos esse curso.
Dedicamos este trabalho a todos aqueles que fizeram parte do nosso desenvolvimento
profissional e acadêmico, a toda equipe do corpo docente da UNIVAP que sempre nos tratou e
orientou da melhor forma possível.
Agradecimentos
Agradecemos primeiramente a Deus, que sempre esteve conosco independente das dificuldades
que tivemos que encarar ao longo dessa jornada acadêmica, e que sempre nos deu força para
seguir em frente.
Agradecemos a os nossos pais, que em todos os momentos estavam ao nosso lado e auxiliando
da melhor forma possível independentemente da situação.
Agradecemos também a os nossos coordenadores de curso Prof. Dra. Heidi Korzenowski, Prof.
Dr. Paulo Salles e Prof Silas Camargo de Matos, por todo suporte prestado ao longo de todos
esses anos.
Agradecemos ao nosso coordenador externo Dr. Felipe Jean, por todo suporte prestado ao longo
do desenvolvimento do trabalho.
Enfim agradecemos a todos aqueles de alguma forma contribuíram para o nosso crescimento
profissional e acadêmico.
“Cada sonho que você deixa pra trás, é um
pedaço do seu futuro que deixa de existir.”
(Steve Jobs)
Resumo
O Brasil tem uma importante história quando se trata de mercado aeroespacial, devido as
instituições que foram fundadas a fim de desenvolver esse mercado como por exemplo o
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Instituto de Estudos Avançados (IEAv) e o
Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Essas instituições possuem renome internacional e
proporcionam oportunidades de desenvolvimento e pesquisa relacionadas ao setor aeroespacial.
Visando a oportunidade de trabalhar com projetos de alto desempenho tecnológico, o presente
projeto visa contribuir para a disseminação tecnológica e auxiliar na corrida hipersônica
brasileira, contribuindo para o acesso ao espaço e o desenvolvimento tecnológico da indústria
aeroespacial privada brasileira aproximando-a do meio acadêmico. A tecnologia hipersônica
trabalha com os conhecidos motores Scramjet que são motores aero térmicos capazes de gerar
grandes velocidades comprimindo o fluxo de ar e queimando combustível para a geração de
empuxo. Já em relação à aerodinâmica hipersônica, pode-se considerar a parte do espectro de
voo acima de Mach 5, caracterizada por esse regime de alto número de Mach, no qual
determinados fenômenos de fluxo físico se tornam progressivamente mais importantes à
medida que o número de Mach é aumentado. O presente trabalho concebeu uma geometria
conceitual para o motor Scramjet e o estabeleceu os parâmetros de entrada de temperatura para
realização de uma análise termo estrutural do motor com a queima de combustível em estágio
de voo cativo a velocidade Mach 7, onde obteve-se o fluxo de calor de 77.593,00 W/m² na
rampa de entrada, 92.773,00 W/m² na entrada do motor, 26.861,00 W/m² na câmara de
combustão e 3,46x106 W/m² no ponto de estagnação. Além do fluxo de calor, foi possível
determinar o gradiente de temperatura que variou entre 1.736,20 K no bordo de ataque a 839,89
na câmara de combustão, considerando o hidrogênio como combustível, onde essas
temperaturas serviram de base para determinar que o método passível de refrigeração se adequa
melhor ao projeto.
Palavras-chave: Brasil, Scramjet, Hipersônica e Termoestrutural.
Abstract
Brazil has an important history when it comes to the aerospace market, due to the institutions
that were founded in order to develop this market, such as ITA, IEAv and IAE. These
institutions are internationally renowned and provide industry-related research and
development opportunities. Aiming at the opportunity to work with high technological
performance projects, this project aims to contribute to the dissemination of technology and
help in the Brazilian hypersonic race, contributing to access to space and the technological
development of the Brazilian private aerospace industry, bringing it closer to the academic
environment. The hypersonic technology works with the well-known Scramjet engines, which
are thermal aero engines capable of generating high speeds by compressing the air flow and
burning fuel to generate thrust. In relation to hypersonic aerodynamics, one can consider the
part of the flight spectrum above Mach 5, characterized by this high Mach number regime, in
which certain physical flow phenomena become progressively more important as the Mach
number is increased. The present work conceived a conceptual geometry for the Scramjet
engine and established the temperature input parameters to carry out a thermostructural
analysis of the engine with fuel burning in captive flight stage at Mach 7 speed, where the
flow was obtained of 77,593.00 W/m² at the entrance ramp, 92,773.00 W/m² at the engine
inlet, 26,861.00 W/m² in the combustion chamber and 3.46x106 W/m² at the stagnation point.
In addition to the heat flux, it was possible to determine the temperature gradient that varied
between 1,736.20 K at the leading edge to 839.89 in the combustion chamber, considering
hydrogen as fuel, where these temperatures served as the basis for determining that the
method coolant is best suited to the project.
V∞ = velocidade do escoamento
qw = fluxo de calor (W/m²)
ρ = densidade
µ = viscosidade
h = entalpia
Pr = número de Prandtl
𝐪̇ 𝐰 = transferência de calor por convecção
Re = número de Reynolds
Cf = coeficiente de atrito
J = Joule
H2 = hidrogênio diatômico
γ = gamma; razão de calores específicos
Cp = coeficiente de pressão
R = constante universal dos gases
P = pressão (Pa; Pascal)
T = Temperatura
Sumário
1. Introdução .......................................................................................................................... 1
1.2 Motor Scramjet ..................................................................................................................... 2
1.3 Gerenciamento Térmico ....................................................................................................... 2
1.3.1 Gerenciamento Térmico Passivo ....................................................................................... 2
1.3.2Gerenciamentos Térmicos Semi Passivos .......................................................................... 4
1.3.3 Gerenciamentos Térmicos Ativos ..................................................................................... 5
1.4 Aquecimento Aerodinâmico e Pressão Dinâmica ................................................................ 7
2. Materiais e Métodos .......................................................................................................... 7
2.1 Caret Wing ............................................................................................................................ 7
2.2 Waverider de Fluxo Cônico.................................................................................................. 8
2.3 Waveriders viscosos ............................................................................................................. 9
2.4 Revisão Bibliográfica ......................................................................................................... 12
2.4.1 Camada de Entropia......................................................................................................... 13
2.4.2 Espessura da Camada Limite........................................................................................... 14
2.4.3 Efeitos de Temperaturas Elevadas ................................................................................... 14
2.4.4 Transferência de Calor..................................................................................................... 15
2.4.5 Considerações sobre o ponto de estagnação .................................................................... 16
2.4.6 Teoria da Entalpia de Referência de Eckert .................................................................... 18
3. Resultados ........................................................................................................................ 20
3.1 Análise Térmica.................................................................................................................. 20
4. Discussão .......................................................................................................................... 25
5. Conclusão ......................................................................................................................... 27
6. Referências bibliográficas............................................................................................... 28
1. Introdução
1
aplicação dos sistemas de gerenciamento térmico, para um voo em velocidade Mach 7 e
altitude de aproximadamente 100.000 ft (30,48 km).
O motor Scramjet (Figura 1) é aquele que não possui partes móveis. Portanto, para seu
projeto existem três partes principais: um duto de carenagem, onde o fluxo supersônico é
comprimido e desacelerado; uma câmara de combustão onde o combustível (hidrogênio)
que irá reagir com o oxigênio presente na atmosfera produzindo calor; e um bocal
convergente-divergente onde o fluxo é ainda mais acelerado, produzindo empuxo
deixando o veículo em velocidades hipersônicas (THE SCRAMJET..., 2009).
Fonte: Wikimedia
Existem três tipos de gerenciamento térmico que podem ser integrados no motor para o
controle de temperatura: Passivo, Semi Passivo e Ativo.
Os controles passivos e semi passivos estão relacionado com as fases de mudança de
temperatura. Já no gerenciamento ativo é necessário bombear um produto refrigerante ao redor
da estrutura, ou seja, é necessário a integração de um sistema de refrigeração, o que torna o
veículo mais pesado, enquanto os métodos anteriores (passivos e semi passivos) não utilizam
dispositivos adicionais, pois a proteção contra altas temperaturas se dá através da escolha de
materiais mais resistentes a essas condições (CERAMIC..., 2008).
Fonte: AIAA-2008-2682
A segunda é a estrutura do dissipador de calor, que pode ser usada para fluxos de calor
moderados para uma situação de transição, onde a estrutura do dissipador é usada quando ocorre
aquecimento superficial e parte do calor é irradiado e o restante é absorvido pela estrutura
principal (Figura3) (CERAMIC..., 2008).
Fonte: AIAA-2008-2682
Por fim, as estruturas quentes, os quais podem ser utilizadas para fluxos moderados por
longos períodos, ao contrário das estruturas dissipadoras de calor. Em semelhança com a
estrutura do dissipador de calor, parte do calor é irradiado e o restante é absorvido pela estrutura
principal (Figura 4) (CERAMIC..., 2008).
3
Figura 4 - Esquema de uma estrutura quente.
Fonte: AIAA-2008-2682
Fonte: AIAA-2008-2682
4
Figura 6 - Esquema de um escudo de calor ablativo.
Fonte: AIAA-2008-2682
O gerenciamento ativo é usado quando os fluxos de calor são ainda mais altos por longos
períodos. Três tipos de gerenciamento ativo podem ser usados.
A estrutura ativamente resfriada pode ser utilizada dentro do sistema de propulsão para
gerenciar a temperatura interna, um refrigerante é usado para dissipar o calor, embora o
refrigerante ajude a resfriar a estrutura, o tempo de exposição a fluxos de calor mais altos faz
com que a estrutura opere dentro dos limites de temperatura (Figura 7) (CERAMIC..., 2008).
Fonte: AIAA-2008-2682
5
Outro tipo de gerenciamento ativo é o resfriamento de filme, assim como o a estrutura
ativamente resfriada também é usada dentro do sistema de propulsão para alto fluxo de calor
por longos períodos, mas no resfriamento de filme o líquido refrigerante é injetado no fluxo de
ar, geralmente no local a montante e em um ponto específico. O resfriamento por filme funciona
como uma manta isolante fina e fria, semelhante ao resfriamento condensado, a estrutura
continua operando dentro dos limites de temperatura (Figura 8) (CERAMIC..., 2008).
Fonte: AIAA-2008-2682
E por fim, o resfriamento por transpiração, assim como os demais, também é utilizado
para altos fluxos de calor e longos tempos de exposição. Para tal o refrigerante é injetado em
um fluxo de gás quente através de uma estrutura porosa (geralmente feita de materiais
compósitos). Para esse caso o líquido refrigerante é injetado continuamente em grandes áreas,
diferentemente do resfriamento por filme, que é mais comumente usado em áreas discretas. O
resfriamento por transpiração faz com que o estrutura também opere dentro dos limites
desejados de temperatura (Figura 9) (CERAMIC..., 2008).
Fonte: AIAA-2008-2682
6
1.4 Aquecimento Aerodinâmico e Pressão Dinâmica
O aquecimento aerodinâmico e a alta pressão dinâmica são fenômenos que ocorrem quando
o veículo voa na atmosfera densa em altas velocidades. É um desafio para um veículo, que
utiliza o fluxo de ar, equilibrar o desejo de voar a alta pressão dinâmica para obter um melhor
desempenho, e por um outro lado existe o aumento do fluxo de ar no motor e aumento do
aquecimento para dos bordos de ataque e fuselagens. Assim deve se limitar a pressão dinâmica
para garantir a integridade estrutural do veículo (CERAMIC..., 2008).
2. Materiais e Métodos
7
Figura 10 - Método Caret Wing
Fonte: Corda and Anderson, 1988 and Starkey and Lewis, 1998
Além do simples campo de fluxo em cunha tangente 2D usado para projetar Caret Wing,
campos de fluxo mais complexos também podem ser utilizados para geração de geometrias
hipersônicos. De fato, o campo de fluxo sobre qualquer corpo de eixo simétrico pode ser
utilizado para projetar uma geometria Waverider com superfície de choque colada ao longo do
bordo de ataque. Provavelmente o campo de fluxo mais comumente utilizado é aquele baseado
em formatos cônicos. As formas cônicas normalmente adotadas incluem cones circulares
direitos, cones circulares e elípticos inclinados, cones circulares e elípticos inclinados e corpos
com uma curvatura longitudinal. Alguns pesquisadores foram mais longe, adotando cálculo de
variações e teoria de pequenas perturbações hipersônicas para procurar formas mais eficientes
de Waverider, com altas razões de sustentação para arrasto (L/D) (Bowcutt, Anderson e
Capriotti, 1987 e Corda e Anderson, 1988). A figura a seguir ilustra com mais detalhes como
os waveriders de fluxo cônico são projetados.
Normalmente, técnicas numéricas são adotadas para resolver a onda de choque cônica
desprezando os efeitos viscosos em torno de uma superfície em forma de cone. A superfície
inferior do corpo é definida pela interseção da superfície cônica da corrente de fluxo com a
onda de choque; essa interseção produz a borda de ataque do corpo. A superfície superior do
corpo geralmente é projetada assumindo que é uma superfície de fluxo livre ou uma superfície
de expansão. Neste último caso, um pequeno aumento no L/D pode ser obtido ao preço de um
método de construção mais complicado e demorado. O resultado deste processo é um corpo
8
oscilante de fluxo não viscoso (neste caso é considerado não viscoso, pois o interesse é a
determinação da geometria e não a avaliação dos efeitos de viscosos) tridimensional, conforme
ilustrado abaixo (WAVERIDER..., 2011).
Fonte: Cockrell, Huebner and Finley, 1995 and Corda and Anderson, 1988
Os Waveriders discutidos até agora foram todos projetados assumindo fluxo não-viscoso
(sem atrito). Como as forças viscosas atuam com extrema importância no voo hipersônico,
podemos esperar que a inclusão dessas forças tenha um impacto significativo na forma do
veículo. Começando com Waveriders de fluxo cônico, com base na análise invíscida discutida
acima, pesquisadores incluíram efeitos viscosos no processo de projeto usando relações de
camada limite integral. O projetista precisa apenas variar o ângulo de choque do cone para
produzir uma família inteira de Waveriders cônicos, otimizados para um determinado número
de Mach. Um exemplo de tal série é ilustrado abaixo. Observe como a forma de cada veículo
muda para otimizar seu desempenho L/D conforme o ângulo de choque assumido muda
(WAVERIDER..., 2011).
9
Figura 12 - Método Waveriders viscosos.
Esses projetos viscosos otimizados podem quebrar essa barreira e, obedecem mais de
perto à seguinte relação (representada como a linha tracejada na FIGURA 13)
(WAVERIDER..., 2011):
𝐿 6(𝑀∞ +2)
(𝐷) = (2.1)
𝑚𝑎𝑥 𝑀∞
10
Em elevados números de Mach, a transição para o regime turbulento ocorre de forma
atrasada, e assim, veículos hipersônicos encontram regiões muito maiores de fluxo laminar do
que aquelas vistas em velocidades menores com o mesmo Reynolds.
Assim, esses resultados indicam que os Waveriders mostram grande promessa em quebrar a
barreira L/D (Um veículo tem uma relação L/D alta se produzir uma grande quantidade de
sustentação ou uma pequena quantidade de arrasto) e merecem grande consideração no
projeto de veículos hipersônicos (WAVERIDER..., 2011).
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
11
Figura 16 - Dimensional Motor Scramjet.
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
12
Segundo Anderson, um número de Reynolds baixo cria uma camada limite muito espessa
no corpo, semelhante em espessura à própria camada de choque fina, levando a uma fusão da
onda de choque com a camada limite, formando uma camada de choque de alto atrito (Viscosa)
(FUNDAMENTOS..., 2015).
Na direção descendente do nariz, a camada de entropia interage com a camada limite que
cresce ao longo da superfície; essa interação aumenta o aquecimento aerodinâmico da
superfície, muito além do que aconteceria sem a camada de entropia (FUNDAMENTOS...,
2015).
Fonte: O autor.
13
2.4.2 Espessura da Camada Limite
Observamos a proporcionalidade entre a espessura da camada limite com o número de
Reynolds e para a camada limite de escoamento compressível, é proporcional ao quadrado do
número de Mach (FUNDAMENTOS..., 2015).
Consequentemente, nos números de Mach mais altos, associados a fluxos hipersônicos,
o delta pode ter um valor alto. Para regimes hipersônicos, a espessura da camada limite pode se
tornar tão grande que o fluxo fora da camada limite, chamado fluxo não viscoso, é
significativamente afetado. Isso cria uma interação viscosa: o fluxo espesso da camada limite
afeta o fluxo não viscoso externo e as mudanças no fluxo não viscoso retornam e influenciam
o crescimento da camada limite. A consequência prática da interação viscosa em veículos
hipersônicos é um aumento na pressão e atrito da superfície, levando ao aumento do arrasto
aerodinâmico e do aquecimento (FUNDAMENTOS..., 2015).
14
Altas temperaturas causam reações químicas na corrente. Por exemplo, no ar, quando T
> 2000 K, o oxigênio diatômico se dissocia.
O2 → 2O
Para T > 4000 K, o nitrogênio diatômico se dissociará:
N2 → 2N
Na faixa de temperatura, o óxido nítrico se formará:
N2+O2 → 2NO
E ionizará:
N + O → NO+ e-
Em temperaturas mais altas, os átomos se ionizam; por exemplo, para T >9000K.
O → O+ e-
N → N+ e-
15
ρ = densidade
Cp = calor específico do sólido a pressão constante.
k = condutividade térmica do sólido.
T = fluxo de condução de calor em nas direções x, y e z.
16
Figura 19 - Modelo Físico para Transferência de Calor.
Fonte: Anderson,2015
onde, RN é o raio da ponta, pe, ρe, p∞, são a pressão e a densidade fora da camada limite e a
pressão no fluxo livre, respectivamente. (STRUCTURAL..., 2016).
Para o caso clássico de gradiente de pressão zero, temperatura de parede constante, fluxos
de placas planas, o número de Stanton de referência é tal que a transferência de calor por
convecção da parede é:
Para escoamento laminar,
𝟎.𝟑𝟑𝟐𝝆∗ 𝑽𝒆 (𝒉𝒂𝒘 −𝒉𝒘 ) 𝟎.𝟑𝟑𝟐𝝆∗ 𝑽𝒆 (𝒉𝒂𝒘 −𝒉𝒘 )
𝒒̇ 𝒘 = 𝟐 𝟏 = 𝟐 𝟏 (2.10)
∗ ∗ ∗ ∗
𝑷𝒓𝟑 𝑹𝒆 𝒙𝟐 𝑹𝑻∗ 𝑷𝒓𝟑 𝑹𝒆 𝒙𝟐
onde,
𝒑 ∗ 𝑽𝒆 𝒙 𝒑 ∗ 𝑽 𝒆𝒙
𝑹𝒆∗𝒙 = = (2.12)
𝝁∗ 𝑹𝑻∗ 𝝁∗
3. Resultados
Propriedade Valor
γ 1.2259778376
Cp 1004 J/Kg K
R 287 J/Kg K
Ps 243883.7903 Pa
ρs 0.345537459 Kg/m3
Ts 2339.415455 K
Tw0 1000 K
Ms 1.017211787
µs 6.74177*10-5 N s/m2
us 945.7674397 m/s
as 907.268914 m/s
Fonte: Felipe Jean da Costa ENC-2022-0569
20
A malha do modelo é gerada de forma automática pelo programa ANSYS Workbench
para o modelo do motor abaixo. Por se tratar de uma versão estudante, há um limite de nós para
o modelo a qual só se satisfez após removermos a carenagem e a tubeira do veículo tratando
assim de uma análise térmica do motor Scramjet. O resultado obtido foi uma malha de 90.580
nós e 30.488 elementos e está representada nas Figuras 20 e 21.
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
21
Os resultados descritos a seguir foram obtidos através das considerações sobre entalpia
de Ecker e com base nas equações para obtenção do fluxo de calor e ponto de estagnação
fundamentados anteriormente, e aplicados conforme demonstrados nas Figuras 22, 23, 24, 25
e 26:
Na figura 22 demonstra a aplicação do fluxo de calor de 77593 W/m² na rampa de
dissipação de onde choque.
Fonte: O autor.
Fonte: O autor
22
Figura 24 - Fluxo de Calor Interno (Câmara de Combustão).
Fonte: O autor
Fonte: O autor
23
E por último na Figura 26 é demonstrado o fluxo de calor aplicado no ponto de maior
interesse o ponto de estagnação em um valor de 3,4617x106 W/m² localizado no bordo de
ataque, esse é o ponto onde as interções viscosas como o meio geram os problemas
anteriormente mencionados como a ablação do nariz do veículo.
Fonte: O autor
Fonte: O autor
24
Como já observado na figura 27, o fluxo de calor gerado pelo fluxo hipersônico estático
(Mach 7) causou pontos extremos de temperatura devido às interações viscosas. O bordo de
ataque é onde encontramos a região de maior temperatura, resultado esperado devido ao ponto
de estagnação do escoamento, chegando a 1736,2 K.
4. Discussão
Uma vez mapeados os pontos de temperatura no modelo, será possível definir os materiais
e métodos de gerenciamento térmico para garantir a integridade estrutural e o pleno
funcionamento do motor durante a missão.
A região mais crítica é aquela onde as interações viscosas ocorrem com maior intensidade
e por esta razão, será necessário utilizar materiais mais nobres com alto ponto de fusão e menor
condutividade térmica.
Após a dissipação da onda de choque na rampa primária, a temperatura diminui devido
às características do fluxo, de modo que podemos adotar materiais com pontos de fusão mais
baixos e maior condutividade térmica.
Na câmara de combustão ocorre a mistura de O2, proveniente do escoamento, com H2,
onde é necessário aplicar materiais com certo grau de robustez e capacidade de suportar as
exigências de temperatura.
Visando uma melhor eficiência do projeto, os materiais a serem considerados devem ter
baixa densidade.
Considerando as formas de gerenciamento térmico (passivo, semi-passivo e ativo)
podemos determinar o melhor método de resfriamento de áreas críticas como a região onde
serão instalados os sensores e sondas térmicas, assim como outros aviônicos e a própria carga
útil.
Aplicando o gerenciamento térmico adequado para reduzir o fluxo de calor ao redor do
motor, sugere-se o uso de métodos passivos como:
Isolamento térmico – O C/C pode ser utilizado no bordo de ataque atuando como uma
cerâmica, assim as temperaturas na região não dissipadas ao longo da estrutura.
25
Estrutura a Quente – A liga de titânio é um bom material para irradiar o fluxo de calor e
Isolamento, usando material de isolamento pode proteger a estrutura principal e os componentes
aviônicos com base no tempo de exposição ao fluxo de calor ao qual a estrutura será submetida.
Os benefícios de usar métodos passivos estão atrelados ao baixo nível de complexidade quando
comparados a outros métodos, bem como à sua facilidade de instalação, pois não necessitam de
sistemas adicionais para funcionar.
O método de passivo de gerenciamento térmico de estruturas quentes pode ser utilizado
em fluxos de calor muito altos por longos períodos, enquanto o método de isolação térmica
pode ser adotado devido à sua boa capacidade de absorção de calor e proteção da estrutura e
aviônicos.
26
5. Conclusão
O presente trabalho atende aos objetivos propostos de estabelecer os parâmetros iniciais
de temperatura para a definição dos materiais a serem empregados na estrutura do motor e como
também os métodos de gerenciamento térmico aplicáveis para o pleno funcionamento.
Observando os pontos de maior temperatura (bordo de ataque) o material mais adequado a ser
empregado será o Composto C/C (Carbono/Carbono) devido ao seu alto ponto de fusão e baixa
densidade, assim os aspectos de temperatura que serão atingidos não afetaram a integridade da
estrutura do motor. Para os demais componentes da estrutura onde o gradiente de temperatura
demonstrou temperaturas mais baixas, empregamos a liga de titânio devido às condições que
exigem alto ponto de fusão e baixa densidade. E também os métodos de gerenciamento térmicos
já antes mencionados para controle da temperatura durante a missão do veículo. Uma das
desvantagens associada a empregabilidade desses materiais é em relação ao custo como as
temperaturas demonstradas são altas (1700K aproximadamente), a tecnologia do material
necessário para desempenho da função tem um alto custo o que acaba encarecendo a concepção
do motor.
Quando comparamos os resultados encontrados com trabalhos já realizados
anteriormente como por exemplo o artigo publicado por Dr. Felipe Jean da Costa Thermal
Analysis of Brazilian 14-X Hypersonic Aerospace at Mach Number 7 percebemos que o valores
apresentados nesse trabalho não diferem dos valores encontrados no artigo mencionado que
demonstrou uma temperatura entre 1400 K e 696.13 K.
27
6. Referências bibliográficas
CERAMIC Matrix Composite (CMC) Thermal Protection Systems (TPS) and Hot
Structures for Hypersonic Vehicles. AIAA 2008-2682, Dayton, Ohio, p. 1-36, 1 maio 2008.
WAVERIDER Design. In: Waverider Design. [S. l.], 11 set. 2011. Disponível em:
http://www.aerospaceweb.org/design/waverider/waverider.shtml. Acesso em: 10 out. 2022.
FUNDAMENTOS de Engenharia Aeronáutica: Introdução ao Voo. 7. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2015.
HYPERSONIC and High Temperature Gas Dynamics. 2. ed. [S. l.]: American Institute
of Aeronautics and Astronautics, 2006.
28
FLUID-THERMAL-STRUCTURAL Modeling and Analysis of Hypersonic Structures
under Combined Loading. AIAA 2011-1965, Denver, Colorado, p. 1-29, 4 abr. 2011.
MODELING and Simulation of Heat Transfer on Functionally Graded Materials for Hot
Structures in Scramjet Engines. AIAA 2010-4896, Chicago, Illinois, p. 1-10, 1 jul. 2010.
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